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Pico dos Marins (SP): treinamento de luxo pro Monte Roraima, com 5 desconhecidos - Setembro/2012


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  • Colaboradores

Ae turma!

Esse mês eu fiz uma trilha simplesmente sensacional, e gostaria de compartilhar com todos vocês.

Eu e mais 4 aventureiros, até então desconhecidos, subimos o sensacional Pico dos Marins, em Sampa.

 

Sobre o Pico:

 

"Pico dos Marins fica situado no município de Piquete, no estado de São Paulo, localizado na Serra da Mantiqueira, possui 2.420,7 metros de altitude a nível do mar. Para ser atingido é necessario subir encostas rochosas íngremes, porém é possível sua ascensão sem a utilização de equipamentos especiais (...) É o ponto mais alto localizado inteiramente dentro dos limites do estado de São Paulo, pois todos os outros picos maiores são compartilhados com Minas Gerais - por exemplo, a Pedra da Mina (2.798 metros) - uma vez que a divisa entre os dois estados, na região da Mantiqueira, está fixada principalmente na linha cumeada da própria serra no chamado Pico Marinzinho." (wikipedia)

 

Como chegar:

 

"O acesso pelas estradas ao Pico dos Marins pode ser feito de duas formas, ambas através da BR - 459, Rodovia que liga Lorena/SP a Itajubá/MG. Ao final do percurso de estrada chega-se ao Acampamento Base Marins, onde você poderá deixar o carro, bater um papo com o simpático Milton, proprietário do local, informar-se sobre a quantidade de montanhistas nos Marins, tomar um café e, dependendo do horário que você chegar, poderá até almoçar. Se você está a pé, provavelmente terá consumido boa parte da água que levou, portanto, aproveite para se reabastecer porque não haverá mais água confiável pelo caminho."

 

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"Apesar de possuir muitas curvas, as condições da estrada vicinal são muito boas, com asfalto até a Vila dos Marins. Após a vila a pavimentação é de bloquetes muito bem assentados e alguns trechos de terra. Em períodos de chuva os trechos de terra podem oferecer alguma dificuldade para o tráfego de veículos que não sejam de tração 4x4. Mantenha a câmera fotográfica à mão pois este trajeto é excelente para fotografias da paisagem rural e da imponência do conjunto montanhoso do Pico dos Marins que se ergue cada vez mais próximo à medida que se avança pela estrada e se mantém sempre à vista. O trajeto é uma longa e sinuosa subida que se acentua fortemente após o Bairro dos Marins, portanto é bom verificar o sistema de refrigeração do motor do carro."

fonte: marinzeiro.com

 

Meios de transporte:

fomos de carro, gastamos cerca de 5h desde Campinas até o acampamento base, na cidade de Piquete/SP

 

A minha experiência no Marins:

Sou de São Luis do Maranhão, e há muito queria subir o Monte Roraima (objetivo do inicio de 2013!). No mochileiros pelo facebook, publiquei minha intenção de ir a Venezuela para o MR e então conheci algumas pessoas, dentre elas Eduardo, Theruco e Juliano, todos da cidade de São Paulo. Entre os planos do Roraima, decidimos fazer uma espécie de treinamento, já que eu nunca fiz trilhas tão longas e fortes (no Monte Roraima, faremos 8 dias e 7 noites), foi então que surgiu a idéia do Pico dos Marins. Nesse meio tempo acabei conhecendo Carol Montoaneli aqui no forum, falando bem da minha terra em um relato belissimo (mochileiros.com/lencois-maranhenses-5-dias-set-2011-com-fotos-e-gastos-t60083.html), dai acabei arrastando ela pro Marins também ahsaushaus.

 

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Êxodo Rural: de sunluis pra sunpaulo. Tentar a sorte no Marins.

 

Após tudo combinado, datas, etc, a noticia: chuva em Piquete durante o nosso fim de semana de trilha.

Mas.. Decidimos arriscar!

Cheguei em Campinas 21h, com uma conexão em CNF/MG. De pronto, ja entrei no carro e pegamos a rodovia!

 

Ninguém se conhecia, a não ser pela internet, por email.. foi engraçado nosso primeiro contato.

Não teve essa de desconfiança, medo de falar, foi tudo muito natural, parecíamos amigos de infância (até brincamos disso durante toda a trip).

 

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amigos para siempre lalaiá laiá laiááá..

 

Passamos por Guaratinguetá, Aparecida do Norte (linda catedral!), Lorena e enfim.. Piquete.

Após a chegada no municipio, ainda subimos uma estreita e nebulosa estrada. Parecia coisa de filme.

No meio do caminho, nos deparamos com um cão da raça beagle, que mais tarde saberiamos que era tão trilheiro quanto nós! hsaushausa

 

No acampamento base, já as 02h da manhã, nos instalamos pra começar a trilha a pé na manhã seguinte.

Conhecemos o Miltão (figuraça!), responsavel pelo acampamento base, montamos barraca e dormirmos.

Adendo: todos numa só barraca! shaushuash.

 

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foto espontaneamente forjada - será se chove?

 

Dormimos muito bem (mesmo com o frio, do qual não tenho costume de sentir aqui pelo nordeste ahsauhsua).

Apos arrumar todas as coisas, tomar café, rumamos ao Marins!

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No caminho, a neblina aumentava e diminuia sua intensidade ao passo que subiamos ou desciamos morros e encostas.

A principio, um caminho tranquilo, com muito verde!

 

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"ô cozo gostoso, sô!" - moranguinhos!

 

Como a neblina tava densa, não dava pra enxergar os bonitos vales que compoem o cenário da trilha.

Apos uma hora de caminhada, nos deparamos com uma placa nem um pouco animadora auahuahuas:

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como assim inicio? agora???

 

Após o "inicio" (ja no meio ahsaush), percebemos que a trilha mudou radicalmente o cenário, deixando a mata atlântica e suas árvores de altas copas, e alternando para uma vegetação mais rasteira, composta maciçamente de capim dourado e flores como o Ypê Astro. Além de pedra. Muita Pedra!

Beber água nesse tipo de trilha requer planejamento haushau. Não existem pontos de reabastecimento (na verdade tem um córrego, mas a água não pareceu tão confiável)

Como iriamos acampar no cume, levamos para o nosso consumo e para cozinha. Caso tivéssemos que usar a água do córrego, levamos clorín para tentar amenizar algum efeito colateral ahsuahsua.

 

Como visto na placa, o caminho requer a subida de alguns maçiços, além do morro do careca.

A previsão de chuva, citada no incio do relato, não se concretizou, e enfrentamos um sol de rachar durante toda a escalaminhada.

O sol já veio aparecer na verdade por volta do meio dia (começamos a trilha as 10h). Nesse itere, a neblina era quem dominava geral

Em suma, considero que não é uma trilha tão fácil a do Marins, mas suportável se você faz exercícios regularmente.

 

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água de chuva - potáve e geladinha haushaus

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vista do primeiro maciço - Marmelópolis/MG

 

No caminho existem vários pontos chamados de mirantes, aonde as pessoas podem parar, descansar, e apreciar o visual (que é realmente belissimo!)

O primeiro maciço é tranquilo, se você ainda possui energia apos um certo tempo de caminhada. Exige um pouco das suas pernas e pés.

(importante ter um calçado apropriado, pois os pés são muito exigidos)

Paramos algumas vezes pra nos hidratar e comer castanhas (proteina) e casca de laranja e limão cristalizada (carboidrato), que seria nosso combustivel durante toda nossa trilha, já que não planejávamos parar pra fazer almoço em razão dos fortes ventos.

Passamos por uma enorme pedra (chamada Grande Tótem) que se equilibra sobre outra e seguiremos para a esquerda em direção à Pedra da Andorinha deixando a trilha de passar pelas cristas. Nesse momento, o Pico dos Marins deixou de ser avistado: so vimos os paredões e maciços de um lado, e de outro as montanhas das Minas Gerais.

 

O caminho correto a ser feito é marcado por tótens (pedras empilhadas) e por pinturas de faixas, setas ou marcas arredondadas nas rochas.

Em dados momentos, os caminhos podem levar a 'encruzilhadas'. Importante a observação atenta da trilha e das marcações/tótens, para evitar locais de difícil progressão como encostas ou em áreas de risco como bordas de maciços.

 

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tótens

 

O segundo maciço requer um pouco mais de atenção, por ter uma descida mais exigente, pedras maiores, além do esgotamento físico estar mais pulsante.

Em vários momentos tivemos que entrar em meio ao capim dourado que ornam os maciços, e que servem de morada pros animais peçonhentos, como a jararaca.

Tivemos a sorte de não nos deparar com elas, inclusive soube que é meio incomum a aparição delas, mas todo cuidado é pouco.

 

Use roupas com manga longa e calça, pra evitar se cortar com esta vegetação!

Ah, e lembram do beagle do começo do relato? Bom, ele se chama Buddy.. e é trilheiro! Junto com seu fiel escudeiro Sheik, andam pelas encostas como se fossem o quintal da sua casa. Aliás, é o quintal da casa deles! shasahushasua

 

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buddy tentando ser carinhoso com sheik shauhaus.

 

Após escalar e contornar um segundo e último maciço, que se coloca entre o sul de Minas Gerais e o Pico dos Marins, voltamos a avistar na direção sul o cume dos Marins. Deste ponto leva-se aproximadamente uma hora e meia até o topo. À leste de nossa posição há um morro rochoso e atrás dele o Pico do Marinzinho ou Pico Leste.

Foi a parte mais dificil!

 

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Mas, como tudo que vai volta.. a redenção!

Após alguns quilometros de subidas e descidas em dois maciços (além do Morro do Careca!) e 8h de trilha.. chegamos ao cume!

::otemo::

 

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Após um jantar reforçado de macarronada liofilizada, ficamos admirando a bela vista que a noite tinha nos reservado!

 

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A noite dava pra ver as cidades de Lorena e Piquete.. uma bela vista!

 

 

Acha que acabou? Isso por que você não sabe quem apareceu de manhã pra dizer "EI PREVISÃO DO TEMPO: CHUPA!" HSAUSHUASHA

 

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Mas como tudo que é bom, dura pouco.. tivemos que voltar pra casa.

Irei novamente a este lugar. Fiquei com gosto de quero mais! Com certeza é a vista mais bela do estado de São Paulo!

 

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Ultima contemplação. Torci meu pé e fiquei quase dois dias sem pisar direito. Mas valeu a pena!

 

 

QUE VENHA O MONTE RORAIMA! ::hahaha::

 

BÔNUS:

Eu e o Informante da Infraero:

- olá, boa noite. Sabe me dizer aonde tem um hotel mais próximo aqui de Viracopos?

- olha, tem o XXX (não lembro), e tem o YYY (não lembro), os dois ficam quase um em frente ao outro. A diária é R$200 reais e o taxi leva por R$50 a ida. Caso queira algo mais em conta, tem o Motel Scarpa que custa R$120 pra voce passar uma noite. Como fica pertodos hoteis, o taxi deve cobrar o mesmo valor.

-...

 

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Moral da história: Porque pagar 200 dilmas num hotel 3/4 estrelas, se na noite anterior eu dormi de graça aonde tinha um milhão delas?

Editado por Visitante
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  • Membros de Honra

Muito bom o relato Verner e belíssimas fotos!

Pra quem não está acostumado com caminhadas longas se saiu muito bem! ::otemo::

E como pretende subir o Roraima ano que vem é importante fazer outras caminhadas com maior nível de exigência até lá, como a Travessia Marins - Itaguaré que requer 3 dias.

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  • Colaboradores

Tranquilo, mestre Mário!

 

Entao, Sandro.. Na verdade o Marins era a única trilha que encaixava na minha "agenda".. eu tinha apenas um fim de semana livre. Mas quero voltar lá, quero fazer a Serra Fina tambem, alem do Itaguare.

Voltei inteiro do Marins (com exceção do pé), acho que teria disposição pra ir mais longe!

 

E obrigado pelo comentário e elogios! :)

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  • Colaboradores
Belas fotos, belo relato, parabéns!!!

 

Valeu Otávio!

 

orra, muito fera! quanto ficou a trip? e durou qnto tempo?

 

Olha, fizemos tudo independente, nossos custos foram em supermercado (comida), gasolina, e material de camping.

O Milton cobra um valor pra guiar (salvo engano 150 pra duas pessoas), mas um dos integrantes do grupo (Edu) era bombeiro, e já conhecia o local, dai tambem já nao tivemos gastos com guia.

Lá é bem demarcado, mas se voce nao tiver uma boa orientação e experiencia voce acaba pegando caminho errado.

Mas recomendo Milton e seus guias.

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  • Colaboradores
Entendi, entao basicamente so passagem até Piquete, comida, equipamento e o guia? quanto tempo durou a trip? e outra coisa, o guia sobe e fica o tempo todo la, tem que marcar data com ele, como é?

 

Exato, apenas isso.

Durou cerca de dois dias. A ida durou cerca de 8h, entre muitas paradas. A volta foi mais rápida, 5h. (eu demorei mais pois torci o pé)

Mas exige bastante, nao e trilha de andar apenas. Precisa escalaminhar, subir em pedras, atravessar matagal..

O guia sobe e desce com voce. Tem os chamados bate-volta, que voce vai e volta no mesmo dia. É puxado, pois voce aproveita pouco do cume. Eu e a turma dormimos lá em cima voltamos no outro dia.

Palavra chave: leve muita água. Se nao ta acostumado com trilha, leve mais ainda.. Uahaua.

Nos consumimos a agua de um córrego lá, mas tava bem amarelada. Usamos pra cozinha, pois tinha como ferver (reforçamos com clorin). Se nao fizéssemos isso, ficaríamos sem agua potavel pra beber.

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