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Relato de quem cai da moto no meio de uma uma viagem ao Ushuaia


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[t1]Zárate[/t1]

 

Como diz o ditado "que o costume do cachimbo é que entorta a boca." pois é, bem feito para mim achei que já conhecia o caminho não consultei o mapa e nem me dei ao luxo de perguntar em algum posto. sai da fronteira rumei sentido a Ruta 14 e lá chegando enrolei o cabo e fui embora. a paisagem ali naquele pedaço da estrada é sem graça, um calor de rachar mamona e o relógio já marcava quase duas da tarde e eu enrolando o cabo para chegar cedo em zárate. e foi só depois de uma hora de estrada que fui perceber que estava sentido contrario, levei um susto danado quando li numa placa sinalizando Uruguaiana. puts que raiva nem percebi que estava subindo de volta para o Brasil sentido norte da argentina passo de los libres, que merda mais de 100km. na ruta certa porem no sentido errado e o trecho que éra para ser de 580km. acabou sendo de 800 e tra la lá... a emoção que eu estava sentindo por estar passando de moto por uma estrada que eu já havia passado de ónibus da viação pluma no tempo que eu era um mochileiro de 16 anos de idade quase se torna numa preocupação pois estava longe de Zárate e era lá que eu queria passar a noite, fiz o retorno e se a estrada e a paisagem naquele pedaço da estrada já não era tão bonito imagine voltando pala mesma ruta poeirenta com aquela cara de idiota por ter andado tanto sem se ligar no sentido norte - sul, mas essas coisas acontecem e eu tenho certeza que já deve ter acontecido algo parecido com você também...

me lembrei na hora do cara que eu parei para socorrer lá em santa Maria, aquele que estava com o pneu furado mas não tinha nem uma chave de fenda no carro para trocar a roda...veja só, ele não tinha nem uma ferramenta no carro e estava preocupado comigo porque eu estava viajando com uma moto super equipada mas que faltava um equipamento relativamente barato e que iria me fazer falta o GPS....argumentei com ele que era uma opção minha viajar sem GPS e agora dando risada sozinho dentro do meu capacete negro mais uma vez me lembrei do ditado que minha mãe sempre fala "que o costume do cachimbo é que entorta a boca"

Enfim cheguei em Zárate quase sete da noite alem desse tempo perdido eles estavam duplicando a ruta próximo a zárate e o que era para ser um tiro rápido acabou sendo um dos dias mais cansativos da viagem o calor castigou sem pena de quem estava na estrada. antes de chegar na cidade parei para tirar fotos da "puente Zárate - brazo largo" cartão postal da cidade e quando cheguei fiquei logo no primeiro hotel que encontrei, dei uma sorte danada apesar do hotel não ter funcionários era só uma moça para atender telefone, mostrar os apartamentos, atender na recepção," só ela" pensei comigo ela é do tipo que chuta o penalti e corre para agarrar e sem perder a educação e o bom Humor..eu estava tão cansado que o hotel nem precisava ser tão confortável como era. apesar da primeira impressão.

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[t1]Piquenique[/t1]

 

Ontem a noite sai para dar uma volta na cidade mas o cansaço me impediu de conhecer melhor a região do centro de Zarate,aproveitei fui ao mercado comprei agua, pães e frios para fazer meu lanche pelo caminho, voltei para o hotel e ja deixei as mochilas prontas para sair bem cedo pela manha. Uma dica valiosa para quem viaja de moto pela argentina e passar pelos mercados comprar pães e frios para fazer pequenos piqueniques pelo caminho..por varios motivos eu prefiro assim, primeiro que os pães argentinos são uma delicia principalmente os integrais os frios são reconhecidamente muito bons e baratos, segundo que a comida das estradas argentinas alem de precarias não é tão gostosa quanto aquela comidinha que encontramos em nossas estradas e terceiro e principal é, que, voce escolhe quando para pra descansar e comer. E pode ter certeza que mesmo naquelas retas interminaveis do deserto de vez enquando encontra-se um oases com arvores e uma paisagem de tirar o folego. e se voce viaja só como eu, vai perceber como é diferente agradecer a Deus por estar ali naquele momento unico.

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[t1]A caminho de Santa Rosa[/t1]

Acordei cedo, fiz revisão diária da moto, prendi as mochilas, fechei o alforge deixei tudo pronto só faltava tomar café " deseyuno é como eles chamam café da manha aqui, que na verdade é tão somente medias Lunas, café, e geleias" e de me despedir da lena a recepcionista do hotel que minutos antes já havia me dado todas as dicas de como sair da cidade pela via mais fácil sentido Ruta 5...As sete da manha o sol já me acompanhava, e la ia eu pelas ruas tranquilas da cidade e em menos de 100km depois ja estava no trevo da Ruta 6 entroncamento da Ruta 5. Aqui nesse trecho vou dar uma dica para os Católicos aproveitem que estão por aqui e dêem uma passadinha em luján façam uma visita a Padroeira da Argentina. " vou comparar como se estivessem fazendo uma visita a aparecida do norte" como eu já conhecia a cidade toquei direto pois queria chegar cedo em Santa Rosa para fazer a segunda troca de óleo na concessionaria YAMAHA de lá

È aqui na Ruta 5 que se inicia as retas intermináveis, e por se tratar de uma região agrícola encontramos muitos tratores e graneleiros pela estrada. da impressão que todo milho do mundo é plantado aqui, e para quebrar a rotina da paisagem as vezes eles plantam girassol ou sorgo o que da um ar mais alegre para a Ruta.

Uma dica importante para os motociclistas que andam por essas estradas com retas intermináveis e as vezes mais de 100 km sem fazer uma curva se quer.A dica é instalar um "cruise control" caso a moto não tenha. eu não coloquei na minha porem depois de horas sem tirar a mão do acelerador me lembrei de uma dica que eu li lá no fórum XT600 e que o Paulo lá de santos me demonstrou por Email. O esquema me demonstrou ele era adaptar uma borracha entre a manopla e o punho do acelerador. borracha essa que eu havia me esquecido de levar mas não me dei por vencido, o incomodo de não tirar a mão do acelerador era tanto que improvisei com um extensor que estava usando para amarrar as mochilas. Peguei o extensor dei três voltas entre o protetor de mão e o punho do acelerador, incrível como funciou bem na XT, consegui ajustar na velocidade que eu queria entre 100 a 120 km h. ainda bem que não gastei dinheiro com cruise control, foi a melhor dica que eu usei durante a viagem.Quem faz grandes viagens sabe como é bom poder exercitar o braço direito, porque se não levantar ele de vez em quando ele até perde a sensibilidade ele dorme e até da formigação dependendo do tempo que você pilota entre uma parada e outra.

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[t1]Saindo da estrada conhecendo pessoas[/t1]

Já é quase uma da tarde, estou meio preocupado se dará tempo de chegar e encontrar a concessionaria aberta para a revisão da moto e ainda falta 350 km para chegar em santa Rosa. talvez se eu fosse daqueles que vão direto ao destino chegaria a tempo sem preocupações mas acontece que apesar de amar as estradas eu também amo conhecer cidades e pessoas. Vou dar uma dica para quem como eu gosta de conhecer pessoas. Quer conhecer alguém da cidade? quer bater papo e falar do lugar? você esta no Pais certo, basta entrar numas daquelas pequenas mercearias do interior argentino e puxar assunto, garanto que não faltarão historias, ainda mais sendo com um Brasileiro viajando de Moto naqueles cafundós, numa dessas paradas conheci a Lúcia dona de uma mercearia lá na cidade de 9 de Julho já na divisa da província de Buenos Aires com a província de la Pampa, entrei na cidade para comprar agua e frutas para o "almoço/ piknique" que faria kilometros a frente em algum lugar que pudesse apreciar a paisagem.A Lúcia quase me conta a vida toda dela em quinze minutos e entre outras coisas disse que nunca tinha feito uma viagem longa e que sempre viveu assim sem nunca ter ido para muito longe, por isso a admiração dela por alguém que vinha de muito tão longe. Comprei pães, agua e ela me presenteou com uma metade de um queijo que ela disse que era feito numa fazenda próxima dali, me despedi e ela fez questão de me acompanhar ate a porta da mercearia para se despedir do viajante...uns cem kilometros a frente parei para fazer o lanche num lugar que nem era muito bonito, mas aproveitei a sombra dos Alamos árvore que nunca tinha visto de perto e quando provei o queijo da Lúcia quase que eu volto lá na cidade para comprar mais, nunca tinha esperimentado um queijo tão especial de textura e sabor, é nessas horas que você percebe que esta fazendo uma outra viagem, dentro da mesma viagem...

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[t1]Fazendo amigos numa concessionaria YAMAHA, em Santa Rosa[/t1]

 

Cheguei em Santa Rosa já passava das sete da noite e apesar do horário o sol ainda era forte, o odometro marcava 680 km mas a impressão era que eu tinha rodado mais de 1000 km pelo cansaço que estava sentindo, andei por algumas ruas procurando por hospedagem foi quando sem querer passei enfrente a concessionaria Yamaha e para minha surpresa apesar do horário estava aberta e parei para agendar a troca de óleo e fazer uma pequena revisão na primeira hora do dia seguinte e olha só a sorte que eu dei. o Carlito vendedor da loja me falou que la na cidade o comercio e serviços era comum todos atenderem até as oito da noite, devido a siesta que eles fazem a tarde e que se eu quisesse eles fariam a revisão ainda naquela tarde, porem que eu teria que esperar um pouco porque o mecânico não estava no momento, mas que ele Carlito ligaria pra ele, para que ele retornasse o mais breve possível " E pensar que os Brasileiros sempre fazem piadas capiciosas dos Argentinos" nem aqui no Brasil nunca em nem uma concessionaria tive um atendimento desses, sem contar que o Carlito me indicou um otimo hotel ali próximo e ainda me falou que eu poderia ir para o hotel tomar banho e descansar um pouco, que, mesmo que passasse das oito horas eles me esperariam para entregar a moto pronta ainda naquela noite.E foi o que fiz, segui a dica do Carlito e fiquei no hotel Calfucura que fica na rua principal do centro e bem próximo dali. o hotel com uma hospedagem um pouco mais cara do que eu havia estipulado para os padrões daquela viagem, valeu todos centavos, uma otima e cheirosa cama, no banheiro como em quase todos os hotéis da Argentina, naquele padrão, tem uma pequena banheira, que mal me cabia la dentro, mas eu nem quiz saber do tamanho me encolhi e fiquei lá dentro com aquela agua bem fresquinha , tava tão bom que eu quase cochilei na banheira.Apesar do banho ter me reposto as energias ainda me sentia muito cansado, mas o dever me chamava e fui para oficina da concessionaria acompanhar a revisão da moto, minha surpresa é que quando cheguei o mecânico já estava concluindo a troca de oleo e faltava apenas algumas regulagens e lubrificação da corrente o mais interessante foi que o mecanico havia ligado para um moto club da cidade dizendo que havia um brasileiro fazendo revisão numa moto que eles não vendiam lá naquela região a YAMAHA 660 R. engraçado que aqui ela é uma maquina tão comum, porem lá ela ainda despertava muita atenção e o melhor ainda é que alguns deles foram lá para me conhecer e nem acreditei quando quando o Alfredo Rodrigues um dos que foram lá me conhecer, insistiu para que eu ficasse hospedado em sua casa...Ali naquele momento eu percebi o que na verdade eu já sabia é que a união dos verdadeiros motociclistas não existem fronteiras, nem preconceitos, nem classe social, somos todos de uma família muito especial. "E eu teria varias provas disso nessa mesma viagem. Quanto ao Alfredo Rodrigues é uma historia a parte que eu quero contar aqui no blog talvez no próximo post .Não sei se foi sorte, coincidencia, o qual quer que seja o fator, mas ali naquela loja YAMAHA alem do otimo atendimento que eu sei, foi fora do normal , fiz amigos que vão ser lembrados para o resto da vida.

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[t1]Contra tempo na saida, porem novos Amigos[/t1]

Já era quase 21:30 quando a moto ficou pronta, me despedi do pessoal da concessionaria e o Alfredo me fez questão de me acompanhar pela cidade até o hotel, porem antes apesar do meu cansaço que naquela hora era visível. ele me levou numa outra oficina e em mais duas lojas "moto peças" estávamos procurando uma graxa para a corrente e ele insistiu que teria que ser da mesma que ele usava na corrente da STRONG dele, como as duas primeiras lojas que fomos não tinha a tal graxa fomos na oficina do mecânico dele que gentilmente me vendeu uma lata da tal graxa branca sprey, não me lembro mais a marca nem o fabricante da graxa. E gostei muito, alem de fácil aplicação, ela se fixa na corrente e não se mistura com a areia a principal inimiga das correntes e principalmente naquela região de deserto e ripio, e mais para baixo, ripio e neve.Voltamos ao hotel, apesar do Alfredo ter insistido para que eu me hospedasse na casa dele, mas a minha diária já estava paga e ele entendeu, nos despedimos mais uma vez. Subi pro meu quarto e desmaiei de sono e cansaço...

Acordei cedo descansado e com fome fui tomar café e tive uma bela surpresa o café na manha desse hotel o Calfucura era bem parecido com o café servido nas pousadas aqui no Brasil, aproveitei e tirei o atraso muito bom o café , minha mochila já estava pronta, a conta do hotel já estava fechada e eu alegre porque tinha adiantado tudo ontem a noite e poderia sair bem cedo hoje, porem quando fui amarrar a mochila e Fazer a revisão diária da moto percebi que o parafuso que prende o alongador do alforge tinha caído sem que eu percebesse, puts, me deu até um frio na barriga, onde é que eu iria encontrar um parafuso igual aquele na quela hora? la na oficina da YAMAHA eles abririam a loja só as onze da manha como é de costume por lá, foi quando o recepcionista do hotel percebeu que eu estava com problemas com a moto e veio em meu auxilio e me falou que ligaria para um mecânico próximo ali do hotel e se eu desse sorte ele abriria a oficina dele mais cedo só para me atender, aceitei na hora a sugestão do recepcionista e foi o que fizemos e o mecânico me atendeu de imediato.então eu fui até a casa dele onde ele me atenderia e era lá que ele mantinha uma oficina para pequenas motos, depois que retiramos toda a muamba da moto, mochila,alforge, foi que conseguimos desparafusar o outro parafuso para que pudéssemos leva-lo de amostra para comprar outro, já que o Luigi, Argentino descendente italiano não tinha na oficina dele, ele pegou o parafuso de amostra saiu como um doido numa motinho minúscula e em menos de cinco minutos ele estava de volta com três parafusos iguaizinhos ao que tinha caído, demorou mais tempo para tirar as mochilas e o alforge. que ele sair comprar e colocar o parafuso de volta. tudo pronto e o Luigi trouxe mate para tomar-mos e celar ali uma nova amizade em Santa Rosa.Mais uma vez eu estava diante de um dilema de conciencia, O Luigi alem de ter comprado os parafusos com o próprio dinheiro não aceitou de forma alguma receber pagamento pelo serviço que ele fez, eu sempre gostei dos Argentinos desde quando tinha morado em Buenos Aires na época da guerra das Malvinas povo muito hospitaleiro, porem ali naquele caso, ultrapassou em muito, meu conceito de amizade e ajuda ao próximo. Muito obrigado Luigi, não só por ter me ajudado numa hora dessas, mas principalmente por ter me demonstrado como podemos ser generosos independente se conhecemos ou não as pessoas...Já era quase 10:00 da manha quando me despedi de todos que estavam por ali na oficina do Luigi.

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