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  1. Bom dia, boa tarde, boa noite. Não sei em qual horário vocês irão ler esse relato mas, enfim, no Domingo, dia 08/04/2018, realizamos pela segunda vez a travessia Marins x itaguaré. O objetivo de termos feito novamente essa travessia foi estreitar nossos laços de amizade e também nos preparamos para fazer outras travessias ou projetos que temos em mente. Fomos em 9 pessoas, 3 delas nunca haviam feito uma travessia de montanha mas ansiavam em fazer. Com o grupo focado e devidamente treinado partimos para a cidade Marmelópolis para recrutarmos o último integrante e de lá fomos rumo à base do Marins. Às 5:48 começamos nossa aventura rumo ao morro do careca. Da esquerda para a direita: Breno, José Rodrigo, Éder, Nandão, João, Samuel, Cotonete, Carlos e Zé Renato. Logo após algumas fotos, atacamos a subida até chegarmos à fenda. Segue um vídeo de demonstração de uma escalaminhada. Paramos para tomar um fôlego e bater algumas fotos. Logo em seguida iríamos atacar o Marinzinho - as imagens falam por si só: No topo do Marinzinho, avistamos a Pedra Redonda, que seria nossa próxima parada. Antes disso, teríamos que descer pela corda, nessa hora a adrenalina subiu um pouco, principalmente nos novatos, mas todos tiraram de letra. Chegamos na Pedra Redonda e lá fizemos uma parada mais longa, cerca de 20’. Nosso fotógrafo profissional, Zé Renato, arrasou nas fotos. Confiram: Às 10h50min chegamos na Pedra do Picolé e de lá fomos direto ao Portal, onde paramos para descansar e encher nossas garrafas de água. Às 13h20min chegamos na base do Itaguaré, porém, não subimos - isso ficará para uma próxima aventura. De lá começamos a descida sem fim, rumo ao Campinho, onde o motorista da Kombi nos aguardava para nos levar embora. Considerações finais: a Travessia Marins x Itaguaré é uma travessia muito bonita, digo isso agora porque da última vez que fizemos essa travessia estava nublado e não pudemos enxergar quase nada, mas dessa vez o tempo colaborou e a vista foi maravilhosa. Gostaria de agradecer a todos que foram nessa travessia - Breno, Nandão, Éder, Zé Renato e João, e elogiar os 3 integrantes que começaram nessa empreitada e deram conta do recado - José Rodrigo, Carlos e Wellington(Cotonete). Não é fácil chegar ao topo da montanha, é preciso muito esforço e encorajamento, nosso grupo mais uma vez mostrou que é unido e isso faz toda a diferença. Esperamos vocês na nossa próxima aventura, que será um mega desafio: fazer a Serra Fina invertida. Até lá, bom treino a todos e, como é de costume, segue uma frase que sempre carrego comigo: “Não importa quão curto nosso passo pode ser. Caminhar nesse mundo que diariamente nos puxa para trás só deixa nossas pernas mais fortes.”
  2. Essa é o tipo de travessia que todo montanhista gosta de ter no currículo, a Travessia Marins x Itaguaré é uma das travessias mais técnicas da Serra da Mantiqueira, com diversos obstáculos naturais que dão um toque especial ao caminhar pelas belas paisagens da Serra que chora. Características Dificuldade: Alta Distância: 17,78 km Altitude Máxima: 2.432 m Circular: Não Como Chegar Piquete fica localizada nas encostas da Serra da Mantiqueira na região do Vale Histórico ou Fundo do vale e fica praticamente no centro do eixo Rio-SP, estando a 243 km do Rio de Janeiro e 240 km de São Paulo. Para chegar até Piquete o acesso é feito pela Rodovia Presidente Dutra até a cidade de Lorena/sp no Km 51 e de lá através da BR – 459, Rodovia que liga Lorena/SP a Itajubá/MG, passando a cidade de Piquete segue-se em direção a serra e após 2 km se inicia a subida para a base do pico. As condições da estrada vicinal são muito boas, com asfalto até a Vila dos Marins, depois de passar a vila a estrada passa ser de bloquetes e alguns trechos de terra, recomenda-se um carro 4×4 para pegar esse caminho. Outra alternativa é passar a cidade de Piquete sentido a Marmelópolis/MG e pegar a entrada para a estrada do Saequi, uma estrada de terra muito bem conservada que chega até o acampamento base do Marins. A Travessia Fizemos a travessia no feriado da páscoa, de 3 a 5 de abril de 2015. Essa travessia já estava planejada desde o ano passado e faz parte de um projeto nosso de fazer 4 travessias famosas no Brasil esse ano. O Luan que sempre me acompanha nas trilhas não pode ir devido ao trabalho, então ficou de apoio na logística nos levando até Piquete e depois fazendo o resgate em Passa Quatro, dessa forma quem me acompanhou nessa aventura foi meu pai Mario. Antes mesmo de entrarmos na trilha já tivemos a primeira aventura, contratamos um cara para nos levar de Piquete até o acampamento base do Marins pelo Bairro dos Marins, combinamos tudo e estava tudo certo, porém, ao chegar no trecho ruim da estrada o carro não subia e nada que fazíamos convencia ele a tentar subir, nisso chegou mais um carro com três chineses super gente boa que também parou no mesmo lugar da estrada. Arrumamos a estrada colocando umas pedras, madeiras e mato para o carro deles subir e depois ajudamos a empurrar no fim da subida até o carro sair do atoleiro, vendo nosso problema eles nos ofereceram carona até o acampamento base. Adoro esse espirito de companheirismo do montanhismo. Bom graças a ajuda chegamos ao acampamento base, pegamos água e começamos a subida, o plano para o primeiro dia era acampar no cume do marins. O inicio do trajeto é bem tranquilo por dentro da mata em uma trilha bem definida, depois de 15 minutos já começa uma bela subida em direção ao Morro do careca já sem proteção de arvores, bem exposta. O Morro do Careca esta a 1.608m de altitude e é realmente o inicio da trilha do Pico dos Marins. Desse ponto em diante a vegetação se transforma, deixando para trás o aspecto de mata atlântica, passando para pedra, muita pedra, vegetação rasteira, capim elefante e algumas flores como o Ypê Astro. Vale lembrar que não existe ponto de água potável no caminho até o cume, então tenha água suficiente para a subida. A trilha inicial é bem nítida e vai acompanhando a crista do morro de forma bem acentuada. Ao longo da subida a alguns mirantes e após alguns minutos já é possível avistar o morro do careca novamente. Boa parte da navegação é feita através de totens e alguns desenhos no chão(se for seguir as setas, siga as amarelas), o ponto de referencia para continuar até o primeiro maciço é o Grande Totem, uma enorme pedra que se equilibra sobre outra. O caminho é passando por ela e seguindo em direção a Pedra da Andorinha. Passando esse ponto, o topo do Pico do Marins deixará de ser avistado, do lado direito ficarão os paredões e outros maciços e do lado esquerdo as montanhas de Minas Gerais. Sempre siga os totens ou seu GPS, principalmente nas bifurcações para evitar entrar em locais de difícil navegação ou áreas de risco como as bordas dos maciços. Para quem é montanhista não precisa nem falar, mas nunca destrua os totens ou crie novos totens em qualquer lugar, isso atrapalha a navegação dos demais. Você deve sempre observar que o Pico dos Maris estará a sua direita praticamente a trilha toda e você irá contornar os outros picos menores pela esquerda, qualquer coisa diferente disso vocês esta no caminho errado . Chegando ao segundo pico os trechos de escalaminhada se intensificam e o primeiro desafio é “escalar” uma rocha, de aproximadamente 4 metros de altura, por uma fenda. Logo após contornar este segundo pico a trilha segue em direção ao cume do Pico dos Marins e você irá passar pelo vale dos cristais. A trilha que vai para o Marins e o caminho da travessia é o mesmo até pouco depois do vale dos cristais, a travessia em si não vai até o cume do Marins, ela segue direto sentido Marinzinho. A bifurcação fica marcada em uma “parede” inclinada de pedra com tinta amarela, mas não é muito fácil de se visualizar, o ponto de referencia se você for fazer o caminho direto para a travessia é a área de camping que existe assim que se chega à base do Pico dos Marins e que fica antes da nascente do Ribeirão Passa Quatro, ali você deve ir para a esquerda. Nós seguimos a direita sentido ao Marins e descemos no dia seguinte. Passando o acampamento ande para a direita e você já verá a descida para a nascente com um escorrega, não beba essa água, ela esta contaminada, mais para frente explico onde tem água potável(ou pelo menos bebível já que estamos vivos rsrsrs) para você seguir a travessia. Passando a nascente já esta próximo, agora basta seguir os totens e tocar para cima. Devido ao feriado a montanha estava muito cheia, o cume do Marins estava com mais ou menos 24 barracas, então decidimos que não iriamos dormir no cume e montamos acampamento em um plato a cerca de 10 minutos do cume. Ali ficamos acampados sozinhos no maior sossego , bem de frente com os dois últimos paredões, com uma vista privilegiada para o Pico do Itaguaré de onde surgiu a lua cheia e para as serras do Vale do Paraíba onde o sol se pôs. Nós saímos do acampamento base as 10:30h e por volta das 16:00h já estávamos com a barraca montada, o jeito foi deitar um pouco para descansar e ir mostrando o caminho até o cume para quem passava por nós e claro ir preparando tudo para curtir e fotografar o pôr do sol. O pôr do sol ali é uma visão incrível, ele clareia o Pico do Itaguaré com raios por trás do Pico do Marinzinho o que deixa uma faixa espetacular no Itaguaré com varias tonalidades incríveis, deixando o Pico ainda mais belo e a visão do vale também é de tirar o folego. A lua cheia também foi um belo espetáculo surgindo bem ao lado do Itaguaré e clareando tudo, fizemos comida praticamente sem lanternas graças ao brilho dela. Com a lua cheia também veio o frio, ficamos mais um tempo tentando tirar algumas fotos das estrelas mas o frio estava demais, jantamos e fomos dormir cedo para estar descansado para o que viria no dia seguinte. O frio estava demais, meu saco de dormir aguenta até 10º e não foi uma boa escolha a temperatura devia estar muito abaixo disso, coloquei segunda pele, blusa, meia, toca e deu para dormir rsrsrsrs No sábado acordamos as 6:30h e ainda estava bem frio, começamos a arrumar o café da manhã e desmontar as coisas, as nuvens no vale estavam incríveis, um lindo visual para começar o dia. Barraca desmontada, mochilas prontas, era hora de descer o Marins e seguir para o Itaguaré. Em todos os relatos que lemos sempre falavam que não existia água potável durante a travessia e devido a isso já subimos o Marins carregados com 4l cada um imaginando que essa água teríamos que guardar até chegar no Itaguaré. Porém no fim de tarde da sexta encontramos o Guto Guia, ele já guia o pessoal lá a um bom tempo e ele nos informou que antes do platô sentido Marinzinho havia uma grota com água e que ele já bebia essa água a 20 anos, isso nos animou e desanimou ao mesmo tempo, se soubéssemos dela antes o peso da subia até o Marins seria bem menor, mas tudo bem. Descendo o Marins quando você passar a nascente do rio Passa Quatro que é contaminada, você vai virar a direita sentido a área de camping e seguir reto em direção ao plato antes do Marinzinho, antes de começar essa subida, na esquerda você verá bastante árvores que se destacam da vegetação na travessia, a água esta ali, entre na trilhazinha por entre as árvores e você vai chegar no riacho, entre nele pisando nas pedras até uma pequena queda d’agua e pode pegar água ali, ela é uma água amarelada mas o Guto já havia dito que sempre consumia e nós também consumimos sem nenhum problema, foi bom para trocar por uma água mais gelada. Voltando para a trilha, o caminho é subir o maciço em direção ao Marinzinho, até esse trecho sem erro basta subir seguindo os totens e ai começa a jornada de sobe e desce até o Itaguaré. Ao chegar no topo desse maciço, o caminho é descendo pela esquerda e passar no meio do capim elefante até a lateral do Marinzinho, cuidado com os pés, o terreno estava encharcado, tivemos que andar apoiando no capim para não afundar a bota inteira. A subida até o cume do Marinzinho(que na verdade é mais alto que o Marins) é muito técnica, ela é feita pela lateral esquerda do pico, com muito, mas muito trepa pedra, se você tem medo de altura, esquece, chegou a hora de desistir, em varios trechos é preciso subir nas pedras na “beira do abismo”. Chegando ao cume do Marinzinho, a trilha passa sob algumas rochas grandes e inicia uma forte descida em direção ao vale que separa o Pico do Marinzinho da crista que segue para a Pedra Redonda, tenha em mente que seu ponto de referencia é a pedra redonda, você precisa chegar até ela. Passando esse ponto vem uma das partes mais tensas ou mais divertidas, depende do seu estado emocional. Existe uma descida quase vertical de cerca de 5m que é feita com a ajuda de cordas, não sabemos quando elas foram instaladas, mas são três cordas diferentes e em diferentes estados de conservação, é bom dar uma testada na corda antes de descer. Após a descida da corda, a trilha é íngreme terreno abaixo até chegar no fundo do vale, e logo em seguida uma pesada subida também íngreme em direção a crista que vai chegar na pedra redonda. Terminando a subida existe um ponto bom para descansar já praticamente de frente para a famosa pedra redonda, dali até ela são menos de 10 minutos. O caminho até ela segue o mesmo esquema, desce o pico e sobe o pico, chegando na pedra redonda você fica inconformado, a pedra não tem nada de redonda rsrsrs Dependendo do seu cansaço existe um ponto de camping em um pequeno vale atrás da pedra, nada muito grande, devem caber umas 5 barracas e um pouco mais para frente, cerca de 350m existe outro espaço para umas 3 barracas. Descendo a pedra redonda, passa por um vale e depois começa um caminho incrivelmente chato por entre bambus que fecham e criam um túnel, mantenha tudo muito bem preso na mochila, não deixa nada além da linha da mochila pois vai enroscar nos bambus e te atrapalhar. Passando os trechos de bambu se inicia uma nova subida de onde já é possível avistar a crista em direção ao Itaguaré, nós nos perdemos um pouco nesse trecho devido a altura do capim que tampou a trilha e enquanto estávamos procurando o caminho para iniciar a descida, encontramos um grupo de 4 pessoas que também estavam perdidos, encontramos a descida e o grupo se juntou a nós no caminho até o Itaguaré, ali é uma longa descida até chegar ao fundo do primeiro dos últimos 3 vales que se tem que atravessar, nesses trechos os totens ajudam bastante e da para confiar neles, como são menos pessoas que passam por esses trechos e não existem tantos caminhos a seguir, o número de totens também fica reduzido. Como agora estávamos em maior número, já tínhamos nos perdido uma vez e o caminho era só subida e descida, o ritmo foi menor e ao final do terceiro vale qual a surpresa? para continuar a trilha é necessário tirar as mochilas das costas e passar no meio das pedras carregando(ou arrastando elas), o que nesse trecho da trilha depois de tanta subida e descida faz a mochila pesar uns 15kg a mais. Depois dessa ainda chegamos em um ponto onde a seta indicava que o caminho era por cima de uma pedra muito alta e do lado dela havia um buraco(uma mini caverna), como estava complicado subir na pedra que a seta indicava, eu entrei no buraco e andei de coque pela esquerda até achar um buraco no teto entre as pedras, subi nele, voltei por cima das pedras em direção a onde a seta indicava, peguei a mochila de todos e ai sem peso nas costas uns subiram a pedra direto e outros foram pelo mesmo caminho. Passando essa pedra falta pouco, mas como em todo caminho, falta uma subida bem ingrime, vá seguindo os totens que não tem erro, essa é a subida final até a base do Itaguaré. Ao final dessa subida, a direita você vai sentido cume do Itaguaré e a esquerda, contornando uma grande pedra redonda pela esquerda você vai sentido a vários platos que são as áreas de camping e a nascente de um rio. Chegamos nesse ponto as 18:30h, já escuro, esfriando e uma chuva ameaçando cair, tudo o que eu queria era pegar água nova, montar a barraca e dormir. O primeiro camping era pequeno e antes do rio, então decidimos continuar com a mochila cargueira até o rio e ver como estavam as outras áreas de camping, o grupo que encontramos decidiu parar por ali mesmo, então fomos só meu pai e eu. Para entrar no rio você segue uma trilha pela direita que forma um túnel e vai caminhando por ela em direção a esquerda sempre seguindo o que deve ser um rio em época de muita chuva. Pegamos só um pouco de água ali pois ainda tínhamos um pouco e fomos em direção ao camping subindo por entre as pedras no escuro só com o headlamp o que não é tão legal assim. Para nosso alivio havia um pequeno espaço nessa área para uma barraca, já havia uma galera acampada lá. Assim que chegamos já comecei a montar a barraca e o pessoal que já estava acampado nos ofereceu um macarrão que eles tinham acabado de fazer, como tudo que eu queria era realmente deitar, só meu pai foi comer. Tudo arrumado, comi só um atum e cama. Essa noite foi bem menos fria que a noite no Marins, mas os ventos foram bem fortes durante a madrugada. Nosso plano era acordar cedo, subir até o cume do Itaguaré e ai ir embora até o ponto de resgate, porém, ao acordamos tudo estava nublado, com ventos fortes, sem visibilidade nenhuma e ai nosso ataque ao cume do Itaguaré já era. Desmontamos tudo então e ai vem a duvida, sem conhecer o caminho, seria uma boa partir por entre as pedras no meio daquela neblina até o ponto de resgate? Nessa o pessoal que estava acampado ali antes já estavam indo embora e perguntaram se queríamos ir com eles pois já conheciam o caminho. Nem precisaram perguntar duas vezes, já colocamos as mochilas rapidinho e os seguimos. Esse primeiro trecho saindo da área de camping é muito ruim, são descidas por pedras grandes e lisas, tinha trecho que era mirar em alguma coisa e descer escorregando e a ajuda deles foi muito bem vinda devido a baixa visibilidade. Como eu disse no outro post, adoro esse espirito do montanhismo de ajuda e por isso nunca negue ajuda a alguém que precisa se estiver ao seu alcance, logo na frente pode ser você a precisar. Após passar as pedras a trilha entra na mata e a descida fica muito bem demarcada, mais ou menos em 2 horas em ritmo tranquilo e estávamos no descampado onde é a área de regaste, já praticamente no fim da descida existem três riachos para pegar água caso necessário. Como chegamos muito cedo, por volta das 10:00h e nosso resgate só deveria chegar lá pelo meio dia ficamos lá conversando com o pessoal que nos ajudou na descida, troca telefone, troca facebook e ai quem sabe novas companhias para outras trips, depois ainda chegou um grupo grande do Rio de Janeiro que também conhecemos na trilha. Em resumo a travessia é espetacular, bem pesada, não recomendo para qualquer pessoa, existem muitos trechos bem técnicos e se for a primeira vez vá com alguém que conheça a região ou contrate um guia. Mesmo não subindo até o cume do Itaguaré valeu muito a pena, tivemos um pôr do sol e uma lua cheia de tirar o folego, fora as belas paisagens que só a Serra da Mantiqueira proporciona e já estava passando da hora de ter essa travessia no currículo. Dicas Planeje bem como será a logística da travessia, quem irá levar e quem irá resgatar se não quiser caminhar bastante em estradas de terra, mais abaixo vou deixar alguns contatos para ajudar nesse planejamento. Leve protetor solar, existem raros pontos com sombra. Sempre caminhe de calça e se possível vá de luva, o capim elefante corta bastante e subir as rochas com a luva ajudam um pouco. Mesmo com os pontos de água indicado, se for fazer a travessia em época de seca leve um pouco de água reserva, melhor sobrar do que faltar. É uma travessia pesada, só leve o que realmente for usar para evitar peso extra. Contatos Carlos Moura: E-mail: mantiqueiraexpedicoes@gmail.com Telefones:(12) 98109.3292 Facebook: carlos.moura.3998 Milton: E-mail: basemarins@yahoo.com.br Telefones:(11) 99770.1991 / (11) 98214.1992 Facebook: milton.gouveafranco Guto Guia: Telefones:(35) 3371.3355 / (35) 9169.9878 Facebook: guto.guia Paulo e Marcia(Novos donos do acampamento Base do Marins): Telefones:(12) 3152.4077 / (12) 3152.4977 / (12) 99606.2531 Facebook: alojamento.marins
  3. Como vão mochileiros? Estou aqui escrevendo mais um relato da nossa turma nesse último fim de semana, dia 29/04/2017. Saímos da pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG às 02h30min da manhã, rumo a Marmelópolis-MG. Chegamos à base do Marins às 5h - o tempo não estava muito bom e a estrada nem se fala. No momento que chegamos pensei em abortar a missão devido ao mau tempo, mas o ânimo da turma contagiou a todos, então partimos às 05h30min. Da esquerda para direita: Luiz, Éder, Samuel, Zé Renato, Nandão, Breno, João (Capita). Quando passamos o Morro do Careca o tempo estava começando a abrir. Deu para tirarmos algumas fotos no decorrer da subida - as imagens falam por si: Logo após essa subida, começou o perrengue. Eu havia esquecido de baixar a trilha no Wikiloc e a visibilidade era baixa, então nos perdemos. Demorou 1h30min até eu conseguir sinal para baixar a trilha e a acertarmos. #Perdidos Depois desse incidente, retomamos a caminhada. Passamos pelo Marinzinho e em seguida chegamos na parte da corda, onde a adrenalina “foi pro alto”! Seguem algumas fotos da descida: Nesse momento nosso companheiro Breno lembrou do que nós sempre falávamos pra ele que pra fazer esse tipo de trekking precisava de treino, em vários trechos chegou até a comentar que pagaria um helicóptero para ir busca-lo e que ele estava moído e mesmo assim não desistiu da caminhada e continuou. Depois da descida, andamos mais um pouco, paramos para o lanche e chegamos na Pedra Redonda: Logo em seguida a pedra do Picolé. Andamos muito depois da Pedra do Picolé até chegarmos em um trecho técnico e vermos o famoso portal, antes de chegarmos no Itaguaré. Passando o portal, chegamos no Itaguaré, mas não atacamos o cume porque a neblina estava muito intensa, então decidimos seguir até o final da trilha, que fica no Campinho. Detalhe importante até a chegada do Campinho: você desce muito, parece que não tem fim. Encontramos algumas pessoas que iriam acampar no Itaguaré e, por fim, exatamente às 14h31m, chegamos onde o resgata nos pegaria. Gostaria de agradecer à turma que foi e o incentivo de cada um. Há momentos em que a vontade de desistir é imensa e o psicológico conta muito, não basta ter só preparo físico se a cabeça não estiver devidamente preparada não adianta. Nosso amigo Breno aquele citado logo acima fez a sua primeira travessia e foi muito bem, disse que está firme para as próximas; nosso amigo Capita, que fala pra caramba, nos proporcionou muitas risadas e nos levou até a base do Marins no seu carro que parecia um 4x4, até o pessoal que fica no alojamento ficou espantado de ver como seu carro chegou lá; Éder, que se juntou a turma, é muito bom de trilha; Luiz, nosso companheiro de guerra, está muito bem de preparo; nosso líder da equipe, Nandão, dispensaria comentários - o cara é fora da curva, eu treino pra chegar no seu nível e um dia eu vou conseguir; e, por fim, nosso fotógrafo Zé Renato, esse manda bem nas fotografias - os créditos das fotos são todos dele. A ideia inicial desse e outros treinos é para o nosso projeto de atravessar a Serra Fina em 1 dia, nossa aventura mais ousada. Estamos ansiosos com a chegada da data e com certeza virá mais um relato sobre a trilha que muitos consideram como a mais difícil do Brasil. Gosto sempre de terminar meus relatos com uma frase, então aí vai: “A vida de cada um de nós pode ser comparada à conquista de uma montanha. Assim como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.” Considerações finais: Travessia: Marins - Itaguaré Começo da trilha:[b/] 5h30min Término da trilha: 14h31min Tempo total: 9h E que venha a Serra Fina.
  4. Travessia feita entre os dias 27 a 29/09/2013. Album completo com todas as fotos da travessia no link abaixo: https://photos.app.goo.gl/X6M4hGU39KwJ3uxF7 1º Dia Já passavam das 5:00h qdo lá estava eu, saltando do metrô com destino a area de embarque/desembarque do terminal rodoviário do Tietê, onde encontrei o Clovis e o Idolo já a minha espera. As 5:25h nos vemos ganhando a Ayrton Senna em uma viagem que levaria cerca de 4 horas até o acampamento Base Marins, local onde deixaríamos o carro e onde se inicia a trilha que sobe o pico dos Marins. Após uma viagem tranquila, chegamos em Piquete por volta das 7:30, onde fizemos uma rápida parada para um café da manhã reforçado e tb encontramos o Michel, conforme combinado previamente. Ele iria vir no carro do David e nos encontraria direto na base do Marins, mas que por conta de imprevistos de última hora, o David abortou a travessia e o Michel teve que vir de ônibus até Cruzeiro e depois pegar outro até Piquete. Para a sorte dele, havia uma vaga sobrando no carro do Clovis... Feitas as devidas apresentações e após degustar nosso desejum, partimos serra acima, em meio de uma manhã fria e totamente encoberta de 11ºC com uma leve garoa, que dava a impressão que o tempo não iria abrir. Lero engano. Bastou terminar a sinuosa subida da serra em direção a Delfim Moreira que as nuvens e a garoa rapidamente deram lugar a um belo céu azul com o astro-rei brilhando com força total, para a alegria de todos. Na verdade, as nuvens haviam ficado embaixo. Porém, como nem tudo é flores, fomos parados numa blitz policial, onde nos revistaram da cabeça aos pés como se fossemos suspeitos, pegaram os documentos do Clovis e eu tive a leve impressão que pareciam estar procurando algum motivo para nos enquadrar. Porém, bastou o clovis entregar seu documento da OAB junto com a CNH, que os policiais rodoviários logo mudaram o tom da abordagem, nem pediram para abrir as cargueiras (eu achava que iriam querer abrir as cargueiras, ai iria levar mto tempo para arrumar tudo depois), mas felizmente não o fizeram e logo fomos liberados. Vantagem de estar acompanhados de um advogado, rs Sem perder tempo, saimos rasgando dali e num piscar dos olhos, adentramos a estrada de terra que leva a fazenda saiqui. Passamos por um mata-burro e tocamos em frente em direção ao acampamento base Marins. E após chacoalhar por quase 50 minutos, chegamos ao acampamento base as 8:55h, onde o Marco já nos aguardava. Curiosamente, não havia ninguém no acampamento base, só nós. Nem o Milton estava lá. Após ajeitarmos as cargueiras, alongar aqui, ali e acolá, pusemos pé na trilha pontualmente as 10:00. Pessoal no acampamento base Marins A subida até o morro do careca foi rápida, eu e o Marco chegamos lá por volta das 10:28h e os demais chegaram logo depois. No pit stop, nos presenteamos com a bela visão do colchão de nuvens no vale do Paraíba a qual deixamos para trás e após vários cliques, iniciamos a dura subida em direção ao chapadão, que fica na base do Pico dos Marins, local onde fariamos nosso 1º pernoite. No morro do careca Alguns minutos de caminhada do morro do careca, se chega a um descampado onde se encontra uma placa que indica as altitudes e que ali é o inicio "oficial" da trilha para o pico dos marins. Água está localizado seguindo por uma bifurcação a esquerda ao lado da placa e é a única de toda a subida. O ideal é pegar pelo menos de 2 a 3 litros, dependendo do consumo de cada um. Na placa que indica o inicio oficial da trilha para o Marins e a travessia. É, a caminhada até aqui era só um leve aquecimento, a trilha começa para valer mesmo a partir dessa placa.... Cantis carregados e mochilas nas costas, passamos a placa e iniciamos "oficialmente" a trilha. Após passarmos por um curto trecho no frescor da mata fechada, logo emergimos definitivamente nos campos de altitude, onde o sol passou a nos cozinhar. É a partir dai que a moleza acaba e inicia-se a primeira longa subida rumo ao pico, que eu considero o trecho mais puxado de toda o trajeto até a base do Marins, principalmente por conta da trilha ser mto erodita ali. A subida é ardua, o sol já estava castigando, e só de olhar a pirambeira ingreme logo a frente, cansava até a vista. Subida em direção ao 1ºmaciço trecho de escalaminhada e trepa-pedra Embora tenha bem piores, como o Corcovado e a Pedra da mina (sem contar as subidas fortes da travessia da serra fina), a subida do Marins pode parecer uma subidinha de morro qualquer, mas mesmo assim, debaixo de sol forte não é brinquedo não.... Com ritmos diferentes, o pessoal foi aos poucos, se distanciando uns dos outros. O Marco disparou na frente e eu estava logo atrás dele, enquanto os demais iam ficando para trás. Clovis trouxe 1 par de Walk-talks para nos comunicarmos, e disse que eu poderia seguir em frente e que não era preciso parar para esperar ele e os demais, se não quiser. Mas por conta de alguns trechos confusos como o labirinto, optei por fazer paradas mais longas para esperar e guiar o pessoal até passarmos pelo trecho onde a navegação é confusa e mais complicada, pois de todos, apenas eu e o Michel já haviamos subido o pico dos Marins antes. Nisso, o Marco já havia me avisado que continuaria seguindo na frente e foi questão de 20 minutos de paradas para aguardar os demais, que eu o vi bem distante, já lá em cima, virando a esquerda no trecho do 2º maciço em direção ao "funil". Depois de muita escalaminhada e subidão desgastante, as 14:35 finalmente cheguei ao trecho do chapadão, onde montei barraca numa area de acampamento na 1º base do Marins (e também referência para a bifurcação para a travessia) para o então merecido descanço. Nesse tempo, vi o Marco subindo em direção ao cume do Marins já de ataque, pois havia chegado lá meia hora antes de mim. Após montar minha barraca e forrar o estomago com um belo almoço regrado a arroz, feijão, purê de batata e atum, me limitei a permanecer ali descançando e aguardando os demais, que só chegaram bem depois, por volta das 16:20. No final do dia, só eu e o Clovis fomos ver o por-do-sol em um morro próximo a area de acampamento. Após todos estarem mais descançados, ficamos apreciando a bela noite estrelada e contemplando o prazer de donos absolutos do lugar, já que não havia mais ninguém ali e eramos os únicos acampados no local. Após as 21:00hs, todos se recolheram as suas respectivas barracas e logo capotaram, afinal, descançar era preciso, pois o dia seguinte seria bem mais puxado. A noite foi tranquila com frio ameno em torno de 04ºC e assim como os outros, logo peguei no sono. 2ºDia O Sábado amanheceu com céu azul e livre de qualquer vestígio de nuvens, o que indicava que o dia seria igualmente aproveitavel com visão total de todo o entorno e do trecho da travessia. Com o cansaço do dia anterior, ninguém levantou para ir ver o nascer do sol no cume dos marins. Após um belo café da manhã, barracas desmontadas e mochilas nas costas, iniciamos a travessia para o Itaguaré as 7:55h. Pelo roteiro, tinhamos que sair da base do Marins até no máximo 8:00hs, por conta do tempo de percurso até o Itaguaré levar cerca de 7 a 8 horas em um ritmo relativamente forte e a ausência de pontos de água em todo o percurso. Aproveitamos para recarregar nossos cantis com a água na nascente que fica do lado do inicio da subida para o Marinzinho (no chamado "morro da baleia"). E novamente 3 litros são mais do que suficiente para todo o trecho. O trecho inicial da travessia sobe por esse morro em formato de "baleia". Iniciamos a subida do morro da baleia nos orientando por diversos totens pelo caminho até chegarmos a um trecho plano para então iniciar uma curta descida até uma area de "charco" em um pequeno vale, onde a trilha reaparece. Após passarmos pelo charco, iniciamos a ingreme subida do paredão do Marinzinho pela sua encosta esquerda nos guiando pelos totens. A trilha cruza obrigatóriamente pelo topo do Marinzinho . Durante a subida, vestígios de trilha vão aparecendo pelo caminho e fazendo um certo zig-zag para contornar os enormes rochedos que compõe o maciço do marinzinho até chegar ao primeiro cocoruto. De lá, se tem a 1ºvista do topo do marinzinho e ao chegar no topo, somos presenteados com a belissima visão do entorno e todo o trecho da travessia a percorrer até o Itaguaré. Subida do Marinzinho Area de "charco" na subida do Marinzinho Pico do Marinzinho a esquerda, Pedra redonda mais abaixo no centro e Itaguaré bem ao fundo Esse trecho não apresenta maiores dificuldades de navegação e após passarmos por uma area de acampamento (para cerca de 3 barracas) na base do Marinzinho, as 8:40 chegamos ao cume do ponto mais alto de toda a travessia, o Pico do Marinzinho na cota dos 2.432 metros de altitude. Ao chegarmos lá, aproveitamos para fazer nosso 1º pit stop para mastigar umas barras de cereais, molhar a goela e obviamente, cliques e apreciação da belissima vista de 360 graus e também do Marins visto de outro ângulo, que são de tirar o fôlego. Base do Marins vista da subida do morro da baleia (trecho inicial da subida do Marinzinho) Area de acampamento na base do Marinzinho Cume do Marinzinho O Pico do Marinzinho é o 1º pico da travessia sentido Itaguaré que se cruza e o último para quem vem no sentido contrário. No topo, há 2 placas indicando os caminhos e também a bifurcação para a pousada do Maeda. Se tiver problemas durante a travessia, pode abortar descendo por ali, que é uma rota de fuga. Após o pit stop, retomamos a pernada agora caminhando pela crista do cume do marinzinho, que é composto por enormes rochedos. Pouco antes de iniciar a descida em direção a pedra redonda, a trilha se enfia no meio de 2 enormes rochedos, o que nos obriga a passar engatinhando por baixo deles. Em meio de outras 2 rochas, há um local plano onde é possivel bivacar. Uma das belas vistas do topo do Marinzinho Pedra redonda em destaque, visto do cume do Marinzinho Trilha se enfia por baixo dessas 2 enormes rochas e continua do outro lado.... Placa no cume do Marinzinho Após iniciar a descida, chegamos a borda leste do marinzinho, onde visualizamos o enorme vale que iremos descer e logo em seguida a subida e o trecho da crista até a Pedra redonda na sequencia, que parece estar perto, mas está a cerca de 2 horas de caminhada ainda. Continuamos a descida e ao chegarmos numa area de paredão, encontramos cordas estratégicamente instaladas p/ auxílio na descida. Há cerca de 4 cordas postas ali, a de cor vermelha é a mais nova. Dei uma testada nelas para ver se estavam bem firmes e ai comecei a descer. Vencido esse trecho, temos uma descida forte até o fundo do vale entre o Marinzinho e a Pedra redonda, que são de lascar. É que a partir desse ponto, os bambuzinhos aparecem e começam a enroscar na mochila, portanto, se estiver carregando isolante e barraca pelo lado de fora, tente coloca-los para dentro da mochila ou proteja-os de outra forma, senão os bambuzinhos e o capim elefante irão acabar com eles. Vista do enorme vale entre o Marinzinho e a Pedra redonda As cordas fixas para auxilio na descida do marinzinho Pico dos Marins visto do topo do Marinzinho Após atravessar o pequeno vale, iniciamos a subida em direção a crista da Pedra redonda. Porém, percebi que um dos membros do grupo estava em um ritmo mto menor que os demais, o que me deixou preocupado qto ao tempo que iriamos levar até o Itaguaré. Eu e o Marco estavamos na frente, enquanto outros 2 do grupo, ficaram acompanhando 1 dos rapazes que estava mais lento. Assim como no dia anterior, o grupo foi se distanciando uns dos outros, por conta do ritmo variado. Marco para variar, disparou e dessa vez, permaneci logo atrás dele, e após a subida do vale, as 11:40 já estavamos na crista, bem próximos da pedra redonda que já era visivel logo a frente. Descidão nervoso do Marinzinho.... Caminhada na crista da pedra redonda com o marinzinho ficando para trás.... Seguindo pela crista em direção a Pedra redonda Enfim, chegando a pedra redonda, que representa a metade do caminho... As 12:06 finalmente cheguei a Pedra redonda, só para constatar que na verdade, a pedra redonda não é redonda e sim uma enorme pedra rochosa em cima de outra maior com uma rachadura que parecem estar se equilibrando no topo a meio caminho. Fiquei mais tempo do que normalmente ficaria ali para aguardar um dos rapazes que estava mais lento e mesmo após 30 minutos ali, nada dele aparecer. Pelo roteiro, teriamos que chegar até a Pedra redonda com no máximo 3 horas e meia de caminhada a partir da base do Marins. Enquanto isso, encontramos com um grupo que estava fazendo a travessia só de mochila de ataque e haviam iniciado a subida as 7 da manhã no milton e pretendiam fazer a travessia no modo "light and fast", ou seja, de uma vez só, chegando no acampamento base Itaguaré no final do dia. Aproveitamos para trocar idéias com eles, enquanto descançavamos. Jararaca tomando sol na trilha Pico dos Marins visto da Pedra Redonda O papo estava bom, mas o tempo estava passando, o relógio já marcava 12:45 e com o tempo estourado em quase 1 hora, eu e o Marco conversamos e decidimos que seguiríamos em ritmo forte na frente porque vimos que só tinhamos água suficiente para chegarmos ao Itaguaré. Eu estava com pouco mais de 1 litro de agua + 500 ml de gatorade e o Marco com menos de 1 litro apenas. Avisamos os demais e seguimos em frente, mas tivemos que apertar muito o passo para recuperar o tempo perdido. A partir da pedra redonda, se inicia um longo trecho de descida em meio a enormes tufos de capim elefante. Tivemos alguns perdidos em alguns trechos da descida, pois em alguns pontos, a trilha torna-se invisivel e é preciso abrir caminho no meio dos tufos para visualizar a picada e assim, continuar seguindo em frente. Deixando a pedra redonda O trecho a percorrer visto da pedra redonda Nesse trecho o gps do Marco ajudou bastante, mas foi o farejo de trilha que mais fez diferença, pois quase não precisamos recorrer ao gps, o que nos economizou um tempo precioso. Eram 12:56 e a nossa frente viamos o Itaguaré e o pico das grutas parecendo estar próximos, mas ainda havia uma longa caminhada com 2 descidas e subidas de vales que nos separavam deles. Terminado a descida da pedra redonda e passado o trecho onde o capim é mais alto, a trilha fica mais visivel novamente o que tornou a navegação mais tranquila. Após subirmos um leve morrinho e passarmos por um trecho plano, a trilha fica mais demarcada e passa a seguir pela crista a esquerda, mas ainda com uma discreta descida (quase plana) em direção a base da Pedra redonda. Caminhando pela crista em direção ao Itaguaré Após chegarmos na base, passarmos pelo primeiro descampado para umas 3 barracas. A partir desse ponto, o terreno nivela de vez e a caminhada fica mais tranquila. A trilha segue em frente, porém com alguns trechos um pouco confusos, por conta de algumas bifurcações que não levam a nada. Caso entre em alguma dessas bifurcações, basta retornar e pegar o outro caminho. Uma das areas de acampamento na base da Pedra redonda Com o tempo bom e a maior parte da navegação no visual, eu e o marco fomos seguindo em frente a passos fortes até que as 13:50, passamos por outra area de acampamento desde a pedra redonda, essa bem maior que a anterior, que deve caber pelo menos umas 6 ou 7 barracas. Nesse ponto, era possivel ver todo o trecho de descida percorrido desde a Pedra redonda. o "pontinho" da Pedra redonda no alto (a esquerda) ficando para trás.... Em alguns instantes, parava para olhar para trás para ver se conseguia ver os demais descendo pela encosta da pedra redonda, mas não conseguia ver, o que me fez supor que ainda estavam lá no topo aguardando... 1 hora desde a Pedra redonda, passamos por outro descampado menor, para cerca de 4 barracas, porém com o problema de ser um pouco exposto aos ventos e como os demais, não ter água próxima. Após passarmos por esse último descampado, visualizamos logo a frente, os 2 vales que teriamos que vencer para alcançarmos o pico das grutas com o Itaguaré bem imponente a frente parecendo que estava "logo alí", mas ainda havia muito chão pela frente. Chegando na primeira descida de 2 grandes vales, que só de olhar, impressiona... Chegamos ao inicio da descida do 1º dos 2 vales e pensei: num creio, qdo olhamos do alto do Marins ou do Itaguaré, a gente não vê esses 2 vales e imagina que todo o caminho é feito pela crista com poucos trechos de subida e descida. Bem, a 1ºvez a gente sempre se surpreende mesmo. A vista dos 2 vales é muito bonito, mas o buracão é de impressionar ao mesmo tempo que só de olhar as 2 subidonas logo a frente cansava até a vista. Mas como as aparências enganam, tão logo iniciamos a ingreme descida do 1ºvale, a mesma não durou mto e já nos vemos subindo o outro lado. Após ter subido o primeiro dos 2 vales maiores entre a Pedra redonda e as grutas A subida, embora curta, era íngreme, com alguns lances de escalaminhada e alguns trepa-pedra, o que me fez parar algumas vezes para recuperar o folego. Em compensação, a trilha é bem demarcada nesse trecho e por isso, nosso avanço foi mais rápido. Nesses poucos minutos entre as 2 paradas, o marco disparou na frente e eu tive um outro perdido na subida do 1º vale, pois deixei passar uma bifurcação a esquerda que era a continuação da trilha. A que eu estava virou a direita e terminou em um enorme paredão sem continuação, o que me fez perder um certo tempo até me dar conta que deveria ter passado alguma bifurcação que era a continuação da trilha. Procura aqui, ali, acolá e nada....Na hora pensei: como uma trilha bem demarcada termina no nada assim? Provavelmente a bifurcação é discreta, por isso passou batido. E ainda um pouco preocupado por conta do horário e o cansaço da subida, joguei a cargueira no chão e resolvi descer um pouco a trilha para procurar melhor a bifurcação, com mais calma e sem o incomodo do peso nas costas. As pernas estavam um pouco bambas por conta de termos andado com relativa pressa afim de otimizarmos tempo, mas bastou um breve descanço e reencontrar o caminho para logo retomar a caminhada afim de alcançar o marco. Após a subida do primeiro vale, a trilha segue bem demarcada pela lateral esquerda de um cocoruto, onde vou contornando pelos rochedos evitando ganhar altitude. O trecho plano é curto e logo iniciei a descida do 2º vale, onde vi de longe o Marco terminando a subida. Durante a descida, tive outro perdido. A trilha vira para a direita e termina no nada, mas uma outra discreta bifurcação a esquerda sugere que o caminho é por ali, em curtos zig-zags. Por isso, se estiver sem gps, é importante ficar bem atento. Nos vales, o capim elefante e bambuzinhos, se misturam com vegetação mais típica de mata atlantica, o que me proporciona um alivio temporário no frescor da sombra da mata, antes de retornar ao alto da crista. A subida do 2º vale embora curta, não dura muito e logo me vejo emergindo de dentro da mata para o sol voltar a cozinhar minha testa novamente. As 14:55, estou novamente na crista já próximo da base do pico das grutas, no trecho final antes do Itaguaré. A partir dali, a caminhada fica mais leve e tranquila, pois as subidas e descidas de vales finalmente acabaram. Do alto, tive a bela visão dos 2 vales vencidos e da crista percorrida desde a Pedra redonda. E para meu alivio, visualizo o pico das grutas bem a minha frente e o Marco me aguardando sentado em uma enorme rocha junto com a galera que tava só de mochila pequena de ataque. Fiquei sabendo depois que ele os alcançou e ainda ultrapassou eles. Agora sim, Pico das grutas a vista e Itaguaré bem próximo.... Pico das grutas e olha lá o Marco de boa me esperando (quem manda ser mais lento e ainda perder a trilha lá atrás? rsrs) Com o terreno nivelado e trilha demarcada, voltei a apertar o passo e as 15:18, passo por mais uma area de acampamento para cerca de 5 a 6 barracas na base do Pico das grutas, mas sem água próxima. Nisso, aproveito para tirar algumas fotos das enormes rochas que compõe o cume das grutas, e agora mais próximo do Itaguaré, reduzo o ritmo, pois sei que estou bem perto do final e pelo horário, havia recuperado o tempo perdido na primeira metade da caminhada até o Pico da pedra redonda. Do descampado, se tem uma bela visão do Itaguaré bem a frente, agora sim, bem perto, o que acabou dando um folego extra. Mais 10 minutos e alcanço as primeiras rochas do cume das grutas, onde reencontro o Marco, que já estava ali a quase 30 minutos me aguardando. Ah, se não fosse aquele maldito perdido lá atrás.....:quilpish:: Clareira na base do pico das grutas Do pico das grutas até o acampamento na base do Itaguaré leva em torno de 50 minutos, então não me preocupo e resolvo fazer um pit stop mais longo para molhar a goela e apreciar a bela vista de todo o trecho percorrido com a Pedra redonda em destaque e o Marinzinho logo acima, com o Marins a esquerda bem distante. O pico das grutas é um cume composto por várias e enormes rochas que parecem que foram empilhadas umas nas outras. Em alguns trechos, tivemos que saltar de uma rocha a outra por conta de alguns buracos, mas nada demais. As 16:20 nos vemos descendo o último e curto vale em direção a base do Itaguaré e ainda teriamos um trecho chato da travessia para vencer. Enfim, chegando a base do Itaguaré Na última subida antes de chegar a area de acampamento do Itaguaré, chegamos a um trecho entre enormes rochedos, onde foi necessário tirar as mochilas e se arrastar junto com elas por dentro das fendas até o outro lado. Algumas setas indicam o caminho e ali lembra um pouco a bat caverna. Após emergimos do outro lado, continuamos a subida e chegamos a outro trecho onde agora a bola da vez foi içar as mochilas por cima das rochas e novamente se arrastar por baixo delas até o outro lado. Nessa parte, o Marco literalmente trepou a enorme rocha e conseguiu alcançar a parte de cima sem precisar se arrastar por debaixo delas. Eu não me arrisquei e optei por ir por baixo mesmo. Passado esse último trecho e mais 10 minutos, finalmente chegamos a bifurcação onde a direita sobe para o cume do Itaguaré, e a esquerda, desce até as areas de acampamento na base. Na bifurcação, existe uma seta apontando a direita indicando "Marins". Nesse ponto, já se avista as areas de acampamento e o pequeno valezinho logo abaixo, onde está o tão desejado e precioso líquido. O marco estava um pouco a frente e como não conhecia o caminho, pegou uma bifurcação errada e acabou subindo um pouco o morro, enquanto eu peguei a correta por já conhecer o local e logo me vi descendo rapidamente o vale. Vi ele lá em cima e dei um grito para orienta-lo qto ao caminho correto, pois as trilhas se confundem nesse trecho (se ele continuasse a direita, iria parar em um precipício) Passando pela bifurcação com a seta indicando "Marins" Então, as 16:50 alcanço o riachinho do Itaguaré e aproveito para recarregar meu cantil que estava quase vazio (só tinha cerca de 400 ml de água apenas). Marco chega logo em seguida e após nos fartamos do precioso líquido (a dele inclusive já havia acabado), retomamos o caminho e finalmente as 17:05 com 8 horas cravados de travessia desde a base do Marins, chegamos ao enorme area de acampamento na base do Itaguaré para literalmente, desabarmos ali. E para a nossa alegria, não havia ninguém acampado no local. Com isso, fomos donos absolutos do lugar. Nem precisamos dizer que comemoramos o sucesso da empreitada, afinal, mesmo com o tempo estourado, conseguimos chegar ao Itaguaré no horário limite previsto e ainda com sol. Pelo roteiro, nosso objetivo era chegar entre 16:00 e 17:00h, para ter tempo de montar as barracas com calma e ainda ir ver o por-do-sol. Enfim, no discreto riacho na base do Itaguaré, coletando o precioso liquido E finalmente, Marco e eu na base do Itaguaré para o merecido descanço O duro ali foi montar as barracas, pois as rajadas de vento estavam muito fortes naquele fim de tarde, o que de certa forma, já era o prenuncio de que o tempo iria virar naquela noite. Com isso, deu um certo trabalho para montar as barracas, mas sem grandes problemas. Os últimos raios do dia coloriam o alto do Itaguarezinho e o frio de altitude já se fazia presente, me obrigando a colocar uma blusa de moleton. Barracas montadas, marco literalmente desabou dentro da dele e nem foi ver o por-do-sol no cume do Itaguaré. Se bem que nem eu fui tb, estava exausto e como já havia visto em outras 2 ocasiões que ali estive, só pensei em comer algo. Mas mesmo assim, subi um morro do lado para ver se conseguia ver o pessoal vindo pelo alto do pico das grutas, mas nem sinal algum deles. Meia hora depois, começou a escurecer e imaginei que eles haviam decidido acampar em alguma das areas de acampamento entre a base da Pedra redonda e o das grutas. Só fiquei imaginando em qual deles. Então, desencanei e resolvi ir até o cume do Itaguarezinho para curtir o visual das cidades do vale do paraíba e também para ver se havia alguém acampado por lá, mas também não havia ninguém. Já mais descançado, fiquei só curtindo o céu estrelado e as luzes das cidades lá embaixo, no vale do paraíba. Já havia passado das 20:00hs e nisso, vi alguns relampagos bem distantes, o que era um prenuncio que estava vindo um temporal daqueles. E nessa hora eu só dava graças a deus por já estar no Itaguaré. Depois de curtir o local, desci até a base, preparei minha janta e fiquei fazendo hora dentro da barraca, enquanto a comida esquentava. Marco já havia capotado, os fortes ventos haviam cessado e o silêncio havia tomado conta de vez daquele belissimo vale na cota dos 2.260 metros de altitude. Mas nem tudo foi calmaria: Ao retirar alguns doces da mochila para pegar o feijão, arroz e a salada de atum, um camundongo (ratinho de altitude) veio fazer sua refeição. Pegou um pedaço de bolo que eu havia deixado de lado de fora e nisso, acabo sendo obrigado a joga-lo fora. Outro camundongo apareceu na sequencia com o mesmo objetivo e eu dei uma rasteira na grama, afim de assusta-los, o que deu certo, pois fugiram para dentro da mata e não voltaram mais, mas percebi que estavam na moita. Depois desse incidente, tomei alguns cuidados e guardei todos os alimentos bem embalados e dentro da mochila que estava dentro da barraca, fechando o ziper logo em seguida. Com isso, não tive mais nenhum incidente desde então. Após uma janta farta com direito a arroz, feijão, salada de atum, ervilha e batada com um belo sucão e alguns doces como sobremesa, entro na barraca, me enfio dentro do saco de dormir e logo pego no sono, mas que infelizmente dura pouco tempo, pois por volta das 22:30h, acordo com o barulho de trovões próximos e ao enfiar a cabeça para fora a barraca, vejo tudo encoberto e a visão totalmente prejudicada, com os primeiros pingos de chuva começando a cair. Então, volto para dentro do saco de dormir e em 10 minutos, a chuva veio forte, mas como já estava dentro da barraca, estou bem protegido e nem me preocupo, apenas fico aguardando os trovões pararem para então voltar a dormir. A chuva foi rápida e com o afastamento dos trovões, o silêncio logo voltou e ai então consegui pegar no sono novamente, imaginando que o resto da noite prometia ser tranquila. A maior parte até foi, mas no final da madrugada a calmaria foi quebrada por uma nova pancada de chuva, que veio mais forte que a anterior e me acordou de vez. Mas ainda assim, consegui dormir mais um pouco, pois ainda estava muito cansado do dia anterior e só queria ficar deitado. 3º dia O Domingo amanheceu totalmente encoberto e chuvoso, ventava bastante e eu tive que ficar atento para possiveis infiltrações no interior da barraca com a chuva que havia começado as 4:30 e não havia parado até então. Eram 6:30 e a chuva estava mais fraca, mas ainda constante. Para os ventos, havia colocado rochas enormes em cima das estacas, afim de dar um reforço extra as mesmas. Como a previsão do tempo indicava, o tempo realmente virou no sábado para o domingo, então resolvi tomar meu café da manhã dentro da barraca mesmo, e já ir arrumando as coisas, afim de iniciar a descida tão logo desmontasse a barraca. Após tudo pronto, fiquei de boa dentro da barraca só com o isolante e até dei uma rapida cochilada, qdo o marco me chamou dizendo que a chuva havia parado, mas perguntando se eu iria descer agora ou se esperaria os demais chegarem. Isso porque, só nós estavamos acampados lá. Face oposta do Itaguaré A imponente serra fina vista do alto do cume do Itaguarezinho Acampamento na base do Itaguaré visto do alto do Itaguarezinho A chuva havia dado uma trégua, as nuvens estavam bem mais acima e por isso, não tivemos a visão prejudicada pela neblina. Mesmo sem o sol, pudemos nos fartar de fotos com direito até a subir o Itaguarezinho, afim de observar a bela vista do vale do paraíba com outras nuvens mais abaixo de nós, cobrindo boa parte das cidades. Eram nuvens em cima e embaixo, visão única e diferenciada. Descemos até o vale e resolvemos fazer um pouco de hora ali, para esperar os demais. Subi parte do Itaguaré, para ver se conseguia avistar o pessoal vindo. E após algum tempo, os vi bem distantes, emergindo na crista antes da base do Pico das grutas. Gritei para sinalizar e eles responderam. Mas ainda estavam muito longe, a cerca de 2 horas de caminhada de onde eu estava. Vale do Paraíba visto do alto do cume do Itaguarezinho O amplo cume do Itaguarezinho, um dos 2 picos menores que compõem a base do Itaguaré A esquerda, Itaguarezinho, a direita vista do vale do Paraiba sentido Rio Desci e avisei o marco que avistei o pessoal, mas que estavam muito longes ainda. Como já havia passado das 10:00h e havia combinado com o resgate para nos esperar entre 12:00 e 14:00h, aliado ao fato de que estava começando a chover de novo, resolvemos descer na frente. Para esse trecho final da travessia, 1 litro de água é o suficiente (e que já havia pego no dia anterior), então nem me preocupei, pois sei que lá embaixo, há 3 pontos de água potavel. Trecho final da travessia visto da base do Itaguaré. Destaque para o Pico das grutas a direita No inicio da caminhada ainda pela crista, o vento voltou a ficar forte o que dificultou bastante a caminhada, ainda mais com chuva fraca, mas assim que desescalaminhamos a enorme pirambeira da rocha que compõe o pico menor, logo mergulhamos na floresta, onde os campos de altitude deram lugar a mata atlantica e a descida passou a ser feita por trilha bem larga e batida em meio a mata fechada. Nisso, a chuva parou e a descida pela trilha até o acampamento base foi bem tranquila. As 11:00h, fizemos um pit stop debaixo de um enorme rochedo para um lanche rapido (no local há 2 locais ótimos para acampar, bicavar e até se proteger da chuva). Após o lanche, descemos rapidamente e as 12:15 alcançamos o acampamento base Itaguaré, onde nosso resgate já nos aguardava. No acampamento base Itaguaré Depois de comemorar o fim da travessia e batermos algumas fotos na placa que indica o fim, logo adentramos na Kombi e voltamos até o ponto de partida, o acampamento base marins, onde chegamos as 13:20. Depois voltamos na caminhonete do Marco para buscar os demais que já estavam nos aguardando assim que chegamos. Com todos reunidos novamente no acampamento base marins, e após nos despedirmos do Marco e do Michel, eu, Idolo e o Clovis estacionamos em um restaurante em Piquete e mandamos ver um belo de um PF com uma coca geladona afim de comemorarmos o sucesso da empreitada. De estomago forrado e revigorados, retomamos a viagem de volta a SP, onde chegamos por volta das 22:30h, cansados, mas felizes. ---------------------------------------------- Como chegar ao Pico dos Marins - Pra quem vem de SP ou Rio, via Dutra: Pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) saída 51, seguir pela BR 459, passar por Piquete e logo em seguida (800 metros) virar à direita para a Estrada Viscinal José Rodrigues Ferreira que dá acesso à Vila dos Marins. Quando chegar ao fim do asfalto, que é na saída da Vila dos Marins, suba à esquerda até o final da serra, passe o portal do município de Marmelópolis na divisa SP-MG, entre à direita e logo em seguida você chegará ao Acampamento Base Marins. Outros detalhes e maiores informações aqui: http://www.marinzeiro.com/como_chegar.html#sprj -> Água se encontra no acampamento base e no morro do careca (a cerca de 50 minutos de caminhada do acampamento em uma bifurcação a esquerda ao lado da placa que indica o inicio da trilha). Depois só no topo, em uma nascente afluente do riacho passa quatro no trecho de chapadão. A nascente está escondida e fica praticamente do lado do inicio da subida do pico do marinzinho, bem a leste. -> Se for fazer a travessia para o Itaguaré, saia da base do Marins até no máximo 7:30. Em um ritmo relativamente forte, leva-se entre 7 a 8 horas da base do Marins até a base do Itaguaré já incluindo as paradas para descanço pelo caminho e também nos picos da Pedra redonda e Grutas. Então, se quiser chegar no Itaguaré ainda de dia para poder montar a barraca com calma e ainda curtir o por do sol, esteja subindo o pico do Marinzinho antes das 8:00. Com isso, você estará chegando na base do Itaguaré entre 16:00 e 17:00hs. -> Na descida do pico do Marinzinho em direção a pedra redonda, há algumas cordas fixas para auxilio da descida. A corda mais recente que colocaram lá é a vermelha. Teste ela e as demais para ver se está bem firme antes de utiliza-la. Use as demais para prender e descer a cargueira, se for o caso. No geral, dá para descer tranquilamente ali, mas em caso de ventos fortes, mta atenção ali, pois o vento pode te desequilibrar. No horário que passei ali, o vento estava mto forte e o equilibrio ficou prejudicado, por isso optamos por tirar as cargueiras e desce-las utilizando uma das cordas, por medida de segurança. -> Procure chegar na Pedra redonda em um tempo máximo de 3 horas e meia desde a base do Marins. Se levou mais tempo que isso, terá que apertar o passo, exceto se acampou na base do Marinzinho ou iniciou a travessia bem cedo mesmo (antes das 6:30h). Ainda assim, fique atento ao tempo de caminhada, se não quiser chegar ao Itaguaré no escuro. A trilha entre o pico das grutas e a base do Itaguaré tem trechos confusos e onde é necessário saltar de uma pedra a outra. Há um trecho inclusive que é necessário tirar as mochilas para passar por uma fenda e uma outra que precisará tirar novamente a mochila e iça-la por cima das rochas, para então ter que se arrastar por baixo delas até o outro lado. Se não quiser ter que passar por tudo isso a noite, mantenha um ritmo bom ou acampe em uma das clareiras na base da Pedra redonda ou grutas, terminando a travessia no dia seguinte. -> Não há água em todo o trecho da travessia, só no sopé do morro da baleia (inicio da subida do Marinzinho) e na base do Itaguaré. Atente-se a isso. O riacho da base do Marins (que fica mais a direita e é caminho para quem sobe até o cume do Marins, não é confiável e está poluída, portanto não recomendo beber dessa água nem com clorin) Eu levei 2 litros + 1 de gatorade para a travessia da base marins até o Itaguaré. Na subida do Marins, pode-se economizar no peso subindo com 2 litros e e deixar para recarregar nos poções da pequena nascente que fica a poucos metros do inicio da subida do morro da baleia, esse que compõe a subida em direção ao Pico do Marinzinho. Essa nascente é afluente daquele riacho na base do Marins que está poluído, mas nesse trecho ele está bem acima e a água é de boa qualidade. No 1º pernoite, se for utilizar essa água para lavar as mãos, panelas e etc, colete a agua necessária e lave as panelas ou as mãos longe da fonte, para não contaminar a nascente. -> Não se preocupe em procurar o local onde fica a água na base do Itaguaré. A trilha passa obrigatóriamente pelo vale onde fica a nascente. E a mesma fica próxima da area de acampamento, então não tem erro. -> No cume do Itaguarezinho (morro que fica a direita para quem vem da travessia), há vários locais de acampamento protegidas e é um ótimo lugar para acampar e ver o nascer do sol logo pela manhã. Há uma trilha bem aberta que sai da principal entre a area de acampamento e o riachinho que leva diretamente até o cume. Em menos de 10 minutos, se atinge o cume. -> No cume do Itaguaré não há areas de acampamento e a trilha da travessia não passa por ali. Apenas há uma bifurcação que sobe até o cume e interliga com a da travessia, que vem bordejando a encosta direita do Pico. -> Combine previamente com o responsável no acampamento base Marins como será feito o resgate na base do Itaguaré, se optar por ir de carro e deixar lá.Caso optem por ir de onibus ou queiram voltar por Passa quatro/Cruzeiro, acrescente mais 4 a 5 horas de pernada pela estrada de terra até a rodovia, onde há linhas de ônibus regulares para essas cidades.
  5. CLÁSSICA E REVOLUCIONÁRIA: TRAVESSIA MARINS X ITAGUARÉ X 32 .........’’Amoitados juntos à Estação Túnel da Mantiqueira, na divisa entre Passa Quatro-MG e Cruzeiro-SP, observamos atentamente os desdobramentos da Revolução de 1932. De um lado as tropas mineiras à serviço do ditador Getúlio Vargas. Do outro lado do túnel, as tropas paulistas, capitaneadas por inescrupulosos senhores do café, que na ânsia de voltarem ao poder, sustentam vergonhosamente uma guerra estúpida, com a desculpa de se fazer uma nova constituição. Por incrível que possa parecer, é uma batalha travada por soldados que ontem mesmo eram irmãos, serviam juntos em vários quartéis espalhados pelo Brasil e agora lutam uns contra os outros por uma causa que nem eles mesmos sabem qual é. A batalha é sangrenta e já vitimou centenas de vidas dos dois lados do túnel. Os paulistas resistem bravamente entrincheirados ao longo da Serra da Mantiqueira, desde o Pico da Gomeira até o Itaguaré, parece mesmo que a batalha vai ser longa. De onde estamos é possível ver uma chuva de balas vindas do lado paulista e logo passa apressado o capitão médico da força pública, o senhor Juscelino Kubitschek de Oliveira, que mais tarde, em 1.955 se tornará presidente do Brasil. J K volta carregando em uma maca o tenente Coronel Fulgêncio de Souza Santos que havia sido atingido por um tiro de fuzil e faleceria logo depois, sendo mais um a tombar em combate. Como a coisa estava ficando feia, resolvemos tentar sair dali o mais rápido possível, mas foi nesse momento que uma granada caiu no local de onde estávamos, vindo a explodir a um palmo dos nossos pés. Essa foi a deixa para Eu e o Dema pararmos de viajar na maionese e voltarmos à 2014......” A Travessia Marins X Itaguaré acabou se tornando um clássico do montanhismo nacional. Quando cruzamos por aquelas paragens no inverno de 2001, praticamente não encontramos ninguém, as trilhas eram confusas e os caminhos ainda guardavam muitas dificuldades para os raros montanhistas que se aventuravam por aquelas íngremes encostas rochosas. Muito alardeado por ser na época o ponto culminante do Estado de São Paulo, o Pico dos Marins foi cada vez mais chamando a atenção de gente de todos os cantos do Brasil. O Marins perdeu o posto de pico mais alto do estado para a Pedra da Mina, também na Serra da Mantiqueira, mas nunca deixou de perder seu brilho, ainda mais quando depois que um grupo de Campinas abriu e “sinalizou” a famosa travessia em 1993. Pois bem, passado mais de 13 anos desde a minha primeira caminhada por essa serra, achei que já era hora de voltar, ainda mais quando vislumbrei a possibilidade de emenda-la com outra famosa trilha, a da Revolução de 32. Para essa nova empreitada, como não poderia deixar de ser, convidei meu amigo Dema que havia estado comigo em 2001. Era hora de provar para nós mesmos que poderíamos estar velhos, mas ainda não estávamos acabados. Para compor o resto do grupo foram convidados ainda o Eduardo loures, o Marcos Prince, o Will Lian e Luciano Lourenço. Sendo que estes quatros últimos praticamente jamais tinham pisado em uma montanha antes, em compensação pesavam a favor deles todo o vigor que só a juventude poderia lhes dar. Combinamos de nos encontrarmos de madrugada na cidade de Lorena-SP. Eu e o Dema Vindos de Sumaré-SP e os outros da capital do estado. Uma da madrugada Eu e o Dema nos juntamos ao grupo em Lorena e como o Eduardo e o Prince já haviam conseguido uma carona para Piquete-SP, coube a um parente do Luciano que também mora em Lorena, nos dar uma carona e unir todo o grupo. Todos unidos em Piquete, tentamos persuadir um cara com uma Vam a nos levar até o bairro dos Marins, que fica a 15 km de piquete e a 21 km do acampamento base do pico dos Marins, onde nossa travessia começaria. O cara não teve dó, por dinheiro nenhum largou a maldita cachaça par nos levar, então mandamos ele a merda e resolvemos enfrentar todo o caminho a pé mesmo, quem sabe não rolaria uma carona. Jogamos as mochilas às costas e nos pusemos a caminhar pela rodovia sentido Itajubá-mg e meia hora depois abandonamos essa rodovia e entramos à direita em direção ao Bairro dos Marins, onde a placa indicava a direção do pico de mesmo nome. Passamos pela igrejinha que fica do lado esquerdo e seguimos enfrente, um pé à frente do outro, caminhando madrugada adentro. Pouco a pouco o sono vai tomando conta da gente e em uma curva do caminho, paramos para um breve descanso. Foi aí que eu cheguei a uma conclusão : Não precisa ser a mãe Dinah para adivinhar que muito provavelmente o Will e o Luciano não conseguiriam ir até o final nessa travessia e que a minha bota, ainda mau amaciada, acabaria com o meu pé. Aos poucos o rio que corre ao nosso lado direito vai ficando cada vez mais próximo e em outra curva do caminho, às 05 horas da manhã, nos jogamos em um gramadinho à beira da estrada e por quase duas horas tiramos um cochilo, esparramos sobre uma lona preta. O dia amanhece lindo e o Pico dos Marins anima a galera a continuar seguindo enfrente, mesmo sabendo que será uma tarefa árdua, porque o caminho só sobe e agora teremos a companhia do sol a nos desgastar mais ainda. Finalmente às 07h30min desembocamos no bairro dos Marins e logo à frente pegamos a esquerda, seguindo as placas indicativas. A estrada asfaltada da lugar a um calçamento e logo o calçamento se reveza com estrada de barro e logo mais à frente chegamos a uma cachoeira, enfim água fresca. Já andamos mais de 15 km desde Piquete e daqui para frente a estradinha fica cada vez mais íngreme e o Will e o Luciano vão ficando cada vez mais para trás, o que nos obriga a esperá-los por muito mais tempo. Mas não demora muito para o Luciano enfim conseguir uma carona e levar a tira colo o Will com ele. Aliás, fica aqui um protesto contra os montanhistas motorizados, que passaram por nós e não ofereceram caronas, muitos com seus carros 4 x 4 totalmente vazios. Como não há sofrimento que dure para sempre, finalmente ao meio dia chegamos ao acampamento base do pico dos Marins, tiramos nossas mochilas das costas e desmaiamos de canseira. O Will e o Luciano já haviam se dirigido para o Pico do Careca, então o que tínhamos a fazer era cozinhar algo para comer e tentar refazer o roteiro que havíamos traçado e que já havia ido “pro saco” faz tempo. Traçamos uma meta de alcançar o topo do Marins até o anoitecer, não iria ser fácil, mas teríamos que tentar, mas antes decidimos comer e beber até não aguentar mais. Alimentados, nos despedimos dos amigos do Campo Base, atravessamos a porteira de arame e nos enfiamos trilha adentro. Cruzamos uma língua de mato e em menos de 20 minutos interceptamos a estradinha que da acesso ao Pico do Careca. Em mais meia hora atingimos um platô, onde as vistas se alargam. Aqui a estradinha foi fechada por uma porteira, em 2001 ela seguia até o topo do Careca. Então nos enfiamos por uma trilha larga e para nossa surpresa encontramos o Luciano e o Wil lagarteando ao sol. Imaginávamos que eles teriam seguido a trilha em direção ao Marins, ganhando tempo já que eles estavam umas 3 horas à nossa frente. Passamos por eles e desembocamos no topo de rocha nua a 1.638 metros de altitude. O Pico do Careca é um ótimo lugar para acampar, um pouco exposto em dia de muito vento, mas com um visual incrível, principalmente das íngremes paredes do Marins. Em 2001 acampamos aqui e pegamos uma noite de lua cheia espetacular e uma temperatura muito baixa. No local também existe uma clareira junto à mata, bem mais abrigada e com água perto. Quando todos chegaram ao topo, nos reunimos para uma foto com o Marins ao fundo e essa seria a ultima foto com a galera toda reunida. Nosso caminho vira à direita, entra na mata, passa pela clareira citada, onde uma placa nos diz que estamos no caminho correto, atravessa um pouco de mata e minutos depois nos leva ao aberto e nos encaminha para uma trilha larga com um sulco arenoso e em meio ao capim elefante. Ela sobe sem dó, passa por lajes rochosas e uma hora depois chegamos a uma ótima área de acampamento, onde paramos para esperarmos o Luciano e o Will, que estavam subindo a passos de tartaruga tetraplégica, (rsrsrsrsrsrs). Seguindo pelas pedras expostas chegamos a borga de um Canyon, onde fizemos mais uma parada para uma foto em uma grande rocha que beirava o abismo. O caminho seguinte se enfia no meio dos grandes matacões, seguindo alguns totens e outros sucos de trilha. Na minha memória eu imaginava que teríamos que bordejar todo o topo deste morro, deixando-o a nossa direita, mas parece mesmo que a trilha foi realocada para cruzar por cima e não ao lado ou é mesmo minha memória que envelheceu e eu tenha me esquecido deste trecho 13 anos depois da nossa passagem por ali. Seguindo então por cima do grande morrote pontilhado por grandes rochas, vamos avançando aos poucos, pulando de pedra em pedra quando é necessário e logo nos deparamos com uma parede rochosa de outra montanha, desta vez intransponível. Sentamo-nos à beira da parede para apreciarmos o visual e esperarmos os mais lentos. O caminho a seguir não poderia ser outro: desce-se do morrote e pega-se para a esquerda, onde iremos ter que contornar a montanha deixando-a a nossa direita. Aproveitando o sulco nítido e nos guiando por uma seta pintada na pedra, escalamos grandes rochas e ganhamos um pouco de altura, mas não muito. Foi aqui que encontramos um grupo que havia se perdido, voltando do Marins para o acampamento Base. Vendo-os totalmente desorientados, demos sinais para que subissem até onde estávamos e então lhes indicamos o caminho correto. Contornando parte da montanha, logo nos deparamos com uma grande parede, onde uma corda serve de guia e de amparo para a subida. Passado esse trecho, pegamos para a esquerda e fomos seguindo em direção a um vale e como os meninos continuavam ainda muito lentos, vou sinalizando com meu bastão na parte da trilha arenosa para onde eles devem seguir. Logo chegamos a uma área de acampamento e vendo que o sol já começava a querer se jogar no oeste, resolvemos parar e esperar que todos se juntassem. Já passava das 17h30min e o Luciano e o Will nada de aparecer. Gritamos por eles e nada, os caras sumiram. Preocupados, fomos atrás dos caras e logo encontramos o Will e muito tempo depois apareceu o Luciano, que disse que havia tirado um cochilo na trilha. Diante da situação, resolvemos que seria hora de pararmos e montar acampamento ali mesmo, racionar o pouco que tínhamos de água, prepararmos uma janta e fazer com que os meninos descansassem bem e se recuperassem para o dia seguinte. Pra nós quatro já haviam ficado bem claro que o Luciano e o Will não tinham a menor condição de seguir enfrente naquela travessia, pelos menos no tempo em que a gente tinha proposto para empreitada. Mesmo assim jamais havia passado pelas nossas cabeças deixa-los para trás. Caberia a eles o bom senso de avaliarem suas condições físicas e tomarem a decisão de retornar, mas mesmos assim estávamos dispostos a persuadi-los a irem pelo menos até o cume do Marins, o que já seria um grande feito, haja vista que essa era a primeira vez que os caras pisavam em uma grande montanha. Eu e o Dema ficamos em uma barraquinha de dois lugares, o Will montou também a sua barraquinha e os outros três dividiram mais uma barraca. A temperatura apesar de fria encontrava-se excelente para essa época do ano, já que estávamos a mais de 2.000 metros de altitude, mas o Will e o Prince foram para montanha sem saco de dormir e sofreram de tanto frio e se esses caras tivessem pegado a temperatura que pegamos no passado, teriam virado picolé. Foi realmente um erro de principiantes, que poderia ter lhe custado um sofrimento ainda maior e desnecessário, espero que tenham aprendido a lição. O dia amanheceu novamente extraordinário e com ele se renova a nossa esperança de nos colocarmos novamente no nosso roteiro original. Tomamos café e partimos logo bem sedo. A trilha entra no capim e um minuto depois já estamos novamente nos pendurando em mais uma parede íngreme, sem mesmo dar tempo de aquecermos os motores. Agarrando- nos nas saliências da rocha, ganhamos altura e logo nos encostamos na grande parede que já havíamos avistado desde de quando começamos a pequena escalaminhada. O caminho vai seguindo pela esquerda e vamos nos equilibrando em uma lamina de pedra com todo cuidado, até que hora e meia depois já temos à nossa frente um selado e mais acima o Pico do Marinzinho, mas não é para aquela direção que iremos, pelo menos por enquanto. Vamos seguindo pela rocha nua, nos guiando pelos totens, deixando o Marinzinho agora à nossa esquerda e nos direcionando para o próprio cume do Marins. Passamos por duas lombadas e logo começamos a descida até a água, que marca o início da subida final até o topo do Marins. Antes de descermos essa ultima rampa de pedra até a água o Will nos comunica que não irá mais continuar conosco nessa travessia, irá somente até o topo do Marins e resolve esconder sua mochila por ali mesmo e seguir sem carga. Enquanto ele esconde a cargueira, deslizamos rampa abaixo e ao chegar a água, jogamos as mochilas no chão e fomos nos fartar de tanto beber o precioso liquido, mas não sem antes colocarmos algumas gotas de hidrosteril afim de tratá-la , já que uma placa indicava que poderia haver contaminação. O ponto de água no pé do Marins é um grande encontro de montanhistas de tudo quanto é lugar. É ali que a galera acaba trocando informações, planejando futuras travessias e é ali também que caminhantes acaba por encontrar velhos amigos de outras travessias, resumindo, uma festa, uma grande confraternização. Antes de seguirmos nosso caminho final até o cume, escondemos também nossas mochilas no capim junto à água, primeiro que é muito mais fácil subir leve ao cume do que carregando 15 ou 20 quilos nas costas e também porque nosso caminho para a Travessia do Marins para o Itaguaré parte exatamente alguns metros dali e não há porque gastar energia para subir e descer carregado. Seguindo os totens e o caminho óbvio, que é subindo a grande rampa, vamos caminhando rapidamente, de rampa em rampa, de pedra em pedra, parando de vez enquando para uma foto que nos indica qual será o caminho que seguiremos para o Itaguaré , depois que voltarmos do Marins. Às 10 horas da manhã passamos por uma área de acampamento e pouco depois por mais uma, desta vez ocupada por três barraquinhas, que logo depois serão avistadas novamente quando tivermos na rampa final rumo ao cume. Alguns metros antes do topo passamos por mais uma área de camping e finalmente às 10h20min fizemos uma pose para a grande foto no cume do PICO DOS MARINS – 2.421 METROS. Chegar ao topo de uma grande montanha como o Marins é uma sensação muito boa, principalmente depois de um grande esforço como foi o nosso, vindo desde lá de Piquete até o cume, mas ver a cara de satisfação dos amigos principiantes , não tem preço. Pisar no topo é a coroação para os determinados, para aqueles que tiveram que superar seus limites, tiveram que ir além das suas forças. E isso foi o que aconteceu principalmente com o Will e com o Luciano, apesar dos pesares, os dois foram bravos, superaram todos os limites físicos e psicológicos que só uma grande caminhada e uma grande montanha podem impor. E como eu nunca me canso de dizer: As pessoas não superam montanhas, as pessoas superam limites, as pessoas superam a si mesmas, para provar para si mesmas que são capazes de qualquer coisa, subir montanhas é só mais uma. Ficamos no topo por mais ou menos uma hora, escalamos algumas grandes rochas, conversamos com outros montanhistas e descemos a todo vapor e só paramos quando estávamos de novo de volta à água, onde paramos novamente para uma refeição fria e discutirmos que rumo tomaria nossa expedição. Logo em seguida chegou o Luciano, anunciando também a sua desistência de continuar a travessia. O Will já havia se despedido de nós e já havia tomado o caminho de volta para o Acampamento Base. Por algum motivo, talvez incompatibilidade de genes, o Will e o Luciano não quiseram descer juntos, cada um tomaria seu próprio rumo. Mesmo assim pedimos para que um grupo que desceria depois deles os auxiliassem caso precisassem, não queríamos que os dois tivessem o mesmo fim do Escoteiro Marquinhos, que ao descer o Marins em 1985, desapareceu sem nunca mais ser encontrado e hoje permanece como o maior mistério do montanhismo nacional. Pois bem, agora nosso grupo seguiria somente com quatro integrantes, Eu, Dema, Eduardo e o Prince. Poderíamos imprimir um ritmo um pouco mais rápido porque, mesmo havendo uma diferença bem grande de idade, com total “desfavorecimento” para Eu e o Dema, que eram os idosos do grupo, ainda assim a “velha guarda ainda tava” aguentando o tranco. (Rsrsrsrssrsrsrsrs).Jogamos as mochilas às costas e partimos decididamente às 13:00. Pulamos o riacho, abastecemos as garrafas com 3 litros de água por pessoas e subimos a rampa até a metade e fomos nos guiando em direção a área de acampamento que estava da direção do Marinzinho. Aqui não tem erro, precisa olhar para a grande rampa de pedra que sobe a encosta da montanha e tocar para cima, às vezes se guiando pelos totens, outras vezes subindo por onde dá até chegar ao topo para depois descobrir que é um topo falso e que o verdadeiro ainda está muito mais à frente. A sequência do caminho é pela esquerda do topo principal, tem que descer e ir contornando até conseguir escalaminhar sua parede e ir subindo aos poucos até o cume verdadeiro. Nós gastamos para ir do ponto de água até o cume do Marinzinho 2.432 metros de altitude, o ponto mais alto de toda nossa travessia, umas duas horas, mas imprimimos um ritmo não muito rápido porque paramos muito para apreciar o visual e tirarmos umas boas fotos. O cume é marcado por uma grande pedra, onde é muito difícil de subir, mas com ajuda dos companheiros, lhe dando apoio para os pés é possível fazer uma foto no ponto mais alto. Nós ainda pegamos uma placa que existe embaixo e levamos para cima do grande matacão e aí fizemos uma foto espetacular. O Dema e o Prince ainda se arriscaram a saltar de cima do monólito para outra pedra mais embaixo, um pulo ariscado de mais para um lugar ermo e sem nenhuma chance de socorro, mais confesso : a foto dos caras ficou de dar inveja, (rsrsrsrsr). O nosso objetivo era acampar junto a Pedra Redonda e por isso tínhamos que nos apressar para não pegarmos trilha à noite. A saída do Marinzinho é pela esquerda, como indica uma pequena placa colocada ali pelo pessoal da pousada Maeda, aliás, do próprio Marinzinho parte uma trilha para a pousada, encurtando a travessia para quem já estiver sem condições de prosseguir e quiser ir embora para casa mais sedo. Seguindo um totem, também à esquerda, contornamos uma pedra e damos de cara com um vale gigantesco que teremos que descer e para começar, teremos que nos pendurar em uma corda, colocada estrategicamente para dar segurança na descida. A descida é lenta e penosa, porque a tendência é que a mochila te jogue abismo a baixo e então é preciso fazer muita força no braço para não se emborrachar lá embaixo. Terminada a descida, descemos atrás dos arbustos até o fundo do vale e então começa uma enorme subida, onde temos que escalaminhar e botar os joelhos na boca para podermos chegar ao cume de mais um morro. No topo é possível admirar a grande descida que acabamos de descer e também ter uma das mais belas visões de toda a travessia, que a visão magnífica da Pedra Redonda, se fundindo com o Itaguaré ao fundo. Mas infelizmente não há tempo para muita contemplação, pois já passa das 16h00min e logo o sol já vai começar a se recolher, portanto demos adeus ao cume e começamos novamente a descida em direção a Redonda. Vamos descendo como dá, seguindo totens ou simplesmente pulando de pedra em pedra, desescalando, escalaminhando, abrindo mato no peito, escorregando, passando por dentro de pequenas tocas até finalmente alcançarmos os 2.353 metros do cume da Pedra Redonda. Cume é modo de dizer por que a pedra é realmente difícil de subir, dois monólitos um encima do outro, que por incrível que pareça, nem de longe são redondos ( bom, de longe é sim, rsrsrsrs). Pois é, a Pedra Redonda é pura ilusão de ótica. Há uma medíocre área de camping junto à pedra, mas a não ser que se chegue por aqui realmente destruído, o melhor mesmo é seguir por mais algum tempinho e encontrar um lugar mais descente para esticar o esqueleto. A descida começa por entrar na mata , mas logo sai e começa a contornar mais um pequeno morrote, até voltar a entrar na mata, virar a esquerda e sair em campo aberto. Passa por mais uma área de camping, mas igualmente medíocre, passamos batido até atravessarmos por um alto capim elefante e nos vermos a beira de uma grande descida. Nós queríamos acampar de qualquer jeito , pois o sol já estava nas últimas, por isso resolvemos não descer até a crista logo abaixo. Voltamos e resolvemos abrir uma nova clareira de acampamento. Junto à trilha larga no meio do capim elefante, encontramos um bom local para cortamos as folhas do capim. Fomos cortando as folhas com uma faquinha de cozinha e jogando no chão para forrá-lo e protegê-lo da umidade. Fizemos um serviço tão bom, que essa agora é sem dúvida a melhor área de camping de toda a travessia, cabendo umas três barraquinhas de dois lugares. A noite caiu e a temperatura estava novamente muito boa. Fizemos o jantar e como desta vez estávamos menos cansados que na noite anterior, pegamos nosso fogareiro, nossas lanternas, um pouco de água , chás e cappuccino e fomos uivar para lua e celebrar a vida no topo do morrote que havíamos descido depois da Pedra Redonda. Ficamos por lá até depois das oito da noite, observando as estrelas, jogando conversa fora e planejando futuras caminhadas e novas explorações. Depois descemos e cada um se recolheu para a sua barraca e foi ter sonhos mais impossíveis de realizar. Bem cedo, acordamos. Desmontamos rapidamente as barracas e logo partimos sem mesmo tomar café, pois não havia água para tal luxo. Tínhamos agora meio litro de água por pessoa para realizarmos a travessia entre a Pedra Redonda e o pico do Itaguaré. Atravessamos novamente por dentro do capim elefante e logo chegamos à borda do platô, onde havíamos acampados. Na grande crista uns 150 metros de desnível abaixo de nós, identificamos ao longe um grupo grande e suas barraquinhas coloridas. Fomos descendo com cuidado, ora pulando e descendo pedras, ora seguindo por dentro de caminhos nítidos por dentro do capim. Chegamos à crista e começamos a imprimir um ritmo muito rápido, sem quaisquer paradas, avançávamos destruindo tudo que aparecia à nossa frente, seja bambuzinho, capim elefante ou outro obstáculo qualquer. Não demora muito, tropeçamos em uma barraquinha, onde um senhor de uns 60 anos ou mais, acampava solitário. Perguntamos ao velho se teríamos água antes do Itaguaré e ele com todo simpatia nos disse que não. Despedimo-nos e fomos conversar com o resto da galera que estava alguns metros à frente, em outra grande área de acampamento. Além da turma que havíamos encontrado no Marins, estavam também outros montanhistas de idade avançada. Era uma expedição guiada que estava fazendo a travessia ao contrário, do Itaguaré para o Marins. Até aí nada de mais, a diferença é que o homem velho que havíamos encontrado primeiro era nada mais nada menos que o S.r. Afonso, juntamente o guia que havia sido dispensado pelo grupo de escoteiros no fatídico sumiço do Marquinhos em 1.985, pena que fiquei sabendo disso somente quando me deparei com toda a história, dias depois, já em casa. Seguimos enfrente, sempre seguindo alguns totens e tentando nos manter sempre na crista e logo chegamos à beira de mais um gigantesco vale verdejante, onde se tem uma vista espetacular do Itaguaré. Paramos ali para mais algumas fotos, para bebermos o último gole de água do cantil e nos lamentarmos de não termos conseguido encontrar nenhuma água desde o Marins. Nossa pernada continua para a direita, onde logo encontramos uma larga trilha que se enfia na mata e desce ao fundo do vale, para depois voltarmos a subir novamente e retomarmos a altitude perdida. Mas não sem antes termos que suarmos muito para escalarmos muitas lajotas ásperas, nos enfiarmos por debaixo de matacões que insistiam em travar nossas mochilas, nos obrigando a retirá-las e a arrastá-las feito um saco de batatas. Cansados já estávamos a muito tempo, mas agora a sede vai tomando conta das nossas entranhas e cada passo dado vai se tornando em um tormento, que só acaba, ou é esquecido, quando as grandes formações rochosas vão aparecendo e inundando a nossa alma. Eu e o Dema procuramos uma grande rocha em especial, uma rocha que havíamos escalado em 2001, no auge da nossa forma física, em tempos onde a juventude e a irresponsabilidade reinavam sobre nós. Queríamos provar para nós mesmo que apesar da idade, ainda éramos capazes de nos agarrarmos feito lagartixas naquela pedra e chegar ao topo, 13 anos depois. Atravessamos mais um selado, sempre com as mesmas dificuldades dos anteriores. Vamos subindo e escalando outras grandes pedras e nos maravilhando com a grande visão oeste do Pico do Itaguaré, que guardada as suas devidas proporções, se parece muito com o Agulhas Negras. Do nosso lado direito, um deslumbrante Canyon se descortina, onde a centenas de metros a baixo, uma mata ainda dos tempos de Cabral, reina absoluta e quando a GRANDE PEDRA que procurávamos aparece, não demora para Eu e o Dema nos atirarmos à borda do vale e nos posicionarmos ao pé do nosso desafio. São duas grandes rochas, uma equilibrada sobre a outra, bem a beira do precipício. O Dema vai primeiro, apoia-se em minhas mãos e faz a alavanca até conseguir se agarrar em uma saliência mais acima. Toma impulso e se projeta encima da primeira pedra. Deita-se e me estende as mãos. Tomo impulso também e me agarro firmemente e o resto é puro esforço e superação física até eu conseguir chegar ao topo do primeiro desafio. Aproveitando que o Dema já se encontra deitado sobre a pedra, aproveito o embalo para pisar em suas costas e me catapultar para o cume da formação rochosa e logo em seguida dar a mão e facilitar que o Dema também atinja o topo. Agora somos dois velhos amigos se regozijando de tanta felicidade. Dando uma banana para a idade, gargalhando do tempo. Somos dois homens de meia idade que se recusa a abandonar o montanhismo, mesmo que muitos digam que é hora de parar. A gente não desiste fácil e mesmo que o corpo possa dar sinal de cansado, o espírito ainda faz planos de outras grandes aventuras e enquanto tivermos forças para carregarmos nossas mochilas, estamos nas trilhas, no mato, nas montanhas, nas cavernas, nos cânions, nas praias desertas ou em qualquer outro lugar onde formos desafiados pela mãe natureza. O Eduardo e o Prince também vão ao topo da “nossa” pedra e logo todos nós estamos partindo para o estirão final até o Itaguaré, afinal de contas a sede já estava nos matando. Passamos por dois irmãos que moram na mesma região que eu e o Dema e continuamos em passos apressados, escalando, pulando, passando por baixo, passando por cima de outras tantas pedras que eu nem poderia descrevê-las com exatidão, mas o caminho é bem óbvio, há de se ir seguindo os totens e sulcos de trilhas e às vezes algumas marcações pintadas nas rochas, até que sem perceber estamos encostados à grande parede do Pico do Itaguaré, mas sem água, nos recusamos a ir ao cume, pelo menos por enquanto. Se o nosso corpo ainda estava aguentando o tranco depois de tantos anos, o nosso cérebro não estava colaborando muito, pois não nos lembrávamos de onde seria a tal água do Itaguaré. Da parede de acesso ao Itaguaré, saem várias trilhas para todos os lados, o que acaba confundindo o trajeto a seguir. Os dois irmãos chegam e também não fazem ideia do caminho a seguir e olha que eles estiveram ali há poucos anos. Usando a nossa experiência e intuição, vamos descendo em direção ao vale verdejante logo a baixo, nos guiando em direção ao selado entre duas pequenas montanhas a nossa frente. Uma trilha tosca acaba se perdendo no vale logo abaixo e então a abandonamos em favor de alguns totens à nossa esquerda, o que acabou nos levando a uma clareira de acampamento, de onde parte a verdadeira trilha. Aí foi só ir descendo por ela até nos depararmos com um pequeno córrego, enfim Água! Eram exatos meio dia e além de matarmos a sede com a água muito melhor que a do Marins, assassinamos a fome comendo tudo que estava ao nosso alcance, enquanto batíamos um bom papo com os dois irmão, que de tão cansados, não foram ao topo do Itaguaré e isso não é exceção, boa parte dos montanhistas que passam por ali, estão tão extenuados que não tem forças nem para ir até o cume, uma pena porque é uma linda subida. Nós não quisemos nem saber, escondemos nossas mochilas no mato e seguimos “voados” para cima. Passamos novamente pela clareira de camping, contornamos uma grande rocha, que ficou à nossa esquerda e logo estávamos novamente na grande parede rochosa que dá acesso ao cume. Pegando um caminho alternativo, (poderíamos ter seguido alguns totens), escalamos nos valendo das fissuras ásperas da parede rochosa e logo ganhamos grande altura. Logo seguimos um pouco mais para a esquerda, onde a visão das nuvens bem abaixo de nós, nos fez pararmos para algumas fotos e logo estávamos em um platô, de onde os mais tímidos não passam e costumam ficar por ali mesmo, admirando a paisagem. Deste falso cume é possível atingir umas formações rochosas espetaculares e de lá, se assombrar com o vazio que se descortina a sua frente. Mas a gente não se contenta com pouco, queremos o ponto mais alto. E para ir ao cume verdadeiro é preciso enfrentar uma fenda potencialmente perigosa, se esgueirar ao lado de um abismo, escalar uma grande rocha e fincar de vez o pé no PICO DO ITAGUARÉ – 2.308 metros. Que lindo lugar! Que sensação maravilhosa essa de estar acima das nuvens, de olhar a mediocridade da civilização lá de cima. Tudo é belo e esplendoroso, estamos realmente extasiados diante do poder desta visão arrebatadora. Não importa quantas vezes se vai ao topo de uma grande montanha, a gente nunca se cansa de admirar. Estamos todos no topo e o clima de euforia contagia cada um de nós. Valeu cada gota de suor derramado, cada aranhão, cada tombo, cada queda, cada escorregão, cada joelhada na rocha, cada calo no pé, cada esfolada e furada de espinho nos dedos. O sofrimento é passageiro, mas as lembranças destes momentos no topo, não há tempo que apague. Satisfeitos, partimos! Abandonamos o cume e voltamos para o lugar onde havíamos escondido nossas mochilas, no caso a água do Itaguaré. Jogamos as mochilas às costas, pulamos o riozinho e pegamos a trilha que em pouco tempo chega a uma bifurcação, onde pegamos para a direita e saímos logo na grande área de acampamento. Estamos no selado, bem no meio das duas montanhas, que víamos quando já estávamos na parede do Itaguaré. Aqui foi onde titubeamos para encontrar a trilha de saída, mas chegando a primeira área de camping é preciso pegar para a esquerda e subir a montanha se guiando por alguns totens até que diante de uma grande rocha, a trilha quebra para a esquerda e desce de vez ao vale, se enfiando em algumas verdadeiras voçorocas, até se enfiar de vez na mata e virar quase uma estradinha de tão larga. O caminho a seguir é um pé à frente do outro, sentindo todas as dores nos joelhos possíveis, já que o caminho só desce e seguirá assim por quase duas horas, até que às 15h30min chegamos ao primeiro riacho e então o caminho arrefece e logo cruzamos novamente o mesmo rio e ao cruzarmos ele pela terceira vez, desembocamos no gramadinho à beira da estrada, é o Barreiro, a Travessia Marins x Itaguaré chega ao fim. No gramadinho final é o lugar onde todos que fazem essa travessia são resgatados e levados de volta para o acampamento base do Marins. Por estrada de terra são quase 20 km de distancia. Em 2001 nós enfrentamos esse pedaço caminhando, mas é um esforço descomunal, feito em quase cinco horas de caminhada. Passa da 16h00min e o sensato é ficar por ali, tentar uma carona ou mesmo acampar e seguir só no dia seguinte, já descansado. Nosso corpo diz que é hora de parar, encerrar a caminhada, comer uma comida quente, dormir em uma cama macia, mas nosso espírito de aventura insiste em dizer que devemos seguir enfrente, aproveitar o feriado de quatro dias por inteiro, terminar de fazer aquilo que a gente havia proposto quando abandonamos nosso lar há três dias. Para a esquerda é o caminho para a cama e comida quentinha, para a direita é o caminho para o desconhecido, para as dores nas pernas, para sofrimento sem limite. Pegamos para a direita. E naquela estradinha vazia, deserta e sem nenhum movimento, fomos seguindo, arrastando nossos corpos destruídos, feitos zumbis que vagão sem rumo. Caminhamos até um amontoado de casas e seguindo a informação de um morador, pegamos para a direita em direção ao povoado de Caxambu. A estradinha sobe um pouco, passa por entre algumas casas, enfrente a um sítio e sobe loucamente e quando chega ao topo, a noite já se foi. A nossa intenção é assim que possível, arrumar um lugar para acampar porque ninguém mais tá aguentando de cansado e de tanta fome. Andamos, andamos e nunca chegávamos a lugar nenhum. A fome era tanta que eu já estava torcendo pelo aparecimento de um despacho para poder me apoderar do frango. Quando chegamos a um cruzamento, pegamos para a esquerda e entramos em uma área de mata, onde paramos junto a uma bica de água. Dei uma revistada no local para ver se havia a possibilidade de acampar, mas não havia. Andamos agora sob a luz da lua e a cada curva da enfadonha estradinha, sonhávamos com a possibilidade de encontrar um lugar para esticar o esqueleto, até que uma placa de POUSADA RESTAURANTE TAIPA BRANCA nos chamou a atenção. Paramos em frente da pousada e ficamos discutindo se não deveríamos tentar arrumar um cantinho para acampar por lá, haja vista que lá havia um ótimo gramado. Mas como era uma pousada vimos logo que seria difícil arrumar algo. Mesmo assim eu e o Prince nos encarregamos de ir verificar. Chegando lá fomos atendidos por um simpático casal de velhinhos, que nos convidaram para conhecer o restaurante. Acampar não seria possível, já que não estávamos dispostos a pagar nada por isso. Mas a visão da comida mineira nos chamando não dava para recusar. Corremos lá fora e avisamos o Dema e o Eduardo. Iguais a refugiados de guerra, vindos da Somália, nos servimos da farta mesa, onde cada num pegou o que pode e o que coube no prato. Sem saber que o estilo era o do coma à vontade e o quanto puder, o Eduardo fez um prato tão grande, que teve de ser carregado até a mesa com a ajuda de todo o grupo, rsrsrsrsr. Quando abandonamos aquele pequeno restaurante, deixamos para trás um casal de velhinhos totalmente falidos, lamentando o dia em tiveram como clientes quatro aventureiros esfomeados. Apesar de ainda muito cansados, estávamos com as energias renovadas e seguindo um conselho dos donos da pousada, pensávamos em acampar no barracão da igreja, que estava a uns 3 km à frente, mas a noticia de que estava rolando a festa de São José, acabou com nossa esperança. Fomos caminhando sempre de olho em algum gramadinho à beira da estrada, mas logo tivemos que parar porque o Dema teve um ataque de dor de barriga. No desespero o cara saltou por cima de uma cerca de arame farpado e foi fazer a sua obra em um matinho. Foi aí que percebemos que o local era um excelente gramado para passarmos a noite, foi literalmente na cagada que encontramos nosso lar por mais uma noite. Forramos um plástico no chão e improvisamos um bivak, já que o tempo estava maravilhoso. Dormimos muito bem e lá pelas cinco da manhã acordamos e enquanto o sol não nascia, ficamos observando as estrelas cadentes e os satélites rodando sobre nossas cabeças. Depois tomamos café e partimos para o nosso último dia de caminhada. Quarenta minutos de caminhada nos levou ao povoado de Caxambu e em mais uns 15 minutos tropeçamos na linha férrea, onde um marco da famosa Estrada real marca o inicio da nossa caminhada pelo Caminho da Revolução de 32. Nosso caminho agora segue pela linha de trem para a direita em direção a divisa de estados, entre Minas Gerais e São Paulo. Como ainda é muito sedo, o caminhar é tranquilo e prazeroso e logo chegamos a primeira ponte do nosso trajeto, onde um riacho de águas cristalinas nos convida para um mergulho, mas ninguém se arisca ,pois ainda não passa das oito da manhã e a água está gelada. Seguimos nosso caminho e logo passamos por uma fábrica de queijos, onde aproveitamos e compramos um, para um lanche logo à frente. Passamos mais uma vez pela Estrada Real, que não passa de uma trilha mais larga e antes das nove horas da manhã, largamos nossas mochilas na Estação Coronel Fulgêncio. No tempo da revolução, essa estação tinha o nome de Estação do Túnel, depois da guerra, mudou de nome para homenagear o coronel abatido em combate. A estação marca o fim da ferrovia no lado mineiro e alguns metros à frente, cruzando por baixo de uma montanha, reina soberano o famoso TÚNEL DA MANTIQUEIRA. Sentados ali naquela estaçãozinha, ficamos imaginando como seria se pudéssemos voltar no tempo e puder acompanhar os desdobramentos da batalha da Mantiqueira. Muito provavelmente aquele lugar era muito diferente do que é agora, um terreno hostil e perigoso. Muita gente perdeu a vida nesta batalha e apesar de São Paulo ter resistido bravamente por meses contra as tropas de Getúlio Vargas, a perca de outros territórios no estado, fez com que a tropa paulista fosse obrigada a se retirar do fronte. No fim acabaram capitulando e o sonho de muitos de tornar São Paulo um Estado independente acabou indo por água abaixo. Depenamos um pé de mexerica e de laranjas lima, enchemos nossos cantis na fonte de água, acendemos uma lanterna e adentramos no grande Túnel da Mantiqueira. São 996 metros de comprimento, que foram cruzados rapidamente e logo, mesmo sem perceber, havíamos cruzado a fronteira de estado e mergulhado no lado paulista da Mantiqueira. Tiramos uma foto em um obelisco que marca a chegada em um novo estado, onde também me parece um bom lugar para acampar e seguimos acompanhando a linha férrea, que a partir de agora está abandonada e desativada. A floresta tomou conta de tudo e às vezes é preciso ir procurando os trilhos por debaixo do mato. Às 10h30min passamos pelo primeiro túnel do lado paulista e logo à frente passamos por uma pequena ponte e depois mais um túnel foi cruzado. Mesmo tendo sido construído lá pelos idos de 1884, os túneis ainda se encontram bem conservados. Passamos por uma cachoeira, onde fizemos uma pequena pausa para um lanche e um gole de água. A partir da cachoeira o mato toma conta de tudo. É um capim gordura que vai grudando nas pernas, o que torna o avanço quase que impossível. Logo começamos a ver que dificilmente conseguiríamos chegar a Cruzeiro no mesmo dia. Em uma curva mais à frente, surge uma grande ponte, onde cruzamos com muito cuidado e mais 20 minutos de caminhada tivemos que cruzar ao lado da linha férrea porque a erosão levou o apoio do trilho, transformando-o em uma ponte sem apoio, onde o Dema e o Prince se ariscaram, mas eu e o Eduardo achamos que seria um risco desnecessário. Mais um túnel é cruzado e logo em seguida, a linha férrea vai fazer uma curva gigantesca cruzando por dentro de muito mato, onde tínhamos que abri-lo no peito. Cansados e com os pés destruídos, não víamos a hora de abandonarmos aquele caminho, que a muito tempo deixou de ser uma trilha. Depois de cruzarmos por um grande brejo e passarmos batidos pela Estação do Perequê, na verdade nem a vimos porque estava envolta em muito mato, chegamos a uma estradinha, junto a Capela do Perequê, pintada de amarela e abandonada. Não tivemos duvida, pegamos a estradinha para sudoeste e fomos descendo até encontrarmos um pequeno córrego, que corria junto a uma mata, onde paramos para tomar um banho, o primeiro depois de quase 4 dias e prepararmos nosso almoço. Depois passamos por uma porteira, junto a um mata-burro e por mais uma hora cruzamos outro rio, desta vez muito maior e desembocamos na rodovia principal, aonde sem conseguir nenhuma carona, seguimos nos arrastando pelo asfalto, até que uns 5 km antes de Cruzeiro a tão almejada carona em uma Kombi veio bem a calhar e às 18h00min já estávamos na rodoviária contemplando ao longe toda a serra da Mantiqueira, de onde demos um último adeus antes de seguirmos para casa. E foi assim que 13 anos depois da nossa primeira incursão por este fantástico pedaço da serra da Mantiqueira, nós concluímos mais uma vez esta linda travessia. Estamos mais velhos e isso é um fato que não podemos negar. Talvez não tenhamos o mesmo vigor de outrora, mas é certo que aprendemos a superar isso, aprendemos a usar os atalhos do caminho. A experiência nos deu a maturidade que nos faltou quando éramos mais jovens e se a energia não é mais a mesma, nós superamos com garra, com determinação. Ainda somos os mesmos obstinados de sempre que tenta seguir enfrente e mesmo quando todos dizem que a gente não vai conseguir, a gente vai lá e tenta, só para provar para nós mesmo que somos capazes. Quanto ao Eduardo e ao Prince, acho que Eu e o Dema só temos a agradecer a companhia destes duas caras espetaculares e volto a repetir : Uma boa caminhada tem o poder de transformar grandes companheiros em grande irmãos. Valeu meus irmãos, pelo prazer das vossas companhias. Divanei Goes de Paula – maio de 2014
  6. Esta é minha visão/versão sobre a travessia Marins itaguaré, realizada nos dias 27, 28 e 29 de setembro de 2013. Aqui eu pretendo relatar como foram os preparativos para a travessia que iniciou-se meses antes, o perrengue que eu passei por não ter dormindo no primeiro dia de acampamento, o efeito que uns kilos a mais produz no desempenho, demonstração de respeito e amizade que eu vivênciei, além de dicas e avaliações sobre planejamento e equipamentos. Quem estiver buscando um relato mais técnico recomendo o do Renato: travessia-marins-x-itaguare-t87374.html A minha travessia começou meses antes, mesmo tranquilo em relação a logística pois o Renato já estava incumbido desta tarefa, havia muito o que ser feito, pois é necessário preparar-se fisicamente, fazer um planejamento básico de segurança, e escolher os equipamentos adequados para levar, afim de evitar peso desnecessário. image por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr Eu já prático esportes habitualmente mesmo sem ter travessias ou aventuras programadas, quando há travessias ou outras aventuraras dou ênfase a treinamentos em subidas, fortalecimentos da musculatura em torno dos joelhos e treinos de resistência, não menos do que três horas por dia e 4 vezes por semana, exceto na ultima semana antes da travessia que diminuo um pouco o ritmo, com o objetivo de chegar inteiro para empreitada. Além de disso, uma semana antes também uso creme hidratante nos pés e áreas de atrito para evitar bolhas, pois um dos motivos da formação de bolhas é a pele ressecada. A alimentação saudável com pouca gordura, no meu caso, é essencial, mas cada um deve inteirar-se de qual a melhor forma de alimentação. Na hora de montar a mochila há sempre um dilema, pois é difícil conciliar peso x conforto, quanto mais conforto geralmente mais peso, e eu já cheguei numa fase em que um mínimo de conforto é necessário, nem pensar em sair com uma pequena mochila, 1 garrafa de água e 1 pacote de biscoitos, como já cheguei a fazer 10 ou 15 anos atrás e sem preocupação em usar uma roupa adequada ou uma bota, isso ficou no passado e não me pertence mais. Hoje estou sempre em busca do equipamento mais adequado, com menor peso e boa usabilidade, e sempre conforme a experiência e as possibilidades permitem vou renovando os equipamentos em busca da melhor relação conforto x desempenho. Outro item que considero importante é um planejamento de segurança e ou imprevistos, mesmo havendo algum amigo planejando e organizando a aventura, na montanha cada um é responsável pela sua própria segurança, então você tem que se preparar e estar ciente do que fará em caso de imprevistos, até mesmo caso fique sozinho na trilha vc tem que saber se virar. (http://www.pegaleve.org.br) Por isso é importante levar seu gps, ou mapa com detalhes da trilha e ter o mínimo de noção e senso de orientação antes de se aventurar em locais mais técnicos. Também é importante ter consciência das regras e ética de conduta e preservação ambiental. Eu fico irado quando vejo gente fazendo fogueira na montanha e acha que está apavorando sentindo-se o verdadeiro bandeirante, por isso conheça as regras e evite problemas. [t3]Organizando a mochila.[/t3] Pelo menos uma semana antes começo organizar os itens da mochila, isso é para min além de divertido relaxante. Nessa travessia, como não havia um abrigo de montanha, foi necessário levar barraca, isolante, panelas, etc.. A barraca. É importante uma barraca que tenha boa resistência a chuva e a condensação interna, e que seja leve, algo difícil de conseguir aqui no Brasil. A minha barraca é super resistente a chuvas, gelo, terremoto e furacões, confortável, tudo isso ao custo de 3 kilos, o que me faz ter a certeza que compensa alugar uma barraca resistente quando for para as cordilheiras do que usar essa barraca aqui no Brasil. Minha barraca é a Manaslu discovery mountain intermediária, está na minha lista de equipamentos a serem substituídos, ela será mais útil para alguém que vá com mais frequência a lugares extremamente exigentes. Hoje almejo uma barraca resistente a chuva e com menos de 1,5 quilos.E se alguém estiver pensando em comprar uma barraca igual a minha, recomendo avaliar bem a necessidade de uma barraca destas, principalmente por conta do peso. Do isolante térmico. Antigamente usava os isolantes de EVA aluminizados, depois passei a utilizar os auto infláveis, é outra história, muito mais confortável e vale a pena o peso adicional, nessa travessia a montanha levou o meu isolante, ele pesava 1,2 kilos, e eu já pretendia substitui-lo por um de outra marca(camp) também auto inflável e que pesa 640 g, essa economia de 640 gramas fará muita diferença. Nessa travessia fiquei preocupado com os amigos que estavam usando os isolantes de EVA aluminizados, pois na noite de sábado para domingo choveu com bastante trovoada e raios, o raio quando cai no chão a energia pode se espalhar por até 5 km, dependo do local, e o alumínio do EVA pode servir como um convite atrativo para o raio e fritar quem estiver deitado nele, a borracha do isolante pode não ser suficiente para evitar o choque, na maioria dos casos de incidentes com raios as pessoas são atingidas indiretamente, fiquei atento a distancia em que os raios caiam de nós, e felizmente estavam distantes, se estivessem mais perto, teríamos que sair na chuva e descer o vale as pressas. Sem contar que as varetas da minha barraca são de alumínio... Os raios são perigosos, principalmente na montanha, é importante saber como reagir nesta situação, ainda mais aqui no Brasil, onde ocorre 1 morte a cada 50 com raios no mundo. O saco de dormir. Tenho dois sacos de dormir na relação 8/80, um deles da náutika, só serve para usar em Cuiabá, sempre passei muito frio com ele, isso porque ele promete cobrir temperatura de 8 graus, mas de fato não suporta 20 graus, tenho outro o deuter orbit -5, esse já é bom para o Alasca, quando eu for para Fairbanks ver o acampamento do Supertramp no ônibus 142, ele será ótimo... Nesta travessia levei o saco de dormir para -5 e tive que usar ele aberto como um cobertor, mas melhor o calor do que o frio...Peso 1,2 kilos. Há um saco de dormir para -5 que pesa 900 Gramas, mas é muito caro e é de plumas de ganso, não gosto nem das plumas e nem do preço, então este é um equipamento que pretendo manter, mesmo achando pesado. Botas. Uso uma nômade titã já tem um tempo, já tive de outras marcas. Eu já me decepcionei com essa minha bota por ela ter um desempenho baixo em pedras com limo, mas ultimamente conheço mais as limitações dela e estou satisfeito com o desempenho, fui fazendo ajustes nela, mudando a amarração, troquei a palmilha por uma de silicone, e agora ela está bem confortável, o desempenho da bota nesta travessia foi bom, preservou bem meus pés e meu joelho, mas ainda preciso resolver problemas ocorridos pois no ultimo dia da travessia tive calos e machucados no dedão e dedinho dos dois pés, diminuindo ainda mais minha velocidade de cruzeiro. Meias. Sempre uso duas meias uma grossa e uma liner, isso é recomendado evita bolhas nos pés, eu comprei uma liner há uns dois anos num site dos EUA ela é ótima e tem tecnologia com fios de prata, etc etc etc, que não permite odor nos pés e transporta a transpiração para fora, mesmo usando 3 dias seguidos nada de parmesão no pé. Essa foi a ultima travessia dela pois esta bem desgastada e está perdendo o efeito tecnológico, é um equipamento que recomendo e vou repor por outro igual. Mochila. É um equipamento importante, tenho duas cargueiras, uma da alto estilo e uma da curtlo, a da alto estilo é mais leve, muito resistente e relativamente confortável a da curtlo é um pouco mais pesada e bem confortável, para este tipo de travessia é importante uma cargueira fechada, pois a montanha não perdoa equipamento do lado de fora. Se você pretende comprar uma mochila de baixo custo e boa qualidade recomendo pesquisar as mochilas alto estilo pois tenho, já testei bastante e recomendo, a da curtlo também recomendo. Cantil hidratante, tenho um da nautika, na primeira vez que fui usar, ele vazou toda a água, na ultima hora consegui uma garrafa pet de 3 litros que me salvou. Depois disso eu reformei ele, refiz a solda do conector da mangueira na base, e ele já está comigo a quase 2 anos firme forte, é um equipamento não obrigatório mas que vale a pena, se for comprar da nautika teste bem antes de levar para a montanha, já vi gente perder toda a água com ele no meio da montanha. Bastão de caminhada. Vejo poucas pessoas usando, mas considero essencial, ele alivia o peso e pressão que vai para os joelhos, e como tenho problemas de joelho vale muito a pena. Das roupas. Com o objetivo de diminuir peso, não levei roupas extra para a travessia, apenas uma segunda pele para dormir a noite e uma jaqueta Anorak. Usei na travessia uma camiseta da curtlo que já tenho ha um tempo, ela tem proteção contra odores e secagem ultra rápida, recomendado, vale super a pena, usei manga comprida para não ter que usar protetor solar, mas manga curta vale mais a pena pois refresca mais, ainda mais com o sol cozinhante que pegamos. ( exceto para caminhar no bambuzal) O equipamento destaque. Resolvi eleger um equipamento de destaque em cada aventura, lembrando que um equipamento pode ter um bom desempenho em um lugar e em outro não. O prêmio destaque vai para minha jaqueta Marmot precip, já tenho ela há algum tempo, ela já subiu muita montanha comigo, mas só desta vez tive a oportunidade de usá-la, ela me manteve seco, permitiu a evaporação da transpiração e ainda resistiu ao mato e aos bambuzinhos. Cumpriu bem o que promete. Confira no final dicas de site de lojas internacionais que já testei e funcionam. Alimentação. O planejamento da alimentação é algo muito importante para min, sempre levo frutas secas separadas em saquinhos com porções individuais contendo uva passa, noz ou castanha, damasco, para comer de hora em hora. Também levei alimento pronto, não liofilizado que basta apenas aquecer, da marca alimentação (http://alimentacaopronta.com.br), é bem mais saboroso que o liofoods e não precisa de água, este o motivo da escolha, como não precisa de água é mais pesado que o Liofoods, mas em travessias com restrição de água vale a pena. A única coisa que me chamou a atenção e que havia alguns pelos dentro da embalagem de papelão, gerando dúvida quanto a correta armazenagem das embalagens pela empresa fornecedora, mas a embalagem metalizada com o produto estava intacta. Suplementos. Esses itens são de extrema importância para min, sempre levo suplementos alimentares de whey protein para utilizar no almoço, já que não é possível fazer uma refeição mais elaborada no almoço, suplemento de carboidratos uso o oxy maze, é um suplemento de carboidrato de baixo índice glicemico, este é para ir tomando durante todo o dia, e também levo o glycofull, que é um repositor hidroeletrolitico e energético para ir tomando também durante todo o dia. Nesta travessia experimentei o suplemento glicodry com a mesma função do glicofull, mas ainda prefiro o glycofull pois considero melhores os resultados em relação a desempenho e energia. Café da manha : pão sírio, polenguinhos, leite em pó, toddy, e whey protein, no terceiro dia de travessia eu resolvi bater um almoço de arroz com carne moída e batatas no café da manha, ou seja as 7:00, o resultado foi ótimo e penso seriamente em rever o meu plano de café da manha. Almoço levo sempre para o almoço uma lata de atum, uma batata doce assada, mais um suco de whey protein com oxymaze. No primeiro e no segundo dia acabei pulando esta etapa e o meu organismo respondeu severamente a isso, mas logo a diante falarei sobre. Jantar. Levo sempre alimentos tipo liofoods, e agora alimentação pronta, são fáceis e rápidos de fazer e relativamente saborosos. Mas depois desta viagem vou rever isso, pois o amigo e chefe Idolo Giusti, nos brindou com ótimas refeições com alimentos frescos na janta e foi realmente surpreendente e uma experiência muito boa. Lanches, para lanches levo as frutas secas e barrinhas de cereal para comer rapidamente durante a trilha sem perder muito tempo. [t1]Da travessia.[/t1] mapa gps travessia por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr grafico da travessia por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr No primeiro dia percorremos uma distância de 6,2 km, com 700 metros de desnível a uma velocidade média de 0,9 km\hora. Com inicio as 10:00 e final as 17:00. Logo no primeiro dia a travessia já mostra que não é brincadeira e a montanha deixa bem claro sua resplandecência. Mesmo diante da imponência da montanha, não faltou força e nem coragem da galera para continuar. Essa turma é do tipo que caminha a luz do luar em trilhas que outros temem falar durante o dia. Subida difícil e desgastante, no acampamento fomos presenteados com uma janta gourmet ao melhor estilo haute cuisine , preparada com todo esmero pelo amigo e companheiro de trilha chefe Idolo Giusti. Nessa hora me veio a mente aquele bordão de comercial de cartão de crédito que fala de coisas que não tem preço, e jantar de primeira linha na montanha não tem preço. O dia foi embora e noite caiu, surgiram as estrelas que levaram meus pensamentos que voavam leve como uma pluma ao vento levada pelo ar, que voa leve, mas tem a vida breve, e precisa que haja vento sem parar. (TJ) 1385217_555410781174914_1115208535_n por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr 1381976_661230347222486_1400929700_n por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr [t3]Segundo dia[/t3] Distancia 6,4 km, desnível máximo de subida 217 metros, velocidade 0,6 km/h, Início 07:53, termino 17:13. A noite foi longa, e o sono não veio me visitar, no segundo dia da travessia um alto preço eu tive que pagar. Sem dormir o corpo e os músculos não puderam se recuperar, e não demorou muito para a fadiga me alcançar. Fadiga, falta de sono é uma coisa que não rima muito com travessia de montanha. Por volta das 14:00 cheguei na pedra redonda literalmente destruído, parecia que eu carregava dois sacos de areia nos olhos, a mochila parecia pesar 10 vezes mais. Eu estava disposto a acampar por ali mesmo, sozinho, dormir e seguir pela noite ou no dia seguinte bem cedo, cheguei até a pensar em abandonar a cargueira e seguir a travessia de ataque, ainda que eu goste dos meus equipamentos eles não eram a prioridade naquele momento. O Ídolo e o Micheu me esperavam, O Ídolo assim que eu cheguei logo perguntou, - E aí descansa um pouco aí e em 10 minutos a gente segue? Eu: - preciso de mais. Ele - 20? Me joguei na sombra de uma pedra, e ali fiquei jogado uns minutos, se estivesse sozinho provavelmente teria dormido por algum tempo, o sono veio ao meu encontro como um amante num leito vazio. Insisti para que o Micheu e o Ídolo seguissem, mas logo escutei " Tamo junto", e isso foi foda, pesou muito, fez muita diferença foi uma atitude de camaradagem, de companheirismo, de consideração, pois eles tinham pique para seguir e acampar no itaguare com o Renato e o Marco, Eles fizeram o que lhes pareceu certo, e foi, valew! Nesse momento, logo chegou o grupo do Pedro, ( Pedro, Eduardo, Gustavo e Tailan), eles iniciaram a subida no mesmo dia, desde o acampamento base, e sabendo que eu estava andando lentamente e no perrengue falaram "Tamo junto também" , e ficaram com a gente até o final, isso foi foda, essa galera é gente boa demais! Atitudes assim não tem preço, não há agradecimento que expresse toda a minha gratidão por todos que ficaram lá. Embora destruído, eu estava sem um pingo de fome, comi a pedido do Ídolo, e poucos minutos depois comecei a notar a diferença, logo me dei conta que embora desgastado eu não tinha nenhuma dor muscular, e me dei conta que a alimentação praticada por min até aquele momento estava insatisfatória, eu estava andando desde cedo, não havia almoçado só estava tomando suplemento de glicodry, não havia tomando nada de weyprotein e nem de carboidratos. O almoço lanche que eu preparei em seguida com atum, suco de whey protein, glicofull, barras de cereais e frutas secas fizeram toda a diferença, eu tive um up de energia e disposição que foram suficientes para chegar até o local onde acampamos uns dois km a frente. Depois eu fiquei pensando, eu me preocupo tanto com alimentação e como eu fui me deixar cair nesta situação, que me custou um preço alto no terceiro dia, pois para repor a energia faltante, devido a má alimentação, o organismo acaba consumindo energia da musculatura, e o resultado disto foi um desgaste muscular no terceiro dia, que eu não esperava. Mas em fim, após a pedra redonda, seguimos por mais dois km, onde levantamos acampamento numa área de camping, o Ídolo novamente nos privilegiou com duas paneladas de um preciso jantar, foi ótimo para recompor as energias e preparar para o sono. Fomos todos dormir, até que a tempestade chegou por volta das 22:00 mas não tardou muito a ir. Nesta noite tb não consegui dormir direito, mas tive vários momentos de sono que foram importantes para seguir no dia seguinte. O GPS e a fenda. Num vale antes de chegar a pedra redonda, há uma região de rochas com várias fendas, como haviam várias bifurcações eu caminhava lindo e bonito com meu gps na mão, até que veio um bambu sem cara e nem coração, e bateu na minha mão que estava o gps, e ele pulou diretamente para dentro de uma profunda fenda, com mais de 2 metros e bem estreita. Senti um forte aperto no coração, embora eu não seja apegado a meus brinquedos de montanha, o gps é o meu predileto. Tentei de várias formas alcançar o equipo por cima e não consegui, a raiva tomou conta de min. Parei alguns segundos para pensar, já me conformando que meu cadged, ficaria por ali, foi quando pude observar uma fresta de sol entrando pela lateral da fenda, e logo pensei que se o sol entra aí há outro caminho e eu entrarei ali também. Escalaminhei a rocha para baixo, contornei uma pedra, amarrei um cordelete para apoio, e eis que a frente vejo um buraco e meu gps reluzente olhando para min, olhei para ele fiquei feliz, contente o apanhei, guardei muito bem e voltei para a trilha depois de quase 40 minutos na empreitada. Na próxima pernada de alguma forma vou prendê-lo junto a min, pois esse brinquedo de forma alguma deverá pertencer a montanha. A lição aqui é que a emoção não é racional, se tivesse agido apenas na emoção, meu gps teria ficado na montanha. Trilhar as montanhas, não é o mesmo que fazer um piquenique. [t3]Terceiro dia.[/t3] Distancia 7,8 km, velocidade média 08km/h, início 8:03 termino 14:40. Acordei por volta das 4:30 com um despertador em alguma das barracas, logo veio uma chuva, e acabei não dormindo mais, aproveitei para ir arrumando minhas coisas e preparando um café da manha ao melhor estilo almoço. Por volta das 7:00 zarpamos, pegamos alguns trechos com garoa, mas em geral, embora sentindo a musculatura, o dia foi tranquilo, o céu era um lençol cinza coberto de nuvens que pareciam querer transformar-se em chuva, mas não conseguiam reunir forças para isso, e as 14:40 chegamos na saída da trilha, onde logo em seguida o Marco chegou de caminhonete para nos buscar. Neste trecho, tínhamos pouca água, a nossa sorte foi que o grupo do Pedro nos disponibilizou 2 litros, que foi muito importante. Durante o caminho, separei meio litro em uma garrafa de gatorede, que coloquei em um compartimento externo da minha mochila, e adivinha o que aconteceu quando eu fui pegar? A garrafa não estava lá, a montanha levou. Mas como eu estava bem hidratado, e o dia estava nublado, não tive problemas até chegar no ponto de água do itaguaré. [t3]Conclusão.[/t3] Valeu a pena, um desafio em que o sucesso esta garantido não é desafio algum. A propósito, se não fosse por um ou dois erros aparentemente insignificantes, eu poderia ter ido muito melhor. Mas ficou a lição de que tenho que continuar e aprimorar meu treinamento diário, não se pode descuidar nestas atividades, o mato e a montanha são lugares que não perdoam. Todo o grupo foi sempre muito prudente, e isso é importante, pois coragem e força não são nada sem prudência. E realmente fiquei muito feliz em participar desta travessia organizada pelo Renato, e poder compartilhar isso com todos os presentes, afinal, a "Felicidade só é real quando compartilhada".(Alex supertramp). Valeu a pena conhecer todos, todos eram super gente boa, e espero em breve ter a companhia desta galera em novas trips. galera1 por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr 1385338_242594145894615_133839681_n (1) por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr IMG_2125 por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr IMG_2129 por ⌇∁ႧႽႹ⋉ ⌇✌, no Flickr "Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros." (Leon Tolstoi) "A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira." (Leon Tolstoi) "Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o!" (Nietzsche) "Então, eu acho que somos quem somos por várias razões. E talvez nunca conheçamos a maior parte delas. Mas mesmo que não tenhamos o poder de escolher quem vamos ser, ainda podemos escolher aonde iremos a partir daqui. Ainda podemos fazer coisas. E podemos tentar ficar bem com elas." (As Vantagens de ser Invisível) Valeu!!!!! Segue dicas de lojas onde costumo comprar equipamentos de boa qualidade com preços muito mais baixo do que aqui no Brasil as lojas abaixo eu já usei e recomendo. É necessário saber que comprando nessas lojas, sempre há a possibilidade de ocorrer tributação. http://www.rei.com scoutgear.com mountaingear.com basegear.com ebay.com Aqui no Brasil: kanui.com.br decathlon.com.br basebrasil.com.br altoestilo.com bivak.com.br
  7. Ola pessoal. Tô planejando fazer uma travessia saindo do Pico do Marins, passando pela Serra Fina e Serra Negra e terminando em Visconde de Mauá (Maromba). Para quem não conhece, esses locais ficam na Serra da Mantiqueira (divisa de SP/MG/RJ) Provavelmente farei um "reabastecimento" em Passa Quatro (MG) e talvez ficar uma noite por lá. Antes, porém estarei fazendo a Travessia da Bocaina emendando com a Joatinga no dia 05. Alguém quer encarar? Já vou adiantando uma coisa: estou fazendo sem apoio e suporte nenhum. Fico no aguardo. PS: Moro em Sampa Abcs
  8. Relato previamente publicado no meu blog Mochila & Capacete (http://www.mochilaecapacete.tumblr.com). O Pico do Marins já estava na minha lista há muito tempo, um dos pontos clássicos do montanhismo paulista e que ainda não conhecia. Surgida a oportunidade no feriado estadual de 9 de julho, junto com amigos, decidimos encarar a travessia Marins x Itaguaré. O trekking pela Serra da Mantiqueira dura 3 dias e percorre o trajeto de aproximadamente 19km, passando pelo Pico do Marins (2.420m) e Pico do Itaguaré (2.308m), com um grau acentuado de dificuldade, a travessia é um circuito clássico do montanhismo. Saímos de São Paulo na sexta-feira 06.07.2012 no começo da noite, seguindo o caminho até a cidade de Piquete/SP, onde fica a base do Marins (o caminho é fácil pela Via Dutra e dista cerca de 250km de São Paulo). Chegamos à Base do Marins pouco depois da meia-noite e dormimos no abrigo ali existente (R$ 15,00/pessoa com direito a banho no final da trilha – Estacionamento R$ 20,00/carro), cabe lembrar que o acesso até o acampamento base é feito por estrada de terra um pouco precária, sendo que carros muito baixos devem evitar, eu mesmo tive uma certa dificuldade para chegar até lá. Acordamos já no sábado após as 6 da manhã, arrumamos nossas mochilas e com o café da manhã devidamente tomado iniciamos a subida. (foto por Thiago Campacci) O trekking se inicia na Base do Marins, seguindo por um trecho curto de mata fechada até uma estrada para carros (interditada pelo Ibama) que leva até o Morro Careca, onde de fato se inicia a trilha. A partir desse ponto a trilha começa a ser definida por seus obstáculos naturais, com “pula-pedras” e trechos de escalaminhada, porém não é difícil segui-la devido as marcações (verdadeiras pichações) e totens de pedra. (foto por Thiago Campacci) O visual da trilha é fantástico, donde se vê a Serra da Mantiqueira em sua extensão, e com o lindo dia de sol tínhamos a clara visão da Serra Fina (objetivo ainda a ser alcançado). (foto por Yuri Wetzel) Não há ponto de água potável, somente no acampamento base do Marins (distante cerca de 5km da Base do Marins e ponto de acampamento recomendado para a Travessia), porém devido a degradação causada pelo “ecoturista” brasileiro a água ali existente não é recomendada ao consumo. Após superarmos o acampamento base, pois decidimos acampar no cume, paramos para um longo descanso debaixo do sol que nos assolava, antes de encararmos o trecho de subida final, bastante íngreme por rampas de pedra. Atingimos o cume por volta das 15 horas, após 6 horas e 20 minutos de caminhada. Montamos acampamento, escolhi o ponto mais ao norte para montar minha barraca, onde teria uma vista livre para o por do sol, e após tudo montado foi só curtir o pôr do sol e o frio que se intensificava. (Minha barraca laranja e cinza ao fundo da imagem) Com o cair da noite, jantamos e fomos dormir, pois do dia seguinte seria longo, ou não... (foto por Thiago Campacci) Durante a madrugada fomos assolados por um forte vento e por chuva, o vento chacoalhava a barraca que se manteve estável (aliás aqui cabe fazer um pequeno review para a minha barraca Manaslu Discovery Montain, que mesmo com todo o vento e frio que fez na madruga ela aguentou muito bem, sequer envergando e mantendo o isolamento térmico, mesmo eu estando acampado na parte mais exposta da montanha). O vento trouxe o nevoeiro, acordei pouco depois das 6 da manhã já no domingo (08.07.2012) e não via nada, mal conseguia ver as outras barracas. Com o tempo fechado desse jeito a travessia até o Itaguaré ficaria comprometida, pois mesmo com GPS a navegação se tornaria difícil sem a referência do relevo. Também perderíamos o belíssimo visual, já que não se via nada. Marcamos um deadline às 10h 30m, se o tempo abrisse continuaríamos a travessia, em caso negativo voltaríamos a Base para terminar um dia mais cedo a nossa “expedição”. O tempo não mudou e irresignados iniciamos a descida pelo mesmo trecho. A descida foi tranquila, porém tivemos que ser cautelosos, pois com a chuva da madrugada os paredões de pedra estavam um pouco escorregadios. Terminamos a trilha em pouco mais de 5 horas de descida e rumamos de volta para São Paulo, finalizando nossa viagem nos fartando em um merecido rodízio japonês. Foi uma excelente trilha, mais uma para o meu cartel e mais uma que fico com o gostinho de voltar para finalizá-la, o mau tempo tem me vencido constantemente (foi assim no Pico Paraná esse ano, em Torres del Paine em 2009, no Pico da Bandeira, etc,), porém esses percalços são partes constantes da vida de um montanhista, não me fazem desistir dos objetivos, apenas os posterga e me faz rumar em direção ao próximo destino, sempre com uma história boa para contar.
  9. Olá amigos mochileiros, Bom minha travessia foi planejada por três meses, com os amigos Renato Fidêncio- RJ, Anderson Fioravante- SP e nesta primeira parte (Marins x Itaguaré) José Grado Casemiro de Abreu-RJ. Planejamos toda a logística de regate da Marins Itaguaré com o Milton https://www.facebook.com/milton.gouveafranco (Montanhista que tem um acampamento base na subida do Marins). Tudo acertado para a expedição, partimos do Rio de Janeiro no dia 03 Agosto 2012 as 02:00 hs ao encontro do amigo Anderson que estava nos esperando na cidade de Piquete-SP, depois de encontrá-lo e as devidas apresentações, pois não o conheciamos, (somente pelo mochileiros) partimos para a subida do Marins. (Segue o Vídeo de nossa travessia) Após nossa travessia, partimos para a segunda fase da Transmantiqueira. Como o nosso amigo José Grado tinha que retornar para o Rio, pegamos uma carona com ele que nos transportou da base do Marins para a cidade de Passa Quatro, onde acertamos nosso próximo resgate com o amigo Vinicius (https://www.facebook.com/viniciustrek) que nos levaria do Sitio do Pierre até o Parque Nacional do Itatiaia. (Segue o vídeo de nossa travessia). Concluída a Serra Fina, já tinhamos sete dias de caminhada e assim partimos para o Parque Nacional do Itatiaia-RJ, para a conclusão de nossa jornada. Estavamos ansiosos por esta parte, pois não tinhamos agendado nossa travessia com o Parque e estavamos temerosos por não poder entrar. Graças a Deus tudo deu certo e assim pernoitamos no Abrigo Rebouças e no dia seguinte fizemos nossa travessia em um só dia, do Abrigo Rebouças a Maromba, via Rancho caído. (Segue o vídeo de nossa travessia) Finalizamos nossa travessia em oito dias, uma caminhada muito pesada porém muito linda com dias maravilhosos que Deus nos concedeu. Toda a logística e contatos postei para que vocês possam fazer contado pelo Facebook. Em Maromba o ônibus para a cidade de Resende sai as 17:00 horas e o último sai as 19:00 horas e deixa na rodoviária de Resende-RJ, de lá tem ônibus para todo o Brasil. Espero te ajudado, qualquer outra informação pode entrar em contato.(https://www.facebook.com/carloslannes). Algumas fotos para os amigos. MONTANHA.
  10. Neste relato tentarei expressar minhas sensações com minha primeira trilha e travessia de verdade, Marins - Itaguaré. Comecei praticar treeking no começo deste ano juntamente com meu primo, logo procurei mais informações sobre esse esporte e encontrei este fórum que além de informações fez com que conhecesse uma galera que viraria uma bela e unida turma, que chamamos de Sem Limites. Essa travessia quem idealizou foram dois amigos da Cris (vulgo Negrabela), o Vinicius e o Well. Desde comecei a caminhar por trilhas, fiquei fascinado com o Marins, mas vinha adiando porque sabia que a subida era forte e não queria passar apuros. Como estava com um preparo legal acabei aceitando fazer esta travessia, já que a Vivi, uma grande amiga e Sem Limites de corpo e alma, também iria e achava que eu tinha condições de faze-la. Logo comecei a conversar com o Vinicius sobre como faríamos e passei a pesquisar relatos sobre a travessia. Nem preciso relatar que as melhores informações que encontrei no site do Augusto. Pesquisa feita, algumas dicas dadas pelo Vinicius para mim, marcamos de nos encontrar na rodoviária Tietê às 22h. Às 22h30 eles me pegaram na rodoviária e seguimos de carro até a casa da Vivi. Pegamos a Dutra por volta das 23h e partimos rumo á Piquete, mas sem antes parar comer alguma coisa pelo caminho. Na estrada o clima entre nós era de pura descontração, trocamos experiências e planos para futuras viagens. Chegamos na ranchonete por volta das 3 horas da manhã, conversarmos um pouco e fomos dormir por volta das 4 da manhã. Às 7h despertador já soava, quase não dormimos. Enrolamos um pouco para sair da cama e arrumarmos as coisas. Tomamos café e partimos às 10h. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901141223.jpg 500 375 Legenda da Foto]da esquerda para a direita eu, Vivi, Vinicius e Well[/picturethis] 1º Dia. Andando além das Expectativas– Da ranchonete tem uma trilha que levará a estrada que vai para em direção ao morro do Careca. Em 45 minutos chegamos neste morro. Fizemos uma pausa para tirar umas fotos, recuperar o fôlego e passar protetor solar. No morro do Careca é onde começa a trilha para o Marins, encontramos ali vestígios de “farafoda”, pois havia indícios de fogueira. Subimos em direção ao Marins, confesso que para a trilha até o Marins prestei pouca atenção no caminho, pois o Vinicius e o Well sabiam bem como chegar lá, então eu e a Vivi demos uma de turistas e nos preocupamos basicamente em admirar a paisagem, tirar fotos e falar besteira. Mas há inúmeros totens e só segui-los. O Milton, dono do acampamento base, está trabalhando para manter a trilha e retirou todos os totens falsos, portanto uma preocupação a menos para quem não conhece a trilha. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901141434.jpg 500 375 Legenda da Foto]A subida proporciona paisagens impares[/picturethis] Por volta do meio dia paramos para um lanche rápido, quer dizer eu e a Vivi fizemos logo dois “sandubas” de copa e provolone que deixaram nossos colegas um pouco atônicos, já que eles estavam comendo somente barras de cereais. Em trinta minutos no máximo voltamos a caminhar. Seguimos caminhando e por volta das 3 horas da tarde depois de muita escalaminhada, chegamos ao riacho do Acampamento base do Marins. Pelo nosso cronograma iríamos dormir na base do Marins e atacaríamos o cume logo de manhã, como chegamos cedo decidimos acampar no cume. Antes da subida discutimos se valia à pena voltar até o riacho para pegar água ou ver se no cume tinha poças d’águas para pelo menos cozinharmos. O Well subiu na frente e disse que havia muitas poças e que poderíamos preparar nosso jantar com aquela água. Chegamos no cume às 16:30 e aproveitamos para tirar fotos e mais fotos, sendo que uma delas foi hilária. Programei a máquina para tirar a foto depois de 10 segundos e sai correndo para me posicionar, só que ao sentar me desequilibrei e cair deitado na poça d’água, ficando com as pernas pra cima, sendo que a máquina registrou bem esse momento. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901141623.jpg 500 375 Legenda da Foto]Olha o rola!![/picturethis] Montamos o acampamento e começamos a preparar nosso miojão com linguiça e bacon ainda de dia. Depois da janta preparamos um choconhaque para aquecer. Como não tinha dormido na noite anterior fui me deitar às 18h30. Por volta das 22h acordei tremendo de frio, como meu saco de dormir agüenta até 6°C do limite e – 9°C no extremo (só que até essa temperatura você tem estar muito bem agasalhado) pensei “vou passar perrengue de frio essa noite”. Coloquei mais uma blusa e para minha felicidade consegui dormir tranquilamente. 2º Dia: Mudanças de Planos – Acordei por volta das 6 horas e sem fraquejar muito sair do meu saco de dormir quentinho, pois estava ansioso para ver a alvorada e valeu à pena. Muito lindo o nascer do sol do cume do Marins. Fomos tomar café e arrumar nossas coisas para partir. Começamos a descer o Marins por volta das 9h30, um pouco tarde para quem quer chegar à base do Itaguaré antes do anoitecer, mas estávamos convictos que chegaríamos. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901141802.jpg 500 375 Legenda da Foto]Amanhecer no Marins[/picturethis] Chegamos ao rio e paramos para coletar água, apesar da placa dizendo que a água estava imprópria para o consumo, mas o Milton, dono da ranchonete, disse que devido as fortes chuvas que caíram nesta temporada pouca gente subiu a montanha e acreditava que não teríamos problema em tomar aquela água desde que usássemos clorim. Enchemos nossas garrafas e pingamos clorim na água e seguimos em direção ao marinzinho. Aqui novamente a trilha é sinalizada pelos totens. Subimos um cucuruto antes de chegar na base do Marinzinho e aqui cometemos o primeiro erro do dia. Em vez de chegar ao topo deste cucuruto e procurar pelos totens, descemos e encontramos uma trilha que terminava em um paredão do Marinzinho. Como o Milton nos alertou que a trilha estaria um pouco fechada devido às chuvas e que fazia tempo que ninguém fazia a travessia, perdermos um tempo procurando a trilha, pois acreditávamos que ela estava por ali. Como não encontramos a trilha decidimos voltar para o cucuruto novamente e vimos que no meio do charco havia uma passagem que parecia uma trilha. Caminhando até essa trilha constatamos que era ali a passagem, pois logo atrás tinha uns totens. Então para não perder tempo, quando atingir o topo do cucuruto antes do Marinzinho siga para esquerda até encontrar os totens e a trilha no meio do charco. Aqui perdemos mais um tempo mas para salvar a Vivi de bolhas no pé. Ao pisar no charco a bota chegava a afundar quase totalmente e como ela estava com um calçado que não era impermeável, ela tinha dificuldade de andar por ali, até que ela não conseguiu mais progredir. Então eu e o Well literalmente a carregamos no colo. Cada um pegou em uma perna dela e a içamos. Ela parecia a Cleoprata sendo carregada pelos seus escravos. Haha Mas amigos são para essas coisas. Após o charco seguimos pelo lado esquerdo do Marinzinho, sempre seguindo os totens. Aqui mais uma vez perdemos tempo por falta do nosso conhecimento do caminho. Como sabíamos que tínhamos que seguir sempre a nordeste, achávamos que contornaríamos o Marinzinho pela esquerda da base e depois seguiríamos para essa direção. Porém estávamos totalmente errados, segue daqui, olha dali e nada de encontrar trilha ou totem. Depois de um tempo, olhamos para cima e vimos uns totens no topo do marinzinho, só que continuávamos achando que a trilha estava em nossa frente, quando na verdade ela estava lá trás, pois a trilha vai dar uma serpenteada para começar subir para o Marinzinho. No cume do marizinho éramos observados por dois urubus, cena típica de desenho animado. Aqui no topo do Marinzinho tem-se que tomar cuidado com as setas amarelas que levam para a pousada do Maeda. A trilha que dará no paredão para descer o marinzinho fica bem na esquerda do topo, siga os totens e chegará na corda. Descemos tranquilamente pela corda e saímos em um vale e pegamos uma trilha que daria em um paredão. Conforme o Milton nos alertou, a trilha estaria um pouco fechada devido ao pouco uso desta temporada por causa das chuvas, por isso a vegetação lateral estava cobrindo a trilha e seus galhos castigavam nossas pernas, braços e às vezes a cara, por isso andar de óculos escuros era fundamental para evitar uma lesão no olho, além disso, ás vezes confundíamos a trilha com outras de animais, mas logo se fechavam e não traziam maiores atrasados. Ao subir esse paredão já estávamos na crista que daria na Pedra Redonda. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901142502.jpg 500 375 Legenda da Foto]Descendo[/picturethis] Por volta das 13h30 paramos para um lanche rápido já que estávamos atrasados para quem queria chegar ao Itaguaré ainda naquele dia. Durante o lanche já discutimos a mudança de planos e decidimos acampar na base da Pedra Redonda. Comemos e partimos por volta das 14h. Seguimos pela crista seguindo os totens e tendo sempre nosso destino em nosso campo visual. Chegamos à base da Pedra redonda às 15:40 e descansamos um pouco contemplando os visuais que ela nos proporcionava. Às 16h decidimos encontrar o acampamento. Não é difícil encontra-lo, mas devido à altura dos capins elefantes não conseguimos visualizar direito a área de camping lá da pedra redonda. Mas descendo-a tem uma trilha que segue para a esquerda que dará na área de camping e a direita segue rumo ao Itaguaré. Nesta área de camping cabem umas 3 barracas no aperto. Armamos o acampamento e preparamos o jantar. O Well logo depois de jantar foi dormir, enquanto eu, a Vivi e o Vinicius ficamos conversando até às 22 horas sob uma lua maravilhosa e que dispensava nossas lanternas. Obs: na área de camping encontramos coco de jaguatirica, assim como em boa parte da trilha, é bom tomar cuidado. 3° Dia: Falta de água e Perrenguinho – Acordamos cedo e tomamos um senhor café da manhã preparado pela Vivi. Panquecas recheadas com queijo provolone e geléia de morango. Uma delícia! Porém devido à economia de água no dia anterior, meu corpo já sentia sua falta. Partimos em direção ao Itaguaré às 8h30, logo que subimos em um ponto mais alto deparamos com um belíssimo colchão de nuvem. Ficamos tirando algumas fotos e seguimos rumos ao Itaguaré. Caminhamos durante duas horas em um bom ritmo e ao contrário do dia anterior não tínhamos perdido a trilha nenhuma vez. Pensei estávamos ficando bons nisso rs. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901142102.jpg 500 375 Legenda da Foto]Turma de respeito[/picturethis] Ao chegar à bifurcação tomamos o caminho da esquerda como descrito no croqui encontrado no site do Augusto. Nesta parte a trilha estava muito fechada e somada a nossa falta de conhecimento, adivinhe o resultado, perdemos a trilha e caminhamos por uns dez minutos em um vara mato por meio de uns bambus e saímos embaixo do paredão que era nosso destino. Pensamos em escalar ou varar mais um pouco de mato, mas concluímos que isso demandaria mais tempo e nos cansaria mais ainda, o que levaria a consumir mais água. Sendo que nessa altura nossas reservas estavam quase acabando. Decidimos voltar e tentar achar o caminho. Voltamos até ultimo totem avistado para procurar a trilha. Nesta hora ficamos confusos, pois estávamos na trilha, mas não sabíamos o que fazer. Cada um foi para um lado tentando procurar a continuação da trilha, mas sem sucesso. Quando decidi mais uma vez pegar a bifurcação a esquerda e olhar com mais atenção para ver se encontrava a trilha e encontrei. Entrando pela bifurcação a esquerda a trilha continuava para a direita, porém uma cortina de folhagem dos bambuzinhos escondia bem o caminho. “Abra essa cortina” e logo chegara em umas escadas feitas de raízes que levam ao topo do paredão. Seguimos caminhando e por volta do meio dia meu corpo já dava sinais claros de desidratação. Estava com quase nada de água e meu corpo não estava mais no mesmo pique e para ajudar uns totens falsos levaram a gente para o meio do nada. Aproveitamos para ligar para o nosso resgate e avisar que estávamos atrasados e que ligaríamos assim que estivéssemos descendo o Itaguaré. Demoramos uns 20 minutos para achar o caminho, nesta hora eu não ajudava mais a procurar mais a trilha, ficava sentado queimando naquele sol sempre na companhia da Vivi. O Vinicius achou o caminho e seguimos por um vale a caminho do Itaguaré. A sede e o sol do meio dia castigavam meu corpo e só pensava em beber água, nisso a Vivi viu uma bromélia e disse “olha Fá! Porque você não bebe água da bromélia?” respondi “que essa água deve conter muito protozoários, vermes larvas e que só beberia essa água em ultimo caso”. Continuamos caminhando, agora subindo o morro sob um sol escaldante. Meu caminhar parecia aquela fala do Capitão Nascimento “subir morro é uma arte, você vai progredindo de beco em beco” no meu caso era de passo em passo. Não conseguia caminhar firme por mais que 10 minutos e logo precisava recuperar o fôlego. Nessa hora os sinais de desidratação em mim eram nítidos e nos restante do grupo estavam começando a aparecer, principalmente no Well. Durante o caminho inúmeras bromélias estavam me atentando a tomar da sua água, nessa hora não pensava mais nos malditos protozoários. Quando em uma dessas paradas, não pensei duas vezes dei um jeito de captar a água dela e bebi. Uma sensação horrível, pois junto com a água vieram muitos mosquitos. Em outra bromélia em vez de beber comecei a refrescar minha nuca, foi melhor do que beber, pois aliviava um pouco o sinal da desidratação já que refrescava a pele. Assim, seguimos devagar e sem água, às vezes parando para todos captarem água para amenizar os efeitos desidratação. Acho que se não fosse isso não teríamos chegado razoavelmente bem na base do Itaguaré. As 15h30 chegamos perto da base do Itaguaré e encontramos água em um riacho. Então paramos e saciamos nossa sede e paramos para comer. Ficamos ali bebendo e comendo por uns 40 minutos. Começamos descida e logo vimos que não conseguiríamos chegar até o acampamento base antes de anoitecer se continuássemos em nosso ritmo normal. Decidimos apertar o passo, ou melhor, corremos morro abaixo. Para vocês terem uma idéia, dizem que um grupo normal demora para descer da Base do Itaguaré até o acampamento base em duas horas e nós descemos em 50 minutos. Foi uma corrida louca e perigosa, cada usou a ultima reserva de força que tinha. Mas antes de iniciar esta corrida maluca, tentamos fazer contato com nosso resgate, sem sucesso. Quando chegamos ao acampamento base, constatamos que nosso resgate não estava lá, já que não conseguimos ligar, ou seja, mais um problema para ser resolvido. Deliberamos se era melhor acamparmos ali ou seguir rumo à cidade e conseguir algum resgate. Decidimos por ir até a cidade e conseguir ajuda ou ficar em uma pousada. [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901142227.jpg 500 375 Legenda da Foto]Chegamos! Missão cumprida![/picturethis] Seguimos caminhando pela estrada que dá em direção a Passa Quatro e depois de uma hora e meia escutamos latidos de cachorros e tínhamos certeza que estávamos perto de uma casa. Era a fazenda do Portuga, que gentilmente nos deixou a tentar ligar o nosso resgate e mais uma vez não conseguimos. Enquanto eu e o Vinicius tentávamos ligar para o resgate, o Well parou um motoqueiro que juntamente com o Amauri da fazenda portuga, nos ajudou a arrumar um resgate. Ficamos esperando nosso resgate num frio de matar e quando ele chegou demos mais risada ainda. A Brasília do tiozinho não tinha tanque de gasolina, o tanque era uma garrafa pet de dois litros kkk no meio do caminho a garrafa acabou e precisou ser trocada kk Finalmente chegamos na ranchonete e por volta das 23h30 partimos para São Paulo exausto mas felizes por conseguir concluir esta travessia!!! A minha primeira de respeito!! [picturethis=http://www.mochileiros.com/upload/galeria/fotos/20090901142339.jpg 500 375 Legenda da Foto]O resgate! Se liga na garrafa pet que serve de tanque de combustível, o telefone dele para contato é (35) 9993-5606, falar com Djalma.[/picturethis]
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