Ir para conteúdo

Relato Viagem Chile 2022 (Atacama, Santiago, Valparaíso - 18 dias) COM PREÇOS (abr/2022)


Posts Recomendados

  • Membros
Em 25/05/2022 em 10:01, leitemmc disse:

Dia 14: Casas del Bosque + Valparaíso
Esse foi o dia de mudança pra Valparaíso. Decidimos misturar com uma ida na vinícola Casas del Bosque, em Casablanca, que é no meio do caminho. Essa vinícola é super recomendada pelos vinhos brancos e vinhos de clima frio e tá meio fora do circuito tradicional de passeios de vinho. Achamos a vinícola linda e a degustação foi bem boa. Um dos melhores Sauvignon Blanc que já tomei.

DICA: Casablanca também é a cidade da vinícola Indómita, mais conhecida no Brasil. Na época que fomos, ela ainda estava sem visitas por conta da pandemia, mas acho que quem quer fazer mais de uma vinícola por dia pode facilmente juntar as duas. O único problema é chegar em Casablanca saindo de Santiago. Casablanca é bem no meio do caminho entre Santiago e Valparaíso, mas não parece ser um lugar que a galera vai de ônibus fazer tour. Tivemos muitas dificuldades em encontrar informações sobre como chegar na vinícola por conta própria. Tivemos que pegar um ônibus pra Valparaíso e pedir pro motorista nos deixar no meio da estrada. De lá dizem que dá pra pegar um ônibus pro centro da cidade, mas acabamos pegando um uber clandestino até a vinícola. É muito mais fácil ir de Valparaíso pra lá, tem ônibus saindo do terminal rodoviário de hora em hora e também dá pra pegar um colectivo na avenida principal da cidade. Ambos deixam você no centrinho de Casablanca e de lá é só pegar um uber ou táxi pra vinícola que você quiser.

Terminado o tour, pegamos um táxi pro centro e pegamos um colectivo pra Valparaíso. 

Agora sobre Valparaíso: 10 minutos na cidade e já ficamos encantadas. É muito diferente de todo o resto do que visitamos no Chile, muito mais desorganizada, suja e viva. Finalmente pareceu que estávamos na Latinoamérica! A cidade é quase toda em cima da montanha, nos chamados Cerros, quase não existe parte baixa. Ficamos num albergue maravilhoso no pé do Cerro Constitución e no fim do dia saímos pra bater perna entre grafites, vielas e galerias de arte.

DICA: vá pra Valparaíso no fim de semana. É uma cidade muito boêmia, com bares e restaurantes. Recebemos essa recomendação de um amigo e não nos arrependemos. Passamos os 3 próximos dias nos perdendo pelas ruas, conhecendo gente e admirando os contrastes da cidade. Não acho que seja do gosto de todo mundo, mas achei um desperdício só fazer um passeio de bate e volta saindo de Santiago, como muitos turistas optam por fazer. Se tiver tempo, fique 2 pelo menos dias. Nós acabamos estendendo a viagem e ficando 3, mas foi um caso de amor à primeira vista.

Dia 15: La Sebastiana + Valparaíso todo + Samba
Esse dia fomos visitar a terceira e, achávamos, última casa de Neruda no Chile. A Sebastiana é talvez a mais conhecida de todas as casas deles e ponto de parada obrigatório para quem vai a Valparaíso. Acordamos cedo, subimos o Cerro Constitucion e fomos caminhando pela Avenida Alemania até o museu. A Avenida Alemania é uma rua bem bonita, com clima de Santa Teresa e vistas abertas pra toda a cidade. Vários grafites pelo caminho também.

Depois da Sebastiana, fizemos o caminho inverso e descemos pelo Cerro Bellavista pra conhecer a parte baixa da cidade. Paramos na Calle Cummings para tomar uma cerveja e decidimos voltar pra almoçar no albergue.

DICA: A comida mais barata que vimos na parte turística de Valparaíso ficava no 1º andar do nosso albergue, Restaurante Crysol Café, na Escalera Fisher. É um ótimo lugar pra dar uma parada, porque fica pertinho das partes mais famosas de Valparaíso. O lugar não é grande, mas comemos muito bem, com entrada, prato principal e suco por 5 a 6 mil pesos cada.

De lá, fomos ver o pôr do sol no Passeo 21 de Mayo. Todo esse sobe e desce fizemos usando os ascensores espalhados pela cidade. Eles custam super barato e são um adianto pra quem não aguenta mais subir ladeiras. Usamos eles várias vezes para subir. No caminho para o Paseo 21 de Mayo paramos no Mercado Puerto, na parte baixa da cidade. Não sei se erramos o horário, mas não achamos nada demais. Pode ser que seja mais legal pra ir de dia.

Finalmente, exaustas, voltamos pra rua Cummings pra tomar uma cerveja num bar recomendado pelo pessoal do albergue, o El Canario Bar. Achamos o bar bem legal, cerveja artesanal boa, mas não sei se por conta da pandemia ou não, a rua estava bem desanimada (e era sábado!). Tínhamos ouvido falar que a noite em Valparaíso era ótima, mas achamos essa rua, que seria a Lapa de lá, super morta. Mais tarde fomos pra Av. Ecuador (seguindo um grupo de Tumbe pela rua) e achamos os bares lá bem mais legais. Também já estava mais tarde. 

Um outro bar que fomos e gostamos foi o El Viaje Bar, nossa última parada (achávamos) antes de ir pra casa descansar pós-21 km andados no dia. Mas eis que, na nossa saideira, o garçom nos falou de uma RODA DE SAMBA que tava rolando numa casa ali perto. Sim, uma roda de samba!!!! Saímos que nem loucas pela rua, esquecidas de todo o cansaço, sem acreditar que Valparaíso podia ficar mais maravilhosa ainda. Chegamos em um sobrado na calle Salvador Donoso e descobrimos que existe uma comunidade de chilenos apaixonada pelo Brasil que faz samba lá em Valpo. Éramos as únicas brasileiras. Terminamos sambando 3h da manhã ao som de Kizomba da Vila. Surreal. Pra quem quiser saber da programação deles, procura @ccterreiro no instagram.

Dia 16: Vendímia
Esse dia resolvemos um passeio menos tradicional, uma das vantagens de estar viajando com tempo. Quando fizemos o tour pela vinícola de Casas del Bosque, o enólogo nos contou que esse fim de semana ia rolar a Vendímia de Casablanca, festa que comemora o início da época de colheita das uvas da região. Achamos super legal, seria a oportunidade de conhecer vinhos no Chile sem fazer os tours de turistas pra vinícola. 

Fomos até a rodoviária, mas o ônibus pra Casablanca só saía dali meia hora, então resolvemos pegar um dos colectivos que ficam ali no canteiro central da Avenida Argentina (mesmo lugar que tínhamos saltado quando viemos de Casablanca na 6a). Os colectivos pra Casablanca custam 2.100 pesos e saem assim que enchem. Não sei até que horas eles rodam.

A Vendímia foi ótima, era no estádio municipal e tinha várias comidas típicas e vinhos de todas as grandes vinícolas da região. É uma festa bem de cidade pequena, cheia de crianças e concursos tipo de pisar nas uvas hahaha. Se você for nessa época e quiser ir, recomendo que vá no primeiro dia da festa (fomos no domingo, 2º dia) e chegue cedo, porque as filas estavam bem grandes e no final da tarde do 2º dia muitos dos vinhos já tinham terminado. Pagamos 20.000 pesos pela taça da festa e mais 3 degustações. Pra beber mais, eram 10.000 pesos por 3 degustações.

Voltamos no fim do dia pra Valpo de ônibus, que pegamos ali na praça da cidade. Ele deixa na rodoviária e de lá é só pegar o ônibus pro albergue.

Dia 17: Valparaíso + volta pra Santiago
Esse era o dia de voltarmos pra Santiago, mas decidimos ficar pelo menos até o horário do almoço em Valpo. De manhã, acordamos cedo e fomos dar uma caminhada no porto e subir o Cerro Barón. A vista lá de cima é bem bonita, mas o bairro não tem nada demais pra fazer. Foi legal porque depois descemos e caminhamos no Pier Barón, onde mora uma comunidade de Leões Marinhos. Também passamos pela “4ª casa de Neruda”. Na real, um senhorzinho nos contou que tinha uma casa escondida de Neruda ali no bairro e nos levou até lá. Na porta, uma placa da Fundação Neruda contando que ele morou ali alguns anos. O velhinho então abriu o portão da casa e mandou a gente tocar a campainha, que eles estavam abertos. Tocamos e, para o nosso horror, apareceu uma faxineira sem entender nada explicando que ali era uma casa de família, não um museu, e que os donos estavam tirando uma siesta e foram acordados pela campainha. Nisso, o velhinho já tinha virado a rua correndo. Vergonhas que turistas passam.

Voltamos pro albergue, almoçamos no Crysol Café, fizemos o check-out e pegamos um ônibus pra Santiago.

De noite, fomos jantar com uma amiga que conhecemos no Atacama no Chipre Libre, em Lastarría. Esse é um restaurante mais chique, com uma comida muito boa e drinks ótimos. Justificamos a pequena fortuna por ser o último dia de viagem.

Dia 18: Mercado e volta pro RJ
Esse foi nosso último dia de viagem. Tínhamos reservado a manhã pra ir ao mercado comprar vinhos pra trazer pro Brasil. Agora vem todas as dicas de vinhos:

DICA 1: existem vários mercados bons pra comprar vinho no Chile. O mais recomendado é o Jumbo, mas achamos ele o mais caro também. Mesmo assim, acho que é o que vale a pena, porque tem muita opção. Os vinhos mais baratos que encontramos foi no Mercado Líder, lojas normalmente menores e com menos opções. Se você já souber que vinhos quer trazer e estiver de mala de rodinha, diria pra ir pesquisando no Líder e comprar quando encontrar barato (eles têm muita promoção). Nós deixamos tudo pra esse dia e acabamos tendo que ir no Jumbo, porque vários dos vinhos que queríamos não tinham nos 2 Líder perto do albergue.

DICA 2: Trazendo vinhos pro Brasil. Tivemos muita dificuldade de encontrar informações sobre quanto é possível trazer de vinho. Pelas regras da alfândega, pode-se trazer até 16 garrafas de 750 ml de vinho do Chile pro Brasil. Obviamente, se couber na sua mala e não passar do peso da companhia aérea (mais ou menos). Dessas 16, parece que 5 podem ser na bagagem de mão, mas isso depende da companhia aérea. Também ouvi que isso depende de pra onde você está voando no Brasil (parece que SP eles são mais rígidos, sei lá...). Nós viemos de Latam, trouxe 9 vinhos, 4 na mala despachada (que deu 18kg e passou pela companhia mesmo eu só tendo direito a 15kg), 4 na mão e mais 1 que eu comprei no Duty Free pra gastar meus últimos pesos. Acho que a melhor dica é perguntar explicitamente pra companhia aérea, por escrito, o que eles permitem, tanto na bagagem de mão, quanto na despachada. Assim, se eles encrencarem, pelo menos você pode processar…

Bom, esse foi o relato dessa viagem. Achamos que o 1 semana no Atacama estava de bom tamanho pra fazer os passeios mais tradicionais, mais que isso talvez ficasse chato. Se tivéssemos conseguido ir ao Uyuni, teríamos ficado 10 dias nessa região e acho bom. Santiago, com 2/3 dias no máximo dá pra ver os pontos turíscos mais famosos. Valparaíso nos encantou, mas acho que não é pra todo mundo. Não tem tantos pontos turísticos a visitar, a graça é ficar perdido pelas ruas, o que nós amamos. 
 

Vinícola Casas del Bosque

20220408_100531.thumb.jpg.4bf34c90fc6a7ef871e0b5137b78d3ff.jpgPXL_20220408_160457565.thumb.jpg.4528a8aa56f9b35a4ef94d542c4b7912.jpg

(as vergonhas que mochileiro passa na vinícola chique...)

Valpo 🥰

20220408_173752.thumb.jpg.e037601e413773c994ade4ed31997cca.jpg20220408_174341.thumb.jpg.056d0d07f98476776db1797cd609e408.jpg20220408_174759.thumb.jpg.b8168c37d4c8cf06352b47fec8a0149a.jpgPXL_20220408_221806583.thumb.jpg.ed199af4c5219fdea10ca747749ea1e2.jpg1444769190_PXL_20220408_2226298602.thumb.jpg.43a4baed97cf63f5be84aa9321d3d744.jpg2092783690_20220409_105219(0)2.thumb.jpg.ded209810f395a0d30e28255b6451fc2.jpg20220409_142216.thumb.jpg.b1af9580ac6dd3645bf4dc4f5f496d33.jpg20220409_172745.thumb.jpg.0945f19c8254d811868883862adacaad.jpg

Vendímia de Casablanca

PXL_20220410_185030725.thumb.jpg.69b3443a1f10248fc7be8e8bbd92ec11.jpgPXL_20220410_200838681.thumb.jpg.38e9906b0454b9fea0d601a2b27b7323.jpg

Cerro Barón - Valparaíso

20220411_112113.thumb.jpg.5bff7bc955e5ec0847f2a7ab93d8339d.jpgPXL_20220411_164004488.thumb.jpg.ce087902e0f28452c7c7da58b5e0ae58.jpg

 

Obrigada pelo relato, pretendo ir ao Chile entre setembro e outubro, e procurava valores mais atualizados no Atacama.

Me diz uma coisa, essa mochila (azul) que você usava na vinícola, por acaso é o modelo da Decathlon de 50l? 

Pergunto, pois estava pensando em comprar esse modelo para 15 dias de viagem e queria saber de vale a pena.

Abraços! ☺️

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Membros
23 horas atrás, Pati P. disse:

Obrigada pelo relato, pretendo ir ao Chile entre setembro e outubro, e procurava valores mais atualizados no Atacama.

Me diz uma coisa, essa mochila (azul) que você usava na vinícola, por acaso é o modelo da Decathlon de 50l? 

Pergunto, pois estava pensando em comprar esse modelo para 15 dias de viagem e queria saber de vale a pena.

Abraços! ☺️

Oi, Pati. Não, essa mochila é a Act Lite SL 60+10, da Deuter.

  • Obrigad@! 1
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Colaboradores

@leitemmc que relato incrível, parabéns! Eu ia lendo e concordando com a cabeça, hahauaha, estive no Chile em abril tb e foi um choque (os preços). Na minha primeira vez no Chile fomos de carro até o Atacama, atravessando pelo norte da Argentina! Até hj minha viagem favorita da vida! Nossa trip de carro ficou muito barata pq de fato só fizemos o El Tatio com guia, e chegamos até a Cejar e não entramos pq tivemos a mesma impressão que vc, optamos pelas Escondidas!

Na deste ano fomos ao sul, Santiago e dois vales de vinho, no Casablanca visitamos a Casa del Bosque tb, e tb comprei esse vinho que vc segura aí, de pequenas parcelas, hahauahauaha, e morri de comer todas as uvas, foi incrível visitar a região nesta época. Mas fiquei muito chocada com preços no geral, os mercados já esfolavam né! O único menu de 5k que achamos na viagem foi bem ruinzinho!

E voltando ao Atacama, quando fui as piedras rojas ainda estavam fechadas, mais um motivo pra passar por lá de novo! Valeu por compartilhar! :D

Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

  • Silnei featured this tópico

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...