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Uruguai e Buenos Aires de busão - 18 dias (fev/mar)


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Faaaaaaala, galera!! Então, to voltando aqui para fazer o relato da minha primeira viagem de mochilão e, com isso, agradecer a todos que escreveram os relatos que eu li e que me ajudaram muito antes de ir. Foi a primeira vez que viajei sozinha e, aproveitando que o meu Rio Grande do Sul fica bem pertinho, fiz toda a viagem de busão mesmo. A viagem durou 18 dias. Saí de Poa às 20h30 do dia 13/02 e cheguei em Punta del Este no dia seguinte, um pouco depois das 6h. Voltei de Buenos Aires dia 03/03, às 13h, e cheguei em casa no dia seguinte, um pouco depois das 8h.

 

PREPARATIVOS

Eu preparei toda a viagem, mas ainda não tinha mochila. Como estava bem em cima da hora e eu não tinha mais nada de grana, comprei uma bem baratinha (R$ 80) no camelódromo da minha cidade. Sim, alguns mochileiros compram sua mochila lá. Já digo que ela aguentou o peso de tudo que eu coloquei nela e mais um pouco e voltou inteiraça, sem um arranhão.

 

Sobre documentos, eu levei o passaporte mesmo, que já tinha.

 

Para transportar o dinheiro, não comprei nada, nem Money Belt. Levei cartão de débito Visa. Sei que foi arriscado, na próxima talvez eu leve um VTM também, só pra ter mais uma opção. O plano era esse:

 

- levar 300 pila em dinheiro, que era para eu guardar e esquecer, usar apenas para uma emergência. (Troquei quase tudo depois que desci do buquebus em Buenos Aires porque não tinha um puto no bolso.)

- Cartão do banco para fazer saques no caixa automático. Não usei o cartão em nenhum estabelecimento, pagava sempre em dinheiro.

- 1º saque é na rodoviária ou lugar mais próximo que tenha caixa eletrônico: saque de R$ 200 = $ 1936. Caso todos os caixas automáticos da rodoviária estejam indisponíveis, então pego 100 reais da minha reserva e troco na casa de câmbio, mesmo com cotação ruim, e deixo para tirar o resto em um caixa automático da cidade. (Não tinha caixa automático na rodoviária de Punta del Este, então saquei no caixa eletrônico Banred que tinha perto do hostel)

- Para os dois dias que ficar em Punta, devo gastar apenas R$ 180 = $ 1742, 40, então sobram $ 193,60 = R$ 20. No albergue ou na rodoviária, quando for pegar o ônibus para Punta del Diablo, saco R$ 430. 430 + 20 é o valor que devo gastar durante os 3 dias em Punta del Diablo, 1 dia em Cabo Polônio e o primeiro dia em Montevideo. (Saquei mais que isso, $ 2000. Gastei menos do que previ em Punta, então me sobrou mais dinheiro. Antes de ir embora, saquei $ 3600, esquecendo do meu planejamento. Acabei calculando errado esse saque, então, quando tava indo embora de Cabo Polônio, estava quase ficando pobre.)

- Na rodoviária de Montevideo, saco mais R$ 360 para o três dias que sobram lá e 1 dia em Colônia. Vou ficar com + ou - R$ 186 na conta + 228 dos 300 = 414 (Ao chegar em Montevideo, saquei $ 4500 para os dias que passaria lá e para o único dia que passaria em Colônia.)

- Dos 300 em dinheiro que guardei, uso R$ 72 pra pagar o buquebus. (Não precisou, eu ainda tinha muuuitos pesos uruguaios e deu para pagar o buquebus e gastar em presentes pros meus pais. Quando cheguei em Buenos, ainda tinha os 300 e cerca de R$ 500 na conta)

 

Como vocês podem ver, eu fui meio metódica (ou muito), mas é porque eu tava muito preocupada com o dinheiro, depois relaxei no seguimento desses passos, tanto que não fiz nada do que eu esperava. Levei mais dinheiro do que precisava na verdade, então sempre estava sobrando e nunca faltando, o que é obviamente bom. Mas esse planejamento de gastos aí é bem bom, me baseei em algum post de algum mochileiro desse site, mas não me lembro onde está. ::putz::

 

 

O ROTEIRO

O roteiro durante a viagem ficou assim:

 

Dia 1 – Punta del Este

Dia 2 – Punta del Este

Dia 3 – Punta/Punta del Diablo

Dia 4 – Punta del Diablo/Fortaleza de Santa Teresa/La Pedrera/ Punta del Diablo

Dia 5 – Punta del Diablo

Dia 6 – Punta del Diablo/Cabo Polonio

Dia 7 – Cabo Polônio/Montevideo

Dia 8 – Montevideo

Dia 9 – Montevideo

Dia 10 – Montevideo

Dia 11 – Montevideo/Colônia

Dia 12 – Colônia/Buenos Aires

Dia 13 – Buenos Aires

Dia 14 – Buenos

Dia 15 – Buenos

Dia 16 – Buenos

Dia 17 – Buenos

Dia 18 – Buenos/Poa

 

 

ORÇAMENTO

 

Antes de sair de Porto Alegre, só gastei com as passagens de ida para Punta e volta de Bueno Aires para Poa (lembrando que foi de busão também), o que deu R$ 391,75. Fiz reservas (aqueles 10%) em hostel, mas, como meu aniversário havia sido há pouco tempo, ganhei de presente de uma das minhas dindas o valor das reservas.

 

Eu sou adepta de gastar pouco, mas, pensando que sempre pode ocorrer imprevistos, estipulei gastar R$ 90/dia. Acho que é o suficiente para passar bem em qualquer cidade do Uruguai e em Buenos Aires. Digo que só passei um pouco, mas beeem pouco, disso em Punta del Este. Como iria ficar 18 dias, isso daria R$ 1620, certo? Eu levei um pouco mais para imprevistos. Algo como uns R$ 1800 e me sobrou dinheiro no final. Tudo bem que eu não saí à noite tanto quanto gostaria, mas é tranquilo. Acho que um valor entre R$ 1600 e R$ 1800 (sempre bom levar em conta que pode rolar imprevistos) tá ótimo. As cidades em que tu vai gastar mais são Punta del Este, talvez em Montevideo e, com certeza, em Buenos Aires. Partindo de tudo isso, deixo claro que esse valor incluiu transporte dentro das e entre as cidades, alimentação, hospedagem, bebidas em festas (não fui em nenhuma festa que pagava) e entradas em alguns pontos turísticos. Como, no final, me sobrou muito dinheiro, acabei até comprando umas coisas pra mim (já pedi pra todo mundo me lembrar na próxima vez que eu sou louca por livrarias, talvez isso me impeça de comprar quinhentos livros) e presentes pra família e amigos. Ah, esqueci. Em Montevideo e em Buenos Aires, fiquei hospedada pelo Couchsurfing, então não gastei com diária de hostel.

 

Acho que é isso. Vamos pro relato, então? :wink:

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1º DIA > Punta del Este

 

Saí de Porto Alegre numa quarta-feira à noite. Peguei um bus pela empresa TTL, que é ótima. Eles servem janta, fazem todo o procedimento da nossa entrada na fronteira e, quando chegamos ao destino, eles vêm até o teu banco, te entregam o teu documento junto com a tua permissão de entrada, um suquinho e uma barra de cereais. Lindo! Gostei de ver que tu entra naquele ônibus e não te preocupa com mais nada. Além disso, ninguém atrapalha o teu sono e fica ligando a luz do bus na tua cara. Adorei.

 

Fui chegar em Punta del Este lá pelas 6h, 6h30. Às 8h, tinha marcado de encontrar o Bernardo, um argentino que conheci através do Couchsurfing, então fiquei fazendo hora no terminal. Acabei conhecendo uma idosa chamada (que eu me lembre) Zaida. Conversamos por quase uma hora e, mesmo eu sendo resistente, quis porque quis me pagar um café e uma media luna. Zaida me contou sobre a sua vida e disse que eu tenho muitas coisas em comum com a filha dela, que temos vidas parecidas. A filha de Zaida sempre quis viajar, cair no mundo de mochila nas costas, mas nunca foi capaz de dar o primeiro passo e se acomodou. Hoje, parece que é casada e tal. Já Zaida... Me contou sobre a vez que se jogou, sem avisar ninguém, numa aventura de um dia até Punta del Este só para comprar um casaco e voltar. Danada essa dona Zaida.

 

Um pouco depois das 8h, encontrei Bernardo, que foi muito solícito e me mostrou a cidade em uma volta de carro e fez o favor de me deixar no hostel. Não deixamos nada certo, mas falamos em talvez ir em alguma festa à noite. Acabou não acontecendo. Deu desencontro e não vi mais ele, mas agradeci ele ter se oferecido para me apresentar a cidade. O que influenciou também o nosso desencontro foi o fato de eu estar ficando em um hostel e não sendo hospedada por ele.

 

Escolhi todos os hostels que fiquei durante a viagem através do hostelworld.com. Em Punta del Este, os mais conhecidos são o El Viajero - Brava Beach Hostel & Suites, o 1949 Hostel e o Backpacker de La Barra. Eu ia escolher o El Viajero, mas não curti muito os reviews, então escolhi o Tas D'Viaje Hostel, lembrando que tem dois lá. Escolhi o da Calle 24 com a 28 e a 29. Esse hostel fica perto da Playa El Emir e Playa Mansa, dá para ir caminhando do terminal, é distante uma quadra da Avenida Gorlero, tem supermercado, banco e casa de câmbio perto, tem internet (3 computadores disponíveis), tem bar, as camas são ótimas e tudo é tão bonitinho. Adorei os desenhos nas paredes e, principalmente, os das portas do banheiro. A diária era em torno de R$ 28. Ah, e o staff é divertidíssimo. Então, fica a dica. Assim que puder coloco fotos mais detalhadas dele.

 

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Cheguei no hostel e deitei um pouco, mas não me aguentei na cama, então fui para a sala. A maioria dos hóspedes estava dormindo. Sentadinha no sofá do hostel, no início da tarde, ouvi uma guria falando com a atendente sobre como ir à Casa Pueblo. Como eu também planejava ir até lá naquele dia, me meti no assunto. Acabei conhecendo Stephi, uma alemã que estuda em Buenos Aires. Stephi já havia combinado com Raúl, um argentino sessentão, de conhecer a cidade, então fui com eles. Andamos pelo porto, tiramos fotos, comemos camarão cozido com limão, vimos uma igreja e o farol. Stephi então foi andar de bicicleta, enquanto eu e Raúl fomos tirar fotos no Monumento del Ahogado, na Playa Brava.

 

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Depois, com muita insistência, Raúl me convenceu a andar até o Hotel Conrad, mas, no caminho, acabou tendo uma postura muito ridícula e absurda para a sua idade quase estragando meu dia. Quis voltar para o hostel na mesma hora. O chato é que teria que aguentar a presença dele mais um tempo já que havíamos combinado (eu, Stephi e ele) de ir à Casa Pueblo juntos. Através de Stephi, conhecemos Pablo, argentino muito gente boa que nos levou de carro até o restaurante hotel Las Cumbres. Gente, tem que ir lá. É lindo demais. Lá, tomamos chá, e o Pablo não nos deixou pagar.

 

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Saímos de lá para a Casa Pueblo assistir ao famoso pôr-do-sol. Foi magnífico. Classifico como passeio obrigatório com certeza. Lembro do Bernardo falando que não sabia o porquê de as pessoas acharem que todo mundo tinha que ir. É claro que se ele tivesse ido lá alguma vez, saberia o porquê. Além de ver aquela paisagem sensacional, ainda consegui tirar foto com o artista Carlos Paez Vilaró.

 

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Quando voltei para o hostel, as gurias que se encontravam dormindo quando eu cheguei, pela manhã, haviam ido embora e outras haviam chegado. Maria, Beatriz e Fernanda, as brasileiras de Vitória, Espírito Santo. Ficamos amigas e saímos juntas à noite. Fomos caminhando até as festas do Porto. Depois de entrar na Soho e na Moby Dick (que são de graça), sentamos nas mesas do Pub Moby Dick e bebemos as long necks mais caras que já vimos.

 

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Depois, decidmos entrar no Mambo Club e estava lotado. Toca vários tipos de música lá, mas é muito mais música latina, o que acho ótimo. Perto das 3h da manhã, as gurias quiseram ir embora porque estavam cansadas, mas eu decidi ficar porque eu sempre quero aproveitar tudo até o final. Quando estava voltando para o hostel, a minha falta já conhecida de senso de direção nenhum resolveu aparecer. Me perdi por uns bons dez minutos. Mas a culpa foi de um uruguaio que decidiu fazer sua última tentativa da noite indo conversar comigo enquanto eu caminhava sozinha pela rua do porto. Quando finalmente cheguei no hostel conseguindo me livrar do uruguaio, entrei, troquei de roupa e deitei bonitinha na minha cama. Já passava das sete da manhã.

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2º DIA > Punta del Este

 

Em meu segundo dia, perdi o café da manhã, acordando um pouco depois do meio-dia, então não tenho como dizer como é o café da manhã do hostel, mas, pelo que eu soube, é algo simples, não tem horrores de coisas para comer. Então, perdido o café, levantei, me arrumei e fui almoçar com as gurias. Comemos hamburguer, não me lembro o nome do lugar, mas acho que gastei cerca de 200 pesos, incluindo o refrigerante. Saímos de lá para a Playa Mansa, mas não gostamos da vibe (digamos que estava mansa demais), então só tiramos fotos do Hotel e Cassino Conrad e fomos para a Playa Brava.

 

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Antes, depois de andarmos bastante, perguntamos para algumas pessoas onde havia um supermercado perto dali, até que achamos um e entramos para comprar cerveja e gelo. A ideia era beber na praia, mas tínhamos uma missão desde que chegamos em Punta. Olha o que brasileiras desesperadas por ter uma cerveja estupidamente gelada no Uruguai são capazes de fazer.

 

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Passamos a tarde toda na praia tomando sol, comendo Lays, bebendo cerveja e conversando. À noite, fizemos cachorro-quente e deitamos um pouco antes de sair. Sinceramente, achei que ninguém ia conseguir levantar e não iríamos sair, mas levantamos. Já arrumadas, havíamos combinado de beber no hostel porque era mais barato e, depois, iríamos para o Mambo Club de novo. O combinado era beber 8 cervejas de 600ml e festa. Começamos a beber, a conversar, a ficar amigas dos guris do staff e, quando vimos, tínhamos feito eles colocarem música brasileira, estávamos super animadas e desistimos de sair porque lá estava muito divertido. Depois de horas conversando, de 12 garrafas de cerveja e mais uma de media-media, eu e Bia fomos assistir ao nascer do sol na Playa El Emir. E foi assim que eu me despedi de Punta del Este.

 

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Para quem viaja, os dias são mais longos e mais curtos ao mesmo tempo. Fiz tantas coisas em meus dois primeiros dias em Punta, os dois primeiros da viagem, mas ainda parecia ter sido pouco. Conheci pessoas que viraram minhas amigas de um dia, dancei até às sete da manhã, comi media luna, alfajor, bebi media-media, pilsen, quilmes, fui para praia, fiquei conversando a noite inteira, vi um pôr-do-sol e um nascer do sol, tirei muitas fotos. Penso que é ótimo conhecer as pessoas, ver o que elas têm para oferecer, mesmo que, às vezes, não seja uma coisa boa. Coisas ou situações ruins ensinam. Mas, ainda bem, aconteceram mais coisas boas e essas também ensinam.

Por falar em ensinar, mesmo só com dois dias, eu já tava melhorando incrivelmente meu espanhol, aquele espanhol que eu aprendi durante alguns anos no colégio e nos dois anos de cursinho pré-vestibular e que troquei pelo inglês quando entrei na faculdade. Quando escrevia sobre Punta del Este em meu caderno, enquanto estava na rodoviária, até meus pensamentos eram em espanhol e isso era tão forte que as palavras quase saíam no papel em castelhano. Eu tava achando demais falar o tempo inteiro em espanhol, mesmo me faltando um pouco de vocabulário. Mas, pelo menos, ninguém reclamou.. hahah.. Evitei ao máximo o portunhol ou falar português durante a viagem toda, e olha que consegui hein.

Pensando um pouco sobre Punta, é um lugar caro, com altos e luxuosos edifícios, casas enormes e lindas, pessoas esbanjando dinheiro. No início, pensei que isso não era para mim, mas não é que gostei? O hostel que fiquei é demais, as gurias que conheci fizeram minha estadia ser muito melhor, as festas são de graça, as praias são lindas, tudo é perto e, se não é, é só pegar ônibus. Tudo funciona lá. Eu nem havia saído de lá e já sabia que queria voltar. Era o Uruguai começando a se mostrar para mim. Quando entrei no ônibus para Punta del Diablo, o que antes era medo e uma espécie de nervosismo por estar viajando sozinha e por viajar assim pela primeira vez deu lugar à expectativa do por vir. "Por vir", chego até a lembrar das minhas aulas de Teoria da Literatura. A escrita é um eterno por vir. A vida também.

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3º DIA > Punta del Este/Punta del Diablo

 

Indo dormir depois do sol nascer e bebendo o tanto que bebi com o pessoal do hostel, é óbvio que acordei atrasada para fazer o check-out e perdi o café da manhã de novo. Levantei num pulo, arrumei as coisas que faltavam, me despedi das gurias e fui para o terminal.

 

PAUSA

 

Antes de continuar, as fotos que prometi do hostel de Punta del Este. :D

 

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É isso.

 

PLAY

 

Perdi o ônibus para Punta del Diablo, que saía às 11h. Descobri que o próximo horário era às 17h e, adivinhem, era apenas 13h. Fazer o quê? As coisas nem sempre acontecem como a gente quer. Fiquei fazendo hora na rodoviária, comprei um sanduíche gigante e aproveitei para escrever pela primeira vez em meu caderno sobre a viagem e ler um pouco. Depois, comecei a me acostumar a dormir muito tarde e acordar super cedo. Praticamente automático.

Comprei a passagem para Punta del Diablo na empresa COT e custou 262 pesos. Não gostei muito dessa empresa, eles são muito desorganizados e demorados, mas era o que tinha. A viagem durou mais ou menos 3h. Chegando no terminal de Punta del Diablo, fiquei meio perdida porque não tinha nada ali perto. Onde está a civilização? Eu sabia que a coisa era mais rústica que Punta, até por isso havia querido ficar mais tempo nessa cidade, mas, chegando lá, era só um terminal no meio da estrada. Bem, em todas as minhas pesquisas... e olha que eu pesquisei bastante... em nenhum momento, li sobre uma van que deixa as pessoas perto do hostel. Deve ser porque não achei de jeito nenhum um relato de alguém que viajou apenas de ônibus pelo Uruguai. Além disso, saí tão rápido do terminal, que nem vi nada. ::putz:: Entrei no centro de informações, peguei um mapa e me pus a andar pela estrada perguntando "Donde se queda la Calle 9?". Detalhe: estava anoitecendo.

 

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Mesmo assim, passei no supermercado para comprar água e algo para jantar. Continuei caminhando pela estrada até que parei no posto dos bombeiros e perguntei "Donde se queda la Calle 9?". "Mira, vira en la proxima calle e sigue en frente y después vire a la derecha. Compreendes?". "Si, claro". Estava perto, mas ainda tinha um bom pedaço para caminhar. A mochila gigante pesava nas costas, o suor escorrendo pelo rosto, a regata vermelha quase encharcada por detrás da mochila de ataque, a vontade de desistir e ficar em qualquer hostel que eu visse pelo caminho, mas continuei. Entrei na rua indicada pelos bombeiros e fui seguindo o caminho que me ensinaram e olhando o mapa. Nenhuma rua tinha nome e já era noite. Começava a ficar com medo e achava que nunca iria achar o hostel, mas continuava a andar. Encontrei um casal e perguntei a eles "Donde se queda la Calle 9?". "Para donde quieres ir?" Respondi o nome do hostel e o homem disse "Estás cerca. Sigue en frente en esta calle y después vire a la derecha". Estava cada vez mais perto. Segui em frente e logo cheguei em uma espécie de encruzilhada; ou seguia pela direita, um caminho mais aberto, ou seguia em frente, uma trilha mínima de terra no meio de um monte de mato. Pensei "Fodeu! Se tiver alguém aí dentro, tô morta". Pensando nas indicações dos bombeiros e do casal, refleti por alguns segundos e decidi ir pelo caminho mais estreito com esperança que aquilo fosse o caminho em formato de "S" que eu havia visto no mapa. Logo saí dali e constatei que era mesmo o tal do "S". Dobrei a próxima à direita e segui reto, perguntando para mais algumas pessoas que não tinham a menor ideia se aquela era a Calle 9 ou não, então vi o hostel. Quase me atirei no gramadinho que tem em frente. Passava das 22h e, sintam o drama, eu havia chegado em Punta del Diablo um pouco depois das 20h. :shock:

Lição que ficou: Algumas coisas acontecem para realmente aprendermos e não esquecermos mais. Algumas coisas acontecem para sabermos que somos capazes. Então, pelo amor de Deus, se viajarem de bus pelo Uruguai e passarem por Punta del Diablo, não esqueçam que existe essa van, ela custa só 25 pesos e, se tu der uma conversadinha com o motorista, tu pode até ser deixado em frente ao teu hostel. Vou repetir: NÃO ESQUEÇAM DA VAAAAAN! Agora virou uma história ótima pra contar, até começo a rir só de lembrar, mas, na hora, eu fiquei com medinho, tá legal?

Quando entrei no hostel, estava cheio. Logo senti aquele acanhamento inicial típico de mim. O moço do staff me explicou onde ficava o que e me levou até o quarto. Fiquei no Unplugged Hostel, o mais recomendado aqui no mochileiros.com. As referências no hostelworld eram ótimas e as pessoas tinham mesmo razão. O hostel é lindo em sua simplicidade. Eu fiquei em um quarto para 4 pessoas, só mulheres e a diária custou mais ou menos R$ 37. Adorei ele ser todo feito de madeira, adoreia as cadeiras com tecidos de rede, a cama era muito confortável, nos quartos não há armários, mas não achei problema nenhum nisso e nem ouvi nenhuma história de alguém sendo roubado. No café da manhã, tem suco, café, pães à vontade, dulce de leche (é claaaro), mais coisas pra colocar no pão, tem frutas, tu te alimenta bem, digamos assim. É ótimo o fato de ter vários banheiros, que, apesar de pequenos, têm um tamanho satisfatório. Outra coisa extremamente positiva e que quebra o maior galho é que, todos os dias (sempre bom verificar se vai ter, mas eles avisam), o staff faz janta e cobra baratinho (tipo, uns 150 pesos), e tu pode comer à vontade e beber refrigerante à vontade. Além disso, facilita e muito a interação com a galera. A última coisa é que o staff é ótimo, tri atenciosos e prendados. :lol: Faziam a janta e depois ainda recolhiam tudo e lavavam a louça. A gente não precisava se preocupar com nada naquele hostel. Recomendo daqui até o infinito.

 

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Bem, voltando para a viagem. Entrei no quarto, larguei minhas coisas no chão e já fui me apresentando para as três mulheres que estavam lá dentro. Começamos a conversar, e acabei ficando amiga da argentina, de Rosário, Macarena (a Maca - todos lembraram da música né.. :lol: ) e da brasileira Eve. Tomei um banho bem lindo, coloquei um vestido de praia simples e me senti renovada. Naquela noite, teria asado (tipo churrasco). Custava 150 pesos e tu podia comer o quanto quisesse e beber coca-cola o quanto quisesse, além de incluir salada. Fazer o tal asado foi bom para que todos, ou a maioria, sentasse junto e pudesse conhecer uns aos outros. O fato de Maca estar hospedada lá há alguns dias e eu ter ficado amiga dela me ajudou muito. Dois chilenos que estavam no mesmo ônibus que eu acabaram lá também, no mesmo hostel e, claro, chegaram antes de mim porque pegaram (o quê? o quê?) a maldita van. ::putz:: O fato de termos pego o mesmo ônibus juntos e um deles ter notado também já foi pretexto para conversar. Eles se chamavam Thiago e Federico (o Fe). Como eu disse antes, o hostel tava cheio e logo estávamos todos conversando e ficando amigos, uns mais amigos que outros, né, tomando Pisco Sour... e tal. Então, algumas pessoas decidiram ir para alguma festa. Fomos. Tem uma rua lá perto da praia que é cheia de festas. Quando chegamos lá, estava cheio, músicas latinas tocando, muita gente dançando na rua mesmo. A noite foi ótima, dançamos, cantamos, rimos, nos divertirmos como os mais novos melhores amigos de hostel. Quando fui dormir, passava das cinco da manhã.

Como vocês puderam ver, não tem muitas fotos porque cheguei à noite. Essas fotos do hostel foram tiradas no meu último dia lá. Infelizmente, durante meus dias lá, acabei não tirando foto com a galera do hostel, coisa que me arrependo profundamente. :cry: Mas minha primeira noite com o pessoal foi demóoois. ::otemo::

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