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Fiz essa viagem enorme de ônibus basicamente porque não tinha outra escolha. Até então, eu iria pegar um voo direto de Santa Cruz de la Sierra, mas pretendia comprar a passagem somente quando estivesse lá, para poder pagar em dinheiro e reduzir o valor (leia este post sobre os câmbios não oficiais na Bolívia).
Como as companhias aéreas não estão aceitando esse método de pagamento, o jeito foi apelar para a via terrestre e sobreviver aos 3.000 km.

 

La Paz — Domingo, 06/06

Comprei minha passagem assim que cheguei na rodoviária. Consegui para o ônibus das 17h30. Já tinha ido antes verificar os preços e horários, mas não consegui comprar com antecedência porque, em La Paz, não se pode adquirir passagens para outro dia — é preciso comprar e viajar no mesmo dia (pelo menos foi assim nas empresas que fazem a rota para Santa Cruz).
Fui com a empresa Copacabana, que tem uma frota extensa pela Bolívia. Já viajei com ela algumas vezes e todas foram positivas. A passagem custou 220 BOB.
Não há muitas empresas em La Paz que fazem o trajeto para Santa Cruz e, pelas minhas pesquisas, todas praticam o mesmo valor (220 BOB).

Santa Cruz — Segunda, 07/06

Cheguei em Santa Cruz por volta das 10h40 (aproximadamente 14h30 de viagem). O trajeto foi tranquilo, sem surpresas.
Aceitei que não haveria jeito de voltar ao Brasil de avião e iniciei os deslocamentos terrestres. Já estando na cidade, reservei um lugar para passar a noite e pesquisar passagens. Cheguei ao hostel por volta das 15h e, logo depois, fui à rodoviária, pois sabia que presencialmente teria mais clareza.
Pesquisei apenas os horários e empresas que fazem a rota Santa Cruz × Puerto Quijarro e Corumbá (MS) × Campo Grande.

Terça, 07/06

À tarde, fui novamente à rodoviária para comprar a passagem de Corumbá para Campo Grande. A única empresa que faz essa rota é a Andorinha. Eles aceitam pagamentos por Pix, cartão ou em bolivianos (foi como eu paguei).
O valor da passagem é em real (R$ 193,30, ônibus convencional) e, se for pagar em bolivianos, usam a cotação diária não oficial.
Nesse dia, estava 2,80, então paguei cerca de 541,24 BOB.

Voltei para o hostel e descansei até o horário de saída. Às 19h10, já retornei, pois embarcaria no primeiro ônibus para Quijarro.
Consegui a passagem com a empresa Bioceánico, para o ônibus das 20h30, por 90 BOB.
Os preços para Quijarro variam até 120 BOB. Atenção: é preciso pagar a taxa de uso do terminal (3 BOB), que é paga dentro do terminal. Eles entregam um papel que deve ser apresentado no embarque.

Houve muito atraso! Quase 1h40. Finalmente partimos. O trajeto foi mais lento do que o esperado. Às 06h, passamos pela segurança da polícia rodoviária boliviana. Um agente entrou no ônibus para fiscalizar documentos e bagagens. Fiquei aflita, achando que não chegaria a tempo para pegar o ônibus saindo de Corumbá.

Puerto Quijarro — Quarta, 08/06

Cheguei em Quijarro e desembarquei rapidamente, pois já eram 08h40 e ainda precisava passar pela imigração na fronteira.
Em frente à rodoviária há vários táxis que levam até lá. Peguei um por 40 BOB. A corrida dura cerca de 10 minutos e eles deixam ainda do lado boliviano, pois atravessar com o carro demoraria muito.

Ao chegar, encontrei várias opções de câmbio. A maioria é informal — pessoas com placas oferecendo na rua.
Eu tinha uma boa quantia em mãos, mas não pude parar para cotar porque já eram 09h10 e meu ônibus sairia às 10h30.
Consegui um táxi para a rodoviária de Corumbá. Cobrou R$ 50, mas como eu não tinha, ele aceitou 100 BOB.
Não precisei passar pelo controle imigratório. O taxista disse que, se eu tivesse entrado pela fronteira de Quijarro, deveria ter o carimbo de saída. Mas, como entrei na Bolívia pelo Peru e estava retornando ao Brasil como brasileira, podia seguir direto.
Para quem cruza a pé, é necessário enfrentar uma fila para entrar no Brasil, independente da procedência ou destino.

Atenção: A imigração não funciona 24h — o horário é das 08h às 18h. Quem chega antes costuma começar a fila. Saindo de Santa Cruz mais cedo, acredito que teria chegado antes.

Corumbá (MS)

O trânsito estava tranquilo. Cheguei com antecedência e fui procurar onde trocar os bolivianos restantes.
Consegui trocar em uma agência de viagens em frente ao terminal de ônibus. A cotação estava 2,90, ainda melhor do que eu havia visto em de La Paz naquela semana.

Já embarcada rumo a Campo Grande, ainda não sabia se passaria a noite de quarta para quinta em algum hotel ou se seguiria viagem. Como não estava tão cansada, decidi continuar direto para chegar em São Paulo o quanto antes — além disso, evitaria mais gastos com hospedagem.
Houve fiscalização da PRF em dois momentos, mas nada tão rotineiro quanto na Bolívia. Eles revistaram item por item da bagagem de mão e alguns passageiros precisaram desembarcar para fornecer dados.

Chegamos em Campo Grande por volta das 19h30 (a previsão era 16h50, rs).
Eu já havia pesquisado no BlaBlaCar os horários para SP, só para ter uma noção. A única opção naquele horário era a viação Total, saindo às 20h30, por R$ 351,18.
Existem ônibus convencionais por cerca de R$ 280, mas eles saem mais cedo.

Já era noite, o ônibus era muito bom e confortável, e foi uma ótima escolha ter ido direto para SP.

Quinta, 09/06

A viagem foi tranquila. Poderia ter sido mais rápida, mas em Jundiaí, o trânsito da capital me deu as boas-vindas e atrasou alguns minutos.
Cheguei na rodoviária da Barra Funda às 13h40.

Informações importantes:

Não há dificuldades para comprar passagens para Puerto Quijarro. Assim que cheguei, muitas pessoas me abordaram oferecendo esse e outros destinos.

Os ônibus costumam sair pela manhã até às 10h30 e à noite até às 21h30.

A viagem dura de 8 a 9 horas, mas sempre leve em consideração possíveis atrasos — praticamente todos os transportes que usei na Bolívia extrapolaram os horários.

Caso opte por viajar à tarde, programe-se com um dia de antecedência para garantir o embarque. Esse não é o melhor horário, pois a chegada em Puerto Quijarro ocorre depois da meia-noite, quando a maioria dos serviços já está fechada — você pode acabar tendo que passar a madrugada lá.

Não existem ônibus diretos para Corumbá (MS) ou Campo Grande. Todos vão apenas até Quijarro, ou seja, seria necessário se deslocar por conta própria até Corumbá ao chegar à fronteira.

É possível ir diretamente de Santa Cruz para SP ou RJ, mas não fiz isso porque já não suporto viagens tão longas de ônibus. Indo com pausas, poderia descansar (como fiz em Santa Cruz).

Nos arredores da rodoviária, há muitas hospedagens que custam cerca de 70 BOB. Caso queira ficar em Santa Cruz, recomendo essa área para economizar com transporte.

 

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