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  1. Trilha feita entre dias 25 a 27/06/2016. Todas as fotos estão em: https://photos.app.goo.gl/KW1dFw1v57i7oVhq8 Fazia anos que o Pico Paraná estava em meus planos, mas pela distancia e falta de tempo habil, fui deixando de lado até que nesse ano, decidi que estava na hora de sair um pouco da região Sudeste e ir trilhar em algum pico na Região sul. E nada melhor que começar pelo pico mais alto e mais conhecido da região, o Pico Paraná. Em Março, lancei um evento no face para a primeira quinzena de Maio afim de encontrar outros interessados em me acompanhar (além de facilitar a logistica de transporte), indo no esquema de racha de caronas. Pois bem, não tive sorte nas 2 primeiras tentativas, por conta de ter chovido muito na região. Então, após ter adiado 2 vezes o evento no mês de Maio, resolvo tentar mais uma vez, mas dessa vez resolvo empurrar a data para o periodo mais seco do ano, ou seja, o Inverno. Não que isso faça muita diferença na região sul, já que o regime de chuvas durante o ano é bem distribuida e não há um periodo seco ou chuvoso definidos, como nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Mas depois de saber que o inverno é o periodo onde mais tem janelas de tempo firme na região do Paraná, não pensei 2 vezes e marquei para o último fds de Junho. Nesse eu iria de qualquer forma, sozinho ou em grupo. 10 pessoas toparam ir comigo nessa empreitada, na qual dividi em 2 carros. Porém, com desavenças passadas entre alguns deles, outros abortaram de ultima hora e para piorar, um dos motoristas ficou doente, deixando todas as suas caronas sem carona. Com isso, havia caronas de sobra e carro de menos. E ai, a pernada que iria ser em grupo, acabou sendo solo mesmo, como inicialmente havia previsto e era um plano B, inclusive. 1º Dia Com a previsão meteorologica totalmente favorável para todos os dias que iria permanecer na região, lá estava eu, saltando do metrô na estação Tietê as 9h30 da manhã, rumo a ala de embarque da rodoviária de mesmo nome, para embarcar no ônibus das 10:00hs da viação Kaissara, com destino a Curitiba. A viagem foi tranquila e ao passar pela placa de divisa de SP com o Paraná, fico atento a quilometragem na rodovia (que a partir da divisa ela zera e começa a contar novamente). Peço para o motorista parar no Km 46, logo após passar pela ponte do Rio Tucum. Nesse ponto, é onde fica o acesso a estradinha de terra que leva a fazenda Pico Paraná. Chego nela pouco antes das 16h00hs e após ajeitar a cargueira, dou inicio a caminhada pela estradinha de terra em direção a fazenda numa bela tarde de sol, mas com o frio típico da região se fazendo presente. A placa indicando o Pico Paraná a direita O acesso fica logo a frente dessa placa no sentido São Paulo. Não tem erro. Desceu do busão, atravessa a rodovia para o outro lado e pega o acesso A temperatura estava agradável naquela tarde (em torno de 16ºC) que ajudou bastante na caminhada nesse trecho inicial, que segue tranquila, ótima para aquecer os músculos. Após descer um pequeno trecho da estrada e ao virar a esquerda e depois a direita, começa a aparecer as primeiras vistas para alguns picos, com o Caratuva parecendo estar perto, mas ainda com uma longa caminhada até lá. Passo por algumas bifurcações, mas o caminho a seguir é obvio: Sempre pela estrada principal, mais batida e bem fácil de identificar, seguindo em direção aos picos que são visíveis a maior parte do tempo a sua frente. começando a caminhada As primeiras vistas Cruzo com alguns pontos de água pelo caminho na estradinha, mas que não são confiáveis, pois vejo casas próximas. Não encontrei nenhum ponto de água confiável durante todo o trajeto da rodovia até a fazenda, chegando a conclusão que não dá para contar com água nesse trajeto. Por isso, traga água na mochila, pois só haverá agua confiável qdo chegar na fazenda. 40 minutos de caminhada desde a rodovia, passo por um bar a esquerda que estava aberto e aproveito para ver o que tinha de bom e confirmar o caminho mapeado. Era um bar e uma pequena mercearia, onde havia miojo, sucos, etc. É uma opção para o caso de você estar sem água ou quiser comprar alguma coisa a mais para levar. Ainda falta 3,5km Retomo a pernada e logo que saio do bar, vejo uma bifurcação onde o caminho a seguir é o da esquerda (o Bar é a referência). A partir da bifurcação, a estrada inicia uma sequencia de subidas constantes serra acima e com alguns trechos mais íngremes que durou até quase o final. Por isso, acabo ficando mais lento, sendo obrigado a parar algumas vezes para retomar o fôlego. Durante a caminhada, encontro algumas placas indicando o caminho para a Fazenda Pico Paraná. No caminho, passo por uma casa, onde um minúsculo cãozinho solitário, do tamanho de um gato late durante a minha passagem. Algumas janelas na mata, revelavam alguns picos do entorno.... As 17:10 hs, com pouco mais de 1 hora de caminhada desde a rodovia, chego ao trecho final, onde visualizo uma placa indicando "Fazenda Rio das pedras a 1 Km". Termino a longa e exaustiva subida e logo chego ao alto de um morro, onde visualizo o vale e a fazenda lá embaixo. Falta pouco Trecho de descida final A partir desse trecho, a estrada desce até um grande vale, onde passo por uma ponte sobre um rio. E após cruzar a ponte, com 1 hora e 25 minutos de caminhada desde a rodovia, finalmente chego a sede da Fazenda Pico Paraná, onde um garoto de aproximadamente 12 anos aparece perguntando se eu iria seguir direto ou iria pernoitar na Fazenda. A sede da fazenda é bem simples, mas seu camping é bastante espaçoso, com grama bem aparada e plana, água perto e de quebra, chuveiro quente e fogão a gás para cozinhar tb. Chegando na entrada da fazenda Casa de apoio ao montanhista Não havia ninguém no local e nem no camping e após deixar meus dados na ficha e pagar R$ 10 pelo pernoite no camping, monto minha barraca, preparo a janta e logo vou dormir, pois os próximos 2 dias seriam mais puxados. 2º dia - Da Sede da Fazenda ao A2 (Acampamento base 2) e cume do Pico Paraná. O Sábado amanheceu com uma nevoa baixa e temperatura amena de 07ºC. Acordei por volta das 6h30 com a movimentação da turistada chegando para subir o pico... Fui até o ponto de apoio da fazenda para tomar café e durante esse período, mais gente foi chegando e logo o estacionamento da fazenda já estava lotado. Fiquei sabendo que alguns grupos já haviam começado a subida, o que me fez pensar que precisaria ter começado a trilha mais cedo afim de chegar antes e pegar os melhores lugares nas areas de acampamento. Turistada chegando em massa Após tomar um belo café reforçado com 2 pães de queijo suculentos na fazenda, as 7h20 já estava desmontando a barraca. Antes de iniciar a subida, peguei algumas coordenadas da trilha e as 8h00 em ponto, inicio a caminhada em direção ao Pico Paraná. Arredores da fazenda A trilha começa com uma subidona logo de cara, o que deve assustar muita gente, principalmente iniciantes, mas também dá uma ideia que não seria uma trilha facil. Segundo infos da fazenda, o tempo de caminhada médio da Sede até o A2 (Acampamento base 2) é de 6 horas, pelo menos. Então, estimei chegar lá por volta das 14h00hs. Acabou a mamata do pedágio.... Iniciando a caminhada O trecho inicial começa com uma subidona constante e a 1º hora é quase toda assim, o que deixou muitos dos grupos bem devagar. Vou subindo em ritmo forte e aproveito para ultrapassar alguns grupos que estavam mais lentos, pois havia bastante pessoas na minha frente. 1 hora de subida desde a fazenda, chego ao alto de um morro e a subida dá uma trégua. A trilha passa a seguir quase que no plano, em linha reta, mas que não dura muito tempo e logo a subida recomeça em um trecho em largos zig-zag, onde ganho altitude rapidamente. No trecho inicial - abaixo das nuvens e tempo fechado. Próximo ao morro do getúlio, acima das nuvens, tempo aberto As primeiras vistas começam a aparecer e as 9:15, chego ao alto de um morro conhecido como Getúlio, onde havia alguns grupos descançando e tirando fotos. Desse ponto, se tem uma bonita vista do vale lá embaixo, com a represa do Capivari em primeiro plano a oeste e a sudeste, os Picos do Caratuva a esquerda e Itapiroca a direita bem imponentes. As nuvens haviam ficado embaixo e o sol já brilhava forte na lá em cima. Caratuva a esquerda, Itapiroca a direita Seguindo pela crista, em direção a base do Caratuva Como havia muita gente no local, faço uma breve parada ali apenas apenas para molhar a goela e mastigar uma barra de cereal. A partir desse trecho, a subida dá uma tregua e a caminhada segue no plano por um trecho de gramídeas e vegetação baixa no alto de uma crista. Retomo a caminhada e 15 minutos desde o morro do getúlio e 1 hora e meia desde a fazenda, chego a bifurcação onde há uma placa indicando Pico Paraná a direita e Caratuva a esquerda. Nesse ponto, havia um grupo de 4 pessoas parado tirando fotos, a qual cumprimento cordialmente e sigo na trilha a direita, sentido Pico Paraná. Na bifurcação.... As 9:40, chego ao 1º ponto de água desde a fazenda, conhecida como "Bica" e sem saber direito qtos pontos de agua confiável iria encontrar pela frente, encho metade do cantil aqui e aproveito para fazer uma parada para descanço, já que no alto do morro do getúlio não foi possivel, devido ao excesso de pessoas ocupando o local. No trecho entre a fazenda e o Morro do Getúlio até passei por um ponto de água, mas era um poção represado e não confiável. Por isso, deixe para pegar água na bica ou traga da fazenda. Após a bica, a trilha inicia um longo e exaustivo trecho de subida forte com muitos galhos caídos e trechos eroditos, além de alguns trechos técnicos, onde o auxilio das mãos foram constantemente exigidos para impulsos nos troncos e pedras. Esse trecho perdura até próximo do A1, por isso, é preciso estar 100% para passar aqui, caso contrário, terá problemas, pois é um trecho que exige muito das panturrilhas, coxas, musculos e joelhos. 1ºponto de água desde a fazenda 30 minutos desde a Bica, a subida dá uma tregua e as 10:10 chego a placa que indica a bifurcação para o Itapiroca a direita. Seguindo em frente vai para o Pico paraná. A partir desse ponto, a trilha segue por um vale entre o Caratuva e Itapiroca. Com tantos galhos, troncos, arvores e trechos eroditos, fiquei bastante lento, pois era preciso passar por cada ponto com muita cautela, afim de evitar acidentes como escorregões ou de torcer os pés em alguma das dezenas de fendas entre os troncos em um trecho carcomido pelo tempo e o excesso de uso. A trilha estava bem marcada, mas parecia que estava mesmo é varando mato de tantos obstáculos no caminho. A trilha vai seguindo pelo vale e logo que atravessou para o outro lado, aparece a primeira vista do imponente Pico Paraná meio distante, envolvida em nuvens baixas. Passo por uma enorme rocha a esquerda e chego a um outro trecho de rocha lisa onde encontro uma corda estratégicamente instalada para auxilio de descida/subida. Trecho de corda.... As 10:38, com cerca de 10 minutos após o trecho da corda na rocha, passo por mais 2 pontos de água, mas ambos de filete pequeno. Imagino que, em epoca de estiagem longa não é bom contar com esses pontos de agua, pois as fontes podem estar secas. Da placa até o A1, contei 4 pontos de agua, mas somente o da bica é o mais confiável e por ter mais agua corrente. Portanto, pegue água no 1º ponto na Bica ou deixe para reabastecer no A2. A trilha segue descendo discretamente o vale e dando a volta pela base do Caratuva. Após o último ponto de agua, saio da mata fechada e passo a caminhar por um trecho de bambuzinho baixo e capim ralo, que é parte de um trecho de transição para os campos de altitude. Nesse ponto visualizo bem a frente, o conjunto rochoso do imponente Pico Paraná bem a frente, parecendo estar perto, mas que ainda restava a descida de um grande vale até lá. As 10:55, saio do trecho da mata fechada e entro definitivamente no trecho de campos de altitude onde visualizo logo abaixo, os pequenos descampados do A1 a frente. Mais alguns minutos e chego a um mirante com uma bela vista do percurso. A partir desse ponto, o Itapiroca e Caratuva estão atrás e a minha frente, visualizo todo o trecho de crista que ainda iria passar. E o conjunto rochoso do Pico Paraná bem a frente o tempo todo. um dos descampados do A1 lmais abaixo Litoral paranaense tomado pelas nuvens Pico Paraná Passo por alguns pequenos descampados para 1 ou 2 barracas que podem ser usados em caso de emergência ou se as areas de acampamento do A1 e A2 estiverem lotados. Mais 15 minutos e 3 horas de caminhada desde a Fazenda, chego a primeira grande área de acampamento denonimado A1, onde aproveito para fazer um pitstop afim de relaxar os músculos do logo trecho de troncos e galhos que foi de matar. Itapiroca a esquerda Um dos vários descampados do Acampamento Base 1 (A1) a mais ou menos 3 horas de caminhada do cume. Nesse ponto, parte uma trilha que sobe até o cume do Caratuva e que pode ser uma opção para aqueles que quiserem conhecer o Pico do Caratuva na volta. Após o breve descanço, retomo a pernada, agora pronto para encarar o trecho mais dificil da trilha, que é a escalada da base do PP. A trilha continua agora pelo alto de uma fina crista, que liga os picos do Caratuva e Itapiroca com o conjunto rochoso do Pico Paraná, com enormes vales dos lados esquerdo e direito que foram merecedores de vários clicks, é claro. Descendo em direção ao enorme paredão rochoso que compõe a base do PP. Gigantescos vales a esquerda e direita Após a descida de crista, chego a primeira de uma série de trechos técnicos, onde há grampos de ferros estrategicamentes instalados para auxilio na descida e subida. No 1º trecho de acesso ao pequeno vale, se desce até a base para depois iniciar uma forte subida em direção ao A2 e ao cume do PP. Ao pé dessa rocha, se tem uma ampla vista do enorme paredão gigante rochoso do Pico Paraná (que aparece com todo o seu explendor e imponencia), o que vale uma parada de alguns minutos para contempla-lo. Pico Paraná todo imponente a frente Nesse mesmo ponto, visualizo o enorme encosta exposta íngreme por onde a trilha sobe, mas é o caminho a seguir e é para lá que eu sigo. O paredão rochoso e a trilha subindo por ela Após a curta caminhada pelo vale, chego a base do PP e vejo mais grampos de ferros para auxílio da subida. Começo a escalaminhada do paredão praticamente na vertical e só de olhar a pirambeira acima, cansou até a vista. Com mochila cargueira, não foi nada facil vencer esse trecho. Trecho técnico Descer foi pior que subir.... É preciso passar com bastante cautela por ali, afim de evitar acidentes. Ganho altitude rapidamente e após o 1ºtrecho, passo por outros 2 com grampos de ferro e após o trecho tenso, chego ao alto da crista para um merecido descanço. Do alto, da para ver todo o trecho de crista que vem lá do Caratuva e a marcação da trilha pelo alto crista O trecho de crista por onde a trilha vem (com o Itapiroca a esquerda e o Caratuva a direita) bem a frente.... As 12:10, após vencer os trechos de grampos, entro no trecho final da crista antes do A2. E assim, pouco antes das 13:00hs e com quase 5 horas de caminhada desde a fazenda, finalmente chego a area de acampamento denonimada A2 para literalmente, desabar ali. Um dos vários descampados do A2 O Acampamento Base 2 (mais conhecida como A2) é bem amplo, com vários descampados (alguns muito bem protegidos pela vegetação) com espaço para pelo menos umas 15 barracas. Não havia ninguém no local ainda, com isso, pude escolher o melhor lugar para montar a barraca. Até pensei em tentar a sorte e ir acampar no cume, mas sabendo que no topo em relação ao A2 tem pouco espaço e que tinha gente que havia subido no dia anterior, acabo desencanando da ideia e resolvo ficar no A2 mesmo. Uma das belas vistas do A2 Pico Paraná visto do A2 A distancia do A2 para o cume é de aproximadamente 1 hora de caminhada com mochila cargueira. Após montada a barraca, as 13:45 parto para o ataque ao cume munido apenas de um lanche, suco e máquina fotografica. Morro do camelo visto do A2 A partir do A2, a subida continua e passa por mais alguns trechos técnicos, onde alguns grampos de ferro ajudam na subida. Em alguns pontos, tive que saltar de uma pedra para a outra. É preciso passar com cautela, pois em alguns trechos, a trilha some por alguns instantes e deve-se olhar bem para encontrar a continuação dela. 20 minutos desde o A2, a subida fica mais ingreme e a trilha entra em uma fina crista, onde visualizo de ambos os lados, enormes precipicios com um colchão de nuvens embaixo. É uma visão que impressiona, mas só de olhar no vazio lá embaixo, chega até a dar medo. Crista (a esquerda) onde está o A2 e por onde a trilha sobe. Ao fundo a esquerda e direita, Itapiroca e Caratuva Por conta de sucessivos trechos de escalaminhada, vou parando em alguns momentos para retomar o fôlego. O trecho de subida final ao cume é de matar e os músculos das pernas já estão esgotados, já que toda a força é dirigida a eles. Mais 20 minutos de escalaminhada, chego ao alto de fina crista, onde a subida da uma tregua e visualizo bem a minha frente, o cume final do PP. Face oposta do PP visto durante a subida Um dos precipicios gigantescos bem ao lado da trilha O Topo visto do ultimo trecho de crista Passo por um descampado protegido (para umas 2 ou 3 barracas na base) que estava vazio e que é uma otima opção para o caso do topo estar lotado, mas sem água perto. A partir desse descampado, acesso o trecho final da subida ao cume. E finalmente, após 45 minutos de caminhada desde o A2, finalmente chego ao topo do Pico Paraná, na cota dos 1.877 metros de altitude as 14:35, para o merecido descanço. Do Topo se avista todos os Picos da Serra de Ibitiraquire, com os Picos do Itapiroca e Caratuva bem a frente, em destaque. É uma visão em tanto e que valeu todo esforço para chegar. Enfim, no cume do Pico Paraná Como eu já imaginava, todos os lugares protegidos no cume estavam ocupados e só havia 2 lugares livres, mas totalmente expostos aos ventos. A subida do A2 até o cume foi bem cansativa devido aos trechos técnicos e imaginei como seria se estivesse com mochila cargueira nas costas. Por isso, se quiser acampar no cume, a melhor opção é sair um dia antes ou na madrugada de sabado. Caso contrário, fique no A2 que tem mais espaço e com água próxima. A fina crista vista do topo, por onde sobe a trilha e com o pequeno descampado Vista de tirar o fôlego Após vários clicks e contemplação do visual, com a tarde caindo, os ventos começam a ficar mais fortes. A temperatura tb estava caíndo, por isso, nem fico muito tempo lá e logo pego o caminho de volta para o A2, apenas para constatar que o local estava lotado e quem chegasse depois, teria que tentar a sorte no cume ou voltar para o A1. Sorte que eu cheguei bem antes e já garanti meu lugar. Barracas no topo A vista durante o retorno do cume ao A2 De volta ao acampamento, encontrei com parte da galera do grupo trilhadeiros do face e que foi uma grata surpresa para mim. Estavam o Henrique, Jéssica, Ana Paula e mais 2 figuras que não me lembro o nome e é claro que após as apresentações de praxe, fiquei conversando com eles contando meus causos e pq estava sozinho. Com o por do sol, a temperatura diminuiu bastante e com o cair da noite, voltei para a barraca onde preparei minha janta e fui dormir cedo, por volta das 20h00. Continua logo abaixo.....
  2. Como é Pico Ferraria, entrada no face Leste ? Alguém pode explicar sobre isso ?
  3. Havia tempos que o ponto culminante do meu estado e de toda a região sul estava no meu radar. Desde janeiro ajustando datas com meus parceiros, sempre aparecia um imprevisto e o Pico Paraná ia esperando. Em 20 de junho novamente fiquei sozinho, mas dessa vez, parti sozinho mesmo de Campo Mourão. Estava ansioso, pois queria chegar ao Pico Caratuva para acampar antes de anoitecer, afinal estava sozinho. Enquanto calçava a bota, o fiscal da Fazenda PP fez meu cadastro e cobrou singelos R$ 10,00. Enquanto ele foi buscar o troco troquei a camiseta, e nada de voltar com meus "nique" quando achei o rapaz: ele estava procurando um ser de camisa vermelha, kkkk, eu antes de trocar. Saí ansioso, às 16:10 o ritmo a partir da portaria são os Óreas (deuses da mantonha) quem determinam. Como estavam receptivos, em 25 min alcancei a bifurcação das trilha PP x Caratuva. À esquerda a trilha no começo estava bem ruim, com muitas árvores caídas exigindo manobras para passar sobre os troncos com a mochila carregada. Logo à frente, se dividia novamente, agora sem sinalização e sem sinal GPS. O faro indicava à direita. Porém já percebi que à direita também tem uma bifurcação, depois de uma olhadela vi tratar-se de uma trilha para a bica de água; segui pela outra. Com o suor já aparecendo, começa a verdadeira batalha. São aproximadamente 1500 m de subida constante, uma escalaminhada sem fim. Pedras, raízes enormes, barro, barrancos, 40 min praticamente engatinhando pela encosta. Eram 17:15 quando pela primeira vez, depois do Morro do Getúlio, conseguia enxergar algo além de chão e árvores. As árvores começaram a ficar menores e o terreno começa a perder inclinação, sinal de que estamos chegando em alguma área plana, seria o cume? Poucos minutos mais e pude avistar o resto de Sol que se escondia no horizonte e às 17:40 as primeiras barracas apareceram pra mim. Havia chego a montanha em 2 h. Arrumei um cantinho, meio torto mesmo: o pico estava lotado de gente. Logo chegou um pessoal que eu havia passado na trilha, eles vinham se comunicando por meio de berros, kkkk. Da mesma forma chegaram no cume, e fariam ainda muita algazarra no acampamento até que os o russo revoltado acabar com aquilo. Montando a barraca, ofereceu-me ajuda um montanhista que estava por ali, gentil, não recusei é claro. Batemos um longo papo, descobrimos que no outro dia iríamos acampar no PP. O entorno do Caratuva estava todo fechado, só aparecia o cume do PP lá na frente. Logo o breu tomou conta, junto uma neblina congelante. Foram longos minutos enclausurado dentro da Quick Hikker 2, tomando café. Mais tarde o tempo limpou deixando o céu embebido de estrelas, levando nos a uma profunda reflexão. Durante toda a noite seria assim, minutos de imergir na imensidão do firmamento, e minutos de se esconder dentro da barraca; colocar até a cabeça dentro do saco de dormir. No dia seguinte, às 06:00 todos já estavam ansiosos pelo espetáculo. Apenas os cumes do Caratuva, PP, Ibitirati e Taipabuçu estavam à mostra, o restante da Serra estava embebido por Morfeu. Eram 07:05 quando Apolo empurrou seu Astro no nascente. Uma sinfonia perfeita com o acampamento e as emoções que irradiam no peito do espectadores. Foram aproximadamente 8 min, talvez os mais emblemáticos da história de cada um que estava ali. Preparei um café prevendo um dia encharcado e intenso. Depois explorei o cume para preencher o livro e identificar os irmãos menores. O Pico Itapiroca estava descoberto da neblina e pude observar os campistas lá no horizonte. Desmontei a tralha, reuni tudo e às 08:25 coloquei a cargueira no ombros a saí, a ideia era descer o Caratuva pelo leste, passando pela bica para reabastecer. Depois de analisar o mapa parti, por uma trilha fechada depois do acampamento no sentido nordeste, a neblina tomava conta da serra, a visibilidade não chegava a 15 m. Pouco adiante a trilha dividiu-se: uma quase inexistente, a outra com sinais de tráfego, segui a mais usada apesar de o senso dizer o contrário. Não demorei a dar de cara com um penhasco, a trilha terminava ali, ao menos o que parece. Humildemente retornei a bifurcação e segui o instinto pela trilha fechada; em menos de 200 m estava encharcado. A trilha exige muito, no meio do nada, sem enxergar nada. Pedras enormes e escorregadias, barrancos lisos, trechos enlameados. No meio da mata a trilha não aparece, é preciso seguir com calma buscando indícios de cada um tempo algumas fitas amarelas sinalizam por onde deveria passar a trilha. Naquela penumbra toda não consegui achar a bifurcação que levava a bica, e devido a dificuldade de se locomover por ali, nem fiz questão de pegar o celular para verificar o GPS. Segui por 1,5 h no meio da nuvem, para o lado que virasse dava para sentir os desfiladeiros. Chegando no A1 tive de voltar uns 400 m buscar água na bica, afinal meu suprimento estava terminando e não estava afim de arriscar no A2 e descobrir que não haveria água. Na fonte conheci um grupo de Palmital, São Paulo, que ia em ataque ao PP. Acabamos seguindo juntos até o o elevador. Foi uma caminhada longa, mas agora a trilha é bem demarcada, chega a fazer uma vala. A crista toda envolvida pela neblina não víamos nada além dos 15 m. De repente o mergulho e um maciço escuro, ainda coberto pela nuvem, se desenha na nossa frente. A perna treme, mas, não dá para desistir. Lá vamos nós (não todos, alguns abandonam aqui) pelo elevador, se revezando com quem desce, com quem trava no meio. O grupo que eu acompanhava parou para descansar, a mim não era uma opção, afinal molhado com estava, certamente, se parasse, o frio castigaria. Segui em frente, sozinho agora. Rochas e mais rochas, em alguns lugares o caminho some na neblina, em outros é preciso passar por fendas apertadíssimas. Encontrei muita gente descendo, eles me animavam ao contar que lá em cima estaria aberto o tempo. Após passar de banda pelo A2, pelo A3, não tinha muito por que parar, o frio era grande, e a neblina não arredava pé. Depois de quase 4 h caminhando, dei de frente com um último paredão de pedra, alguns lances da ferrata e saí no meio de uma galera. Tinha chegado ao PP! Olhei de um lado, olhei de outro, e nada, custei acreditar que tinha chegado; cadê o tempo aberto que tinham me falado, mal dava para enxergar o entorno. Logo veio uma onda e levou as nuvens do cume, dando dimensão da minha posição. Fui o primeiro a armar acampamento naquele dia, muitos que chegaram após às 14 h, tiveram de descer e acampar no A3 ou A2, o cume estava lotado. O resto da tarde seria de expectativa, em curtos espaços de tempo as nuvens dispersavam e dava para ver o cume do Ibitirati, montanha irmã. Lá de cima um grupo de montanhista gritava feito doido e acenava durante esses lapsos de tempo. Dava para perceber que não pediam socorro, só queriam algazarrear mesmo. No fim do dia ainda foi possível avistar um pedaço do crepúsculo, gerando ansiedade com a alvorada do dia seguinte. Durante a noite, mais um espetáculo, as nuvens foram embora como uma cortina que se abre mostrando o interior da morada aos passantes. O céu com suas luzinhas incríveis carregando pedidos infinitos fez vigília. Às 04:00 do dia seguinte todo mundo já estava em pé. Na mesma situação, tudo coberto por Morfeu. Faltavam minutos para Apolo começar sua dança, quando Morfeu retirou seu batalhão, e o êxtase tomou conta do cume. Em minuto tudo estava à mostra, desde a Baía de Antonina até o Cerro Verde e o Ferraria. Neste momento o espírito da montanha enche-nos da sua perseverança, e como estátua, só percebo estar vivo devido à respiração diante de tão bela alvorada. Foram intermináveis 10 min. Lágrimas que bailam na face e o sentimento de que não há melhor lugar para se estar. Após me empanturrar com as comidas em excesso que carregava, tudo regado a café, pude identificar a crista que havia descido no dia anterior do Caratuva ao A1 em meio à neblina, fiquei arrepiado. Ficamos conversando com os montanhistas que havia conhecido no Caratuva que, também arrumaram seu cantinho por ali. Pena que não pude esperá-los para a descida, eu precisava estar às 15:00 na base. Comecei a descida às 10:45, logo alcancei um grupo descendo. Conversamos, trocamos contatos, acabamos descendo juntos. Até carona para a Capital dei a um deles. Acabei adiantando um pouco na trilha, principalmente no trecho entre o A1 e o cruzo do Caratuva, parte que eu havia desviado no primeiro dia. Esse foi o trecho mais complicado de toda a conquista, são intermináveis raízes e barrancos lisos, quase pior que encarar o russo e a trilha escondida do dia anterior. Parei na Pedra do Grito para esperar minha nova parceria de viagem. Acordei com um grupo de 38 noviças, todas em vestes característica, de um branco engomado, tules e rendas chegaram subindo rumo ao Getúlio. Podem até ter subido mas garanto que vai dar trabalho para limpar todo o estrago nas vestes. Eram 15:10 quando chegamos na base. Desfeita a tralha, tomei um banho de gato, e pegamos a rodovia. Já eram 23:15 quando dei por encerrada com sucesso a aventura, comemorando com uma bela pizza no capricho.
  4. Olá meus queridos! Esse relato é pra lá de especial! Digamos que essa foi a melhor trilha que já fiz na vida. E em um momento massa.. Último /primeiro dia do ano! Fazenda Pico Paraná é o lugar. Peguei um bus de Chapecó para Curitiba no dia 30. Cheguei em Curitiba de manhã no dia 31. Peguei um Uber até a Fazenda Pico Paraná, é a forma mais fácil de chegar pra quem está de bus. Chegando lá, armei minha barraca e me preparei pra subir o Pico Caratuva! O início da trilha é tranquilo algumas raízes, mas não muito elevação. A primeira chegada é no Morro do Getúlio, ali já dá pra sentir um pouco do que é a trilha e ter um gostinho do visual. Cerca de 1:30 a 2:00. Dali você segue mais um pouco até chegar no local da placa que divide as trilhas do Pico Caratuva e Pico Paraná. Deu até uma dorzinha no coração. Porque todos querem fazer o Pico Paraná, mas era tarde e o tempo não estava bom. Além disso, achei que conhecer o Caratuva primeiro valia a pena. Segui então para o Pico Caratuva. Seguindo pela trilha você chega a um rio onde pode se abastecer de água e descansar um pouco. Daí pra frente o bicho pega. A trilha se torna mais difícil, muita elevação, raízes, pedras, e haja fôlego! Chegando lá de um lado você vê o rio e o Morro do Getúlio. E do outro lado o sonhado Pico Paraná. Imponente e majestoso! Quando cheguei a neblina estava cobrindo tudo e não tinha visibilidade nenhuma, em um momento sentei e fui pegar algo na mochila, quando olhei pra frente, a neblina tinha sumido, e aí eu chorei! Porque o sentimento de estar no topo da montanha. Simplesmente a segunda maior do Sul. Ouvir o som da montanha, o vento... Gostaria que mais pessoas pudessem ter essa experiência. Em uma parte da trilha, me perguntei se conseguiria, mas lá em cima, não há dúvidas. Era ali que eu deveria estar naquele momento. Completa! Depois de contemplar e de me emocionar, comecei a decida. É preciso ser cauteloso, tinha chovido e a trilha estava escorregadia. Eu fiz a trilha sozinha. É tranquilo, mas precisa ter cuidado. Cheguei de volta na Fazenda Pico Paraná, depois de 6 horas. Só queria deitar e descansar, com o coração leve. Conheci lá o pessoal da Fazenda. Família maravilhosa, que me acolheu como um deles. Jantei com eles e depois da Ceia ficamos olhando a Lua, maravilhados. O guia deu digas de grande valia, o que me possibilitou fazer a trilha tranquila. Conheci muitos montanhistas, tenho muito a aprender nessa jornada. No outro dia fiz uma trilha simples de 20 minutos até uma cachoeira, pra receber a energia da água da cachoeira.. Só tenho que dizer: gratidão. Ao universo, por essa experiência. Pelo desafio, pelas pessoas que encontrei, e pela Montanha!! Sem explicação, sentimento grandioso! Março /Abril partirei ao Pico Paraná! Instagram : simplicidades_velho_oeste (fotos)
  5. Já era hora de tirar do papel a conquista do PP, ponto culminante do meu estado. Desde janeiro no radar, foram mais de 4 ajustes com as pessoas que pretendiam me acompanhar, e finalmente fiquei sozinho. Bom pra falar a verdade eu já esperava, em várias trips as pessoas desistem na última hora. Dia 20 de junho, às 06:00 larguei de Campo Mourão rumo à Serra do Ibitiraque. Passei antes em Guarapuava pegar uns passageiros do BlaBlaBla - app de caronas -, bom eu precisava dividir os custos do transporte, hshshs. Eram 15:40 quando parei no estacionamento da Fazenda PP, rapidinho fiz o cadastro - enquanto eu ajustava os detalhes da mala e colocava a bota o moço da recepção ia perguntando e anotando. Em 10 min eu já estava na trilha, precisava ter pressa se quisesse chegar antes de escurecer no Caratuva, meu objetivo primeiro. Morro acima, em 25 min eu já estava na bifurcação das trilhas para Caratuva e PP, escorrendo suor. Peguei à esquerda, por uma trilha bem ruim. Nos primeiros 300 m haviam muitas árvores caídas, foi preciso fazer várias manobras para passar sobre e sob os troncos. Mas, tudo corria bem, só o fôlego estava apertando devido a pressa. Logo à frente, +- 500 m começa a verdadeira subida, por os outros, acredito, 1.500 m a subida é constante, íngreme com muitas pedras, raízes e barrancos. A pesar de tudo, às 17:15 pela primeira vez depois do Morro do Getúlio eu enxerguei o firmamento no horizonte, e ainda pude ver um resto de Sol que se punha. Já eram 17:40 quando avistei as primeiras barracas armadas no Caratuva. Caramba eu subi o Caratuva em 2 h com cargueira e tudo. Arrumei meu cantinho, estava cheio de gente no pico. Logo outro campista veio me ajudar com a montagem da tralha e bater um papo, logo fizemos amizade e já ficamos combinando de no futuro trilharmos juntos, eles estavam em um grupo que no dia seguinte iriam também ao PP, acabei fazendo amizade e trocando figurinhas com todos eles. À noite tinha momentos que a neblina tomava conta, então o frio era terrível. No dia 21 amanheceu fechado de dar medo, algumas vezes era possível avistar o cume do PP ou do Ibitiraque, do mais somente nuvens e uma neblina que parecia monção. No entanto, a alvorada foi esplendorosa, de encantar qualquer um. Ao explorar o cume, percebi que do outro lado do Caratuva, o lado do Ibipiroca, o russo não estava castigando tanto e pude avistar com o binóculo os acampamentos e as pessoas no Ibipiroca e no Cerro Verde. Às 08:25 estava de cargueira pronta e lá se fui para o PP por uma trilha alternativa que vai do Caratuva até o A1. Minha nossa, pensa num banho dentro da trilha fechada, fiquei encharcado; pior que isso, só fui perceber no outro dia: a trilha passa no limite de um desfiladeiro mas devido à neblina não vi nada, somente branco. Ia pegar água perto da trilha, mas devido as condições preferi seguir até o A1 e voltar pela outra trilha, menos densa (bem menos), até uma fonte principal. Logo que cheguei na bica encontrei um grupo que ia do Ibipiroca em ataque ao PP, um pessoal de Palmital/SP. Trocamos algumas ideias e acabei seguindo com eles até passar o elevador, pessoal gente fina. O elevador é um caso a parte, antes dele já é preciso dar aquela tremida (e não é de frio) para descer uns 15 m de parede, nada comparado aos aproximadamente 25 m do elevador. Depois do elevador o grupo parou para dar um fôlego, eu parti. Comecei a encontrar grupos descendo que me relatavam estar aberto o tempo no cume, eu ansioso para chegar. Depois de muitos obstáculos (passar no limite de penhascos, subir pedras enormes na unha, passar entre rochas apertadíssimas) cheguei no A2, ainda havia mais uma pernada, kkkk. Mas nada me abalava, e lá fui. Cheguei no cume às 12:00, fui o primeiro a montar acampamento naquele dia, alguns nem tinham desmontado do dia anterior ainda. Os Óreas não estavam muito colaborativos deixando o tempo fechado, tão fechado que mal dava para ver o próprio PP. Em alguns momentos pequenas aberturas nos mostravam o cume do Pico Itibiraque, e como um bando de loucos os trekkers de lá gritavam para os trekkers de cá, kkkk. Passamos o resto da tarde conversando, o grupo que conheci no Caratuva havia chegado, e o tempo não abriu de verdade, apenas deu uma baixadinha na camada branca no final do dia possibilitando enxergar o alaranjado do crepúsculo. A medida que a noite ia caindo o firmamento revelava o espetáculo e as nuvens foram dispersando. Um espetáculo memorável no céu. No dia 22/7 às 05:00 estava acordado, e no horizonte muitas nuvens ainda ofuscavam a paisagem, mas numa manobra que só os deuses sabem dar, em 15 min o tempo se abriu deixando toda a cadeia de montanhas da região exposta. Às 07:05 começava novamente o maior espetáculo da terra, a alvorada. Foram momentos emocionantes até que o astro preenchesse todo o leste com seu dourado inconfundível. Depois de um generoso café, muitos cliques e histórias contadas entre os montanhistas era hora de desmontar tudo e partir, fiz isso às 10:00, abortando o combinado inicial de descer junto com o grupo que fizemos amizades, eu precisava estar na base às 15:00 para as 16:00 pegar outros caronas em Curitiba, e eles iam começar a decida lá pelas 11:00. Montanha abaixo e logo começo a cruzar com os grupos que subiam de ataque, pelo caminho onde havia área de camping, tinha barraca armada, incrível até o A2 muita gente dormindo pelo caminho. Pouco antes do A2 alcancei outro quarteto que ia descendo, fizemos amizade rapidamente. Logo fiquei sabendo que um dos integrantes morava no meio do caminho meu para casa, então já combinamos a carona – ela estava de carona com o grupo que era de outro lado de Curitiba. Passado o elevador, pensei que tudo estaria tranquilo, que nada. O trecho entre o A1 e cruzo para o Caratuva (que eu havia contornado no primeiro dia) é um dos piores trechos de toda a trilha, são milhares de raízes e pequenas elevações que precisam ser transpostas por cima delas, exige muita calma e técnica para andar mais rápido. Acabei avançando mais rápido que meu novo grupo, perdemos contato. Quando cheguei na Pedra do Grito resolvi esperá-los, larguei tudo de lado e sentei. Um grito de guerra na trilha chamou a atenção, pensei serem escoteiros, mas em alguns minutos quem chega foi um grupo de noviças 38 segundo a madre que as conduzia, todas de saias longuíssimas de um vermelho incrível e camisas brancas de freiras, disseram que iam até o Morro do Getúlio. Confesso que eu duvido que foram, mas garanto que aquela não era a melhor roupa e que com certeza não voltou como tinha ido, kkkkkk. Nesse alvoroço todo nem percebi que parte do grupo tinha descido e as 15:10 um dos integrantes passava por mim, ele me disse que a moço que ia de carona comigo já tinha descido, duvidei pois, não a vi passar. Descemos juntos o último trecho, e lá estava ela esperando e gritando desesperada por mim no estacionamento, kkkkkk. Depois de um banho de gato, despedimo-nos dos novos amigos e lá fomos nós de volta à vida comum. Já se passavam das 23:00 quando cheguei em casa, onde uma bela pizza portuguesa esperava. Não é só a experiência que a montanha no dá, são, principalmente as amizades que cultivamos. Cada estrela no firmamento representa a amizade entre alguém, mesmo escondida pelas nuvens vão estar lá.
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