Membros Gabi Mattiello Postado Maio 2, 2010 Membros Postado Maio 2, 2010 Gente, demorei, mas consegui finalizar. Voltei de viagem já trabalhando e com provas na faculdade, por isso a demora em postar meu relato. Mas vamos ao que interessa! Altitude: não tive problemas. Comprei folha de coca, mas usei somente quando me sentia muito cansada ou quando ia subir algo mais alto, como as ruínas em Ollantaytambo e na Laguna Colorada. Mas não tive falta de ar, dores de cabeça, náuseas, vômitos e nem falta de apetite. Pelo contrário, sou muito boa de garfo e extremamente curiosa, então, eu comia tudo que via pela frente. O que não levei na mochila e fez falta: calça tactel. Tinha gastado demais e resolvi levar calça jeans, o que foi um erro tremendo, porque além de pesar demais, era extremamente desconfortável para aquelas ocasiões. Farmacinha: Dorflex, Imosec, Band-Aid, ENO, Dramin, Plasil, Soro fisiológico (aliás, usei muito por conta do ressecamento do meu nariz, que sangrou pra caramba) e um santo remédio que minha mãe sempre me indicou: OLINA. É pretinho, tem um gosto horrível, mas é um santo remédio pro estômago. Esse é indispensável em qualquer viagem que eu faça. Santa Cruz de La Sierra Peguei um vôo de Cuiabá pra Santa Cruz, fazendo uma conexão no aeroporto em Campo Grande de 4 horas. Minha irmã saiu de Sampa e a encontrei dentro do avião já com destino à Santa Cruz. Um amigo nosso nos aguardava no aeroporto em Santa Cruz, já pronto pra nos levar pra balada. Chegamos no vôo da 1:30 da madruga. A cidade é bem desorganizada, mas dá a impressão de ser bem nova também. Ruas largas e a concentração do comércio é no centro, com exceção dos bares, que tem muitos. E são bem bonitinhos. Quase não tive gastos em Santa Cruz, pois como ficamos hospedadas na casa desse nosso amigo, no dia seguinte ainda comemos um churrasco à lá brasileira, na casa de mais alguns amigos brasileiros dele. Aliás, tem muito brasileiro morando em Santa Cruz. No dia seguinte fomos ao terminal e compramos passagens para La Paz para às 18:00, pela empresa TransCopacabana (150 bol). Bus semi cama, com calefação e banheiro, mas o cheiro dentro era péssimo. Mas nada que não fosse suportável. O bus para em uns lugares bem estranhos pra jantar e tomar café da manha e além do mais, é bom ficar de olho no bagageiro, porque vira e mexe, onde eles param abrem o bagageiro sei lá pra quê. Mas a viagem foi tranqüila. Antes de sair de Santa Cruz, compramos Soroche Pills, porque minha irmã estava písica achando que ia passar mal com a altitude. Prevenir é melhor que remediar. La Paz Chegamos em La Paz por volta das 9:30, pegamos um táxi (5 bol) e fomos até a Plaza Murillo. Demos uma volta básica até comermos algo, pois iríamos direto pra Copacabana. Depois de comermos, pegamos outro táxi (5 bol) até o cemitério. Lá compramos as passagens de bus para Copacabana (15 bol) e conhecemos mais dois brasileiros, que seguiriam conosco até Cusco. Copacabana Para chegar em Copacabana, precisa atravessar o lago Titicaca de barquinho. Aquilo era menor que um barco de brinquedo, eu juro, e balançava tanto que eu achei que fosse virar. Se paga 1 bol para atravessar. Do outro lado, você pega de novo o bus. Em Copacabana ficamos no Hotel Paris (30 bol) com banho privado e água quente. No dia seguinte, acordamos com chuva. Fazia muito frio em Copacabana, e como o tempo parecia não colaborar, resolvemos seguir pra Cusco e fazer a Islã Del Sol quando voltássemos por ali. Compramos a passagem pra Cusco (85 bol) e descobrimos quando fomos embarcar que venderam passagem a mais, até porque todos os turistas resolveram sair de Copacabana por causa da chuva. Sendo assim, não conseguiríamos sair dali naquele momento. Foi a maior confusão, todo mundo falando ao mesmo tempo, o bus era uma porcaria, bem desses que a gente vê em filmes, caindo aos pedaços, sem banheiro. Na confusão, quando pedimos nosso dinheiro de volta, a empresa disse que nos levaria até a fronteira de van e de lá até o terminal de bus em Puno, para podermos pegar o Bus pra Cusco. E assim foi. Lucramos com isso porque o bus que pegamos em Puno era ótimo. Limpo, confortável e com banheiro! A paisagem de Puno à Cusco é linda. Dica: quando comprarem passagem saindo de Copacabana pra qualquer outro lugar, certifiquem-se de que haverá lugares no bus! Percebi que é muito comum venderem passagens a mais. Cusco: Em Cusco ficamos no Hostal Solar (20 soles a diária), bem em frente a Plaza San Francisco. O lugar é bem simples, mas tem cama boa e banho quente, além da dona de lá ser um amor de pessoa. A cidade estava um inferno, porque bem no dia que chegamos, MAchu Picchu havia sido aberta. Gente pra tudo quanto é lado, todo mundo eufórico com essa história. No dia seguinte, compramos o boleto turístico (130 soles) e achei um roubo esse valor! Mas tudo bem, tudo que vi naquele lugar valeu a pena. Fizemos um City Tour (13 soles), que considero indispensável pra quem vai à Cusco, com a Puma’s Trek. Peguei essa indicação aqui. Com esta agência, fechamos o passeio para o Vale Sagrado e o Moray, que inclui as salinas. O Moray se paga a parte do Vale Sagrado. A guia que nos levou para o Vale Sagrado e City Tour foi a mesma, e adorei. Pra quem não sabia nada de espanhol como eu, foi perfeito, porque ela falava pausadamente e dava pra entender tudo perfeitamente bem. Fiz o favor de perder o boleto turístico e por conta disto, tive que pagar mais 70 soles pra ter outro. Aí, descobri que não precisava ter comprado o boleto pra 7 dias e pagar todo aquele valor, bastava ter comprado o de 2 dias, que pagaria somente 70 soles. Cusco é linda. Toda charmosinha, com seus encantos que não dá pra explicar, mas cidade bem carinha. Fui seguida por dois caras à noite, por volta de umas 19:00. Minha visão periférica me permitiu ver os dois engraçadinhos e desviei o meu caminho. Saí ilesa dessa. Dicas: Mama África é um bar bem legal, mas quando fui estava vazio. Há um pub na Plaza de Armas, que se chama Norton, muito legal. E na quadra oposta, há um lugar que se chama Mittologgy, que ensina a dançar salsa. Bacana também. Se é bom de garfo e curioso que nem eu, leve grana extra, porque a culinária de lá é ótima. Se quiser ir no Mercado Municipal, vá, mas tape os olhos pra muita coisa. Aquele lugar é muito louco! Foi lá que comi Ceviche, que experimentei suco de milho roxo e que comi pasta de ají. Minha irmã queria morrer comigo, não conseguiu comer nada. Pechinche o tempo todo, pra tudo! É muito comum se conseguir descontos. Aprenda a dizer “não”. Algumas pessoas naquele lugar tem problemas com essa palavra, porque por mais que você diga, eles te olham com cara de cachorro que caiu da mudança e dizem “quanto me oferece, amiga?” Machu Picchu: Fiquei 4 dias em Cusco tentando subir a MP, mas infelizmente não foi desta vez. Tudo estava horrivelmente caro demais. O que se pagava anteriormente 40 dólares para ir até Águas Calientes, as agências estavam cobrando 260 dólares. Não havia mais passagens de trens para datas próximas e por conta disto, as agencias inflacionaram tudo, porque sabiam da euforia dos turistas para chegar à cidadela. Esse caminho era feito de bus até Ollantaytambo e de lá, se pegava o trem para AC. O outro caminho, que poderia ser feito no dia seguinte se quiséssemos, era por Santa Tereza. A agencia nos informou que deveríamos caminhar por cerca de 2 horas, até a hidrelétrica e de lápegar um trem para AC. Isso nos custaria 195 dólares. Sinceramente, não estava disposta a gastar toda essa grana. Ainda pensando no que fazer enquanto curtia Cusco, houve um deslizamento de terra que interrompeu temporariamente a ferrovia que ligava a hidrelétrica até AC. Com isso, o que caminharíamos 2 horas, levaríamos 6 para chegar em AC, se quiséssemos partir no dia seguinte e mesmo assim pagaríamos 195 dólares. Chegaríamos a AC, dormiríamos uma noite, no dia seguinte visitaríamos MP e em seguida voltaríamos. Não era o que eu programava. Então, desisti. Tudo muito caro, deslizamentos de terra, tudo ficando perigoso demais. Pagar toda essa grana e correr o risco de falta no resto da minha viagem era muito arriscado. Além do mais, a prefeitura estava distribuindo panfletos informando que só poderiam ingressar em MP quem tivesse com a passagem de trem de volta comprada. Era muito arriscado chegar lá, não conseguir passagem pra voltar e ficar a ver navios. Sem chance. MP ficou pra próxima. Mas a viagem pelo Peru, valeu do mesmo jeito. Tem muita coisa pra conhecer em volta de Cusco, nossa! Copacabana de volta: Conseguimos fazer o passeio da Isla del Sol somente na volta. Não dormimos lá, até porque, não gostei tanto assim do lugar. Pagamos 15 bol na lancha que nos levou até a Islã. O trajeto leva 1 hora e meia e a tonta aqui resolveu tomar dramin achando que ia passar mal. E passei, mas de sono! Nossa! Tava bêbada de sono. O passeio na ilha não durou mais do que 1 hora. Voltamos pra Copacabana e já desconfiada, descobri que aquele lugar tem dois tipos de cardápios. Era semana santa, então, obviamente estava tudo mais caro. Hospedagem, alimentação. Juro, eles tem dois cardápios, porque eu mesma vi. Um pra baixa temporada e outro pra alta. Compramos as passagens pra La Paz (35 bol) e no dia seguinte vazamos. La Paz: Quanta sorte a minha. Na Páscoa era dia de eleição também em La Paz. Nada estava funcionando, nem o terminal de buses. Não havia pessoas circulando nas ruas o que me surpreendeu, porque aquele lugar é um inferno! Então, tivemos que esperar o dia passar. Teoricamente era pra sair de La Paz na terça com destino à Oruro, pois me informaram que a estrada para Uyuni de bus estava terrível. Em Oruro pegaríamos um trem com destino à Uyuni. Trem Wara Wara às quartas e domingos, às 19:00 e Expresso del Sur terças e sextas às 15:30. Minha irmã surtou e quis a todo custo sair de La Paz no dia seguinte. Sendo assim, não tínhamos escolha a não ser ir de bus pra Uyuni. Pegamos o bus no terminal às 19:00, por 100 bol. 12 horas de viagem, chegamos em Uyuni exatamente às 7:00 da manhã. Bus pra Uyuni, todos os dias às 19:00. Recomendo a empresa Panasur. Uyuni: Agora vem a parte engraçada!!!!!! Não me arrependi de pegar o bus pra Uyuni. Dormi a viagem toda, o bus era bem confortável, com banheiro, cobertor e calefação. Era bus cama. A parte ruim foi que minha irmã me acordou umas 50 vezes pra dizer que o motorista estava perdido. E gente, não é pra ficar surpreso, ele estava mesmo. Parou umas duas vezes na estrada, no meio do nada, porque deu de cara com uma lagoa, pegou um mapa, acendeu uma lanterna e ficou meia hora parado analisando pra que lado ia. Foi engraçado. Mas deu certo. Estava muito frio em Uyuni. A única agência que achamos aberta pra contratar o passeio para o Salar era uma tal de Crystal, que dois brasileiros indicaram. Não achei caro, pagamos 550 bolivianos, com hospedagem, alimentação e 1 noite no hotel de sal. No jipe, havia mais um casal de brasileiros, uma alemã e um suíço, além de eu e minha irmã. Tudo certo, embarcamos e vambora! Nem preciso dizer que o Salar é fantástico. Aquele lugar não existe, cheguei à conclusão de que estava em um sonho. Adorei. A Isla del Pescado é linda, foi lá que almoçamos, daquele jeito maluco da Bolívia. Pollo com papa frita. Nossa, adoro batata frita, mas juro que enjoei de tanto que comi. Se paga 15 bolivianos pra subir naquele lugar. Dormimos no Hotel de Sal. Serviram um chá da tarde pra nós, fomos muito bem tratados, jantamos (a comida estava muito boa e nem era frango), a noite foi perfeita. O hotel só tem luz durante 2 horas, portanto, o resto da noite ficamos à luz de velas. O guia passou na mesa por vota das 22:30 e disse que acordaríamos cedo no dia seguinte, café da manhã às 7:30 e sairíamos ás 8:00. Ok. Combinado. No dia seguinte, todos esperando o guia do lado de fora do hotel, com as mochilas prontas e cadê o cara. Deu uma dor de barriga tamanha na minha irmã e ela saiu em disparada atrás de um banheiro. Fui à procura dela pra saber se estava tudo bem, quando de repente ouço um ronco vindo de dentro de um dos banheiros. Assustada achando que poderia ser minha irmã, comecei a bater na porta, mas ninguém respondia. As portas são feitas de cactos no hotel, então tem vários buraquinhos. Tentei olhar por um deles, e consegui ver uma pessoa sentada no trono, com as calças arriadas, dormindo. O cara tava roncando. Liguei uma coisa na outra: o guia sumido, um cara roncando no banheiro. BINGO! Era o guia. Isso já passava das 8:00 da manhã. Por sorte, a janela do banheiro estava aberta, então, colocamos a filha da dona do hotel pela janela pra abrir a porta do banheiro por dentro. Ela abriu e o cara estava quase em coma alcoólico. Tinha feito xixi nas calças, estava todo vomitado e nessas alturas do campeonato, caído no chão do banheiro. Vocês não imaginam a cena. O cara bebeu 3 garrafas de licor de menta na noite anterior. O pior era: como sairíamos dali? Decidimos então, por unanimidade, que deixaríamos o guia no hotel, um cara do hotel nos levaria pelo resto do passeio e pagaríamos à ele 80 bol. Mas o carro não pegava. A bateria tinha arriado. O brasileiro que estava com a gente (Adilson) foi à procura de ajuda. Encontramos mais dois jipes e pedimos que fizessem uma “chupeta” no nosso jipe pra poder fazer pegar. Os guias ficaram meio assim, não quiseram ajudar, acho que não quiseram se responsabilizar. Havia dois brasileiros no outro jipe, que ficaram só rindo da nossa cara. Foram embora sem sequer pensar em ajudar. Nós ali, perdidos no meio do nada, sem saber o que fazer. E o guia dormindo, completamente bêbado. O guia acordou. Ainda bêbado, começou a discutir com todo mundo, xingando todo mundo. Não tínhamos escolha: ou voltávamos pra Uyuni ou seguíamos viagem, e no dia seguinte, tinha um bus nos esperando na fronteira com Chile. Minha irmã tentava acalmar o guia, que imotivadamente estava bravo. Ela falava com ele em italiano e o cara entendia tudo, enquanto bêbado. Depois que ficou sóbrio não entendia nada. O Adilson sumiu. O esposo da dona do hotel encontrou sabe Deus onde, uma bateria. Já passava das 11:00 da manhã e nenhum telefone funcionava lá. O único posto telefônico estava fechado e nem celular pegava ali. Imagina o pânico. Minha irmã chorava e eu ria. Depois que conseguimos fazer o carro pegar, fomos atrás do Adilson. Ficamos uns 40 minutos procurando o cara, e a gente não conseguia achar num vilarejo pequenininho no meio do nada. Quando ele apareceu, conseguimos convencer o guia de que o Adilson guiaria o jipe e ele ia ao lado mostrando o caminho. Fizemos ele tomar banho antes de entrar no carro. Mas mesmo assim, o cheiro era insuportável. Ele disse que só tomaria banho novamente quando chegasse em Uyuni!!! Enfim, seguimos viagem. Com o guia dormindo no banco da frente, tava tão mal que batia na própria cabeça, falava sozinho, acho que tava com alucinações. Paramos várias vezes no meio do caminho (e areia pra um lado e areia pro outro) porque o cara tava vomitando até as tripas. Minha farmacinha foi toda pra cuidar do guia. Até achei que ele fosse ter um piripaque. Quando paramos na Laguna dos Flamingos pra almoçar, mandamos ele dormir e minha irmã e eu que preparamos o almoço. Quando enfim chegamos na Laguna Colorada, ele já estava melhor. Pagamos 30 bolivianos pra entrar no parque. Mas o lugar que dormimos parecia mais um campo de refugiados do que um abrigo! E aí sim, me deu uma imensa diarréia. Pegamos ali, 8 graus negativos, a 4.900 mts de altitude. O lugar não tinha água encanada, e pra fazer xixi, tinha que jogar água com um baldinho dentro do vaso. E eu morria de rir de tudo. De madrugada, passei mal. No banheiro dei de cara com um escorpião. Dei um pulo, peguei um rodo que tinha ali e sai batendo em tudo. Não sei se matei o bicho, mas que ele sumiu dali ele sumiu. Acordamos às 4:00 da manhã para ver os geisers. Muito bonito.aliás, tudo que vi ali foi muito bonito. Paramos para tomar café da manha nas águas termais, não tive coragem de tirar a roupa, tava muito frio. E às 9:30 estávamos na fronteira com o Chile. Ah, foi o guia que nos acordou, ele já estava bem melhor e sóbreo. Ah, se quiserem saber, o cara se chama Ronaldo, é baixinho e gordinho (como quase todo boliviano!) e não recomendo agência. Talvez não seja culpa dela, mas não recomendo. Mas tudo que vivi ali, mesmo a aventura e o medo de ficar no meio do nada, valeu à pena. Tudo muito belo. Na fronteira com o Chile, o guia mandou a gente jogar fora as folhas de coca, frutas e tudo mais que pudessem encrencar. Quando passamos pela imigração, pediram pra abrir minha mochila. Eu havia comprado pasta de ají no Perú, e não conseguia explicar isso pro cara. Me fez abrir a mochila, depois que mostrei, me liberou. San Pedro de Atacama: Em San Pedro ficamos no Hostal Florida. Pagamos 10.000 pesos, com banheiro privado. Os chilenos são ótimos com os brasileiros. Adoram brasileiros. E en quase todos os lugares que passamos no Chile, eles se surpreenderam dizendo que éramos as primeiras brasileiras a voltar pra lá depois do terremoto. Conhecemos o Valle de La Luna e Valle de La Muerte, passeio à 5.000 pesos. No dia seguinte, alugamos uma bicicleta, na Hs, na Calle Caracoles. Pagamos 6000 pesos, nos abastecemos de muita água e saímos pedalando pelo Atacama afora. Não é fácil andar de bicicleta naquele lugar, não que você se perca, porque a agencia te dá um mapa e te explica tudinho, mas pedalar na areia, no lugar mais árido do mundo não é pra qualquer um. As bikes foram alugadas apenas por meio dia, o que saiu muito mais barato do que fazer passeios por agência. E então, nos mandamos de San Pedro, pegamos um bus de lá com destino à Antofagasta. Tur Bus por 12.000 pesos. São duas horas de viagem apenas e eles servem lanchinho à bordo. Bus sai de hora em hora pra Antofagasta e tem também pra Santiago, mas não aconselho. A viagem é muito longa. Antofagasta: Ficamos no Hotel Marina. Gente, não me lembro de quem peguei essa indicação aqui no mochileiros, mas achei o lugar super caro. O hotel é lindo, tem uma vista fantástica de frente pro Pacífico, mas caro demais. 35.000 pesos, pra duas pessoas. Encontramos mais dois brasileiros hospedados lá, que estavam com destino à Santiago, de carro, que nos disseram que os outros hotéis que eles olharam estavam bem ruins. Não recomendo este hotel, pelo preço, não pela qualidade nem nada. Achei carinho, poderia ter economizado nessa. Mas como ficaríamos apenas 1 dia, ficamos ali. Em Antofagasta existe um lugar que se chama La Portada, que fica um pouco afastada da cidade. Não tem como ir de bus, e se for, ele te deixa na porta do cemitério e lá não tem táxi pra pegar e chegar até o lugar. Ou seja, tem que ir com uma agencia de turismo. Além desse monumento muito bonito, tem também algumas praias, todas artificiais, mas bonitas. Tem também o Hito del Capricórnio, à 22 km da cidade, além de muitas outras atrações. Antofagasta é a cidade litorânea de maior importância do norte do Chile. Perto da cidade, tem muitos atrativos turísticos, como o Observatório Cerro Paranal, a 130 km da cidade. Possui os telescópios mais avançados tecnologicamente do mundo. Há também museus, prédios da cultura, a cidade tem uma infra-estrutura bem legal. É limpinha e organizada, mas o cambio lá não é bom. Aliás, no Chile pegamos cambio com somente em San Pedro. Compramos passagens pra Santiago saindo de Antofagasta às 15:45. São 18 horas de viagem até lá, e pagamos 27.900 pesos a passagem, pela Tur Bus, cama, com jantar e café da manhã servidos no bus. Nada demais, mas o bus não pára, portanto, eles servem a comida à bordo. Dormi a viagem todinha. Pra variar. O ônibus era tão confortável que não tinha como não dormir. Travesseiro e cobertor, uma reta só, não teve jeito. Cai na soneca. Santiago: Em Santiago ficamos no Hostal Bellavista, no bairro BellaVista. O lugar é uma tetéia, tem 3 cozinhas bem equipadas, lavanderia, sala de jogos, sala de música, além de ter um clima indescritível. Não sei se os brasileiros estavam escassos no País por conta do terremoto, mas encontrei neste hostal muito francês e americano. As únicas brasileiras éramos nós duas, além dos outros dois brasileiros que encontramos em Antofagasta que acabaram ficando lá. Pagamos 20.000 pesos, sem banheiro privado. Mas não tivemos nenhum tipo de problema, o lugar era muito limpo. Ficamos em Santiago 4 dias, e sinceramente, não senti nenhum tipo de terremoto, sismo, nem nada. Assim me descreveu a Simone, da recepção do hostel: “é como se fosse um caminhão pesado passando na rua, as vidraças das janelas balança, então você não vê diferença, acha que estão balançando por causa do caminhão”. Ela me disse que todo dia tem sismos, mas sinceramente, nada senti. Nem a tal vidraça balançando eu vi. Fizemos um City Tour. O bilhete você compra em qualquer agência, pagamos 18.000 pesos (achei bem caro) e ele passa por 11 pontos turísticos de Santiago. O bom é que você pode descer e ficar o tempo que quiser em cada lugar, e pegar o próximo bus, que passa de 20 em 20 minutos, então, vale a pena, porque assim você conhece a cidade toda. E se quiser voltar depois, recomendo ir de metro. Foi assim que fizemos. Vi a troca de guarda. Ocorre de 2 em 2 dias, e começa às 10 da manhã. Mas é bom chegar uns 15 minutos antes. A maioria dos museus estavam aberto. Os que tiveram prejuízos maiores ainda estavam com algumas faixas de segurança. Os Cerros também estavam abertos, com exceção do Castelo em Santa Lúcia. Os parques estavam funcionando normalmente, a cidade estava inteira, com alguns resquícios ainda do terremoto, mas nada atrapalhou nosso passeio. Estávamos no bairro Bellavista, o bairro bohemio e cultural de Santiago. Então eu estava em casa! Os bares são muito legais nesse bairro, vale a pena conhecer principalmente a noite. Ficamos um pouco receosas de sair sozinhas, porque um carinha que estava hospedado em nosso hostal foi assaltado na esquina, bateram nele e levaram tudo. Mas cuidado nunca é demais. Ah! Não se pode beber nas ruas no Chile, assim como costumamos fazer aqui no Brasil. Sair com uma cerveja na mão lá é pedir pra ser preso. Fizemos um passeio pra Vinícola Concha Y Toro, que recomendo. Pagamos 26.000 pesos, mas vai aí uma dica: se você for comprar em agencia, eles te cobram 2.000 pesos a mais. O passeio eu contratei na Plaza de Armas, em frente a catedral, com um rapaz que fica em cima de um carrinho de pé, escrito “ASK”. É mais barato, eles te buscam no hotel e você paga direto pro guia, não pro cara na rua. Vale a pena, porque a Vinícola é linda, além de ter degustação. O Guia na Vinícola estava explicando que eles costumam atender 800 pessoas por dia no verão, sendo que 600 são brasileiros. No inverno, eles atendem 400 e 399 são brasileiros. Ele disse que foi assim que ele aprendeu a falar português. No dia que visitamos a vinícola, a parte do Casillero del Diablo tinha acabado de abrir. Estava fechada por conta do terremoto e abriu aquele dia, tivemos sorte. E a lenda desse vinho é fantástica. No último dia fomos à Valparaiso. Compramos a passagem no terminal (fomos até o terminal de metro) pagamos 6.000 pesos. Esse valor é ida e volta. Se for por agencia, sai a 32.000 pesos por pessoa. Em Valpo quase morri de frio. Em Santiago estava calorzinho e a tonta aqui saiu sem blusa de casa. Roupa lá é muito barato, calça jeans então, nem se fala. Visitamos a casa do Pablo Neruda em Valpo, 3.000 pesos a entrada. Gostei mais da de Santiago. Infelizmente não visitei Isla Negra, mas fica pra próxima. As regatas do bicentenário haviam ancorado aquela tarde em Vapo, então, pudemos conhecer alguns dos veleiros que estavam passando pelo Chile, inclusive o Brasil 1. O capitão nos levou pra conhecer o veleiro por dentro, privilégio de poucos, porque os visitantes poderiam apenas ver o veleiro por fora. Foi ótimo, porque ele nos contou como foi que ganhou a primeira etapa da regata, conhecemos todo o veleiro, inclusive toda a tripulação, e ele disse que aquilo era privilegio de poucos, que mesmo se o barco tivesse ancorado no Brasil, não poderia abrir pra todo mundo entrar, porque ia virar bagunça. EU CONHECI!!! Quando voltamos à Santiago, eu havia feito reserva em um restaurante que um amigo me indicou, que se chama Bali-Hai, pra comemorar o aniversário de minha irmã. É um restaurante polinésico, com danças típicas do Chile e da Ilha de Páscoa, a Rapa Nui. Vale a pena, viu. Não é caro, e além do baquete que te servem, você tem direito a uma garrafa de vinho, além de refrigerante ou suco, pisco souer, sobremesa e o show. Passei vergonha, porque minha irmã me fez dançar com o cara. É uma dança extremamente sensual e muito, mas muito linda. As reservas devem ser feitas com antecedência pelo site: http://www.balihai.cl No dia seguinte, pegamos o vôo de volta pro Brasil, às 8:00 da manhã. Sei que a viagem acabou, mas vou contar mais uma aventura, que não podia deixar de acontecer: chegando em São Paulo, minha irmã avoada deixou a chave de casa com a moça da limpeza, que não apareceu naquele dia pra devolver a chave. Ou seja, estávamos pra fora! De mochila e tudo, sem bateria no celular, sem lembrar o número do telefone da casa da mulher. Por sorte, um amigo dela nos ajudou. Chegamos em Sampa às 15:00 e só entramos em casa às 21:00. Tinha que acontecer comigo, né? Enfim, a viagem foi fantástica e acredito que só foi realmente boa por causa de todos os percalços que passei. Se não tivesse sido assim, não teria sido tão boa!! Amei tudo que vi, tudo que vivi, que comi, as pessoas que conheci, os momentos mágicos, os que não foram tão mágicos assim (contando com o guia bêbado), os maravilhosos e incansáveis pores do sol, as luas (sou apaixonada por ela), as estrelas, enfim, tudo. Tudo valeu à pena! E descobri que nossa felicidade e tudo aquilo que dá sentido à nossa vida, está a uma volta de distancia de nossos olhos. Basta olhar direito... Citar
Membros de Honra LiCo Postado Maio 3, 2010 Membros de Honra Postado Maio 3, 2010 Para chegar em Copacabana, precisa atravessar o lago Titicaca de barquinho. Aquilo era menor que um barco de brinquedo, eu juro, e balançava tanto que eu achei que fosse virar. Nussa, fiz essa travessia a noite e estava ventando MUITO! Achei que o barquinho ia virar também, e todo mundo também deve ter achado, porque não se ouvia um pio! Foi lá que comi Ceviche, que experimentei suco de milho roxo e que comi pasta de ají. Também comi o ceviche do mercado, mas nem se comparra com o de Lima! O cara tava roncando. Liguei uma coisa na outra: o guia sumido, um cara roncando no banheiro. BINGO! Era o guia. Isso já passava das 8:00 da manhã ... O cara bebeu 3 garrafas de licor de menta na noite anterior. O pior era: como sairíamos dali? ... O guia acordou. Ainda bêbado, começou a discutir com todo mundo, xingando todo mundo. Isso é um alerta importante sobre os guias do Salar. A maioria deles enche a cara mesmo, mas eu nunca tinha conhecido alguém que teve um problema tão sério quanto esse da Daliana. É realmente lamentável. No banheiro dei de cara com um escorpião. Dei um pulo, peguei um rodo que tinha ali e sai batendo em tudo. Não sei se matei o bicho, mas que ele sumiu dali ele sumiu. Fiquei sabendo que ele morreu ... DE SUSTO! Parabéns pelo relato, ficou ótemo! Intééé Citar
Membros Gabi Mattiello Postado Maio 3, 2010 Autor Membros Postado Maio 3, 2010 Aaahh Lico, eu nunca tinha visto um escorpião de pertinho!! Não sei se eu tava delirando por causa da diarréia, mas que ele tava ali, ele tava!!! Citar
Colaboradores Thalita Figueiredo Postado Maio 3, 2010 Colaboradores Postado Maio 3, 2010 Olá Daliana!! Menina que trip hein?! Qtas aventuras vividas! Ainda bem, que mesmo com os perrengues a diversão foi garantida! Vc estava com sua irmã, que bom poder compartilhar isso com alguém tão amado! Eu pretendo fazer uma trip semelhante, mas só, embora seja possível me encaixar nos grupos que são cogitados aqui no Fórum... Fiquei a pensar, e se fosse eu?! Sozinha no meio do nada, em outro país... Óh my God! Não sei mesmoooo, aí seria o teste dos nervos, saberia se era mesmo dona do meu nariz e tentaria contornar as coisas ou me desesperar de vez Bjs e parabéns pelo Relato!! Citar
Membros Gabi Mattiello Postado Maio 4, 2010 Autor Membros Postado Maio 4, 2010 Então Thalita, nem me fala. Foi super bacana e espero que a próxima seja tão boa quanto essa. Levei sim minha irmã, que torceu o nariz pra muita coisa. Eu já tinha idéia do que ia passar, mas ela tava fantasiando muita coisa, então se assustou com algumas coisas que viu, se surpreendeu com outras... mas enfim, ela tbém gostou. E se eu tivesse ido sozinha, teria aproveitado tanto quanto, tenho certeza. Sou muito tagarela! Rsrsrsrs Mas se vc fosse sozinha, tenho certeza de que ia se virar. A gente aprende a nadar quando a água bate no bumdum! Beijocas pra vc! Citar
Membros Gabi Mattiello Postado Maio 6, 2010 Autor Membros Postado Maio 6, 2010 Ufa! Terminei de atualizar a minha planilha de custos. Espero que possa ajudar alguém! Beijocas! Roteiro Daliana - América do Sul.xls Citar
Membros thiagohoyos Postado Maio 25, 2010 Membros Postado Maio 25, 2010 Valeu Daliana!!! Show seu relato.. e agradeco pela planilha de custo, ajuda muito na hora de fazer nossos calculos... Citar
Membros MichelRezende Postado Maio 26, 2010 Membros Postado Maio 26, 2010 Poxa Daliana, muito bom o relato, ri muito! Achei tenso demais essa coisa do motorista no Salar hein! o salar será um dos principais destinos pra mim, fico hipnotizado sempre que vejo aquelas paisagens meio "Lunares", partirei em julho!!! quero muito também deixar um relato aqui! \o/ Abraço!!! Citar
Membros Gabi Mattiello Postado Maio 26, 2010 Autor Membros Postado Maio 26, 2010 Valeu Daliana!!! Show seu relato.. e agradeco pela planilha de custo, ajuda muito na hora de fazer nossos calculos... De nada! Se precisar de ajuda com alguma informação, estou à disposição! Abraços! E Michel, realmente é coisa pra rir. Mas valeu à pena. O Salar realmente é muito lindo, o deserto todo da Bolívia, do Chile... ai ai ai!! Vai em Julho? Agasalhe-se muito bem!!! Fui em abril e peguei 8 graus negativos no Salar. Imagine em julho!!! Abração! Citar
Membros marceloMM Postado Maio 26, 2010 Membros Postado Maio 26, 2010 Muito legal o relato Daliana. bastante divertido de ler. E eu morria de rir de tudo. [..] Dei um pulo, peguei um rodo que tinha ali e sai batendo em tudo. hahahahhaha Citar
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