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Ushuaia, El Calafate e El Chalten. Abril/2015. Fotos e alguns perrengues.


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Relato um tanto quanto atrasado, mas seguem informações preliminares da minha viagem pela Patagônia.

 

Passagem

Comprado o trecho SP - Ushuaia - El Calafate - SP, com escala em Buenos Aires tanto na ida quanto na volta. Valor de R$ 1.543,00.

Achei o site bem prático, pois todos os trechos foram comprados de uma vez só, procedimento que o submarinoviagens.com, por exemplo, não permite.

Parece que no site da Aerolineas também dá pra fazer isso, mas não testei na época.

Em relação à taxa de embarque de 28 pesos, pensei que teria que pagar em todos os trechos dentro da Argentina (Baires-Ushuaia, Ushuaia-El Calafate, El Calafate-Baires, Baires-São Paulo), mas só houve cobrança no trecho Ushuaia - El Calafate.

 

Seguro

Como comprei a passagem no cartão de crédito, a Visa disponibiliza um seguro saúde que, pelo que eu entendi, funciona da seguinte maneira:

- ocorrendo uma intercorrência não urgente, deve-se ligar para o nº 001-303-967-1098, que a Visa indica um hospital próximo onde deve ocorrer o tratamento.

- ocorrendo uma intercorrência urgente, vai direto para o hospital mais próximo, paga a conta, guarda todos os comprovantes que a Visa diz que reembolsa depois.

Na minha viagem foi tudo ok, mas de qualquer maneira é bom saber os procedimentos e levar consigo esse nº disponibilizado por essa bandeira.

 

Roteiro

04/04: translado SP - Buenos Aires - Ushuaia.

05/04 a 08/04 Ushuaia

09/04 translado Ushuaia - El Calafate

10/04 a 19/04 El Calafate (2 passeios - Big Ice e full day TDP) e El Chaltén (resto)

20/04 translado El Calafate - Buenos Aires - SP.

 

Viagem no mês de abril

O mês de abril, em relação a janeiro, tem as seguintes desvantagens: dias mais curtos, mais frio e a probabilidade de chover é maior.

No período que eu fui amanhecia por volta das 8:00 e anoitecia mais ou menos às 19:00. Há menos tempo para os passeios em relação à época de verão, mas, por outro lado, para quem gosta de fotografar durante o período das horas mágicas, esse época do ano é até mais amigável do que em janeiro.

Em relação ao frio nesta época, não tive muito problema, pois um fleece e anorak deram conta.

Quanto a chuva também não houve problema, pois só peguei uma leve chuva no dia que eu cheguei em Ushuaia e um dia em El Chalten, mas foram bem leves e não prejudicaram em nada.

A grande desvantagem que eu senti viajando nesta época é que determinados passeios são mais difíceis de viabilizar (Ushuaia e El Chalten), pela menor quantidade de turistas presentes.

Por outro lado, não é só desvantagem.

Em abril, os ventos patagônicos nesta época tendem a ser menos intensos. Em toda minha estadia peguei ventos fortes somente em El Calafate, no Big Ice.

Outra vantagem é que a vegetação começa a pegar os tons alaranjados e avermelhados, como as das fotos que tirei abaixo:

 

17036939803_4953efbb28_c.jpgChorrillo del Salto by erico hirano, no Flickr

 

 

20076487591_dd4a3c99e6_c.jpgEl Chalten by erico hirano, no Flickr

 

 

Dinheiro

Levei parte em dólares e parte em reais e troquei tudo em Ushuaia.

De SP a Ushuaia, deu pra viajar bem sem pesos argentinos.

Tive que usar um pouco de dólares no Aeroparque de Buenos Aires para comer alguma coisa, sendo que lá todos os estabelecimentos utilizam o câmbio oficial, na época um dólar para 8 ou 8,5 pesos.

Tive que usar também para pagar o táxi do aeroporto de Ushuaia até o Hostel, sendo que a cotação do taxista era de 10 pesos por dólar (corrida de 80 pesos rachada com uma canadense (paguei 4 dólares).

 

Hospedagem

 

Ushuaia - Antarctica Hostel (Antartida Argentina 270) 200 pesos a diária.

Melhor hostel que fiquei.

Limpo, com lockers para a mochila cargueira dentro do quarto, com serviço de lavanderia (80 pesos por um saco de roupas), com café da manhã simples, mas com a vantagem da geladeira e fogão ao lado das mesas, ou seja, pode deixar o que quiser na geladeira (queijos, iogurtes, etc) e fazer uma omelete, por exemplo.

Bem localizado, próximo à San Martin (umas 3 quadras), ao mercado La Anônima (2 quadras) e ao Hotel Antártida Argentina (também 2 quadras), onde muitos fazem o câmbio.

Também próximo a um lugar chamado El Noble (Calle Antártida Argentina 71), onde comprei umas empanadas muito boas (3 por 55 pesos). Na verdade é um delivery de empanadas e pizzas, então o pedido é feito na hora e as empanadas saem quentinhas.

Falando em comida, de todos os lugares que eu fui em Ushuaia, o que mais gostei foi o Banana´s Café (San Martin 273), que tem uma milanesa gigante e deliciosa.

 

Calafate Hostel (Gobernador Moyano 1226)

Hostel mais ou menos.

Bem localizado, a duas quadras da San Martin.

Na primeira vez que me hospedei, vindo de Ushuaia, peguei um quarto compartilhado com banheiro privativo, diária a 220 pesos (compartilhado sem banheiro a 170 pesos). Me deram um quarto bem próximo à recepção, não gostei muito, pois vinha um barulho do restaurante deste Hostel (Isabel) e um barulho de cima também, pois uma parte de cima é piso de madeira. O banheiro, apesar de privativo, era para 4 pessoas e a limpeza ficou um pouco a desejar em relação ao banheiro maior que fica no 2º andar, disponibilizado para todos.

Quarto sem locker, sem serviço para lavanderia.

Café da manhã simples, mas ok, feito nas mesas do restaurante. Não tem a facilidade do Antártica Hostel, por exemplo, de fazer um pão na chapa ou omelete no fogão ou pegar um suco na geladeira, pois tanto o fogão quanto a geladeira ficam longe, no segundo andar.

O que achei legal da parte deles é que para o Full Day para TDP é necessário acordar bem cedo, sendo que mesmo neste horário já disponibilizaram o café da manhã.

Já na segunda vez eu me hospedei, vindo de El Chalten, as diárias haviam abaixado e acabei pegando um quarto compartilhado sem banheiro privativo no andar de cima por 150 pesos a diária (200 o quarto com banheiro privativo). Apesar de ser menor, achei melhor que o quarto da primeira vez, pois o barulho não foi problema e o quarto tinha um locker pequeno, com espaço para guardar uma mochila pequena. Para usá-lo, é preciso pegar a chave na recepção e deixar 50 pesos de caução, devolvidos na entrega das chaves.

Na parte térrea, quase ao lado da recepção tem um depósito para deixar as cargueiras. Pode deixar lá sem custos ou, se quiser mais segurança, tem lockers grandes com cadeado dentro desse mesmo depósito. Neste último caso, tem que pegar as chaves na recepção, deixar 50 pesos e na devolução das chaves eles devolvem 30 pesos.

 

El Chalten – Hostel Los Viajeros. Localizado na Calle Lago del Desierto 256.

Bem fácil de encontrar: passando pela placa de boas-vindas logo na entrada da cidade, segue reto 4 quarteirões que vai dar de cara com o hostel.

Hostel mais simples que fiquei, administrado por uma família de bolivianos que mora nos fundos. Sem pessoa fixa na recepção, para chamá-los tem uma campainha bem na entrada.

Não disponibiliza café da manhã, mas não achei ruim, pois tem uma cozinha boa para preparar o café, com mesas, fogão e geladeira.

Com serviço de lavanderia, sem lockers nos quartos.

Bem localizado, ao lado direito do hostel tem a melhor padaria que encontrei, chamada Panaderia Lo de Haideé, tem boas empanadas, pães e para quem quer levar comida nas trilhas eles fazem um box lanche. O que eu mais gostei foi o mixto quente deles prensado, muito grande e muito gostoso.

Quase em frente ao hostel fica o restaurante muito comentado aqui no mochileiros, o Ahonikenk, que dispensa comentários.

Diária na época por 130 pesos.

 

Algumas observações de algumas coisas que eu levei na mochila:

1) Mochila de ataque: levei uma Kailash 55 litros que já tinha e comprei na decathlon uma mochila de 30 litros chamada Forclaz 30 Air da Quéchua. Um pouco cara (R$ 200,00), mas robusta e útil. Na minha opinião, para quem não vai acampar, fazer o W por exemplo, a mochila de ataque é até mais importante que uma cargueira, pois é a pequena que vai nas costas a maior parte do tempo. Para os passeios entrava tudo na mochila e ainda sobrava espaço.

2) Meias: Nesta viagem me programei para fazer vários trekkings, e como minha experiência de fazer trilhas é pequena, uma das preocupações eram as bolhas nos pés. Li em algum lugar, acho que aqui no mochileiros mesmo, a recomendação de usar duas meias para mitigar o atrito, a primeira mais fina e a segunda normal. Segui essas dicas (levei algumas meias sociais mesmo, que eu já tinha) e correu tudo bem, sem bolhas.

3) Óculos de sol: usei para o Big Ice em Perito Moreno. Apesar de usar somente um dia, achei que vale muito a pena. Vale um pouco pela proteção contra o reflexo do sol no gelo, mas principalmente pela proteção dos olhos contra a combinação de vento patagônico e neve. A neve fina caindo lentamente na vertical é legal e tranquilo, mas os flocos a 45º impulsionados pelos ventos é bem complicado, incomoda.

3) Protetor labial: levei o bepantol derma - regenerador labial e achei excelente.

4) Apito: levei, ainda bem que não usei. Não pesa nada e pode ser útil.

5) Bastão retrátil: nunca tinha usado, comprei um na decathlon especialmente para essa viagem e achei que não valeu a pena. Sei que é um item importante para a maioria das pessoas, mas não me adaptei. Usei a primeira vez na viagem somente em El Chalten na Loma Del Plingue em parte da ida somente e quase ganho uma bolha na parte interna do dedão da mão. Fiz o final da trilha da Loma e a volta sem o bastão e me senti confortável. Ficou encostado o resto da viagem. Não levaria novamente.

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Oi DSS, suas fotos é que são incríveis.

Não comentei quando você publicou o seu relato, mas ele foi muito importante para o planejamento da minha viagem, está bem completo, muito obrigado.

 

Em relação ao equipamento fotográfico, levei minha Fuji X-T1, lentes 10-24mm e 56mm, tripé e um filtro de densidade neutra para a 10-24mm.

Aproveitando que estou falando de fotografia, seguem algumas informações para aqueles que gostam desse assunto:

 

- Lentes: a 10-24mm eu comprei para a viagem e foi usada em cerca de 90% das fotos. Gosto muito da 56mm basicamente para tirar retratos, mas mesmo sabendo que teria pouco uso levei ela mais por falta de opção mesmo, pois não tenho uma teleobjetiva.

Para quem não quer levar duas lentes e tiver uma 18-105mm ou 18-135mm, acho que caem muito bem.

 

- Tripé: comprei para a viagem o meu primeiro tripé, da marca Mefoto. Não é lá grandes coisas, mas para mim foi ok. É mais limitado em relação ao que eu estava a princípio de olho (Manfrotto cxpro3), mas achei melhor pelo fato de ser menor, mais portátil (levava dentro da mochila de ataque).

Estava com receio de levar um tripé, na dúvida se não seria um peso morto por conta dos ventos patagônicos, mas foi bem tranqüilo, não ventou praticamente nada e deu pra usar normalmente, em cerca de 20% das fotos (chorrillo del salto, nascer/por do sol em alguns lugares, etc).

 

- A trajetória do sol é totalmente diferente da que estamos acostumados. Pelo fato de estar no extremo sul, não existe sol a pino na Patagônia. Ele nasce, vai subindo até mais ou menos uns 45 graus e desce.

 

- Uma das fotos que gostaria de ter tirado era um por-do-sol atrás do Fitz Roy, com o céu avermelhado. Olhei por fotos na internet que o céu fica avermelhado atrás do Fitz em alguma época do ano, mas na prática vi que não rola no mês de abril. Encontrei com um grupo de fotógrafos que estavam fazendo uma espécie de workshop e eles comentaram que nesta época o melhor lugar para fotografar o por-do-sol é num mirante que fica há uns 3 a 4 km antes de chegar na cidade, mas não me animei a ir até lá.

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  • 2 semanas depois...
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Minha idéia inicial em Ushuaia era fazer nos 4 dias e meio: um dia para o Parque Nacional Terra do Fogo, outro para Laguna Esmeralda, meio dia para o Glaciar Martial e dois dias para alguns outros trekkings que eu tinha lido (Glaciar Vicinguerra, Cerro del Médio, Ojos del Albino, etc).

Chegando na cidade, no entanto, perguntei para várias pessoas e todas desconheciam alguma agência ou algum guia que viabilizasse esses trekkings.

Me indicaram dar uma passada no Club Andino na Calle Fadul, mas estava fechado.

Mesmo o passeio comum da Laguna Esmeralda a atendente do hostel falou que as vans saem de hora em hora a partir das 9:00, mas só na alta temporada. Na baixa, só com um número mínimo de passageiros.

No dia 05 fui logo cedo ao terminal de vans que fica na altura da Maipu com a Fadul para ver se teria saída para a Laguna Esmeralda, mas informaram que às 9:00 não sairia nenhuma van, talvez às 10:00 se aparecesse mais alguém para ir até lá.

Como vi que não faria todos os trekkings que eu havia planejado, tive que dar uma readaptada no roteiro e inclui o Canal de Beagle entre os passeios.

Fechei com o quiosque da 3 Marias, que leva para a Ilha H (650p mais 15 da taxa de embarque). Trata-se de um barco bem pequeno que leva até 10 pessoas e pelo que vi é mais ligeiro que os barcos maiores.

Passou pelos pontos que todos passam (ilha dos pássaros, lobos e o farol) e depois de dar a volta neles, o guia mandou todo mundo entrar para dentro que o comandante ia navegar mais rápido e não daria para ficar lá fora que ia voar muita água.

Ainda bem que havia tomado o café da manhã mais cedo e a digestão já tinha sido feita, pois o barquinho realmente é rápido e no sobe/desce, balança de um lado e pro outro, cheguei a ficar um pouco enjoado, assim como uma das passageiras ao meu lado.

A Ilha H achei ok, mas nada demais, não vi nenhum animal, não tinha quase neve e a vegetação local também era comum. Apesar disso, o pessoal que foi no passeio era gente boa e a pequena caminhada foi agradável. Depois dessa caminhada, dentro do barco, serviram chá/café quentes e mini-galetitas.

 

À tarde fui ao glaciar martial (95 pesos o taxi). Bem legal, um dia antes de chegar na cidade havia nevado e o glaciar estava todo branco. Para subir havia duas trilhas, uma bem embaixo do lift, mais estreita e arborizada e outra mais aberta.

Subi apenas até a parte do lift, mas depois de todos os passeios que fiz em Ushuaia vi que deveria ter subido até o final (deveria ter andado mais rápido neste dia ou mesmo ter reservado um dia inteiro para o glaciar).

Conversando com duas pessoas, uma em Calafate e outra em Chalten, ambos falaram que o glaciar foi o passeio mais interessante em Ushuaia, muito em virtude da quantidade de neve que, segundo eles, havia lá no final do glaciar, era neve até o joelho em alguns lugares.

Já na volta havia pensado em entrar na loja de chás para chamar um táxi, mas vi que quase em frente à loja havia um taxista sozinho. Perguntei se estava disponível e disse que sim, que havia trazido um turista e estava esperando alguém para trazer de volta. Achei estranho que não havia taxímetro no veículo, achei que ia ficar muito mais caro que a ida, mas para minha surpresa me cobrou bem menos, 75 pesos. Disse que faz parte de uma cooperativa/remis e que todos os trechos são tabelados, mais baratos que os táxis normais.

À noite comi um bife de chorizo, batatas e um refrigerante (140+50+25) num restaurante chamado Moustacchio na San Martin. Comida boa, mas não voltei no lugar. Comi outro dia no Banana´s e achei a comida melhor e mais barata.

Fotos do dia:

 

20205980984_e370d2839d_c.jpgUshuaia by erico, no Flickr

 

19730595085_ef549ba947_c.jpgCanal de Beagle by erico, no Flickr

 

 

19618083945_2a480fe565_c.jpgCanal de Beagle by erico, no Flickr

 

20827102655_3aed086f62_c.jpgGlaciar Martial by erico, no Flickr

 

20819186332_2fa91bed1f_c.jpgGlaciar Martial by erico, no Flickr

 

 

Dias 06/07:

Outra readaptada no roteiro por conta dos trekkings não realizados foi a inclusão de um dia a mais para o Parque Nacional Terra do Fogo (entrada a 100p).

De manhã dei uma passada na Ushuaia Extremo (San Martin 1306) para alugar uma bike (diária a 250p) e num lugar chamado Wind Fly (Calle 25 de mayo, uma travessa da San Martin) para alugar um saco de dormir. Neste último lugar, para quem quer acampar também tem aluguel de barracas.

A última vez que havia andado de bike foi na estrada La Paz - Coroico há mais de 10 anos e na ocasião foi tranqüilo, pois era ladeira abaixo. Sabia que para o PNTF não seria tão fácil, mas para mim, que não tem o costume de pedalar, foi bem mais penoso do que eu pensava. Parei diversas vezes em algumas subidas para ir caminhando com a bicicleta e dei também uma parada na estação do trem para descansar, tomar um café (20p) e comer um mixto prensado (muito bom, 60p).

Pela visualização do mapa do parque, dá pra ver que em determinado ponto há uma trifurcação: para cima uma cachoeira, para baixo o correio do fim do mundo e indo reto o Lago Roca que era o local onde dormiria.

A idéia inicial era subir para conhecer a cachoeira e estrear o meu tripé, mas estava tão cansado que resolvi passar reto, em direção ao Lago Roca. A sorte é que a partir deste trecho, que eu me lembre, era predominantemente de descidas.

Antes de chegar ao Lago Roca, dei uma parada no Centro Alakush para tomar outro café e comprar umas empanadas para o lanche da tarde, pois achava que até o Lago seria outra boa pedalada. Para minha surpresa, nem deu tempo direito de pedalar e já dei de cara com o camping/refúgio/Confiteria Lago Roca. Achei curioso, pois o parque é imenso, sendo que me parece que só existem esses dois locais para comprar mantimentos e os dois ficam praticamente um ao lado do outro.

Cheguei mais ou menos às 14:00hs, (saí de Ushuaia às 11:00), deixei algumas coisas no refúgio, comprei mais água (dobro do preço dos mercados de Ushuaia) e fui fazer a trilha Senda Hito. Para fazer a trilha, parte-se da Confiteria, anda-se até o Lago Roca que fica a uns 200 metros e onde se dá para avistar uma placa com indicação desta trilha. Depois de andar cerca de 1 km tem uma bifurcação: para a direita a Senda Hito e para a esquerda a Senda Guanaco. Esta última, a administradora da Confiteria, uma peruana, comentou que estava fechada a partir de um certo ponto por conta da neve que havia caído dias antes. Segui então pela Senda Hito, mas não fui até o final, pois achei meio sem graça. Até o ponto onde eu fui ela foi sempre margeando a costa e a vegetação em si também pouco se alterava além do verde, diferentemente do verde/laranja/vermelho do glaciar martial.

Como ainda tinha algumas horas de sol, fui passear de bike para tirar algumas fotos da Laguna Negra, Castoreira e outros lugares.

Voltei pensando em jantar no Alakush, mas descobri que o local fecha às 17:00 horas.

Me restou a Confiteria Lago Roca, mas diferentemente do Alakush, achei a Confiteria meio largada, não tem janta e não achei muito confiável comer os salgados expostos, pelo visual dava para perceber que estavam um bom tempo por ali, provavelmente mais de um dia. Não tenho muito frescura para comida, mas nestas horas, longe do Brasil, prefiro não arriscar. Acabei comprando uma batata Lays grande.

Sobre o refúgio, a diária é 150, a energia e consequentemente o banho quente ficam disponíveis até às 19:00hs, tem um fogão para quem quiser cozinhar, várias beliches e um aquecedor a lenha. O banheiro é fora, afastado uns 50 a 100 metros do refúgio. Existe também o camping por 70p. No dia que fiquei por lá tinha mais dois americanos no refúgio e ninguém acampando. Tem também a pessoa do refúgio/confiteria que fica no apoio para qualquer eventualidade, um peruano de Ica gente boa chamado Riuberto.

No dia seguinte acordei cedo para tirar umas fotos do Lago Roca e voltei para o refúgio dormir de novo. Depois de acordar, comi novamente umas empanadas no Alakush, dei umas voltas de bike e fui também à Baia Lapataia.

Tirei umas fotos nas passarelas e depois fiz uma caminhada de uns 10 ou 15 minutos até um Mirador ao lado, de onde se tem uma outra vista da Baia.

Voltei ao Alakush para almoçar já à tarde e depois esperei a van me buscar.

Como penei para ir de bike, não estava disposto a voltar até Ushuaia também de bike. A princípio, tinha a intenção de ficar até às 17:00, mas me informaram que com a bike não seria possível, pois muitas pessoas estão voltando para Ushuaia neste horário e as vans estão mais lotadas. Com a bike dentro da van somente às 16:00. Isto na baixa temporada, pois em janeiro, segundo o motorista, nem pensar uma bike dentro da van. Estava disposto e achava até justo a cobrança de um adicional pela bicicleta que estava levando, mas me cobraram a tarifa normal, 100 pesos. Acabei dando uma gorjeta para o motorista.

Chegando em Ushuaia fui devolver a bike e também achei que iam me cobrar no mínimo uma diária e meia, pois peguei a bicicleta na parte da manhã do dia 06 e estava devolvendo já à tarde do dia 07. Neste caso, a atendente da Ushuaia Extrema também foi muito gente fina de me cobrar somente uma diária.

Jantei no Banana´s um bife muito bom. Acho que o nome era milanesa terminator (100p+29p do refri), veio uma milanesa muito grande, quase saindo do prato, bacon e dois ovos em cima (bem light).

Fotos da Terra do Fogo:

 

Laguna Negra

20640684778_fe11bbbb24_c.jpgLaguna Negra by erico, no Flickr

 

20640714928_fd133b0fb2_c.jpgParque Nacional Terra do Fogo by erico, no Flickr

 

Amanhecer no Lago Roca

19644276135_927d934ab3_c.jpgLago Roca by erico, no Flickr

 

Dentro do Parque, além do Lago Roca, tem também outras áreas para acampar, mas com um pouco de infraestrutura somente no Lago Roca mesmo.

20207613143_caf25a4814_c.jpgParque Nacional Terra do Fogo by erico, no Flickr

 

Bahia Lapataia, tirada das passarelas.

20616805848_9fdd597de9_c.jpgLapataia by erico, no Flickr

 

Bahia Lapataia, tirada do mirador. Forçando a vista, bem no fundo dá para ver as passarelas.

20586613418_5a3bed015e_c.jpgLapataia by erico, no Flickr

 

Dia 08. No dia 7 à noite havia combinado com uma argentina e mais outro casal de argentinos de ir à Laguna Esmeralda com um taxi a 600p (150 para cada). Logo de manhã, no entanto, não sei o que aconteceu, acabamos indo de van mesmo às 10:00 (200p ida/volta). Esta passou no Hostel e foi no terminal de vans (Maipu x Fadul) e pegou mais 4 pessoas, sendo duas destas pessoas um casal de brasileiros, até então os primeiros brasileiros que havia encontrado na viagem. Chegamos os oito lá pelas 10:30hs e o motorista falou que retornaria para buscar-nos às 15:00hs. A princípio achei que seria muito corrido, mas foi o tempo certo para ir/voltar (2hs cada trecho) e curtir a laguna. A trilha em si é bem tranqüila e bonita. Só era preciso escolher direito por onde pisar em alguns trechos por conta da lama. Acho que um calçado impermeável para esse sendero é indispensável. Um dos casais foi de tênis normal, fizeram a trilha, mas enfiaram legal o pé na lama. Na Ushuaia Extremo vi que tinha algumas galochas, não sei se alugam, mas acho que não precisa chegar a tanto. À noite, voltei de novo ao Banana´s e pedi de novo uma milanesa, desta vez com queijo, e uma guarnição de arroz. A milanesa veio ok, enorme, até demais, mas o arroz veio de menos, porção pequena, acho que umas três colheres rasas de sopa.

Fotos do dia:

 

19555656532_db083ec440_c.jpgSendero Laguna Esmeralda by erico, no Flickr

 

20205999924_ee65a73b1c_c.jpgSendero Laguna Colorada by erico, no Flickr

 

20802310586_4829cab938_c.jpgLaguna Colorada by erico, no Flickr

 

Dia 09 - dia de ir embora. Neste dia fui acordado por um colega de quarto arrumando as coisas; pensei que era umas 5/6hs e que ele estava ajeitando a mochila para ir p/ Punta Arenas / Puerto Natales (muitas pessoas, acho que a maioria, segue para essas cidades de madrugada para pegar o primeiro ônibus). Vi no relógio, no entanto, que era ainda por volta de 1:00h.... Voltei a dormir, acordei por volta de 4:hs e desci para ir ao banheiro, quando encontro o cara que me acordou à 1:00 do lado de fora do hostel pedindo para abrir a porta. Como a recepcionista do hostel estava na lavanderia eu mesmo abri a porta e vi que estava com toda a tralha para tirar fotografia (câmera, lentes e tripé).

Não estava nos planos tirar fotos noturnas em Ushuaia, mas vendo a disposição do colega, me animei para tentar tirar algumas noturnas também. Voltei a dormir e acordei lá pelas 5:30 para tirar fotos. Não ficou lá grandes coisas, para valeu pela experiência.

Depois de tirar as fotos, tinha ainda a manhã inteira e resolvi ir ao museu do presídio que fica quase ao lado do hostel. Para quem gosta de museu, talvez seja um programa interessante, mas para mim não foi nada demais. Acho que não deu nem meia hora de visita. Passeio dispensável.

No almoço fui a um restaurante chamado Keno´s Resto Bar (Gob. Moyano 46) para conhecer a merluza negra, peixe muito conhecido na região. De fato é um peixe gostoso, veio uma posta grossa, grelhada ou assada na parte da pele, carne bem branca e suave.

Foto:

 

20469548925_4e99d98dbd_c.jpgUshuaia by erico, no Flickr

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Oi Raizanagel.

Pelo meu planejamento, achei que gastaria, mais ou menos, cerca de 19.000 pesos, sendo que calculei com uma boa margem de segurança.

Acho que não sou uma boa referência para você tirar uma base para a sua viagem, pois com certeza daria para viajar com bem menos, mas vamos lá.

 

Dividi a estimativa dos gastos em 4 grupos:

- hospedagem: 3.200 pesos (16 diárias x 200 pesos/dia)

- refeições noturnas e mercado/padaria: 3.060 pesos as refeições (17 x 180) e 2.500p em mercados/padarias.

- passeios: 9.000 pesos

- translados: cerca de 1.100 pesos (neste grupo inclui taxas de embarque, trechos aeroporto/hostel, trecho Calafate/Chalten, etc)

 

O gasto com hospedagem foi um pouco menos que o previsto: Antártica Hostel (200 pesos a diária), refúgio na Terra do Fogo (150p), Calafate Hostel (220p a 1º vez e 150 p a 2º vez), Los Viajeros em Chalten (130p) e aluguel de barraca e saco de dormir em Chalten ((160p).

Para fins de planejamento para mim foi útil a consulta ao site booking, pois dá para checar o valor da diária na época da viagem.

 

O gasto das refeições noturnas foi superestimado, pois não jantei todas as vezes em restaurantes e mesmo quando jantava, em grande parte das vezes a conta não chegava a esse montante. Por outro lado o gasto com supermercados/padarias foi subestimado, pois gastei bastante com box lanches, coisas para o café da manhã, coisas típicas da região como empanadas, sorvetes argentinos, alfajores, wafles no La Wafleria em Chalten (San Martin 640, muito bom), etc. Não sei ao certo quanto gastei neste item, pois no final da viagem, vi que sobraria um pouco e não fiquei mais fazendo contas.

Para quem prefere cozinhar à noite gasta-se bem menos e é bem tranqüilo nestas 3 cidades. Em Ushuaia tinha um La Anônima perto do Hostel (e outro do lado oposto da cidade, um pouco maior, no início da San Martin), em Calafate também tinha um La Anônima no início da San Martin e em El Chalten também tinha um mercado, sem tanta variedade, mas ainda assim muito bom na Rua San Martin (sempre ela) na altura do número 600, um prédio verde quase vizinho ao La Wafleria. Acho que o nome do estabelecimento é Su Verdularia Amiga. Tudo que eu gostaria de comprar tinha neste mercado. Só não achei neste lugar e em nenhum outro de Chalten barras de cereais. Quase vizinho ao Hostel Los Viajeros tinha uma pequena mercearia com algumas coisas, mas bem fraca, assim como um mercado bem perto também, no início da San Martin, acho que o nome era STM, mas também sem muita coisa para comprar.

 

Já os passeios foi o item que acabou mais superestimado. Tinham alguns passeios em aberto ou que eu não sabia ao certo quanto gastaria, então dei uma estimada bem para cima. Como não consegui fazer tudo que eu gostaria/planejava, como alguns trekkkings em Ushuaia e um trekking sobre o glaciar torre em Chalten, acabou que neste item houve sobra, que gastei com alfajores prometidos para minha filha/esposa.

 

Em Ushuaia, os passeios da Laguna Esmeralda, Glaciar Martial e Parque da Terra do Fogo, gasta-se somente o transfer/taxi para lá, cerca de 200 pesos ida/volta (no meu caso o aluguel da bike para a Terra do Fogo). O Parque tem o gasto adicional da entrada a 100p. Já os demais, se quiser fazer, como o Canal de Beagle, Canal de Beagle com visita de barco à pinguinera, a Pinguinera propriamente dita com visita a pé pela ilha, próximo aos pingüins, o Lago Escondido/Fagnano, você consultando um relato recente ou dando uma busca no google por alguma agência de viagem, terá os valores dos passeios atualizados.

 

A cidade de El Calafate achei muito bonita, mas os passeios são bem caros.

Na época que eu fui os preços eram os seguintes:

- Full Day Torres del Paine: 1350p, mais 18.000 pesos chilenos da entrada do parque.

- Big Ice: 1680p, mais 150p da entrada.

- Minitrekking: 1100p, mais 150 da entrada.

- Tour Perito Moreno: 300p

Tem outros ainda, como a navegação pelos glaciares, mas não anotei.

 

Em El Chalten é uma beleza, pois os trekkings dentro do Parque Los Glaciares são gratuitos (Loma del Plingue Tumbado, Laguna Torre, Laguna de Los Três, Chorrilllo del Salto). Como eu planejei uns dias a mais, fui conhecer também o Glaciar Huemul/Lago del Desierto e Estância Los Huemules. Estes últimos, gasta-se o tranfer para lá 200p(I/V) e a entrada, acho que 100p.

Meu desejo sempre foi conhecer Torres el Paine (W) e El Chalten, sendo que estes dois destinos, na minha opinião, são os mais interessantes do sul da Patagônia e também são relativamente mais baratos que El Calafate e Ushuaia. Mas como estava bem sedentário e não tenho nenhuma experiência em acampar, ainda mais sozinho, achei melhor focar mais em El Chalten.

 

Bom, acho que é isso. Qualquer dúvida estou à disposição. :wink:

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Oi Rogerzurc e Fred.

Grato pelos comentários.

 

Em relação ao relato, como não consegui finalizá-lo, seguem, pelo menos, as fotos do restante da viagem (TDP, Chalten e El Calafate)

 

Primeiro as de TDP:

22846921522_8d3206615d_c.jpgimage by erico, no Flickr

 

20582066645_91f2e321b3_c.jpgParque Nacional Torres del Paine by erico, no Flickr

 

Da Hosteria Pehoe, uma das melhores vistas que eu tive do passeio:

22721850590_22db12380d_c.jpgSem título by erico, no Flickr

 

Pequena trilha de uma hora (i/v):

22451453477_bab06c16ea_c.jpgTorres del Paine by erico, no Flickr

 

Da mesma trilha. Nesta foto dá pra ver as árvores queimadas pelo turista israelense. O guia comentou que fizeram um enorme trabalho de reflorestamento. Dá pra ver no pé de toda árvore queimada a mesma espécie replantada. Segundo o guia, estas pequenas plantas tem cinco anos, sendo que atingem a fase adulta somente aos 25 anos.

22863299731_45df4c91b7_c.jpgTorres del Paine by erico, no Flickr

 

Só uma observação em relação ao passeio a Torres del Paine, saindo de Calafate (Full Day).

Para quem não quiser fazer um bate/volta no mesmo dia, dá pra ficar um ou mais dias em TDP, sendo que tem que deixar combinado com a agência em El Calafate (a que eu peguei foi a Always Glaciars) quantos dias serão em TDP, que eles deixam um voucher válido para pegar a van no dia combinado na Portaria da Laguna Amarga às 17:00 horas.

Eu fiz o bate/volta mesmo, mas umas seis pessoas que não fizeram o passeio comigo pegaram a van para Calafate no fim da tarde (e pelo tamanho das mochilas acho que fizeram vários dias de trilha).

Na época que eu fui (baixa temporada) dava para descer somente na portaria da Laguna Amarga (acho que ao meio dia e às 17:00). Já em alta temporada, quando o Catamarã tem dois horários, é possível também mais uma descida para pegar o catamarã da tarde.

Isso o que estou falando é em relação ao passeio da Always Glaciars, não sei quanto às outras agências, mas provavelmente devem passar na Laguna Amarga na I/V.

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