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De Foz do Iguaçu a Machu Picchu, de moto, via Paraguai


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O INICIO

 

Como qualquer motociclista a viagem inicia exatamente quando se chega em casa de uma viagem anterior. No meu caso após chegar de um passeio de 10.000Km até Maceio-AL, comecei a pensar no próximo destino o que entre varias opções escolhi Machu Picchu no Peru tendo em mente o seguinte plano. Ao passar pela Bolívia iria comprar roupas de frio para numa outra oportunidade ir para o Ushuaya. Levando em consideração de que as roupas de frio na Bolívia são muito mais em conta que no brasil ou na própria argentina.

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DIFICULDADE:

 

A principio a viagem estava programada para marco de 2005 porem em 02 de outubro de 2004 ao sair com a XT600E Preta ano 2003 (morena) para uma volta na cidade acabei colidindo com um veiculo o qual cruzou a preferencial sem cerimonia. Sem evitar a colisão fui arremessado ao chão por cima do veiculo ficando estendido no meio do asfalto. Consciente, percebi a chegada de diversas pessoas para me socorrer, inclusive o infrator. Percebendo que me encontrava com varias escoriações no corpo e com fortes dores na coluna e perna permaneci deitado sem se mover conforme o procedimento ate a chegada de uma ambulância da SIATE. No meio do tumulto formado verifiquei que a morena não teve a mesma sorte, pois estava com a frente totalmente destruída e agonizando deitada a uns 20 metros de mim.

Podem não acreditarem, mas a policia chegou rapidamente e tomou as providencia de afastar as pessoas e liberar o transito, foi ai que percebemos que aproveitando o tumulto o infrator havia desaparecido. Sem muito a fazer a policia começou a fazer o Boletim de Ocorrência enquanto eu aguardava o socorro medico no asfalto quente pelo sol de outubro.

Enfim chega o siate onde tomam a providencia de me locomover imóvel ate o hospital. Ao chegar ao Pronto Socorro o atendimento foi rápido e eficiente, tirando vários RX, vários exames, correria para todos os lados ate que o medico me deu a noticia de que estava tudo bem e que nada havia de errado na minha coluna que sem duvida era o que mais preocupava. Obvio que esse atendimento do Hospital foi por causa do convênio medico particular que possuo ou voces acharam que era INPS?

Saindo do Hospital com as luxações e me recompondo do susto, comecei a ver meu planejamento da viagem para Machu Pichu ir pelo ralo a fora.

Após alguns dias retirei o BO e como já era esperado nada foi anotado sobre o infrator. Tomei a providencia de cancelar minhas férias pois não teria tempo hábil para custear o conserto da morena. Por conta própria fui ao local do acidente e conversando com os moradores próximos e consegui a seguinte característica do infrator: possivelmente um corsa, cor branca ou azul claro, a fisionomia do motorista se parecia com turco e a seguinte numeração da placa 3796. Feliz da vida corri para o detran para tentar descobrir mais algum detalhe para localizar o infrator porem nada puderam fazer com esses números. Fui ao despachante e nada. Precisava das letras.

Voltando ao local do acidente e novamente investigando descobri uma segunda testemunha onde achava que se tratava de um carro de cor clara, não sabia e nem conhecia marca de carro e não tinha idéia do numero da placa, mas achava que as letras era ¨HA¨. Alertei para o fato de que a placa teria que ter 3 letras e não apenas duas. Porem a pessoa não sabia ao certo e quanto mais se perguntava mais ela ficava perdida. Bem voltei ao despachante e conversando com o mesmo tentamos as seguintes opções ¨A¨ do Paraná (AHA) e as seguintes opções HAA, HAB, HAC... BHA, CHA, DHA, ... ficando com varias alternativas para pesquisa....BINGO... o computador localizou um corsa, branco, ano 1997, cor PRATA com a seguinte placa AHA-3796 da cidade de Foz do Iguaçu. Ainda com duvida sobre o veiculo levantamos com a ajuda de uns amigos a localização do infrator. E as condições do veiculo o qual estava alienado, com multa de estacionamento irregular, IPVA atrasado, seguro obrigatório e licenciamento vencidos.

Já passado duas semana após o acidente não perdi tempo. No dia seguinte fui cedo a casa do suposto infrator o qual constatei junto com sua mãe de que o mesmo tinha levado o carro na semana passada a uma oficina por problemas mecânicos e que naquele momento seu filho estava dormindo. Solicitei que o acordasse pois tinha um assunto para tratar com ele. Após uns vinte minuto o suposto apareceu na porta e pude verificar suas características de turco. Ao me ver ficou branco e já foi se auto condenando ao perguntar sobre como eu estava após o acidente. Não tive mais duvidas......ELE ERÁ O CARA.....

Encurtando o texto e com muita conversa o cara caiu duro na cadeira quando lhe apresentei o custo de R$ 8.289,00. Briga aqui, xinga ali, ameaças para ca....enfim dei uma semana para ele me apresentar uma proposta pois enquanto investigava sua vida verifiquei que eu teria que contratar um advogado e fazer com que minha duas testemunhas depusessem ao meu favor. Lembrando de que as minhas testemunhas mal sabiam os dados do veiculo e no BO nada constava sobre o infrator. Levando em consideração de que o veiculo valia R$ 4.000,00 e tinha o financiamento, multa de estacionamento, IPVA e licenciamento atrasado.

Tendo essas duas opções de entrar na justiça e esperar uns 10 anos para saber se eu iria receber ou aceitar qualquer proposta. Resolvi procurar o infrator uma semana após o qual iniciou a proposta de R$ 500,00 .......O QUE ?????....... briga aqui, xinga ali, ameaça acolá e no final consegui dois cheque pre-datado de R$ 600,00 cada para 30 e 60 dias.

Pesquisa na Internet e com alguns telefonemas descobri algumas pecas usadas em SP. Ao menos poderia colocar a morena para rodar com um custo de R$ 1.100,00.

Não pensei duas vezes, pedi licença na firma numa sexta feira e corri para SP, chegando cedo na capital, percorri as lojas da boca e fechei a compra. Ao pagar, meu cartão não passava no debito. Após varias tentativas solicitei ao proprietário da loja de que aguardasse ate eu ir ao banco localizado a 4 quadras do local para sacar o dinheiro. Ao chegar no banco mesmos erros e ao conversar com o gerente fui informado de que o sistema tinha entrado em pane e que ia sendo restabelecido ao poucos. Porem já era 17 hrs e nada do sistema voltar, o gerente não podia fazer mais nada, e eu dentro da agencia,,,,,,dessisti....voltei a loja e depois de chorar muito, mostrar meu extratos bancário, verificar meu saldo, limite do cartão, etc.... consegui convencer o proprietário a aceitar um cheque. Acho que acabou aceitando por dó. Com as pecas na mão voei para o terminal da Barra Funda para pegar o ônibus de volta apesar do peso das 2 bengalas e do desajeitado embrulho das carenagem e ferragem.

Enfim coloquei as pecas bem embrulhadas no bagageiro do ônibus da pluma e entrei no ônibus com destino a Foz do Iguaçu.....Enfim Tudo resolvido......

No dia seguinte acordo cedo com o ônibus parando na rodoviária de Cascavel, uns 180 km antes de foz, apesar do ônibus possuir poucos passageiro a maioria desce nesse local....ficando apenas eu e mais dois passageiro com destino a Foz. Duas horas mais tarde estamos na Rodoviária de Foz esgotado fisicamente. Ao descer do ônibus já solicito um taxi para me levar em casa, pois o peso das peças era grande. Com o tickes na mão aguardo os dois passageiro pegarem suas respectivas bagagem e ao tentar pegar meu embrulho..........CADE???????....EU MESMO COLOQUEI ALI........TO SONHANDO??????.....snif.......snif....era a pura realidade......as peças havia sumido e eu com o ticket na mão....o motorista...sem ter o que falar.....Vem o gerente, tenta justificar, liga para vários locais, tenta contato com Cascavel e nada das peças. Sumiram.

Puto da vida segui os procedimentos de Bagagem extraviada preenchendo os formulários necessário inclusive apresentei notas fiscais das pecas e despesas da viagem totalizando R$ 1,286,36. Tive que aguardar 30 dias para ter uma resposta da empresa. Enquanto isso pesquisei e li as leis e normas sobre bagagem extraviadas. Nada podia fazer a não ser aguardar e torcer para que localizassem as pecas ou me indenizassem do valor gasto com as pecas, passagem e hospedagem em São Paulo.

Após 30 dias nada da empresa, apesar de ligar para pedir informações, comecei a pressionar e a cada dia tinha uma nova promessa de que estava quase tudo resolvido pelo departamento jurídico da empresa. 37 dias e nada, apesar das promessas, Ligava todos os dias e começou um empurra para outro acabei perdendo a paciência e fui ao DNIT na própria rodoviária. Ao conversar com o fiscal o mesmo me garantiu de que nesse mesmo dia eu iria receber o valor correspondente a nota fiscal que eu havia anexado junto ao processo. No valor de R$ 900,00. Aguardei em casa e não demorou muito para a empresa me ligar com mais uma promessa de que estavam resolvendo minha situação, apenas respondi que o DNIT estava com o processo e que iria aguardar ate as 18hrs deste dia. As 18:05hrs novamente a empresa me liga para que eu comparecesse na rodoviária junto a empresa para receber a indenização e que antes deveria entrar em contato com o DNIT para que o mesmo não aplicasse a multa destinada a eles. Para ter certeza, fui ao guinche da empresa junto com o fiscal do DNIT e para a minha supressa estava tudo resolvido. ENFIM....UFA......

Aguardei o fim de ano e fui de CARRO para São Paulo e comprei as peças novamente no mesmo lugar de antes, tanto que os proprietários da loja ate lembraram de mim. Desta vez gastei R$ 1.175,00. Com alguns acessorios extras. Com as peças na mão coloquei-as com cuidado no porta mala do carro, travei com segurança que desta vez ninguém iria sumir com elas. Retornei a Foz do Iguaçu sem problema. Enfim entreguei as peças na oficina e 20 dias após a ´morena´estava pronta com alguns arranhões na carenagem mas com condições de passear.

 

Bem acho que agora basta....Eita fim de ano amargo......

Após vários passeios de moto pela cidade resolvi esticar um pouco e fui ate Belo Horizonte para conhecer umas cavernas na região, assim teria certeza de que a morena estaria totalmente recuperada.

Nessa viagem de uns 3.000 Km tudo ocorreu bem, nada de errado aconteceu e era o que eu esperava. Ao chegar em casa comecei a pensar na próxima viagem, quem sabe desta vez eu vou conseguir ir a Machu Pichu.

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O ROTEIRO

 

 

 

Comecei lendo diversos relatos de viagem de motociclistas para Machu Pichu, A principio escolhi a rota que entra por Corumba-MS atravessa a Bolívia e chega a Machu Pichu-PE e retornando por Rio Branco-AC.

Após ler mais sobre o trajeto acabei invertendo o percurso. Iria por Rio Branco-AC e retornaria por Corumba-MS.

 

Analisando mais a fundo o percurso e com algumas informações extras comecei a estudar outro percurso o qual saindo do Brasil por Foz do Iguaçu iria me facilitar a saida do pais, pois essa fronteira eu já conheço, seguindo para Assunção-PY e subiria para o Chaco-PY o qual tem-se seu perigo igual ao de Corumba-MS a Santa Cruz-BO. Alem de que o percurso de Corumba a Santa cruz são aproximadamente 700 km por estrada de terra onde dificilmente eu faria esse trajeto num dia de viagem.

Atravessando o Paraguay, chegaria ate Santa Cruz-BO, onde a maioria do trajeto é asfaltado, com apenas 324 km sem asfalto e tendo a cidade de Filadelphia-PY como apoio, uma vez que tenho contato com uns brasileiros que moram e trabalham la, facilitando desta forma qualquer emergencia que vier ocorrer.

Outro fato da mudança do percurso era o fato de que iria subir a cordilheira o mais próximo de Cochabamba-BO onde poderia comprar roupa de frio mais barata e teria tempo para me acostumar com a altitude antes de chegar a Machu Pichu.

Sendo que esta viagem esta para ocorrer em Fevereiro de 2006, época das chuvas na Amazônia restava saber se conseguiria atravessar o trajeto de Puerto MalDonald-PE a Assis Brasil-AC-BR. Por se tratar de 500Km em terra no meio da floresta e os relatos não são nada animadores, porem nesse caso seria a ultima dificuldade do trajeto elaborado e caso não conseguisse atravessar esse percurso voltaria pela Bolívia ate Corumba-MS-BR

Peru 25-12-05.ZIP

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PARAGUAI

 

 

Inicio: Foz do Iguaçu-Parana-Brasil as 6:00 hrs do dia 26/01/2006, Km 36328.

 

Despesas:

Propina: G$ 16.000,00

Gasolina: G$ 52.000,00 - 10,53litros – km 36525

 

Relato:

Saindo com o tanque cheio sigo em direção a Ponte da Amizade a qual faz divisa entre o Brasil e o Paraguai. (5:00h)

A travessia da Ponte da Amizade é feita sem problema uma vez que no dia anterior solicitei um “permisso” para ingressar ao Paraguai. Bastou a apresentação do RG. Solicitei um “permisso” para a moto, mas fui informado pelo agente da imigração de que não havia necessidade.

Cruzo sem parar as aduanas do Brasil e do Paraguai e apenas percebo os olhares dos fiscais na moto (morena) carregada.

Já prevendo o pagamento de propina aos policiais corruptos do Paraguai verifico que não demora muito para isso ocorrer. Após uns 150 km da fronteira sou parado. O guarda todo sorridente solicita a documentação, para não correr nenhum risco entrego a Carteira de Motorista vencida em 2005, Xerox colorida e plastificada da RG, documento da moto do ano de 2003 e o “permisso”.

Após olhar atentamente todos os documentos o policial me avisa de que não há “permisso” para a “morena”. No mesmo “permisso” feito para mim, existe um campo onde deveria constar o veiculo com o qual estou e que não havia sido preenchido pela aduana, e eu nem percebi isso. Sendo muito amável, o guarda mandou que eu o acompanhasse ate uma saleta onde ele terminaria de preencher os dados. Enquanto sentava numa cadeira o outro policial fechava a porta atrás de mim. E já foram me avisando de que teria de pagar uma multa de mais ou menos 300,00 reais ( começou a propina) e que minha “morena” teria que ficar retida até o recolhimento da multa. Expliquei se não haveria como eu pagar essa multa ali mesmo e percebi o sorriso do policial, porem expliquei de que eu teria apenas 16.000,00 guarani (R$ 7,00), pois já havia quitado outra multa antes. Não acreditando o policial me revistou e pediu para ver minha carteira e não encontrando nada, pois os Dólares estavam bem escondidos, acabou aceitando. Preencheu o “permisso” e recebeu a multa de 16.000,00 guarani.

Após “agradecer” segui viagem com destino a Assunção. Chegando perto de Coronel Oviedo sou parado novamente e após o policial checar meus documentos “vencidos” agradeceu e mandou seguir viagem...(sem propina)

Novamente fui parado próximo a Assunção, porem dessa vez os policiais estavam com radar e me pegaram a 92Km/h num lugar onde era permitido apenas 60Km/h. O policial muito gentil me explicou que eu estava errado e após checar todos os documentos “vencidos” mandou seguir viagem mais de “passito” (de vagar)

Por duas vezes me supreendi com os policiais os quais não pediram nenhuma propina, porem o Chaco ainda me aguardava...

 

Passava das 10:00h local quando chego a Assunção onde o trafego de veiculo é grande, após solicitar por três vezes informações do caminho para o Chaco consigo chegar até a ponte sobre o Rio Paraguai onde começa a famosa Transchaco.

 

Fim: Assunção-Paraguay as 10:00rs do dia 26/01/2006, Km 36678

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Inicio: Assunção-Paraguay as 10:00rs do dia 26/01/2006, Km 36678

 

Despesas:

Gasolina: G$ 39.072,00 – 7,83litros – km 36678 as 12hrs na Ponte da TransThaco

Gasolina: G$ 72.031,00 – 14,10litros – km 36904 as 14:40rs na TransThaco

Gasolina: G$ 60.024,00 – 11,54litros – km xxxxx na TransThaco

Lanche: G$ 7.325,00

Manutenção: G$ 15.000,00 – Km 37113 as 17:30rs em Filadélfia

Hotel: G$ 135.000,00 Hotel Golondrina com janta incluído e outras despesas

 

Relato:

Abasteço e sigo viagem passando pela praça de pedágio onde moto não paga. Alias em todos os pedágios entre Cidade Del Este e Assunção as motocicletas passam pelo acostamento, como em SP.

A TransThaco é uma rodovia bem conservada e plana com algumas curvas suáveis facilitando a alta velocidades. Algumas vezes surge placas sinalizadoras de zona urbana e logo se percebe que se trata de meia dúzia de casebres e que no mapa consta como cidade (Tacuara, Monte Lindo, etc.) nessas cidades não existe comercio algum. Após rodar 226 Km consigo abastecer a moto em Pozo Colorado sabendo que o tanque da “morena” é de 15 litros coloco 14 litros mostrando que restava apenas 1 litro de gasolina no tanque. Na TransThaco ao cruzar pelos postos policiais onde os mesmo estão sempre dormindo sentados, percebo que os mesmos ficaram só na vontade de me parar, pois quando se deram por si eu já estava longe. Ao chegar perto de Filadélfia abasteço e aproveito para pedir algumas informações. Após a “morena” chamar a atenção percebo um brasileiro no local o qual me diz que a melhor opção é dormir em Filadélfia onde é confirmado mais tarde que possui três bom hotéis. Solicito informação sobre como chegar à Bolívia e o que escuto não são nada animadores, as opção da picada 500 que liga Mariscal Estigarribia a Inf. Rivarola esta cheia de água pela chuvas que caíram há três dias atrás. “– A água chega ao peito” diz o frentista. Quanto a Ruta 108 que liga La Pátria a Inf. Rivarola esta intransitável pelo barro tendo em vista o maquinário que estão trabalhando para asfaltar o local. Indo por Nova Assunção o caminho é muito arenoso e arriscado a tombo. Sem opção chego a Filadélfia as 16:00 rs local onde troco o óleo da “morena” e procuro um hotel.

Vou a empresa de um amigo, Fernando um brasileiro, para colher mais informações o qual chega a ligar para outro brasileiro, Massaro, que esta trabalhando na pavimentação da Ruta 108 solicitando maiores informações.

O Sr. Massaro se encontra em Assunção e no dia seguinte ira para a Bolívia e indicou a picada 500, pois com certeza era a melhor opção a seguir, juntando essas informações com as outras obtidas com o Feliciano, um funcionário do Sr. Fernando optei para o dia seguinte ir ate Mariscal Estigarribia e la tomar a melhor decisão de qual percurso seguir.

Após jantar no próprio hotel vejo um grupo em volta da “morena”, todos curiosos, ao me aproximar vou me apresentando e começando a conversa partindo para algumas cervejas e assim conhecendo o Carlos, o brasileiro Edson, o Uruguaio Fernando entre outros. Já passa da 22hrs local quando vamos dormir, pois o dia seguinte terei que seguir viagem.

 

Fim: Filadélfia-Paraguay as 17:00rs do dia 26/01/2006, Km 37065

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Inicio: Filadelfia-Paraguay as 09:00rs do dia 27/01/2006, Km 37114

 

Despesas:

Gasolina: G$ 32.032,00 – 6,16litros – km 37189 as 11hrs em Mar. Estigarribia

Hotel: G$ 70.000,00 Hotel Golondrina

Alimentação: G$ 18.725,00 Janta, Bebida e outros

 

Relato:

Acordo cedo e preparo a bagagem na “morena” e vou me despedindo dos amigos que cada qual toma seu rumo.

Apesar de ter dinheiro suficiente para pagar o hotel prefiro pagar com o cartão Visa. Ao me dirigir à recepção não acho onde guardei o cartão, procuro em todos os bolsos e acabo descarregando toda a “morena” atrás do cartão, sem nada encontrar resta retornar a Foz do Iguaçu e verificar se o cartão não ficou para trás.

A melhor opção foi ligar para familiares em Foz e solicitar que fossem ate em casa para procurar o #&*#@#% cartão. Depois de 15 minuto veio a noticia “ o cartão ficou”. Puto da vida, tento escolher a melhor opção para recuperar o referido cartão que após analisar de que levaria um dia para retornar a Foz e outro para chegar a Filadélfia, escolhi a opção de que meus familiares enviassem o cartão para a empresa do Fernando em Assunção e após enviassem a empresa aqui em Filadélfia onde a previsão para a chegada do cartão seria no dia seguinte as 7:00rs da manha.

Sem ter o que fazer durante o dia todo enquanto aguardo o cartão vou até Mariscal Estigarribia para colher maiores informações por onde seguir até a Bolívia.

Após conversar com os fiscais da aduana, borracheiros, frentistas e até com o comandante da 6 divisão de infantaria do Paraguai colhi a seguintes informações:

Picada 500 – Intransitável, sem possibilidade de passar.

Ruta 108 – Existe dois pontos críticos onde existe 1 metro de barro e para cruzar teria que colocar a “morena” em cima de um caminhão para seguir viagem e pior seria na travessia de um córrego que estaria com 2,00 metros de água impossibilitando a passagem de qualquer veiculo. O Ônibus que faz o percurso de Assunção a Santa Cruz-BO esta fazendo baldeação.

Sem opção volto a Filadélfia para aguardar o cartão. No dia seguinte iria até La Pátria e de la escolher a melhor opção apostando que a Ruta 108 esteja em condições de trafego, pois o tempo limpo deixa amostra à força do sol incandescente no Chaco.

À noite recebo a visita do amigo Feliciano com sua esposa e sua filha de 1 ano onde me trás as ultimas noticias dos caminhos ate a Bolívia e escolhemos uma outra alternativa o qual seria saindo de Filadélfia seguiria para Col. Neuland, Demattei, Joel Estigaribia e Inf. Rivarola, desta maneira conseguiria chegar ate a Bolívia apesar de aumentar o percurso em estrada de terra. Vamos ver no que vai dar no dia seguinte.

 

Fim: Filadelfia-Paraguay as 12:00rs do dia 27/01/2006, Km 37272

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Inicio: Filadelfia-Paraguay as 09:00rs do dia 28/01/2006, Km 37275

 

Despesas:

Gasolina: G$ 116.516,00 – 22,41litros (galão extras)– km 37189 as 09:00rs em Filadélfia

Alimentação: G$ 125.000,00 Bebida no posto militar

 

Relato:

Acordo e vou aguardar a chegada do Cartão de Credito, as 7:00rs local em ponto o Feliciano chega e vai verificar se a encomenda já chegou, 15 minuto após ele chega com a encomenda, pego o cartão de me despeço do pessoal e retorno ao hotel, fecho a conta, carrego a “morena” e me dirijo ao surtidor onde completo o tanque e carrego junto 2 galão com 10 litros cada, prevendo a travessia do chaco. Saio na direção indicada pelo amigo Feliciano, seguindo para o trecho que esta sendo asfaltado. Apesar de alguns desvio a pista é ótima podendo seguir sem problema. Não demora muito e chego a Neuland onde existe 2 surtidor, sigo viagem e apesar desse trecho não estar sendo asfaltado a pista em terra batida é muito bom. Demora, mas chego a Cruce Demattei onde existe uma única casa bem no meio da rua e conforme informação do Feliciano paro e pergunto como esta a Ruta, “-sem problema”, diz o caseiro, sigo em frente e a estrada já não é tão boa, mas da para percorrer sem risco, sigo para Joel Estigarribia e a estrada parece não ter fim, rezo para nada acontecer, pois não existe absolutamente nada no meio desse trajeto e nem sinal de carro ter passado por ali nos últimos dias. Enfim Joel Estigarribia o qual não passa de um posto do exercito militar do Paraguai, com receio paro e sou bem atendido e me indicam o caminho para Cruce Dom Silvio.

A estrada já apresenta algumas poças de água e logo na primeira existe um buraco mais fundo do que eu esperava e o inevitável acontece, a “morena” vai ao chão, tive que descarregar a “morena” toda para poder levantá-la, aproveito e abasteço com 10 litros enquanto escuto alguns disparos de arma e algumas bombas do exercito de Joel Estigaribia.

Sigo viagem e não demora para encontrar outro posto do exercito com uma barreira no meio da rua, espero o soldado vir me atender com um sorriso e todo curioso vai perguntando de onde venho e para onde vou. Após conversar alguns minutos ele me dá um amuleto de sorte, uma pata de um animal pequeno. Sigo pela estrada que se parece com um caminho de carroça sem rastro de nenhum veiculo. O trecho é arenoso com alguns pontos de atoleiro e não demora muito para eu beijar o chão novamente. Consigo chegar ao Cruce Dom Silvio onde existe apenas um casebre, paro pedir informações e me abastecer de água, sigo em direção a Infante Rivarola e a estrada esta sendo asfaltada e com diversas barreiras de terra a cada 100 metros evitando o trafego de qualquer veiculo sobre o leito. Sigo pelos desvio e algumas vezes pelo leito principal. Os desvios são todos atoleiros e não demora para a “morena” afundar completamente no barro, cansado descarrego a “morena” sem sair de cima e vou jogando tudo no barro ao lado, com a “morena” mais leve vou ao pouco tirando ela e após 20 minuto consigo tirar e paro uns 30 metros à frente para poder carregá-la novamente. O termômetro que levo marca 45 grau e a sensação do calor fica insuportável. Exausto e já sem água sigo em frente, tentando o máximo seguir pela estrada principal para não entrar em nenhum atoleiro novamente. Já passa da 15hrs, sem almoço, sem água, exausto não vejo a hora de chegar a Inf. Rivarola já pensando se valeria apenas seguir no mesmo dia para a Bolívia ou pernoitar na fronteira. Não demora muito e sou obrigado a entrar num atoleiro novamente e levo outro tombo. Sem força, exausto e morto de sede, deito na terra, próximo a “morena” que esta deitada ao lado, para descansar e conseguir força para levantar a “morena” sob o sol de 45 grau. Sabendo que restava apenas uns 10 km para chegar a Inf. Rivarola penso na possibilidade de seguir a pé e pedir ajuda. 30 minuto após começo a descarregar a “morena” e com muito sacrifício levanto-a. Sigo bem devagar para não cair novamente, pois se isso acontecer eu não levantaria mais. Enfim avisto uma construção a 3 Km de distância, até que enfim chego a Inf. Rivarola. Paro a “morena”, desço e vou cambaleando ao encontro dos soldados do exercito do Paraguai (5 ao todo), tento pedir água, mas a voz não sai, faço sinal para beber algo e não demora muito para me trazerem uma garrafa de 2 litros de água e me mandam sentar e aos poucos vou engolindo a água ate conseguir falar um pouco rouco e agradecer pela água . Após uma hora já me recuperando e conversando ao pouco vou explicando minha situação aos militares que me oferecem pouso, pois sabem que eu não teria condições de seguir ate a Bolívia naquele dia. Após tomar um banho e descarregar a “morena” participo da rodada de conversa em volta de uma panela ao fogo de chão onde esta sendo feito um carreteiro.

O 2 tenente Jose me pergunta se eu tenho condições de ir a 11 km em território Boliviano para comprarmos cerveja, morto de vontade de tomar uma gelada e para agradecer a hospitalidade vamos juntos ate a fronteira onde comprei 12 latinha e os militares outras 24. è nesse momento que percebo que a “morena” esta com problema na marcha, com enorme esforço consigo engatar uma 2 marcha e percebo algo sendo corroído no motor por alguma peça desgastada. Retornamos para Inf. Rivarola e bebemos todas enquanto descubro que o 1 tenente Walter e o 2 tenente Jose já conhece a região de Foz do Iguaçu e tem ate mesmos irmão que moram em Foz, Cascavel etc. O cansaço toma conta do corpo e eu vou dormir onde recebo a oferta do Tenente Jose para dormir em sua cama bem arrumada e com mosquiteiro.

Acordo diversas vezes à noite pelas conversas existente no local e percebo que são traficantes passando pela fronteira e param no posto para descansarem um pouco.

 

Fim: Inf. Rivarola-Paraguay as 18:00rs do dia 28/01/2006, Km 37583

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Inicio: Inf. Rivarola-Paraguay as 09:00rs do dia 29/01/2006, Km 37643

 

Relato:

Acordo as 5:00rs da manha com o 2 tenente Jose revistando minha mochila e com vários produtos fora o qual vai logo justificando de que existe dois contrabandista hospedado no local e que ele encontrou minha mochila, que estava aos pés da cama, no corredor. Falando baixo pediu para eu voltar a dormir com a mochila ao meu lado.

Morrendo de medo e pensando as piores coisas, me arrependendo de ter escolhido esse caminho, fico deitado ate as 7:00rs quando amanhece. Levanto e não encontro ninguém acordado e nem sinal dos contrabandistas que ali estavam, verifico minhas coisas e percebo que nada foi tirado.

Logo após o soldado “mecânico” acorda e conforme acertado na noite anterior o levo por 7 km ate a fronteira da Bolívia para ele consertar o gerador de energia de um funcionário do governo boliviano.

Retorno e arrumo minha bagagem enquanto os demais vão acordando. Após tirar algumas fotos e trocas de endereços sigo viagem com destino à divisa da Bolívia

 

Fim: divisa da Bolívia com Paraguai as 9:15rs do dia 29/01/2006, Km 37650

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Inicio: divisa da Bolívia com Paraguai as 9:15rs do dia 29/01/2006, Km 37650

 

Relato:

Chego a fronteira onde já conhecendo o fiscal que facilita a emissão do “permisso “ da “morena”, sigo para Ibybobo na Bolívia onde há um posto de imigração. Sem ter o passaporte carimbado na saída de Mariscal Estigarribia PY. O fiscal começa a impor barreiras para eu entrar na Bolívia até que solicita U$ 10,00. Mostrando para ele de que possuo apenas 30.000,00 guarani para comer e abastecer ele aceita apenas 10.000,00 e me concede o “permisso” sem carimbar o passaporte e com a copia do RG.

Sigo viagem com a certeza de que a estrada esta boa, afinal o trecho é todo em rispio e existe movimentos de camionetas e ônibus para Villa Montes. Abasteço com os 10 litros de combustível restante no galão e passo por alguns posto de controle do exercito bolivianos onde apenas faço o registro de entrada no país sem problema.

Com a estrada em boas condições e não tendo a possibilidade de engatar uma 3 marcha sigo devagar pensando na possibilidade de seguir ate Santa Cruz para conseguir um conserto. Faltando 20 Km sou parado pela natureza. Tinha esquecido do rio que teria que cruzar. Na minha frente um rio sem ponte e a única maneira para cruzar é enfrenta-lo. Descarrego a bagagem e com a água na altura das cochas (+- 1,00) coloco-a do outro lado da margem enquanto crio coragem para atravessar a “morena”. Com a “morena” limpa e leve penso na possibilidade de alguma coisa sair errada, pois o leito é pedregoso e um deslize seria fatal para ambos, pois não sei nadar. Desisto da idéia e fico no aguardo de alguma ajuda. Aguardo durante 1:30hrs por algum veiculo ate que surge uma camioneta, porem toda fechada, paro e solicito a ajuda. O motorista acompanhado por um engenheiro me explica que a melhor opção era aguardar outro veiculo ou retornar 5 Km onde haveria um desvio para atingir a carreteira que esta sendo asfaltada por eles. Atravesso toda a bagagem de volta enquanto a camioneta cruza o rio e afoga em seguida pela água que entrou no por todos os lados. Retorno por 10 km e não encontro nenhum desvio, apenas alguns casebres na beira da estrada onde paro e tento com muito sacrifício a informação de que existe sim um desvio logo após o cemitério. Retorno ate encontrar duas cruz fincada no meio do cerrado e descubro um caminho que chega a uma casa escondida e bem feita no meio da mata. Chego e sou atendido por cinco homens que me indicam a passagem por trás da casa e como não tenho cigarro para oferecer sou obrigado a gastar meu ultimo 5 Bolivianos para um menino abrir a porteira e seguir viagem por um caminho onde mal passa um carro. Logo vem os atoleiros e o primeiro tombo, levanto e ando 500 metros e outro atoleiro e outro tombo, quando não tem atoleiro tem areia e lá vou eu de novo para o chão num banco de areia. Ao carregar a “morena” percebo uma camioneta vindo no sentido contrario e em alta velocidade. Param e o motorista assustado pergunta o que houve. Após a explicação me deixam uma garrafa de água barrenta a qual bebo sem cerimônia, pois o meu estoque já tinha acabado, e me perguntam como esta a ruta, porem o que eles queriam saber é se havia alguma barreira militar no trecho pois estavam “carregados”. Seguimos viagem cada qual para seu destino e logo em seguida atinjo a carreteira sendo asfaltada. Já passa da 16:00hrs e sigo devagar, com a 2 marcha, pela estrada de rispio ate chegar a uma refinaria de gás boliviano bem protegida pelos segurança, onde peço água limpa para beber. A “morena” esta cada vez pior pois percebo que ao tentar engatar outra marcha alguma peça no interior arranha como se tivesse areia no motor alem da alta temperatura fazendo com que fico sem embreagem alguma.

Chego a Villa Montes e paro no primeiro hotel que encontro. Sujo ate o pescoço o recepcionista me atende na parte de fora onde peço uma cerveja enquanto descanso por 1:00 hrs até ir tomar um banho relaxante.

As 21:00 hrs saio para conhecer a cidade e localizar uma mecânica de moto (taller), a única da cidade pertence ao Carlitos que estava jogando bola. Localizo o local e solicito o conserto nesse domingo a noite mesmo. Atencioso o Carlos começa a desmontar a “morena” enquanto retorno ao hotel para no dia seguinte voltar ao taller e analisar as condições da “morena”.

 

Fim: Villa Montes-Bolivia as 16:00rs do dia 29/01/2006, Km 37791

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