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Canivetes & Facas: Afiação


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Guimarães,

 

Ai já é mais uma questão de gosto individual. Os dois que mais uso, um tem 17 x 7cm com uma sobra do plástico de apoio de 4 x 1,5cm nas extremidades; as laterais não tem sobras. Este é o levinho, para retoque à qualquer hora.

 

E tem o maior, de caibro, com uns 30 x 8 cm. Este funciona para as facas grandes de cozinha e churrasco. Mas o menor, com jeito, também daria!

 

O lado do couro é o da raspa ( crespo ). Mas o meus strops na contra-face ( o outro lado do suporte ) tem o couro com a face lisa para cima ( puro preciosismo e exagero ), ou seja, são dupla-face.

 

 

Obrigado Cabral, quando tiver um tempinho, vou dar um jeito nisso.

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Guimarães: se puder, deixe o fio da D-2 polido como um espelho, isso vai aumentar a resistência dele à corrosão salina e evitar que ele se desmanche produzindo não-tão-micro-assim-fio que o pessoal detesta nas Mora Classic de aço carbono. Eu achei que era só mancha, mas olhando de novo as duas fotos que eu postei, é erosão forte mesmo, com perda de material (confira as fotos em tamanho real). Eu atribuo essa fragilização à máquina/instrumento usado para afiar a lâmina, acho que ninguèm lembra mas eu falei que a minha faca tinha chegado com o fio cego perto do cabo e bom na ponta, mas que esta estava levemente azulada por aquecimento produzido pela abrasão. Acho que esse fio foi feito sem resfriar e criou esse stress que faz a lâmina desmanchar como biscoito Duchen no copo de Toddy.

Polindo , ao menos você reduz a superfície e remove as estrias que ajudam a corrosão.

 

 

Valeu Trauco. A minha D-2 também veio assim, só que ainda não tive tempo de dar uma trabalhada no fio. ::otemo::

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Guimarães,

 

Não entendo... o próprio Lansky já tem um dos ângulos pré-setados para 20 graus de cada lado; ou não?

 

A não ser que você esteja fazendo o chamado "fio V 0", que é 20 graus de um lado e do outro, e com isso já tendo o fio de 40 inclusos. Ou seja, toda vez que o fio deteriorar você tem que remover metal de "todos os 20 graus".

 

Mas isso também não me parece ser muito problemático... a não ser que o Lansky não tenha essa eficiência toda que dizem...

 

Guimarães, como mais de uma vez já escrevi por aqui, faço um desbaste de alívio de 10 graus de cada lado; isso usando primeiro o lado coarse da carborundum. Depois do desbaste feito nos 2 lados, refino os riscos no lado fino. Então dou um "polimento" usando a pedra japonesa King de grana 1200. Nas facas do Tahar, todo este processo leva cerca de 30 a no máximo 40 minutos, trabalhando com bastante calma e sem deixar riscar a lâmina.

 

Dai para frente, faço o fio propriamente dito em ângulo de 20 graus de cada lado ( 40 inclusos ) com exatamente 2 passadas de cada lado na pedra japonesa 1200; então vou para as hastes cerâmicas e dou umas 5 passadas de cada lado para homogeinizar e refinar ainda mais o polimento e dai para frente só uso estas hastes para retocar o fio quando necessário.

 

Se não deixá-lo se deteriorar muito uma ou duas passadas de cada lado e ele está como novo; deve levar cerca de no máximo 10 segundos!!!

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Cabral.

O lansky é eficiente sim, o que ocorre é que não tenho a peça que fixa em uma superfície rígida, então tenho que trabalhar na mão e o d-2 é muito duro, dá cansaço.

Na pedra, sem apoio, fico todo desajeitado e arranho a lâmina e isto me incomoda muito.

 

O que eu queria era uma máquina que fizesse o 20º e depois era só o acabamento e polimento ::tchann::::tchann::::tchann::::tchann::::tchann::

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Como minha câmera não é boa, rodando por ai achei algumas fotos que são exatamente iguais ao nível de polimento que dou aos fios de minhas lâminas em aço D-2.

 

Inclusive o desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e a magnificação de cerca de 20 vezes são idênticos ao desbaste que faço em todas as minhas lâminas e bem similar à minha lupa de 20x.

 

Só frisando que as imagens são do fio de uma Benchmade Bone Collector em aço D-2, com desbaste de alívio e microfio de 20 graus de cada lado; essas imagens são de um usuário do knifeforum. Eu as estou postando aqui pois não conseguiria fotografar as minhas lâminas com este grau de nitidez e detalhe, mas as minhas são iguais e talvez um "cadiquim" mais polidas a julgar pelo padrão de arranhamento e reflexibilidade, mas pode-se considerar no mesmo padrão!

 

Se usasse as hastes fina e ultra-fina do Sharpamaker como se fossem uma pedra de bancada, o polimento seria bem mais espelhado e a padronagem do riscamento bem mais suave.

 

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O que uso para chegar neste ponto é:

 

- pedra carborundum dupla face: lado coarse para fazer o desbaste de alívio inicial

 

- pedra carborundum dupla face: lado fino para suavizar o "riscamento"

 

- pedra japonesa King 1200 para finalizar o "polimento" usando pedra

 

- pedra japonesa King 1200 para fazer o micro-fio de 20 graus de cada lado ( 2 ou no máximo 3 passadas de cada lado )

 

- haste cerâmica a mais fina que aprontei ou o Sharpamaker com as hastes fina e ultra fina ( para ter certeza de padronizar o micro-fio e permitir o uso das hastes em retoques e manutenção )

 

- por fim, strop em couro carregado com óxido de cromo ( composto verde cromoinox )

 

obs: o strop de couro com óxido de cromo pode perfeitamente ser utilizado como retoque e manutenção se for usado com frequência após o uso da lâmina. As hastes podem passar a ser usadas apenas quando o micro-fio apresentar um nível um pouco maior de deterioração. Isso vale para todos os aços que tenho, inclusive o ZDP-189!

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A importância da geometria no desempenho do fio de uma lâmina ( habilidade de corte e durabilidade ).

 

As variáveis que envolvem instrumentos de corte são tão grandes e passíveis de tantas combinações, que várias pessoas com um mesmo tipo de instrumento de corte, por exemplo uma faca de uma mesma marca e modelo, podem ter experiências as mais diversas.

 

Uma máxima que diz: a geometria corta; o tipo de aço e seu tratamento térmico determina o quão bem e por quanto tempo!

 

Quantas pessoas já não cortaram os dedos com folhas de papel, ou lâminas de PVC de uma persiana? Portanto, não é necessário a dureza do aço enrijecido para cortar, mas materiais com menores durezas, mesmo o aço, não mantêm este corte por perderem a geometria necessária quer seja por deformação, desgaste ou fratura.

 

Mas vamos no ater à geometria do fio. Basicamente em uso cotidiano por milhões de pessoas, temos o chamado fio em V, nas tradicionais facas de cozinha, que em boa parte são também FFG, ou seja, apresentam uma face com um só plano de cada lado, decrescendo gradualmente a espessura desde sua espinha até o fio, onde os planos inclinados se encontram.

 

Imaginem que alguém compre 4 facas do tipo “pequenas peixeiras” , destas que custam cerca de 5 reais cada ( não importa o tipo de aço ). Normalmente estas facas vêem de fábrica com fios bem obtusos, algo como 25 e mesmo 30 graus de cada lado, o que daria 50 ou 60 graus inclusos.

 

Não se enganem, pois mesmo fios com ângulos obtusos são afiados e capazes de por exemplo, raparem cabelo se estiverem mais polidos. O problema é que sua habilidade de corte será baixa, ou seja, deverá se fazer mais esforço ( força ) para se cortar um meio qualquer quando comparado com fios mais agudos.

 

Nas nossas 4 facas compradas, vamos dar fios com diferentes geometrias. Observando várias pessoas afiando suas facas, pelo que eu tenho visto, de modo geral o usuário doméstico tende a afiar suas facas em ângulos altos, acima de 25 graus de cada lado.

 

Para sabermos o ângulo do fio, é importante termos em mente que o que conta é o ângulo formado entre a face da pedra de afiar e a bissetriz que passa pelo MEIO da espinha, pois principalmente em facas com espinhas mais largas pode haver um erro para maior no suposto ângulo do fio, pois tende-se a considerar o ângulo formado entre a pedra e a face inferior da faca, o que é errado.

 

Pois bem, afiamos uma das 4 facas em um ângulo entre 25 e 30 graus de cada lado ( o que absolutamente não é incomum para o usuário doméstico ); a segunda em um ângulo de 20 graus de cada lado; a terceira façamos um desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e um micro fio de 25 graus de cada lado e a última o mesmo desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e um micro-fio de 20 graus de cada lado.

 

Esta prática de desbaste de alívio e micro-fio é muito pouco usada mesmo entre usuários que entendem um pouquinho mais de afiação que o usuário doméstico, mas é empregada rotineiramente por grandes e reputados fabricantes de lâminas por apresentar uma solução que propicia um excelente fio em termos de habilidade de corte aliado a uma boa durabilidade, além de facilitar e muito a manutenção e os retoques neste fio de modo que ele esteja sempre muito afiado.

 

Pois bem, estas 4 facas idênticas em modelo e tipo de aço, terão desempenhos bem diferentes na habilidade de corte e na manutenção de seus fios. Mas por que isto se dá?

 

Claro que a geometria não é a única explicação, já que como mencionei outros fatores desempenham papeis em maior ou menor grau nesta equação ( liga de aço, tratamento térmico, dureza, nível de acabamento, etc ), mas a geometria do fio e óbvio, a geometria da lâmina em si terão papel preponderante.

 

Isso se dá por uma questão até bem elementar ( não esquecendo nunca dos outros fatores ), que é a massa de metal que dá suporte ao fio, ou mais tecnicamente, a maior secção transversal imediatamente acima deste fio.

 

Então podemos afirmar que a faca com o fio em V e 25 a 30 graus de cada lado, é a que tem menor habilidade de corte pois apresentará uma maior secção transversal que dado ao ângulo mais obtuso/aberto, irá se “apoiar” no meio a ser cortado fazendo com que seja necessário imprimir maior força para se efetuar o corte; por outro lado, este é o fio que apresentará maior durabilidade, já que terá bastante metal para sustentá-lo, tornando mais difícil sua deformação ( rolagem/virar o fio ou mesmo a deformação por achatamento ) e fratura; em que pese seu desgaste por abrasão ser também mais acentuado pelo nível de atrito que ângulos mais obtusos oferecem, a perda do corte tende a ser percebida de forma gradual e uniforme, pois o incremento na força necessária para se processar o corte acaba sendo mascarado pela já grande força inicial aplicada, quando o fio se apresentava íntegro.

 

No extremo oposto estará a faca com desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e micro-fio de 20 graus de cada lado. Nesta faca a habilidade de corte é muito alta, mas devido ao “truque” do micro-fio com maior ângulo, ela recupera uma parte da robustez ( secção transversal acima do fio ) sem prejudicar de forma significativa a habilidade de corte.

 

Então em uma sequência crescente de habilidade de corte ou decrescente de robustez e durabilidade deste fio teríamos:

 

Faca com fio de 25 a 30 graus de cada lado – faca com 20 graus de cada lado – faca com desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e micro-fio de 25 graus - faca com desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e micro-fio de 20 graus.

 

Isso pode ser comprovado por um experimento relativamente simples: adquirindo-se as facas idênticas, tendo uma “balança de banheiro” e um aparato que pode ser feito, sendo uma base cruciforme com 2 hastes em formato de U, onde é amarrada um paracord 550 entre as hastes e por medição direta se verifica a força necessária para se efetuar o corte em push cut, onde se posiciona a lâmina sobre a corda e sem movimento de vai-e-vem, apenas se exercendo pressão para baixo é efetuado o corte.

 

Lembrando que aqui não foi mencionado o fio convexo que é talvez o mais robusto de todos ( pelo mesmo motivo da secção transversal acima do fio ), mas também um dos que tem menor habilidade de corte. Entretanto tal tipo de fio tem uma aplicação em que é imbatível, que é a clivagem de materiais fibrosos, com feixes de fibras alinhadas, sendo a madeira o mais corriqueiro! Ou seja, é um rachador de lenha por excelência e por isso muito utilizado em machados e assemelhados. É muito usado também em algumas facas top de linha para buchcraft e às vezes para caça, pelo simples fato dos fabricantes usarem aços top e mais duros e garantirem a durabilidade do fio destas facas, mesmo que sacrificando muito de sua habilidade de corte!

 

O outro tipo de fio que não foi mencionado é o tipo em bisel, em que apenas uma das faces é desbastada para formar o fio. Muito usado em facas de cozinha japonesas e também em artefatos de corte como ferramentas para madeira ( plainas, formões, etc ) e facas industriais ( como navalhas de picadeiras, cortadores mecânicos em geral, etc ); a grande vantagem destes fios é sua grande habilidade de corte já que seu ângulo por existir apenas de um lado, mesmo que ele seja nominalmente de 30 graus, ainda assim será menor que o ângulo total incluso de uma faca de fio em V, com ou sem desbaste de alívio, mas com 20 graus de cada lado, o que dá um total de 40 inclusos, portanto 10 graus maior que os 30 graus do bisel ( em facas para cozinha normalmente é bem menor que isso ). Outra vantagem deste tipo de fio é a facilidade de reafiação, bastando deitar o fio e deixá-lo todo apoiado na pedra e proceder-se a afiação.

 

Mas vale lembrar que apesar de tecnicamente ser mais fácil a afiação do fio em bisel, leva-se mais tempo para afiá-lo do que o fio que utiliza a filosofia do desbaste de alívio e micro-fio, pois no fio em bisel a quantidade de metal a ser removida é muito grande quando comparada à do micro-fio!

 

E por último, apenas lembrando que desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e micro-fio de 20 graus de cada lado não é uma regra! Em algumas de minhas lâminas eu uso desbaste de alívio de 10 graus de cada lado e micro-fio de 15 graus de cada lado!

 

Facas com aços mais moles podem se beneficiar de desbastes de alívio de 15 graus de cada lado e micro-fio de 20 graus de cada lado. Neste caso o período entre se refazer os desbastes de alívio será um pouco menor, mas ainda assim longo o suficiente para compensar tal prática!

 

Pode-se também com determinados tipos de aço, principalmente aqueles com maior estabilidade de fio e/ou durezas mais elevadas, fazer-se desbastes de alívio na casa dos 5 ou 7,5 graus de cada lado e micro-fio de 10 e até mesmo 7,5 graus de cada lado. Lembrando sempre que tais fios tem níveis de habilidade de corte iguais e até superiores à navalhas, e portanto só devem ser utilizados em materiais em que o corte não implique em torções laterais, sendo carnes desossadas um exemplo disto! Poucos maníacos por ultra-fios utilizam tais ângulos!

 

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  • 2 semanas depois...
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Ao amigos que gostam de testar as afiações comparando o desempenho das facas, o uso de instrumentos como este do vídeo, ajudaria a manter um padrão muito próximo nos fios das lâminas. Estabelecendo algum mecanismo para os cortes (a execução manual apenas como motor), poderiam obter dados mais honestos em relação aos questionamentos propostos.

 

 

Espero que ajude.

 

Eu prefiro uma afiação artesanal, com altos e baixos, sem a necessidade de sempre sair igual.

 

Grande abraço a todos.

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