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Mochilando pela Venezuela- dicas, gastos, roteiro (nov/dez 2016 até jan2017)


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Terra de lindas paisagens, praias de águas cristalinas e lugar onde nasceu Simón Bolívar – esta é a Venezuela, um país em crise, com uma política turbulenta e um povo extremamente hospitaleiro!

 

Referência (janeiro/2017)

1 dólar = 3500 bolívares fuertes

1 dólar = 3,25 reais

 

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Cayo Sombrero - Parque Morrocoy

 

Venezuela

 

Chegamos à Venezuela sem saber quase nada de lá. O país não fazia parte do nosso roteiro inicial, e já havíamos inclusive arrancado suas páginas do nosso livro guia Lonely Planet. Para ajudar, há poucos relatos na internet, e 9 em cada 10 pessoas que conhecemos pelo caminho nos recomendaram a não visitar o país de jeito nenhum.

 

Por sorte, fomos cabeças-duras e resolvemos incluir a Venezuela em nosso roteiro. E nossa decisão não poderia ter sido melhor: conhecemos a verdade sobre o país, visitamos lugares surpreendentes, fizemos grandes amigos e gastamos bem menos do que havíamos gastado em qualquer país até agora.

 

Viajar pela Venezuela tem seus perrengues, mas sem dúvidas vale a pena!

 

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12 reais nessa garrafona de rum ::otemo::

 

Crise? Ditadura? Entenda o cenário atual do país

 

O país vive a maior crise econômica e política de sua história. Enquanto o governo busca culpados nos Estados Unidos, na oposição, no Mercosul e em vários outros cantos, os meios de direita dizem que o culpado é o socialismo.

 

A verdade é que o petróleo foi o santo e o diabo do país. Desde que o ouro negro começou a ser explorado, a Venezuela viveu praticamente às suas custas. O dinheiro do petróleo financiou tudo: grandes obras, o preço da gasolina, do gás, da luz, da água e até mesmo o valor do dólar. O êxodo rural foi inevitável, e as terras venezuelanas, apesar de possuírem um dos solos mais férteis da América do Sul, não são capazes de produzir alimento suficiente para a população, fazendo com que o país importe itens básicos, como arroz e farinha. Mesmo com plantações de cana, é difícil conseguir açúcar nos supermercados.

 

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Cultivo de cana em Mérida

 

A conta chegou, e foi cara: o preço do barril do petróleo despencou no mercado internacional, e a Venezuela se viu sem condições de gerar mais riquezas. A inflação e o dólar dispararam, e o governo tem tentado apagar o incêndio jogando gasolina em cima. Várias empresas quebraram e outras foram estatizadas. Ocorreram muitas prisões políticas, e grande parte dos venezuelanos saiu do país.

 

Hoje, o contraste entre passado glorioso e o futuro incerto são nítidos: suas principais cidades possuem praças e edificações belíssimas, muitas delas abandonadas e engolidas pelo mato. Os hotéis, que antes foram 5 estrelas, agora sobrevivem cobrando diárias extremamente baixas. As ruas são dominadas pelos luxuosos carros americanos dos anos 80 e 90.

 

O atual sistema de governo é, na teoria, uma democracia parlamentar, com uma maioria opositora no parlamento. O fogo cruzado entre a direita e a esquerda, porém, travaram qualquer tipo de avanço no país. Enquanto o parlamento tenta de todas as formas destituir o presidente Nicolás Maduro, a equipe presidencial tenta acabar com o parlamento. Até o Vaticano interveio e tentou criar um diálogo entre as duas partes, mas não teve sucesso. E, no meio deste tiroteio, está a população tentando seguir em frente.

 

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Táxis venezuelanos – heranças do passado glorioso do país.

 

Lugares e experiências que passamos

 

-Conhecemos Mérida, o topo do país;

-Dormimos no lago de Maracaibo e vimos os impressionantes Relâmpagos de Catatumbo;

-Conhecemos a histórica cidade de Coro, um dos Patrimônios da UNESCO do país;

-Navegamos pelas paradisíacas ilhas caribenhas do Parque Nacional Morrocoy;

-Conhecemos Caracas, uma das mais belas capitais da América do Sul;

-Relaxamos em Colônia Tovar, a Alemanha venezuelana.

 

Outros lugares que infelizmente não visitamos, mas que valem a pena, são:

 

-Salto Angel, a cachoeira que tem quase 1km de altura e é a mais alta do mundo;

-Isla la Tortuga, uma ilha deserta no meio do mar do Caribe;

-Monte Roraima, na fronteira com o Brasil e Guiana;

-Isla Margarita, a pérola do Caribe;

-Delta do Orinoco, um lugar com fauna e flora exuberantes.

 

Aqui está nosso roteiro:

 

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Nosso curto recorrido pelo país

 

Infelizmente conhecemos bem menos lugares do que gostaríamos. A dificuldade de trocar dinheiro e o perigo de que as fronteiras com a Colômbia fechassem novamente nos fizeram sair do país antes do que pretendíamos. Mas com certeza passaremos pela Venezuela novamente!

 

47 dias

2171,34 reais gastos*

 

Sobre os gastos*, ficou assim:

 

-total: R$ 2171,34

-hospedagem: R$ 546,29

-transporte: R$ 160,98

-supermercado: R$ 450,01

-restaurante: R$ 651,09

-outros: R$ 90,30

-passeios: R$ 272,66

*(todos os gastos são para o casal; para saber os gastos individuais, divida por 2).

 

A média diária* ficou:

 

-média: R$ 46,20/dia

-hospedagem: R$ 11,62/dia

-transporte: R$ 3,42/dia

-mercado: R$ 9,57/dia

-restaurante: R$ 13,85/dia

-outros: R$ 1,92/dia

-passeios: R$ 5,80/dia

*(todos os gastos são para o casal; para saber os gastos individuais, divida por 2).

 

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Distribuição dos nossos gastos na Venezuela

 

Nos hospedamos todas as noites em hotéis, pousadas e residências que alugam quartos (exceto na noite do tour dos Relâmpagos de Catatumbo, que dormimos em uma rede).

 

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Fenômeno de Catatumbo, no lago Maracaibo

 

Preços

 

A Venezuela possui dois tipos de câmbio – o câmbio oficial e o câmbio negro. Enquanto estávamos por lá, 1 dólar valia 700 bolívares pelo oficial, e variou entre 3 e 4 mil no mercado negro (explicamos com detalhes mais abaixo).

 

Viajar pelo país pelo oficial é extremamente caro, e pelo câmbio negro é extremamente barato. Outra coisa que se deve levar em consideração é o fato da inflação no país ser quase diária, assim como o aumento do dólar. Por isso, optamos por colocar alguns valores em dólares e reais (levando em consideração o câmbio negro), já que todos os valores em bolívares vão provavelmente subir até o fim deste mês.

 

-Hospedagens: As hospedagens na Venezuela são baratas, e costumam ser de boa qualidade. Em um hotel simples, com ar condicionado, TV e banheiro privado, pagávamos em torno de 6 mil bolívares para um casal (algo como 2 dólares). Por 5 dólares já é possível conseguir um hotel com piscina para duas pessoas.

-Mercado: existem dois tipos de produtos na Venezuela: os que o país produz e os que são importados (geralmente da Colômbia ou do Brasil). Os produzidos lá (frutas, verduras, carnes e alguns grãos) são muito baratos. Para ter uma ideia, o quilo do queijo e do presunto fica na faixa dos 2 dólares. 1 quilo de tangerina custa menos que 1 real.

Produtos que sofrem escassez, como macarrão, açúcar, arroz e alguns produtos de higiene geralmente são vendidos nas ruas e contrabandeados dos países vizinhos, e os preços são parecidos com os praticados no Brasil.

-Transporte: Com uma gasolina que custa em torno de 1 centavo de real o litro, o transporte público no país é extremamente barato. Com 2 dólares é possível fazer uma viagem de 10 horas de ônibus. Com 1 centavo de dólar é possível comprar 8 passagens de metrô em Caracas (isso mesmo, a passagem custa apenas 4 bolívares!). Uma corrida de 5km de táxi não passa de 2 reais.

-Restaurantes: Na maioria dos lugares é possível encontrar menus simples por menos de 1 dólar. Nas praias e lugares mais turísticos espere pagar a partir de 2 dólares nos pratos mais simples. Uma churrascaria de espeto corrido em Caracas custa na faixa de 8 dólares.

-Passeios: Geralmente são baratos, embora o governo esteja metendo a faca nos turistas. Um tour guiado de 1 dia inteiro pelas montanhas de Mérida custa 1 dólar, enquanto a entrada do teleférico (que é do governo) custa 50 dólares para estrangeiros. O passeio de 3 dias para Salto Angel fica na faixa de 200 dólares (incluindo o avião), e o de 6 dias pelo Monte Roraima fica na faixa dos 300 dólares.

-Bebidas: A cerveja mais popular da Venezuela é a Polar. Uma longneck custa na faixa de 25 centavos de dólar no bar e na balada. Uma garrafa de 1 litro de rum custa cerca de 2 dólares.

-Outros gastos: Alguns banheiros públicos costumam cobrar, assim como alguns terminais de ônibus. Os valores geralmente são menores que 100 bolívares.

 

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Nosso primeiro hotel na Venezuela: banheiro privado com água quente, ar condicionado e tv – apenas 12 reais.

 

Câmbio

 

A Venezuela possui um câmbio oficial, no qual 1 dólar equivale a aproximadamente 700 bolívares. Isso quer dizer que, se você passar seu cartão internacional por lá, ou se levar dólares a um banco, estará sujeito a este valor de troca.

 

O problema é que este é um valor arbitrário fixado pelo governo, e não reflete a situação econômica verdadeira do país. Um venezuelano, por exemplo, não pode comprar dólares livremente, e se for viajar para o exterior estará sujeito à quantidade de dólares que o governo quiser vendê-lo.

 

Isso fez surgir um câmbio paralelo, no qual os venezuelanos estariam dispostos a pagar um pouco mais para conseguir alguns dólares do turista. Com a inflação descontrolada, a busca por dólares se tornou cada vez maior, e o valor no câmbio negro disparou. Quando saímos do país, o valor já passava dos 3500 bolívares por dólar. Para ver o valor praticado no câmbio negro, consulte o site http://www.dolartoday.com (geralmente você vai conseguir uma taxa de câmbio uns 30% menor do que o valor mostrado ali).

 

Trocar dinheiro no câmbio negro é crime, punível com cadeia. Se for fazer esta troca, o ideal é que seja com alguém de confiança. Pergunte no hotel ou nas agências de turismo que eles saberão te indicar alguém. Também é possível trocar o dinheiro na fronteira com o Brasil (somente aí o real é bem aceito) ou nas cidades colombianas de Cúcuta e Maicao.

 

Nos últimos anos o governo venezuelano tem trabalhado duro em acabar com o câmbio negro, e muitos serviços (como os teleféricos e o ferry para a Isla Margarita) só aceitam pagamento com cartão de crédito. Nestes casos, a solução é pedir para que algum venezuelano compre para você.

 

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Centro colonial de Coro, uma das belas cidades históricas venezuelanas.

 

Dinheiro

 

Conseguir dinheiro em espécie na Venezuela é difícil, e isso afeta tanto os venezuelanos quanto os estrangeiros. O problema é que a nota de maior denominação no país atualmente é de 100 bolívares, o que equivale a pouco menos de 10 centavos de real. Uma garrafa de 2 litros de coca-cola custa 3000 bolívares, o que quer dizer que você precisará de pelo menos 30 notas para comprá-la.

 

O problema se complica mais porque os caixas eletrônicos fornecem apenas 10 mil bolívares diários. Por isso, o equivalente a 100 reais em bolívares, além de encher uma mochila, ainda é bastante difícil de se conseguir. Uma prática comum adotada pelos cambistas e pelas agências de turismo do país é emprestar o cartão de um banco venezuelano para que você possa usá-lo, evitando assim andar com grandes quantidades de dinheiro.

 

Há uma previsão do governo de lançar no mercado notas novas, de 500 a 20 mil bolívares, até o fim de janeiro de 2017. Isso deve resolver (ou, pelo menos, amenizar) este problema.

 

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Mucuvinha com o equivalente a 100 dólares em bolívares

 

Polícia

 

Todas as entidades da polícia venezuelana tem fama de ser corrupta. Também é bem comum pararem os ônibus nas estradas e revistarem os homens (não vimos mulheres sendo revistadas, mesmo quando havia policiais do sexo feminino) e as bagagens. Fomos revistados duas vezes, todas de forma bem superficial.

 

Em nenhum dos lugares fomos desrespeitados ou extorquidos pela polícia (pelo contrário, sempre foram bem bacanas), mas não convém arriscar. Se tiver dólares, esconda-os na meia. Se estiver viajando em casal, é melhor esconder com a mulher, já que não estarão sujeitas às revistas.

 

Lembrando que é permitido portar até o equivalente a 10 mil dólares em moeda estrangeira no país (informação confirmada com a embaixada venezuelana em São Paulo), portanto se algum policial tentar confiscar seu dinheiro dizendo que é ilegal, bata o pé. Se for preciso, ligue para a embaixada ou peça para falar com um superior. Isso deve resolver qualquer problema.

 

As restrições quanto a câmeras e outros equipamentos eletrônicos são como a de qualquer outro país: só serão confiscados em caso que seja evidente a prática de contrabando. Drones são proibidos.

 

Se tiver alguma dúvida ou problemas, entre em contato com a embaixada do Brasil em Caracas:

 

(+58212) 956-7800

 

Para emergências:

 

(+58424) 228-7250

 

Ou entre em contato por e-mail:

 

cg.caracas@itamaraty.gov.br

 

A embaixada da Venezuela em São Paulo também é muito prestativa e tirou todas as nossas dúvidas prontamente:

 

conve.brspa@mppre.gob.ve

 

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Médanos de Coro

Vi na TV que não há comida no país. Vou passar fome por lá?

 

Não. Os restaurantes servem praticamente tudo, e os supermercados, apesar da pouca variedade de marcas, não te deixarão na mão.

 

O grande problema é que os venezuelanos tinham direito a comprar produtos subsidiados pelo governo, e estes produtos sim estão em falta. Comprar sem os subsídios significa pagar um preço parecido com os praticados no Brasil (o que é bem caro considerando os baixos salários do país).

 

Existem alguns produtos básicos que faltam nas prateleiras dos supermercados, como desodorantes, açúcar, papel higiênico e arroz. Estes produtos podem ser encontrados à venda nas ruas e nas feiras.

 

Pelo menos os itens de higiene recomendamos levar do Brasil.

 

Fizemos um vídeo mostrando um supermercado em Mérida:

 

Água

 

Algumas cidades possuem água encanada própria para o consumo humano, mas são poucas (geralmente as das montanhas são assim). Convém perguntar no hotel se a água pode ser consumida ou não.

 

Uma garrafa de 2 litros de água custa na faixa de 1 real.

 

Rede elétrica

 

As tomadas no país são no formato dos Estados Unidos, com dois pinos chatos. Em alguns hotéis é possível encontrar o padrão brasileiro também.

 

A rede elétrica é de 120V, 60Hz.

 

Carona

 

Apesar da fama de perigoso, viajar de carona pela Venezuela é fácil. O problema é que a polícia tem o costume de parar todos os carros na estrada e fazer uma revista completa nas mochilas. Parar ônibus já é menos comum. Como as passagens são muito baratas, pegar carona acaba não valendo o incômodo.

 

O povo

 

O povo venezuelano é extremamente simpático e hospitaleiro, o que torna a experiência de viajar no país ainda melhor. De fato, se não fosse a ajuda que recebemos de muitos venezuelanos, teria sido impossível viajar por lá. Eles também tem um grande carinho por brasileiros, e não é incomum ver a camisa da seleção brasileira pelas ruas.

 

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Antes de virmos para cá, nos disseram que o melhor da Venezuela são os venezuelanos. Hoje não temos dúvidas!

 

Drogas

 

Esqueça. Evite a todo custo, ou terá problemas.

 

Comida

 

A comida na Venezuela é bastante parecida com a brasileira, e os pratos costumam vir bem servidos de carne.

 

Uma comida típica de lá que você deve experimentar é a arepa – uma espécie de pão sem fermento feito com farinha de milho (a falta do produto fez com que a arepa passasse a ser produzida com outras farinhas também). É vendida pelas ruas, geralmente bem recheada.

 

Transporte público

 

Uma das coisas que nos disseram é que o país sofria de escassez de ônibus, e que se quiséssemos viajar teríamos que ir à rodoviária às 5h da manhã para garantir a passagem (não vendem com dias de antecedência). Pelo menos na rota por onde passamos, nunca tivemos este problema, e sempre conseguimos comprar as passagens na hora que chegamos no terminal.

 

Dentro das cidades os ônibus também são bastante eficientes.

 

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Nosso ônibus para Mérida

 

Idioma

 

Apesar de falarem uma enorme quantidade de gírias, não é difícil se comunicar com um venezuelano. Eles falam devagar (pelo menos se comparado a outros países sulamericanos). O ll tem som de lh, e o y tem som de i.

 

Algumas expressões comuns no país são:

 

Coño: equivalente ao nosso porra!.

Cónchale: outra interjeição, geralmente usada no mesmo contexto de coño.

Carajito: diminutivo de carajo (caralho), mas também é usado para denominar crianças. Não é considerado um palavrão.

Pana: Equivalente a “amigo”, “camarada”.

Chévere: Indica que alguma coisa ou situação é boa. “Que chévere!”, ou “Este hotel está chévere” são exemplos de como empregar a expressão.

 

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Pico el Águila, na região de Mérida!

 

Esporte

 

Que futebol que nada: apesar de terem bastante respeito pela Vino Tinto (seleção de futebol venezuelana), o esporte número 1 no país é o beisebol. É comum ver as crianças rebatendo as bolas nas praças ou adultos caminhando com as camisas dos times locais.

 

Segurança

 

Apesar da má fama, achamos a Venezuela um país seguro. Mesmo em Caracas, a cidade considerada a mais perigosa do mundo, nos sentimos bem tranquilos para caminhar durante o dia.

 

O grande problema do país é pela noite: como os comércios fecham cedo, as ruas costumam ficar bem desertas depois das 20h. Melhor evitar.

 

Se quiser ir jantar fora ou curtir alguma balada, vá e volte de táxi.

 

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Percorrendo o rio entre Puerto Concha até o lago Maracaibo

 

Hotéis

 

Quando viajar pela Venezuela, esqueça Booking, AirBnb, Hostelworld ou coisas do tipo. Há bem poucas ofertas nestes lugares, e geralmente são caríssimas (já que se baseiam no câmbio oficial).

 

Você pode conseguir boas hospedagens pedindo ajuda aos taxistas (lembre-se que os táxis são muito baratos), com indicação de pessoas ou usando o site http://www.venezuelatuya.com.

 

Couchsurfing também funciona muito bem no país.

 

Imigração

 

Não tivemos nenhum tipo de problema nem para entrar nem para sair do país. Aqui relatamos como foi:

 

Entrando na Venezuela por Cúcuta http://mundosemfim.com/cruzando-a-fronteira-colombia-venezuela-por-cucuta-nossa-trajetoria-ate-merida/

Saindo da Venezuela por Paraguachón http://mundosemfim.com/de-maracaibo-a-maicao-cruzando-a-fronteira-venezuela-colombia-por-paraguachon/

É possível ingressar no país com a identidade (deve ter menos de 10 anos) ou com o passaporte. Outros documentos (como carteira de motorista, etc) não são aceitos.

 

A carteirinha internacional de vacinação da febre amarela também é exigida. Se não tiver, é possível tirá-la gratuitamente na Anvisa.

 

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Atravessando a fronteira por Cúcuta

 

Problemas estruturais

 

A Venezuela possui grandes problemas estruturais, que foram agravados pela forte crise que o país sofre. Faltar água ou luz infelizmente não é incomum em algumas cidades.

 

Se estiver em algum lugar muito quente, convém perguntar se a hospedagem possui gerador (eles chamam de planta). Dormir sem ventilador ou ar condicionado pode ser bem complicado.

 

Banheiros de rodoviária ou das paradas da estrada costumam ter problemas de falta d’água.

 

Higiene

 

Achamos que a Venezuela possui um bom nível de higiene, pelo menos para os padrões da América do Sul. Os problemas com falta d’água, porém, podem agravar bastante a situação. Se tiver estômago fraco, evite comer nas paradas da estrada ou na rua.

 

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O Capitólio, um dos belos edifício do centro histórico de Caracas

 

Trânsito

 

Apesar da gasolina ser praticamente gratuita no país e de os semáforos servirem mais como um conselho do que como uma regra, o trânsito na Venezuela flui surpreendentemente bem.

 

As faixas de pedestre não são muito respeitadas, e se quiser atravessar a rua o jeito é ir se enfiando na frente dos carros mesmo. Eles vão parar ou desviar, e não vão buzinar nem te xingar. Com o tempo você pega o jeito.

 

Descontos

 

A prática de chorar descontos não é comum no país, e você terá pouco sucesso tentando baixar os preços dos ônibus ou dos produtos nos mercados. O lado bom é que o venezuelano também não costuma subir os preços quando percebe que você é estrangeiro.

 

Nas agências de turismo é possível negociar algum desconto se fizer mais de um passeio ou se topar esperar até que formem um grupo maior.

 

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Comprando ostras no Juanes, dentro do Parque Nacional Morrocoy

 

Por conta própria ou com agência?

 

Há duas formas de viajar na Venezuela: por conta própria, enfrentando os perrengues do dia a dia, ou contratando o serviço de alguma agência ou guia por lá. No caso da segunda opção, você não terá que se preocupar em buscar hotéis, trocar dinheiro ou coisa do tipo: pode negociar todos os serviços em dólar (ou qualquer outra moeda) e só aproveitar o melhor do país mesmo, enquanto eles se viram para buscar hotéis, táxis, conseguir ônibus, levar você nos passeios, etc. Por incrível que pareça, viajar o país sendo totalmente agenciado não é tão caro assim, e é muito recomendável para quem simplesmente quer ir para lá e relaxar.

 

As agências de turismo costumam vender os passeios para qualquer canto do país. Como a gasolina é praticamente grátis, não fica caro para uma agência de Mérida te levar até Salto Angel, por exemplo.

 

Independente se for por conta própria ou agenciado, é sempre bom ter uns contatos por lá no caso de alguma emergência. Aqui deixamos referências de alguns agentes de turismo que nos ajudaram, e que podemos garantir que são de confiança. Vale a pena fazer um orçamento com eles!

 

Yagrumo Tours: agência de turismo que nos levou para conhecer os relâmpagos de Catatumbo. Está localizada em Mérida, mas vendem passeios para todo o país. Possuem um hotel bastante econômico também. Whatsapp +58 414 747 1661

José: Conhecemos José porque ele vendia serviços de barco em Chichiriviche, mas ele acabou nos ajudando durante praticamente toda a nossa viagem pelo país. Ainda salvou nossa vida quando o Maduro decretou que as notas de 100 bolívares não valiam mais, emprestando o seu cartão para que pudéssemos usar. Ainda conseguiu hospedagem super econômica em Caracas, e passagens de avião a preços bem baixos para os outros países do Caribe (que acabamos não usando). Seu whatsapp é: +58 412 966 3955

Carlos: Especializado na Isla Margarita. Pode te ajudar com reserva de hotéis, transporte e passeios por lá, além de informações sobre como trocar dinheiro na ilha. Está acostumado a trabalhar com brasileiros e fala português fluente. Se Margarita for seu destino, não deixe de contatá-lo: whatsapp: +58 426 189 7747

Pier e Victoria: Possuem uma pousada econômica em Chichiriviche e uma agência de turismo que vende passeios por todo o país. Pode ser interessante fazer um orçamento com eles. Whatsapp: +58 414 911 7929

 

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Mucuvinha na Colônia Tovar

 

O que mais você precisa saber

 

As coisas na Venezuela mudam rápido: esteja sempre de olho nas notícias. Enquanto estivemos por lá, as fronteiras com Colômbia e Brasil foram fechadas por alguns dias e a nota de 100 bolívares deixou de valer (voltando a valer alguns dias depois). Fique sempre de olho nas novidades;

Existe uma lei popularmente conhecida como Lei da Mordaça, na qual qualquer meio de comunicação que criticar o governo pode ter o direito de transmissão cassado. Uma boa fonte de notícias opositoras é o http://www.dolartoday.com, escrito por venezuelanos que vivem nos EUA (tanto as informações deste site quanto as transmitidas pelos meios de comunicação governamentais devem ser ponderadas, já que se tratam de informativos extremistas);

Quando estiver na Venezuela, compre um chip de telefone. É muito barato: com o equivalente a 5 reais você tem um pacote de dados e chamadas quase ilimitados por 1 mês (e a internet costuma ser bem rápida por lá). É possível fazer a compra usando o passaporte (algumas agências aceitam a identidade, outras não);

 

Pelas ruas há diversas feiras e vendas onde se pode comprar produtos que faltam nos supermercados.

 

Perdão pelo texto gigante gente, mas precisávamos contar em detalhes sobre essa nossa experiência :D

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  • 2 semanas depois...
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Relato instigante

Hoje acho q a venezuela e o melhor custo beneficio p turismo q existe onde vc pode se sentir rico sem problemas e e um pais q tem todo tipo de turismo p se fazer desde de praias com mar do caribe a montanhas com neve e tudo perto e bem barato

Ja montei meu roteiro de 21 dias em maio junho e pelo q li la tem tudo q eu gosto e bem barato.

A passagem rio x boa vista ida e volta sai por menos de 700 e voo pelo pais e bem barato

Pra quem e da mochila nesse momento de crise cambial ta dificil resistir ir pra la

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Parabéns, Michele. Copiei tudo, inclusive as belíssimas imagens. Quem é da mochila sempre está com o pensamento nas nuvens, sempre em busca de novas aventuras. Sou do Rio de Janeiro, mas morando em Manaus há mais de vinte anos por força de meu trabalho e casamento com uma amazonense. Por acaso ontem estive no aeroporto internacional de Manaus e me deparei com uma nova companhia aérea, chamada AVIOR, que vai até Caracas, pelo preço de R$ 374,00. Eu já tinha posto na cabeça que iria assim que tivesse oportunidade e calhou de justamente encontrar seu relato. Irei aproveitar o feriadão da Semana Santa para conhecer Caracas e Maracaibo. Valeu!

Humberto

siqueirahumberto@yahoo.com.br

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