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40 dias na Costa Rica e Panamá - Fev e Mar/2013


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Umas das perguntas que mais me fizeram durante a viagem foi: por que Costa Rica e Panamá? Acho que tentar responder essa pergunta é um bom jeito de começar esse relato. Para facilitar, sempre dizia que estava procurando um lugar com praias e vulcões. Mas na verdade, a escolha desses destinos se deu a partir de San Blas. Foi lendo sobre o arquipélago em uma matéria no Mochila Brasil, que decidi: preciso conhecer esse paraíso. Daí a incluir a Costa Rica no roteiro, foi simples. Lendo sobre o país em blogs e relatos aqui no mochileiros, tive certeza que ia adorar. Agora de volta, resolvi contar um pouco sobre os lugares que visitei. O relato ficou um pouco grande, mas tem muita informação que acredito ser útil.

 

A viagem ocorreu entre os dias 04/02 e 11/03.

 

Passagens

Comprei minha passagem pela Copa Airlines, a ida saindo do Galeão e indo até San Jose, com conexão no Panamá e a volta do Panamá direto pro Galeão. Comprei com uns quatro meses de antecedência e paguei cerca de R$2200,00. Como fiquei planejando a viagem por um bom tempo, percebi que o preço não varia muito, então imagino que não faz muita diferença comprar a passagem com antecedência ou não.

 

A Ida

Apesar o serviço da Copa ser bom e o avião confortável, na ida tive uma experiência nada agradável. Devido a problemas elétricos no aeroporto de Tocumen, no Panamá, foi necessário um pouso em Bogotá, que demorou cerca de 5 horas. Quando finalmente conseguimos pousar em Tocumen, obviamente já tinha perdido minha conexão para San Jose. Felizmente, consegui embarcar no próximo vôo, cerca de uns 10 minutos depois que cheguei. Ao chegar a San Jose, nem tive surpresa. Como esperado, minha mochila não tinha chegado. ::dãã2::ãã2::'> Aí paciência né! Preenchi os requerimentos e me informaram que entregariam minha bagagem no hostel naquele mesmo dia.

 

San Jose

A corrida de taxi do aeroporto até o hostel custou U$30. Durante a corrida, pude reparar um pouco na cidade de San Jose, que me lembrou muito qualquer cidade não muito grande do Brasil. Um fato que me interessou é que quase não há prédios e construções altas na cidade. Um amigo me disse depois que é por causa de terremotos.

 

Hospedagem: Fiquei hospedada no hostel Casa Yoses (http://www.casayoses.com), que fica no bairro San Pedro. O hostel é muito bacana, tem uma área social muito boa, chuveiro quente e café da manhã de verdade (milagre esses dois últimos itens!). Além disso, a localização é ótima. O bairro San Pedro é um bairro universitário um pouco longe do centro. A vantagem é que o bairro é bem arrumadinho, aparentemente seguro e perto do hostel há restaurantes, supermercados, etc.

 

Dinheiro: Ao chegar a San Jose, fui ao San Pedro Mall procurar um banco pra trocar dinheiro. Na Costa Rica utiliza-se dólares e a moeda local, os colones. A conversão é de aproximadamente 1 dolar = 500 colones. Praticamente todos os estabelecimentos comerciais aceitam os dólares e o troco sempre é dado em colones. Alguns estabelecimentos conferem a cotação do dia para fazer a conversão, mas geralmente a cotação que se utiliza é 1 dolar = 500 colones. Como eu estava com algumas notas grandes, resolvi comprar colones no banco, para ter um dinheiro mais trocado, o que ajuda na hora de pegar taxi, ônibus, etc. Mas isso não é um procedimento estritamente necessário, na verdade a troca do dinheiro vai acontecendo naturalmente.

 

À noite saí com um amigo que conheci no Couchsurfing para dar um volta no centro da cidade. O centro é meio caótico, muita gente, muito trânsito. Em meia hora, vimos uns quatro acidentes na rua. Em todo lugar na Costa Rica há as famosas sodas, que aqui chamamos carinhosamente de buteco. Geralmente essas sodas servem refeições por um preço bem justo, o que é uma ótima alternativa pra quem quer economizar.

 

Vulcão Irazu: A minha idéia era passar só uma noite em San Jose e partir para La Fortuna no dia seguinte bem cedo. Porém, a linda da Copa Airlines não entregou minha bagagem, que só foi chegar na manhã do dia seguinte. Então, adiei minha ida a La Fortuna e adotei um plano B, o que no fim das contas valeu a pena demais. No dia seguinte, fui com um amigo de San Jose visitar o vulcão Irazu, que fica em Cartago, a cerca de 50 Km de San Jose. O vulcão fica dentro de um parque nacional e paga-se 5.000 colones de entrada. O parque é bem organizado, tudo muito bem sinalizado e há uma lojinha onde é possível comprar lanches e souvenires. Lá dentro, chega-se ao vulcão por cima, onde se tem uma ótima vista das crateras. Acho que é possível imaginar a minha emoção naquele momento, como geóloga recém-formada conhecendo o meu primeiro vulcão. É lindo de morrer!!! ::love::::love::

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Transporte na Costa Rica

No dia seguinte, finalmente com minha mochila nas costas, fui pegar o ônibus para La Fortuna. Uma coisa curiosa sobre San Jose, é que lá não existe uma rodoviária grande de onde saem e chegam todos os ônibus. Lá existem pequenos terminais na região central da cidade, que são divididos pelas empresas. Então, quando for pegar um ônibus em San Jose, tem que saber qual a empresa que faz o trajeto para ir ao terminal certo. A empresa que faz a viagem para La Fortuna é a Auto Transportes San Jose-San Carlos (terminal fica na Av. 7 Calle 12) e a passagem custa 2.595 colones. Viajar de ônibus público na Costa Rica é todo o horror que descrevem e mais um pouco. Os ônibus são muito antigos e desconfortáveis; param em qualquer esquina pelo caminho para pegar/deixar passageiros e por isso uma viagem que demoraria uns 20 minutos, demora 1 hora e meia. Além disso, nesse ônibus para La Fortuna, tinha uma baratinha nojenta passeando pela janela do meu lado!!! :o

 

La Fortuna

A viagem durou cerca de umas 6 horas e quando cheguei em La Fortuna, senti aquela sensação de que valeu o perrengue. A cidade é bem pequena, super bonitinha e aconchegante, apesar de ser muito turística. Há agências de viagens em todos os lados. Muitos hotéis mais caros ficam um pouco afastados do centro, então pra quem está sem carro não compensa muito não.

Estava ansiosíssima para chegar logo em La Fortuna e dar de cara com a vista maravilhosa do vulcão Arenal, que fica bem pertinho da cidade. Como a minha sorte não estava lá as melhores, estava um pouco nublado, com as nuvens tampando o topo do vulcão. Mas isso não me desanimou, porque mesmo não se mostrando totalmente, o Arenal é majestoso.

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Hospedagem: Fiquei hospedada no Arenal Backpackers Resort (http://www.arenalbackpackersresort.com), que é um dos melhores hostels que já vi. É tudo muito organizado e profissional, quarto e serviços ótimos, além de ter uma área externa com uma piscina sensacional. A diária é U$15, um pouco salgada, mas compensa. O único defeito do hostel é não ter uma cozinha para os hóspedes e o bar fechar religiosamente às 22h.

 

A cidade: Em La Fortuna há mil e uma atividades para se fazer durante o dia, mas a noite a cidade é meio morta. Pelo que vi, existem 2 bares com música, o Lava Lounge e o Rockocó, mas ambos me pareceram bem desanimados durante a noite. E como os albergues também não fazem festas, então nada de grandes baladas em La Fortuna.

O forte de La Fortuna é o turismo ecológico ou de aventura. Há vários tours que incluem passeios, caminhadas leves e pesadas, rafting, canopy, kayak, passeio a cavalo, rapel etc. Muitas agências oferecem os mesmos tours ou pacotes, com preços diferentes. E geralmente, os hotéis também oferecem os mesmos tours. Então o melhor jeito de conseguir um tour, é bater perna pela cidade até encontrar a agência que te faz o melhor desconto. Na verdade, se o tour é feito dentro de um parque, o melhor jeito é pegar um taxi para o parque e negociar lá, porque aí se foge das comissões.

No dia que cheguei, resolvi só dar umas voltas com calma pela cidade e ficar curtindo um pouco o hostel. Estava amando ficar naquele clima gostoso (muito calor, já aviso!), deitada na rede, ouvindo um reggae. Quando fui passear pela cidade, um local me parou pra bater papo. A princípio, fiquei um pouco receosa (mineira né), mas logo percebi que o rapaz era gente boa. Aliás, na Costa Rica aconteceu isso muito. Os ticos são muito simpáticos, adoram conversar com os turistas, mostrar o lugar que eles vivem e saber mais sobre o nosso país. Isso sem segundas intenções e sem querer arrancar uns trocados. Dá pra ver que eles são felizes e sentem muito orgulho do país em que nasceram. Esse local me apresentou uma soda bem simplesinha, que fica perto do terminal de ônibus. Lá eu comi um prato típico chamado casado, que não é nada além do nosso famoso PF. Na Costa Rica come-se arroz e feijão todos os dias, inclusive no café da manhã. A comida é gostosa, mas depois de um tempo enjoa, até porque eles comem muito frango. É muito difícil achar um bom bife de boi.

 

Canopy: No dia seguinte, resolvi fazer o tal do canopy, que é um circuito de tirolesas de vários metros de extensão e altura. Tinha visto que o serviço do Sky Adventuras é muito bem recomendado, mas chegando lá achei o preço muito salgado. Acabei optando por fazer o canopy no Parque Arenal Mundo Aventura (http://www.arenalmundoaventura.com) e paguei U$42 reservando no hostel. Esse é o típico caso de que compensa muito mais pegar um taxi e ir direto ao parque, mas infelizmente ainda não tava com essa malícia. Valeu muito a pena, amei o canopy!!! Eles são muito profissionais, os guias falam inglês, explicam tudo direitinho e são muito preocupados com segurança. Além disso, o parque é lindo, tem uma cachoeira linda lá dentro. Um dos guias me disse que a pulseirinha que ganhei ao fazer o canopy, eu podia voltar lá pra fazer a trilha da cachoeira. Mas a parte mais legal de tudo foi que no meio do canopy, o céu abriu e o Arenal finalmente resolveu dar as caras. Foi emocionante demais ver aquele vulcão lindo com aquela vista privilegiadíssima.

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Lago Arenal e Hot Springs: No fim da tarde, encontrei um dos guias do parque que virou meu amigo, para conhecer alguns lugares legais. Fomos ver o pôr do sol na beira do Lago Arenal. Ele me contou que esse lago foi construído para gerar energia elétrica, que abastece mais de 70% do país. De acordo com ele, na área que foi coberta pelo lago havia um vilarejo que foi destruído por uma erupção do vulcão em 1968. Depois disso, fomos relaxar nas hot springs e aí vem a melhor dica de todas. Realmente existe um lugar onde é possível aproveitar as hot springs sem precisar pagar um preço injusto em algum resort. Para chegar lá é só pegar a estrada principal, a cerca de 100 a 200 metros da entrada principal do Tabacón Resort, tem uma área que parece um estacionamento. Ao lado desse estacionamento, tem uma trilhazinha que desce para o rio. Essa parte do rio, embaixo de uma ponte, não pertence a nenhum hotel e muita gente vai lá à noite pra curtir as águas termais sem pagar. Gostei bastante, é muito relaxante. Só tem que ficar esperto, porque lá não tem luz nenhuma, então não é recomendável levar nada de valor.

 

Caminhada: No terceiro dia queria fazer alguma caminhada. Existe um tour que consiste em uma caminhada de 4 a 5 horas até o topo do Cerro Chato, que é um vulcão inativo que fica ao lado do Arenal. Dizem que na cratera do vulcão há um lago em que é possível nadar. Como essa caminhada é mais pesada, resolvi fazer um tour mais light dentro do Parque Arenal. Acabei optando por um tour com a empresa Red Lava, que foi a pior coisa que fiz na viagem. Primeiro porque o tour é extremamente sem graça, mas até aí tudo bem. Começa no deck do Arenal Observatory Lodge, onde se tem uma vista boa do vulcão. De lá tem uma caminhadinha muito simples até uma cachoeira. Depois eles nos levam para as “free” hot springs, coisa que eu já tinha feito no dia anterior e não precisei pagar caro por isso. Mas na verdade, o tour acabou sendo uma bosta porque o guia turístico era um jumento ignorante, que bateu boca com uma turista francesa porque ele não entendeu uma pergunta que ela fez e deturpou tudo. Foi horrível, ficou todo mundo muito constrangido com o climão e o idiota ainda ficou uns 15 minutos reclamando de uma crítica ruim que ele recebeu no Tripadvisor. Dá pra entender né! ::grr:: Mas enfim, fica a dica: não peguem nenhum tour com o Red Lava.

 

Fiquei com muita vontade de fazer o tour para o Rio Celeste, porém o preço era U$80, muito caro pra mim. Por isso resolvi seguir viagem no dia seguinte. A minha idéia inicial era ir de La Fortuna para Uvita, para um festival de música. Porém como fiquei um dia a mais em San Jose, acabei desistindo desse plano. Então, sem um roteiro definido e frente ao fato que pra ir de La Fortuna pra qualquer lugar tem que pegar vários ônibus, decidi pegar um shuttle (transporte privado) para Tamarindo. Paguei U$35 no transporte, que compensou muito pelo conforto e rapidez. Se fosse de ônibus público ia gastar um dia de viagem e só Deus sabe se ia chegar.

 

Tamarindo

A cidade: Não estava muito empolgada para ir a Tamarindo, porque tinha lido em vários lugares críticas ruins, dizendo que a cidade é muito turística, terreiro de americanos, etc. Então fui pra ficar 1 noite no máximo. Mas chegando lá, não sei se foi por causa das baixas expectativas, acabei gostando do lugar. A cidade é bem turística sim, mas não achei isso uma coisa ruim. Tem muita gente jovem, muitos bares com música ao vivo e baladas. Pra quem gosta de festa, lá é o lugar. A cidade é bem pequena, várias ruas nem são asfaltadas e tudo lá é surf. A praia lá fica bem cheia, então pra quem não gosta há a possibilidade de ir nas praias vizinhas, Brasilito e Flamingo. Também há a Playa Conchal, que fica bem perto de lá e tem ônibus direto. Eu tentei ir pra Conchal no domingo, mas ninguém sabia dizer se o ônibus ia passar ou não, então desisti.

Por ser muito turística, Tamarindo é uma cidade mais cara. Há vários restaurantes caros na orla do mar e as lojinhas de souvenirs cobram o olho da cara também. Comi em um restaurante na orla chamado Copacabana, que ficava o dia inteiro tocando bossa nova. Paguei caro, acho que cerca de U$16, mas foi a única vez em toda a viagem que comi uma carne realmente boa.

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Hospedagem: Fiquei hospedada no hostel Tamarindo Backpackers (http://tamarindobackpackers.com/) que é da mesma rede do Arenal Backpackers. O hostel é muito bom, bem tranquilo e tem uma cozinha bem equipada. A díaria de U$15 é um pouco cara, mas como disse, em Tamarindo tudo é caro.

 

Queria sair de Tamarindo e ir para Playa Sámara, porém ao perguntar a recepcionista do hostel, descobri que teria que pegar 4 ônibus para chegar lá. Além disso, ela disse que essa praia não era nada demais, por isso desisti de ir. Mas depois me arrependi, porque conheci um pessoal que morou uns tempos em Sámara, que disseram que lá é sensacional. Acabei decidindo ir para Santa Teresa, pois um amigo americano que já tinha visitado disse maravilhas sobre lá. Acabei indo um pouco a contragosto, pois o suttle foi caríssimo (U$50) e tinha lido que o lugar era um pico de surf, que eu não pratico. Mas como estava sem planos, resolvi ir mesmo assim.

 

Santa Teresa

A cidade: Ao chegar em Santa Teresa, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: o que que eu vim fazer aqui? Santa Teresa e Malpaís não são duas cidades. É uma longa rua que segue a costa do mar que liga os dois lugares. E só. É só uma rua mesmo. E detalhe, não é asfaltada. A poeira é tanta que chega a dar desespero. Mas Santeresa (carinhosamente apelidada) tem alguma coisa que pega todo mundo que passa por lá e não deixa sair. Não sei explicar exatamente o que é. Se é o mar maravilhoso, com uma praia linda, super selvagem. Se são as ondas, que atraem vários surfistas pra região. Se é pelo pôr do sol, o mais lindo que já vi. Eu só sei que Santeresa foi o lugar que mais gostei de conhecer e já tenho planos de voltar.

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O forte de Santereza com certeza é o surf. Muitos surfistas vão pra lá e acabam ficando. Não são ondas grandes, mas pelo que entendi as ondas são estáveis. E apesar de serem lugares pequenos e simples, a noite de Santereza/Malpaís pega fogo a semana inteira. Todo dia rola alguma festa bem animada. O reggae de segunda-feira no Coco Loco Bar é bem animado. Essas festas na Costa Rica são ótimas, porque geralmente não paga pra entrar e a cerveja custa uns 1.000 colones.

 

Hospedagem: Cheguei lá sem reserva e acabei ficando no Tranquilo Backpackers (http://www.tranquilobackpackers.com/). O hostel é bom, mas tem um banheiro sofrível. Além disso, o dono é muito sem educação. Mas dá pra ficar lá numa boa. Muitos surfistas ficam lá e a noite costuma rolar uma interação entre a galera.

 

Tinha resolvido ir para Montezuma na quinta-feira, de ônibus público mesmo. É bem fácil, é só pegar um ônibus para Cóbano e lá tem ônibus toda hora para Montezuma. Não sei se Santereza não queria me deixar ir, só sei que o ônibus para Cóbano não passou por nada nesse mundo. Depois de comer muita poeira, passar fome, raiva e calor (nesse dia faltou água no hostel), resolvi ficar mais uma noite e ir no dia seguinte de shuttle. No fim das contas valeu muito a pena ter ficado, porque era Valentine’s Day e rolou uma festa sensacional em um lugar chamando La Lora Amarilla. ::otemo::

Mas como nada é fácil, no dia seguinte fiquei sentada na porta do hotel por 1 hora e meia esperando a van chegar e nada. A sorte foi que o cara que reservou o shuttle pra mim, passou de moto e me viu lá, desolada. Aí ele arrumou uma gambiarra e finalmente eu consegui ir pra Montezuma. Acho que Santereza se apegou mesmo a mim. E foi recíproco. ::love::

 

Montezuma

A cidade: Montezuma é sem dúvidas o lugar mais bonito que visitei. A praia é muito linda. O mar tem um tom de azul muito intenso e a areia é clarinha. Há algumas cachoeiras na região, que são muito bonitas também. A cidade é super bonitinha, muito colorida e tem um clima super bacana. Há vários hippies pelas ruas vendendo artesanatos. Muitos me chamavam pra conversar (e tentar vender um trampo, claro) e depois, sempre que passava, ficavam me gritando: la brasileña! Acho que por ter poucos brasileiros viajando pela América Central, todo mundo ficava surpreso quando eu dizia de onde sou. É muito fácil viajar quando se é brasileiro, realmente todo mundo tem uma ótima impressão e querem logo conversar, fazer amizade.

A noite rola uma festa num bar, que agora me esqueci do nome, que fica bem no centrinho da cidade, não tem erro. Não paga para entrar e a cerveja é razoavelmente barata.

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Hospedagem: Tentei me hospedar em um hostel chamado Luz en el Cielo, porém não tinha feito reserva e os dormitórios estavam cheios. Porém, ao chegar lá, a recepcionista foi extremamente gentil comigo, me emprestou um guia da cidade e me ofereceu o telefone para ligar para os outros lugares e encontrar uma acomodação. É ótimo encontrar pessoas assim no nosso caminho. Mesmo sem ter ficado hospedada lá, recomendo muito, pois só li e ouvi críticas positivas (http://www.luzenelcielo.com/). Acabei ficando hospedada no Hotel Lucy, que apesar de não ser nada demais, fica localizado na areia da praia, o que totalmente compensa. Neste hotel, acorda-se com o som do mar.

 

Cachoeira: Acabei visitando a cachoeira que fica mais próxima da cidade. Para chegar lá, não precisa de guia é só perguntar o caminho a alguém. Tem um caminho fácil, que é só seguir o curso d’água pelas pedras. Porém, não lembro por que, eu e uns amigos resolvemos pegar uma trilha difícil e inclinada pra chegar até lá. Se não me engano, nessa trilha tem alguma bifurcação que dá para atingir a cachoeira por cima da queda d’água. Não cheguei a ir, mas dizem que tem um poço grande bom para nadar.

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Após passar 2 dias em Montezuma, resolvi ir pra Jacó, porque tinha visto que ia rolar um festival de reggae em que a banda Natiruts ia tocar. Para ir até Jacó de ônibus, tem que pegar várias linhas, além do ferry, o que leva muito tempo. Como o festival começava de tarde e eu precisava chegar lá cedo, resolvi pegar um taxi boat para ir direto. Esse barco custa U$40 e você pode contratar o serviço em qualquer agência da cidade. A viagem dura cerca de 1:30h e o barco para na Playa Herradura. De lá, uma van te leva até Jacó. Se alguém te indicar um passeio nessa Playa Herradura, pois é pertinho de Jacó e tem ônibus fácil, não vá! A praia nem é grandes coisas, e no dia que passei por lá, tinha muita gente estranha, não parecia nem um pouco seguro pra turista.

 

Jacó

Hospedagem: Em Jacó me hospedei no Las Camas Hostel Mini (http://www.lascamashostel.com). Chegando lá, levei um baita susto, porque nunca tinha visto tanta bagunça na vida. Mas a má impressão passou na hora que a Edit, uma das donas, me disse: bem vinda à nossa casa. E lá não é difícil se sentir em casa. O hostel tem um astral único, muito bacana. E depois de um tempo, você percebe que a bagunça é só mais um charme do lugar.

 

A cidade: Acabei chegando em Jacó um pouco tarde, pois o barco atrasou a partida devido ao vento. Como estava cansada, preguiçosa e com fome, acabei deixando o festival de reggae pra lá e ficando numa boa no hostel, curtindo uma ressaca com a galera. Fomos à praia curtir o pôr do sol, porém não gostei muito da praia não. Por Jacó ser a cidade litorânea mais próxima de San Jose, muita gente da capital fecha uma excursão para lá. Além disso, a cidade tem a fama de rolar muito turismo de prostituição. Então, achei a praia um pouco mal frequentada e nem é tão bonita para compensar. Perto de Jacó tem a Playa Hermosa, que dizem que é muito mais bonita e agradável. Dá pra alugar uma bicicleta ou um ATV (quadricículo) para ir lá.

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No dia seguinte, o pessoal do hostel organizou uma festinha de despedida pra uma galera que estava lá a um bom tempo e ia embora no dia seguinte. Todo mundo fez uma vaquinha e o pessoal desembolou uma comida mexicana sensacional. Depois de muitos shots de guaro (uma vodka feita de cana de açúcar), fomos a uma balada lá perto chamada Orange. Se não me engano, paga-se uns mil colones pra entrar e lá fica bem animado.

No dia seguinte resolvi partir para Manuel Antônio, pois estava ansiosa para conhecer o parque.

 

Manuel Antonio

Transporte: Para ir a Manuel Antonio, peguei um ônibus que vem de Puntarenas, passa em Jacó e vai até Quepos. O ônibus é aquele tormento de sempre e custa algo entre 2.000 e 3.000 colones (esqueci de anotar o valor exato). Chegando em Quepos é só pegar um ônibus para Manuel Antônio, que passa de meia em meia hora e custa 285 colones.

 

A cidade e Quepos: Quepos e Manuel Antonio são quase grudadas, então é bem fácil transitar de ônibus. Quepos não tem nenhum atrativo, então não acho que vale a pena ficar hospedado lá. Saindo de Quepos, a estrada sobe e desce uma serrinha até chegar à praia. Todo esse trajeto da serra já é Manuel Antonio. A cidade é um pouco estranha, porque tudo fica muito espalhado nesse caminho todo. Então é bom ficar ligado na localização exata de onde for se hospedar, porque senão fica longe de tudo. Na praia e perto do Parque tem uma espécie de centrinho, com supermercado, lojas e restaurantes, então acho que essa é a melhor região para se hospedar.

 

Hospedagem: Fiquei hospedada no National Park Backpackers (http://nationalparkbackpackers.com/), que é um hostel que fica bem ao lado da entrada do parque. Apesar da boa localização e da área de convivência ser muito boa, achei que o hostel deixou um pouco a desejar. Os dormitórios são terríveis, foram construídos dentro de uma espécie de celeiro. Além disso, o serviço é todo muito sistemático, falta um pouco da espontaneidade do hostel anterior.

 

Parque Nacional Manuel Antonio

Visitei o Parque Nacional Manuel Antonio no dia seguinte. A entrada custa U$10 e o parque não abre nas segundas. O Parque é muito lindo, super organizado, vale muito a visita. Fica bastante cheio, com muitos grupos de turistas e famílias, então é bom chegar lá cedo porque a entrada é limitada. Dentro do parque é possível fazer algumas caminhadas leves, onde se vêem vários animais, como macacos, cobras, preguiças, etc. Há algumas praias dentro do parque que são simplesmente maravilhosas, água muito azul e areia branca. O acesso à Playa Puerto Escondido estava fechado e a Playa Manuel Antonio estava muito cheia, então resolvemos ficar um tempo na Playa Espadilla. A melhor dica que pode ser dada sobre o Parque é: cuide de suas coisas o tempo todo! Os macacos e quatis são super espertos e não perdem a cara de pau de futucar sua mochila em busca de comida. Até as iguanas ficam de olho quando você abre um potinho de Pringles! :D

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No dia seguinte, resolvi aproveitar o dia na praia da cidade mesmo. A praia é bem bonita e dá pra fazer várias atividades, como aulas de surfe, kitesurf, etc. Gostei de Manuel Antonio, é uma cidade mais tranquila, um turismo mais família. Além disso, foi bom me despedir do pôr do sol maravilhoso do Pacífico. Mas já tava na minha hora de finalmente conhecer o Caribe.

 

Transporte: Resolvi ir para Purto Viejo de Talamanca e para isso precisava pegar um ônibus para San Jose e outro para Puerto, cruzando o país. O ônibus para San Jose sai de Manuel Antonio mesmo (não precisa ir a Quepos) e a passagem custa 4.510 colones. Este ônibus que peguei era o executivo, por isso a passagem era um pouquinho mais cara. Mas adivinhem só, o ônibus executivo na Costa Rica também para no meio do caminho!!!! Em San Jose eu desci em um ponto no meio da cidade, onde tinham vários taxistas avisando que ali era o melhor lugar para quem queria ir para o Terminal do Caribe. Conversando com o taxista, descubro que o ônibus para Puerto Viejo não sai mais desse terminal e sim do Terminal San Carlos, que é o mesmo do ônibus que vai para La Fortuna. Tive sorte de o taxista ser bem honesto, então fica essa dica, senão teria que pegar outro taxi. A passagem para Puerto Viejo custa 5.415 colones, a viagem é bem longa e o ônibus para em quase todas as cidades próximas dali, Cahuita, Limón, Siaxola, etc.

 

Puerto Viejo de Talamanca

A decepção: Confesso que Puerto Viejo era o lugar que estava mais ansiosa para conhecer. Tinha certeza que ia amar o lugar, devido a todos os relatos que já tinha lido e tudo que já tinha ouvido falar. Todo o clima rastafári, a música reggae e o mar do Caribe me empolgavam muito. Meu medo era chegar lá e não querer sair mais. Porém, ao chegar lá me deparei com uma situação que nem tinha passado pela minha cabeça e que foi literalmente um banho de água fria: muita chuva e um tempo horroroso. Definitivamente eu não estava esperando por isso e aí acabou meu bom humor. Para piorar a situação, o hostel que queria ficar, Rocking J’s, que é um dos mais famosos da Costa Rica, estava lotado. Consegui lugar em um hostel que fica em frente, o La Ruka Hostel (http://www.tripadvisor.com.br/Hotel_Review-g309265-d3663661-Reviews-La_Ruka_Hostel-Puerto_Viejo_de_Talamanca_Province_of_Limon.html), que não é de todo ruim, mas também não é bom. Na verdade, até gostei do pessoal do hostel e dos quartos (chuveiro quente de verdade!), mas o que me incomodou de verdade é que a cozinha era muito ruim. Juntando a chuva a noite toda, com a dificuldade de encontrar uma boa acomodação além do Rocking J’s e uma pitada de mau humor, eu queria era fugir o mais rápido possível de Puerto Viejo.

 

Punta Uva

A solução que eu encontrei foi me exilar por dois dias em Punta Uva, que é uma praia que fica a cerca de 8 Km da cidade. Lá, fiquei no Walaba Hostel (http://www.walabahostel.com/), que é um hostel muito bacana, no meio do mato. Pra quem gosta de sossego, lá é o lugar perfeito. Fiquei um pouco incomodada, pois não tem quase nada em volta do hostel. O mercadinho mais próximo ficava a cerca de 40 minutos de caminhada. Porém lá tudo é feito de bicicleta. Uma das coisas mais legais de se fazer em Puerto Viejo é alugar uma bike e conhecer todas as praias até Manzanillo. No segundo dia, dei um pouquinho de sorte e saiu um sol bem tímido. Deu para conhecer a Playa Punta Uva, que é bem bonita, mesmo depois de um temporal.

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Depois desse sol tímido, resolvi dar mais uma chance a Puerto Viejo e voltei para o La Ruka. Porém, tempo perdido, porque a chuva resolveu perdurar novamente. Com muita decepção no coração, resolvi seguir caminho e tentar a sorte em Bocas del Toro, no Panamá. Me despedi da Costa Rica debaixo de chuva, mas com o coração apertadinho, pois fui feliz demais naquele país.

 

Transporte: Para chegar até a fronteira, é só pegar um ônibus até Sixaola, que custa 1.660 colones.

 

La Frontera - Panamá

O ônibus para bem em frente à fronteira e então a travessia é feita a pé. Primeiro, é preciso parar na imigração da Costa Rica para carimbarem o passaporte. Após atravessar a ponte, para na imigração do Panamá. Neste ponto eles te pedem para mostrar a passagem de volta. Se vai a Bocas del Toro, deve-se ir a uma salinha ao lado para receber um adesivo no passaporte. No meio disso tudo, com certeza você já foi “pescado” por algum taxista que faz o transporte até Bocas. Esse transporte custa U$10 e te levam até Almirante, que é onde fica o porto onde saem os barcos para Bocas. Nesses portos, paga-se U$6 ou U$4 (não me lembro) pelo barco até a Isla Colón. No Panamá, a moeda utilizada é dólar, porém também utilizam moedas locais balboas (só moedas, não há cédulas), que tem o mesmo valor do dólar.

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Bocas del Toro

O arquipélago: Ao chegar em Bocas, logo percebi a influência jamaicana no local. O inglês é muito falado e há vários rastafáris pelas ruas.

Esse mapinha mostra os locais principais do arquipélago: http://bocashouse.net/mediac/400_0/media/mapa-arch-towns-ing$5B1$5D.gif

A Isla Cólon é a principal ilha e também é chamada de Bocas Town. Lá é o local com melhor estrutura, muitos hostels, restaurantes, lojas e mercados, então é onde muita gente fica hospedada. Para ir de uma ilha a outra, é só pegar um taxi boat que custa U$1.

 

Hospedagem: Eu fiquei na Isla Carenero, logo em frente, no Aqua Lounge Hostel (http://www.bocasaqualounge.info/). Esse é o hostel mais famoso do Panamá por ser altamente festeiro. Realmente, o hostel é muito bacana e compensa a estadia. Entretanto, na semana que fiquei lá, eles não fizeram nenhuma festa grande, pois na festa da semana anterior houve vários roubos. Então por causa disso achei a estadia lá sem propósito e achei bem chato ficar gastando um dólar toda hora para ir a Bocas. O bar e as áreas abertas ficam sempre disponíveis pra qualquer pessoa que quiser visitar, mais um motivo que acho bobagem ficar hospedado lá. Mas no fim, acabei ficando lá mesmo, pois gostei bastante do staff e da galera que estava lá.

 

Tours: Existem vários tours feitos para conhecer alguns lugares do arquipélago e os preços costumam variar um pouco. Os tours geralmente incluem lugares como Delphines Bay, uma bahia onde se fica dentro do barco observando golfinhos e Crawl Cay, um ponto ótimo para fazer snorkel. Além disso, é possível visitar a Isla Bastimentos, que é um lugar bem preservado, com belas praias. Nesta ilha, há a famosa Red Frog Beach, que é uma praia bem bonita habitada pelos sapinhos vermelhos. Essa praia fica dentro de um parque, onde se paga uns U$5 de entrada. Eu optei por fazer um tour simples, que passava por estes lugares e paguei U$20 numa agência bem simplesinha que achei em Bocas. Queria ter feito um tour até a Isla Zapatilla, que dizem ser a mais bonita, porém a chuva incessante me desanimou. Como a chuva não quis me abandonar, acabei aproveitando meu tempo em Bocas no hostel e nas praias da Isla Carenero mesmo.

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A noite: A noite em Bocas del Toro é muito animada, há várias baladas diferentes. O Aqua Lounge normalmente faz festas e happy hours todos os dias, porém o dia principal é na quarta feira. Em Bocas Town, existe o Mondo Taitu, que também é um bar hostel super bem frequentado. Após tomar uns drinks lá, a noite prossegue ou no Barco Hundido ou no Iguana (eu preferi o Iguana).

 

Após a semana de chuva no Caribe, resolvi desistir da vida praiana e ir pras montanhas. Meu próximo destino foi a famosa Boquete. Peguei um shuttle para lá, saindo de Bocas e paguei U$30.

 

Boquete

A cidade: Boquete é uma cidade pequena e muito charmosa, que fica aos pés do vulcão Baru. A cidade tem um clima mais friozinho, mas não deixa de ser um destino de ecoturismo. Muitas pessoas vão até lá para subir o vulcão. A subida é feita a noite e dura umas 6 horas de caminhada pesada. Além disso, há vários tours de bicicleta, rapel e passeios até as hot springs. Mas além de ser um destino para mochileiros aventureiros, Boquete também é conhecida pela produção de café. Na cidade há várias cafeterias muito boas e é possível fazer tours nas fazendas, onde se conhece as etapas de produção.

 

Hospedagem: O melhor hostel da cidade é o Mamallena Hostel (http://www.mamallenaboquete.com/), que fica localizado na pracinha central. O hostel tem uma estrutura ótima, bons quartos e boa cozinha. No dia que cheguei, o pessoal estava organizando um churrasco de aniversário de um dos hóspedes. Foi bem divertido, até providenciaram uma piñata.

 

Transporte: Por causa da chuvinha e do frio, não animei de subir o vulcão, então acabei ficando dois dias em Boquete descansando. Resolvi partir para a Cidade do Panamá, para providenciar minha ida a San Blas. Fiz esse trajeto de ônibus, primeiro peguei um ônibus de Boquete para David, que custa R$2,50. Em David, peguei um ônibus para a capital, que custa U$15,25.

 

Cidade do Panamá

A cidade: A capital do Panamá não lembra em nada San Jose. É uma cidade grande, com muita gente, muito trânsito e uma mistura de construções históricas com edifícios enormes e super modernos. Apesar do clima mais cosmopolita, Cidade do Panamá é até bem agradável. Não me preocupei em conhecer muito a cidade, pois o bairro que escolhi ficar, Casco Viejo, me conquistou. É o bairro antigo da cidade, onde há vários casarões, museus e igrejas. Nos últimos anos, o bairro vem sendo revitalizado, havendo a criação de mais hotéis e restaurantes e por isso há obras para todos os lados. De Casco Viejo tem-se a visão da área mais central da cidade, com seus prédios moderníssimos, cassinos, shoppings, etc. Achei esse contraste muito interessante.

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Hospedagem: Fiquei hospedada no Panamericana Hostel (http://www.panamericanahostel.com/{/url]), que como disse, fica localizado em Casco Viejo. O hostel é muito bacana, quartos enormes, chuveiro quente e um terraço super charmoso. O único defeito é que ao lado do hostel um casarão estava em obras e por isso o barulho era enlouquecedor. Não sei como está agora, mas vale a pena dar uma checada nisso antes de fazer a reserva. Outro ponto é que o hostel fica bem perto de um bairro perigoso, então cuidado ao andar por ali.

 

 

Compras: O Albrook Mall, que fica ao lado do Terminal Albrook é o lugar mais atraente pra quem quer gastar dinheiro. O shopping é gigante e tem várias lojas de roupas, cosméticos, eletrônicos, onde encontrei vários brasileiros. Não achei tão vantajoso pra comprar roupas e calçados. É possível ir ao Albrook de ônibus, mas taxi sai bem barato, é só dar uma pechinchada. No domingo um taxista me cobrou U$2,50 até o hostel.

 

Cheguei na Cidade do Panamá almejando ir pra San Blas no dia seguinte, porém descubro que por causa da maldita tempestade intertropical que estava instalada no Caribe, a entrada em San Blas estava fechada, pois era perigoso trafegar de barco. Tive que esperar uns dias, até os índios Kuna Yala liberarem a entrada.

 

San Blas

Finalmente consegui partir para o meu destino tão esperado. Entretanto, percebi que chegar até San Blas custa tempo paciência e principalmente dinheiro. Cheguei até a duvidar que o arquipélago com chuva ia valer tanto esforço, mas não podia desistir ali.

 

Transporte: O primeiro passo para ir até San Blas é reservar o transporte. Acredito que quase todos os hostels façam essa reserva. No Panamericana, deve-se pagar U$5 logo na hora de reservar.

No dia seguinte o motorista com o 4x4 te busca na porta do hostel bem cedo, cerca de 5 da manhã. Em seguida, o motorista leva os viajantes até o escritório da Lam Tours, onde a guia Judy passa uma série de informações sobre o arquipélago. Nesse momento deve-se pagar o transporte, que custou U$55. Além disso, deve-se pagar uma taxa de U$10 referente a entrada no arquipélago.

A estrada até o porto Kuna Yala está completamente asfaltada, porém é uma estrada bem perigosa, por causa das inúmeras curvas fechadas, subidas e descidas.

Um casal que conheci resolveu se aventurar e não pegar esse transporte convencional. Eles pegaram um ônibus que para perto de um trevo que dá acesso à estrada. Lá ficaram esperando até aparecer uma carona até o porto. Eles conseguiram essa proeza de chegar até San Blas gastando quase nada, porém é um negócio arriscadíssimo. Passam pouquíssimos carros naquela estrada e geralmente todos cheios, então conseguir uma carona é muito difícil. Mas nada é impossível.

Em algum momento da viagem, existe um posto onde os militares pedem os passaportes.

Ao chegar no porto, paga-se uma taxa por usar o porto de U$2 e os índios te dão uma moeda de cassino, que deve ser devolvida na volta. Se perder a moeda, tem que pagar a taxa de novo.

Para chegar até as ilhas paga-se U$15 pelo transporte de barco.

 

O arquipélago: Existem várias ilhas que hospedam viajantes. A Isla Carti é a maior e mais habitada, porém não recomendo a hospedagem porque não é nada bonita. As Islas Franklin e Robinson são na verdade a mesma ilha dividida ao meio e o local escolhido pela maior parte dos mochileiros. Nos dois lados da ilha são oferecidas a hospedagem mais 3 refeições por U$25. Eu e uns amigos escolhemos acampar na Isla El Diablo, que fica um pouco mais distante e é bem mais bonita. Cometemos a besteira de não negociar o preço antes de ir e na primeira noite a índia nos cobrou U$20 só pela hospedagem, sem refeição nenhuma. No dia seguinte, depois de pechinchar, o preço caiu para U$15. Como ainda estava caro, resolvemos ficar só duas noites mesmo. Se não me engano, a hospedagem na Isla El Diablo em uma cabana custa U$40.

 

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Mesmo com toda a dificuldade de chegar até lá, as noites muito mal dormidas, a falta de banho, o tempo ruim, a falta de comida e a extorsão dos índios, com certeza San Blas vale a visita. As paisagens são realmente maravilhosas com os inúmeros tons de azul do mar. É uma experiência tão incrível ir a San Blas, que até os perrengues se tornam divertidos. E pra tornar a experiência completa, no segundo dia o sol deu as caras proporcionando um dia super gostoso. :D

 

Felizmente pude deixar San Blas com a sensação de dever cumprido. Fiquei mais uns dois dias na Cidade do Panamá antes de voltar ao Brasil, já sentindo uma tristeza imensa de voltar pra casa. Os dois países realmente me encantaram e já tenho planos de retornar, estendendo a viagem para o resto da América Central. A Costa Rica e os ticos conquistaram um bom lugar no meu coração, apesar de ter certeza que ia gostar, não imaginava que eu ia estabelecer uma relação tão emocional com aquele lugar. Penso que não há como ser feliz naquele país.

Espero que meu relato ajude outros mochileiros que pretendem conhecer esses países e só tenho agradecer aos mochileiros que já postaram seus relatos aqui e que foram muito úteis. Até a próxima viagem! :P

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Valeu a pena ficar na Isla del diabo? Vc levou barraca ou alugou?

 

Roger, vale a pena demais. A ilha é muito linda, fica em frente a Isla Perro. Entre as duas ilhas há o farmoso barco afundado, um ótimo lugar pra fazer snorkel. Lá é um pouco mais caro, mas como disse, tudo lá é negociável. Eu comprei uma daquelas barracas baratinhas que vende em supermercado. Como estava chovendo e a barraca não tem capa, os índios foram bem gentis colocaram umas lonas em cima, o que ajudou muito. Mas acho que lá já tem umas barracas de camping montadas. Mas acho melhor garantir e levar a sua.

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Ótimo Relato, parabéns pela viagem. Obrigado por compartilhar também sua experiência conosco, isso faz abrir novos horizontes para próximas viagens.

 

 

 

Parabéns mais uma vez, suas fotos também ficaram demais.

 

 

Eu que agradeço e fico feliz por ter gostado.

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