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De Caraíva (Porto Seguro-BA) a Foz do Rio Doce (Linhares-ES) pela Praia a Pé


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  • Colaboradores

Considerações Gerais:

 

Não pretendo aqui fazer um relato detalhado, mas apenas descrever a viagem com as informações que considerar mais relevantes para quem pretende fazer um roteiro semelhante, principalmente o trajeto, preços, acomodações, meios de transporte e informações adicionais que eu achar relevantes.

 

Sobre os locais a visitar, só vou citar os de que mais gostei ou que estiverem fora dos roteiros tradicionais. Os outros pode-se ver facilmente nos roteiros disponíveis. Os meus itens preferidos geralmente relacionam-se à Natureza e à Espiritualidade.

 

Informações Gerais:

 

Em toda a viagem houve bastante sol, apesar de ser inverno e período de chuvas na região. Chuva forte e prolongada só peguei num dia durante as caminhadas. Peguei uma pancada rápida em um outro dia e poucas garoas rápidas em outros dias. Houve muita chuva durante as noites, quando eu estava abrigado. Sempre que ameaçava chuva durante o dia eu dizia "Vai para a Cantareira", lembrando-me da seca em SP. As temperaturas também estiveram bem razoáveis (para um paulistano), chegando em média a 26 C ao longo do dia (com picos de 29 C). À noite, a temperatura caía até cerca de 18 C. O Vento Sul, que esteve presente em alguns dias, principalmente no penúltimo, realmente era muito forte e trazia temporais.

 

A população de uma maneira geral foi muito cordial e gentil, principalmente na Bahia. ::cool:::'>

 

As paisagens das praias agradaram-me muito, principalmente na Bahia, em Itaúnas e na Foz do Rio Doce (eu adoro praia). ::otemo:: O comportamento do mar variava bastante de acordo com a praia e o tempo. De uma maneira geral achei o mar bastante interessante para se brincar, pois tinha bastante ondas, mas não era muito bravo (mas recomendo cautela a quem não sabe nadar ou não está acostumado ao mar, principalmente nas praias mais bravas e próximas a barras de rios ou quando o tempo estiver com muito vento). Havia algumas praias com muitas pedras, o que exigia cautela se fosse desejado entrar no mar. Os rios e lagoas próximos às praias também me agradaram muito e foram uma excelente opção para lazer e banho. ::otemo:: Encontrei em várias praias pedaços de uma baleia que havia encalhado.

 

A caminhada no geral foi tranquila. Os maiores problemas foram as travessias dos rios em locais desertos, principalmente com maré alta. Até me acostumei a colocar a mochila na cabeça para atravessá-los, cantando "Lata d'água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria - mochila na cabeça, lá vai Fernando, lá vai Fernando". Quando atrevessei áreas rurais os mosquitos foram um pouco irritantes.

 

Durante muito tempo estive só nas praias, que em boa parte estavam desertas (houve dias em que depois da cidade ou povoado de saída e antes da cidade ou povoado de chegada não vi nenhum ser humano na praia). Não tive nenhum problema de segurança (nenhuma abordagem indesejada), mesmo com a mochila nas costas. A polícia abordou-me em Mucuri, mas após me identificar e mostrar meu plano de viagem não houve nenhum problema.

 

Foi possível pegar muitas frutas de apricots (ou algo semelhante) e um coco nas praias. ::otemo::

 

Vários estabelecimentos comerciais aceitaram cartão de crédito (principalmente supermercados e padarias), mas quase nenhum hotel ou pousada aceitou.

 

Gastei na viagem R$ 1096,96, sendo R$ 158,34 com alimentação, R$ 528,00 com hospedagem, R$ 63,10 com transporte durante a viagem, R$ 260,00 com atrações (passeio a Abrolhos) e R$ 87,52 com passagem aérea de volta e taxas de embarque para ir e voltar a SP. Sem contar o custo do passeio a Abrolhos, da passagem de volta e das taxas de embarque de ida e volta a SP o gasto foi de R$ 749,44 (média de R$ 41,64 por dia). Mas considere que eu sou bem econômico.

 

A Viagem:

 

Minha viagem foi de SP (aeroporto de Congonhas) a Porto Seguro em 19/07/2014 pela Tam (http://www.tam.com.br). O voo saía às 12:16 e chegava às 14:04 horas. A volta foi de Vitória a SP (Congonhas) em 06/08/2014 pela Tam. O vôo saía às 11:00 e chegava às 12:39. Usei 5.000 pontos para a ida e paguei R$ 49,00 pela volta. Paguei R$ 21,57 pela taxa de embarque de ida e R$ 16,95 pela de volta usando cartão de crédito.

 

Assim que cheguei fui em direção à balsa para Arraial D'Ajuda, pois tinha a informação que o ônibus para Caraíva saía às 16 horas. Como tinha tempo, fui devagar, parando na saída do aeroporto para admirar a linda vista do oceano e depois parando durante o caminho para apreciar pontos de que gostava. Atravessei a balsa pagando R$ 3,50 e quando cheguei do outro lado descobri que o ônibus já havia saído às 15 horas e agora só haveria outro ônibus direto pela manhã. Como o preço do táxi era bem mais alto, resolvi procurar um local para passar a noite por ali mesmo. Após indicação do Mineiro, dono de uma mercearia, fiquei hospedado num quarto na casa da Regina, com banheiro, chuveiro frio e ventilador por R$ 20,00. Não aceitou cartão. Ainda aproveitei o final da tarde para dar um passeio na praia e apreciar o pôr do sol da ponta do canal do rio que separa o centro de Porto Seguro da outra margem que vai para Arraial. ::cool:::'> Jantei com compras que havia trazido de São Paulo e ainda assisti um pouco da rodada das séries A e B do Campeonato Brasileiro na Mercearia do Mineiro. Enquanto assistia, durante uma conversa, uma parente sua perguntou-me o que eu tinha vindo fazer ali. Quando eu respondi que pretendia ir a pé pela praia até Vitória ela perguntou-me, rindo: "De que hospício você saiu?"

 

Para as atrações de Arraial D'Ajuda veja http://www.arraialdajuda.tur.br.

 

No dia seguinte, domingo 20/07, peguei o ônibus para Caraíva pela Viação Águia Azul (veja http://www.porto-seguro-bahia.com/horarios_onibus.php, mas cuidado com as informações imprecisas). O ônibus saía às 7 horas e chegou por volta de 10 horas. Paguei R$ 16,00. Não aceitou cartão. No caminho vi policiais revistando alguns viajantes na estrada. Em Caraíva, o rio ainda estava alto e fiquei esperando a maré baixar para atravessá-lo a pé. Enquanto isso fui dar um passeio na praia e tomar um banho de mar. ::cool:::'> Após cerca de 1 hora aproveitando a praia o rio ainda não havia baixado o suficiente e me disseram que, como era maré morta, demoraria ainda. Decidi então procurar um barco para atravessar. Havia um rapaz atravessando um garrafão de água. Perguntei se poderia atravessar-me e ele disse que sim. Não quis cobrar nada (o preço dos barqueiros profissionais é de R$ 4,00 por pessoa), mesmo que eu oferecesse repetidamente, acho que baseado na minha aparência de mochileiro.

 

Para as atrações de Caraíva veja http://www.caraiva.com.br e http://www.caraivabahia.com.br

 

Uma vez tendo atravessado o rio, comecei minha caminhada rumo a Ponta do Corumbau. No caminho reencontrei o Filó, índio pataxó que havia encontrado em 09/2010 na beira da praia. Ele estava trabalhando com a terra. Ele havia me tratado muito bem em 2010 e agora repetiu o tratamento. Fiquei feliz em revê-lo tão bem de aparência e humor e verificar que os índios conseguiram uma forma de vida sustentável ali. ::cool:::'> Ele ainda mostrou-me novamente o Monte Pascoal, só que desta vez não tão nítido quanto em 2010, devido à nebulosidade. Gostei de rever aquelas praias que já conhecia em boa parte (em 2010 havia ido até um pouco depois da Aldeia de Barra Velha). O mar continuava maravilhoso, mas com suas pedras perigosas para banho. Após cerca de 3 horas cheguei ao rio que fica antes da Ponta do Corumbau. Lá conversei com um índio pataxó sobre sementes que poderia pegar na praia para levar para minha prima Bernadeth, que está querendo plantá-las na sua chácara em Capão Bonito-SP. Ele mostrou-me algumas que eles usavam para fazer colares, autorizou-me a pegá-las e me indicou quais as melhores e para que serviam. Cobrou R$ 4,00 pela travessia do rio de canoa. Andei cerca de 12 Km desde Caraíva .

 

Na Ponta do Corumbau fiquei hospedado num quarto com banheiro, chuveiro quente e ventilador por R$ 30,00 na casa da Lili (Elisângela) e do Pica-Pau. Não aceitou cartão. Fiz minhas refeições ainda com o que havia trazido de São Paulo. Depois de chegar e de guardar minha mochila, fui dar um passeio nos arredores. Estava ameaçando chuva, mas antes que ela caísse pude desfrutar da bela paisagem. O local agradou-me bastante,::otemo:: tanto do lado do rio que eu havia atravessado quanto do lado de uma ponta de areia que entrava no mar e permitia uma vista bela dela própria, do oceano e da praia. Quando fui até a pontinha fiquei com um pouco de receio da tempestade que estava chegando e da subida da maré, mas pude voltar sem nenhum sobressalto. Havia ainda uma pequena igreja de povoado e um farol.

 

Para informações sobre a Ponta do Corumbau veja http://corumbau.net.br e http://www.pradoturismo.com.br/PradoBahiaPontadoCorumbau.htm.

 

No dia seguinte, 2.a feira 21/07, fui em direção a Cumuruxatiba. Havia chovido boa parte da noite. Antes de sair esperei-a parar. O Pica-Pau comentou comigo que algumas estradas estavam sem permitir passagem de carros baixos devido ao volume de água de alguns córregos e rios. Achei as praias muito belas, com enormes falésias com diversas cores e tipos de material (diversos tipos de rocha, areia, argila, etc.). ::otemo:: Ao longo do caminho passei pela parte de praia do Parque Nacional do Descobrimento, que tinha grandes trechos de mata preservada. Aproximadamente na metade do caminho deparei-me com a Barra do Cahy, desembocadura do rio no mar que a expedição de Cabral havia encontrado em 1500 e da qual abasteceu-se de água potável. Porém, para mim, apesar de um belo cenário, representava um considerável obstáculo, considerando que com a mochila nas costas eu não podia nadar. Havia uma casa imediatamente antes da foz, mas ninguém atendeu aos meus insistentes chamados. Lateralmente à margem havia uma trilha, que se transformou em picada por dentro do mangue. Resolvi segui-la para ver se chegava a algum local povoado e conseguia alguém com um barco para a travessia. Mas a picada começou a ficar muito fechada após uns 15 minutos e eu desisti. Mas valeu pelo passeio, pois pude ver um mangue em estado selvagem. ::cool:::'> Resolvi então tentar fazer uma espécie de jangada com uns galhos que havia na margem, só para sustentar a mochila. Fiz uma travessia teste nadando com ela e não deu certo. Resolvi então fazer uma outra travessia teste nadando com uma tora para ver se conseguiria sustentar a mochila. Foi um pouco difícil, mas cheguei do outro lado com a tora molhada. Resolvi então procurar um trecho mais raso e consegui fazer a travessia de volta sem a água me encobrir (ficou pouco abaixo do pescoço). Porém, quando tentei fazê-la com a mochila na cabeça não deu certo, porque agora a correnteza estava contra mim. Bem, como estava começando a ameaçar chuva e estava passando o tempo (ainda restavam cerca de 15 Km até o povoado), decidi envolver a mochila em um plástico que tenho comigo para proteger-nos da chuva e fazer a travessia de modo semelhante ao que tinha feito com a tora. Imaginei que a mochila ficaria encharcada. Assim, envolvi tudo em sacos plásticos, principalmente carteira e papéis. Fiz a travessia nadando, com a mochila à frente. Para minha surpresa o plástico que a envolvia conseguiu impermeabilizá-la bem e ela quase não se molhou.

 

Logo após recompor-me e voltar a caminhar encontrei 3 pessoas caminhando em direção oposta (as primeiras que vi na praia depois de várias horas). Eles estavam voltando para atravessar o rio e me mostraram um bote guardado do outro lado no meio do mangue, que eu não havia visto devido à vegetação. Disseram-me que eu poderia tê-lo usado. ::putz:: Prossegui na caminhada e a cerca de 6 Km de Cumuruxatiba encontrei uma falésia pela qual não consegui passar. Escalei sua parede e fui parar numa casa de praia, cujo dono e a mulher explicaram-me onde descer de volta e me deram informações sobre o resto do caminho. Desci e prossegui até chegar por volta de 17:30. Pouco antes da chegada encontrei uma moça de São Manuel-ES caminhando na praia e nós andamos juntos o resto do caminho (cerca de 2 Km). Andei cerca de 30 Km.

 

Em Cumuruxatiba fiquei hospedado num quarto com banheiro, chuveiro frio e mosqueteiro alugado pela Odete por R$ 20,00. Não aceitou cartão. Fiz minhas refeições com compras no Mercado Souza (R$ 6,66 - aceitou cartão) e na Padaria Caramuru (R$ 9,30).

 

Conversei com algumas pessoas locais sobre visitar o Parque do Descobrimento e me disseram que eu já havia passado por ele pela praia e que a visita pela estrada estava distante. Além disso eu tinha a informação de que os índios haviam ocupado o parque para pedirem demarcação de suas terras. Assim sendo satisfiz-me com o que já havia visto e desisti. Em Prado fiquei sabendo pelo vigilante do escritório do ICMBIO que na realidade o parque ainda não estava aberto oficialmente para visitação pelo ICMBIO, pois ainda não havia sido concluído seu plano de manejo.

 

Para as atrações de Cumuruxatiba veja http://www.cumuruxatibabahia.com/turismo/default.asp?P=Pontos_Tur%EDsticos&PAG_SEQ=2639 e http://www.feriasbrasil.com.br/ba/cumuruxatiba. Achei bastante interessante como o mar recuava na maré baixa. ::cool:::'> A faixa de areia aumentava bastante e a profundidade do mar era muito pequena, mesmo andando-se bastante mar adentro. Para nadar não foi muito interessante, mas a paisagem era bela.

 

Na 3.a feira 22/07 saí rumo a Prado. A paisagem do caminho agradou-me muito, continuando as enormes falésias com diversas cores e tipos de material. ::otemo:: Andei por horas sem ver nenhuma pessoa na praia. Quando cheguei à Praia do Tororão, havia uma ponta com pedras e falésias em que a passagem parecia difícil. Fui até onde deu e depois resolvi voltar e dar a volta pela estrada, que estava próxima. Logo que subi, vi que era possível descer logo depois da ponta, pelos fundos de um estabelecimento comercial. Chamei muito, mas ninguém atendeu. Achei que não havia problema em passar pela área externa do estabelecimento para chegar do outro lado da ponta. Porém, após alguma dificuldade na descida, vi que não dava para chegar à areia facilmente, pois as falésias ainda eram altas, a maré ainda não estava suficientemente baixa e as ondas arrebentavam com força nas falésias e em algumas pedras próximas à praia. Fui até a pontinha, mas analisando friamente resolvi não arriscar. Porém, a subida de volta não foi fácil, pois a falésia era íngreme e um pouco escorregadia, mas consegui escalá-la de volta. ::ahhhh:: Na estrada encontrei um casal (talvez caseiros) em um sítio em frente, que me falou de um possível caminho para a descida, que eu acabei não encontrando. Segui cerca de 1 km pela estrada até encontrar uma entrada numa propriedade, aparentemente permitida para se atingir a praia. Apesar de também ter que passar por algumas falésias, foi bem mais fácil do que o caminho anterior. De volta à praia, voltei até a ponta e vi que a maré havia baixado (naquele momento talvez tivesse dado para passar por ali). Retomei meu caminho rumo a Prado. Pouco adiante a paisagem mudou e as falésias terminaram. Passei por um farol e cheguei à cidade. Andei cerca de 30 km.

 

Fiquei hospedado no Hotel Costa Sul (http://eguias.net/empresas/BA/prado/1247404-hotel-costa-sul.html) por R$ 30,00, num quarto com TV, ventilador e banheiro com chuveiro quente, com direito a café da manhã. O chuveiro deu-me um choque. Não aceitou cartão. Fiz compras no Supermercado Super Bom Preço (R$ 3,20 - aceitou cartão) e aproveitei a promoção de sorvete por quilo pela metade do preço na Sorveteria Dnald's (R$ 6,50).

 

Para as atrações de Prado veja http://www.pradoturismo.com.br, http://www.pradobahiabrasil.com.br e http://www.feriasbrasil.com.br/ba/prado. Gostei muito da imagem de Nossa Senhora dos Passos na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação. ::cool:::'> Adorei a visita ao Atelier do Agadman (http://www.agadman.com.br, http://www.agadman.com.br/agadman.htm). Ele próprio recebeu-me e mostrou-me suas obras e como, com o uso dos vidros das suas janelas e projeções de imagens da natureza era possível ver imagens que estimulavam a criatividade. ::otemo::

 

Na 4.a feira 23/07, após visitar o centro histórico, o rio, o mangue, o atelier e me informar sobre como atravessar o rio, fui em direção a Alcobaça. Disseram-me que tinha que ir pela estrada até Guaratiba, pois não era possível atravessar nenhuma das 2 barras do rio. Após ver as casas coloridas na saída e apreciar a vista da ponte sobre o rio, andei cerca de 15 minutos na estrada até encontrar andando pela estrada um homem chamado Mário, dono de terras na região, que me ensinou um caminho por uma estrada de terra (que ele disse ser pública) em que eu sairia na praia bem antes, andando menos pela rodovia. Doeu-me um pouco o coração quando ao se despedir ele me disse que se pudesse compraria a minha saúde (ele parecia bem, com seus cerca de 50 anos). Cerca de 4 Km depois de Prado pela rodovia havia uma fazenda à esquerda, chácaras Vovó Miroca à direita e depois pneus pretos e amarelos à direita, em frente à entrada da estrada de terra que ficava à esquerda e que eu deveria pegar. O caminho deu certo (achei sua paisagem bela, ::cool:::'> variando um pouco a da praia, mas fui bastante atacado pelos mosquitos), porém no fim da estrada de terra havia uma propriedade particular que eu precisava cruzar. Pedi autorização aos que lá trabalhavam, eles concederam e me ensinaram o caminho para chegar até à praia ou à margem do rio. Cheguei à margem do rio e andei por cerca de 30 minutos nela, em alguns pontos com as pernas dentro da água, até chegar à praia. A paisagem da foz do rio também muito me agradou. ::otemo:: Fazia uma espécie de remanso e criava uma piscina de água doce, com paredões de areia na lateral, num local com natureza preservada. Gostei muito do banho lá. Havia uma casa de pescador entre esta entrada de água doce e o mar. Prossegui viagem, passei por Guaratiba e segui. A paisagem mudou e não tinha mais falésias, mas grandes áreas de areia com vegetação (provavelmente restingas). Perto de Guaratiba havia também lagoas que achei belas. Cheguei no Farol de Alcobaça perto das 17 horas. Andei cerca de 25 ou 30 Km.

 

Em Alcobaça fiquei hospedado na Pousada Girassol (http://www.pousadagirassolalcobaca.com.br), com banheiro com chuveiro quente e ventilador por R$ 20,00. Aceitou cartão de débito. Fiz compras na Padaria Sabor da Fruta (R$ 5,00) e na Padaria ou Depósito Erisvaldo Alcobaça (R$ 3,20 - cartão).

 

Para as atrações de Alcobaça veja http://www.alcobacabahia.com.br. Gostei muito dos quadros da Via Crucis na Igreja de São Bernardo. ::cool:::'>

 

Na 5.a feira 24/07, após visitar o centro histórico e seus casarões, o mangue, o rio e andar por uma pequena trilha, fui procurar uma forma de atravessar o rio para ir rumo a Caravelas. Após alguns pescadores dizerem-me "você não dá conta de chegar lá não" devido à distância, tentei procurar um barco para atravessar o rio. Após alguns barqueiros me orientarem de onde eu deveria ficar para conseguir a travessia, consegui que dois jovens pescadores viessem até a margem e me atravessassem. Ofereci-lhes R$ 2,00 pela travessia, mas não aceitaram. Após a travessia a paisagem continuava com vegetação sobre areia (provavelmente restinga). No caminho encontrei uma suíça com sua família que me orientou sobre a real distância até Barra de Caravelas. Já perto da Barra começaram a aparecer locais com árvores mais altas próximas à praia, como coqueiros. Cheguei à Barra pouco antes do pôr do sol. Achei que era melhor pernoitar lá, pois para Caravelas ainda seriam mais 9 Km aproximadamente. Andei cerca de 30 Km.

 

Em Barra de Caravelas fiquei hospedado na Pousada das Sereias (http://bahia.com.br/onde_ficar/pousada-das-sereias) por R$ 25,00, com banheiro. Não aceitou cartão. Interessante que o Samuel ("Samuca"), seu dono, disse-me com um sorriso sincero nos lábios para eu mandar lembranças para Dadá, dona de outra pousada, quando eu disse que iria ver outra opção antes de decidir onde ficar. Fiz compras no Mercado da Barra (R$ 2,70 - cartão) e na Padaria Pão da Barra (R$ 5,60). Durante a noite sofri um pouco com os mosquitos. No dia seguinte eu iria descobrir que era o casamento do Samuel. Ele e a futura esposa estavam preparando-se quando eu acordei para tomar café. Até perguntei se ele era pastor, por vê-lo de terno, antes de ver a sua futura esposa vestida de noiva. Tirei uma foto de seus parentes e amigos a pedido deles.

 

Para as atrações de Barra de Caravelas veja http://www.caravelas.ba.gov.br/barradecaravelas.html. Achei a praia muito rasa e com lodo no fundo, não muito agradável para banho, principalmente em maré baixa.

 

Na 6.a feira 25/07, rumei para Caravelas. Fui até o fim da praia, onde começava o mangue e depois peguei uma entrada para a estrada e segui por ela. No caminho passei pelo povoado de Ponta de Areia, onde visitei a praça e a igreja. Pouco antes de chegar a Caravelas fui ao Centro de Visitantes do Parque Nacional de Abrolhos. ::cool:::'> Lá havia várias exposições e pequenas trilhas, além de uma réplica de uma baleia jubarte. Lá também conheci algumas das que seriam minhas companheiras de viagem a Abrolhos no domingo e que me informaram sobre uma agência que tinha preços melhores do que os que eu havia pesquisado. Pouco mais à frente, passei pela Abrolhos Embarcações (http://www.visiteabrolhos.com.br/, https://www.facebook.com/abrolhos.embarcacoes), mencionada por elas, onde fui muito bem atendido pela Gal e pela Gabi e confirmei que o preço para o passeio bate e volta de um dia a Abrolhos era de R$ 260,00, já inclusa a taxa do ICMBIO, além da máscara e respirador (snorkel) para mergulho, café da manhã, almoço e lanche da tarde. As outras que eu havia pesquisado cobravam R$ 260,00 + R$ 32,50 da taxa do ICMBIO. Fechei o contrato de passeio com eles para o domingo, pois era necessário número mínimo de pessoas e sábado o barco sofreria vistoria da Marinha (aceitaram cartão).

 

Em Caravelas fiquei hospedado na Pousada Shangri-la (http://pousadadobecoshangrila.blogspot.com.br/) por 3 noites, sendo 2 por R$ 25,00 com café da manhã e 1 por R$ 20,00 sem café da manhã. Disse que aceitava cartão, mas na hora a conexão não funcionou. O quarto tinha TV e ventilador, mas não tinha banheiro. Fiz minha compras no Horti Fruti Hort Clyn (R$ 3,47), Supermercado Souza (R$ 4,70 - cartão), Padaria Nobre (R$ 2,40) e Padaria Pão Nosso (R$ 6,90).

 

Para as atrações de Caravelas veja http://www.feriasbrasil.com.br/ba/caravelas e http://www.abrolhos.net/caravelas.

 

No sábado 26/7 aproveitei para visitar a cidade de Caravelas, conhecer suas construções históricas, o rio, o porto, a feira e as ruas comuns. Fui também perto da colônia de pescadores ver como fazia para chegar a Nova Viçosa, posto que pelas minhas pesquisas não dava para ir pela praia. Os pescadores confirmaram-me isso e disseram-me que na 2.a feira de manhã eu teria dificuldade em encontrar um barco para lá. Mas Manoel Branco falou-me de um caminho atravessando o rio e seguindo por uma ilha. Na ilha eu seguiria por um estrada de terra até um povoado, onde teria que pegar outro barco para ir até Nova Viçosa. Fui investigar e achei que era viável, embora corresse risco de ficar preso no povoado, sem transporte para Nova Viçosa. No fim do dia apreciei o pôr do sol visto do porto. Ainda tive tempo de conversar com Marcos, dono da Pousada, sobre sua visão política e social. Mesmo com vários pontos de vista diferentes dos meus, apreciei seu conhecimento da História do Brasil e da Bahia.

 

No domingo 27/7, após tomar café na pousada, cheguei para o embarque por volta de 6:40. A Gal recepcionou-me. O horário previsto para a partida era 7 horas. Adorei o passeio a Abrolhos (http://www.icmbio.gov.br/parnaabrolhos). ::otemo:: ::otemo:: ::otemo:: No barco reencontrei as amigas de Brasília e Minas Gerais que me haviam informado sobre aquela agência. O Russo, provavelmente o responsável pela agência, deu as boas vindas e instruções gerais para o passeio. Antes de partirmos estava servido o café da manhã. Avisei o cozinheiro que, se fosse possível, desejava meu almoço sem carne. Partimos e logo o sol abriu. A vista do rio na saída da cidade, até Barra de Caravelas, agradou-me bastante. ::cool:::'> No barco a maioria das pessoas era de Minas Gerais. Além das 3 amigas, havia um professor (com sua mulher e 2 filhos) de Juiz de Fora, que trabalhava na da Universidade Federal e tinha trabalhado com sistemas desenvolvidos por uma empresa em que eu tinha trabalhado, havia um casal de Ilhéus, 2 amigas alemãs, um casal de Belo Horizonte e uma mulher do interior de São Paulo. Fui quase todo o percurso na pontinha da proa (sempre deixando claro que se alguém quisesse ir lá era só falar). Perto do meio do percurso começaram a aparecer as baleias jubarte. Pudemos ver um grupo de cerca de 6 a 8 indivíduos bem de perto (cerca de 20 m), por bastante tempo. Passaram inclusive por baixo do barco. Vimos muitas outras também, algumas saltando. ::otemo::

 

Chegamos a Abrolhos por volta de 11 horas (atrasamos por causa da avistagem das baleias). Descemos para visitar a Ilha Siriba, ver os pássaros, corais, vegetação e estruturas naturais. Pude ver e pegar alguns corais cérebro (realmente parecem muito com um). ::cool:::'> Depois fomos fazer mergulho livre. Como fazia bastante tempo que eu não utilizava máscara e respirador, no começo eu apanhei um pouco, mas depois de acertar o tapamento do nariz corretamente tudo foi mais fácil. Pude ver bastante peixes e corais, dos mais diferentes tipos. ::cool:::'> Depois de cerca de 1 hora o barco mudou-se para outro ponto de mergulho e o almoço foi servido. A mulher do interior de São Paulo iria fazer seu batismo de mergulho (ela não sabia nadar). Preferi guardar o almoço para a volta e aproveitar o tempo para mergulhar. Aqui novamente pude ver bastante peixes (destacaram-se alguns grandes budiões azuis muito belos), corais e estruturas marinhas. ::otemo:: A água estava um pouco fria, mas acabei nem dando muita atenção a isso. Depois que a mulher voltou eu também voltei e começamos o regresso, dando uma volta na ilha em que ficam as construções da Marinha. Eram cerca de 15 horas. Pudemos ver muitas baleias na volta também:8):, mas nada comparável ao grupo que havíamos visto na ida. De qualquer forma pudemos vê-las fazendo acrobacias (saltando de frente e de costas). Após falar-lhe da minha viagem, uma das 3 moças contou-me que seu irmão periodicamente fazia viagens subindo rios e prestando serviço em fazendas em troca da subsistência. Chegamos a Caravelas por volta de 18:30 e fomos recebidos pela Gal.

 

Na 2.a feira 28/7 decidi seguir o caminho pela ilha até Nova Viçosa. Peguei o barco da associação cerca de 6 horas, dirigido pelo Tico, para fazer a travessia até o Porto do Cassurubá. Custou R$ 2,00. Depois segui por uma estrada de terra (que virou trilha e até picada em alguns trechos) rumo ao Povoado das Perobas. Na estrada os mosquitos atacaram-me bastante, porém a vida selvagem preservada, tanto vegetal como animal, compensou (vi muitos pássaros, incluindo tucanos). ::cool:::'> Havia uma bifurcação próxima a possíveis bombas ou registros da Petrobras, em que eu peguei o ramal errado. Depois de meia hora, passando por alguns trechos alagados descalço (com certo receio de cobras que poderia não ver) fui parar no fim, na margem de um rio, região chamada de Caribé. Lá um morador informou-me que eu tinha pego o ramal errado e que teria que voltar. Voltei, peguei o ramal certo e segui. Após cerca de meia hora depois do ponto de retomada do ramal certo da estrada, vi uma outra bifurcação, porém desta vez parecia claro que o caminho era para a direita. Mas resolvi investigar o que havia para a esquerda. E gostei. Depois de andar um pouquinho ainda com vegetação cobrindo a vista, apareceu um descampado, uma região bem preservada com entradas de rio formando lagoas, onde havia muitas aves, além de vegetação natural. ::otemo:: Depois de ficar contemplando aquela região por algum tempo, resolvi seguir e, após cerca de mais meia hora, cheguei ao Povoado das Perobas. Andei cerca de 15 Km. Lá não havia nenhum barco disponível para me levar a Nova Viçosa. Falei com os parentes indicados pelo Manoel Branco, mas a mulher me disse que o marido já tinha ido de manhã para Nova Viçosa. Fui procurar alternativas. Falei então com o Antônio Branco, condutor do barco que leva os alunos à escola e ele disse que se eu não conseguisse transporte poderia ir gratuitamente em seu barco no dia seguinte. Cheguei à casa do Antônio, que me recebeu muito bem. Ele era pescador e me contou sobre seu trabalho. Sua mulher ofereceu-me café e seus filhos estavam brincando na roça. Conversei também com ele sobre como um tablet (o mais barato possível) poderia auxiliar seus filhos em educação e até ele com a previsão do tempo, das marés, etc. Enquanto conversávamos caiu uma chuva bem forte. Ainda bem que eu estava abrigado. Ele disse que se não conseguisse transporte poderia ficar e dormir em sua casa (eles chamam isso de "dar agasalho"). Mas houve duas pessoas que foram para Nova viçosa, sendo que a primeira, Vicente, não me pôde levar porque o barco não aguentaria. Mas houve um outro barco, de pessoas da Assembleia de Deus, que me levou. Junto comigo foi um parente do pescador Antônio para vender bananas. O preço normal do translado era R$ 25,00, mas eles não quiseram aceitar. Não aceitaram nem R$ 10,00, por mais que eu insistisse. No caminho conversamos sobre espiritualidade e religião. Contaram-me histórias de lá e eu lhes contei histórias de SP.

 

Em Nova Viçosa fiquei hospedado no Veraneio Hotel (http://www.hoteleiro.net/hoteleiro/Principal/default.asp?CID_DSC_UF=BA&CID_SEQ=9762), dirigido pela Judith, por R$ 25,00, com banheiro, chuveiro quente, ventilador e TV. Não aceitou cartão. Fiz minhas compras no Supermercado Viçosa (R$ 15,86 cartão) e num Horti Fruti (R$ 0,50).

 

Para as atrações de Nova Viçosa veja http://www.novavicosa.com.br.

 

Na 3.a feira 29/7 fui rumo a Mucuri. Este foi o dia mais difícil da viagem. ::mmm: Foi o único com mau tempo persistente. Antes de sair perguntei a Judith se poderia nadar na piscina do hotel e ela me disse que sim, porém quando estava indo para lá de calção de banho e óculos ela disse que tinha entendido mal, nunca achou que eu iria nadar com aquele tempo e eu não poderia, pois havia colocado um produto na água que fazia mal para a saúde. Antes de ir para a praia e começar a caminhada, fui conhecer a Praça da Festa da Baleia Jubarte, as construções históricas e o porto. A paisagem ao longo do caminho foi novamente parecida com restinga. Apesar de tudo, o mar bravo e revolto tinha um aspecto que achei muito belo e grandioso, ::cool:::'> mas inviável para banho. Esperei passar a chuva e comecei a caminhada. Após cerca de 1 hora de caminhada a chuva voltou forte e com bastante vento (conheci o Vento Sul) e eu me abriguei em um galpão. A chuva parou e depois de mais 1 hora caminhando ela voltou forte e me abriguei atrás de um observatório de vidro na entrada de uma pousada. Mais 1 hora caminhando e a chuva voltou e me abriguei num local de pescadores. Mais 1 hora, ela voltou e me abriguei num local com barracas para comércio, junto com um cachorro. Como o tempo estava passando e estava chegando a noite resolvi não me abrigar mais e quando a chuva voltou novamente, com seu vento forte, tomei um banho de cerca de 2 horas. A capa não conseguiu impedir que eu ficasse ensopado, mas a mochila ficou razoavelmente seca, o que foi muito bom. Já próximo a Mucuri, como a maré havia subido e havia ficado difícil passar por alguns trechos, fui os últimos 2 ou 3 km pela rodovia. Andei cerca de 30 km.

 

Fiquei hospedado no Hotel Mar Azul (do gaúcho - http://www.mucuri.ba.gov.br/turismo/pousadas-e-hoteis) por R$ 25,00, com banheiro, chuveiro quente, TV e ventilador. Não aceitou cartão. Fiz minhas compras no Super Pão (R$ 1,34 - cartão) e na Padaria do Alemão ($ 7,10).

 

Para as atrações de Mucuri veja http://www.mucuri.ba.gov.br/turismo/pontos-turisticos.

 

Na 4.a feira 30/7, depois da chuva ter parado, voltei pela praia até o ponto em que eu a havia deixado no dia anterior. Foram cerca de 30 minutos entre ida e volta. Após um banho de mar e o café da manhã parti pela praia rumo ao centro. No caminho perguntei a garis se era possível ir até Itaúnas a pé e me disseram que não, pois havia braços de mar que me impediriam. Seguindo, cheguei até a barra de um rio, onde havia um pescador que me disse que após atravessar o rio conseguiria ir a pé até Itaúnas, com alguns rios no caminho que eu conseguiria atravessar, no pior caso pedindo auxílio a pessoas com barcos, pois as margens não eram desertas. Acreditei nele e ele estava certo. Antes de procurar barco para atravessar aquele rio peguei uma trilha e passei pela Passarela Ecológica do Gigica, fui conhecer o centro histórico, as praças e o porto. Uma viatura da polícia abordou-me (o soldado ao descer perguntou: "é você que está assaltando os carros na região?"), mas depois de mostrar meus documentos e meu itinerário não houve nenhum problema (nem quiseram ver a passagem aérea). Após visitar a cidade, peguei um barco para a outra margem do rio por R$ 3,00. De lá fui até o Povoado da Costa Dourada. Ainda havia restinga, mas voltaram as falésias, com sua beleza ímpar. ::otemo:: Pouco antes de chegar lá, realmente encontrei um rio para atravessar, porém falando com um morador local, descobri o trecho em que poderia atravessar com água abaixo da cintura.

 

Na Costa Dourada fiquei na Pousada da Tia Fina (http://bahia.com.br/onde_ficar/pousada-tia-fina-0), com banheiro com chuveiro frio, ventilador e um pequeno café da manhã por R$ 30,00. Não aceitou cartão. Jantei no próprio restaurante da Tia Fina por R$ 10,00. Antes do jantar ainda aproveitei para tomar um banho de mar e apreciar a vista do mar do alto das falésias. À noite, aproveitando que era um povoado com pouca iluminação, pude apreciar as estrelas. ::cool:::'> Andei cerca de 20 Km.

 

Fiquei feliz de ver a Tia Fina, lúcida, ativa, trabalhando, com seus 83 anos (minha mãe está com 81 e tem Alzheimer). ::cool:::'>

 

Para as atrações da Costa Dourada veja http://www.mucuri.ba.gov.br/turismo/pontos-turisticos/costa-dourada-2.

 

Na 5.a feira 31/7 após um banho de mar e o café na Tia Fina, fui à Barraca do Cláudio, onde no dia anterior a sua mulher, Graça, disse que poderia servir-me o café da manhã (como eu não almoço, meu café vale por um). Ela deu-me pães amanhecidos (mas gostei), pepino e tomate e não quis cobrar nada. Depois do café rumei para Itaúnas. As falésias continuaram e deu uma rápida pancada de chuva, que me fez usar a capa. Num determinado ponto, como a maré ainda estava alta, não consegui passar e subi para ir pela estrada lateral. A vista lá de cima agradou-me muito. ::cool:::'> Mas a estrada levou-me a uma propriedade particular em que eu não vi ninguém. Então resolvi voltar e tentar ir pela praia mesmo. Com muito cuidado tentei passar pelas pedras laterais às falésias e consegui. Houve vários outros trechos assim, mas este primeiro foi o mais difícil. A paisagem das falésias vista a partir da praia continuou agradando-me muito. Perto da divisa da BA com o ES (ou talvez na própria divisa), havia um local que achei muito belo, em que havia rochas no mar, falésias na praia e dunas em cima das falésias, com diferentes cores da areia e diferentes materiais. ::otemo:: Pouco à frente (cerca de 2 Km) havia uma barraca dizendo "Bem Vindo a Bahia" e logo após o Riacho Doce. Também foi uma paisagem que achei muito bela. Cerca de 8 km à frente, agora já com a paisagem praticamente só de dunas, cheguei a Itaúnas. Lá pedi para um casal guardar minha mochila numa barraca e tomei um banho de mar. Para chegar à cidade era necessário atravessar as dunas e a Isabela, bióloga que para lá tinha mudado com os pais e era dona de uma pousada, acompanhou-me, falando do local, de como pretendia dedicar-se a ecoturismo e fazer um curso na Austrália. Ela me sugeriu trilhas e locais onde dormir por um preço baixo. Chegando a Itaúnas vi pessoas na ponte olhando algo que vim a descobrir ser um jacaré que morava no rio próximo ao povoado. Pude vê-lo também com um binóculo que me emprestaram. Antes de procurar onde ficar passei no Centro de Visitantes do Parque Estadual de Itaúnas (http://www.mapadavilaitaunas.com.br/parque-itaunas.html'>http://www.mapadavilaitaunas.com.br/parque-itaunas.html), de que gostei muito. ::cool:::'> Andei cerca de 20 Km.

 

Fiquei hospedado num quarto na casa da Rosa, com banheiro, chuveiro quente, ventilador e TV por R$ 25,00. Não aceitou cartão. Fiz compras no Supermercado Varandão (R$ 5,60 - cartão), Mercado Pague Menos (R$ 1,90 - cartão) e na Padaria do Klebinho (R$ 6,80 - cartão). A mãe da Rosa era a Conceição e tinha 102 anos. Andava, estava lúcida e parecia ter bom estado de espírito. Sua filha caçula (já falecida) nasceu quando ela tinha 56 anos. Fiquei admirado novamente. ::cool:::'>

 

Para as atrações de Itaúnas veja http://www.mapadavilaitaunas.com.br e http://www.viajeparaitaunas.com.br/itaunas1.htm. Gostei muito de Itaúnas, com seu parque com área preservada, suas dunas e seu ar pacato. ::otemo:: Andei pelas trilhas do Tamandaré, Pescador e do Buraco do Bicho. Apreciei todas, com sua vegetação e suas dunas.

 

O Mestre Didi, pescador experiente, falou-me que eu conseguiria atravessar o rio deserto antes de Conceição da Barra. Muitos outros disseram-me que eu não conseguiria, nem na maré baixa. O Mestre Didi tinha razão.

 

Na 6.a feira 1/8 rumei para Conceição da Barra após caminhar pelas 3 trilhas mencionadas acima. Na saída vi alguém acenando do mar para mim. Talvez fosse a Isabela que também era surfista. A paisagem foi semelhante à restinga. No caminho encontrei alguns pescadores em uma carroça puxada por um burro, que me confirmaram que eu conseguiria atravessar a Boca da Barra na maré baixa, prevista para 12:40. Como eu me atrasei devido às trilhas, cheguei lá perto de 14 horas. Encontrei um casal de pescadores e ao lhes perguntar disseram-me que conseguiria atravessar sem problemas e me indicaram o melhor ponto. Realmente a água não passou da cintura. Achei a paisagem ali muito bela. ::cool:::'> Aproveitei para nadar no rio e no mar. Chegando em Conceição da Barra percorri parte da orla apreciando a vista e depois fui procurar onde ficar. Dois argentinos perguntaram-me se eu curtia, fazendo sinal de fumo. Lá encontrei o Jovane, da Igreja Presbiteriana, que me recebeu muito bem, deu-me informações, negociou o preço para travessia do rio com barqueiros para mim e disse que estava montando uma pousada e que eu poderia ficar lá gratuitamente. Porém, como ainda não havia água nem cama, eu decidi procurar outra. Ele era candidato a deputado estadual e comentou-me algo com que eu concordo, que é que Porto Seguro tem o movimento que tem, não só pelos seus atrativos, que são muitos, mas também por causa do aeroporto, o único com voos comercias numa vasta região. Falou que iria tentar trazer um aeroporto para Conceição da Barra. Se este aeroporto existisse, realmente minha viagem não teria ido até Vitória, mas acabado ali mesmo por causa da duração. Andei cerca de 20 Km.

 

Fiquei hospedado na Pousada Barra Center (http://www.conceicaodabarra.es.gov.br/web/ondeficar_bra.htm), sem banheiro no quarto, com ventilador e TV por R$ 30,00. Não aceitou cartão. Fiz compras no Supermercado Casagrande (R$ 10,34 - cartão).

 

Enquanto andava pela cidade conheci o Gregory que me perguntou sobre minha viagem. Disse que já tinha feito viagens daquele tipo, falou que nelas havia apreciado muitas belezas naturais e via um aspecto até místico. Concordei plenamente. Talvez ele tenha sido até hoje uma das pessoas que melhor entendeu o real significado das minha viagens. No fim da conversa ofereceu-me dinheiro, caso eu precisasse, o que educadamente recusei. No pôr do sol fui andar pela foz do rio ao sul de Conceição da Barra e pela orla, o que trouxe paisagens de que muito gostei. Depois do jantar ainda saí para andar na orla, ver o farol e as estrelas.

 

Para as atrações de Conceição da Barra veja http://www.portonet.com.br/cb e http://www.feriasbrasil.com.br/es/conceicaodabarra.

 

No sábado 2/8 fui até o estaleiro onde havia conhecido o Jovane. Como não consegui nenhum barco achei melhor ir até a colônia de pescadores, onde o funcionário responsável pelo gelo, que trabalhava durante a noite, estava no dia de folga e iria pescar com um filho e um outro menino (acho que era seu sobrinho) perto de onde eu iria ficar. Eles disseram que me atravessariam. Porém, logo no início da travessia, o cordão que dispara o motor não funcionou e tiveram que remar de volta para ir comprar outro. Quando o menino chegou com o cordão novo, como o parafuso estava velho, não foi possível abri-lo e tivemos que voltar ao estaleiro para pegar uma chave de fenda. Após tudo arrumado, o motor pegou e eles me deixaram na outra margem. Ofereci um pequeno pagamento, mas não quiseram e ainda caçoaram dizendo que esperavam ver-me na TV. :lol: Os meninos ficaram muito curiosos sobre como eu viajava, onde dormia, como comia, etc e acho que ficaram espantados como alguém poderia fazer uma viagem daquelas.

 

Uma vez do outro lado do rio, rumei para Barra Nova. A paisagem parecia ser de restinga e havia um bosque perto da cidade de Guriri. No caminho encontrei um pescador que já havia feito o trajeto e ele me deu informações sobre o tempo que iria levar. Cheguei a Barra Nova perto do pôr do sol. Antes de ir procurar onde ficar fui apreciar o encontro do rio com o mar e as pequenas lagoas que se formavam na areia. ::cool:::'> Andei cerca de 40 Km.

 

Em Barra Nova fiquei hospedado na Pousada Paraíso (do Semírio) com banheiro sem chuveiro quente e ventilador por R$ 30,00. Não aceitou cartão. Fiz compras no Bar Samburá (R$ 3,00) e na Padaria Sena (R$ 3,00), que me forneceu gratuitamente margarina para acompanhar os vários pães que havia comprado.

 

Para as atrações de Barra Nova veja http://www.territoriocapixaba.com.br/servicos/?servicos=452&municipio=25 e http://www.ferias.tur.br/informacoes/1827/barra-nova-es.html.

 

No domingo 3/8, depois de tomar café da manhã, fui procurar um modo de atravessar o rio. Havia a possibilidade de ir com o barco de uma pousada por R$ 10,00 ou R$ 20,00. Fiquei no porto esperando por um pescador, mas o único que disse que iria atravessar não voltou. Então, fui até a pontinha do canal onde um casal para quem eu já havia pedido travessia antes (e acho que tinham entendido que eu queria ir para o porto do outro lado) estava pescando. Perguntei-lhes se poderiam me levar até o outro lado do canal. Acho que ficaram com pena e reolveram levar-me. Ofereci-lhes R$ 2,00 pela travessia mas não aceitaram. De lá rumei para Pontal do Ipiranga. A vegetação era predominantemente de restinga. Perto da cidade de Urussuquara havia uma espécie de lagoa e um rio, cujo travessia não foi muito fácil (água no peito), mas foi possível. De lá dava para ver 2 plataformas de petróleo no mar. Eu sempre achei que elas não eram visíveis da praia por ficarem muito longe. Como nunca tinha visto tal paisagem, achei interessante ver como são, ::cool:::'> embora destoasse do ambiente natural. Pouco depois de atravessar o rio encontrei um barco de porte médio na areia sendo reformado por alguns trabalhadores. Cheguei a Pontal do Ipiranga perto da 16 horas e antes de ir procurar local para ficar tomei um banho de mar. Andei cerca de 30 Km.

 

Em Pontal do Ipiranga fiquei hospedado na Pousada Recanto do Sol (http://pousadarecantodosoll.com.br) com banheiro com chuveiro quente, TV, ventilador e um belo jardim interno. ::cool:::'> Não aceitou cartão. Fiz minhas compras numa padaria (R$ 5,00) numa rua distante paralela à praia e numa mercearia (R$ 2,00) numa rua transversal.

 

Para as atrações de Pontal do Ipiranga veja http://www.soues.com.br/plus/modulos/estabelecimento/detalhe.php?cdgrupo=14&cdestabelecimento=465.

 

Na 2.a feira 4/8, depois de um banho de mar e do café da manhã, procurei sair cedo rumo a Povoação. A distância era longa. A paisagem continuou de restinga, porém houve algumas lagoas próximo à chegada, onde aproveitei para tomar banho e apreciar a vista. ::cool:::'> No meio do caminho encontrei alguns pescadores (amadores) que me deram informações sobre distâncias e me ofereceram cerveja, que educadamente recusei. Cerca de 3 Km antes de Povoação, visitei uma base operacional do TAMAR, mas que não tinha nada a exibir ao público. De qualquer modo o rapaz recebeu-me bem e me deu informações sobre a distância restante. Cheguei a Povoação pouco depois das 17 horas. Andei cerca de 50 km.

 

Em Povoação fiquei hospedado na quitinete do Osnias, com cozinha, banheiro com chuveiro quente, ventilador e TV por R$ 40,00. Não aceitou cartão. Fiz minhas compras na Padaria do Maurição (R$ 5,00 - cartão) e na Mercearia Comercial LD (R$ 2,15).

 

Para as atrações de Povoação veja http://povoacao.no.comunidades.net/index.php?pagina=1972325816_02.

 

Na 3.a feira 5/8 resolvi aproveitar o dia de praia em Povoação. Primeiramente andei por uma pequena trilha na restinga, com informações sobre o meio ambiente. Depois fui até a foz do Rio Doce. Gostei muito da paisagem. O rio era grande e sua união com o mar, com braços de areia, vegetação preservada e aves marinhas agradou-me muito. ::otemo:: O único inconveniente foi que o Vento Sul estava forte este dia. Chegava a doer a areia que ele atirava nas pernas. De manhã até que estava mais calmo, mas à tarde estava difícil caminhar na praia. No final do dia precisei abrigar-me atrás de uma casa enquanto apreciava a vista e esperava para tomar banho de mar. A distância até a foz do Rio Doce foi de cerca de 8 Km.

 

Cerca de 17:30 peguei o ônibus da Viação Citranstur (http://www.linhares.es.gov.br/Turismo/Transporte.htm) para Linhares por R$ 8,90. Cheguei em Linhares por volta de 19 horas e fui comprar a passagem para Vitória para o dia seguinte. Paguei R$ 25,70 no cartão para o ônibus da Viação Águia Branca (https://www.aguiabranca.com.br), com saída às 5:35 e chegada ao Aeroporto de Vitória por volta de 8:15. Fiquei hospedado no Linhatur Hotel (http://www.linhatur.com.br) com banheiro com chuveiro quente, ventilador, frigobar e TV a cabo (tinha direito ao café da manhã, mas devido ao horário não pude tomá-lo) por R$ 78,00. ::essa:: Aceitou cartão. Todos os outros hotéis mais baratos a que fui não tinham vagas. Acho que, como apenas iria ficar algumas horas, teria sido mais interessante passar a noite na rodoviária (não sei se ela ficava aberta durante a noite). Fiz compras no Supermercado Mercantil (R$ 11,81 - cartão).

 

Na 4.a feira, fui do hotel até a rodoviária ainda com o dia escuro, mas não tive nenhum problema de segurança. Depois de chegar a Vitória ainda fiz compras na Padaria Big Pão (R$ 7,31 - cartão). No voo de volta foi possível apreciar boa parte do litoral desde o Espírito Santo até São Paulo. ::cool:::'>

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  • 1 ano depois...
  • Colaboradores

Julinho,

Claro que eu sou maluco! :lol: Mas sou feliz!

 

Otávio,

Eu não levo máquina fotográfica comigo. Por isso eu tento colocar links na descrição, para que os leitores possam ver imagens profissionais dos locais.

Até onde eu sei ainda não há tecnologia para extrair as fotos do meu modelo de máquina, cujas lentes são os olhos, o armazenamento fica no cérebro e o contexto fica na alma. :lol:

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  • 1 mês depois...

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