EUROPA em 41 DIAS - 11 PAÍSES - AGO/SET 2014 (C/ FOTOS)

[João Rosenthal]

Finalmente Praga e Amsterdam, minhas duas queridinhas!!!!!!!

Adorei seus relatos até pq ano que vem estarei indo para Amsterdam!!!!!

Vou anotar todas as dias.

 

Não vai se arrepender, Beatriz. As duas cidades são muito, muito tops! Vou ver se ainda nesse final de semana termino o relato e coloco todas as fotos.

 

E fico feliz que meu relato esteja ajudando, afinal de contas estamos aí pra isso

[Karina Guedes]

Estou amando seu relato,tudo bem detalhado do jeito que td mundo gosta!!! hehehe

To planejando o meu mochilao pra Abril ou Maio do ano que vem e algumas cidades sao as mesmas que vc foi, e tbm vou sozinha!!

Tudo de bom sua viagem!!

[João Rosenthal]

Gent - dia 34

 

Acordei às 6, comi, terminei de arrumar o apartamento e peguei o tram até a Amstel Station, o principal terminal de ônibus de Amsterdan. Chegar lá é muito fácil, e às 7:30h já estava fazendo o check-in. Ônibus no horário, viagem tranquila, e ao meio-dia já estávamos em Gent, na Bélgica. A estação de ônibus fica bem afastada do centro, e foi um verdadeiro parto chegar ao hostel. Tive que pegar um trem até a estação de trem principal (St. Pieters), onde aproveitei e comprei meu ticket para Bruxelas para o dia seguinte, e de lá um tram até o centro. Tudo isso em meio a informações imprecisas e muito tempo perdido. Cheguei no HI-Draecke Hostel às 14h, e só tive tempo para guardar minhas coisas no quarto e sair, pois às 15h sairia o free walking tour. Decidi embarcar, pois realmente não havia pesquisado nada sobre a cidade.

 

 

O tour começou às 15 em frente ao castelo e durou duas horas e meia. Foi sensacional! O guia era um sérvio muito doido e o grupo de pessoas era muito legal. Conhecemos toda a região central de Gent, muito bonita, com um aspecto interiorano e medieval. O ponto alto da cidade é com certeza o rio com a igreja ao fundo, e as belas pontes antigas. Como a cidade é muito pequena, pudemos ver bastante coisa nesse período, e minha expectativa com Gent era realmente vê-la em pouco tempo.

 

 

Voltei pro hostel e descobri que uma canadense que conheci no free walking tour estava hospedada lá também. Acabamos saindo juntos para jantar e depois experimentar as famosas cervejas belgas. Comemos num restaurante muito bom, mas também muito caro. Depois fomos até a cervejaria principal da cidade, onde tomamos a considerada melhor cerveja do mundo, Klokke Roeland, e algumas outras. Não sou o maior fã do mundo de cerveja, mas essas eram de outro mundo, simplesmente inacreditáveis. E pensar que no Brasil se valoriza cervejas como Heineken, Budweiser... Não lembro exatamente que horas fomos embora, mas era bem tarde.

 

 

 

Como meu ticket para Bruxelas era open-ticket (valia para o dia inteiro, sem horário específico), tinha me programado para acordar e sair em seguida. Como o café da manhã era incluso e ia até as 9:30, coloquei o despertador para 9h. Gent foi a parte mais rápida da minha viagem, mas certamente uma cidade memorável.

 

Gent - considerações finais

 

- Gent é uma cidade muito bonita, e o astral é muito bom também. Minha programação inicial na Bélgica não incluía ela, mas valeu muito a pena!

 

- Tomar cerveja é obrigatório, mesmo para aqueles que não gostam de cerveja (a cerveja belga é outro nível, não tem absolutamente nada a ver com as que tomamos aqui).

 

- Gent é bem cara, mas como normalmente se passa pouco tempo lá, não acaba alterando tanto no orçamento final de uma viagem longa como a minha.

 

- Fiquei uma tarde em Gent, mas teria ficado um dia inteiro. Mesmo assim, consegui ver tudo o que queria e ainda aproveitar a noite lá.

Editado Outubro 15, 2014 por Visitante

[João Rosenthal]

Estou amando seu relato,tudo bem detalhado do jeito que td mundo gosta!!! hehehe

To planejando o meu mochilao pra Abril ou Maio do ano que vem e algumas cidades sao as mesmas que vc foi, e tbm vou sozinha!!

Tudo de bom sua viagem!!

 

Muito obrigado, Karine!

 

Sempre bom receber elogios, dá motivação pra continuar escrevendo. Sobre viajar sozinho, eu particularmente gosto muito, vc se abre mais pra novas pessoas e pra cultura local.

[João Rosenthal]

Bruxelas - dias 35 e 36

 

Acabei acordando mais cedo que o planejado, então tomei o café meia-boca do hostel e peguei o tram até a estação de trem de Gent. Como poderia escolher qualquer trem naquele dia e há um a cada meia hora pra Bruxelas, desencanei com horário. Acabei pegando o das 10:30, e em meia hora já estava em Bruxelas. Na capital belga há três estações: Midi (sul), Central e Gare du Nord (norte). Acabei descendo na Gare du Nord porque era a mais próxima do local onde me hospedaria. Cheguei, comprei meu open ticket para Luxemburgo para o dia seguinte, e com a ajuda sempre fiel do google maps fui até o local.

 

 

Minha hospedagem em Bruxelas é um tanto quanto curiosa, e até um pouco de sorte. Meu colega da UFSC, universidade onde estudo, era presidente de uma empresa júnior daqui, e conseguiu ser selecionado para ficar um ano na Bélgica como embaixador de empresas juniores do Brasil. Lá todos os embaixadores se hospedam em uma casa, que é também o local de trabalho deles. Quando comentei com ele que iria a Bruxelas, no ato ele disse que conversaria com os atuais embaixadores para que me recebessem lá. Troquei emails com a Sofia, uma baiana que está lá no momento, e acertei os detalhes. Paguei 15 euros como ajuda de custo, pois além da hospedagem por uma noite tinha também todas as refeições, então na prática não tive custo algum.

 

 

Caminhei por uma meia hora e cheguei à casa, onde fui muito bem recebido pela Sofia e por outra brasileira. Me apresentaram para os demais embaixadores, de vários países, e depois me mostraram o quarto. Preparamos juntos o almoço e depois saí sozinho para conhecer o centro de Bruxelas. Fui até o Grand Palace, que é o coração de Bruxelas, passando por algumas avenidas largas e prédios enormes e modernos, onde Bruxelas ganha cara de metrópole. No Grand Palace estava tendo uma orquestra composta apenas por idosos, e uma multidão de locais e turistas assistindo. Vi por alguns minutos e depois fui dar uma volta nas ruas ao redor, onde de cada 3 estabelecimentos, 2 são lojas de chocolate, uma verdadeira tortura. Como o chocolate belga é simplesmente o melhor do mundo, acabei parando numa loja que vendia barras artesanais e comprei 5, uma para comer na hora e as outras para levar de presente. Com certeza uma das melhores barras de chocolate que já comi na vida, cada um dos 4 euros investidos foram MUITO bem investidos.

 

 

Como era sábado, o pessoal da casa estava combinando de sair, então perto das 18h voltei. Descobri que outros dois brasileiros, na mesma que eu, estavam hospedados na casa também. Decidimos ir a uma balada que o pessoal recomendou, então nos arrumamos e começamos a beber. A Sofia não estava se sentindo bem, então não foi, mas a outra brasileira e os dois mineiros foram, além de um embaixador romeno. Chegamos na balada e descobrimos que era uma facada pra entrar, e pela primeira vez na Europa via uma balada paga. Desistimos na hora e fomos para um bar (um bar-balada na verdade), que é famoso porque as pessoas dançam em cima das mesas. No começo vc estranha um pouco, mas depois se acostuma, e é engraçado. Pra completar só tomávamos cervejas belgas boas lá dentro, e tudo muito em conta. Eu estava muito cansado nesse dia, então eu, a brasileira e o romeno voltamos cedo pra casa, perto das 2h. Cheguei e fui dormir.

 

No meu segundo dia em Bruxelas tinha apenas a intenção de visitar o Atomium e o parque ao redor dele, e as duas brasileiras resolveram ir comigo, pois também não conheciam. Acabamos acordando todos tarde, então o decidimos fazer o almoço antes e depois sair, eu já com a minha mochila para ir direto para a estação de trem, pois o meu sairia às 17:20. Comemos e pegamos o metrô até o Atomium. Além de ser uma construção muito grande e muito interessante, o parque ao redor é muito legal. Demos uma volta, caminhamos um pouco e tiramos algumas fotos de ângulos diferentes do Atomium. Às 16:30 precisei ir embora, me despedi das brasileiras e peguei o metrô pra Gare du Nord. Cheguei 20 minutos antes do horário do trem sair, mas acabou atrasando e só saímos às 17:50.

 

 

A viagem até Luxemburgo durou quase 4 horas, e o trem era apertado, o que tornou ela bastante desconfortável. Paramos em umas quatro ou cinco cidades belgas, e finalmente na Cidade de Luxemburgo, a capital do país de mesmo nome. A estação fica um pouco afastada do centro, mas como a cidade é pequena, peguei o mapa e fui caminhando até o hostel, com uma parada no Subway no caminho. Fiquei no único hostel da cidade, mas que por sinal é enorme e muito bem estruturado, chama-se Luxembourg City Hostel. Não fiz nada nesse dia, até porque cheguei no hostel às 23h, mas teria o dia seguinte completíssimo para desbravar aquele pequeno e desconhecido país. A princípio, por que Luxemburgo? Quando estava pesquisando passagens aéreas, vi que comprando os voos de ida e volta do Brasil para a Europa via Lisboa, caso incluísse no meio um trecho Luxemburgo - Lisboa, o preço não iria se alterar, então achei interessante. Pesquisei na internet e o país me atraiu muito, e para completar é necessário muito pouco tempo para visitá-lo. Perfeito!

 

Bruxelas - considerações finais

 

- Bruxelas é uma cidade grande e moderna, mas a arquitetura não está à altura de outras cidades europeias. Gostei de visitá-la, mas não teria ficado mais tempo do que fiquei. 1 dia e meio foi mais do que suficiente.

 

- Para quem gosta de chocolate, andar pela região central é um teste de auto-controle. Tem que ser forte pra não sair comprando. Recomendo os artesanais, pois são tão bons quanto e muito mais baratos, por uma barra de 150g dá pra pagar uns 3.50, 4 euros.

 

- Comia sempre em casa, mas Bruxelas me pareceu ser uma cidade cara, mas nada de outro mundo.

[João Rosenthal]

Luxemburgo - dia 37

 

Acordei cedo, pois esse seria meu único dia completo na Cidade de Luxemburgo (o que depois percebi que era tranquilo, pois 1 dia é suficiente). O café da manhã do hostel era excelente, muito bom mesmo. Foi o hostel mais caro que fiquei em toda a viagem, até por ser o único da cidade, mas a estrutura é ótima e o café da manhã incluso é muito bom.

 

 

Saí umas 10h para conhecer a cidade, começando pela parte central, que é bem simpática e tem uma arquitetura bonita. Andei por quase ela toda, pois é muito pequena, passando pela praça central e por outros pontos famosos, como o museu nacional, igrejas e a sede do governo. De lá segui para as cavernas, que ficam em umas rochas encravas no canto de uma ponte. O lugar é meio esquisito, mas dá uma sensação de Indiana Jones, pois em alguns trechos ela fica estreita e escura, inclusive havendo recomendação para que claustrofóbicos evitem entrar no lugar.

 

 

 

Fiz tudo isso em quase 4h, e decidi voltar ao hostel, pois oferecem almoço por 9.90, bem abaixo da média local (Luxemburgo é caro!!). Comi muito bem, dei uma descansada, e fui conhecer a parte baixa da cidade, onde passa o rio. Desci, passei por uma mini floresta que margeava o rio, e entrei na parte baixa da cidade, que lembra uma cidade pequena do interior europeu. A vida lá é meio à parte do resto da cidade, e o lugar é fantástico. Além da beleza das construções e do rio, vc está sempre cercado por um paredão de montanhas. Foi o lugar que mais gostei em Luxemburgo.

 

 

Voltei para o hostel perto das 18h, e acabei conhecendo um inglês e um português que estavam no meu quarto, e fomos jogar ping pong, pois havia um mega salão de jogos lá. Jogamos por algum tempo, depois sinuca, e fomos jantar no hostel mesmo, pelos mesmos 9.90. Depois da janta ficamos na área comum conversando, mas nesse hostel há bem pouca interação, apesar de ter muita gente. Perto das 11h decidi ir dormir, pois na manhã seguinte pegaria meu voo para Lisboa, a última cidade de uma longa viagem. Luxemburgo, apesar de rápido, foi uma excelente surpresa.

 

Luxemburgo - considerações finais

 

- O país é um dos menores da Europa, e pode ser visitado em pouco tempo. Vale a pena, pois mescla uma arquitetura bonita com uma natureza que convive em harmonia com a cidade. Foi perfeito para um final de viagem, quando o cansaço começa a bater.

 

- Os preços lá são altos, então se vc for ficar no Luxembourg City Hostel, o único da cidade, coma lá mesmo. O almoço e a janta são bons e por um preço razoável, enquanto que o café da manhã, incluso, é excelente.

[thiagoriedel]

Sem dúvidas, o melhor relato europeu dos mochileiros. Parabéns!

 

Estarei indo para a Europa agora dia 05/11 com a namorada e mais dois casais. Visitarei Amsterdam, Paris, Londres e Roma.

Volto ao Brasil dia 23/11.

Seu relato me ajudou bastante na confecção de roteiros. Levarei 100 euros por dia para a viagem toda (Já comprei as passagens internas e reserveis hosteis)

Se possível, poderia me dizer quais as principais atrações para se ver em Paris (4 dias) e Amsterdam (3 dias)?

 

 

Abraço!

[João Rosenthal]

Fala Thiago! Muito obrigado mesmo pelo elogio!

 

Em 4 dias em Paris vc consegue ver bastante coisa, e 3 em Amsterdan é mais do que suficiente.

 

Em Paris compre o Museum Pass, é indispensável, e se programe pra acordar cedo sempre, pois as filas são muito grandes. No dia de Versailles vá bem cedo também, pois aí dá tempo de visitar mais algum lugar à tarde, como a Sacre Couer, por exemplo, que exige menos tempo.

 

Amsterdan é bem mais tranquilo, pois 3 dias é o tempo ideal. Caminhe bastante, é a melhor coisa lá, passando pelos canais e pelas belas ruas do centro. Sobre locais fechados, recomendo muito o Anne Frank House e o Museu do Van Gogh.

[João Rosenthal]

Lisboa - dias 38 ao 40

 

Às 7h eu já estava de pé, pois mesmo que meu voo de Luxemburgo para Lisboa fosse só às 11:25, não sabia como chegar ao aeroporto com transporte público, então para não arriscar fiz tudo cedo. Tomei o café da manhã sem pressa, arrumei minhas coisas e saí do hostel 8 e pouco. Me informei na recepção sobre como chegar ao aeroporto, e descobri que com um único ônibus estaria lá. Realmente muito fácil, e em 20 minutos estava lá, quase 3 horas antes do meu voo. Cheguei tão cedo que o check-in da TAP nem estava aberto ainda. Aí foi aquela chatice que estamos acostumados de espera em aeroporto.

 

No horário marcado o voo saiu, e em menos de 3 horas estávamos em Lisboa. Meu amigo foi me buscar no aeroporto, com uma mega chuva caindo do lado de fora. Minha hospedagem em Portugal consegui por conta de um super amigo da minha mãe que se mudou para lá, e eu acabei ficando bem amigo dos dois filhos dele. Chegamos no apartamento, por sinal muito bem localizado, e reencontrei todo mundo, inclusive o filho mais novo que não conhecia ainda, e a atual esposa do amigo da minha mãe. Como em Lisboa estava mais numa vibe "visitando amigos" do que propriamente viajante, passei muito tempo com eles.

 

Descobri que o filho mais novo é doente pelo Benfica, e nessa dia haveria Benfica vs Zenit pela primeira rodada da Liga dos Campeõs. Ele já tinha ingresso, e nos convidou para irmos com ele. Eu nem pensei duas vezes, imagina só ver um jogo ao vivo da Champions? Compramos pelo internet (35 euros) mesmo, e o jogo era às 20:45. Combinamos de sair às 19h de casa, então só tive tempo de sair para conhecer o bairro onde eles moram, que é onde fica o Parlamento de Portugal. Gostei muito, Lisboa é totalmente diferente das outras cidades europeias, inclusive lembrando algumas cidades brasileiras em certos pontos. Aqui em Florianópolis, por exemplo, bairros antigos como Açores e Ribeirão da Ilha tem um remanescente da colonização portuguesa que é muito próximo de várias partes de Lisboa.

 

 

Voltando ao relato, às 19h saímos de casa, eu e os 3 filhos. Comemos um Hot Dog perto de casa e depois pegamos um táxi até o Estádio da Luz. A chegada ao estádio impressiona, é sem dúvida um dos mais bonitos que já vi na vida. Esperamos um pouco do lado de fora e depois entramos, achamos nossos lugares e em seguida o jogo começou. Ver um jogo da Champions, para um amante de futebol, é algo único. No final o Benfica perdeu e o filho mais novo estava desolado, mas eu tava feliz da vida com a experiência, mesmo tendo torcido para o Benfica ganhar.

 

Pegamos o metrô e voltamos para o apartamento, debaixo de muita chuva e até um pouco de frio. Ainda ficamos algum tempo vendo uma etapa do WCT (surf) na TV, mas eu resolvi ir dormir cedo, pois no dia seguinte queria sair para conhecer a cidade alta, a parte mais antiga de Lisboa, com o famoso tram 28.

 

 

Acordei cedo, comi e em seguida já estava na rua. Fui sozinho mesmo nesse dia, pois todos eles tinham coisas para fazer. O tram 28 passa quase em frente ao apartamento deles, então foi bem tranquilo achá-lo. O trajeto do tram é praticamente uma atração da cidade, pois passa só em partes bonitas, especialmente as antigas. No final, saltei perto do Castelo São Jorge, que fica em das partes mais antigas da cidade, com ruas estreitas e de pedra. Dá a impressão de estar em alguma cidade interiorana, pois até a vida das pessoas passa a ter menos pressa.

 

 

Na parte da alta de Lisboa eu apenas andei mesmo, não entrei em nada. O Castelo São Jorge era caro e tinha uma fila imensa, e àquela altura da viagem não tinha mais saco pra essas coisas, ainda mais depois de ver tantos castelos. Resolvi desbravar algumas ruas, e conheci uma cidade muito interessante. Para completar, de quase todos os lugares se via o mar! Isso mesmo, o mar, que eu não via desde o dia em que saí de Floripa. Ok, vou ser justo com os Lisboetas, na verdade ali já é rio, pois o atlântico começa só depois da Ponte 25 de abril (aquela famosa que está em todas as fotos da cidade), mas quem já foi pra lá sabe que dá a clara impressão de ser um mar, não um rio.

 

 

 

Andei bastante, fui no mirante, na entrada do Castelo São Jorge só ver como é o lugar, e depois desci até o Terreiro do Paço (Praça do Comércio). De lá fui até a beira do rio, que estava lotada devido ao calor que fazia nesse dia. Sentei em um banco por um tempo, apenas observando tudo e tirando algumas fotos, e depois decidi ir procurar um lugar pra comer, pois já era quase 15h e eu nem havia almoçado ainda. Como estava em uma zona muito turística, decidi voltar para perto do apartamento, pois sabia que os preços seriam bem melhores. Peguei o tram 28 de volta, e logo na saída vi um restaurante de bacalhau. Pedi um que custava 10 euros, mas o tamanho dele era insano! Muito grande mesmo, saí de lá totalmente estufado, doido pra deitar um pouco na minha cama. Foi o que fiz mesmo, dormi por umas horas, e depois o filho mais novo veio me acordar, pois teríamos visita naquela noite e precisávamos comprar a comida no supermercado.

 

Fomos eu e ele, compramos várias coisas e depois ainda paramos para comer um pastel de nata, o famoso doce português. É realmente muito bom, mas açúcar puro. Voltamos e os amigos deles já tinham chegado, então preparamos a janta e comemos muito bem! Depois da janta todos quiseram ir num forró brasileiro que rola todas as quartas na Avenida da Liberdade. Topei ir porque todos iam, mas estava sem vontade nenhuma . No final foi legal ainda, mas ficamos pouco tempo. Voltamos à 1h, assistimos um pouco mais do WCT e fomos dormir.

 

 

No meu terceiro e último dia em Lisboa, fui com o amigo da minha mãe e o filho do meu conhecer algumas partes da região metropolitana de Lisboa. Saímos de casa às 9h e fomos até o Cabo da Roca, um penhasco que acaba no mar; é o lugar mais ocidental da Europa continental, e é muito lindo. É totalmente selvagem e quase não se vê casas ou pessoas, tudo muito deserto. De lá seguimos por uma bela praia até as cidades de Cascais e Estoril, que tem um clima totalmente de praia, inclusive lembrando Florianópolis no verão. Descemos do carro, demos uma caminhada pela orla de Cascais, e além da beleza pude constatar que a qualidade de vida lá é muito alta, e meu amigo comprovou dizendo que os ricos e milionários de Lisboa moram grande parte em Cascais.

 

 

De lá retornamos à Lisboa, passando por dois pontos importantes da cidade: Torre de Belém, que sinceramente achei sem graça e decidi não entrar, e o Mosteiro dos Jerônimos, esse sim muito bonito. De lá passamos pelo Ponte 25 abril, um dos marcos de Lisboa e também o principal acesso da cidade à região sul de Portugal. Como já estava no meio da tarde, decidimos parar em um restaurante para almoçar, e logo em seguida voltamos para o apartamento.

 

 

Como seria minha última noite em Lisboa, e meu voo de volta para o Brasil seria no dia seguinte bem cedo, combinamos eu e os três filhos de ir comer em um rodízio livre japonês. Passamos o resto do dia em casa mesmo, e às 21h saímos para comer. Assim como em Bratislava e Viena, o sushi era bom, mas nem perto dos que temos aqui no Brasil. Ainda assim, foi disparado o melhor da viagem, mas também o mais caro: 16 euros por cabeça.

 

Naquela noite uns amigos dos dois filhos mais velhos iriam em casa para jogar poker. Mesmo tendo que acordar muito cedo no dia seguinte, decidi entrar no jogo, era minha última noite mesmo, deixaria para dormir no avião (missão dura) e no Brasil. Entrei no jogo, e fiquei até as 2 da matina, quando perdi e saí. Fui dormir triste, mas feliz ao mesmo tempo. Triste porque uma viagem tão longa e tão espetacular estava chegando ao fim, mas feliz por ter realizado um grande sonho e por todos os lugares e pessoas que eu havia conhecido, além de estar voltando para a minha terra. Demorei para pegar no sono, pois estava tendo um flashback eterno, passando por todos as cidades, por todos os momentos. Acho que só dormi mesmo umas 3, para depois ouvir aquele despertador do capeta tocando às 6 .

 

Levantei, dia 19/09, o dia que eu sempre soube que seria o último de minha viagem, mas que parecia que nunca iria chegar. Sempre olhava para ele como um dia distante, sem importância, mas ele estava ali. Deixei o apartamento e me bateu um vazio muito grande, uma certa tristeza. Antes de viajar, ou lendo outros relatos, vc não se dá conta de como 41 dias é um tempo longo, mas pra quem está viajando e os vivendo intensamente, é sim MUITO tempo. Mas era hora de voltar...

 

Peguei um táxi em uma praça próxima à casa deles, meu terceiro táxi da viagem, e o único programado. Como era muito cedo e o aeroporto era um pouco distante, resolvi pega-lo, pois em Lisboa são muito baratos. Cheguei às 7:15 no aeroporto, e meu voo para o Rio de Janeiro era às 9:30. Achei o aeroporto um pouco confuso, e nunca vi tanto brasileiro concentrado fora do Brasil, era impressionante. Fiz o check-in e meu voo saiu no horário. Longas 10 horas até o Rio, com uma criança que não parava de chorar ao meu lado . Chegamos às 15:30 (horário local) no Galeão, e a essa altura eu era um morto-vivo de tanto sono e cansaço. Meu voo para Floripa era só às 21h, mas felizmente saiu no horário, e meus pais foram me buscar. Cheguei em casa e morri na minha cama (saudades que eu estava dela e do meu banheiro ), acordei às quatro da tarde do dia seguinte. Como era sábado, ainda tinha uma formatura pra ir, e tirei forças do além pra conseguir estar lá. Pelo menos algo legal no sabadão à noite pra me entreter na volta à minha terra!

 

Lisboa - considerações finais

 

- Lisboa é uma cidade bem diferente do resto da Europa, e tem um jeito muito mais "brasileiro". Gostei muito, tanto da cidade quanto dos municípios ao redor.

 

- Fiquei 2 dias e meio, mas teria ficado 3 completos, acho que é o tempo ideal para visitá-la.

 

- Lisboa é uma das cidades mais baratas da zona do euro. Táxi lá é bem em conta, assim como a comida. Comi um bacalhau excelente e enorme por 10 euros, mas é um prato caro mesmo para os portugueses. A diferença de preços entre as zonas turísticas e as menos turísticas é gritante, então sair da muvuca é sempre a melhor opção.

[João Rosenthal]

Amigos, relato finalizado e fotos adicionadas. Espero de verdade que possa ser útil aos demais mochileiros, pois é pra isso que existe esse site.

 

Sei que um relato não inclui tudo, até porque são muitos detalhes no dia-a-dia da viagem, mas caso tenham dúvidas é só perguntar que eu respondo.

 

Aos que preferem ir direto ao ponto, fiz uma síntese inicial com algumas questões mais pontuais, como hostels, passagens, etc.

 

No mais, boa viagem aos que pretendem visitar esse continente fantástico, a fama que ele tem não é à toa. Ainda pretendo voltar muitas vezes, pois quero conhecer todos os países (sem exagero). Mas isso vai demorar, agora é juntar dinheiro novamente e, se tudo der certo, no final de 2015 estarei no Nepal e Butão

 

Grande abraço a todos!