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  1. Laguna del Caminante Início: Vale Andorra Final: autódromo de Ushuaia Distância: 36km Duração: 3 dias Maior altitude: 820m no Paso de la Oveja Menor altitude: 140m próximo ao autódromo de Ushuaia Dificuldade: média para quem está acostumado a longas travessias com mochila cargueira. Há subidas de até 574m e o Paso de la Oveja (820m) deve ser cruzado com tempo bom. Essa travessia percorre o vale do Arroyo Grande (Vale Andorra) para subir à Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra, um trekking popular em Ushuaia. Um pouco menos frequentada é a Laguna Encantada. Muita gente faz isso em um bate-e-volta de um dia. Para continuar pelo vale do Arroyo Grande até a Laguna del Caminante e Paso de la Oveja é necessário mais um dia. A descida do Paso de la Oveja pelo Cañadón de la Oveja completa a volta de três dias ao redor dos Montes Martial. 1º DIA - 19/01/20 - do Vale Andorra à Laguna Encantada Distância: 10,3km Maior altitude: 752m no Glaciar Vinciguerra Menor altitude: 178m no Arroyo Grande Resumo: nesse primeiro dia de caminhada percorri o vale do Arroyo Grande (Vale Andorra) e subi à Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra num desnível de 574m. Em seguida desci de volta 414m até a bifurcação da trilha e subi mais 218m para acampar na Laguna Encantada. Para chegar ao início da trilha deveria ir de ônibus (ou caminhar) até a entrada do Vale Andorra e de lá pedir carona. A opção de táxi ou remis eu descartei por estar sozinho e também pela facilidade de se conseguir carona nessa região. Conferi a distância do centro de Ushuaia até a entrada do Vale Andorra: 3,5km. Resolvi ir a pé. Subi pela Rua Juana Fadul até a Avenida Hernando de Magallanes (uma avenida larga, de duas pistas) e a tomei às 10h41 no sentido leste até uma rotatória. Ali segui a placa de Rio Grande, já deixando a cidade. Passei a caminhar pela rodovia (Ruta Nacional 3) mas com acostamento já que ainda é uma área urbanizada. Cheguei à entrada do Vale Andorra às 11h29. Poderia ter tomado o ônibus da linha B do centro até esse local. Dali ainda seriam mais 4,2km de rípio até o início da trilha e lá fui eu me aventurar a pedir a primeira carona dessa viagem. Mas, como já era esperado, foi bem fácil e logo um carro parou. Eram três argentinos muito gente boa, missionários da igreja adventista que estavam fazendo um trabalho junto à comunidade do Vale Andorra. Fizeram questão de me levar até o final da estrada e me deixar no portão onde inicia a trilha. Me deram algumas revistas da igreja para eu ler depois... Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra O início da trilha fica junto a um agrupamento de casas e tem uma placa indicando Camino de la Turbera. Havia muitos carros estacionados ao longo da rua de terra do pequeno bairro mostrando que muita gente estava na trilha. Cruzei o portão azul que marca o início da caminhada às 12h25. Altitude de 199m. O começo é uma estradinha ainda pois há sítios mais adiante. Pequenas flores amarelas adornam todo o caminho. Cerca de 420m depois, numa curva para a direita, abandonei a estrada e entrei na trilha à esquerda. Uma seta amarela indica o caminho. Mas logo começou a grande dificuldade das trilhas de Ushuaia: os terríveis lamaçais. Com 150m de trilha surgiu uma bifurcação: Glaciar Vinciguerra e Laguna de los Témpanos (témpano = iceberg) à direita e Laguna del Caminante à esquerda. Fui para a direita e logo a visão para a turbera se ampliou. É uma área extensa na parte mais baixa do vale. Ao fundo as montanhas que deveria subir para atingir as lagunas e o glaciar. Turbera (ou turbal) é uma área de turba (turfa em português), que é uma vegetação encharcada e esponjosa composta de musgos, juncos e gramíneas. É bem ruim de caminhar pois afunda e molha os pés, além de cansar bastante. A turba é recolhida para diversas finalidades: é usada como fertilizante e substrato no cultivo de plantas, como combustível doméstico mas de baixo poder calórico, para adsorção de metais pesados presentes em ambientes, no combate a derramamentos de petróleo, entre outras. Às 12h45 me aproximei do Arroyo Grande e passei a caminhar pela sua margem direita verdadeira. Ali a menor altitude do dia, 178m. A visão para o fundo do enorme Vale Andorra era espetacular - trecho que eu percorreria no dia seguinte. Os lamaçais continuam. Alcancei às 13h07 uma ponte que cruza o Arroyo Grande e junto a ela uma placa informa que toda a área desse vale, bem como as montanhas ao norte e ao sul, foram declarados Sítio Ramsar em 2009 por sua importância ecológica (rsis.ramsar.org). Atravessei a ponte para a margem esquerda do rio e ali uma outra placa dá informações sobre o Sendero Glaciar Vinciguerra, inclusive altimetria e telefone de emergência, dados bastante importantes. Passada a ponte a trilha se afasta do rio e se dirige às montanhas, entrando no bosque e começando a longa subida em direção às lagunas. Na altitude de 338m, às 13h38, alcancei a bifurcação que leva à direita à Laguna Encantada e à esquerda à Laguna de los Témpanos e Glaciar Vinciguerra. Continuei pela esquerda, mas voltaria ainda nesse dia a essa bifurcação para acampar na Laguna Encantada. Mesmo na subida inclinada havia lamaçais terríveis que tornavam lento o avanço. Às 15h saí do bosque, visualizei o caminho à frente e percebi que havia cumprido somente a primeira etapa da subida - a segunda etapa seria por uma moraina pedregosa e bastante inclinada, como as morainas costumam ser. Laguna de los Témpanos Mas antes da moraina um trecho plano, um platô verdejante onde seria até possível acampar se o solo não fosse tão encharcado. Essa é a várzea do Rio de Leche, que vem da laguna. Vencida a grande ladeira de pedras atingi enfim a Laguna de los Témpanos às 15h24. Um lindo e hipnotizante lago de cor esverdeada cercado de montanhas, neve e gelo. Altitude de 724m. Pela proximidade com a geleira o vento ali era cortante e busquei abrigo atrás de grandes blocos de pedra. Para conhecer de perto a geleira bastou seguir a trilha marcada que contorna a laguna pela direita. Ela não é branca ou azul, mas cinzenta pela grande quantidade de pedras que carrega. Numa de suas extremidades há uma gruta de gelo em que entrei rapidamente para fotografar as paredes de gelo em que se veem pequenas rochas suspensas, muito curioso! A visão da laguna por este ângulo também é espetacular. Altitude de 752m, a maior do dia. Cheguei a ver cercadinhos de pedra próximos à laguna porém acampar ali seria passar a noite inteira exposto à ventania gelada e dormindo sobre pedras. Iniciei às 17h25 a descida pelo mesmo caminho e 80m após reentrar no bosque vi um local plano para acampar, não tão exposto ao vento e com água ao lado, o Rio de Leche. Mas já estava decidido a visitar a Laguna Encantada nesse dia e dormir lá. Alcancei a bifurcação às 19h13 (338m) e a tomei para a esquerda, subindo. Ao sair do bosque muita lama e muito vento. Torci para encontrar um lugar seco e abrigado para montar a barraca. Por sorte achei um lugar assim na extremidade sul da laguna, às 20h20. E ainda bem que as lengas eram baixas pois se fossem árvores altas eu ficaria preocupado de uma delas desabar sobre a barraca. Montado o acampamento fui conhecer a laguna. Caminhei pela margem esquerda até o pé de uma alta cachoeira. O vento fazia suas águas voarem para cima. Notei a presença de castores nessa laguna por haver dique e outras "construções" que eles fazem, mas não cheguei a vê-los. Recomendável pegar água da cachoeira e não da laguna. À noite, enquanto jantava, o vento continuava bem forte e chegava a entortar as varetas para dentro da barraca. Felizmente ela aguentou firme. Altitude de 556m. Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: 3,9ºC Laguna Encantada 2º DIA - 20/01/20 - da Laguna Encantada à Laguna del Caminante Distância: 12,8km Maior altitude: 637m próximo da Laguna del Caminante Menor altitude: 184m no Arroyo Grande Resumo: nesse dia desci da Laguna Encantada ao vale do Arroyo Grande (desnível de 372m), voltei a percorrer esse vale para oeste e subi à Laguna del Caminante para acampar, num desnível (igual) de 372m. 10h da manhã: 6,1ºC De manhã caminhei pela laguna e voltei à cachoeira para fotos com sol. Não tinha pressa, parti somente às 13h em direção à Laguna del Caminante. Desci pelo mesmo caminho, passei pela bifurcação da Laguna de los Témpanos às 13h49 e cruzei a ponte do Arroyo Grande às 14h13 (menor altitude do dia, 184m). Para não ter de voltar à bifurcação citada no dia anterior decidi procurar um atalho para a trilha da Laguna del Caminante, porém isso demandava cruzar o turbal, que podia estar muito molhado. Cerca de 200m após a ponte do Arroyo Grande e logo que cruzei outra pontezinha tomei o rumo sul sem trilha. Ao me deparar com duas marcas paralelas no chão apontando para a cabeceira do vale (oeste) resolvi segui-las. Caminhei 400m pela turbera, que não estava tão encharcada, até que resolvi cruzar o bosque e alcançar de uma vez a trilha da Laguna del Caminante. Não havia trilha no bosque, procurei onde estava menos ruim para pisar, ao final tive de subir um trecho íngreme e às 14h49 alcancei enfim a trilha que procurava. Parei para um lanche à sombra das árvores e próximo de um riacho. Continuei às 15h18. Às 15h49 uma seta manda quebrar para a direita. Uns 3min depois encontrei uma ponte feita a partir de um grande tronco, uma placa da administração de parques nacionais e uma trilha saindo para a direita. Estava entrando nos limites do Parque Nacional Tierra del Fuego. Fui olhar à direita e em apenas 50m havia uma grande clareira plana ótima para acampar. Mas cruzei a ponte-tronco e continuei. Daí em diante havia passarelas de tábuas, corrimãos e sinalização nas árvores. Às 16h10 cruzei uma ponte com corrimão e 11min depois a Puente El Viejo para a margem esquerda verdadeira de um riacho. Às 17h25 atravessei uma clareira bem maior que a primeira e reentrei no bosque. Em 6min estava diante de uma área devastada por castores, muitas árvores caídas, as que ainda estavam em pé estavam mortas. Um cenário desolador. Isso no próprio Arroyo Grande, no único momento em que essa trilha se aproxima dele. Às 18h11 cruzei o Arroio del Caminante (vem da laguna homônima) por uma ponte-tronco com corrimão de cabo fino (altitude de 265m) e começou a subida, que era mais íngreme e cansativa do que eu esperava. O Arroio del Caminante ficou à minha esquerda por algum tempo. Nele uma bonita cachoeira. Às 18h49 cruzei o Arroio del Caminante novamente e me afastei dele. Uns 10min depois atravessei mais uma ponte-tronco com corrimão junto a uma confluência de rios. Às 19h14 saí do bosque e encontrei uma bifurcação com placa: à direita Laguna del Caminante, à esquerda Cañadón de la Oveja. Segui para a direita na ilusão de que a subida havia terminado. Na verdade estava na encosta de uma montanha e era preciso subir bastante por ela para atingir o local de descida à laguna. Esse caminho pelo alto proporcionou uma visão maravilhosa da verdíssima laguna entre bosques e montanhas de pedra. Subi até os 637m (maior altitude do dia; 372m de desnível desde a ponte-tronco com corrimão de cabo fino) e desci 60m verticais até a margem da laguna por uma trilha íngreme e escorregadia, chegando às 20h. Na chegada há água corrente do riacho que vem da Laguna Superior e que se cruza por duas pontes em sequência. Havia mais três barracas e fiz amizade com um casal muito simpático de Buenos Aires, Juan Pablo e Marina. Eles fizeram uma fogueira (apesar do aviso de não fazer fogo) e ficamos conversando ao calor do fogo. A noite estava muito fria. Altitude de 577m. Temperatura mínima durante a noite fora da barraca: -1,3ºC Laguna Superior 3º DIA - 21/01/20 - da Laguna del Caminante ao autódromo de Ushuaia Distância: 12,9km Maior altitude: 820m no Paso de la Oveja Menor altitude: 140m próximo ao autódromo de Ushuaia Resumo: nesse dia cruzei o Paso de la Oveja num desnível positivo de 243m desde a Laguna del Caminante. Em seguida percorri o vale chamado Cañadón de la Oveja até o final da travessia num desnível negativo de 680m. 10h da manhã: 8,2ºC Novamente sessão de fotos com sol pela manhã e nenhuma pressa de deixar aquele pequeno paraíso. Saí junto com o casal portenho às 12h20, subimos a trilha íngreme, mas logo nos separamos. Eles foram diretamente na direção do Paso de la Oveja e eu fui conhecer a Laguna Superior. Da Laguna del Caminante à Laguna Superior foram somente 26min mas há trechos de deslizamento que são íngremes e fáceis de escorregar, melhor ir sem a cargueira. A Laguna Superior é menor que a sua irmã mas igualmente linda, com as águas azuladas. Há também uma cachoeira despencando do lado esquerdo. Altitude de 637m. Saí da Laguna Superior às 13h16, voltei pelo mesmo caminho até a placa da saída do bosque do dia anterior (altitude de 538m) e continuei para a direita (sudeste) às 14h para subir ao Paso de la Oveja. Dali ainda não conseguia ver o passo, apenas a enorme montanha que estava à sua esquerda, o Cerro Tonelli. Cruzei o campo florido e depois três vezes o riacho que vinha do passo. Só mais acima é que teve fim a lama e passei a caminhar num ambiente típico de alta montanha, sem nenhuma vegetação, só pedras. Aí comecei a visualizar o passo. Alcancei o Paso de la Oveja às 15h02 numa altitude de 820m. Por sorte nesse momento quase não havia vento e a neve estava somente em manchas ao lado do caminho. Para o outro lado do passo se via uma extensa crista com bastante neve e a continuação da trilha descendo para um vale profundo, o Cañadón de la Oveja. Há água corrente procurando à direita. Cañadón de la Oveja Comecei a descida do passo às 15h31 e alcancei Juan Pablo e Marina. Eles haviam parado porque procuravam o caminho que levasse a algumas cavernas de gelo, mas não sabiam nem onde elas ficavam. Eu estava com uma dor forte no joelho direito desde o dia anterior e não quis acompanhar Juan Pablo nessa exploração, fiquei com Marina cuidando das mochilas. Ele foi certeiro, encontrou a trilha e chegou às cavernas, porém não entrou pois disse que o gelo derretia rapidamente e despencavam pedras incrustadas nele, tornando o acesso perigoso. Tirou fotos da boca da caverna e retornou rapidamente. Dali em diante seguimos os três juntos. Retomamos a caminhada às 16h28 pela encosta esquerda do profundo vale por uma trilha bem marcada entre pedras. Logo pudemos visualizar toda a extensão daquele enorme vale, o Cañadón de la Oveja, e ao fundo as águas azuis do Canal de Beagle. Não sei se pela dor no joelho mas esse trecho pela encosta me pareceu não terminar nunca. O vento começou a ficar bem forte e nas rajadas era preciso parar para se equilibrar e não despencar encosta abaixo. Às 16h57 uma discreta placa indicava que estávamos saindo dos limites do Parque Nacional Tierra del Fuego. Uns 150m depois a última água boa do dia. Às 18h03 a trilha quebrou para a direita e começou a descer em ziguezague a encosta para entrar no bosque às 18h27. Trocamos a caminhada pelas pedras pela caminhada pelo lamaçal de novo. Às 20h cruzamos uma cerca por uma escadinha e 25min depois outra cerca com escadinha. Continuamos pela trilha bem marcada e às 20h43 alcançamos uma estrada de terra nas proximidades do autódromo de Ushuaia. Altitude de 140m. Nesse mesmo local terminaria um outro trekking que fiz quase um mês depois, a Trilha dos Mirantes do Glaciar Martial (relato aqui). Ali em poucos minutos os pais do Juan chegaram de camionete para nos pegar. Se não tivesse essa carona poderia ter caminhado 1,9km até o ponto e tomado um ônibus da linha A ou B. Informações adicionais: . para chegar ao início da travessia deve-se tomar o ônibus linha B (linha A não serve) no centro de Ushuaia e saltar na entrada do Vale Andorra. A partir daí pedir carona (hacer dedo, em espanhol) . para sair no final da travessia deve-se caminhar 1,9km por estrada de terra até o ponto de ônibus e tomar qualquer uma das duas linhas (A ou B) para o centro de Ushuaia . o valor da passagem em fev/20 era ARS24 (R$1,50) que deve ser pago obrigatoriamente com o cartão de transporte SUBE (o mesmo de Buenos Aires e Bariloche) . apesar de num trecho da travessia se cruzar a área do Parque Nacional Tierra del Fuego não é cobrada nenhuma taxa de entrada e nem de acampamento Rafael Santiago janeiro/2020 https://trekkingnamontanha.blogspot.com.br
  2. Olá pessoal! Vim dar uma pequena contribuição com uma trilha super recomendada. Muito se ouve falar em Ushuaia, Patagônia, etc. Acabei de voltar de uma viagem à Ushuaia/El Calafate/Torres del Paine com minha namorada, e acabou que descobri muita coisa legal, e o que eu achei que seria uma viagem de passeio, se tornou uma das aventuras mais difíceis que já fiz. Como tem muita coisa na net sobre os pontos mais turísticos, resolvi relatar sobre uma trilha que não li muito: o Vinciguerra. O Vinciguerra, se não me engano, é um glaciar, uma das montanhas ali em Ushuaia. Vc sobe desde a base, o chão, o nível da cidade mesmo, e chega até quase o topo de uma das montanhas, aquelas que vc vê branquinha lá da cidade. São cerca de 850m de desnível, subida que exige muita perna e fôlego. Nós compramos o passeio pela agência Brasileiros em Ushuaia, que fica na av. San Martin, com um pessoal super prestativo (brasileiros). No dia da trilha, uma van te leva até o início da trilha, numa estradinha de terra. Lá vc recebe um lanche e um stick (um daqueles apoios de metal usado para esquiar), é uma santa ajuda. Como fomos no final de abril, quando o inverno está quase chegando, é preciso ir de bota de trekking impermeável, calça de trilha, se possível impermeável, e jaqueta impermeável. Além do mais, é bom levar gorro, óculos de proteção (pode ser de sol mesmo) e luva. Além do mais, eu recomendo que apenas vista uma camiseta manga comprida leve, transpirável, e uma jaqueta quente por cima, pois apesar do frio e vento, a subida cansa e esquenta o corpo, e fará vc transpirar tanto que vai ter de tirar a jaqueta. Portanto, vá com pouca bagagem na mochila, pois terá de carregar a jaqueta. Mas se vc não é como eu, que sente bastante calor, então vai ter de levar algo a mais para se manter aquecido. A trilha começa com cerca de uns 45min de caminhada no plano sobre a terra e uma vegetação fofa e encharcada, pois naquela região fria, o solo não absorve bem a água, então, em muitos lugares, há várias pocinhas de água, e mesmo onde não há poça e vc pisar na grama, ela afunda e a água sobe. Ao começar a subir a montanha, vc estará cercado de árvores altas, então não venta, e aí é que vc começa a sentir calor. A subida é interminável, tem que andar devagarinho, passinho de pinguim, numa inclinação que se bobear nem jipe sobe. O bom é que a trilha às vezes caminha de lado, então não é sempre subida. Uma coisa legal de se presenciar, é que, chegando mais acima, a neva começa a aparecer, a vegetação fica coberta de branco e vc percebe que está num lugar alto e frio, onde o gelo não derrete. Os sticks são muito úteis, pois se sobe com o apoio deles,e não somente com as pernas. São úteis também na descida, pois os escorregões são frequentes, pois como eu já comentei, o terreno está quase sempre molhado. Chegando mais acima, começa uma nova subida tão forte quanto a primeira, só que agora ao ar livre, sem árvores, somente pedra, e uma queda que faz vc pensar que, um escorregão, te leva ladeira abaixo em poucos segundos, ajudado pelas pedras soltas. Nessa época, há bastante gelo e vento, portanto, não se esqueçam do gorro ou capuz. Depois de algumas horas subindo, chega-se ao lago Los Tempanos. É um lago verde muito bonito, em que a borda estava congelada. Toma-se um tempo para comer o lanche que o guia te dá, mas lembre que, ao parar, o corpo vai começar a esfriar, e por isso a caminhada começará logo. Dali para frente é só neve e pedra. Subimos mais um pouco e vamos margeando este lago, onde a trilha é tão perigosa quanto, pois novamente, qualquer escorregão, vc cai direto para o lago. Dali para frente, a trilha fica mais difícil, pois vc pisará somente sobre pedras soltas e neve. A neve não atrapalha, e sim o gelo sobre a neve, que escorrega, além das pedras que se mexem. Porém o que vc encontrará é ainda mais compensador que o lago. Há cavernas com um monte de neve dentro, há inclusive uma caverna feita de puro gelo! Vc vê as bolhinhas de água congeladas, dá até para lamber a parte da caverna. É muito interessante! Há também lagos congelados onde pode-se brincar de pinguim, escorregando de barriga (é claro que ninguém teve coragem). Posso dizer que, nesse trekking, há algumas coisas muito interessantes, bonitas, até impressionantes, mas nada que vc possa dizer que é maravilhoso. O legal dessa trilha é o final, o que se encontra lá (lagos verdes congelados, cavernas de gelo e de neve, geleiras), e ela em si, ou seja, vc saber que subiu a pé uma das montanhas da Cordilheira dos Andes. Para efeito de comparação, para quem já fez a trilha para Las Torres, em Torres del Paine, eu diria que é mais difícil que TdP, e mais perigoso também, pois em vários momentos eu sentia que, um escorregão maior, poderia me obrigar a voltar de lá só de helicóptero (se não estivesse congelado). Eu escorreguei uma vez na margem do lago los Tempanos, e só vi as pedras rolando ladeira abaixo e caindo no lago congelado (e quebrando sua fina camada de gelo). Por outro lado, achei TdP mais bonito, per ser um parque nacional, por toda a paisagem que se vê e muda a cada hora, etc. Como não estou totalmente a par das regras do forum, quem quiser algumas fotos e mais dicas, mandem MP que mando o link das fotos. Abs
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