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Olá pessoal, gostaria de compartilhar com vocês a minha experiência viajando pela Alemanha em setembro de 2023, e quem sabe ajudar quem esteja planejando conhecer o país.

Roteiro:
Hamburgo (3 noites), Bremen (2 noites), Colônia (2 noites), Frankfurt (2 noites), Nuremberg (3 noites) e Munique (4 noites).

Transporte: 63 euros
Eu morava na Irlanda na época, fui de avião com a Ryanair de Dublin para Hamburgo. Esse valor inclui a mala de cabine.

Transporte dentro da Alemanha: 49 euros
Usei o Deutschland-Ticket em todas as viagens pela Alemanha. O D-Ticket é uma assinatura mensal que permite viagens ilimitadas nos transportes públicos locais e regionais em todo o país. É válido em ônibus, metrôs, trens urbanos e trens regionais (RE/RB), mas não em trens de longa distância (ICE/IC/EC ou FlixTrain).

Na hora da compra, você vai escolher o mês que gostaria de começar a usar, fazer o cadastro e pagar. Eu fiz o download do aplicativo da DB no meu celular para acessar o ticket mais facilmente. Para usar, basta escanear o QR-Code na entrada do metrô e ônibus ou apresentar para o fiscal nos trens quando pedido.

Há dois pontos de atenção que merecem ser destacados. O primeiro é que por se tratar de uma assinatura mensal, você precisa cancelá-lo dentro de um prazo determinado para evitar a renovação mensal automática. Por exemplo, eu assinei o D-Ticket em agosto de 2023 e coloquei para iniciar em setembro, na primeira semana de setembro eu já cancelei minha assinatura, assim ela ficou válida somente para o mês corrente e sem renovação automática. É importante ler com atenção as regras de cancelamento na hora da compra. O segundo ponto de atenção é que muitas vezes você precisará fazer uma ou até duas baldeações para chegar até o seu destino já que só é permitido pegar os trens regionais. Em caso de destinos mais distantes, a viagem pode ser estressante, muitas vezes você encontrará os trens lotados e os atrasos são frequentes, além de ter que ficar lidando com malas e a espera nas estações intermediárias. Então é bom planejar caso a caso, comparar o preço e duração da viagem em relação ao ticket individual nos trens rápidos ou de longa distância para tomar a melhor decisão.

No meu caso, valeu muito a pena, apesar de enfrentar atrasos e lotações, eu consegui economizar bastante no transporte entre os destinos e na hora de usar ônibus e metrô nas cidades. Além disso, facilitou bastante a minha vida já que não precisava ficar comprando tickets cada vez que usasse o transporte público, ainda mais, se batesse aquela preguiça de andar até a próxima atração, bastava eu entrar no ônibus ou metrô e ser feliz.

Hospedagem: 820 euros
Hamburgo - Generator Hamburg
Bremen - Altstadt Hostel
Colônia - Hostel die Wohngemeinschaft
Frankfurt - Jugendherberge Frankfurt
Nuremberg - Five Reasons Hostel & Hotel
Munique - Airbnb

Relato:

Dia 1 - 7 de setembro de 2023 - Dublin para Hamburgo

O primeiro dia foi praticamente dedicado ao deslocamento. Sai de Limerick às 7h30 em direção ao aeroporto de Dublin, para pegar o voo da Ryanair às 14h30.

Desembarquei em Hamburgo por volta das 18h, passei pela imigração sem problemas e fui até a estação do aeroporto para pegar o trem até a Estação Central de Hamburgo, depois caminhei até o hostel que era logo ao lado.

Fiquei três noites no Generator. O hostel tinha uma boa estrutura, mas o quarto era muito quente, e não tinha ar condicionado.

Saí a noite para comer e conhecer Jungfernstieg, o calçadão na frente do Binnenalster, um dos dois lagos artificiais da cidade.

Dia 2 - 8 de setembro de 2023 - Hamburgo

Comecei o dia tomando o café da manhã em uma padaria local, o objetivo era experimentar o Franzbrötchen, um tradicional croissant folhado com açúcar e canela.

Após o café, caminhei pela Mönckebergstraße, uma rua comercial com muitos shopping centers e lojas de departamento. Visitei também a Hauptkirche St. Petri, construída no século XI, é uma das cinco principais igrejas católicas da cidade.

Logo ao lado da igreja, visitei a Prefeitura de Hamburgo. O prédio no estilo barroco é um dos mais bonitos que já vi, há visitas guiadas pelo interior, mas você pode visitar o hall de entrada e o pátio interno gratuitamente.

Continuei o passeio pela e pelas ruas e canais da região até chegar na Hauptkirche St. Nikolai. A igreja, construída no século XII, foi quase completamente destruída na Segunda Guerra Mundial. Subi na torre, uma das únicas estruturas remanescentes, até a plataforma de observação e visitei a cripta, onde há uma exposição sobre o bombardeio de Hamburgo ao longo de três dias e três noites em 1943. A torre e a exposição são pagas.

Comprei algo em um supermercado próximo e almocei na praça da igreja.

Na parte da tarde eu visitei a região portuária de Hamburgo. Comecei pela Speicherstadt, a parte mais antiga, andei pelos canais e armazéns com arquitetura neogótica, construídos sobre estacas de carvalho. Depois, caminhei por HafenCity, a parte mais moderna, cheio de restaurantes, cafés e bares.

É nessa região que fica o Elbphilharmonie, uma importante sala de concertos. Subi a escada rolante mais longa da Europa até a varanda para ter uma vista 360° da cidade e do porto. Lá em cima há cafés, lojas e banheiros. O prédio é realmente muito bonito, a sua estrutura é formada por mais de 1.000 painéis de vidro, construída sobre um antigo armazém de alvenaria.

No começo da noite, peguei o metrô até Reeperbahn, também chamada de "Milha do Pecado". As suas ruas iluminadas por néon estão repletas de algumas das casas noturnas, restaurantes, bares e pubs mais populares de Hamburgo, além de inúmeros bordéis, sex shops, teatros eróticos e clubes de striptease.

A vibe do bairro me pareceu uma mistura de Camden Town de Londres com Red Light District de Amsterdam. Caminhei pelas principais ruas do bairro, a Große Freiheit, onde estão a maioria das casas noturnas, a Herbertstraße, onde as primas ficam se mostrando nas vitrines, e a avenida principal, onde está localizado o Supermercado Penny Kiez, famoso pelo seu interior inusitado.

Terminei o dia na Spielbudenplatz, onde estava rolando uma grande feira com comidas típicas, cervejas artesanais e um show de rock

Dia 3 - 9 de setembro de 2023 - Hamburgo

Fui de metrô até o distrito de St. Pauli para conhecer o estádio do time de St. Pauli, conhecido por sua filosofia de tolerância e responsabilidade social. Meu objetivo era comprar uma camiseta do time com a caveira, um dos seus principais símbolos, como lembrança e visitar o Feldstraßenbunker, uma imponente estrutura de concreto construída durante a Segunda Guerra Mundial que funcionava como um sistema de defesa antiaérea e um bunker. 

Na praça que se estende por grande parte do bairro, onde antes estavam as muralhas da cidade, visitei o polêmico monumento dedicado ao estadista alemão Otto von Bismarck.

Logo depois, fui até a Hauptkirche St. Michaelis, a maior igreja protestante barroca do norte da Alemanha. Subi na torre até a plataforma de observação e visitei o interior da igreja. A torre é paga.

Minha próxima parada foi na St. Pauli Landungsbrücken, o terminal que já serviu como um píer de desembarque para navios a vapor no Rio Elba e agora funciona como um conector para várias linhas de balsas locais.

Há uma variedade de restaurantes e lojas de souvenirs ao longo do píer. Almocei no restaurante Brücke 10 e experimentei o Fischbrötchen, o tradicional sanduíche de peixe de Hamburgo junto com uma cerveja local, a Astra.

Depois de almoçar, atravessei o rio pelo Alter Elbtunnel, um túnel construído para fornecer uma rota mais direta para os estivadores até a margem sul do Rio Elba, no início do século XX. Hoje, ele está aberto para pedestres e ciclistas atravessarem, mas não há muito o que fazer do outro lado do rio, a não ser observar a cidade na margem oposta.

Então eu peguei o metrô para ir conhecer o Planten un Blomen, um parque repleto de jardins de diferentes estilos, espaços para eventos, alguns prédios da Universidade de Hamburgo, além da Fernsehturm, a torre de TV. Caminhei pelo parque, parei em um café para relaxar e tomar uma cerveja e depois voltei para o hostel.

À noite, voltei para a região portuária onde estava rolando outra feira com comidas típicas e cervejas locais. O lugar estava super lotado e animado, pois estava rolando o Hamburg Cruise Days, onde vários navios de cruzeiro desfilavam pelo Rio Elba em comemoração ao fim da temporada de cruzeiros de verão. Os navios e a cidade estavam especialmente iluminados de azul, estava tudo muito bonito, no final ainda teve queima de fogos.

Sentei em uma das barracas para comer e beber, experimentei o Labskaus, um prato que consiste em carne enlatada com purê de batata e beterraba, pode acompanhar ovo frito, pepino e arenque em conserva

Dia 4 - 10 de setembro de 2023 - Viagem para Bremen

Como meu trem para Bremen era somente às 13h15, aproveitei para dormir um pouco mais e trabalhar para meus clientes freelancers na área comum do hostel.

Almocei no McDonald's da estação e embarquei no trem para Bremen. O trem estava lotado e houve um pequeno atraso, mas a viagem foi rápida e tranquila. Chegando em Bremen, já peguei o tram na própria estação e desci a poucos metros do meu hostel.

Fiquei duas noites no Altstadt Hostel. O hostel tinha uma boa estrutura, apesar de ser bem simples. Só tive a infelicidade de ficar em um quarto com um cara que roncava demais.

À tarde, fui até Schlachte caminhando pelo parque à margem do Rio Weser. Essa é a antiga zona portuária da cidade, revitalizada e transformada em uma região com inúmeros restaurantes e cervejarias locais. 

Parei em um de seus vários beer gardens para tomar uma cerveja e observar a paisagem. É nesta região que está estacionado o Alexander von Humboldt, um antigo navio-farol, posteriormente convertido em um navio-escola e que hoje funciona como um hotel.

Visitei ainda o interior da St. Martini Kirche e parti para a Marktplatz. Mas antes passei pela Böttcherstraße, uma viela icônica e estreita que liga Schlachte a Praça do Mercado.

Os prédios da Böttcherstraße se destacam pela sua arquitetura que mistura o estilo art déco com alvenaria. A viela abriga lojas e ateliês de arte e a Haus des Glockenspiels, uma casa com um carrilhão de 30 sinos de porcelana que tocam melodias de antigas canções folclóricas e painéis de madeira que vão girando e revelando novas imagens que representam os marinheiros cruzando os oceanos. 

Chegando na Marktplatz, já de noite, visitei o exterior das principais atrações turísticas de Bremen, a St. Petri Dom e a Prefeitura de Bremen.

Na lateral da prefeitura, fui conhecer a estátua símbolo da cidade, o Die Bremer Stadtmusikanten (Os Músicos de Bremen). A estátua que representa um burro, um cachorro, um gato e um galo foi criado em 1953 em homenagem ao popular conto de fadas dos Irmãos Grimm. Segundo a história, os quatro animais partem em uma jornada para Bremen em busca de uma vida melhor.

Depois de andar pelas ruas do centro histórico, voltei para Schlachte para jantar na Paulaners. Experimentei o Bremer Knipp, um prato tradicional que consiste em um tipo de embutido feito com carne de porco, aveia, cebola, sal, pimenta e outras ervas, geralmente acompanha batatas e pepinos. Estava muito bom, voltei para o hostel super satisfeito.

Dia 5 - 11 de setembro de 2023 - Bremen

A minha primeira atração do dia foi o parque Wallanlagen, localizado onde antes ficavam as muralhas de Bremen. A sua principal atração é o Mühle am Wall, um dos cinco moinhos de vento dos séculos XVII e XVIII preservados em Bremen até hoje.

Após a caminhada pelo parque, fui até a Marktplatz para visitar o interior das igrejas. Primeiro visitei a Unser Lieben Frauen Kirche e depois a St. Petri Dom, que domina a praça central do mercado.

Ali mesmo na praça, parei para comer um Flammkuchen, que se assemelha a uma pizza com massa bem fina.

Depois de comer, fui visitar a região de Schnoor, o distrito mais antigo de Bremen, o bairro preserva sua estrutura medieval com ruas estreitas e vielas interligadas. No passado, era um bairro de pescadores, artesãos e comerciantes, hoje é uma parte próspera da cidade de Bremen, cheia de lojas de artesanato, galerias de arte, cafés e casinhas típicas.

Após explorar o bairro de Schnoor, peguei o tram até o Weserstadion, o estádio do Werder Bremen. A região do estádio é muito bonita, é uma zona residencial, tranquila e agradável, vale a pena andar pelas suas ruas antes de chegar no estádio.

Fui caminhando para o centro histórico, passeando pelas ruas e parques dos bairros de Ostertor e Steintor. Esses dois bairros se unem para formar o que os moradores chamam simplesmente de Das Viertel (O Bairro). Essa região oferece uma vibrante vida artística e cultural, muitos pubs e bares, uma grande variedade de restaurantes e cafés e muitos exemplos bonitos de casas típicas de Bremen.

De volta ao centro histórico, passei novamente pela Marktplatz e outras ruas importantes para ver a cidade à noite e os prédios iluminados antes de voltar para o hostel.

Dia 6 - 12 de setembro de 2023 - Viagem para Colônia

Fui até a Estação Central de Bremen para pegar o trem das 10h para Colônia. Essa viagem foi bem cansativa, pois além dos atrasos, eu precisei trocar de trem duas vezes, primeiro em Osnabrück e depois em Duisburg. Cheguei em Colônia depois do previsto e fui de metrô até o hostel.

Fiquei duas noites no Hostel die Wohngemeinschaft, um dos melhores que fiquei na Alemanha. Ótima estrutura e quartos bem confortáveis.

Depois de deixar as malas no hostel fui para a Neumarkt, uma praça rodeada de shoppings centers e lojas de departamento. Parei em uma padaria para comer algo rápido e parti para o centro histórico.

Minha primeira parada foi em duas praças que antes eram uma só. A Heumarkt e a Alter Markt, são umas das mais antigas da Europa Central, datadas da era romana. Originalmente um mercado de feno, peixes, especiarias e outros produtos, encerrou as suas atividades com o crescimento da cidade. Hoje as praças contam com diversos restaurantes e cervejarias.

Caminhando em direção ao Rio Reno, fui conhecer a grande área verde que se estende ao longo do rio, onde antes funcionava o Fischmarkt. Hoje, é um grande ponto de encontro por causa dos seus inúmeros restaurantes que funcionam nas casas típicas coloridas.

Antes de seguir meu caminho para a Kölner Dom, peguei uma cerveja em um mercadinho e me sentei na praça para beber e relaxar às margens do rio.

Depois visitei o exterior e os arredores da monumental catedral de Colônia, a terceira maior catedral em estilo gótico do mundo.

Já de noite, terminei meu dia indo jantar em uma cervejaria tradicional de Colônia. Escolhi a Brauerei Pfaffen para experimentar a típica cerveja no estilo Kölsch. Essa é uma cerveja clara, de alta fermentação, com teor alcoólico moderado e sabor levemente frutado. As cervejas Kölsch são servidas em um copo especial e como é tradição nessas cervejarias, cada cerveja pedida é anotada na bolacha do chopp.

E para comer, provei o Halver Hahn, um ótimo aperitivo que combina bem com o estilo da cerveja de Colônia. Esse prato é uma espécie de sanduíche desconstruído servido com manteiga, mostarda, queijo e cebolas. Voltei para o hostel super satisfeito.

Dia 7 - 13 de setembro de 2023 - Colônia

Logo cedo, fui visitar o NS-Dokumentationszentrum. Esse museu está localizado no antigo quartel-general da polícia secreta da Gestapo e conta a história de Colônia sob o domínio nazista. A exposição é muito extensa, são várias salas com arquivos e vídeos da guerra, além da prisão que pode ser visitada. A entrada é paga.

Saindo do museu, fui visitar o interior da Kölner Dom. O inteiror da catedral é bem bonito, o tom negro das pedras e os vitrais coloridos dão um toque especial, mas seu grande tesouro é o Santuário dos Três Reis Magos, um sarcófago ricamente adornado com jóias que supostamente guarda os restos mortais dos reis-magos.

Na sequência, visitei outra igreja, a Groß St. Martin. Suas fundações remontam à época romana, mas o que chama mesmo atenção é a sua torre, que faz parte do horizonte de Colônia desde o século XII.

Cruzei o Rio Reno para conhecer um pouco da parte leste da cidade, depois de andar pela região, me sentei nas grandes escadarias do calçadão no Rheinpromenade, que oferece uma bela vista do centro histórico de Colônia, principalmente da Catedral.

Esperei anoitecer para ver a cidade iluminada na margem oposta e cruzei de volta para o centro histórico pela Hohenzollernbrücke.

Para jantar, fui novamente em uma cervejaria Kölsch, dessa vez escolhi a Früh. Provei o Himmel und Erde (Céu e Terra), que consiste em morcela servida com purê de batatas, cebolas fritas ou caramelizadas e molho de maçã. Uma delícia, e mais uma vez voltei muito satisfeito para o hostel.

Continua...

Editado por Felipe Rozante
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Dia 8 - 14 de setembro de 2023 - Viagem para Frankfurt

Fui até a Estação Central de Colônia para pegar o trem das 10h para Frankfurt. Essa viagem foi mais tranquila, sem atraso significativo, troquei de trem somente uma vez, em Ingelheim. Cheguei em Frankfurt e peguei o metrô e depois um ônibus até o hostel.

Fiquei duas noites no Jugendherberge. Por ser membro da International Youth Hostel Federation, eu precisei fazer um cartão de membro na recepção do hostel, para isso paguei um adicional de 3.5 euros por diária. O hostel tinha uma boa estrutura, o café da manhã estava incluso na diária.

Comecei a visita na cidade caminhando pelo parque ao longo do Rio Meno, parei em um supermercado para comprar algo e fui comer no parque.

No lado oposto do rio, visitei o distrito financeiro de Frankfurt, a parte mais moderna da cidade. Nessa região encontrei muitas áreas verdes e alguns dos prédios mais altos de Frankfurt, entre eles o Euro Tower e o Main Tower, além do prédio da nova ópera.

O Euro Tower é a sede do Banco Central Europeu, é na frente dele que está o monumento com o símbolo do euro. Subi no Main Tower até o terraço onde você pode ter uma vista quase panorâmica da cidade. Só não é 360° pois há uma construção maior cobrindo a visão de um dos lados da torre, bem na direção do centro histórico.

Saindo da torre, visitei a Alte Oper, a antiga ópera de Frankfurt, e a Eschenheimer Turm, a torre de uma das antigas portas da cidade medieval.

Já de noite, conheci o prédio da Bolsa de Valores com suas as estátuas do Touro e do Urso, a Hauptwache, local da antiga guarda principal, hoje transformada em café, e a Zeil, principal rua comercial de Frankfurt.

Para finalizar o dia, fui caçar um lugar para jantar e acabei encontrando o Havanda, um restaurante turco cuja especialidade é o Döner Kebab.

Dia 9 - 15 de setembro de 2023 - Frankfurt

Acabei perdendo o café da manhã no hostel, por isso fui até o Heming's Coffee para comer algo antes de ir conhecer o centro histórico.

Comecei a visita pela Römerberg, a antiga praça central de Frankfurt. A praça é famosa pelas casas coloridas típicas em enxaimel e o belo prédio medieval da prefeitura onde presenciei recém casados celebrando com música típica o seu matrimônio.

Visitei a Alte Nikolaikirche, uma pequena igreja do século XIII e a Paulskirche, na praça ao lado estava rolando uma feira com comida típica, artesanatos e música. Além disso, caminhei pelas vielas do centro até o Kleinmarkthalle, o mercado da cidade que vende alimentos frescos, frutas, flores, vinhos, entre outros produtos, antes de voltar para a praça central para almoçar.

Almocei no Alten Limpurg, e provei uma Frankfurter Würstchen, uma salsicha fina e cozida, tradicionalmente feita de carne de porco e bacon, embutida em tripa de carneiro, para beber pedi uma cerveja Henninger.

Após o almoço, no caminho para a Catedral, parei no Neue Altstadt. Esse quarteirão fazia parte da Rota da Coroação na época da cidade medieval, e foi totalmente reconstruída seguindo o plano original. Hoje, as casas restauradas recebem cafés, restaurantes e lojas de artesanatos.

Visitei então o interior da Kaiserdom St. Bartholomäus, que foi palco de coroações de imperadores e é caracterizada pela sua coloração avermelhada. Subi a torre até a plataforma de observação que oferece ótimas vistas de toda a cidade. A torre é paga e a subida é feita por escadas.

A subida na torre foi bem cansativa, então sentei em uma das cadeiras de praia espalhadas por uma grande área verde às margens do Rio Meno para descansar antes de seguir para o distrito de Sachsenhausen.

Sachsenhausen era um distrito fornecedor de vinhos, peixes, frutas, entre outros produtos, mas com o tempo e as mudanças climáticas, houve um declínio das vinícolas, então os produtores encontraram na maçã um bom substituto. Hoje, o bairro é conhecido pela produção e pelos bares especializados na sidra de maçã.

Depois de conhecer o bairro, parei para jantar no Apfelweinwirtschaft Atschel e provar a famosa sidra de maçã junto com um prato tradicional de Frankfurt, a Grüne Soße (Molho Verde), que é um molho frio de ervas com creme azedo, ovos cozidos e especiarias.

Eu não gostei desse prato mas ter ido a esse restaurante valeu muito a pena. No começo foi estranho, pois como não tinha reserva e o restaurante estava lotado, o staff me colocou em uma mesa grande junto com um grupo de amigos, me senti um pouco deslocado, mas para a minha felicidade, na mesa ao lado, estava uma família celebrando o aniversário de 90 anos da matriarca, sua filha e neta me convidaram para se sentar juntos com eles.

Foi uma noite muito boa, conversamos bastante sobre viagem, sobre nossos países, e outros assuntos, me senti muito bem e acolhido, foi muito bom ter esse contato com locais.

Dia 10 - 16 de setembro de 2023 - Viagem para Nuremberg

Neste dia consegui tomar o café da manhã no hostel, e depois de fazer o check-out, peguei um ônibus e depois o metrô para a Estação Central de Frankfurt.

Meu trem para Nuremberg era às 10h40, com uma troca de trem em Würzburg. A viagem foi tranquila, sem atraso significativo. Cheguei na Estação Central de Nuremberg e fui a pé para o hostel.

Fiquei três noites no Five Reasons Hostel, o melhor hostel que fiquei na Alemanha. Ótima estrutura e quartos bem confortáveis.

Deixei minhas malas no hostel, e saí para explorar a cidade. Fui andando pelo parque que se estende pelas muralhas da cidade até a Weißer Turm. Mas antes parei na Jakobsplatz, onde visitei a St. Elisabeth Kirche e a St. Jacob Kirche.

Comprei algo para comer em uma das barracas da feira que rolava na praça.

Depois de comer, peguei o metrô para visitar o memorial no tribunal onde aconteceram os Julgamentos de Nuremberg. Göring, Hess, Speer e outros 21 líderes nazistas foram julgados por crimes contra a paz e a humanidade neste prédio. Após visitar uma extensa exposição com arquivos, fotos e vídeos sobre seus crimes e o julgamento, visitei a Sala do Tribunal 600, que permanece em uso até hoje.

Voltei de metrô para o centro histórico e caminhei por outra parte das muralhas, passei em uma rua onde as primas ficavam se mostrando na vitrine, e levei uma bronca pois acharam que eu estava tirando fotos dela, mas na verdade estava tirando fotos da muralha, nem sabia da existência dessa rua em Nuremberg.

Visitei então o Handwerkerhof (Pátio dos Artesãos), um mini vilarejo construído para representar o cotidiano dos antigos artesãos da cidade e depois caminhei pela Königstraße, uma das principais ruas do centro histórico, em direção ao Rio Pegnitz, passando antes pela Lorenzkirche. 

Chegando no rio, cruzei uma ponte que me levou a uma ilha fluvial, onde estava rolando a Oktoberfest de Nuremberg. Era uma feira muito menor que a de Munique, mas estava muito animada, procurei algum lugar para comer e beber mas não deu, estava lotada demais.

Continuei andando pela cidade, e não demorei muito para encontrar outra feira em uma praça com um mini parque de diversões e barracas de comidas típicas. Comi um sanduíche com bratwurst e chucrute.

Na sequência fui até a Hauptmarkt, a principal praça da cidade onde ocorre uma tradicional feira diária, mas as barracas já estavam fechando, então resolvi voltar para o hostel.

Dia 11 - 17 de setembro de 2023 - Nuremberg

Tomei o café da manhã no Pockets Café e logo depois peguei o tram para conhecer as antigas áreas de desfile do partido nazista.

Comecei visitando o Kongresshalle, o prédio colossal construído a mando de Hitler para realização das reuniões do partido nazista. Na ala norte do Salão do Congresso, visitei o Centro de Documentação que examina vários aspectos históricos, incluindo a ascensão do partido nazista, o culto a Hitler, os comícios do partido e os Julgamentos de Nuremberg. A entrada no Centro de Documentação é paga.

Saindo do Centro de Documentação, caminhei pelo pátio interno inacabado do Congresso, e depois o contornei até a Große Straße, uma avenida de 2 km planejada como uma via para desfiles militares.

A leste dali visitei o Zeppelinfeld, onde a maioria dos comícios e eventos nazistas ocorreram. Em frente a ele, há uma arquibancada de 350 metros de comprimento.

Terminada a visita nessa região, peguei o metrô de volta para a cidade e fui conhecer a parte norte do centro histórico.

Fui novamente até a Hauptmarkt, agora com as barracas abertas, e comprei algo para comer, depois visitei o exterior da Frauenkirche e a Schöner Brunnen, uma linda fonte gótica de 19 metros de altura que adorna a praça principal do mercado.

Ainda na praça, fui no Wicklein Die Lebküchnereina para provar o doce mais famoso de Nuremberg, o Lebkuchen, um pão de gengibre com nozes.

Fui comendo o delicioso doce enquanto caminhava pelas diversas pontes do Rio Pegnitz. A que mais se destaca é a Henkersteg, uma ponte de madeira coberta que conecta a cidade a uma pequena ilha com inúmeras lojas. 

Minha próxima parada foi a Weißgerbergasse, uma rua belíssima com várias casas históricas em enxaimel, hoje é povoada por cafés, bares e oficinas de artesanato.

A rua termina na Sebalduskirche, a igreja mais antiga de Nuremberg. Visitei o exterior da igreja e depois subi as vielas em direção às muralhas da parte norte da cidade.

Nesta parte é possível subir e andar pelas muralhas, lá em cima dá para ter boas vistas de parte do centro histórico e andar por belos jardins. 

Depois de caminhar pelas muralhas, desci para a Tiergärtnertorplatz aos pés do Castelo Imperial, um ponto de encontro popular para turistas e moradores locais. Peguei algumas cervejas em uma cervejaria que funcionava em um portinha da muralha e me sentei na praça para descansar e beber.

Já de noite, resolvi comer algo simples e rápido antes de voltar para o hostel, passei na rede de fast food Five Guys e pedi um lanche, mas me arrependi, veio um lanche bem mixuruco. No hostel, aproveitei o bar e peguei mais uma cerveja para tomar enquanto trabalhava um pouco.

Dia 12 - 18 de setembro de 2023 - Nuremberg e Bamberg

Na parte da manhã, fui visitar o interior das três igrejas que passei nos dias anteriores, mas consegui visitar somente o interior da Lorenzkirche e da Sebalduskirche e depois segui para conhecer o Kaiserburg, o Castelo Imperial de Nuremberg.

Kaiserburg é um complexo do século XI com castelo, palácio real, jardins e uma torre. É possível visitar o interior pagando, mas optei por visitar somente os pátios e jardins internos que oferecem uma boa vista do centro histórico.

Saindo do castelo fui até a estação de trem para ir para Bamberg, localizada a menos de uma hora de Nuremberg, mas antes passei em um supermercado para comprar algo para almoçar e fui até uma loja da Vodafone para comprar um novo sim card com internet.

Bamberg é considerada Patrimônio da Humanidade da Unesco e é famosa por produzir a cerveja defumada, conhecida como Rauchbier.

Chegando na estação de Bamberg fui caminhando até o centro histórico, passei pela Maximiliansplatz e pela St. Martin Kirche até chegar no belíssimo prédio da Altes Rathaus, construído no meio de um canal. As suas paredes são todas cheias de pinturas, vale a pena andar pelas pontes próximas para ver a prefeitura de outros ângulos.

Depois de atravessar o arco da torre da prefeitura, cheguei de fato ao centro histórico, caminhei pelas vielas do centro até a Domplatz, a praça principal de Bamberg, nela estão localizadas várias atrações importantes da cidade, como a Bamberger Dom, o Neuen Residenz e o Alte Hofhaltung.

Visitei o interior da catedral, onde estão sepultados o Papa Clemente II e o imperador Henrique II, depois os jardins de rosas do Neuen Residenz, o palácio de século XVII que foi a sede dos príncipes-bispos de Bamberg, e por fim visitei o Alte Hofhaltung, o belo edifício em enxaimel do Antigo Tribunal.

No começo da noite fui jantar no Schlenkerla, um restaurante e cervejaria típica de Bamberg. Nele experimentei alguns rótulos das cervejas defumadas, como a Märzen, a cerveja defumada original e a especialidade de Bamberg há séculos, a Weichsel, minha preferida, cerveja vermelha defumada em fogo de madeira de cerejeira, e a Erle, cerveja preta defumada em fogo de madeira de amieiro.

Para comer, pedi um delicioso e crocante joelho de porco assado com molho de cerveja defumada. Foi uma das melhores refeições da viagem pela Alemanha. Depois de pagar a conta fui até a lojinha para comprar algumas garrafas.

Voltei para Nuremberg de trem e fui direto para o hostel.

Continua...

Editado por Felipe Rozante
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Dia 13 - 19 de setembro de 2023 – Viagem para Munique

Peguei o trem para Munique às 11h. A viagem foi direta, porém o trem estava superlotado, e não tinha assento disponível, precisei ir sentado no chão, segurando as malas.

Cheguei na Estação Central de Munique por volta das 13h e peguei o metrô e depois ônibus até o meu Airbnb, que fica bem distante do centro histórico.

Fiquei quatro noites em um quarto na casa de uma família. O quarto era bem confortável e a host me recebeu super bem, foi muito simpática e me deixou à vontade na casa dela.

Após deixar as malas na acomodação, fui até o Olympiapark München, palco das olimpíadas de 1972. O parque continua sendo uma das atrações turísticas mais populares da cidade, além do complexo esportivo, hoje em dia os visitantes podem assistir a festivais e concertos, fazer um passeio de barco no Lago Olímpico, visitar o aquário ou passear pela enorme área verde do parque.

Eu comecei a visita pelo mirante do parque, onde consegui ter uma bela vista do Estádio Olímpico e das outras instalações, depois parei em um dos bares para comer algo e tomar uma cerveja. Na sequência fui visitar o interior do estádio, a entrada é paga.

Por fim, visitei um memorial em homenagem às vítimas do Massacre de Munique: o atentado cometido pelo grupo terrorista conhecido como “Setembro Negro” contra a delegação israelense na Vila Olímpica de Munique.

Depois do Parque Olímpico, peguei o metrô e fui para a Odeonspltaz, uma grande praça ao norte do centro histórico, palco de momentos emblemáticos na história da cidade.

Na praça, visitei o Feldherrnhalle que foi construído em 1840, inspirado na Loggia dei Lanzi em Florença, em homenagem ao Exército da Baviera. Foi aqui que aconteceu o Putsch da Cervejaria, a tentativa fracassada do golpe de estado de Hitler e do Partido Nazista em 1923. Depois, logo ao lado, visitei a Theatinerkirche, igreja do século XVII que ostenta uma impressionante fachada rococó amarela, torres gêmeas e uma grande cúpula. O interior da igreja é ricamente decorado e abriga a cripta real.

Ainda na praça, fui conhecer o Hofgarten, o Jardim da Corte em estilo renascentista italiano construído no início do século XVII. No centro do parque, o Dianatempel, projetado em 1615, é um elegante pavilhão dedicado à deusa romana Diana. O Hofgarten é cercado por edifícios impressionantes, incluindo a Residenz e a Chancelaria Estatal da Baviera.

Minha última atração do dia foi o Englischer Garten, um dos maiores parques urbanos do mundo. São mais de 75 km de trilhas por florestas, prados abertos e jardins paisagísticos. Passeando pelo parque me deparei com uma pagoda chinesa do século XVIII, uma casa de chá japonesa e um pequeno templo grego. Terminei meu passeio no parque indo até o famoso canal com ondas onde o pessoal vai para surfar.

Saindo do parque passei no supermercado para comprar algo para jantar e para o café da manhã dos próximos dias antes de voltar para o Airbnb.

Dia 14 - 20 de setembro de 2023 - Munique

Chegou o dia de ir à Oktoberfest. Tirei a manhã deste dia para descansar e poder aproveitar a festa o dia inteiro. Peguei o ônibus e depois metrô até o parque, cheguei por volta das 12h.

A Oktoberfest acontece no Theresienwiese, um enorme parque que se transforma em uma cidade de tendas, parques de diversão e barracas de comida. Ao entrar, fiquei impressionado com o tamanho do evento: são diversas tendas gigantes, cada uma com sua própria decoração, música ao vivo e, claro, muita cerveja.

A entrada para a Oktoberfest de Munique é 100% gratuita. Você paga apenas pelo que consumir nas tendas ou atrações.

Apenas seis cervejarias de Munique estão permitidas a servir os visitantes da Oktoberfest: Augustiner, Hacker-Pschorr, Hofbräu, Löwenbräu, Paulaner e Spaten. Cada uma tem a sua própria tenda.

As cervejas são sempre servidas nas tradicionais canecas de 1 litro, você pode se sentar em qualquer mesa e pedir a sua cerveja para o garçom ou garçonete, é preciso pagar na hora. Em 2023, cada caneca custava na faixa de 15 euros. As tendas também servem comidas típicas.

Além das cervejarias, outras marcas também montam suas próprias tendas, como é o caso da peixaria Fischer-Vroni, a delicatessen Käfer, entre muitas outras marcas.

Vale a pena caminhar pelas ruas do parque e visitar cada tenda. Neste primeiro dia bebi nas tendas da Augustiner, Hofbräu e Spaten.

Fiquei até o começo da noite na Oktoberfest, sai de lá bastante feliz (nos dois sentidos). Não sei como cheguei no Airbnb.

Dia 15 - 21 de setembro de 2023 - Munique

Acordei no quarto do Airbnb sem lembrar de como cheguei lá no dia anterior, mas felizmente sem ressaca. Me levantei, tomei banho e fui conhecer o centro histórico.

Minha primeira parada do dia foi o Isartor, o antigo portão medieval da cidade construído em 1337, depois fui caminhando até a Marienplatz, mas antes de acessar a praça visitei a igreja católica Heilig-Geist-Kirche, uma das mais antigas da cidade.

Entrei finalmente na praça atravessando os arcos da antiga prefeitura de Munique, construída no estilo gótico no século XIV. A Marienplatz é a praça central e coração de Munique desde sua fundação. Entre os prédios que se destacam na praça, estão a Neues Rathaus e a Peterskirche.

Visitei o belo pátio interno da nova prefeitura, um imponente edifício em estilo neogótico com uma torre de 85 metros de altura e depois me juntei a uma multidão na praça que esperava o espetáculo do Glockenspiel, o quinto maior relógio da Europa. Ele toca diariamente às 11h e às 12h (também às 17h no verão) e mostra cenas importantes da história de Munique, como o casamento do Duque Guilherme V com Renata de Lorena em 1568 e a famosa dança "Schäfflertanz", celebrada pelos fabricantes de barris para levantar o ânimo do povo de Munique após uma grave peste.

Ao fim do espetáculo, fui visitar a Peterskirche, eu também queria subir na torre, mas ela estava fechada devido a um incidente com um turista. Esse turista precisou ser resgatado pela equipe de bombeiros, ele foi içado da torre por uma corda e levado até o chão de rapel. Por essa razão, decidi subir na torre da nova prefeitura, a entrada é paga.

Saindo da Marienplatz, fui conhecer o histórico Viktualienmarkt, um enorme mercado de alimentos, frutas, vegetais, queijos artesanais e muito mais. Aproveitei para almoçar ali.

Depois continuei andando pelas ruas do centro histórico, visitei outro dos portões medievais da cidade, o Sendlinger Tor, um portão de tijolos vermelhos com duas torres localizado em uma rua pedonal de mesmo nome.

Nessa rua eu visitei a Asamkirche, na minha opinião a igreja mais bonita de Munique. Construída pelos irmãos Asam no século XVIII, a Igreja de São João Nepomuceno foi originalmente pensada para ser uma capela particular dos irmãos, a fachada rococó é bem estreita, mas toda ornamentada, o interior barroco é luxuoso, cheia de folhas de ouro, ricos estuques, entalhes intrincados e afrescos enormes.

Voltei então para região próxima a Marienplatz para conhecer Platzl, um tradicional bairro medieval repleto de restaurantes e das principais cervejarias de Munique.

Ali perto, visitei a Frauenkirche, a maior igreja de Munique. A catedral em si é uma construção de tijolos vermelhos e tem um design muito simples, mas mesmo assim seu tamanho impressiona. Um dos detalhes mais impressionantes da Catedral é a chamada "Pegada do Diabo", uma marca preta que parece uma pegada e em torno da qual giram muitas lendas misteriosas.

Bem perto da Frauenkirche, na Neuhauserstraße, uma das ruas mais importantes do centro histórico, visitei ainda a Michaelskirche, construída no século XVI, é uma impressionante igreja renascentista.

A fachada principal da igreja apresenta esculturas em bronze de membros dos primeiros governantes Wittelsbach de Munique, além da imponente estátua de São Miguel Arcanjo lutando contra um demônio humanoide. No interior, o destaque é o magnífico teto abobadado sem suporte, com mais de 20 metros de extensão, é o segundo maior do gênero no mundo, depois da Basílica de São Pedro, em Roma.

Saindo da igreja, caminhei até o fim da Neuhauserstraße para chegar na Karlsplatz, construída após a demolição das muralhas medievais, a única parte das fortificações que resta é a Karlstor, um dos antigos portões da cidade. 

Minha penúltima parada do dia foi na Max-Joseph-Platz, uma das praças mais importantes do centro cercada por edifícios como o Residenz e o Nationaltheater.

Terminado meu roteiro pelo centro histórico de Munique já no fim da tarde, resolvi ir mais uma vez para a Oktoberfest. Queria conhecer as tendas que não consegui visitar no dia anterior, experimentar as cervejas das demais cervejarias e também dar uma espiada no parque a noite, mas dessa vez aproveitei com mais responsabilidade, me alimentei melhor e bebi nas tendas da Hacker-Pschorr, Löwenbräu e Paulaner.

Voltei para o Airbnb mais tranquilamente e consciente nesta noite.

Dia 16 - 22 de setembro de 2023 – Munique e Dachau

Esse dia amanheceu bem frio e chuvoso, diferentemente dos dias anteriores, mas mesmo assim decidi ir até Dachau para conhecer o Campo de Concentração.

Fui de metrô até a Estação Central de Munique para pegar o trem até Dachau, a viagem durou 30 minutos.

Antes de ir para o Campo de Concentração, passei em uma padaria para almoçar e me proteger da chuva, depois quando a chuva deu uma trégua, dei uma caminhada rápida por algumas ruas do centro de Dachau e então peguei o ônibus para o Campo de Concentração na frente da estação de trem.

O Campo de Concentração de Dachau foi estabelecido em março de 1933 no local da antiga Fábrica Real de Pólvora e Munições da Baviera. Este local de detenção e terror existiu por doze anos. Mais de 200.000 prisioneiros de mais de 40 países foram encarcerados no Campo de Concentração de Dachau e seus campos satélites; pelo menos 41.500 pessoas morreram ali de fome, doenças, tortura, assassinato e pelas consequências de sua prisão.

Graças à iniciativa dos sobreviventes, que se uniram em 1955 para formar o Comitê Internacional de Dachau (CID), o antigo campo de prisioneiros foi transformado em um memorial. Em maio de 1965, o Memorial do Campo de Concentração de Dachau foi inaugurado com sua primeira exposição documental.

O tema central da exposição, que ainda está em exibição hoje, é o "Caminho dos Prisioneiros". Ela documenta o destino dos prisioneiros desde a chegada, a vida, o sofrimento e a morte no campo, até a libertação. Isso é transmitido por meio de relatos e desenhos dos prisioneiros, biografias e dos próprios locais históricos.

A exposição é bem extensa, ela continua na antiga prisão do campo, nos quartéis dos prisioneiros e no antigo crematório.
Visitei todo o complexo em pouco mais de 3 horas, a entrada é paga. Depois peguei o ônibus até a estação de trem de Dachau e voltei para Munique.

Terminei o dia indo mais uma vez na Oktoberfest. Tinha combinado de encontrar um pessoal que eu conheci no hostel de Nuremberg, mas acabamos nos desencontrando.

Andei um pouco pelo parque, bebi e comi algo em uma das barracas menores e resolvi ir embora, pois precisava arrumar minha mala para sair bem cedo no dia seguinte.

Saindo da Oktoberfest, passei no supermercado para comprar algo para levar e comer na viagem e voltei para o Airbnb.

Dia 17 - 23 de setembro de 2023 – Viagem para Martigny

O meu dia começou bem cedo, pois meu ônibus para Lausanne era às 9h da manhã. Saí às 6h30 do Airbnb para poder chegar com folga no terminal ZOB München.

A viagem foi pela Flixbus e durou por volta de 8h30. Em Lausanne, o ponto final do ônibus foi no Parc Vélodrome. A imigração foi feita no local, o oficial subiu no ônibus para conferir os passaportes de cada passageiro.

Precisei pegar um ônibus até a estação de trem. Tive um pouco de dificuldades para comprar a passagem do ônibus pois os totens só aceitam moedas (de franco suíço). Mas um jovem que estava no ponto de ônibus me ajudou informando que eu poderia pagar com meu cartão de débito ou crédito.

Cheguei na estação e comprei a passagem de trem para Martigny em um dos totens.

A viagem até Martigny foi bem rápida, meu primo Tiago foi me pegar na estação e fomos até a casa dele. Botamos o papo em dia, comemos algo rápido e fomos dormir, já era tarde e a filhinha dele estava dormindo. 

Contexto:

Em 2023, eu estava morando na Irlanda e trabalhando remotamente como designer contratado para uma empresa de desenvolvimento de software, além de alguns freelas que fazia paralelamente.

O meu visto na Irlanda chegou ao fim no mês de setembro e já não havia mais a possibilidade de renovação, por isso precisei sair do país. Antes de voltar para o Brasil planejei uma longa viagem dividida em dois momentos, primeiro uma viagem de férias, depois uma viagem “nômade digital”.

Como tinha direito a 2 semanas de férias da empresa, solicitei logo nas semanas seguintes da minha saída da Irlanda para fazer essa viagem para a Alemanha. Após as férias, meu plano era viajar enquanto trabalhava, ficar mais tempo nas cidades e aproveitar melhor o que cada cidade tem para oferecer, com uma visão menos turística.

Comecei passando 1 semana em Martigny na casa do meu primo e depois já tinha planejado mais 1 semana em Budapeste, já tinha comprado a passagem aérea e reservado um Airbnb para a primeira semana. Eu tinha em mente meus próximos destinos, mas queria deixar para reservar acomodação e transporte conforme as coisas iam acontecendo.

Porém, para o meu azar, ou não, eu voltei de férias sem emprego, houve um grande lay off na empresa e eu fui um dos “contemplados”. Por isso, precisei repensar todo meu plano.

Fiquei a primeira semana na casa do meu primo trabalhando e atualizando currículo e depois parti para Budapeste, livre para explorar a cidade. Resolvi tirar o resto do ano para viajar pela Europa, e voltar para o Brasil para as festas de final de ano. 

Eu perdi o meu emprego mas se eu tivesse continuado nele, não teria feito 80% das coisas que fiz nos 3 meses seguintes, e quem sabe se tivesse ficado eu não teria sido mandado embora em outro momento. 

No fim, minha mãe se juntou comigo em Budapeste e viajamos juntos por um tempo e depois continuei sozinho. Conheci a Turquia, a Grécia e muitos outros lugares, mas essa história fica para uma outra hora em um outro relato.

FIM

Editado por Felipe Rozante

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