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Pocket dicas de BsAs: pequenos tópicos para fugir do óbvio


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Mais um relato de viagem por aqui! Estava livre no mundo e queria algo jovem, agitado, moderno e alternativo. Mas e o que Buenos Aires tem a ver com isso? Na minha cabeça, nada! Eu que só conhecia a cidade através das propagandas fajutas de turismo ao "estilo CVC", só conseguia relacioná-la a casais em lua de mel, com suas noites de tango, vinho, carnes e restaurantes caros, o que me soava - e me desculpem os simpatizantes - um tanto quanto cafona :?

 

Mas como disse, aí está esse mundão sempre a nos surpreender :)

 

Viajei sozinha e passei duas incríveis semanas na cidade! Não vou fazer roteiro dia a dia, porque já existem milhares deles por aí. Minha proposta é dar algumas dicas de como se virar, ver, viver, sobreviver, e principalmente, se surpreender por BsAs! :wink:

 

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Transporte do Aeroparque: Pra quem não quer botar a mão no bolso e pagar táxi, há a opção do Arbus, que são ônibus executivos que saem de dentro do Aeroparque, e param apenas no ponto final. São cinco linhas, e cada uma pára em um ponto final diferente e no site deles dá pra ver cada uma delas e onde é o ponto final. Pra embarcar, tem que comprar o ticket antecipado, no guichê que tem no primeiro andar. Super vale a pena, ainda que ele não atenda totalmente, já que você pode saltar no ponto final e encurtar a distância de táxi ou caminhar o restante do caminho (as quadras são bem pequenas e a cidade é toda plana, então não se iluda pensando que 6 quadras é muita coisa!). Há também outros ônibus de linha comum que passam dentro do Aeroparque, PORÉM, eles só aceitam pagamento com cartão Sube ou moedas. Antigamente dizem que existia um guichê pra comprar o Sube dentro do Aeroparque, mas atualmente parece que só tem um pra fazer recarga, o que dificulta bastante usar os ônibus de linha.

 

 

Transporte na cidade: O transporte público é barato, limpo, rápido e eficiente! Então a não ser que você faça questão do táxi, é possível fazer tudo com ônibus e metrô. Os ônibus só aceitam pagamento em moedas ou cartão Sube, que é um cartão que pode ser usado pra bus, metro e trem, e que pode ser usado quantas vezes você quiser. Custa 30 pesos pra fazer, mais a recarga que você quiser colocar, e tem vários kioskos que vendem o cartão ou fazem recarga, é só procurar pelo símbolo.

Dica de sobrevivência: instale o aplicativo Cómo Llego BA e/ou compre o Guia T. O Guia T é um livrinho de bolso que tem um mapa detalhado de toda Buenos Aires, as linhas de ônibus que passam em cada rua/região, além de conter o itinerário das linhas e um mapa do metrô - super útil e custou apenas 30 pesos! Já com o aplicativo Cómo Llego, você insere o endereço onde está, o endereço para onde quer ir (sempre no formato "Rua X y Rua Y"), e ele te passa várias opções de transporte público possível (ônibus, metrô, ou ônibus+metrô), pra você escolher a que te atender melhor.

 

 

Hospedagem: Sei que a maioria prefere ficar no Centro ou na Recoleta, mas como eu tinha a intenção de sair à noite, preferi ficar em Palermo pra facilitar meu deslocamento. Não fiquei tão perto assim dos pontos turísticos tradicionais, mas nada que um metrô ou ônibus não resolvam. Por outro lado, foi muito mais cômodo poder circular tranquilamente de um barzinho pro outro e, inclusive, voltar a pé pro hostel por várias vezes de madrugada. Considerem então o tempo e o objetivo de sua cidade: até 4 dias pra conhecer todos os pontos turísticos, fique no Centro; até 7 dias pra conhecer os pontos turísticos e alguma coisinha mais, acho que eu iria pra Recoleta; agora se vai ficar mais de 7 dias e/ou quer explorar o máximo da vida noturna, não tenha dúvidas, vá para Palermo, o bairro mais lindo e puro amor de Bue!

Recomendação: Art Factory Palermo. Hostel com boa estrutura, camas com lâmpada e tomada individual, lockers nos quartos, café da manhã bom, área comum bacana, com sala de jogos e tv e staff atencioso. Eu certamente voltaria pra lá.

 

 

Passeios: Não fiz o passeio ao longo do rio Tigre e nem fui ao Luján porque definitivamente são programas que não me atraem. Não vou entrar no mérito de programas-padrão, vou deixar algumas dicas além do roteirão de praxe Casa Rosada/Puerto Madero/Caminito/Bombonera/Rosedal:

 

- Parque de la Memoria: É um parque sensacional, localizado dentro da cidade universitária, com diversas obras permanentes e exposições transitórias, em homenagem às vítimas da ditadura argentina. Pra quem se interessa por história, é um passeio imperdível, porque tudo lá tem um significado. O parque funciona às margens do rio de la Plata, por exemplo, porque ali nas águas do rio foram jogadas muitas vítimas. E é muito interessante de se ver, porque até hoje eles mantém muito viva a história da ditadura, tanto que até hoje existe o Abuelas de la Plaza de Mayo, que é uma associação com o objetivo de encontrar crianças (hoje adultos) que foram retiradas de suas famílias, porque na época da ditadura suas mães, grávidas, foram presas, tiveram os filhos na prisão e nunca mais os viram. É gratuito e abre todos os dias. Não precisa pegar táxi, dá pra ir tranquilo de ônibus (use o Cómo Llego pra saber qual linha pegar!).

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- Barrio Chino: aproveitei a saída do Parque de la Memoria para conhecer o Barrio Chino, já que é próximo dali. Apesar de ser chamado de "bairro", é um conjunto de quadras localizado dentro do bairro Belgrano, onde vive a comunidade oriental. Não tem nada de excepcional do tipo "uau", mas tem várias lojinhas estilo aliexpress a céu aberto, além de mercadinhos e restaurantes típicos, onde você pode encontrar temperos especiais e comidas exóticas. Eu curti!

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- Espetáculo Fuerza Bruta: é um espetáculo que mescla teatro, música, dança, acrobacias e números circenses. Eles já se apresentaram no mundo todo e inclusive fizeram uma turnê em São Paulo, no início do ano, então se você não teve oportunidade de ver aqui, veja lá, diretamente na casa do show, até porque o ingresso é muito mais barato! Não vou contar detalhes e sugiro que não procurem spoilers na internet.. a graça está em ser surpreendido! Acontece de quarta a domingo no Centro Cultural Recoleta (aproveite pra conhecer o Hard Rock!), e o valor do ingresso depende do dia da semana e do horário. Fui numa sexta e paguei 220 pesos.

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- Bond Street: É a galeria do rock argentina, com estúdios de tatuagem, lojas de skate, quadrinhos, roupas e decoração rocker. Vale a passagem, se você curte essas coisas.

 

- Galeria Patio del Liceo: espaço de arte alternativo, com design, moda, bandas, apresentações diversas. Achei legal porque tinha muitas lojinhas originais e diferentes.

 

- Feirinha da Plaza Serrano: apenas a melhor feirinha de todas (quédizê, só não é melhor que a de San Telmo porque essa é bem pequenininha)! Tem vários artistas independentes exposto suas obras, tem bijus, roupas, decor.. Comprei vários posteres, pena que só descobri essa feirinha quando já estava falida!

 

- A Casa Rosada tem visita guiada aos finais de semana! Provavelmente é o único lugar do mundo onde você tem a possibilidade de entrar em uma sala presidencial, então acho que vale muito a pena.

 

- Quarta-feira no Malba a entrada sai pela metade do preço, mas por outro lado fica lotada de gente.

 

- Boa dica é combinar Caminito e Feira de San Telmo no mesmo dia, já que ficam próximos e, ao mesmo tempo, longe das demais atrações. Dá pra ir no Caminito cedinho e pegar um ônibus até o início da Feira e seguir caminhando. O Caminito é caro! Não vale a pena comprar nada por lá, nem souvenirs. Na Feira de San Telmo tem coisas mais legais e por um preço mais atrativo.

 

- Próximo ao Caminito há a Fundación Proa, um centro de arte contemporânea. No terraço da Fundación há um restaurante bem gostosinho com uma vista legal da região.

 

 

Alimentação: Não me empanturrei de carne e nem comi bife de chorizo, então definitivamente não vou saber dar dicas sobre isso. Aliás, acho que em nenhum dia comi um prato de carne propriamente dita. Mas só queria esclarecer alguns pontos, que às vezes as pessoas têm a idéia de que na Argentina só se come carne, e aí quem é vegetariano ou não curte tanto assim o prato vai ficar sem opção. Gente, esqueçam isso! Bue é uma cidade grande e cosmopolita, então lá tem comida pra todos os gostos, culturas e bolsos! Sobre alimentação, queria deixar aqui algumas pequenas e boas dicas aleatórias:

 

- Salgado Alimentos, Villa Crespo: restaurante com fachada super simples, com massas caseiras a um preço maravilhoso. Não espere luxos ou pompas, mas lá você certamente comerá uma das melhores massas da viagem. Aparentemente, ainda não foi descoberto por turistas. Gastei cerca de 180 pesos pra almoçar um super prato de sorrentinos negros de salmão (incluído o cubierto, bebida e gorjeta).

 

- Barrio Chino: festa estranha com gente esquisita.. :? brincadeiras à parte, uma ótima oportunidade pra provar um pouco da comida asiática em geral. Se não quiser comer em um restaurante específico, várias lanchonetes oferecem espetinhos e outros lanches.

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- Burger Joint, Palermo: não se assuste com a fila e o ambiente meio podrinho, pois o hamburguer (e o ambiente também, vai..) valem a pena. Não tem serviço de mesa: você mesmo vai pra fila, faz seu pedido, paga e fica aguardando chamarem seu nome num megafone (!!!) pra retirar seu pedido no balcão.Se não tiver mesa, a proposta é sentar lá fora e comer na rua mesmo. 100 pesos por um super hamburguer com fritas e cerveja!

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- Hard Rock Cafe, Recoleta: Pode ser meio batido, mas vale super, especialmente porque fica dentro do Centro Cultural da Recoleta, que por si só já é um programa.

 

- Café da Livraria Ateneo: não bastasse o fato de o café estar localizado no palco da Ateneo, lá comi o melhor brownie da viagem. Não achei barato, mas o ambiente por si já vale a visita.

 

- Mostaza: rede de fast food argentina baratinha, boa pra quebrar um galho quando a gente já gastou todo o dinheiro em fernet ou nas feirinhas da cidade. O combo mais barato custava 59 pesos.

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- Feira de San Telmo: se for na feira de San Telmo (e tem que ir!), particularmente eu acho que nem vale almoçar em restaurante. Ao longo da feira tem TANTA comida de rua boa, que você vai se arrepender se já tiver almoçado.

 

- Os kioskos quebram um super galho e são uma oportunidade pra provar todo tipo de tranqueirinhas, mas são bem caros comparados aos mercados de verdade.

 

 

Cubierto e propina (gorjeta): Pra nós que não temos esse hábito, sei que é chato pagar pelo simples fato de usar a mesa e os talheres, mas é cultural, não seja pedante nem perca seu tempo discutindo. O mesmo acontece com a propina/gorjeta. Lá a gorjeta é SIM parte do salário dos caras, por isso eles ficam tão putos quando alguém não deixa (inclusive, em um dos restaurantes, depois de pagar a conta e deixar a gorjeta, eu ouvi do garçom que "de tão educada, eu nem parecia brasileira ", e acreditem, não me senti nada lisonjeada por isso e por pensar como é nossa imagem lá fora). Não acho legal viajar pra outro país e ficar questionando os hábitos diferentes, ainda que para nós eles pareçam absurdos. Então, se não concorda e não quer pagar cubierto e gorjeta, ao invés de criar caso e se aborrecer com o garçom, você pode optar por pedir comida pra levar, comer em self services ou restaurantes em que não há o serviço de mesa, como o Burger Joint, que citei acima, ou então os fast foods em geral.

 

 

La Noche: Esqueçam NY.. se tem uma cidade que realmente não dorme nunca, essa é Buenos Aires! Não importa se é segunda, terça ou domingo, sempre haverá algo bombando. Não lembro do nome de todos os lugares que fui, mas vai aqui umas dicas gerais:

- Terça-feira é dia de festa Hype na Kika Club! É a festa da cidade nesse dia, nem precisa procurar outro lugar.

- El Álamo: um bar/pub muito bacana, cheio de gringo, e que dizem ter cerveja batizada o.O

- The Buenos Aires Pub Crawl: é a edição porteña do tradicional recorrido de bares: de 22h às 23h rola cerveja, vinho e pizza livres no primeiro bar, depois passam por mais dois bares, onde a galera ganha um shot, e termina a noite numa balada, sem fila e sem ter que pagar ingresso. Fui só um dia e achei que valeu muito a pena, queria ter ido outros dias, mas sempre rolava outra coisa. Recomendo muito, especialmente pra quem ta lá sozinho porque dá pra conhecer uma galera!

- A maioria das baladas tem esquema de colocar nome na lista pra entrar de graça, vale procurar saber sobre isso!

- Pra ver tango e fugir dos espetáculos circences superfaturados como o Señor Tango, procure as milongas, que são casas de dança locais. Fui na Milonga da Catedral e curti! Lá todo mundo dança, e teve até banda com violino.

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