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Bolívia, Peru e Chile (com trilha Salkantay) - 27 dias - Agosto/2013


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# 21º dia - 25/08 - Puno / Copacabana

 

Chegamos em Puno às 5h da manhã e lá estava o Clever, da agência Jumbo, pra nos recepcionar. Como ainda era cedo e o tour pras Islas Flotantes só iria ser às 10h, ele disse que nos levaria até a agência pra deixar as malas e podermos tirar um cochilo. Pedimos pra esperar os outros brasileiros que estavam chegando e queriam ir no mesmo tour. O restante do pessoal chegou às 6h e enfim fomos até a agência Jumbo. Lá tomamos café e descansamos. Pedimos pro Clever se ele poderia comprar passagens pra Copacabana e ele afirmou que quando voltássemos das Ilhas ele já teria as passagens.

 

Às 10h fomos de van até o lago Titicaca. Entramos em um barco onde um guia falava ao microfone, explicando a história das Ilhas Flutuantes. Achei o lago bem feio e sujo, com bastante lodo (ou sei lá o que era aquele negócio verde). Uns 30 minutos enfim chegamos às tais Ilhas. Descemos do barco, caminhamos por uma das pequenas ilhas feitas de totora (bambus entrelaçados) e sentamos pra ouvir a explicação de como surgiram, como eram feitas, etc. Até experimentei um pedaço de totora (não tem gosto de nada, mas dizem que é bom pra clarear os dentes). Lá tem as famosas famílias que dizem viver lá, muita gente não acredita nisso, mas vai saber, não me interessei muito em descobrir. Um pessoal comprou artesanatos e produtos feitos pelas cholas. Depois de 1 hora retornamos a Puno e fomos a agência Jumbo buscar as malas pra ir pra rodoviária. Chegando lá o Clever nos entregou as passagens pra Copacabana, o ônibus sairia às 14h. Pegamos um táxi pra rodoviária, almoçamos lá mesmo e enfim partimos de volta a Bolívia.

 

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Na fronteira entre Peru e Bolívia todos tem que descer do ônibus e passar pelo escritório de imigração, do lado peruano. O motorista diz que vai nos esperar com o ônibus do lado boliviano e que temos que ir até lá andando. São menos de 100 metros, mas confesso que dá medo de ver o ônibus indo embora com a sua mala lá dentro. Carimbei o passaporte com a saída do Peru e cruzei a fronteira a pé. Já na Bolívia tem um outro escritório onde temos que carimbar a entrada no país. Tinha uma pequena fila e uma garota de Cingapura reclamando que teria que pagar 70 dólares pra poder entrar no país. Não sei se a cobrança é realmente obrigatória, mas acho que ela não tinha outra saída, ou paga ou não entra. Pra brasileiro não tem problema, mesmo só com o RG passa sem ter que dar explicações.

 

Por volta das 18h chegamos a Copacabana. O ônibus parou em frente ao Hotel Mirador na beira do lago Titicaca e o motorista disse que a hospedagem ali custava 6 dólares, com banheiro privativo. Praticamente o ônibus inteiro desceu e eu e o Alan resolvemos ficar ali também, afinal acho que eu merecia um hotel decente depois de tanto pulgueiro em que a gente tinha dormido até ali. Na hora em que falaram 6 dólares achei barato, acho que por só prestar atenção no "seis" e não no "dólares". Na conversão pra bolivianos ficou meio caro, 40 bolivianos, porque no dia seguinte descobrimos vários outros hotéis por 20 bolivianos. Mas valeu a pena porque o quarto era bem legal, com duas camas grandes, banheiro com água quente, TV a cabo e uma vista incrível do lago Titicaca. Guardamos as malas, tomamos banho e resolvemos dar uma volta por Copacabana. Achei a cidade bem parada durante a noite, praticamente deserta. Só em uma rua havia movimento, era onde ficam concentrados os bares, restaurantes e agências de turismo, além de uns mercadinhos. Paramos em um bar e tomamos umas cervejas, mas como o atendimento foi ruim e a cidade tava bem morta, voltamos pro hotel e dormimos.

 

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# 22º dia - 26/08 - Copacabana / Isla del Sol

 

Acordamos cedo e fomos tomar café no hotel, já incluso. Descendo as escadas pro refeitório comentei com o Alan "por 6 dólares o café deve ser aquele famoso pão duro com manteiga e geléia de sempre". Felizmente queimei minha língua, porque finalmente encontramos um café-da-manhã com coisas "normais" pra brasileiros. Tinha suco natural, frutas, chocolate, enfim, coisas que eu não comia no café-da-manhã há 22 dias. Acho que acabei dando prejuízo pro hotel e depois da minha passagem por lá devem ter aumentado a hospedagem pra 7 dólares. Depois de comer fomos comprar as passagens pra Isla del Sol. Na rua em que ficam os restaurantes tem um monte de agência (Av. 6 de Agosto, a rua que tem uma âncora gigante). Compramos pra parte Norte da ilha e o barco sairia às 14h. Planejamos dormir na ilha, acordar cedo no dia seguinte pra caminhar até a parte Sul e de lá pegar um barco de volta pra Copacabana. Perguntamos na agência se havia uma indicação de hotel na Isla del Sol e a mulher disse pra procurarmos o hotel Mancokapac, que seria bom e barato, e chegando lá deveríamos procurar o Lucio, dono do hotel. Na mesma agência Também compramos passagens de Copacabana pra La Paz, pro dia seguinte, por 25 bolivianos.

 

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Como ainda era cedo fomos dar uma volta por Copacabana. Andamos até a Plaza 2 de Febrero, compramos umas bugigangas nas barraquinhas, almoçamos pollo a parmegiana num restaurante e fomos pro cais pegar o barco. No barco encontramos por acaso o casal Mariana e Daniel, que fez a Salkantay com a gente. Também conhecemos no barco uma carioca, a Carol, que estava viajando com um peruano, o Pepe. Duas horas de viagem no barco, ao lado de um peruano que não via um chuveiro há meses, chegamos a Isla del Sol. A parte norte da ilha é muito tranquila, acho que lá tem mais turista do que locais. Logo que descemos do barco fomos procurar o hotel Mancokapac, indicação da mulher da agência em Copacabana. Era bem na beira do lago e depois de perguntar pra um rapaz encontramos facilmente, apesar de não ter nenhuma placa na porta. Na verdade parecia mais uma casa do que um hotel. O portão estava aberto e entramos. Um menino de uns 8 anos veio nos receber e disse que o Lucio, seu pai, não estava e que o quarto pra 2 pessoas, sem banheiro, custava 20 bolivianos por pessoa. Pagamos pro menino mesmo e ficamos lá. Detalhe que o guri tirou um bolo de dinheiro do bolso, devia ter mais grana que eu.

 

Aparentemente na Isla del Sol não há muito o que se fazer, então fomos dar uma volta e tomar uma cerveja. Achamos um mercadinho com Paceña de 600ml gelada (!) a 15 bolivianos (!!!). Só que a garrafa era retornável, então pagamos 5 bols a mais e o rapaz nos devolveria o dinheiro quando devolvêssemos a garrafa. Saímos andando com a garrafa e logo encontramos uma praia. Sentamos num banco de madeira e ficamos lá bebendo e conversando. O Daniel e a Mariana passaram pela gente e disseram que iam conhecer umas ruínas, mas eu e o Alan estávamos bem preguiçosos e decidimos ficar ali curtindo a vista com a cerveja. Logo depois passaram a Carol e o Pepe, também indo pras ruínas. Sei que a gente bebeu umas 4 garrafas cada um e eu já tava ficando um tanto bêbado. Começou a escurecer e esfriar bastante. Antes de escurecer a Carol e o Pepe voltaram das ruínas e pararam pra conversar com a gente, e pra rir porque a gente estava bebendo no mesmo lugar desde a hora em que eles passaram. Também chegaram duas mineiras que estavam caminhando da parte Sul desde de manhã e se perderam. Ficamos conversando um pouco e combinamos de fazer uma fogueira ali na praia a noite. Eu e o Alan bebemos a última cerveja e fomos procurar algum lugar pra comer. Não tem iluminação pública na ilha e a noite é difícil andar pelas ruazinhas, ainda mais depois de ficar o dia todo bebendo. Acabou que não encontramos lugar nenhum pra comer, só um estava aberto mas tinha só uma mulher trabalhando. Tinha um casal de brasileiros lá dentro e depois de saber que eles estavam já há 1 hora e meia esperando pelo prato decidi ir embora. Voltamos no mercadinho das Paceñas, mas dessa vez pra comprar comida. Derrubei uma maçã no chão sem querer e a mulher me obrigou a comprar, porque disse que ficou amassada e ninguém mais iria querer comprar. Compramos também bolachas e iogurte pra comer de manhã, afinal iríamos caminhar bastante até a parte sul.

 

Guardamos as coisas no hotel e fomos pra praia. O Pepe e a Carol já estavam lá acendendo a fogueira. Também chegaram três chilenas e ficamos todos conversando e rindo. Tava bem frio mas a fogueira tava ajudando a esquentar. Logo chegou um rapaz que se disse segurança da ilha, pedindo pra apagar a fogueira. O Pepe ainda tentou negociar mas não teve jeito. Eu não entendi direito o motivo, mas acho que era pra evitar sujeira na praia. Mesmo assim ficamos lá conversando, agora no frio. Depois ainda ficamos um pouco no quarto das chilenas, que era ali do lado da praia, bebendo tequila e conversando num portunhol excelente. Sei que voltamos pro nosso hotel lá pelas 3 da manhã. E teríamos que acordar às 6h pra caminhar pra parte sul.

 

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# 23º dia - 27/08 - Isla del Sol / Copacabana / La Paz

 

Acordamos às 6h, morrendo de frio e sono. Teríamos que levantar pra andar até a parte sul da ilha, porque eram 3 horas de caminhada e o barco do sul pra Copacabana saía às 10h. A gente tinha que pegar esse barco porque o ônibus de Copacabana pra La Paz saía às 14h. Saímos do hotel ainda com o céu escuro e com dois cachorros nos acompanhando desde a porta do quarto. Os cães corriam na frente e olhavam pra trás pra esperar a gente, como se estivessem indicando o caminho. Foi até bom porque não sabíamos o caminho direito. No dia anterior o Pepe tinha indicado por onde a gente deveria caminhar mas chega um momento em que a trilha se divide em duas. Resolvemos seguir o cachorro (um deles ficou pra trás, acho que cansou de ser guia não-remunerado) e deu certo. A vista da trilha é bem bonita, lá do alto dá pra ver o Titicaca inteiro, aquela imensidão sem fim de água. Bonita e cansativa, porque tem umas subidas absurdas e vamos o tempo todo caminhando sob pedras.

 

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Depois de 1 hora de caminhada um senhor que vinha no sentido contrário nos parou e disse que tinha que pagar uma taxa de 15 bolivianos. Perguntei se tinha alguém no final da trilha pra controlar se eu tinha pago ou não. O rapaz disse que sim e então perguntei se poderia pagar no final da trilha. Meio a contragosto ele disse que sim e então seguimos a caminhada. Mais uma hora andando e chegamos a outro posto de controle, uma cabana no meio da trilha com um homem parado. Imaginei que ali seria onde eu deveria mostrar o comprovante de pagamento (o qual eu não queria pagar). Tentei passar sem olhar pro rapaz mas não teve jeito. Segue o diálogo, traduzido pela tecla SAP:

 

Rapaz: - Vocês tem o ticket da taxa?

Eu: - Então, a gente passou por outro cara lá trás agora pouco.

Rapaz: - Vocês tem o ticket da taxa?

Eu: - Então, ele falou que podia pagar aqui e...

Rapaz (já nervoso): Vocês tem ou não tem o ticket da taxa?

Eu: - Não, não temos.

Rapaz (mais nervoso): - Então vai, vai! Continua andando!!

 

Nisso eu já tava andando mais rápido e sem olhar pra trás, imaginando ele com uma espingarda mirando minha cabeça. Um pouco depois de passar a cabana tinha uma lata de lixo e eu fui jogar uma garrafa de água vazia. Só ouvi o cara lá de trás gritando "se não vai pagar, também não vai jogar o lixo aí". Resolvi aceitar o conselho e levei a garrafa comigo.

 

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Lá pelas 9h30 chegamos finalmente a parte sul da ilha. Compramos o ticket do barco e fui comer um lanche bem em frente ao cais. Pedi um sanduíche de frango e uma Coca-Cola. O lanche veio gelado e a Coca quente. Às 10h o barco partiu e chegamos 11h30 em Copacabana. O ônibus pra La Paz sairia às 14h, então fomos ao hotel Mirador buscar as malas e aproveitar o sofá grátis da recepção até dar a hora de partir. Tiramos um cochilo e pegamos o ônibus, que saiu umas 14h30. No caminho até La Paz temos que descer do ônibus e pegar um barco pra atravessar o Titicaca, custa 1 boliviano (ou 1 e 50, não lembro). Pessoas vão em um barco e o ônibus vai em uma balsa. Às 17h30 chegamos finalmente em La Paz. A chegada é pela cidade de El Alto, um lugar bem feio. Ao se aproximar de La Paz percebemos o quão grande é a cidade, carro pra todo lado, trânsito, muita gente na rua, enfim, uma verdadeira bagunça. Ainda no ônibus o Alan viu um estádio e teve a idéia de procurarmos saber se teria algum jogo na cidade pra gente assistir.

 

Na rodoviária pegamos um táxi até o Wild Rover. Eu tinha feito reserva no Wild Rover de Cusco, mas chegando lá não tinha reserva nenhuma. Mesmo assim tinha vaga e pegamos um quarto pra 6 pessoas. Guardamos as coisas no quarto e fomos procurar no Google a tabela do campeonato boliviano de futebol. Teria um jogo em La Paz no dia seguinte, à noite, e decidimos ir ver. O "clássico" The Strongest x Sport Boys. Também pegamos na recepção do Wild Rover nosso vale-cerveja e a camiseta do hostel. Ao se hospedar nos três Wild Rover (Cusco, Arequipa e La Paz), quando você chegar no último, independente da ordem, você ganha um drink e uma camiseta bem legal escrita "eu sobrevivi ao hostel mais perigoso do mundo". Depois fomos pro bar beber mas não fiquei muito, afinal estava acordado desde às 6h da manhã. O Alan resolveu sair pra comer mas eu fiquei no hostel e dormi cedo.

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"Os cães corriam na frente e olhavam pra trás pra esperar a gente, como se estivessem indicando o caminho. Foi até bom porque não sabíamos o caminho direito."

"Só ouvi o cara lá de trás gritando :"se não vai pagar, também não vai jogar o lixo aí". Resolvi aceitar o conselho e levei a garrafa comigo."

 

É cada uma, hein?....me deixe viu!

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# 24º dia - 28/08 - La Paz

 

Acordamos, tomamos café no Wild Rover e fomos dar o primeiro rolê por La Paz. Primeiro fomos procurar saber dos ingressos pro jogo que seria à noite. Perguntamos pro porteiro do hostel e ele disse que o estádio Hernando Siles ficava a mais ou menos 1 quilômetro de lá. Peguei um mapa na recepção e fomos andando mesmo. O estádio fica em frente a uma praça onde se cruzam umas 5 ruas, por isso o trânsito é mais bagunçado do que o normal e você tem 5 vezes mais chance de ser atropelado ao atravessar a rua. Ainda era cedo e não havia nenhuma bilheteria aberta, então perguntamos a um policial e ele disse que começavam a vender ingressos só depois das 14h. Decidimos ir para o centro de La Paz e voltar mais tarde pra tentar comprar. Andamos pela avenida Simon Bolivar até chegar na Plaza San Francisco. Fomos até o Mercado das Bruxas, pechinchamos umas bugigangas e entramos em uma loja pra procurar uma camiseta do The Strongest, para irmos ao jogo devidamente uniformizados (e pra evitar apanhar). Em uma das lojas encontramos uma que parecia menos falsa que as outras. A vendedora disse que custava 300 bolivianos (!) porque era original, mas depois de negociarmos levamos por 30 bolivianos cada uma. Ainda andando pelas ruas ao redor do Mercado das Bruxas encontramos o PC (aquele da trilha Salkantay) e as duas mineiras que conhecemos na Isla del Sol (as que estavam perdidas). Conversamos um pouco e acabamos nos perdendo na bagunça das calçadas e ruas de La Paz. Aproveitamos e procuramos agências pra fechar o Downhill e o Chacaltaya. Na segunda agência gostei da explicação e resolvi fechar lá mesmo. O downhill por 300 bolivianos (a bicicleta mais barata + camiseta + lanche + almoço com piscina + CD com fotos + roupa completa) e o Chacaltaya com o Valle de La Luna por 90 bolivianos. Eu estava certo que ia fazer os dois, mas o Alan só queria fazer o Chacaltaya. Quando já estávamos indo embora da agência ele resolveu fechar também o downhill. A moça da agência ainda alertou que a ida ao Chacaltaya dependia se iria formar um grupo e por isso ela nos avisaria no hostel caso não formasse. Se não houvesse aviso nenhum era porque havia gente suficiente e o passeio aconteceria.

 

Já tinha passado das 14h, então resolvemos voltar ao estádio pra tentar comprar os ingressos. Chegando lá mais uma vez as bilheterias estavam fechadas. Perguntamos a outro policial e ele disse que não sabia que horas começavam a vender, e indicou um rapaz que estava fechando um portão do estádio. Corremos antes dele fechar o portão e perguntamos, ele disse pra voltarmos às 18h (o jogo seria às 20h). Já estávamos indo embora quando ele perguntou se queríamos conhecer o estádio, e óbvio que aceitamos o tour gratuito. Entramos, andamos pelo gramado vazio, tiramos umas fotos e fomos embora.

 

O Alan tinha um papel com o nome e endereço do hostel em que as chilenas estavam (aquelas da Isla del Sol), então fomos procurar a pé. Mesmo com mapa conseguimos nos perder porque as ruas mudam de nome a cada esquina. Depois de perguntar bastante encontramos o hostel Carreteros. Pedimos pra chamar por elas na recepção e logo desceram. Esse hostel é bem estranho, parecia mais uma pensão ou um cortiço do que um hostel. E também ficava um pouco longe do centro de La Paz. Conversamos com as chilenas e combinamos de nos encontrar no Wild Rover depois do jogo. O Pepe e a Carol também estavam hospedados lá e combinamos todos de sair a noite.

 

Já eram quase 19h, então voltamos (pela terceira vez) ao estádio e dessa vez já tinha bastante movimentação de aurinegros (como são conhecidos os torcedores do Strongest) nas redondezas. Vesti minha camiseta, compramos umas cervejas numa adega e fomos comprar o ingresso na bilheteria. Perguntamos qual era o ingresso mais barato e nos disseram que era no meio da torcida organizada Barra Brava. Pagamos 20 bolivianos e fomos nesse setor mesmo. Foi bem divertido, a torcida não para de cantar um minuto, mesmo com o time perdendo. Tiramos um monte de foto no meio dos torcedores e até cantei umas músicas que aprendi mais ou menos. O jogo terminou 4x1 pro Strongest (graças a Deus, não queria ser considerado pé-frio e correr o risco de apanhar). Brincadeiras a parte, não me senti inseguro em nenhum momento, mesmo no meio da torcida organizada e no setor mais popular do estádio foi bem sossegado.

 

Voltamos andando pro Wild Rover, tomei um banho e quando voltei ao quarto estava lá o porteiro dizendo que tinha um pessoal nos procurando na recepção. Estavam lá as chilenas Natalie, Francisca e Lissette, o Pepe, a Carol e um francês amigo deles que estava fazendo aniversário. Eles queriam comemorar no Hard Rock Cafe (nem sabia que tinha um em La Paz). Saímos andando pelas ruas mas ninguém sabia direito onde ficava. Andamos bastante por umas ruas bem feias, acho que na periferia de La Paz. Uma hora começou a ficar tenso porque as ruas estavam cada vez mais desertas e escuras e, apesar de estarmos em bastante gente, éramos turistas. Eu nem sabia mais direito onde estava e já tava quase pegando um táxi pra retornar ao hostel. Enfim, acabamos voltando ao centro (e a civilização) sem encontrar nenhum bar legal aberto. Parece que La Paz não funciona depois das 22h. Ficamos conversando um pouco na praça em frente ao palácio presidencial e nos despedimos. Eu e o Alan voltamos ao Wild Rover, bebemos umas no bar e foi só.

 

(não tenho fotos desse dia porque não quis levar minha câmera, que é um pouco grande, por La Paz. E o filho da mãe do Alan até hoje não me passou as fotos que tirou com a câmera dele :x )

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# 25º dia - 29/08 - La Paz / Downhill

 

Acordamos bem cedo pra esperar a van que nos levaria ao downhill. Tomamos café e às 8h30 a van passou. Tinha um grupo de canadenses, um chileno (que eu apelidei de Valdivia, o jogador) e um brasileiro. Lá pelas 10h chegamos ao início do downhill. Assinamos um termo de responsabilidade (do tipo "se você morrer, o problema é seu"), vestimos as roupas, capacete, cotoveleira e joelheira, recebemos algumas instruções e andamos um pouco na bicicleta pra pegarmos o jeito. Quando todos estavam prontos, pé na estrada. O começo é tranquilo porque andamos na rodovia asfaltada, bem ao lado do acostamento. Passa bastante caminhão e carro tanto descendo quando no sentido contrário, mas é bem sossegado. Chegamos até a ultrapassar alguns caminhões lerdos no percurso. Paramos depois de uns 30 minutos e recebemos o lanche: um pão com ovo, banana, chocolate e uma Coca-Cola. Ainda pagamos uma taxa de 15 bolivianos (sei lá pra quê, mas tem que pagar). Durante o caminho, um dos guias vai de van na frente e espera a gente passar pra ir tirando fotos. Depois que todos passam ele nos ultrapassa de van de novo e tira mais fotos, e assim vai. Em um momento há um túnel bem grande e escuro, por isso é perigoso passar de bicicleta nele. Temos que passar por uma estrada de pedras ao lado do túnel e o guia disse que ali já dava pra acostumar com o que viria pela frente mais tarde, pois o restante da estrada era só de terra e pedra. Dei uma bambeada no começo e quase caí, mas depois peguei o jeito. Logo depois voltamos a van porque tinha um trecho de bastante subida a frente.

 

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Uns 20 minutos depois finalmente chegamos ao início da Estrada da Morte. Recebemos as instruções de que deveríamos andar sempre a esquerda da estrada (ou seja, ao lado do precipício) porque sobe bastante caminhão e se você está à direita e numa curva pode acabar batendo de frente e entrando pras estatísticas de falecimentos. A partir daí já fazia calor, então tirei a jaqueta da agência e fiquei só com a camiseta. No começo é difícil pegar o jeito e eu ia bem devagar, com um medo do cacete. Mas logo dá pra se soltar e pegar uma velocidade legal, mesmo com milhões de pedras no caminho e um precipício gigantesco do lado. A única dificuldade era a pressão nas mãos por conta da trepidação da bike. Acho que por ter pego a bicicleta mais barata ela tinha uma suspensão bem das safadas, então vale a pena gastar um pouco mais e economizar suas mãos. Em vários momentos paramos pra tirar fotos, inclusive na famosa Curva da Morte. Passamos debaixo de várias cachoeiras no trajeto, numa delas o guia disse que iria gravar um vídeo e na hora em que passasse por ele era pra gritar qualquer coisa que quisesse. Depois assistindo o vídeo em casa nem eu entendi o que eu gritei.

 

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Por volta das 13h chegamos ao fim do downhill, em Coroico. Tiramos fotos de todos juntos na chegada, os sobreviventes da Estrada da Morte. Paramos em um bar pra tomar uma cervejinha e logo depois fomos de van para um restaurante almoçar. O almoço, já incluso no pacote, era self-service e tinha bastante coisa. Como o lugar era bem pequeno só tinha nosso grupo almoçando, então deu pra conversar um pouco com os gringos. Depois do almoço fomos pra piscina, que tava um puta gelo. Mas como tava calor todo mundo entrou. Tomamos uma ducha e tinha até sabonete e shampoo no banheiro. Saímos de lá e voltamos de van pra La Paz, onde chegamos às 20h. Pegamos a camiseta de brinde na agência e combinamos de pegar os CDs com as fotos no dia seguinte.

 

Lembrei que tinha 5 bolivianos no bolso, o Alan tinha uns 10. No dia seguinte a gente ia pro Chacaltaya e Valle de la Luna e nos dois há uma taxa pra entrar. Além disso precisávamos comer algo, então fomos procurar um lugar pra trocar dinheiro. Andamos, andamos, andamos e nada, nenhuma casa de câmbio aberta. Já desanimado e sem saber o que fazer, resolvi arriscar e tentar sacar num caixa eletrônico com meu cartão de débito do HSBC. Imaginei que não funcionaria, afinal eu nem tinha desbloqueado pra uso internacional. Na verdade nem sei porque eu levei esse cartão, só sei que ele nos salvou porque eu consegui fazer o saque normalmente. Acho que funciona em qualquer caixa na rua, porque eu nem olhei o nome do banco quando entrei. Dava pra sacar em dólares ou bolivianos, e o HSBC me cobrou uma taxa de R$ 11 pelo saque. Agora com dinheiro fomos comer uma pizza na Av. 16 de Julio. Comemos uma gigante e duas Coca-colas (cerveja não combina com pizza) por 70 bolivianos. Voltamos pro Wild Rover e demos aquela passada tradicional no bar, mas tava meio parado. Ainda perguntamos na recepção do hostel se havia algum aviso da agência se haveria o tour ao Chacaltaya ou não, e como não tinha nada entendemos que o passeio rolaria. O Alan ainda ficou tentando comprar uma passagem de avião pelo site da BOA, de La Paz pra Santa Cruz, mas o site teimava em travar. Bebi umas duas Paceñas no bar do hostel e fui dormir.

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putz, sacanagem vc não ter pego as fotos do estádio, queria ver como tava em dia de jogo. continua ai que o relato tá show de bola.

 

Pois é, eu tava doido pra ver essas fotos, tirei um monte no meio da torcida, o pessoal bem legal. Pena que nunca vi (e acho que nunca verei) essas fotos :(

 

Vou fazer o mesmo roteiro.. o relato tá show

::otemo::

 

Valeu Everton! Acho que esse fim de semana eu consigo terminar, faltam dois dias só! :D

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