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Na estrada - 31 dias - Bolivia/Peru/Chile/Argentina - Completo


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Hola, amigos mochileiros!!! Apesar de passado quase um ano da viagem feita, achei bom de qualquer formar repassar o relato para compartilhar a experiência, vou me reter a isso, não esperem valores pois pode ter mudado alguns preços nesse ano passado, mas têm algumas dicas (destacadas em vermelho) que eu não havia recebido até fazer a minha viagem. Aqui têm algumas fotos, mas abaixo o link do blog para quem quiser ver as outras fotos:

 

http://passolargonaestrada.blogspot.com/

 

Sou um paulistano de 29 anos (agora 30), que depois de uma faculdade e 3 anos sem férias decidiu ir á Machu Picchu e rodar o máximo possível pela América do Sul, sou extrovertido e falante, daquele viajante que têm bom humor mas que quando vê a imensidão do salar ou o esplendor de MP sabe se reservar no silêncio; ah e tenho 2 metros de altura o que conta na hora de escolher o ônibus, eis o motivo de dar preferência sempre que possível para buscama.

Viajo sozinho (nas férias) desde os 16 anos, mas decidir conhecer primeiramente o Brasil e isso só parou nos 20 anos quando conheci a Bahia, pela qual me apaixonei e foi o meu destino nos 5 anos seguintes e até hoje, Salvador ainda mexe comigo.

Ano passado foi o primeiro com a faculdade terminada, e fiquei meio desorientado, os amigos estavam todos casando e tive de buscar algo que realmente me deixava com a sensação de felicidade... e o que me fazia sentir assim (como muitos aqui) era estar na estrada.

Então iniciei o planejamento em Julho/2008 e desde então guardei grana (com o azar de pegar a crise internacional no caminho), e com muita ajuda do site mochileiros.com organizei o meu roteiro, o meu cotidiano melhorou pra caramba nesse quase 1 ano pq estava empolgado com a idéia.

A parte de relatos de viagem foi fundamental, tinha uma pilha deles e me divertia muito lendo-os (entrava no clima da viagem) e decidi escrever o meu principalmente para quem curte ler, e para quem está atrás de informações condensadas em um único tópico; então me desculpe se for muito extenso e detalhista para um relato normal, tentei limpa-lo ao máximo mas não consegui muito avanço kkkk mas as vantagens é que têm umas dicas legais e diferentes; através do site fiz amizade com “Victor Colonna” e o “Jesse James” que iriam com uma galera e tinham o começo de roteiro igual ao meu, então marcamos de se encontrar em Santa Cruz, a galera do Mochila Club (nome do blog).

No meu roteiro, eu tinha que recuperar o tempo “perdido” (não levem ao pé da letra kkk) indo 5 anos seguidos para o mesmo lugar, então incluí 4 países em uma única viagem, mas nem entro em discussão se eu conheci ou só passei e todo esse blá blá blá, Cada um sabe o que quer, e eu queria isso, concordo que você não se envolve tanto nos lugares onde passa quanto quem fica um semana em cada lugar.

E depois de um ano, o roteiro traçado foi o seguinte:

 

01/05/2009 – São Paulo > Campo Grande > Corumbá

02/05/2009 – Santa Cruz

03/05/2009 – Sucre > Potosí

04/05/2009 – Potosí >

05/05/2009 – Uyuni > Salar

06/05/2009 – Salar

07/05/2009 – Salar > Uyuni

08/05/2009 – Oruro > La Paz

09/05/2009 – La Paz

10/05/2009 – La Paz > Copacabana

11/05/2009 – Copacabana

12/05/2009 – Cusco

13/05/2009 – Cusco

14/05/2009 – Cusco (Vale Sagrado)

15/05/2009 – Machu Picchu

16/05/2009 – Cusco

17/05/2009 – Cusco

18/05/2009 – Cusco > Lima > Ica

19/05/2009 – Ica

20/05/2009 – Ica > Nazca

21/05/2009 – Arequipa

22/05/2009 – Arequipa

23/05/2009 – Arica

24/05/2009 – San Pedro de Atacama

25/05/2009 – San Pedro de Atacama

26/05/2009 – Santiago

27/05/2009 – Santiago (Viña Del Mar/Valparaíso)

28/05/2009 – Mendonza

29/05/2009 – Buenos Aires

30/05/2009 – Buenos Aires

31/05/2009 – Na estrada ...

01/06/2009 – Chegada em São Paulo

 

E começa o relato:

 

30.04.2009 – São Paulo – Despedida

Meu último dia de trabalho foi cercado de muita expectativa e um pouco de apreensão, afinal seria a minha primeira viagem fora do Brasil e estaria sozinho, mesmo acostumado seria sozinho em terras estrangeiras.

Á noite fui ao Habibs com uma galera mais chegada para a despedida e segui com um casal de amigos para a casa deles pois iriam me levar na madruga ao aeroporto de Cumbica.

 

01.05.2009 – São Paulo – Campo Grande – Corumbá – Um longo dia...

Na madruga, saímos e chegamos ao aeroporto, meu vôo saía ás 05:05hrs com destino à Campo Grande (paguei R$ 220,00 pela Ocean Air).

***DICA*** Empaquei um mês decidindo como sairia de São Paulo e fora ir direto à Santa Cruz de avião, você têm 3 opções:

- Ônibus direto pra Corumbá – 23h de viagem – R$ 180,00 – Somente Andorinha

- Avião direto pra Corumbá – 2,5h de viagem – R$ 600,00 – Somente TAM (compre antecipadamente)

- Avião para Campo Grande – 2h de viagem – R$ 220,00 – Ocean Air + ônibus para Corumbá – 6h de viagem – R$ 80,00 – Somente Andorinha.

Obsº: Em SP, o guichê da Andorinha é no terminal Barra Funda, no Tietê não há.

 

Fiz o check-in e me despedi no meio de uma choradeira geral e embarquei. A viagem dura 2h mas volta no tempo (devido ao fuso) em 1h, então as 6 da manhã desembarquei e fui de táxi até a rodoviária, onde já tinha passagem comprada em SP para Corumbá; tomei um café no albergue em frente à rodoviária (já havia me hospedado nele anos atrás) e 7:30 partimos rumo à Corumbá.

Logo de cara, fiz amizade com o companheiro de poltrona que tava indo para a fazenda onde o pai trabalha e isso ajudou as 6h de viagem passarem voando!

Chegando em Corumbá, liguei para o Ney; um operador que trabalha através do orkut e que compra antecipadamente a passagem do trem da morte e se você quiser (e lógico que pagando kkk) faz o traslado até a estação de trem, como eu não queria perder tempo na fronteira, fechei negócio com o Nei e tudo funcionou direito, e uma obs.: não é propaganda, apenas informação; a Indiana Tours faz o mesmo tipo de serviço, pesquise.

O Ney me pegou numa rua próxima á rodoviária e partimos rumo a Bolívia e eis que surge o primeiro perrengue, como era Dia do Trabalho, o posto de controle boliviano estava fechado, perguntamos e não havia previsão de abertura. Resolvi seguir adiante porque conforme o Ney, seria possível regularizar a situação na Migracion em Santa Cruz ou no aeroporto de Viru-Viru onde me despedi e fiquei aguardando o trem.

Nesse tempo de espera, iniciei uma conversa com 3 paulistas que também pegariam o Ferrobus e logo já tinham duas israelenses e uma alemã conversando conosco. Quatro horas depois, ás 19h, embarcamos... toda a galera estava no semi-cama, só o “patrão” aqui no cama... bah... (isso ainda aconteceria bastante kkk).

Agora, Trem da Morte??? Pelo menos não o Ferrobus kkk com poltrona confortável, uma janta deliciosa (temperada no ponto certo) e ainda botaram no dvd o filme Indiana Jones 4 kkk perfeito! No final do filme já estava dormindo.

Para os horários, dias e preços das passagens nas várias composições do Trem da Morte, consulte o site:

 

http://www.ferroviariaoriental.com/Pasajeros/Itinerariosytarifas/tabid/59/Default.aspx

 

02.05.2009 – Santa Cruz de La Sierra

Chegamos pontualmente ás 9:00 no Terminal Bimodal onde eu havia marcado com o pessoal do Mochila Club, mas a rapaziada não estava lá, para garantir já fui no guichê da Flota Copacabana e por sorte, garanti a última passagem do único ônibus do dia para Sucre, a passagem do buscama + Derech de Anden (pago a parte em um guichê do terminal).

 

***DICA*** Se você vai para Cochabamba ou La Paz tá tranqüilo pois a estrada é asfaltada, os ônibus costumam ser novos e de dois andares, e aparentemente a melhor empresa é a Transcopacabana. Agora se você vai à Sucre, há um ônibus por dia de cada empresa (a partir das 16:30 mas compre o ticket de manhã) e prepare-se porque a estrada é de terra e TODOS os bus que fazem essa rota são velhos e só mudam as cores de empresa para empresa, reconhecidos pela suspensão alta dando a aprência de um jipão kkk. Mas o conforto interno é bom! A Flota Copacabana (que eu peguei) pegou apenas um passageiro no caminho que ficou em um banco postiço no fundo do bus.

 

Esperei a galera por 20 minutos e como estava preocupado com a regularização do passaporte, parti rumo à Migracion em um táxi e chegando lá... tchan-tchan-tchan... surpresa!!! Fechada para reforma... bahhhh!!! Eis o 2º passo do perrengue.

Já sem opção, e sabendo que é caro (li em muitos relatos aqui) segui ao aeroporto de Viru-Viru com o calado motorista. Lá, já corri atrás da Migracion e expliquei o meu caso ao supervisor que veio com papo que o correto seria voltar para Quijarro mas não haveria problema e sim uma multa de B$ 260.00. Na hora deu vontade de reclamar, eu não poderia ser penalizado pela m... da fronteira fechada; mas funcionário federal se quiser te ferrar ele te ferra (o poder está com ele), e eu queria resolver tudo isso logo então nem discuti mas só tinha B$ 250.00 trocados... ele aceitou... aí caiu a ficha que era pura propina... e ainda me volta um soldado fardado com o passaporte carimbado me cobrando os B$ 250.00 (pagos ao supervisor), aí já tinha perdido o senso de perigo e com a voz firme mas com respeito, falei que já estava pago e para ir confirmar com o supervisor, ele o fez e após me devolver o passaporte, fui liberado... ufa... carimbado e tudo certo!!! Fim do perrengue!

Como eu era corrida garantida, o taxista estava me esperando e rumamos à praça central, com o fim do perrengue me animei totalmente e disse “toca para a praça central” ao piloto; e agora o taxista já não estava tão calado assim, ele tava contente é com a lucrativa corrida kkk. Nesse percurso não senti diferença de Santa Cruz para as cidades do centro-oeste brasileiro, a impressão é que você ainda está no Brasil, saltei na praça e ainda tímido tirei umas fotos, cruzei com as israelenses de Quijarro que já demonstraram não ter muito interesse em “tentar” conversar, então encerrei o assunto e até mais!!! Almocei uma bela feijoada em um restaurante brasileiro (por kilo) e me despedi do nosso amado feijão.

Dei uma volta pelo centro com uma parada em uma lan para mandar um e-mail pro pessoal do Mochila; terminado o passeio voltei à Bimodal onde comprei o Soroche Pills em uma farmácia na frente do Terminal e para matar o tempo fui em uma lan passar o tempo e lá fui reconhecido pelo Jesse e pelo Victor... finalmente encontrei-os e fui apresentado ao restante do grupo, foi aquela animação, mas todo mundo estava no bus de outra empresa... a MOPAR e faltavam 30 minutos para saírem os buses, então marcamos no terminal de Sucre ou em caso de inevitáveis problemas de atraso, na Plaza de Armas da cidade... nos despedimos e cada um seguiu para o seu bus.

Estava aguardando e conversando com uns bolivianos quando veio o bus... quase caí de costas... ele veio devagar e eu torcendo: “Passa...passa...passa”, mas não... teimoso ele parou bem na minha frente kkk comecei a rir de nervoso imaginando o sofrimento de 17h encolhido em um assento... e o Oscar e a Antonieta (os bolivianos com quem estava conversando) me explicaram a dica que dei acima... ainda tiveram de trocar o bus porque este estava com problemas no motor o que atrasou o embarque em 40 minutos.

 

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Enfim, subimos nos bus substituto e uma ótima surpresa... o espaço interno é demais... mesmo com a minha mochila (não confiei dela ir em cima, sabe como é... começo de viagem, você ainda tá grilado), tinha muito espaço, do meu lado era o lugar da Antonieta e fomos conversando, ela não era tão bonita, mas depois que escureceu ela estava linda sob a luz da lua e umas duas horas depois a gente já estava se beijando... e na madrugada o Expresso do Amor cortava o escuro da noite rumo a Sucre kkk ah e ainda furou o pneu, e ergueram o bus com todo mundo dentro para trocá-lo e mais tarde deu uma pane no motor... mas e daí... hehehe

 

03.05.2009

Depois de 20h, desembarquei em Sucre; me despedi do Oscar que iria direto para Uyuni fazer turismo no salar e me despedi de Antonieta agradecendo a companhia (ah Tonton... beijo e me liga!), gostei muito! E fui atrás da galera, como cheguei com 3h de atraso (devido aos problemas com atraso e na estrada) e já não estavam no terminal com um táxi segui ao centro, e após uma breve procura lá estavam eles... ufa... agora em definitivo... o paulista Jessé e os capixabas de Linhares, Victor, Richielmy, Archanjo e o Jerônimo; enfim éramos seis... e essa galera é o seguinte, todos no espírito da viagem, conversávamos até com cachorro pelas ruas, todo mundo meio farofeiro sim, estávamos sempre falando e rindo, interagindo com os lugares (sem gritaria, apenas bom humor); e sinceramente, nós brasileiros somos conhecidos e gostam da gente por essa animação (sempre que conhecia alguém tinha essa curiosidade); e senti orgulho de ser brasileiro, abre-se as portas para nós... mas á frente no relato isso ficará mais nítido!

***DICA*** Galera, animação não é gritaria, sem essa de chegar em algum lugar e gritar “Uhuuuuuuuu” ou “Brasiiiiiiiil” só faz você virar motivo de piada... ao contrário do que a gente pensa, o brasileiro não é o povo mais esperto do mundo kkkkk todo o mundo quer se dar bem em tudo... certo? Então não durma no ponto!

 

Em Sucre, rodamos o centro histórico e sacamos muitas fotos e decidimos voltar caminhando à rodoviária, assim senti o primeiro efeito da altitude, a perna começou a pesar mais que o normal e de vez em quando a respiração era mais profunda.

***DICA***Tomei as Soroche Pills mas ainda não tinha o costume de carregar sempre uma garrafa de água, então tenham em mente que os efeitos colaterais das pílulas são desidratação e perda de potássio (= câimbras) então sempre beba água e se possível coma algumas bananas.

 

Chegamos e comprei a passagem para Potosí no bus dos meninos e embarcamos, antes de partir subiu no bus um nino cantante que cantou muito bem um lamento boliviano, demos uns bolivianos... o moleque era bom!

Depois de 4h estávamos em Potosí, e como estava frio (brrrr só de lembrar), pegamos um táxi com dois de nós no bagageiro e as mochilas acima do capô sem corda nenhuma segurando (ah que saudade da Bolivia) até a calle Oruro, onde haviam 3 hotéis, escolhemos o Residencial San Francisco pelo preço; e quando subi os dois lances de escada para os quartos começou o segundo perrengue: Mal de Altura!

Que troço chato, mesmo com o soroche pills, misturou o soroche com a dor de cabeça, a desidratação e o cigarro... o ar sumia toda hora!

Mesmo assim fomos a uma pizzaria onde rachamos duas pizzas e ainda ganhamos uma brotinho pela animação kkk aproveitei só um pedaço... tava mal mesmo, voltamos ao hotel pq um policial falou que a noite não é legal por ali e depois de voltar e do suplicio de subir as escadas, a cabeça explodiu em dor de vez. O que foi novo para mim e um tanto angustiante é o fato de se você não estiver legal quando deita sofre mais ainda hehehe parece que têm um tijolo em cima do peito, é cruel! Mas não se assustem, isso vai de organismo, sou fumante o que complica bem o negócio e depois de aclimatar fica tudo muito bem, o importante é não se achar o super-homem, se prepare para tudo porque isso faz parte.

Antes de dormir ainda fechamos a visita (externa) ao Cerro Rico para a manhã seguinte e á muito custo fomos dormir.

 

04.05.2009

Cedo saímos cedo na van que subiu somente com os seis mais o motorista e o guia Erick para o Cerro Rico, antes de sair tomamos o famoso chá-de-coca que amenizou os efeitos da altitude mas bem de leve.

Na subida do Cerro Rico, a gente se segurava nos bancos, porque acho que sem querer pedimos “com emoção” kkk pois o motorista adorava ir (literalmente) beirando os precipicios até chegar á entrada das minas. Lá Erick nos apresentou aos mineiros e às folhas de coca!

 

***DICA***Chá-de-coca é para turistas, bolivianos mascam as folhas e a minha melhora foi com elas, o negócio funciona mesmo, você masca e um minuto depois já começa a sentir o negócio melhorar.

 

Subimos aos mirantes do Cerro, dessa que já foi a maior mina de prata do mundo e depois de muitas fotos descemos e fomos conhecer o centro de Potosí; muito legal como o Cerro Rico faz parte da paisagem, mas ele é um triste capítulo da história boliviana mas deixo para quem visitá-lo ouvir as estórias da mina e dos seus aproximadamente oito milhões de mortos. E após algumas fotos no centro, voltamos ao hotel onde conhecemos o seu dono, o Tico.

O Tico, ou era um loroteiro de primeira ou tinha vivido um bocado, pois conforme ele nos fisse, era dono da metade dos hotéis de Potosí, dono de bancos, já foi baterista reserva do Led Zepellin, fumava maconha com Tima Maia e etc., mas uma coisa que tenho de ressaltar, ele tinha na garagem três Mitsubishis 4X4 zerados, então vai saber né... enquanto voltei ao quarto, a galera ainda ficou com o Tico ouvindo Led no estacionamento hehehe.

Quando anoiteceu, já estávamos no bus das 19hrs rumo á Uyuni! E depois de uma viagem animada e um cochilo meio estranho (falava dormindo sem parar, eu hein..., cabreiro rs); chegamos ás 2 da manhã em Uyuni em um frio de -7ºC, batíamos as canelas de frio e fui ajudado com as malas porque estava muito debilitado fomos ao hotel Avenida pegamos um quarto e dormimos.

 

05.05.2009

Cedo corremos atrás de agência, Uyuni é uma cidade pequena com umas duas ruas principais, a central e a do lado dos trilhos, então você não terá muito problema em se localizar. Encontramos a Colque Tour e depois de uma negociação capitaneada pelo Victor fechamos o tour de 3 dias no salar por USD 75.00 cada um, sendo que no final a galera atravessaria a fronteira para o Chile e eu retornaria “solito” à Uyuni, beleza... era possível, sem problemas.

No tempo que ainda tínhamos antes da saída do colche, aproveitei para comprar uma blusa, luvas e cachecol para poder suportar o frio e voltamos ao hotel. Não gostamos muito do hotel Avenida mas não pergunte o porquê não passamos frio nem nada mas talvez pelo banheiro ser externo e compartilhado e num frio daqueles... sem chance para tomar uma ducha.

 

***DICA***Leve pelo menos uma ótima roupa de frio daqui, não deixe para comprar tudo lá, porque achei que agüentaria até La Paz com as minhas blusas de frio... ledo engano... em Uyuni tive de comprar!

 

Ás 11:00, o colche passou para nos pegar com o nosso calado mas solicíto condutor Juan, ou para nós Juanito. A lógica boliviana de Juanito ás vezes impressionava hehehe você perguntava “O que são aquele monte de piedras?” e vêm a resposta: “São piedras!” e fim de papo kkkkk... pegamos durante a viagem várias situações assim! Nossa preocupação era com guias metidos á Ayrton “Sienna” que gostam de ir na pressa, mas Juanito foi perfeito, onde pedíamos para parar, ele parava sem stress nem cara feia, o colche embora velho não apresentou nenhuma espécie de defeito na viagem.

Primeiramente, conhecemos o Cemitério de Trens, a única parte que creio que fosse dispensável mas quando tá no clima tanto faz, foi divertido do mesmo jeito; e logo adentramos o salar que é tudo o que falam mesmo... magnífico!

 

***DICA***Aqui do Brasil, levem um boneco (por exemplo: um playmobil) ou algo para “tirar um barato” nas fotos, porque no salar é possível trabalhar com a perspectiva por causa do terreno plano e branco, eu por exemplo me tornei um gigante de 15 metros para pisar na galera kkk muito legal!

 

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Depois do almoço na frente do hotel e museu de sal ao lado de pequenas pirâmides de elemento predominante da região e continuamos a viagem e paramos em um ponto do salar onde tudo era plano e infinito, foi um momento de contemplação, nos sentíamos no meio do nada.

 

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Mais tarde chegamos na Isla Del Pescado que confesso que nunca havia me empolgado em conhecê-la lendo os relatos aqui no mochileiros, mas vale sim muitíssimo a pena... é um lugar fantástico, os cactos grandiosos, você anda pelo marrom da ilha e em volta todo o branco do sal, em silêncio você esquece da vida por um tempo.Depois de um bom tempo descemos e seguimos ao 1º refúgio... ótimo!

Em alguns relatos lidos por aqui em que destacava a prioridade dada aos europeus com o gás na hora do banho quente me deixou preocupado com isso, mas dois minutos depois a mulher do refúgio bateu na porta liberando a ducha quente por 1h, com 8 minutos para cada tudo deu certo.

No refeitório comprei uma garrafa de Pisco e fiquei bebendo com uma holandesa gente boa que conhecemos, soltei para ela a pérola da viagem falando que “Yo solamente arraño o inglês”... bah... os moleques na hora cuspiram a cerveja e choravam de dar risada, e ela ficou com uma cara de interrogação... kkkkk acho que ela ficou imaginando eu arranhando algum inglês por aí kkkk ficou estranho....

 

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Vista do quarto do primeiro refúgio.

 

A janta foi boa e a noite de sono foi meio tumutuada... dois sentiram um terremoto, outro viu um disco voador (as janelonas dorefúgio dão para o salar), outro zanzando no meio da madruga só repetindo “cadê a minha água?” só louco hehehe fora isso, o ambiente era legal para dormir!

 

06.05.2009

Começamos o dia pelas Lagunas Cañapas, Honda e Hedionda seguindo para a Montña das Siete Colores (muito bonita) e entre várias coisas mais terminamos o dia na Arbol de Piedra; no caminho ao 2º refúgio, Juanito já nos preparou dizendo que não era bom. Chegamos e podíamos caminhar até a Laguna Colorada, devido ao vento forte (muito forte) e ao frio vi que não tinha condições e voltei da metade do caminho... quase de joelhos e ainda encontro a holandesa partindo rumo á laguna, toda sorridente e correndo... e o banana aqui se matando para chegar no refúgio kkkk.

 

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Entrei no quarto, deitei e capotei de sono, acordei com o pessoal me chamando para a janta, saí em uma temperatura de -15ºC, tomei uma sopa, pedi licensa e fui para o quarto novamente e no caminho ainda botei tudo pra fora! Ééé... agora o perrengue era com o frio... escovei os dentes a muito custo e fui dormir! No 2º refúgio os quartos são quentes mas não há banho.

 

07.05.2009

Acordamos na madruga ás 5:30 ainda sob o frio de -15ºC e seguimos aos Geiseres Sol de La Mañana, e depois conhecemos o que eu mais esperava ver, a Laguna Verde aos pés do vulcão Licancabur, eram 8 da manhã e graças a Deus ela estava verde (segundo o nosso guia, ela atinge essa coloração por volta do meio-dia devido á direção dos ventos), o lugar é lindo!

Depois rumamos á fronteira onde todos desembarcamos... ali acabava a parceria de viagem, eu voltaria sozinho á Uyuni e a galera seguiria rumo á San Pedro no Chile. Nos despedimos e Juanito me botou em um colche de outra agência que seguiria direto á Uyuni; me despedi de Juan e seguimos... foram 7h de viagem que passaram muito rápidas por conta da paisagem janela afora, o caminho de volta é diferente do da ida e o 4X4 vai rasgando o deserto, cruzando rios, é como se estivesse em um rally mesmo mas sem exageros.

Depois de duas pequenas paradas e de 7h de viagem, cheguei e comprei a passagem de trem para Oruroe fui a um hotelzinho próximo á estação onde tomei um baita banho e descansei até meia-noite, estava sentindo falta da galera.

Às 00:30 estava na estação onde os bolivianos dormiam no chão todos encolhidos nas cobertas, e tinham uns europeus conversando, sentei no chão e eis que entra uma americana animada e senta do meu lado e logo começamos a conversar, era a Kimberly que veio de NY conhecer a Bolivia em uma semana antes de voltar, tinha como sonho, conhecer o Titicaca, depois chegaram suas amigas mas continuamos conversando nós dois, mesmo uma não sabendo a língua do outro.

 

***DICA*** Na questão de relacionamento com outros povos, a surpresa positiva que tive foi com os norte-americanos! Como muitos, tinha um pé atrás... mas na prática achei o contrário, eles se assemelham em algumas coisas com a gente, gostam de conversam, se você não sabe inglês eles esforçam para te entender, durante a viagem conheci muitos (muitos mesmo) em cada canto e nenhum deixou uma má impressão! (Lembrando que não sei se é o mesmo tratamento quando se vai para lá).

 

Quando chegou o trem embarcamos e surpresa... estou em um vagão diferente da Kimberly... pqp viu... e ainda do meu lado tava o sósia do Ratinho que logo que o trem partiu foi “ver a cobra fumar” em outro jogo de poltrona e fui dormir inconformado hehehe!!!

 

08.05.2009

No desembarque a Kimberly já me procurou e juntos pegamos as mochilas, falamos de trocar as e-mail mas eis que aparecem as amigas acelerando porque o carro que iria levá-las á La Paz já estava esperando... corremos atrás delas através da estação e deu tempo de tirar uma foto... sem e-mail e sem beijo... acendi um cigarro, desolado e fiquei pensando porque não há puxei para um beijo desses de cinema kkkkk.

 

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Kimberly

 

Depois voltei á real, estava em Oruro, um transito caótico, entrei em um táxi e rumei á rodoviária onde na porta já comprei passagem e rumei para La Paz.

A primeira vez que se vê La Paz fica-se fascinado, você vê a cidade no fundo de um vale com as encostas repletas de casas (como favelas) só que as encostas são altíssimas e íngremes e acima das encostas vê-se os picos nevados como o Illimani ou o Huayna Picchu... demais!

No terminal de buses, perguntei á uma senhora onde eram os táxis, ela apontou e soltou a célebre frase: “Cuidado com los ratones!”!!! Mas pensem comigo, La Paz seria a 1ª cidade em que estaria realmente sozinho, então guardei esse “cuidado” e segui ao hotel Torino, recomendado pelo Dieter (pombo) aqui do mochileiros, onde já fechei os passeios ao Chacaltaya no dia seguinte e Tiwuhanaco para o outro dia.

Ainda subi na Plaza de Armas (do lado do hotel) e fui comer no Burger King (tava com saudade hehehe) e antes de me recolher ainda atualizei o blog no cyber-café ao lado do hotel.

Antes de ir dormir ainda fiquei na recepção do hotel conversando com um senhor francês, um norueguês e um professor boliviano de Sucre e a conversa ainda continuou mesmo quando acabou a luz em metade de La Paz, depois que voltou subi e foi dormir.

 

***DICA***Não se impressione se acaso for no café do hotel (ao lado mesmo, onde também é a lan house) e der de cara com o presidente Evo Morales, ele é freqüentador dali... fiquei sabendo só quando voltei.

 

09.05.2010

No café estava comendo um misto quente e vi uma loirinha toda animada conversando com o garçom e pelo “acento” (sotaque) vi que era brasileira, a carioca Thamy que também iria fazer o Chacaltaya naquela manhã, já me animei também; a van chegou, engoli o lanche e entrei no veiculo olhei á volta e soltei um “esses brasileiros” dando risada e a galera já se animou, na van lotada com exceção de uma canadense e um português eram todos brasileiros, foi um falatório do começo ao fim do passeio hehehe e assim a animada van subiu a montanha, é muito 10 a estradinha que vai beirando o precipício e têm uma vista animal, fiquei imaginando aquilo com neve deve ser um terror para quem está dentro.

 

***DICA*** Se você estiver gostando do passeio seja participativo e mantenha um bom humor, você deixa o guia mais a vontade e sai daquela formalidade de chegar em um lugar e o guia explicar e sempre nesse mesmo feijão com arroz; com o guia á vontade ele te explica mais coisas (sai da cartilha básica) e você absorve muito mais.

 

E nessa bela manhã de sol chegamos á estação de esqui mais alta do mundo, no El Chacaltaya e ainda faltavam 300m para atingir o cume (aqui sempre li que a montanha tinha 5300m porém lá há uma placa dizendo que é em 5600m). O negócio foi realmente punk subir esses 300m restantes, mas nada que fizesse desistir, segui a receita de caminhar como se estivesse pisando em ovos e segui nessa toada com algumas pausas estratégicas até o cume, alcançando finalmente os 5600m, literalmente o ponto alto da minha viagem.

 

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5600m

 

De lá vc enxerga muito bem as montanhas próximas e em dias claros enxerga fácil o Lago Titicaca, porém neve que é bom só tinha no começo da encosta onde sentei e fiquei brincando afinal era a primeira vez que via neve, a guia nos disse que a cada ano diminui mais a quantidade de neve nessa montanha, então pode ser que algum dia você chegue lá e não tenha mais nada.

Batemos uma foto da galera e descemos para a base de esqui onde ofereceram chá de coca e de bom grado aceitamos com a surpresa na hora de embora de que tinha de pagar heheh faz parte! Embarcamos e descemos na direção do Vale de La Luna boliviano, no outro extremo de La Paz saindo de 5600m para aproximadamente 3800m.

Esse é um ponto de discordância (pacífica) que existe nesse site, a maioria acha um passeio descartável e uma outra parte gosta. Eu particularmente gostei, mas não seria um passeio que faria se fosse vendido separadamente porém junto do Chacaltaya dá um contraste legal, do frio da montanha para o calor do fundo do vale, lá têm formações rochosas interessantes e você passa um bom tempo tentando identificar as figuras informadas nas placas (acaba sendo divertido) e ainda havia um flautista que tocava músicas típicas do alto das colunas de pedra dando uma trilha perfeita para o lugar; mas nunca pense em comparar esse vale com o Vale de La Luna chileno, um não têm nada a ver com o outro, nunca pense em deixa de ver um por do sol no vale no Atacama porque já viu esse, o chileno é grandioso.

Na volta Thamy, arrumou companhia do pessoal na van para viajar naquela noite rumo á Uyuni e ainda fui ajudá-los a comprar as passagens e na Sacarnaga me arrependi de não ter rodado aquelas ruas com mais tempo, a Sacarnaga e o Mercado de Brujas valem a pena ser visitados. Me despedi do pessoal e com Thamy voltei ao hotel onde nos despedimos e fui jantar com o português e um dos brasileiros da van, e mais uma vez me recolhi cedo para me preparar para Tiwuhanaco.

 

10.05.2009

Fiz o check-out logo que desci, me preparei e esperei... esperei... esperei... e nada de aparecer a van que me levaria á Tiwuhanaco, voltei a recepção e pois é... esqueceram de mim! Meu nome não estava na lista e a agência estava fechada (era um domingo). Após alguns telefonemas do recepcionista, chegou uma moça da gerência do hotel e sem nenhum pingo de stress falei que não havia problema e que só queria ser reembolsado, o que ela prontamente atendeu; queria ter conhecido Tiwuhanaco sim mas não guardo nenhuma mágoa, são coisas que podem acontecer mas fica a dica para confirmar sempre um dia antes o agendamento do seu passeio no dia anterior, e isso vale para qualquer viagem.

Peguei um táxi rumo ao cemitério, havia decidido continuar a viagem e dentro do carro tive o maior susto da viagem, não encontrei o meu VTM... bateu um desespero, pedi ao taxista para voltar e quando estávamos quase no hotel novamente, encontrei o cartão em uma jaqueta que havia usado mais cedo para ir ao banco... ufa... segui aliviado ao meu destino.

 

***DICA***Um susto desses é fogo, esse seria um perrengue animal, então sempre muita atenção com seus cartões e dinheiro. Tirou, usou, torne guardar no seu lugar de segurança.

 

Chegando ao cemitério, comprei a passagem para Copacabana e conheci o escocês Max que seria o meu parceiro de viagem nos próximos 3 ou 4 dias e que pareceram muito mais, o cara falava bem o espanhol e tinha um humor parecido com o nosso e adorava aventura.

Partimos logo de La Paz no microbus e pouco depois passamos pelo trânsito muito louco de El Alto e chegamos ás margens do Titicaca que fomos seguindo por belas paisagens até o Estreito de Tiquina, onde cruzamos o lago dentro de um barco enquanto o bus (vazio) atravessava por uma balsa; e depois de um novo embarque seguimos por uma das estradas mais bonitas de toda a viagem, ela vai beirando os vales até chegar em Copacabana.

Já na cidade, cada um pegou um quarto no hotel Ambassador (que é na rua paralela á principal, para quem deseja mais silêncio é perfeito) e já saímos para subir o Cerro Calvário e lá vai eu na “Via Crucis boliviana” e á muito custo cheguei ao topo. O alto do cerro Calvário é imperdível para quem visita a cidade, garante muitas boas fotos e você pode admirar a imensidão azul do Titicaca... demais!

 

***DICA***Cuidado – ás vezes não somos tão fracos como pensamos mas a recíproca é verdadeira, vi uma mulher de uns 30 anos se recuperando de um desmaio enquanto descia o cerro.

 

Depois de descermos fomos comer o que achei um dos melhores almoços da viagem, era truta com fritas, li em um relato e assino embaixo que o melhor para se comer são nas barraquinhas de frente á praia do lago... uma delicia mesmo!

Depois voltei ao hotel, descansei e mais tarde encontrei o Max e fomos ao restaurante La Posta na rua principal que tinha um ar meio roots e outro meio argentino, ficamos bebendo e conversando com o dono que era argentino.

Senti um clima totalmente roots em Copacabana com muita molecada européia “doida” pelas ruas mas um clima tranqüilo.

Voltamos ao hotel e fomos dormir!

 

11.05.2009

Encontrei com o escocês e seguimos ao porto onde embarcamos no Amazônia Andes rumo á Isla Del Sol (passeio fechado com a agência do próprio hotel), fomos ao 2º piso e embora o frio matinal a vista do Titicaca compensava qualquer coisa e lá conhecemos duas amigas, uma suíça e uma americana com as quais faríamos a trilha da ilha.

O trajeto do barco dura 2h e 10:30 desembarcamos e após passar o museu que fica no pequeno porto entramos na trilha. Foram 5h de caminhada, mas finalmente eu já estava aclimatado, entre ruínas e montanhas o que dizer da ilha?

Foi uma das ótimas surpresas da viagem pois esperava que fosse bonita mas não tanto, logo de cara já parece cenário do bolsão do Senhor dos Anéis e a trilha nunca passa ao lado de uma montanha é sempre por cima delas em seus 10km... e tendo o Titicaca sempre como seu companheiro, dos dois lados. O único ponto negativo é que são uns três pedágios no caminho, o que enche um pouquinho.

No final da trilha chegamos ao povoado de Yumani quando eram umas 15:00hrs, tinha meia-hora para descansar... fui ver a fonte do Inca e o clima da galera ali era ótimo, mas faltando 5 minutos para o barco sair, cadê o Max? Foi a suíça que me apontou um ponto dentro do lago, era o escocês “buena onda” nadando sozinho nas águas frias do Titicaca, fiz sinal, embarcamos dando muita risada.

Na volta conhecemos a versão boliviana das Islas Flotantes, o que já valeu para mim que não pararia em Puno. Chegamos ás 17:30hrs, me despedi do Max com encontro marcado em Cuzco, e segui em uma van para a fronteira; nessa van fiz amizade com todo mundo, tinha de tudo, argentinos, inglês, umas 3 belgas, uma australiana e uma canadense, ficamos fazendo uma brincadeira do que cada um conhecia do país do outro e a fronteira e chegamos na fronteira rapidamente.

Depois da fronteira, entramos em um bus bem maior e quem reencontrei? Max!!! Ele havia feito um caminho alternativo e até Puno fiquei conversando com os argentinos sobre música brasileira; chegamos á noite em Puno, onde apresentei Max á australiana e á canadense e o olho do bicho brilhou e deixei eles lá porque para variar estava em um bus diferente da galera, me despedi dos argentinos e fui.

Fui na empresa San Martin onde conheci uma americana simpática que estava com uma turma grande, a única parte chata da viagem foi o fato que quando o bus para em Juliaca, não sai até preencher todos os assentos (foi a impressão que deu), 40 minutos depois seguimos viagem.

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12.05.2009

Desembarquei em Cuzco ás 4 da manhã, ultrapassei a barreira do pessoal de hotéis e taxistas e fiquei esperando o dia clarear, umas 5:00 vi a australiana e a canadense e fui conversar com elas, me contaram que tinham um apê alugado em Cuzco e não iriam para hotel, então soltei um “a gente se vê por aí” e me despedi, pouco depois aparece o Max procurando pelas meninas, respondo que já foram deixando o escocês desolado, ficou gamado na canadense kkk.

 

***DICA***Se você conhecer alguém bacana pelo caminho e quer reencontrar a pessoa em Cuzco, marque um local como o chafariz da Plaza de Armas, porque Cuzco é uma cidade de intensa atividade e alta rotatividade de turistas e com um centro grande, ou seja reencontrar alguém ao acaso pode acontecer, mas é difícil.

 

Como não estava mais sozinho, fomos pegar um táxi para procurar hotel, eu queria o Pirwa (muito recomendado por aqui), no táxi o caminho todo o motorista veio lamuriando um hotel que tinha e etc., pô... muito chato.

 

***DICA***Em todo lugar que passei isso acontece... você entra no táxi e lá vêm o condutor oferecendo um hotel, você agradece e pede para ele te levar no que você quer e não dá um minuto e tá lá ele falando de novo no bendito do hotel novamente. Acostume-se ou invente uma história convincente e não fale que não têm reserva, aí que eles impregnam de vez e haja saco para ficar repetindo as mesmas frases hehehe.

 

Fomos ao Pirwa 1, 2, 3... tudo lotado... bah... fomos enfim para a indicação do motorista, zuado mas o Max gostou do preço e ficou, marquei com ele no chafariz ao meio-dia e segui com o motorista procurando.

Iria ficar uma semana em Cuzco, que seria o lugar de “descanso” nas minhas férias, onde iria desfazer a mochila toda. Falei para o taxista tocar para a Plaza de Armas, porque nesta cidade não estava afim de economia total, paramos no Chaski Hostel e finalmente havia uma habitacion privada com ducha caliente e TV por 50 soles, caro para o que eu estava pagando até então, mas o hotel era muito bonito e seguro... quedei!

Pô, foi a minha casa na viagem, me senti á vontade mesmo e finalmente desfiz a mochila, e antes de dormir fui ver o amanhecer na Plaza de Armas... putz, estava em Cuzco, todo relato que li não vi ninguém que não tenha gostado então estava com muito expectativa para a cidade.

 

***DICA***Programe o seu roteiro, Cuzco é uma cidade que vale a pena ficar mais de dois dias; no inicio do planejamento botei 4 dias contando com Machu Picchu mas acabei ficando uma semana.

 

Depois das 8 da manhã, desci à rua novamente e conheci Edwiges da agência Flamenco Tour (ao lado do hotel), e começamos a conversar sobre os passeios e a possibilidade de fazer o que eu havia planejado e ela já me deu um OK, fiquei de voltar a tarde para finalizarmos a negociação.

 

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Ao meio-dia encontrei o Max e fomos rodar atrás de agências para ele fechar o seu pacote, o incansável escocês iria fazer a trilha de oito dias para Choquiquerao, rodamos e eu aproveitei para ter uma boa base de preços também. Depois fui matar saudades do Mc e como ainda não têm o McCuy, o Max foi procurar um restaurante típico para saborear a iguaria já que ele ficaria pouco tempo na cidade.

Depois fechei os seguintes passeios:

13.05 – Conhecer as ruínas em volta de Cuzco á cavalo.

14.05 – Vale Sagrado com passagem de trem Ollaytatambo-Águas Calientes ás 20:30.

15.05 – Machu Picchu com entrada, bus ida-e-volta, trem Aguas Calientes-Ollaytatambo das 18:00hrs e bus Ollaytatambo-Cuzco.

Tudo por USD 180,00 com a Flamenco Tour mesmo. Ainda desci a avenida El Sol até a Iperu e comprei o meu boleto turístico.

Ás 15:00 já encontrei com o Max novamente, ele havia fechado a trilha e iria embora 5 da manhã do dia seguinte... ou seja era o último dia de parceria. Subimos à San Blas, que é o bairro dos artistas em Cuzco, depois conhecemos a Pedra dos 12 Ângulos, subimos até a Tandapata e na volta achei a padaria Cicciolina que vendia pãozinho francês, comprei para matar saudades!!!

Á noite depois de uma ducha encontrei novamente com o escocês e jantamos no Cicciolina que também era restaurante e depois fomos ao famoso Mamma Africa para brindar a despedida, achei o Mamma pequeno, achei o Roots o melhor pelo espaço, o atendimento e as músicas.

 

***DICA***Não sei o que aconteceu o Free Drink, tive de jogar muita conversa fora (depois de fazer amizade com o pessoal que fica te chamando para as baladas) para conseguir uns free drinks, não sei se é época do ano ou se cortaram isso... só sei que gastei muita lábia para descolar uns free drinks.

 

Depois da cervejada, me despedi do meu bomamigo Max trocamos e-mails e desejei sorte ao escocês maluco e voltei ao hotel.

Vocês perceberam que esse primeiro dia foi mais para conhecer o centro turístico me sentindo mais integrado com a cidade e fechar pacotes para os próximos dias e isso já tomou um bocado de tempo.

 

13.05.2009

Ás 9 da manhã, fui correr atrás de passagem aérea para Lima, e comprei para o dia 18.05 ás 10:30hrs, fui de avião para economizar tempo senão seriam 24h de estrada. Voltei à porta do hostel onde Edwiges me botou dentro de uma pick-up e seguimos ao arredores de Cuzco, onde com um casal de limeños e outro de americanos onde fizemos o passeio á cavalo de 4h.

Os cavalos são pequenos e teleguiados, se você espera correr e cavalgar ou trotar por aí pode tirar o seu cavalo da chuva, os bichos vão em caravana á passos tranqüilos, emoção só foi na hora de cruzar a estrada em que os bichos deram um pinote ou quando saltavam para pular pequenos riachos.

Outra coisa importante é que os cavalos não entram nas ruínas, para Pucapukara e Tambomachay tivemos de andar 20 minutos até chegar e voltamos aos cavalos de van, depois conhecemos o Templo de La Luna onde você vê o trabalho de escavação dos arqueólogos e depois disso voltamos aos estábulos para entregar os cavalos e seguimos a pé ás ruínas de Saqsayhuaman.

Essas ruínas sim valem muito á pena e estão na parte mais alta da cidade, de lá você vê toda Cuzco, os muros das ruínas parecem raios e o sitio é bem amplo, me arrependi de pelo cansaço não ter atravessado o campo aberto e ter ido ao outro lado, na hora não achei que houvesse alguma coisa para lá mas depois por fotos vi que tinha.

 

***DICA***Eu não recomendo o passeio á cavalo, a não ser que goste muito, mas muito mesmo. Os cavalos têm de ficar a uma distância considerável das ruínas visitadas, o que te faz andar bastante. Procure ir de carro mesmo.

 

14.05.2009 – Um dia inesquecível...

Acordei cedo e arrumei as coisas para levar, a mochila iria ficar em Cuzco mesmo, levei no bornal apenas uma camiseta extra e uma cueca, e além da jaqueta que eu estava vestindo, uma malha fina amarrada na cintura. Encontrei com Edwiges na porta do hostel e o mais importante: ela me deu TODOS os ingressos, passagens e vouchers dos hotéis, passeios e transportes e fomos para a praça atrás do hostel onde ela me colocou dentro do bus do tour.

 

***DICA***O fato da agência te passar todos os documentos e ingressos necessários para o passeio é ótimo, porque já li muitos relatos de mochileiros que deveriam encontrar algum guia no meio do caminho para receber, por exemplo, a passagem de volta e ficaram na mão; combine isso antecipadamente com a sua agência.

 

Entrando no bus, conheci brasileiros da boa idade que já me chamaram para sentar com eles, pô que banho de animação, quebram muitos adolescentes e jovens por aí, me animei demais, aí segura... uma piada atrás da outra kkk fora os brasileiros, as famílias peruanas também entraram no clima de alegria, me chamavam de Fernandito.

O guia era o Aquino, foi o melhor guia de toda a viagem, sempre com bom humor, não demos um minuto de sossego, sempre participativo nas brincadeiras e na mesma sintonia.

Descemos até o Vale Sagrado que no planejamento anterior á viagem eu tinha quase descartado, mas quando chegamos vi a besteira que eu iria fazer... é demais! È uma perfeita entrada para o prato principal que seria Machu Picchu e desse planejamento que fiz (Vale Sagrado+trem+MachuPicchu) não me arrependo jamais porque você não sai do clima.

Era um belo dia de sol com poucas nuvens, e logo chegamos á Pisac; a tradicional feira da cidade têm em dias alternados da semana (não sei quais, fui em uma quinta-feira) e é a mais característica feira que já fui, são tendas brancas lado-á-lado no percurso de uma longa e curva rua, comprei uma malha de alpaca azul turquesa e só não levei mais coisas porque não caberia no bornal.

Embarcamos novamente e subimos rumo ás ruínas de Pisac onde você dá uma boa caminhadasobre encostas e precipícios, a altura é impressionante. As ruínas são simples, mas o lugar é impressionante, lá conheci duas paulistas que estavam em outro bus, aliás brasileiro em tudo que é canto heheh.

Depois de um bom passeio pelas ruínas, seguimos no bus, passamos por Calca e paramos para almoço em Urubamba, eu e dois casais fomos comer pollo con papa por 15 soles em um restaurante próximo, mais barato que o oferecido, e depois de um bom almoço embarcamos e seguimos à Ollaytatambo.

 

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Após uma sessão de fotos feita pelo Aquino dentro do bus (com as câmeras de todo mundo do bus), chegamos e desembarcamos em Ollaytatambo e repetindo uma frase do nosso guia, levem suas blusas para subirem as ruínas; ali é o encontro de três vales (muito bem demarcados) e no alto da ruína sopra uma brisa gelada, mas nada congelante. Aquino ainda nos mostrou as montanhas ao lado e suas formas esculpidas assim como torres de guarda esculpidas nas rochas, é uma mini-Petra incaica, aquele cenário garantiu boas fotos e uma hora mais tarde descemos e com o bus fomos ao centro da cidade, onde tristemente nos despedimos de Aquino e da galera que iria voltar á Cuzco... “tchau Fernandito”!

Fui com um casal de senhores e o filho deles caminhando até a estação do trem pois eles ainda não tinham bilhetes, enquanto eles compravam conheci duas peruanas que havia visto durante o dia e fiquei lá com olhar de peie morto jogando conversa fora hehehe. Quando deu 15 para as 18:00, todo mundo foi para o trem , o casa de senhores com os filhos, as peruanas, algumas das famílias peruanas que estavam no meu bus... todo mundo menos eu... caraça... pqp... ygy#@@@uhiuhiol... de novo... o meu trem era só o das 20:30hrs... bah.... sozinho na vazia estação de trem e no frio... putz, parecia que estava em um livro de Hemingway kkk!

Mas 1h depois a minha sorte muda, chegam 3 mochileiras e logo já puxei papo, eram argentinas de Cordoba... me saí com essa: “Cordoba? Uau... sabiam que todos argentinos que coñeci dicem que las mas belas de Argentina son de Cordoba... que bueno que era verdad!” (os.: todos argentinos que conheci do interior disseram isso mesmo para mim)... putz ganhei a simpatia das meninas kkkkk 1h depois elas já sabiam todos os palavrões da língua portuguesa kkk.

Logo embarcamos e sentamos os quatro juntos, depois de falar de trabalho e férias, o assunto partiu para namoro, para variar italianos têm a preferência internacional hehehe mas olhei para Michelle que estava ao meu lado e falei que ela já tinha um brasileiro e eis que cometo o vacilo da viagem, como estava com o lábio ressecado peguei a manteiga de cacau, e enquanto passava fiz aquela cara de sem-vergonha e perguntei no ouvido dela: “Quieres manteiga de cacau?”, ela me olhou firmemente e respondeu “Quiero!” e o tonto aqui... “Tó!” estendendo a mão com o bastão da manteiga kkkkkkk e ela “Ah... así?” Noooooossa, o que eu fiz? Que mancada... para não ficar sem graça, ainda solto brincando um “Claro, non soy tão fácil” kkkkkkkk sou burro mesmo... e para completar, deu dois minutos chegamos... sem chance de reverter ou tentar nada... Na saída, naquela confusão de hotéis, me despedi com um beijinho sem-vergonha e fui para o hotel Adelas, no caminho ainda ouvi um “Fernandito”, era uma das famílias de peruanos me chamando para jantar, agradeci mas fui para hotel dormir, desolado hehehe.

Mas só foi entrar no quarto para voltar á cabeça totalmente à Machu Picchu; a vista da janela (mesmo á noite) é fabulosa, lá está o rio Urubamba abaixo da janela e do outro lado do rio um paredão de rochas que tocam as estrelas, ali em cima em algum lugar está Machu Picchu e no dia seguinte estarei lá. Saí do quarto e combinei com o guia (incluso no pacote) umas 8:00 na frente do parque, ou seja tinha tempo de pegar a senha do Wayna Picchu, depois disso dormi no embalo do Urubamba.

 

15.05.2009 – O Grande Dia – E o dia mais longo da minha vida!

Acordei 4:30 para uma ducha, 5:00 tava tomando café com duas japonesas, e as 5:30 estava numa fila imensa que aguardava o bus para a cidade perdida.

 

***DICA***Todo mundo (eu inclusive) pensa em subir a pé, mas adianto que é uma boa caminhada e uma baita subida e MP têm tanta coisa que sinceramente acredito ser melhor chegar descansado para explorá-la de porta á porta.

Ás 6 em ponto, vêm os microbuses, um atrás do outro e a enorme fila anda rápido, tomei acho que o 12º e subíamos a montanha enquanto amanhecia, chegando lá fila para entrar no parque, após um tempo adentrei Machu Picchu.

De cara atravessei a cidadela para garantir a senha para o Wayna e inesperadas lágrimas rolavam face abaixo... parecia um sonho estar ali... “pílula vermelha” o escambau, eu queria viver aquele sonho kkkkk peguei a minha última fila e garanti a subida na turma das 10 da manhã.

 

***DICA***São dois lotes de senhas, 200 pessoas para as 7:00 e 200 para as 10:00, garanta a sua e até 1h depois do seu horário marcado, você poderá estar subindo o Wayna.

 

Na seqüência subi à Casa do Vigia de onde se tira a foto clássica de Machu Picchu, a incidência da luz do sol do lado direito da paisagem embeleza ainda mais o panorama, tirei umas 20 fotos só ali, têm uma ali que considero a foto da viagem.

Às 8:00 estava na entrada do parque novamente, onde guardei o meu bornau e a minha jaqueta no guarda-volumes e carimbei o meu passaporte.

 

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A foto.

 

***DICA***Em Machu Picchu faz calor durante o dia, então não exagere na quantidade de blusas, uma jaqueta para o frio da madrugada e uma malha fina amarrada na cintura está ótimo.

 

***DICA***Ao lado do guarda-volumes há uma sala chamada “Oficina”, se quiser entre ali e carimbe o seu passaporte com o carimbo de Machu Picchu, é o mais belo carimbo do meu.

 

***DICA*** Leve o passaporte ou o RG, pois você têm liberdade de sair e entrar no parque durante o dia, eles só pedem a apresentação do canhoto do ingresso e do documento, e eles conferem pra valer.

 

Encontrei o sério guia Washington, que por duas horas contou-nos a história em MP, os detalhes das construções e os elementos da cidadela (claro que tudo isso caminhando pelas ruínas), toda hora encontrava alguém que já havia conhecido pelo caminho, me amarrei nessa galera peruana, humildes, habladores e sempre com um sorriso no rosto, todo mundo queria bater uma foto kkkk foi bacana.

Voltando ao tour, uma das estórias interessantes que ouvi (e que sei lá se é verdade, um amigo meu não ouviu nada disso) foi sobre as lhamas de MP. Sabem quem trouxe as lhamas para MP (conforme o guia)? Pachacuteq? Atahualpa? Pizarro? Fujimori? Que nada... foram brasileiros!!! Brasil-il-il-il-il...

Pois é, para rodar um filme chamado “Em Busca do El Dorado” (nunca vi, se alguém conhece me conta) e quando acabaram as filmagens deixaram as lhamas por lá... e sem querer creio que acertaram em cheio, porque turisticamente falando, é um prato cheio para as lentes dos gringos que piram quando vêem uma. Parecem integrados ao lugar, dos 15 trazidos restaram 6 mas vi que estes já estavam com filhotes, a vida continuará...

Às 10:00 fui deixado no posto de controle do Wayna Picchu, onde assinei o livro (termo de responsabilidade) e subi solito, a trilha é pesada mas não é nada impossível, nos trechos mais complicados há corrimão feito com cabos de aço para auxiliar, creio que uns 40 minutos depois já estava lá arriba.

 

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Vista fantástica, com MP minúscula ao seus pés, vale muito a pena! Lá reencontrei o Magrão, um dos paulistas com quem subi o Chacaltaya e ajudamos um ao outro com as fotos, lá em cima têm construções incas, mirantes e cavernas que são passagens obrigatórias para se chegar ao topo, numa delas encontrei as japonesas do café da manhã, quem têm claustrofobia vai dar uma “suada” por aqui hehehe mas vale bem a pena, você entra em uma caverna e sai pelo teto dela em uma íngreme escada esculpida na rocha... 10!

Depois disso, a mais brilhante idéia da viagem, havia incrustada no chão uma placa dizendo:

◄Retorno – Gran Caverna de La Luna►

E por onde o sabichão quis ir? Lógico que pela direita e ainda levei o coitado do Magrão junto, e começamos a descida... continuamos a descida... mais descida por escadarias minúsculas de pedra... descida agora por escadas verticais de madeira... descida pelo meio da mata e reparavámos que o ruído do rio lá no fundo do vale já estava bem alto... que m... eu fiz, até que finalmente chegamos á caverna ... na real, a não ser que você tenha um ótimo preparo físico, não vale a pena, é um buraco na rocha com uma pequena construção ao lado da entrada, sacamos umas fotos e as minhas pernas estavam trêmulas, falei para o Magrão (os.: era atleta kkk) seguir que eu iria com calma, e como ele tinha ainda encontrar o camarada dele, ele aproveitou a companhia de uns europeus e foi-se.

A subida (por outro caminho)foi um doa maiores desafio físicos que já tive, as pernas tremiam demais, o gênio aqui não tinha levado água e a trilha era mata adentro e quase que deserta... fui de pouco á pouco, encontrei um senhor peruano e sua sobrinha e eles gentilmente me deram uma garrafinha de água e falaram para ir com calma... sou um cara racional, essa foi a minha sorte, porque era uma situação desesperadora, eu não queria mais subir mas não tinha mais o que fazer do que continuar em frente e aos trancos e barrancos fui subindo por quase 2:30h até sair novamente na cidadela, no meio da tarde.

Na força de vontade, atravessei o parque até a entrada e ignorando todos os alertas dados por aqui sobre o preço abusivo dos alimentos em MP fui comer na lanchonete, porque eu estava com muiiiita fome, sorte que nenhuma lhama cruzou o meu caminho hmmmm kkkkk.

Comi dois lanches, um refri e uma água e deu o absurdo de 70 soles... que facada!!! Comi tremendo e recuperei um pouco das forças para pegar o bornau e a jaqueta (eu tava com calafrios) e entrar novamente no parque e á muito custo subi aos terraços ao lado da Casa do Vigia... abri uma Pringles e comecei a comer.

 

***DICA***Descobri só no Brasil, ao reler o canhoto do ingresso de Machu Picchu que é proibido comer nas dependências do parque, mancada minha... o lugar merece toda consideração possível.

 

As lhamas me viram e os filhotes vieram espiar o que eu comia, um chegou a pedir um pedaço kkk mas achei que não seria legal, e os dois filhotes deitaram do meu lado com a mãe sempre vigilante comendo os matinhos na parede atrás de mim.kkk momento de sonho, uns gringos ficaram doidos e vieram bater fotos delas, mas as lhamitas se levantavam quando eles se aproximavam e deitava de novo quando iam embora.

 

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Voltei a minha atenção novamente para a cidadela, agora estava com aquela luz do sol vespertino (alaranjado) no lado esquerdo do cenário, e estava quase vazia, ... não se ouviam vozes, apenas muitos pássaros cantando e mamãe lhama mastigando... e mais pássaros... dando uma sensação de paz indescritível... eu, as lhamas, o som dos pássaros e Machu Picchu...

 

***DICA***Para voltar á Ollaytatambo, procure pegar o trem das 18:00hrs e fique o máximo possível em MP, á tarde a cidadela esvazia consideravelmente, apenas poucos e pequenos grupos esparsos aqui e acolá.... difícil seria esse sentimento de pazás 9 da manhã kkkkk

 

Tomei coragem e abandonei o meu cantinho de paz indo à Casa do Vigia mais uma vez e com a ajuda de um francês bati um bocado de fotos com essa nova luz e como já eram 16:15, desci rumo ao centro da cidadela, ao Templo do Sol que ainda não tinha visitado (e estava fechado... pena) dei uma volta nele para fotos e enveredei pelas vielas para absorver o máximo possível daquele lugar... ás 16:45 fui embora (o parque fecha ás 17:00), querendo ficar... de verdade... desci a montanha no bus em alfa... mas sem deixar de conhecer um outro grupo de brasileiros hehe.que também estavam maravilhados.

Desembarquei do bus e entrei na estação, e vejam lá vocês, quase todo mundo que conheci no Vale Sagrado estavam lá também e ainda se conheceram fizeram amizade entre eles kkk, cheguei com as pernas duras mas animado e logo embarcamos, para variar só um pouquinho... todos no vagão C e eu no vagão A... que m...; só tinha europeu no meu vagão, vim conversando com dois holandeses e não conseguia dobrar as pernas devido á câimbras fortíssimas.

Depois de 2h desembarcamos em Ollaytatambo, me despedi do pessoal e encontrei a moça da agência que me colocou dentro do bus e mais 2h depois estava novamente em Cuzco... não há lugar como o lar. Tomei um banho e fui xeretar a net, e não é que a galera da qual eu havia me separado no tour de Uyuni já estavam em Cuzco, me animei e mesmo cansado fui procurar o hotel deles.

Pô, estavam todos no hotel, victorcolonna e Jesse James (são aqui do mochileiros.com também) mais o Chimyn, o Canjo e o Jê, o reencontro foi uma baita de uma alegria e todos nós contamos as estórias que tinham acontecido. Ele pegaram uma greve de mineiros e ficaram um dia parados na estrada entre Arequipa e Nazca mas prestaram solidariedade do povo brasileiro com a causa dos mineiros e ficaram amigos do líder da paralisação kkkkk e agora estavam preocupados porque os campesinos do Vale Sagrado ameaçavam uma paralisação de 48h das estradas no vale.

 

***DICA***Programe dois dias livres em seu planejamento para esse tipo de situação que é um tanto comum no Peru, na Bolivia e até na Argentina, eu tive sorte no meu planejamento, mas é bom preparar-se.

 

Problemas á parte decidimos sair na famosa noite cusqueña, levei-os ao Mithology (com exceção do Victor e do Jê que preferiram descansar) onde bebemos cerveja e um free drink (após ter de xavecar) para cada, Chimyn e Canjo voltaram ao hotel e eu e Jesseseguimos ao Roots... demais... cheguei a dançar (nem sentia mais a perna, literalmente, viva o Pisco... hic...).

 

***DICA***É brasileiro ou brasileira? Tá na pegada? Dance! Sem exageros claro, mas você têm uma ginga natural... porque europeus em sua maioria são meio durões kkk... então naturalmente os olhos caem sobre você!

 

Com uns piscos na cabeça, já estava dançando salsa (e não me saí mal)e tava beijando aqui e ali, depois vi que eram inglesas, lindas e tudo amigas kkkkk Deus Salve a Rainha, viu!!! Kkkk

A galera nas baladas tá nessa pegada, mas se você é casado ou compromissada pode ir curtir a baçlada na boa e tranqüilo que ninguém vai te agarrar, tá muito longe de ser micareta.

Ás 3 voltei ao hotel e fui dormir, e assim terminou um dos dias mais inesquecíveis da minha vida!

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16.05.2009

Logo cedo fui encontrar a galera no hotel deles e já estavam pesquisando ida à MP via Santa Teresa, fecharam um pacote para o dia seguinte por um ótimo preço e o passeio á cavalo para aquela tarde; virei o embaixador de Cuzco, levei-os para conhecer a Pedra de 12 Ângulos e San Blas e depois do almoço eles seguiram para o passeio e eu fui andar pela cidade e fui fazer uma massagem porque estava sentindo muito a perna (ahhhh Wayna Picchu).

 

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Reencontro: eu, Victor, Chimyn e Canjo (faltando Jesse e Gê).

 

***DICA*** A oferta de massagens é algo interessante em Cuzco, em todo canto do centro há meninas oferecendo o serviço e você chega até a desconfiar do que seja a “massagem”, mas trata-se de massagem séria mesmo, e dependendo a intensidade do passeio vêm bem a calhar.

 

Um pouco melhor, encontrei a galera novamente no inicio da noite e fomos jantar, ás 22:00 eu e Jesse seguimos ao Mamma Africa onde ficamos um pouco mas Jesse foi se recolher para acordar disposto no dia seguinte e assim me despedi da galera que não encontraria mais durante a viagem, mas os laços de amizade ficaram fortes, já fomos ao Espirito Santo visitá-los durante o ano passado e trocamos e-mail quase que diariamente até hoje.

Voltei pra night e fui ao Roots e como já conhecia o pessoal por lá, foi que nem filme... uma fila na porta e o segurança já abre o cordão para você entrar e você entra cumprimentando a todos hehehe bacana!

Lá reencontrei a galera com a qual tinha pego o bus descendo de Machu Picchu e fiquei com eles dançando e conversando, uma garota (acho que americana) estava dançando em cima do balcão do barme chamou para subir, terminei minha de vodka e subi, ela virou a “Sharon Stone” na balada kkk, depois de umas 4 músicas dançando com ela no balcão, ela virou e desceu sem falar nada... bahhhhhhhh... entendi bulhufas... kkkk (mas sempre com bom humor)!

 

***DICA***Lógica das “gringas”? Vai entender...mas esse comportamento é muito comum, compartilhei essa situação com outras pessoas que conheci durante a viagem e vi que é assim mesmo, tá lá a garota te instigando, depois dá uns 5 minutos e tchau; leve no bom humor ou arrisque antes kkkk.

 

Depois de mais umas 2h na ferveção, fui dormir.

 

17.05.2009

Esse seria o último dia inteiro em Cuzco, fui conhecer algumas das várias coisas que faltavam se ver, como o Mercado Artesanal (ver o presente de dia das mães), o Qorichanka estava fechado, a Fonte Inca e o majestoso monumento à Pachacuteq, depois voltei ao hotel e passei um bocado da tarde conversando com a recepcionista do hotel, á noite já estávamos marcando o casamento kkkkk mas não rolou nada!

 

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Fui dar uma volta no finalzinho da tarde e consegui umas fotos legais do poente na Plaza de Armas, e á noite fui á um café italiano com a Thalia (a recepcionista), mas percebi que ela não estava muito á vontade por ali ser um lugar puramente turístico, achei interessante isso por dar a impressão que ela se sentia uma intrusa em um ambiente que não era dela.

Depois deixei-a em sua rua e segui ao Roots para a despedida, mas por ser domingo estava vazio, mas em compensação haviam três casais dançando salsa cubana... fantástico... e acabou virando um show para mim... das garotas duas eram européias que estavam (literalmente) sendo levadas na dança, os caras trocavam de casal e se cruzavam no meio da roda em uma alta velocidade e sem se esbarrar sequer uma vez, e a velocidade da música aumentava a cada volta... pqp, os caras eram feras e não vão pensano que eram 3 galãs não, eram dois baixinhos magrelos e um tiozionho barrigudo, nota 10!!!

Depois desse “show”, terminei minha bebida, me despedi do bartender e dos seguranças e segui para a última noite de sono no umbigo do mundo.

 

18.05.2009

Embarquei no atrasado vôo (devido á neblina em Lima) das 10:30, e como muitos dizem fui embora já sentindo saudades de Cuzco, é realmente uma cidade que vale a pensa “quedar” por vários dias.

Em Lima peguei um táxi para a oficina da Ormeño e só o último bus para Ica era ás 16:00... cedo demais! Combinei com o taxista Pedro (que ainda estava do meu lado) que por 40 soles me faria um tour durante a tarde por onde eu quisesse.

 

***DICA***Quando comprar uma passagem de bus em Lima confirme o local de saída do mesmo, pois pelo que entendi não há terminal de buses na capital como estamos acostumados e eu por exemplo comprei em uma oficina da Ormeño porém meu bus sairia do terminal da empresa em outro bairro.

 

Por 2h rodamos pelo centro, Miraflores, Barranco, shopping Larcomar e nem esquentei a cabeça por ter ficado tão pouco tempo em Lima porque a cidade estava sob a névoa característica dessa época do ano... é como o fog de Londres, é comum entre os limeños. Só me arrependo de não ter entrado no Larcomar, o Pedro ofereceu caso quisesse entrar ou almoçar no shopping, mas eu não quis perder tempo. Miraflores e Barranco são belíssimos bairros de alto padrão, lembra Moema ou Barra da Tijuca, se tivesse tempo ficaria ali fácil.

Ah e também essa foi a primeira vez em que vi o Oceano Pacifico ao vivo no meio da bruma, e era interessante como com o mar do lado direito, o taxista falava do sul apontando pra frente e quando eu o interrompia para corrigir, caía a ficha de que as referências mudaramhehehe é simples, mas era um panorama novo!

 

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Pacifico no meio da bruma.

 

Depois de 2h, o alegre taxista me deixou no terminal da Ormeño, onde embarquei e participei de uma roda no bus que conversava em inglês, mesmo sem nunca ter feito curso (meu inglês é aquele de música e de filme legendado) eu entendia a conversa toda hehe, interessante perceber o nosso cérebro trabalhando nessas situações; quando começou um filme pedi licensa e fui ao meu lugar, ali começava um sentimento de solidão que me acompanhou durante vários dias.

Umas 20:00 desembarquei em Ica e fui de táxi ao oásis de Huacachina, e depois de pesquisar o Casa de Arena, fiquei no Carola Del Sur (Casa de Arena II). Deixei as coisas no quarto e desci no badalado bar no meio do hotel, e vi que aquilo era mesmo um oásis... oásis de israelenses... caraça... Israel tava todo ali kkkk

 

***DICA***Israelis (como dizem os peruanos) são um capitulo á parte, para conhecê-los inglês é fundamental, individualmente são simpáticos mas poucos vão tentar te entender ou saber outra língua, quando estão em grupos, aí esquece! Bastante fechados... porém, lembrando que toda regra têm exceções!

 

Depois fui á recepção do hotel fechar os passeios, e fiquei conversando com eles; e engraçado que não enxergava o fim da rua ao lado do hotel, me despedi dos amigos peruanos e fui dormir.

 

19.05.2009

Ás 6 estava na porta do hotel e dei risada, o final da rua que na noite anterior não enxergava na verdade era uma duna gigante onde o hotel estava encostado, embarcamos em uma van e seguimos à Paracas, acehi que ficaria isoladíssimo novamente mas chegando lá... surpresa... tinha turistas do mundo inteiro... pô, onde estava esse pessoal?

 

***DICA***Para conhecer essa região defina suas prioridades, claro que a principal é conhecer o lugar, mas e depois? Hucachina é lindo pra caramba (vale a pena) mas têm esse porém, você tês as opções de Pisco (pouca infra estrutura devido ao terremoto de 2007) e Paracas (onde creio que o relacionamento humano possa ser maior), mas se tiver em galera não pense duas vezes e vá á Huacachina.

 

Fiz amizade com um holandês e 3 israelis que tinham parente no Brasil e falavam um pouco de português e embarcamos em uma lancha e seguimos viagem.

De cara, os golfinhos já aparecem, e com eles uma sensação bacana, navegando no Pacifico com golfinhos e não muito distante já chegamos ao Candelabro que uns dizem que foi obra dos incas outras que foi dos espanhóis, mas é interessante!

Aí a lancha ganha muita velocidade até chegarmos nas Islas Ballestas... magnífica! Um passeio que não pode sair do seu roteiro, milhares (ou milhões... sei lá, não contei kkk) de aves de muitas espécies, e leões marinhos, pingüins e isso fora a beleza natural das formações rochosas da ilha com arcos e cavernas.

 

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Esse santuário ecológico era sagrado aos incas porque daqui retiravam o guano (titica) que é um poderoso fertilizante e na época matar um pássaro era um crime punido com a morte.

Depois de uma cuidadosa volta de barco na ilha e dezenas de fotos depois seguimos á toda velocidade em direção ao porto de Paracas, onde as lanchas todas emparelhadas literalmente apostavam corrida (via-se na cara do piloto), e ganhamos essa disputa. Dei parabéns ao piloto dizendo que “és o más rápido del Pacifico” kkk, me despedi do pessoal e voltei.

Cheguei em Huacachina e fiquei na porta do hotel, onde fiquei conversando e dando risada com os taxistas e recepcionistas do hotel, a partir dali eu estava andando em alguma rua, passava algum taxista buzinando e gritando “BRASIL”!!! kkkkkkk Aliás a frase que mais ouvi no Peru, foi “Brasil... o maior do mundo”, é como os peruanos saúdam a gente porque parece que era uma música popular por lá... no começo eu falava “no, no, no, a Russia és maior” mas depois entrei no clima... “si e tão belo quanto Peru” kkkkk aí era para ganhar um estátua no país!

Conheci a lagoa do oásis ( a meio quarteirão do hotel) que é o centro de Hucachina que é como aqueles oásis de filme cercado por altas dunas, só mudam as construções humanas em volta da lagoa.

Ás 16:00 embarquei nos buggies gigantes (tinha um que era para 12 pessoas) e conheci duas americanas muito simpáticas que tentavam de tudo para um entender ao outro (atitude extremamente bacana). Nas dunas muita emoção no buggy mas o melhor é o sandboard; paramos em uma duna alta que o guia falou que era média só para treinar... deu um frio na barriga... mas vamos lá... desce de bruços, com o cotovelo e a barriga na prancha e vai... animaaaaaaal, pô tomei gosto!A cada duna que parava eu pirava na altura, e logo peguei as manhas da velocidade e troquei as câmeras com duas israelenses para filmá-las e vice-versa!

 

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Quando chegamos na última duna (altíssima, as pessoas eram pontos lá embaixo), o guia já desceu com o buggy para iluminar e eu ajudei o pessoal a descer até que fiquei só... no alto da duna... onde você as vias até se perder na noite longe no horizonte... eu e o barulho do vento... me posicionei e fui... com os pés levantador desci aquela montanha de areia em uma velocidade absurda com a prancha golpeando meu peito, atravessei a galera lá embaixo e para parar tive de jogar o corpo na areia... que bom, já estava na metade do caminho para o buggy kkkk.

Quando entramos novamente no oásis, as americanas desceram e nos despedimos a distância, nem deu tempo de marcar de jantar com elas, cheguei no hotel e fui bater minha roupa, só não tinha areia na cueca, eu estava imundo.

 

***DICA***Leve óculos escuros e feche a boca na hora de descer as dunas, os meus dentes tinham uma crosta de areia e as israelenses de divertiram com as cores (pretas) de minha orelha com areia.

 

Depois de uma ducha, desci e comi (sozinho pra variar) um chorizo, depois fui papear na recepção e depois cama.

 

20.05.2009

Saí cedo e fui para o terminal da Soyus onde peguei o bus para Nazca na 1ª classe (1 sole a mais) que nada mais era que os bancos da frente do mesmo bus hmmmm bem interessante kkk.

Cheguei em Nazca e depois de muito assédio na saída do bus, consegui seguir para Aeroparacas para procurar a recomendada Diane Benítez, só que lá me informaram que ela não estaria lá e fechei por USD 70.00 o sobrevôo sobre as linhas.

Quando você está só, é tudo mais complicado, tive de esperar 1h30 para conseguirem me encaixar no ultimo vôo da manhã, e pelas Alas Peruanas... aí um vacilo, lembrei de tomar o Dramin só quando o avião embicou na pista... e quando levantou vôo... que perrengue! Fazia muito calor dentro do monomotor, tirei o camisão, arregacei as mangas da camiseta e mesmo assim suava muito, aí começaram as náuseas... mas me esforcei para não perder o foco nas figuras e nas fotos. Confesso que perrengue á parte, eu esperava mais, bem mais das figuras, as tinha imaginado quilométricas, porém somente os trapézios entram nessa escala, vale a pena pela História, na questão custoXbeneficio, paguei por volta de R$ 140,00 por meia-hora que literalmente passam voando, é a se pensar... mas se puder vá sim, é daquelas coisas que poderia estar na lista das 1.000 coisas a se fazer antes de morrer kkk

 

***DICA***Promessa de agente turístico? Só acredite vendo! Todo mundo que trabalhava por lá falava que eu ia ao lado do piloto (não faz diferença) e blá blá blá e eu só concordando, mas como gostavam de prometer, eu fazia questão de lembrá-los da promessa. Mas na hora é o piloto que decide, eu não poderia ir na frente pelo meu tamanho (era fato, tenho 2m) e fui confortavelmente atrás, mas para que prometer o que não pode cumprir? Então estejam alertas, e se alguém vir com esse papo, pode seguramente e com bom-humor falar: “Não prometa o que não pode cumprir, sabemos que é o piloto que distribui o peso no avião”.

 

Após o vôo comprei a passagem de ida à Arequipa para 23:30 da noite e como fiquei enjoado e a cidade não têm muita coisa a oferecer fora as linhas e o Cemitério Chauchilla , tratei de ficar quieto em uma lan house, umas 22h segui para o terminal da Ormeño e surpresa... o bus que vinha de Lima atropelou um bêbado na estrada mas já haviam mandado outro e o pessoal me ofereceu um bus parado para dormir até que o meu bus chegasse. Dormi bem.

 

21.05.2009

O bus reserva chegou ás 5:30 da matina e continuei meu sono pela estrada, desembarquei em Arequipa á tarde e fui consultar o meu saldo, fiquei desanimado... e tive de entrar em economia total!

Peguei um hotelzinho relativamente precário na Plaza de Armas mas com um preço ótimo, como umas das únicas coisas que faria em Arequipa iria ser a escalada do El Misti (algo que tirei da mente depois do perrengue com altitude na Bolivia), fiquei sem muitas opção de coisa para fazer e fui ver a múmia Juanita no Museu Santuários Andinos á meia quadra da Plaza de Armas e comer no restaurante Terrazo (recomendadíssimo, é só olhar a torre direita da catedral que você o verá ao lado), ver as luzes da catedral e da cidade á noite ali é muito show.

 

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Depois disso fui dormir, tava de saco cheio de ficar sozinho.

 

22.05.2009

Fiquei rodando as ruas próximas e a Plaza de Armas e á tarde fui ao Terrazo tomar um suco e admirar o El Misti pelo qual eu era fascinado, pô grana curta é f... senão pegaria um táxi para ir em um mirante e arrumaria outras coisas para fazer, mas fiquei preocupado com essa questão de grana, á noite segui à rodoviária.

 

23.05.2009

Chegamos em Tacna cedo, e já embarquei em um táxi coletivo com quatro peruanos rumo á fronteira com o Chile e Arica, na fronteira passei a equipaje no raio X, fiz os trâmites legais de entrada no Chile e seguimos viagens.

 

***DICA***Eu estava esperando uma revista minuciosa na mochila que não houve só o raio X, mas não conte com isso, por outro relatos aqui sabemos que a fronteira no Chile é bem rígida. Ah e não esqueça de adiantar o relógio em 1h, o Chile está a frente no fuso.

 

Cheguei na rodoviária de Arica, deixei a bagagem no guarda-volumes e estava com o espírito renovado, resolvi caminhar do terminal até o centro e quando cheguei na costa vi dois submarinos chilenos patrulhando a região e de longe vi o Morro de Arica para onde caminhei e depois de quase 1h de caminhada cheguei ao centro. Não sei se estou errado, mas você se sente muito seguro andando por Arica e isso fora quando você bota o pé na faixa e vê os carros parando... é demais, igualzinho São Paulo kkk! Educação é fundamental!

 

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Saquei grana, rodei o centro e subi o morro de Arica, onde visitei o Museu da Guerra do Pacifico com seus canhões, fotos e relíquias da guerra entre Chile contra Peru e Bolivia.

 

***DICA***Há muita mágoa dos peruanos em relação ao Chile, nessetempo em que estive no Peru ouvi muitas estórias; e sempre lembrem-se que o pisco é peruano hein galera, embora quem o exporte seja o Chile, isso é um outro ressentimento e os peruanos alegam que os chilenos estão roubando elementos da sua cultura então era um assunto que eu nem brincava. No Chile, o povo nem fala sobre isso, a rixa deles é com a Argentina.

 

Fui aos mirantes do morro e depois de muitas fotos desci conversando com um senhor chileno fã de Pelé. Depois fui ao farol, desci as pedras para enfim molhar as mãos no Pacifico... as mãos, o pé, o tênis, a meia.... bahhhh! Depois voltei ao centro com parada na Iglesia de San Marco projetada por Gustave Eiffel (o mesmo da torre) e fiquei caminhando á esmo pela bonita cidade de Arica em um belo dia de sol, á noite voltei de táxi (linha 8) á rodoviária e embarquei rumo à San Pedro (há bus direto pela Turbus e Pullman) depois de passar na aduana em que a fiscal perguntou de onde eu era: “Brasil? Não precisa abrir a equipaje, pode ir!” que moral hein... eles sabem que a gente tê o Paraguai mais próximo para comprar eletrônicos baratos rs fui.

 

24.05.2009

Paramos em Calama de manhãzinha, e vi um cara e uma japonesa passando e um tinha uma mochila da Curtlo, torci para entrarem no bus, não só entraram como sentaram no banco atrás do meu, esperei para que falassem qualquer coisa para confirmar se eram brasileiros e para a minha alegria eram o carioca Carlos e a paulista erradicada no Rio, Fernanda e ali fechamos uma parceria para San Pedro que foi completada pela pernambucana Ericka que conhecemos na porta do hotel.

Ficamos eu e os “cariocas” em um quarto do ótimo hotel Chiloé por 7000 pesos cada e fechamos com a Corvatsch o Vale de La Luna para aquela tarde e os Geiseres Del Tatio para a manhã seguinte, tudo por um ótimo preço.

 

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Carlos, Fernanda, eu e Ericka.

 

Fomos almoçar e á tarde seguimos com o guia Jayme, muito animado e divertido guia que adorava uma piada de argentino kkk pô depois de uns dias de solidão, estava lá eu em uma van, animadaço!

Chegamos ao Vale de La Luna que nem preciso dizer que vale a pena né, e seguimos a pé por caverna estreitas, o Anfiteatro e depois escalamos a colina de onde vimos o por-do-sol e as camadas de cores criadas pelo mesmo, aqui o grande companheiro da paisagem é o vulcão Licancabur (o qual eu já conhecia a face boliviana) e todos se encantam por ele.

 

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Eu e o guia Jayme.

 

Na volta quando desembarcamos já em San Pedro, pedimos ao Jayme para fazer o Tatio com a gente e ele ficou de ver... depois de uma ducha no hotel fomos jantar com duas cariocas que conhecemos na van. A palavra certa para a noite de San Pedro é encantadora e a calle Caracoles é a mais movimentada da cidade onde têm restaurantes chiques e outros acolhedores.

Fomos ao Café Adobe (um dos mais famosos) e em volta da fogueira comemos e bebemos, mas com moderação, porque ás 3:30 estaríamos de pé!

 

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Dormi de roupa e tudo kkk o frio é intenso!

 

***DICA***San Pedro do Atacama é uma ótima vila turística mas como a maioria sabe é cara, mas é quele caro que vale a pena, procure não descartar do seu roteiro.

 

25.05.2009

Ás 4 da manhã, vieram nos pegar na e era o Jayme, buena onda! Depois de pegar mais gente, estávamos em oito brasileiros, quatro chilenos, 1 equatoriano e 1 holandês. Com destaque para um casal de gaúchos (Pablo e Thais) que estavam vindo do sul do Chile em um Royale Versailles para rodar a América do Sul , até vulcão eles subiram com a caranga no meio da neve kkk muito louco esse casal.

E como essa galera era show fomos na animação ás 4:00 ao Tatio, e 2h depois chegamos aos gêiseres e a temperatura era de -15ºC á 4400m mas eu estava totalmente aclimatado desde Copacabana e já tinha acostumado ao frio... então tranqüilo! A galera em compensação...

Os Geiseres Del Tatio são o meior conjunto de gêiseres do mundo, creio que há mais de 70 e você vê água borbulhando nas crateras e depois do amanhecer eles jorram iguais aos desenhos do Zé Colméia, mas não tão alto como em Yellowstone, mas fantástico igual!

Depois de um tempo, o Sol dá as caras e ocorre um fenômeno que baixa a temperatura (caiu á -18ºC) e faz os gêiseres cuspirem água fervente á uma altura de 2,5m. Depois de uns minutos foi servido o café, mas como eu tirei a luva para comer o pão, em 1 minuto eu já sentia mais a minha mão, aí engolia o lanche, voltava para a van (quase todos estavam lá), sentia a mão de novo, saía e repetia o processo kkkkk, ainda demos uma volta pela neblina feita.

 

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Na sequencia, Jayme rumou conosco para as termas, onde os corajosos foram se banhar, como não sou tão corajoso fui com o Carlos ver o gêiser mais antigo do Tatio, é o maior de todos e se cair ali... já era! Voltamos para a van, e consegui o emprego com Jayme de assistente, ele me contou que todo mundo pára para ver uma brasileira entrar na água, é meninas vocês estão com moral rs e não é conversa para boi dormir, tinha uma brasileira lá, e que quando saiu da água parou tudo uau... parou o Chile, a Europa, os States, a Ásia kkkkk dei muita risada.

 

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Seguimos ao povoado de Machuca onde experimentei churrasquinho de lhama e andamos pelo simples povoado... apenas uma rua no meio do deserto. E assim voltamos á San Pedro, despedimos do meu agora chefe e da galera, demos uma volta no centro, voltei ao hotel, arrumei a mochila e a galera me levou ao terminal da Turbus onde me despedi já com saudades e segui as 23h de estrada até Santiago com um espetacular por-do-sol na estrada e uma despedida ao silencioso e sempre presente Licancabur.

 

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***DICA***Não se assuste com a pró-atividade dos comissários de bordo dos buses chilenos kkk eles fecham ou abrem as cortinas você pedindo ou não, é normal!

 

Continua...

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26.05.2009

Cheguei à tarde em Santiago e fui de metrô ao albergue indicado pela Fernanda e o Carlos, o Terra Extremus na av. Vicuna Mackenna e é também a minha indicação para vocês, a uma quadra e meia da estação Baquedano do metrô, foi o melhor staff e atendimento de todos os albergues e hotéis que passei durante a viagem. Peguei um quarto compartilhado com baño também compartilhado onde tomei o melhor banho da viagem com aquelas duchas removíveis... demais!

Fiz o check-in e na sequência segui caminhando até a La Chascona, e me espantei com a genialidade de Neruda e a engenhosidade do arquiteto, o conceito da casa é algo único... quem não gostaria de morar em um lugar criativo assim!

Escureceu enquanto visitava a casa, assim desisti de subir o cerro San Cristoban, jantei e voltei ao albergue onde fiquei conversando com a galera no quarto, assisti TV e fui dormir.

 

27.05.2009

Acordei bem cedinho, mas fiquei na cozinha umas duas horas conversando de futebol com o pessoal do albergue e segui apressado para o terminal de buses onde depois de umas ligações e transferências de grana na net consegui botar mais dólares no VTM... uffff que alivio... só estava com o equivalente á R$30,00 no bolso.

Comprei por 5.000 pesos a passagem ida-e-volta (volta sem horário definido tanto de Vina quanto Valpo) pela empresa Condor (de 30min em 30min), um bus para cada cidade.

Depois de 2h estava em Vina Del Mar e segui a pé o Museu Fonck porque sinceramente á única coisa que queria em Viña era ver o moai original e de quebra visitei o museu (passeio legal) e na saída encontrei as duas cariocas que havia conhecido em San Pedro.

 

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Andei até a praça principal e peguei o metrô para Valparaíso (que todos disseram muito bem) e foi a primeira vez que peguei um metrô com vista para o mar kkkk, depois que o metrô sobe á superfície (já em Valpo) ele vai contornando a orla e quando desembarca, você espera o metrô partir para cruzar os trilhos (na faixa de pedestre), antes inconcebível a um paulistano.

Valparaíso ou apenas Valpo é uma viagem no tempo, é uma beleza diferente e difícil de explicar, me faz lembrar de Santos antigamente só que com mais cores. Subi o Cerro Alegre a pé porque não achei o ascensor e fiquei admirado com as casas coloridas no morro e por lá mesmo almocei. Depois segui caminhando até o La Sebastiana (a casa de Neruda em Valpo) e curti tanto como a La Chascona, só que a marca registrada da cidade eu não tinha visto até então, os ascensores. Sempre que procurava por um e perguntava, a pessoa respondia: “agora não precisa porque você já subiu o cerro”, então como a caminhada ao La Sebastiana foi puxada, resolvi procurar um ascensor para descer; fui perguntando de esquina em esquina até que achei o bendito.

 

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Desci pelo plano inclinado e segui pela avenida principal numa outra boa caminhada até a rodoviária e peguei o bus das 17:00 até Santiago.

 

***DICA***Em algumas cidades do Chile há o sistema de táxi coletivo, ele têm um número fixo com um itinerário pré-traçado e custa quase a mesma coisa que um bus coletivo, o único problema é saber qual táxi vai ao seu destino desejado.

 

Cheguei em Santiago ás 19:00 e pena que perdi a final da Champions League que havia combinado de ver com o pessoal do albergue. Tomei uma ducha, fiz as malas, me despedi da galera e de um canadense que havia feito amizade no albergue.

Embarquei e na madruga estava atravessando a fronteira para a Argentina, na aduana tivemos de fazer os tramites legais em um frio absurdo; brasileiros sem problemas, o problema mesmo são as “sacoleiras” argentinas que faz o bus ficar parado um tempão para inspeção de bagagem e ainda teve uma confusão porque uma mulher dedurou a outra que estava dando uma de “migué” e todo mundo queria pegar a “dedo-duro”, depois de quase 1h parados, seguimos viagem.

 

28.05.2009

Quando chegamos á Mendonza, eu estava em um sono tão gostoso que dava tapa na mão de uma garota que estava me cutucando para avisar que chegamos kkkk guardei a mochila e fiquei na lan da rodoviária para esperar o dia amanhecer pois ainda eram 6h.

Na lan, de frente para a janela percebi que estava demorando para o sol sair e eu já havia regulado o relógio certinho e não era a janela que tava pintada de preto não... 7:30 e nada, 8:00 e nada, 8:30 o céu ficou menos escuro... ás 9 amanheceu totalmente! Para entender isso é simples, Mendonza em uma linha vertical está na altura do Acre (-2h de Brasilia) mas a cidade segue o horário oficial da Argentina que é o mesmo de Brasilia.

Como estava nublado desisti do Alta Montaña (passeio aos mirante do Aconcágua) e hoje me arrependo pois queria ter ido e como havia tomado gosto por caminhar, saí andando pelas plazas da cidade; as ruas de Mendonza no outono parecem saídas de algum filme americano, parece que você está no Brooklyn nova-iorquino por conta de alguns prédios de tijolinho e as árvores amareladas.

 

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As plazas España, Italia, Chile, San Martin e a Independenzia são muito bem cuidadas, aqui em São Paulo já perdemos o conceito de praça a muito tempo, sentar em uma Praça da Sé ou uma Praça da República para ler jornal ou namorar já se tornou algo quase que impensável, mas os argentinos como os chilenos, peruanos e bolivianos conservam suas plazas.

Mais tarde encontrei o amigo canadense que havia conhecido em Santiago e fomos almoçar e caminharm e depois seguimos à rodoviária onde ele iria ver passagens para Salta e eu fiquei por lá para esperar meu bus para Buenos Aires, mais uma amigo que se foi!

 

***DICA***Duvidas sobre Mendonza, um cara que pode te ajudar bastante é o LeoRJ, conhece muito, mas se for algo simples manda aê...

 

Deu a hora, embarquei para mais uma noite de sono em um bus.

 

29.05.2009

Depois de 14h de estrada, desembarquei no terminal Retiro e já comprei a passagem de volta Buenos Aires-São Paulo de bus (32h) pela Crucero Del Norte por AR$ 415,00 (cama) e segui ao Hostal Suites Florida.

Já ouviu falar em albergue de alto padrão? Nem eu até então,mas o Florida têm 9 andares com ambientes bem decorados e uma roupagem bem jovem, e a localização é na famosa calle Florida.

Fui para a rua e as primeiras impressões que tive de Buenos Aires foi o de pessoas muito elegantes e extremamente apressadas, as mulheres porteñas são lindas, muitsíssimos brasileiros mas não mochileiros mais de outro tipo de viajante que também é um pouco mais fechado.

Fisicamente, o centro me lembrou o centro de SP mas só dá gente bonita... enquanto em São Paulo... é complicado... (eu trabalho no centro kkk).

 

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Na caminhada conheci a Casa Rosada, o Obelisco, o Puerto Madero, a Fragata Sarmiento e por fim a Ponte de La Mujer antes de voltar ao albergue, ah e ainda fui na inauguração da Fusion, a balada no porão do albergue, muito legal, conheci um grupo de mineiros e ficamos dançando com as porteñas que adoram falar português, e depois fui dormir para me preparar para o meu último dia.

 

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30.05.2009

No último dia, fiz o check-out deixando a bolsa no hotel e segui para a La Bombonera, um dos estádios que mais, um dos estádios que mais gosto... putz foi um sonho estar ali nas arquibancadas deste estádio e o museu igualmente. Você vai imaginando e lembrando de lances que aconteceram ali, para quem gosta de futebol é um prato cheio, La Bombonera é um templo sagrado como o Maracanã.

Depois quando saí novamente na rua, estava chovendo... último dia e primeira chuva da viagem... pô, não tenho do que reclamar! Kkkkk e fui nas lojinhas na frente do estádio procurar alguma coisa do Boca com preço mais acessível.

 

***DICA***Loja do Boca? Infelizmente tá uma facada, AR$ 350,00 uma camisa oficial do time. Procure nas lojas ao redor do estádio, não estarão a preço de banana mas são bem mais em conta.

 

Após comprar uma camiseta, fui caminhando até o Caminito, que debaixo de chuva só tinha um artista corajoso, mesmo assim bati umas fotos e parei em um restaurante para almoçar.

Depois de um bom almoço, segui à pracinha em forma de navio, tirei fotos do Riachuelo e da ponte do Transbordador e peguei um táxi para voltar. O motorista vendo que eu era brasileiro, olhou nos meus olhos e soltou: “Brasil, o maior do mundo!” kkkkkk tava com saudade disso, e lógico que o taxista era peruano e fomos conversando até chegar na Florida onde não havia chovido.

Fiquei no hostal até dar a hora de ir embora, conversando com uma divertida e atenciosa senhora australiana que era professora de inglês e me ajudou a lembrar expressões em inglês que eu nem lembrava mais e me matei durante a viagem toda em uma conversa ou outra.

Depois de trocar as meias e o tênis que estavam molhados, segui melancolicamente ao terminal Retiro no velho metrô porteño.

 

***DICA***Desisti de lavar roupas depois de Cuzco, então depois de 15 dias já não havia mais roupas limpas e comprei umas 4 cuecas e 2 meias pelo caminho, mas essa foi a grande mancada em Buenos Aires, é legal estar bem vestido em uma cidade como essa, mas deixando claro que em nenhum momento percebi alguém torcendo o nariz para mim ou algo no gênero.

 

Esperei por uma hora no terminal e embarquei no derradeiro bus, na parte debaixo no primeiro assento do lado direito (onde a fileira é de 1 banco apenas), ou seja, melhor impossível, fui com as pernas esticadas a viagem inteira. Logo de cara vêm um comissário de bordo oferecendo whisky com copo com gelo e tudo, dei risada porque era a primeira vez que pegava um bus assim, 1h depois veio a janta (panqueca de carne) com refrigerante e por fim, champagne!!! Muito bom kkkkkkk nem assisti ao filme, dormi logo!

 

31.05.2009 – Na estrada...

Enquanto está na Argentina você possui todos o serviços de bordo porque eles pegam o almoço (por exemplo) recém preparado em postos da empresa no caminho e distribuem com o bus em movimento e isso agiliza a viagem, mas como no Brasil eles não têm postos então segue direto com uma parada para janta.

 

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Ás 14:00 fizemos os tramites na fronteira e eu me despedi da Argentina... enfim estava em Foz, de volta á pátria amada Brasil... só foi sair de Foz para cair a ficha de que realmente estava de volta ao Brasil por causa das curvas na estrada, curva para cá, curva para lá enquanto no Chile e na Argentina são predominantemente retas... sempre em frente!

Á noite paramos em Maringá para janta e segue mais uma dica:

 

***DICA***Se você não for á São Paulo ou Rio de Janeiro, veja bem com a empresa onde vai ser a parada, porque com certeza não será na rodoviária por exemplo de Foz de Iguaçu ou Maringá, no Brasil a Crucero Del Norte não têm autorização para entrar em rodoviárias exceto Terminal Tietê e Novo Rio.

 

***DICA***CRUCERO DEL NORTE, gostei do serviço e do atendimento, tivemos problemas com a TV que foi solucionado na oficina, e não era qualquer cabo solto, ele trocou toda a placa de vídeo para que pudéssemos ter TV na viagem.

 

Á noite dormi novamente para ás 4:00 da manhã estar desembarcando em São Paulo... fim da viagem!

 

Gostei demais, mudaria algumas coisas se pudesse, das pessoas que conheci, gostei dos perrengues que fazem você ter a sensação de que viveu uma grande aventura.

Vi desertos, vulcões, santuários ecológicos, estádios mitológicos, gêiseres, naveguei um novo oceano, vi linhas milenares, salares, minas de prata, lagunas coloridas, pôr do sol de cinco cores, dois “Sóis”, cidades históricas, grandes metrópoles, campos de batalha, altas montanhas, um lago que parece mar, ilhas sagradas, mercado de bruxas, ruínas incas, múmias, cabeças encolhidas, um moai original, submarinos, lhamas, vicuñas, cactus gigantes, a genialidade do poeta, dunas, noites estreladas no céu mais limpo do mundo, plazas fantásticas, andei a cavalo, de buggy, de lancha, de sandboard, de monomotor, de Boeing, de trem, de bus, de 4X4, a pé... e de tudo o que vi... Machu Picchu foi profundo.

Foram 161 horas de bus (dá uns 6 dias e meio), 3h30 de avião, 26h de trem, 4h de barco fora o tempo em 4X4 no salar.

 

Agora a próxima mochilada começa daqui uma semana e é:

 

11 dias em Buenos Aires e arredores (tinha de ficar mais tempo lá, né), volto á São Paulo e no mesmo dia parto para Natal para fazer: Natal - Recife - Fernando de Noronha - Maceió - Morro de São Paulo – Salvador.

 

Obrigado a todos que tiveram a paciência de ler este relato, que junto com essa viagem foram muito importantes para mim.

 

Fiquem com Deus e boa viagem!!!

 

 

“Ando onde há espaço, meu tempo é quando.” (Vinicius de Moraes)

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  • 7 meses depois...
  • Membros de Honra

Cara, como vai? Blz?

Ano que vem vou fazer um mochilão parecido com o seu, só que vou acrescentar o Uruguai, e o nº de dias será um pouco maior (37).

Meu roteiro foi feito com base em vários relatos, inclusive o seu! Por isso já te agradeço de antemão pela ajuda!

Teu relato tá muito bom mesmo!! Parabéns!

 

Valeu pela força.

Abraço.

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  • 2 meses depois...
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Fala Pericles!

 

Obrigado vc pelo comentário, a intenção é essa mesmo, ajudar inclusive naqueles detalhes que de uma maneira geral nem notamos kkk mas que bom que vc curtiu, da mesma maneira que muitos me ajudaram a 'sonhar' a viagem, espero estar fazendo o mesmo por outros!

 

Abração

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  • Membros de Honra

Cara, eu me pergunto como o teu relato foi tão pouco comentado aqui!!!!! É um dos relatos mais bem escritos e detalhados! Tanto que estou utilizando ele como base para o meu mochilão (claro que usei muitos outros, mas esse aqui é a base por ser quase o meu roteiro todo).

Mesmo com poucos coments é uma ótima fonte de consultas!

Valeu cara!

Abraço.

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  • Membros
Cara, eu me pergunto como o teu relato foi tão pouco comentado aqui!!!!! É um dos relatos mais bem escritos e detalhados! Tanto que estou utilizando ele como base para o meu mochilão (claro que usei muitos outros, mas esse aqui é a base por ser quase o meu roteiro todo).

Mesmo com poucos coments é uma ótima fonte de consultas!

Valeu cara!

Abraço.

 

Pô Péricles, creio que foi por ser muito extenso kkk têm gente que não curte muito, mas como quando eu estava no mesmo estágio que vc está de planejamento, eram os grandes relatos que davam aquela 'força', dicas nas entrelinhas e criavam a expectativa tanto que alguns me deixavam com aquela sensação de "quero mais" kkk por exemplo, do usuário 'pombo' li todos só pelo prazer de ler (até te deixo a dica, é bem legal), um outro que li ('baketa82' ou 'baks' ou algo assim), excepcional tbm e acho que sem nenhum comentário tbm rs. Então e eu quis seguir essa linha claro que dando umas dicas que eu não tinha recebido e pô com um comentário bacana desses, deu pra perceber que valeu a pena!

Espero que tudo dê certo e que nenhuma dica esteja defazada rsrs, curte bastante!

Abração!

Fernando

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Olá Fernando

 

Concordo totalmente com o Péricles, parabéns!!! seu relato é um dos melhores!! Pretendo viajar os 4 paises em Agosto, durante 30 dias e como gosto de um desafio se conseguir mais uns dias de férias, dou uma passadinha no Uruguai tb!

Sou muito detalhista p viajens e gosto de estar bem informada de tudo, por isso desde já estou fazendo pesquisa p minha viajem. Acho que quanto mais informação, menos apuros passaremos, principalmente mulheres viajando sozinhas. As informações aqui relatadas ajudam muito e quanto mais detalhes melhor. Comecei a viajar por conta propria a pouco tempo, sozinha mesmo só fiz uma viajem, as outras foram acompanhadas, o mais próximo que fiz de um mochilão foi ano passado p Buenos Aires com 02 amigas, pesquisei bastante e resolvi tudo sozinha. Aqui no site sou nova tb, ainda tô aprendendo a utilizar e direcionar minhas pesquisas, mas uma coisa é certa, já viciei. Esse vai ser meu 1 mochilão de verdade, por isso passo horas pesquisando muito e relatos como o seu na verdade seguem de guia. Há alguns dias descobri o roteiro do Vitor q viajou com vc e foi o mais próximo do que eu queria, mas hj qd vi seu relato, parei tudo, o seu é o mais próximo do que eu quero! Farei apenas algumas alterações quanto a ordem das cidades, quero muito incluir Bariloche e se der Montevideo. Sim!! já disseram q eu sou maluca! rsrs , mas com minha maluquice quero conhecer o máximo de lugares possíveis. Não terminei de ler seu relato pq vou imprimir e ler com muita calma, ele vai seguir de base pro meu Roteiro, assim como Péricles vai usar.

Ahh, só p terminar que bom que vc gosta da minha terra, aqui é muito bom de viver, mas tenho que confessar que sou apaixonada pela sua, adoro São Paulo!

 

Abs Rafaela

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  • 3 semanas depois...
  • Membros

Oi Rafaela!

Pô desculpa a demora imensa na resposta... e sabe pq... adivinha? Também pulei de cabeça em um roteiro novo kkk é muito viciante msm, já estou vivendo a viagem mais de 6 meses antes, acho que é o que melhor explica esse sentimento né?

Ow e que bom que está de serventia esse relato e espero que vc se deleite com ele e que te responda muitas de suas dúvidas, quanto Bariloche, se você acha que dá, vai sim; mas fica um comentário... eu tbm iria passar em Montevideo na volta mas só não passei pq não deu tempo... então se vc não conseguir os dias extras, calcule bem os seus dias!

Ah e Salvador... o que dizer daí... eu gosto muito de Sampa, de como ela funciona e tudo mais, mas o diferencial da Bahia são as pessoas, é um lugar que como turista me sinto acolhido, tirando (claro) a galera que fica na redondeza do Mercado e do elevador, pq aquele papo de amarrar fitinha já encheu né kkkkk

Enfim Rafa, termina de lê e depois me dá um alô!!!

 

Beijão e um ótimo planejamento para ti!

Fernando

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