Colaboradores ekundera Postado Junho 18 Colaboradores Postado Junho 18 (editado) Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda - 23 dias em maio/2025 Reservei três semanas e emendei um feriado para esta viagem, programada com certa antecedência pra dar conta de juntar os tostões numa moeda tão valorizada. No total foram 23 dias, distribuídos nos cinco países (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda do Norte, Irlanda). É bom lembrar que é necessário preencher o ETA antes de viajar por esses países, que é uma pré-autorização de viagem. O formulário pode ser preenchido pelo app ou na página uk-eta.com.br. O formulário é bem simplificado, e no final tem o pagamento de uma taxa. Eu fiz a solicitação cerca de 15 dias antes da viagem e a autorização chegou no meu email cerca de meia hora após o meu pedido. Não é necessário imprimir para levar, os dados ficam atrelados ao passaporte. Fui no mês de maio e o clima na maior parte do tempo estava mais friozinho, por volta de 10oC. Alguns poucos dias até peguei clima agradável, na casa dos 20oC. Quando não venta, esse friozinho é agradável, uma jaqueta de gominhos resolve fácil, além de ser bem compacta pra levar. Acho que dei bastante sorte no período em que fui, que não choveu e o sol sempre aparecia. Em Londres, quando ventava, sempre tinha uma areiazinha fina que incomodava os olhos, daí é bom usar óculos. Levei o cartão Wise em libras e euros e usei praticamente só ele para pagar tudo. Ele só não passou nos ônibus que vão para o aeroporto em Glasgow e em Dublin, que daí usei o meu cartão do Banco do Brasil. E o único momento que precisei de dinheiro em espécie foi no tour para o lago Ness, que tinha que repassar ao motorista 20 libras, caso quisesse fazer o passeio de barco, valor que saquei do cartão Wise num terminal em uma das paradas do tour. O padrão de tomadas nesses países é bem específico, daí é importante lembrar de levar um adaptador pra carregar os aparelhos. O adaptador costuma ser grandão com três pinos retangulares, no chamado padrão BS 1363. Os deslocamentos entre as cidades foram feitos de trem, com passagens compradas ainda no Brasil, um pouco antes da viagem. Ao longo do tempo que monitorei as passagens que eu pretendia, vi que muitas vezes os preços eram mais altos quando a antecedência era grande. Mas tinha também algumas que nem tinham diferença de preço, seja muito antes ou na véspera. Daí acho que é bom simular uma passagem para o dia seguinte e comparar com uma data daqui uns meses pra se certificar do que for mais vantajoso. Dentro do Reino Unido (Inglaterra, Gales, Escócia, Irlanda do Norte), comprei as passagens pela thetrainline.com. Instalei o aplicativo no celular para ter fácil acesso às passagens compradas. Da Irlanda do Norte para a Irlanda, não tinha passagem disponível na Trainline, daí comprei essa pela translink.co.uk. Também fiz um voo interno entre Glasgow e Belfast, porque de outra forma iria ser um dia perdido. Em geral, chegava cedo nas cidades para aproveitar o dia inteiro. A maior parte dos trajetos de trem foram diretos, mas teve um que tinha troca de trem entre Cardiff e Manchester, com intervalo de apenas cinco minutos. Como no bilhete informava que a plataforma da troca era a mesma, então minha preocupação era só se tivesse atraso do primeiro trecho. Mas creio que isso seria solucionado no guichê se precisasse alterar para a próxima conexão. No fim das contas, foi bem tranquilo o intervalo, ainda mais que o trem de chegada teria que ir embora para dar lugar para o próximo que eu pegaria na mesma plataforma. Levei somente bagagem de mão, de modo a facilitar o deslocamento e também evitar despachar mala. A cada 7 dias, usei serviço de lavanderia, ao custo entre 8 e 10 libras para lavar e secar, gastando cerca de uma hora de tempo total para sair com a roupa pronta para usar novamente. Para facilitar o processo, prefiro levar roupas de cores mais escuras para lavar tudo em uma única máquina de roupa. Todas as hospedagens que peguei foi pelo Booking. Antes de ir, enviei mensagem a todas elas perguntando se eu poderia deixar a mala pela manhã antes do horário de check-in, e todas confirmaram. Foram no total 10 hospedagens, sendo que algumas delas inclusive já liberaram o quarto para meu uso, uma vez que ele já estava disponível na minha chegada. Uma das primeiras providências que tomei ao chegar foi procurar um chip pré-pago (pay as you go) para usar internet na rua. É muito fácil achar, qualquer banca de rua ou loja de conveniência tem. E é fácil usar, não precisa cadastrar nada. Inseriu no celular, tá pronto. O que eu comprei foi um de 20GB da empresa Lyca, que custou 15 libras e funcionou nos cinco países, só tive que ativar o roaming quando cheguei em Dublin. Usei Google Maps todos os dias e também usava o celular normalmente e, ao fim da viagem, não havia usado nem metade dos dados disponíveis. Em geral, os lugares que eu queria visitar, reservei ingressos um pouco antes de viajar. Isso também se aplica aos lugares gratuitos que costumam ter filas grandes sem ingresso na mão. Acho que foi bem acertado fazer dessa forma, porque muitos lugares tinham filas que desestimulavam. Dias 1 a 6: Londres / Inglaterra – 6 dias Chegando no aeroporto, o oficial da imigração pediu para ver os comprovantes de hospedagem. Imagino que ele achou que três semanas por lá não é muito usual. Após o carimbo de entrada, segui para o metrô em direção à minha hospedagem com ajuda do Google Maps. Fiquei hospedado bem perto da estação King’s Cross St. Pancras, cerca de uma hora do aeroporto usando o metrô. Achei bem fácil usar o transporte público em Londres, não precisa comprar um cartão específico, basta usar o cartão por aproximação (contactless). Usei o cartão da Wise tanto para essa finalidade, quanto para os demais usos em qualquer outro lugar na cidade. Como cheguei à tarde, fui apenas para a região do Greenwich Park, que achei mais difícil para encaixar nos demais dias. Próximo do parque, tem alguns museus gratuitos, e também tem o Greenwich Market, com lojinhas diversas. Todos já estavam fechados, então só visitei o parque e a linha de Greenwich. No dia seguinte, eu tinha visita guiada no Shakespeare’s Globe (paga), que é a reprodução do teatro ao ar livre da era elizabetana. Na região também estão o Borough Market, com barracas de comidas diversas. Fui ao Tate Modern, museu com entrada grátis de arte moderna e contemporânea. Em seguida, andando pela margem do Tâmisa, segui na direção da emblemática roda gigante London Eye, e também pelas movimentadas praças Piccadilly Circus, Tafalgar Square e Leicester Square. Ao fim do dia, a parada foi para um lanche em Chinatown, regiões próximas que se percorre a pé. Próximo dia, tinha reservado ingresso para Tower of London (paga), complexo de torres, edifícios e muralhas com muita coisa pra ver, inclusive as joias da coroa. Mais tarde, passei pela Tower Bridge, pela muralha romana London Wall e pelo Leadenhall Market. À tarde, tinha reservado ingresso para a St. Paul’s Cathedral, que é belíssima por fora e por dentro, além de uma enorme cripta no subsolo. Ali perto, tem a Millennium Bridge, a ponte de pedestres inaugurada na virada do milênio, terminando o dia na região do Covent Garden Market. Para o dia novo, havia reservado ingresso para o Kensington Palace (pago), que já foi moradia da rainha Victoria. Ali perto, está a bela escultura The Albert Memorial a céu aberto, bem próxima do Natural History Museum, onde passei algumas horas, com ingresso gratuito reservado antecipadamente. Mais tarde, passei pela charmosa Notting Hill e por Little Venice, terminando o dia na famosa faixa de pedestres da Abbey Road. Dia seguinte, muitas ruas estavam bloqueadas, e acesso dificultado a vários lugares, estava acontecendo desfile cívico em comemoração aos 80 anos do fim da segunda guerra. Foi o dia de visitar a Westminster Abbey (reserva antecipada paga), lugar de coroação e sepultamento de muitos monarcas. Mais tarde, também entrei na National Gallery e no National Portrait Gallery, ambos gratuitos e com reservas antecipadas. No último dia de Londres, passei boas horas no riquíssimo British Museum, gratuito e ingresso antecipado. O site do museu tem sugestão de roteiro com destaques do que ver lá dentro, dependendo do tempo disponível, daí usei o roteiro deles. Terminei o dia pegando a rua comercial Oxford Street e indo para a região de Camden. Dia 7: Salisbury / Inglaterra – 1 dia Cheguei cedo na cidade e pedi para guardarem a mala na hospedagem. Já havia comprado o tour para Stonehenge, que incluía ônibus que sai de frente à estação de trem. Apresentei o comprovante de compra do tour ao motorista e recebi um fone de ouvidos. O ônibus tem audioguia em diversas línguas, português inclusive, bastando conectar o fone e escolher a língua desde o início da viagem. Leva cerca de meia hora para chegar no centro de visitantes de Stonehenge, onde há painéis informativos, lojinha e umas cabanas que simulam os abrigos dos habitantes daquele lugar séculos atrás. No centro de visitantes, mostrei o comprovante de compra do tour em um guichê e me deram uma pulseira colorida, que me permitia pegar o ônibus para as pedras de Stonehenge. O trajeto demora cerca de cinco minutos e algumas pessoas acabam fazendo a pé. Atualmente não é possível tocar nas pedras, tem cordas delimitando o espaço até onde os turistas podem ir. Pegando o ônibus de volta para a cidade de Salisbury, desci na parada do Old Sarum, lugar onde ficava a cidade antiga e hoje restam ruínas. Retornando à cidade, fui à gigantesca catedral, mas não pude entrar porque já tinha fechado naquele dia. Acabei não vendo a Carta Magna que tem lá dentro. Mesmo assim, os jardins oferecem vistas muito bonitas da igreja. Dia 8: Bath / Inglaterra – 1 dia Cheguei cedo a Bath, guardei minha mala na hospedagem e fui aos Roman Baths, com ingresso comprado previamente. O audioguia está incluído e tem opção em português, é bom ter fone de ouvidos para usar no aparelho. A estrutura romana impressiona, com museu anexo bastante informativo. Lá perto tem a catedral da cidade, pequena mas bonita. O parque Parade Gardens está nas margens do rio Avon, uma região agradável na cidade. Fiquei hospedado do lado do Royal Crescent, quarteirão em formato de meia lua com várias casas do século 18 lado a lado. Apesar de eu ter lido que era possível visitar a casa número 1, que conservaria a decoração da época, ela não estava aberta quando passei por lá. Dia 9: Cardiff / Gales – 1 dia Cheguei cedo em Cardiff, deixei a mala na hospedagem e, com ingresso comprado antes, comecei pelo Castelo, dentro das muralhas antigas. O ingresso inclui a torre normanda, onde funcionava o forte numa pequena elevação, o castelo, onde está o palácio da aristocracia com interior luxuoso, e o interior ao longo das muralhas, lugar que também abrigou os moradores e que traz muitos elementos da segunda guerra. Fora das muralhas, está o Animal Wall, muro com esculturas em pedra de diversos animais que contorna o Bute Park. Caminhando pela agradável Queen Street, chega-se na St. John The Baptist City Parish Church, edifício mais antigo da cidade, com entrada gratuita. O National Museum, também gratuito, tem uma exposição muito grande de arqueologia e galeria de arte. Saindo do Bute Park, há barcos com horários pré-definidos até a baía da cidade, a Mermaid Quay. O pagamento pode ser feito com cartão no local, não havia muita gente quando fui. É um passeio bem agradável pelo rio Taff, com narração em inglês pelo trajeto. A região onde o barco termina o tour é bonita, com um comércio cheio de bares e restaurantes um pouco mais elitizados. Achei intrigante que essa região tem uma presença muito forte de moradores de origem árabe e também indiana, parecendo até que eu estava em outro país dentro daquele país. Dias 10 a 12: Manchester / Inglaterra – 3 dias Cheguei a Manchester pela manhã e deixei a mala na hospedagem. Comecei pelo Alan Turing Memorial, escultura em homenagem ao matemático que fica numa pequena praça. Perto está o lindo portal de Chinatown e a Manchester Art Gallery, com entrada gratuita e uma coleção extensa. Também com entrada gratuita, tem o People’s History Museum, com a história das lutas sociais envolvendo os seus moradores. Mais adiante, a catedral da cidade é bem bonita por fora, e um pouco mais simples por dentro, e pertinho está a Shambles Square, com bastante movimento no fim de semana. O segundo dia na cidade foi para explorar Castlefield, onde estão as ruínas da cidade romana antiga, Manchester Museum, com coleções extensas de arqueologia e história natural (gratuito), Whitworth Art Gallery, galeria de arte (gratuita), The Pankhurst Centre, onde funcionava a sede das primeiras mulheres que defendiam o voto feminino (entrada paga). Tentei visitar o Victoria Baths, banhos públicos, mas estava fechado e parece que só abre um dia na semana. No terceiro dia, fiz um bate-volta de trem para conhecer a charmosa cidade portuária de Liverpool. A St. Luke’s Bombed Out Church tem ruínas de uma igreja bombardeada na segunda guerra, mas não estava aberta para visita. A catedral metropolitana é mais modernosa e o interior me lembrou a do Rio de Janeiro, com uma planta circular. Agora a catedral de Liverpool é umas das mais belas e colossais que tem pra ver (entrada gratuita, a torre é paga), além dos jardins atrás dela, que já foi cemitério e conserva as lápides no seu entorno. O Albert Dock é um lugar bem bonito, com muitos museus e restaurantes, onde há os canais da cidade. Quando fui, os museus estavam fechados, passando por reformas. Também tem a escultura em tamanho natural dos Beatles. Andando um pouco mais, o Cavern Club é um lugar que atrai muitos turistas, por ser o primeiro lugar em que os Beatles se apresentaram. Nessa região há várias referências à banda nas fachadas dos estabelecimentos. Quando comparo o tempo que dediquei a Manchester e Liverpool, acho que eu inverteria, deixando mais dias para Liverpool e só uma passagem rápida por Manchester. Manchester é uma cidade grande e com algumas atrações sem apelo turístico, sem muito charme para visitar. Dia 13: York / Inglaterra – 1 dia Deixei a mala na hospedagem e fui explorar a magnífica muralha medieval da cidade. O portal de Bootham Bar dá acesso a um trecho bem preservado por onde andei até a York Minster, enorme catedral gótica com um interior muito extenso (ingresso pago). A Shambles, rua estreita com atmosfera medieval, foi inspiração para o Beco Diagonal de Harry Potter e é onde está concentrado o comércio turístico. Dá pra percorrer muitos trechos das muralhas, descendo nos portais ao longo do caminho para ver outras atrações, como Clifford’s Tower, ruínas do castelo que ficam no alto de um pequeno morro, Tower Gardens, nas margens do rio Ouse com passeios de barco, Lendal Bridge, ponte de ferro da época vitoriana, e os outros portais Monk Bar, Walmgate Bar, Micklegate Bar. A cidade é um charme e dá vontade de ficar mais tempo para explorar com mais calma, mas também é uma cidade com atrações turísticas que não nada baratas. Dias 14 a 16: Edinburgh / Escócia – 3 dias Após deixar a mala na hospedagem pela manhã, fui na direção do Palace of Holyroodhouse, que estaria fechado nos dias em que eu estaria na cidade, por isso não pude comprar ingresso pra visitar. Pertinho está o Scottish Parliament, que permite entrada gratuita, após passar pelo raio-X. O Museum of Edinburgh e o The People’s Story Museum estão perto (gratuitos), com exposições que são interessantes para se ambientar um pouco na cidade. Ali também está a Canongate Kirk, igreja oficial da realeza e onde está o túmulo do famoso economista Adam Smith. Para o dia seguinte, tinha ingresso comprado antecipadamente para o Edinburgh Castle, que já impressiona de longe, por estar situado na rocha vulcânica de Castle Rock, mas é fácil chegar a pé. É uma estrutura enorme, com muitas alas para visitar, como palácio real, museu de guerra, prisões, joias da coroa, além de ter uma bela vista do alto para a cidade. A rua que chega na entrada do castelo é a Royal Mile, bem bonita e movimentada de turistas todo o dia. Descendo um pouco, se chega na St. Gile’s Cathedral (entrada mediante doação), que não é grande por dentro, mas linda, com uma pequena capela onde tem a escultura de um anjo tocando gaita de foles. E na mesma rua é possível visitar The Real Mary King’s Close, tour pago em inglês pelos subterrâneos da cidade antiga, com histórias sobre os moradores que ali viveram, incluindo o dramático surto de peste no século 17. Para o terceiro dia, dediquei a alguns museus com entrada gratuita, como a Scottish National Portrait Gallery, edifício imponente de pedra vermelha com figuras históricas escocesas e celebridades. Próximo está a Scottish National Gallery, com obras-primas de artistas europeus e escoceses. O Scott Monument é uma estrutura gótica a céu aberto no meio de uma praça, em homenagem ao autor Walter Scott, famoso pelo livro Ivanhoe. O Museum on the Mound é pequeno e tem exposições com a história do dinheiro na Escócia. The Writer’s Museum também é bem pequeno, com objetos e manuscritos de grandes escritores escoceses. No caminho para outro museu, tem a estátua de Greyfriars Bobby, o famoso cão que passou 14 anos guardando o túmulo de seu dono. Mais adiante, o National Museum of Scotland tem de tudo, desde exposições sobre a história industrial escocesa até a ovelha empalhada Dolly, o primeiro mamífero clonado do mundo. Passei rápido por ele, mas acho que esse museu merecia um tempo maior de visita. Ao fim do dia, passei pelo cemitério onde está o obelisco Political Martyr’s, em homenagem a reformistas políticos, e segui para o Calton Hill, em uma curta subida a uma colina, onde se tem uma bela vista da cidade e alguns monumentos inspirados em construções gregas, como o Partenon. Dias 17 a 18: Glasgow / Escócia – 2 dias Deixei a bagagem na hospedagem pela manhã e segui para a George Square, que estava em reforma e não deu pra ver nada. Próximo, a Buchanan Street é uma agradável rua de pedestres, com lojas e artistas de rua. Espalhados em alguns prédios da cidade, há enormes murais a céu aberto que chamam atenção. Na frente da Gallery of Modern Art (GoMA) está a famosa estátua equestre do Duke de Wellington, com um cone de trânsito na cabeça que virou tradição. Quando passei, a Lighthouse não estava aberta, uma torre que serve como mirante e museu. O Tolbooth Steeple está próximo, uma torre do relógio em um cruzamento de algumas ruas principais. A catedral da cidade (gratuita) é um templo gótico antigo bem bonito, com espaços para visitar também no seu subsolo. Atrás dela, está a Necropolis, cemitério vitoriano num ponto mais alto da cidade, fácil chegar a pé. Em outra região da cidade, a Mitchell Library é a maior biblioteca pública da Europa, com entrada livre. Passando pelo movimentado Kelvingrove Park, se chega ao belíssimo complexo da University of Glasgow, que inspirou a arquitetura de Hogwarts. Na igreja ali estava acontecendo um casamento ao estilo escocês, com um tocador de gaita de foles usando traje típico na entrada. Além de diferente, o cenário nessa região é muito bonito, foi até cenário da série Outlander. Um pouco mais adiante, tem a charmosa Ashton Lane, uma ruela de pedrinhas cheia de pubs e bem animada. Para o segundo dia na cidade, havia feito reserva pela Civitatis para o lago Ness & Highlands, e fui para o ponto de encontro onde estaria o ônibus, com saída às 08:00. Antes desse horário, não encontrei lugar aberto para café da manhã, a solução foi passar em algum mercado e comer o que tinha disponível em um banco na rua. Iniciado o tour, o motorista vai fornecendo informações em inglês, mas a qualidade do som não era boa, além do forte sotaque escocês, que acabei não entendendo muita coisa. E acho que quem senta do lado direito do ônibus acaba tendo maior vantagem nas vistas ao longo do caminho. A primeira parada é no lago Lomond, onde se pode tomar café e contemplar o lindo lago, mas difícil para fotos porque é contra o sol. Mais adiante tem parada próximo a uma cadeia de montanhas, num vale onde aconteceu o massacre do clã MacDonald de Glencoe pelas forças do governo escocês no século 17. Seguindo, é feita uma parada numa lanchonete/loja de souvenirs, onde se pode usar o terminal de saque para o pagamento em espécie ao motorista, caso vá fazer o passeio de barco pelo lago Ness (20 libras). A parada para o lago Ness é no povoado de Fort Augustus, sem parada específica para almoço, podendo comer alguma coisa rapidamente por lá antes da hora que o barco parte. O passeio dura cerca de uma hora, podendo ir na popa da embarcação para fotos, mas tem tanto vento frio, que logo a gente quer o refúgio do interior da embarcação. Depois do passeio, retornando ao ônibus, tem mais algumas paradas, sendo a mais demorada na charmosa cidadezinha de Pitlochry. A chegada a Glasgow é no início da noite, cerca de 19:30. Dias 19 a 20: Belfast / Irlanda do Norte – 2 dias Peguei o ônibus Airport Express em Glasgow, que não passou o cartão Wise, daí usei outro cartão, e rapidamente cheguei no aeroporto. A viagem aérea a Belfast dura menos de uma hora, mas preferi fazer de avião porque de outra forma seria um dia perdido entre trem, ônibus e balsa. Do aeroporto de Belfast para o centro da cidade, consegui usar o cartão Wise para comprar o tíquete na máquina no ponto de ônibus, bastando informar a parada de destino (bendito Google Maps). Deixei a mala na hospedagem e segui para a City Hall, edifício imponente com uma grande escultura da rainha Victoria na frente, onde se pode ver uma coleção de vitrais coloridos no seu interior (gratuito). Perto, a St. Anne’s Cathedral é uma bonita igreja anglicana do século 19 (paga). Em outro ponto, o Albert Memorial Clock é uma torre de relógio em homenagem ao príncipe Albert, marido da rainha Vitória. Ali perto, na margem do Rio Lagan, tem a grande escultura The Big Fish, formada por mosaicos coloridos. E mais adiante, no lugar onde o Titanic foi construído, tem o museu Titanic Belfast (pago), que conta o contexto da cidade, dos trabalhadores, das vítimas e sobreviventes da época da tragédia ocorrida na viagem inaugural do grande navio. Para o segundo dia, havia reservado pela Civitatis o tour Giant’s Causeway, começando às 08:45 do lado da City Hall. O tour tem uma guia falando em inglês, que eu achei muito mais claro do que o guia do lago Ness. Para quem tem um estômago mais sensível, acho que faz bem tomar um remedinho para enjoo (que não dê sono), porque a estrada é cheia de curvas e sobe-desce. A primeira parada foi no castelo de Carrickfergus, fortaleza normanda do século 12, com cerca de uma hora para explorar (pago). Há algumas paradas pelo caminho, percorrendo estradinhas estreitas, algumas vezes na beira do mar, e entrando por povoados muito bonitos que já foram cenários de Game of Thrones. Um ponto alto é a parada nas ruínas do castelo de Dunluce (pago), na beira do penhasco de frente para o mar, com uma vista espetacular. A parada para o almoço (cobrado à parte) foi em The Dark Hedges, onde dá pra andar por uma estradinha rural que passa no meio de um túnel de árvores, representando o caminho real. O ápice do tour é a Giant’s Causeway, com uma trilha de cerca de 20 minutos, descendo para chegar ao nível do mar. É uma maravilha natural impressionante, formada por colunas de basalto, resultado de uma erupção vulcânica de milhões de anos atrás. Depois disso, pegamos o caminho de volta e chegamos cerca de 18:45 no mesmo ponto de origem do tour. Dias 21 a 23: Dublin / Irlanda – 3 dias Ao chegar a Dublin, para a internet do celular conectar, foi necessário ativar o roaming, pelo fato da Irlanda não fazer parte do Reino Unido. Deixei a mala na hospedagem e parti para a City Hall, com um bonito hall de entrada, mas não havia nada além para visitar lá dentro. Ali do lado, comprei ingresso para o Dublin Castle e, antes de entrar, pediram para deixar a mochila em um dos armários. O castelo serviu de sede do governo britânico, hoje com exposição de quadros, esculturas, móveis em seus vários salões. Do lado de fora, o Dubh Linn Garden é um pequeno e bonito jardim (gratuito). Pertinho está a Chester Beatty Library, com uma impressionante coleção de manuscritos raros (gratuita). Andando um pouco mais, se chega na St. Patrick’s Cathedral (paga), a mais alta da Irlanda, cercada por jardins bem cuidados. A Christ Church Cathedral (paga), é uma igreja menor com uma cripta com objetos históricos, como uma cópia da Carta Magna, documento do século 13 com princípios que inspiraram a criação da constituição. Seguindo adiante, chega-se ao movimentado The Brazen Head, o pub mais antigo da Irlanda. Para o segundo dia, havia comprado ingresso para o Book of Kells, manuscrito religioso do século 9 escrito por monges celtas, que fica na bonita Trinity College. O audioguia, disponível em português, é aberto no próprio celular, precisando levar fone de ouvido. O tour é organizado e termina na Old Library and Long Room, considerada uma das bibliotecas mais bonitas do mundo, com estantes cheias de livros antigos de ambos os lados, cenário que inspirou a escola de Harry Potter. Em outro ponto da cidade, a Kilmainham Gaol é um museu (ingresso pago antecipado), onde funcionava uma prisão do século 18, com exposição sobre os prisioneiros políticos que lutaram pela independência do país. O dia terminou no Phoenix Park, o maior da cidade, com monumentos e natureza que proporcionam lazer para os visitantes. O último dia da viagem começou com a National Gallery (gratuita), museu com acervo enorme de pintores de diversas épocas. Pertinho está o National Museum Archaeology (gratuito), com objetos cobrindo vários períodos, inclusive da era dos vikings. No parque Merrion Square, tem a estátua em homenagem a Oscar Wilde, autor do livro ‘O retrato de Dorian Gray’, e ali perto, tem as famosas casas de portas coloridas, construções georgianas do século 18. Mais adiante, a Grafton Street é uma famosa rua comercial para pedestres com muitas opções para compras, incluindo o shopping Stephen’s Green e o mercado George’s Street Arcade, esse com quiosques menores e corredores apertados. Na região está a estátua de Molly Malone, vendedora ambulante de peixe e frutos do mar que percorria as ruas de Dublin em um carrinho de mão. A personagem teria sido atingida pela cólera e morrido de febre em plena juventude, no século 17, virando símbolo e até título de uma canção. Segundo a lenda, o espírito dela vaga pela cidade, empurrando seu carrinho de peixes. Esse bairro, Temple Bar, possui bastante movimento, com diversos bares e restaurantes, sendo o Temple Bar Pub um dos mais famosos, com sua fachada toda vermelha. Saí da cidade na madrugada seguinte, usando o ônibus que vai para o aeroporto, com parada de frente ao prédio dos correios. Ele só demorou uns cinco minutos a mais do horário que constava no Google Maps e na hora de pagar com cartão, não passou o Wise, daí usei outro cartão. O trajeto demorou cerca de meia hora e o ônibus faz parada nos terminais 1 e 2 do aeroporto. Editado Junho 18 por ekundera 2 1 Citar
Membros D FABIANO Postado Junho 18 Membros Postado Junho 18 @ekundera Boas memórias vieram lendo aqui,inclusive que não completei o relato até hoje,e vai fazer 1 ano que estive por la Não gosta de futebol?Não falou no assunto,que é o principal em Manchester, por exemplo. 1 Citar
Colaboradores ekundera Postado Junho 22 Autor Colaboradores Postado Junho 22 Em 18/06/2025 em 16:45, D FABIANO disse: @ekundera Boas memórias vieram lendo aqui,inclusive que não completei o relato até hoje,e vai fazer 1 ano que estive por la Não gosta de futebol?Não falou no assunto,que é o principal em Manchester, por exemplo. Eu sabia que isso poderia ser mencionado, mas passo longe de passeios que envolvem futebol, hehe. Citar
Membros anselmoportes Postado Junho 23 Membros Postado Junho 23 Fiz um roteiro quase idêntico, mas em 2008. Parabéns pelo relato! Só achei que faltou vc citar alguns valores (hospedagem, tickets antecipados, excursões, etc). Isso ajuda muito pra quem está planejando viajar para aqueles lados. Ah, pode desistir de jogar na mega sena, tá? Pq a SORTE que vc teve com esses dias ensolarados vc nunca mais vai ter na vida. Quando fui era julho e agosto (ápice do verão) e só tenho fotos com capa de chuva e moletom! 1 Citar
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