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Olá Pessoa! Depois da leitura de muitos relatos aqui no Mochileiros, que nos passaram informações preciosas para o planejamento de nossa viagem, resolvemos montar o nosso relato, para ajudar outras pessoas que estão indo para Chile/Argentina. Neste relato, citamos muitos pontos que tivemos dúvidas, que devem ajudar outros viajantes no planejamento de suas viagens. Planejamos inicialmente 18 dias para esta viagem, porém por alguns imprevistos antes da viagem tivemos que reduzir o tempo planejado para 15 dias, mas, por fim, acabamos fazendo em apenas 12 dias.

 

Bom, vamos lá:

 

Carro: FIAT PUNTO 2013, 1.4. Kilometragem total percorrida 8,3 mil KM. Média final 14,7

Gastos: Total R$ 7359. Gasolina R$ 2258; Pedágios R$ 311,10;

Roteiro Resumido: Encantado/RS;Santa Fé/Argentina; Mendoza/Argentina; Santiago/Chile; Pucon/Chile; Puerto Varas/Chile; Bariloche/Argentina; 9 de Julio/Argentina; Encantado/RS.

 

Combustível para o carro: na Argentina preferência para os postos YPF e Shell (gasolina é chamada de nafta e sempre solicitar a “Super” com 95 de octanagem (gasolina com média octanagem para eles). No Chile abastecimento em postos COPEC e SHELL, também gasolina com 95 octanos.

 

Rodar em outros países: tranquilo, tinha um GPS dedicado e também instalei outros 2 GPS “Offline” no celular. Recomendo o aplicativo “Here”, poderia ter usado ele a viagem inteira. Recomendado levar carregador de celular para acoplar no acendedor de cigarros do carro.

Argentina: é necessário ter o Seguro carta verde, um segundo triângulo, cambão, e o Kit Primeiro Socorros. Como em minha cidade não achei todos estes itens, na saída do Brasil parei na primeira cidade (Passo de lós libres saindo por Uruguaiana) e comprei os itens na loja de autopeças AutoCron. Atentar que eles tem o costume de fechar as lojas às 12:00 e depois só abrir as 16:00. Além do seguro carta verde em nenhum momento me solicitaram os demais itens, mas é bom ter para evitar problemas.

Chile: além dos itens acima, apesar de achar que na teria nenhum problema em usar apenas a carta verde, contratei também o seguro SOAP para evitar qualquer problema (era apenas 10 dolares e pode ser feito online no site da seguradora Magallhanes). Também providenciei a PDI (permissão internacional para dirigir). Sobre este último documento, há contradições se é ou não necessária, mas acredito que evita qualquer transtorno (custo de R$ 48 em minha cidade).

 

Polícias: Com certeza pior lugar é na entrada/saída da Argentina, na província de “Entre Rios”, que tem uma fama antiga, e que possui muitos, mas muitos pontos de parada para abordagem (tanto no trajeto de ida quanto de volta). Fui parado uma vez na ida e duas na volta. Na volta, em uma das barreiras, senti que o policial queria complicar, citou que meu seguro estava vencido, mas desfeito o mal entendido ele me liberou. No Chile os policiais são muitos corretos, sem problema algum, me pararam apenas uma vez e foram muito cordiais. Sugestão: monte uma pastinha com todos documentos, passaporte, PDI, Seguros, contatos das embaixadas; em uma abordagem eu sempre a puxava, abria na frente do policial e eles já notavam que eu estava bem preparado e informado, então a chance de quererem incomodar diminui.

 

Câmbio: Na Argentina existe o Peso Argentino e no Chile o Peso Chileno. Na ida, paramos na cidade de Uruguaiana e trocamos reais por pesos. Em todos postos de combustíveis que eu citei acima aceita-se cartão Visa/Master, sem problemas. Na Argentina, após pagar algumas compras no cartão e não compreender a tamanha diferença entre o câmbio de casas oficiais (2,6 pesos por real) com o câmbio que fiz em Uruguaiana (4 pesos por real), encontrei uma explicação para a diferença: o cambio paralelo ou “blue dólar”, que é um mercado paralelo que tem cotações bem mais vantajosas do que o câmbio oficial (em outras palavras é um câmbio ilegal, mas que todos sabem que existe). Assim, perdi um pouco de dinheiro na compra pelo cartão (que trabalha com o câmbio oficial), mas após realizei compras apenas em espécie na Argentina. No Chile, trocamos reais por pesos logo na aduana chilena (para pagar pedágios até Santiago), e após fizemos saques em terminais 24 horas. Como no Chile não existe o mercado paralelo, algumas compras fiz no cartão outras em espécie, pois no final não tinha muita diferença. Nas compras internacionais paga-se IOF; nos saques em terminais 24 horas paga-se uma tarifa e também IOF; nas casas de câmbio você perde na troca do real para a moeda local, e depois da moeda local para o real; assim no final das contas, independente da opção, você sempre vai perder algum dinheiro, então optei por fazer sempre o mais cômodo. Na volta, em Bariloche, há pessoas na rua fazendo câmbio (perto da casa de câmbio oficial), onde pode-se trocar mais “Pesos Argentinos” para gastar na cidade e para a volta. Claro que neste caso é o famoso mercado paralelo, mas é confiável.

 

Hotéis: reservamos sempre pelo booking no dia anterior a ida para aquela cidade, já que não queríamos ter a viajem “engessada” pela reservas de hotel.

 

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1° dia (06/10/15) – Encantado-RS à Santa Fé-Argentina. 1125 Km. Saída às 02:00 horas e chegada às 16:00 horas. Parada no caminho em Uruguaiana para fazer câmbio (câmbio Mazza) e após parada em Paso de Los Libres para comprar itens para o carro necessários para rodar na Argentina e Chile. A noite dormimos no hotel Bio City na cidade vizinha a Santa Fé, cidade de Paraná. O Hotel apesar de uma construção antiga parecia ser bonzinho, possui uma gestão voltada para a sustentabilidade, porém na noite que lá passamos ventava muito, e havia muito barulho nas aberturas do hotel.

 

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2° dia (07/10/15) – Santa Fé-Argentina à Mendoza-Argentina. 914 Km. Saída às 06:00 horas e chegada por volta das 16:30 horas. Parada apenas para almoçar em um posto da rede YPF. A noite dormimos no hotel Sienna (recomendo apenas para passar a noite e porque tem estacionamento, pois ele é bem “meia boca”, mas não valia a pena gastar muito apenas para dormir). Tentamos fazer cambio para comprar pesos chilenos antes de ir para o Chile em uma casa de câmbio oficial, porém eles nos avisaram que não podem vender outras moedas. Fui informado que na própria aduana do Chile tinha uma casa de câmbio. Evitei fazer câmbio na rua de Mendoza pois não inspirou confiança.

 

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3° dia (08/10/15) – Mendoza à Santiago. 362 Km (dia mais emocionante da viagem). Saímos do hotel por volta das 08:00, e ao chegarmos na cidade de Uspallata, a subida para a cordilheira estava fechada por uma tempestade muito forte, ainda no lado Argentino. Após minutos na fila com informações desencontradas, tivemos a esperança que a passagem iria abrir, porém era obrigatório portar as “cadenas” que são as correntes para colocar nas rodas do carro. Fomos atrás delas, primeiro contato queriam nos vender por 1400 pesos. Fomos atrás de outras possibilidades e encontramos um jogo de cadenas por 900 pesos. Como não há muitas alternativas o pessoal explora, mas no final não saiu tão caro (em torno de R$ 260 reais) em comparação ao atraso que a não ida para Santiago iria criar. A paisagem é incrível, na medida em que subíamos a neve ficava cada vez mais evidente. Parávamos toda hora para tirar fotos e mais fotos. Passamos pelo parque do Aconcágua mas estava fechado devido a quantidade de neve, e não deu para ver o Aconcágua. Após paramos na ponte Inca que com neve estava muito bonita. Seguimos viagem, e a neve e gelo começaram a aparecer na estrada junto com um forte vento. Temperatura chegou a -3 graus, e estávamos com uma mistura de medo, adrenalina e nostalgia. Na parte final do percurso formou uma fila de carros e caminhões no pedágio que existe antes de entrar no túnel. Nesta fila (de alguns km), muito vento com gelo, o carro deu umas patinadas de vez em quando, mas com calma conseguimos entrar no túnel. Só não tive um infarto pois ainda havia a possibilidade de colocar as cadenas caso o carro não saísse mais do lugar, mas não foi necessário. A inexperiência nesta situação também não me deixava tranquilo, mas o final foi muito, muito legal a experiência. Na saída do túnel já do lado Chileno, o tempo estava ótimo, ainda com neve acumulada mas com a estrada limpa. Problema foi a fila da aduana, onde conseguimos sair apenas às 22:00 horas. Devido a passagem estar fechada, acumulou o tráfego, além de ter um feriado na Argentina, e isso aumentou muito o número de carros. A Aduana da Argentina é junto com a do Chile (mesmo estando já em território Chileno) e para entrar no Chile o carro passa por todo um cadastro. Não levar nenhuma fruta ou algo do tipo pois a multa é pesada. Fizemos um “cambio” na aduana para ter pesos chilenos para pedágios, trocamos pouco valor pois a cotação era bem desfavorável. Infelizmente passamos pelos “Caracoles” a noite e chegamos no hotel em Santiago a meia noite. Ficamos no Hotel Don Santiago Bella Vista, recomendadíssimo.]

 

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4° dia (09/10/15) – Santiago – Visita Conha Y Toro e volta de dia aos “Caracoles”. Realizamos a visita guiada na Concha Y Toro, experiência bem bacana apesar de eu não poder degustar os vinhos em virtude de estar dirigindo. No posto ao lado da Vinícola consegui sacar pesos chilenos direto da conta corrente, e não precisei correr atrás de casa de câmbio. Após, voltamos para a cordilheira nos famosos Caracoles, para ver esta maravilhosa paisagem de dia, além de visitar hotel e lagoa que ficam antes da aduana.

 

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5° dia (10/10/15) – Santiago, e após ida a cidade de Pucon, sul do Chile. Pela manhã visitamos principais pontos turísticos do centro de Santiago, fizemos o percurso a pé mesmo. Fica tudo muito próximo e utilizamos o próprio Google Maps do celular, sendo que carreguei o mapa no hotel antes de sair. Locais visitados: Museu Nacional de Belas Artes, Plaza das Armas, Palacio de La Moneda, Cerro Santa Lucia e por fim o Cerro San Cristobal (este subida com Funicular). Às 12:30 saímos em direção a Pucon 800 KM. Chegamos por volta das 23:00 em Pucon. Nos hospedamos no Hostal Gerônimo, muito bom, recomendo.

 

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6° dia (11/10/15) – Pucon – Cidade encantadora, casinhas em estilo alemão, charmosas, uma cidade muito romântica e turística, de onde avistasse o vulcão Villarica. Saímos pela manhã em direção ao Parque Nacional Huerquehue. No caminho passamos nos “Ojos de Caburca”, duas cachoeiras lindíssimas. Parte do caminho ao parque é estrada de chão, em torno de 20 km. No caminho passamos pelos lago Caburca (de águas verdes transparentes) e no parque visitamos o lago Tinquilco. Este parque possui muitas trilhas, a vários lagos, mas todas de nível médio ou alto. Se tiver um dia livre e gosta de trilhas é uma boa pedida. Como não tínhamos muito tempo e também não estávamos muito afim de fazer trilhas, voltamos. Em nosso caso não valeu a pena ir até o parque apenas para conhecer o lago “Tinquilco”, mas não deixaria de ir aos Ojos de Caburca e no lago de Caburca. A tarde fomos de carro a base do vulcão Villarica. Metade do trecho é asfaltado e metade é estrada de chão (a estrada de chão estava bem ruizinha), mas a paisagem vale muito a pena. O Vulcão entrou em erupção em março/15, assim no seu topo fica saindo uma “fumacinha” o dia inteiro. Devido esta erupção os passeios com guia ao topo do vulcão estavam suspensos. Fomos até a base do vulcão onde tem uma estação de ski que estava fechada, porém pode-se alugar pranchas para brincar na neve. Tiramos belas fotos do vulcão e da cidade de Pucon. Ao final da tarde fomos dar uma caminhada no centro de Pucon, pegamos o por do sol a beira da lagoa que banha a cidade (paisagem deslumbrante).

 

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7° dia (12/10/15) – Pucon à Puerto Varas – 322 Km pela Rota 5. Saímos para a cidade de Puerto Varas por volta das 10:00, e chegamos em torno de 15:00 na cidade. Outra cidade maravilhosa, com uma arquitetura de origem alemã e holandesa, muito charmosa, banhada pelo lago Llanquihue. Este foi o único local que não reservamos diária no dia anterior, mas logo encontramos o Hostal da Erika, o qual já tinha lido boas referencias na Internet. Lugar bem familar, possui quartos com banheiro privativo e a Dona Erika é fantástica, uma mãezona. Elogiei tanto a tortinha dela que ao final, em nosso check-out, ela nos deu dois pedaços para a viagem. Este dia estava nublado e chuvoso, não conseguimos ver o vulcão Osorno da cidade pois estava encoberto por nuvens, mas ainda demos uma volta para conhecer a cidade, comprar algumas lembrancinhas no centro.

 

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8° dia (13/10/15) – Puerto Varas – Acordamos cedo e fomos em direção ao Parque Nacional Vicente Perez Rosales, onde há os famosos Saltos de Petrohué com vista ao vulcão Osorno. Os saltos são fascinantes, apesar do tempo que não ajudou muito (nublado) o azul da água é impressionante. Neste dia o vulcão também estava encoberto por nuvens. Continuando a estrada (com uns 5 KM de chão) chegasse ao lago “Todos Los Santos”. A água é muito limpinha, há barqueiros que oferecem o passeio no lago por 30 min, porém como o tempo não estava muito bom decidimos não fazer. Voltamos pela estrada e após passar novamente em frente a entrada dos Saltos de Petruhé pegamos a direita em direção a subida a base do vulcão Osorno. Esta estrada que pegamos costeia todo lago e vai até a cidade de Frutilar que é vizinha a Puerto Varas (toda estrada de asfalto). Antes da subida ao Osorno, existe a esquerda a Laguna Verde, a poucos metros de caminhada, parada ao meu ver obrigatória. Seguindo em frente, a subida do vulcão é toda asfaltada, a vista lá em cima é impressionante, apesar das nuvens valeu a pena. Da mesma forma que no vulcão Villarica a estação de ski estava fechada. Iríamos fazer a volta pelo lago, porém tinha deixado pastinha com o “Seguro carta verde” no hostal, e estava com um farol do carro queimado, então decidimos voltar para Puerto Varas. Fiz a troca do farol (tínhamos um reserva), pegamos a famosa pastinha e fomos via rota 5 conhecer a cidade vizinha Frutillar. A parte baixa da cidade (a beira do lago) é muito linda, novamente belas casas, e um teatro a beira da lagoa de arquitetura incrível. Ao final do dia, novamente “batemos perna” por Puerto Varas, comprando roupas e lembranças. Cidade fascinante. Perto de Puerto Varas existe a cidade de Puerto Mont, porém não achamos interessante a visita.

 

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9° dia (14/10/15): Puerto Varas à Bariloche – 303 km. Saímos cedinho para a cidade de Bariloche, na expectativa de passar novamente pela cordilheira dos Andes. Não acessemos a Rota 5 que talvez seria o caminho mais rápido. Fumos novamente na estrada em direção ao vulcão Osorno e percorremos parte da estrada que circundava o lago (uma estrada muito bonita). No caminho muita vegetação seca ou queimada, pelo que pesquisei resultado de uma erupção de vulcões da redondeza. A passagem pela Aduana chilena foi tranquila e rápida (aqui as aduanas não são juntas) e seguimos subindo. Na parte mais alta da viagem encontramos neve novamente e para nossa surpresa em determinado momento começou a nevar! Saímos do carro como crianças apesar do frio. Neste momento não estava mais preocupado pois tinha as cadenas e também uma “baita” experiência em dirigir na neve (rsrsrsrs). Sem nenhum problema seguimos e já sem neve encontramos a aduana Argentina, passagem rápida, sem revista. No caminho passamos pela cidade de Vila Angostura, e ao se perder descobrimos a estrutura que a cidade possui a beira do lago Nahuel Huapi, muito bonito, lago de águas cristalinas. Chegamos em Bariloche por volta de 15:00 horas da tarde, fizemos check-inn no hotel e já fomos conhecer o Cerro Campanário. Lugar muito lindo, com uma vista incrível. Fizemos belas fotos no local e apreciamos um café em uma panaderia lá no alto. Este cerro está no inicio do famoso Circuito Chico, um belo caminho que é o passeio mais famoso e básico de Bariloche. Todo percurso asfaltado, com belas vistas, passando pelo hotel Llao Llao e pela Capela San Eduardo.Estávamos hospedados no hotel Del Viejo Molino, e jantamos no restaurante do hotel. Não recomendo os dois (hotel e restaurante).

 

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