Membros Este é um post popular. Evandro Sanches Postado Outubro 9, 2017 Membros Este é um post popular. Postado Outubro 9, 2017 Depois de muito enrolar, aqui vai meu primeiro relato para o mochileiros.com, site que tanto me ajudou em praticamente todas minhas viagens. Espero que possa ajudar a quem se interessar, é meu único propósito, retribuir de alguma forma. Essa viagem foi longa (83 dias), passando por Marrocos (um dia), Portugal (19 dias), Suíça (8 dias), Itália (19 dias), Londres (seis dias), Paris (seis dias), Espanha (cinco dias), Marrocos novamente (15 dias) e cidade de São Paulo no restante dos dias. Fez parte de um projeto bacana de transformar 2017 em um ano semi-sabático depois de trabalhar desde os 13 anos, e desde os 14 com carteira de trabalho. Sou professor de geografia, moro em Nhandeara (interior de São Paulo), tenho 45 anos e sou mochileiro nato. A maior parte do trajeto foi feito com hospedagens em hostels, que geralmente adoro. Acho que mesmo se tivesse um dinheirão, ainda optaria pelos hostels e seus tipos humanos “universais”. Adquiri as passagens de ida e volta pela “Decolar.com”, a 2.600 reais, em março de 2017, ou seja, com 5 meses e alguns dias de antecedência. Optei por fazer relatos separados por país. Assim, vou pular o primeiro dia no Marrocos e ir direto pros 19 dias portugueses. Já fiz várias viagens interessantes na vida, mas todas pela América Latina, de onde nunca tinha saído. Então, reuni os destinos europeus que povoavam meus sonhos, nessa viagem de arromba. São destinos em que depositava muitas expectativas (Suíça, Cinque Terre, Roma) ou outros obrigatórios, como Veneza, Londres e Paris (não tinha muita expectativa, mas queria ver qual é a delas e o que poderiam me ensinar. Além do que, será preciso ter expectativas pra gostar delas? Acho que não). Portugal eu tinha certeza que seria muito agradável, por conta da língua e do povo, e Marrocos é o destino exótico que precisa ser desmitificado e que tá logo ali, então precisei aproveitar a oportunidade. A Espanha, nas minhas pesquisas, foi dos que mais me surpreenderam, então resolvi passar ali apenas como trampolim pro Marrocos e voltar exclusivamente pra ela numa outra oportunidade (além do que, tenho passaporte espanhol, meu avô veio de lá). Pra você que se interessar, uma boa viagem! Vou tentando postar algumas fotos aqui, mas quem quiser poderá encontra-las no meu facebook, por país em “álbuns”. Dia 01/09 – Chegada em Lisboa. Ônibus do aeroporto (aerobus) ao Cais do Sodré: € 4,00 (é possível ir de metrô - € 1,75 cada utilização – obs: só descartar o bilhete após sair do metrô, pois ele será necessário tanto para entrar quanto para sair), mas o ônibus permite ver a cidade neste primeiro contato, ainda mais que é um trecho significativo que te dá uma boa base do que é Lisboa, e não decepciona; o Sunset Destination Hostel, a € 22,49 a diária para quarto com 6 pessoas mix (muito bom – café-da-manhã, banheiros, quartos, funcionários, tudo maravilhoso, é considerado um dos melhores do mundo) fica no prédio da própria estação de trem e metrô Cais do Sodré. Além dessa vantagem gigantesca, ainda tem um mercadinho “Pingo Doce”onde é possível encontrar desde água mineral, até lanches, biscoitos, pilhas, frutas, tudo a preços justos. Depois de deixar as coisas no hostel, fui dar uma volta pela cidade, nos bairros do Chiado e Rossio, à procura de um tênis. Paixão à primeira vista. Incrível a sensação de se perder por uma cidade encantadora como Lisboa. Fui meio que na direção de uma loja de calçados indicada pelo funcionário do hostel e dali meio que ao léu fui entrando por ruas interessantes e curtindo muito o visual, com azulejos, construções históricas, praças-sonho, docerias, quiosques bonitinhos... Enfim, Lisboa me conquistou de primeira. Dia 02/09 – Não comprei nem o passe turístico nem o passe de transportes pois sou “andarilho” profissional e sabia que iria “camelar” ao máximo pela cidade, confiante nas minhas pernas. Além do que, o Cais do Sodré é mega-bem localizado, o que favorece os deslocamentos, e Lisboa é uma cidade pra se caminhar, tão linda é. Primeira visita: Museu arqueológico do Carmo (era um igreja que foi seriamente afetada pelo terremoto de 1755, como quase tudo em Lisboa; mas conservaram o que restou e inseriram um museu ao fundo, com acervo interessante); caminhada até o Castelo de São Jorge (€ 8,50 ), passando pelo bairro famoso de Alfama. Tanto no caminho quanto no Castelo, temos vistas panorâmicas incríveis da cidade. Consegui fotos bem interessantes ao final da tarde no Castelo, todo envolto em jardins e pinheiros “cênicos”. Dia 03/09 – Visita às praias da Costa da Caparica, aproveitando o dia com sol fortíssimo e tempo limpo. Terminal Fluvial do Cais do Sodré, ticket para Casilhas: € 3,00 (ida); ônibus ida e volta entre Casilhas e Caparica: € 5,50; Trem para se deslocar entre as 20 praias de Caparica: € 8,00 – se compra ali mesmo na praia, não é um trem convencional; ticket do Terminal Fluvial de Casilhas, de volta pro Cais do Sodré: € 3,00. O interessante na Costa da Caparica é o mar e as praias que são lindas. Mas muito parecidas com as que temos no Nordeste, inclusive com paredões naturais ao fundo. Tem muita gente que pratica nudismo nas praias mais distantes, da 17 até a 19. E muita paquera gay nessa altura nas trilhas por ali já mais afastadas da praia. Pegação mesmo. Então, acho que não é uma visita obrigatória, a não ser que nudismo, pegação e praia seja seu forte. Dia 04/09 – Sintra. O trem para Sintra sai próximo da estação Rossio do metrô. É necessário sair dessa estação e procurar um café Starbucks num dos cantos da praça. É ao lado do café. É fácil de achar pois é muito bonita, um prédio histórico. Se estiver difícil achar, é só perguntar onde fica a estação de comboio (trem) para Sintra, todos os locais vão informar. Esqueci de anotar o valor, mas acho que não passa de € 5,00. Chegando-se em Sintra, há várias opções de visita, como caminhar pela via principal até o Palácio Nacional de Sintra, no centro histórico. Nessa caminhada de uns 10 minutos, temos as legítimas e tradicionais queijadas da Sapa (é uma portinha super discreta, cuidado). Justamente na segunda-feira estava fechada, mas dizem que é a melhor queijadinha de Portugal. Comi outra e é praticamente a mesma queijadinha que se encontra no Brasil. Visita ao Palácio de Sintra: € 10,00; Quinta da Regaleira: com desconto para professor (50%): € 4,00; visita ao Castelo dos Mouros e Palácio da Pena (com um micro-desconto de 5% caso compre os dois ingressos simultaneamente: € 20,90; ônibus entre Sintra e Cascais: € 4,15. Trem entre Cascais e Cais do Sodré: € 2,20. De tudo isso, acho que são obrigatórios a Quinta da Regaleira e o Palácio da Pena. Se estiver com pouco tempo e tiver que sacrificar algo, que seja o Palácio de Sintra ou o Castelo dos Mouros (esse vale principalmente pelas vistas panorâmicas, com certeza seu ponto forte). São interessantes, mas não tanto quanto os outros. Particularmente, me encantei principalmente com a Quinta, pois é diferente de tudo que já vi na vida e vale a pena se perder por ali, atravessar os túneis, explorar os numerosos detalhes dos chafarizes, lagos, faunos esculpidos, vasos, jardins e museu. Tem muita sombra, verde constante, o que me agrada demais. E as construções parecem brotar em meio ao bosque. É uma harmonia só. Pra quem é maçom ou demolay, parece ser uma visita mais que obrigatória, pois tá cheia de detalhes que só os iniciados entenderão (não sou nem uma coisa nem fui a outra, mas é o que ouvi dizer). Dia 05/09 – Tive que aproveitar ao máximo este dia, pois não sabia ainda se voltaria pra Lisboa (tinha uns cinco dias “vagos” na minha programação e considerei essa possibilidade). Adquiri um Lisboa Card para um dia (19 euros). Assim, comecei pelo Mosteiro dos Jerônimos (belíssimo), fui pra Torre de Belém (pelo tamanho da fila desisti de entrar), Padrão do Descobrimento (monumento aos navegantes, tem como chegar até o topo, de onde se tem incrível vista panorâmida de Lisboa, a € 5,00 por adulto, com desconto pra quem tem Lisboa Card, ficando em € 3,50 – fui e adorei, a vista da praça logo em frente com o mapa das descobertas portuguesas ao redor do mundo – além de toda cidade e arredores - é incrível e garante fotos “antológicas”) e Oceanário (€ 15,30 pela exposição permanente, já com desconto de 15% pra quem tem o Lisboa Card – é impagável, adorei com intensidade máxima - e pela exposição temporária, no caso, florestas tropicais submersas, coisa linda). Minha referência de visita a “aquários” é o de Santos (SP) e sou do interior, sem muito contato com a vida marinha. Mesmo contando que a “caipirice” possa ter influenciado, achei o máximo do máximo do máximo o tal do Oceanário. Além de que, ao ter que desembarcar do metrô na estação Oriente, automaticamente se encontra uma Lisboa moderníssima, com prédios espelhados, toda a estrutura construída para abrigar a Expo-1997, como o pavilhão das nações, com as bandeiras dos países que participaram, além de um desenho urbano que favorece a visitação, centros de compras para os consumistas, muitos espaços de uso comum como praças e gramados agradáveis para piquenique e descanso, além da arquitetura da própria estação Oriente, assinada por ninguém menos do que Santiago Calatrava, ela mesma uma atração em si. Amei descobrir essa Lisboa inusitada. Dia 06/09 – Ida pra Lagos, de trem (saindo da estação de trens e metrô de Santa Apolônia, foram três trechos incluídos na mesma passagem, com troca de trens, sendo o mais extenso, da estação Oriente até Tunes, feito no trem de alta velocidade Alfa-Pendular, que chegou a 219 km/h), com passagem comprada antecipadamente pela internet no site do CP – Comboios de Portugal: € 11,10. Pelo caminho, muitas plantações de frutas (uva, figo, pera, laranja, romã), oliveiras, sobreiros (árvores de extração de cortiça) e um tipo de pinheiro rústico (menos alto e mais arredondado). Sol de rachar. Chegada no hostel da rede Hostelling International, a € 15,00 a diária (hostel bom), na rua Lançarote de Freitas, número 56. Pra quem possa interessar, Lagos tem camping a € 4,50 no Clube de Futebol Esperança de Lagos, fica na estrada da Ponta da Piedade, Rossio da Trindade, Apt. 680 (é o melhor lugar pra quem quer aproveitar as praias – bem próximo da praia da Dona Ana e do Camilo, as melhores de Lagos, e está a cerca de 500m da Praça do Infante, uma boa referência – fones: 351-282048328 e 351-282767696). Pra quem não tem barraca, eles alugam a € 6,00 uma barraca para duas pessoas. É possível também alugar um trailer. Estes preços são para alta temporada, que vai de 1 de junho até 30 de setembro. Uma das praias é de nudismo, já bem próximo à Ponta da Piedade. Muita arborização urbana com o sul-americano jacarandá-mimoso. Cidade jovem, não frequentei mas acho que a vida noturna é das melhores. Fiz o check-in no hostel e já fui pras praias. Brasileiro na praia tende a não se maravilhar com nada, pois as nossas são sim muito bacanas. Mas em Lagos elas são diferentíssimas. Saindo da cidade pelo acesso à Ponta da Piedade (a pé, sem problemas, nada muito distante), dá pra ir entrando e saindo delas e voltando pro acesso principal pra chegar na próxima, é super prático. Ou até mesmo ir caminhando pela praia, mas há trechos em que os penhascos não permitem seguir adiante. E é aí que está o diferencial. São penhascos, arcos, ilhotas, promontórios, cabos, pontas, toda uma geografia louca e acidentada que não temos no Brasil. E lanchas e caiaques pra todo lado explorando esses trechos. Muuuito legal. Não é possível alugar um caiaque sozinho e seguir ao léu. Obrigatoriamente, há grupos que saem do canal ao lado da praia da Batata e seguem com guia por um circuito padrão. São vinte e cinco euros mas vi quem fechasse por trinta. Já pra quem quer ir de lancha, me pareceu também muito legal e sai da própria ponta da Piedade. Tem umas escadinhas que levam até as lanchas e cobram 15 euros por pessoa. Apesar de um barqueiro ter informado que com maré baixa seria melhor, me pareceu o contrário, pois a maioria dos arcos não são acessados nessa circunstância. E eles são grande parte da atração. Acho que o barqueiro queria mesmo era garantir córum pros momentos de baixa procura. Sou bonzinho, perdoei-o e segui adiante. Mas não entrei no barco. Achei que a praia em si era minha melhor opção (nada, é que fiquei magoado e com orgulho ferido. Façam sim o passeio de barco que parece incrível). E lá fui eu pra praia de nudismo, um sossego só. Dia 07/09 – Acordei tarde, me enrolei com o facebook e telefonemas pra casa e perdi a chance de fazer um passeio mais longo. Problema nenhum, já que Lagos e suas praias são motivo mais que suficiente pra ser feliz por dias. Sucedem-se as praias da Batata, do Pinhão, Dona Ana, Camilo e Grande, assim chegando à incrível Ponta da Piedade, com penhascos que eles chamam de falésias (mas que, tecnicamente, são barreiras, diria o finado geógrafo Aziz Ab´Saber). Dia 08/09 – Faro e Tavira. Fui primeiramente de trem até Tavira, o destino mais longo, a € 9,30. Trem de Tavira para Faro: € 3,15; no caminho, novamente muitas plantações de frutas (laranja, uva, pera, figo) e, em Portimão, algo inusitado e que se repetiria depois na ida de ônibus pra Évora: no que pareciam ser chaminés desativadas de antigas fábricas, mas também em postes mais altos e em torres estratégicas de igrejas, ninhos de cegonha com uma ou outra delas por ali, na maior harmonia com a paisagem urbana. Além de resorts, campos de golfe e condomínios, mas sem aqueles muros ostensivos que só o Brasil tem, afinal a violência urbana deve ser imensamente menor em Portugal. Em Tavira almocei na Casa Simão, âs margens do rio Gilão, um filé de atum acebolado delicioso, a € 9,50 já com a entrada e o refrigerante. Em Faro, o Museu Municipal (cidade velha): € 1 (desconto de 50% para professor); Museu e Catedral da Sé – conjugados, sendo possível visitar a torre do sino: € 3,50; trem de Faro para Lagos: € 7,30. Em Távira, é possível alugar uma bike pra pedalar em um circuito à beira mar. Eu não fui, mas na Abílio Bikes (www.abiliobikes.com) o aluguel de uma bicicleta vai de 7 a até 35 euros por dia, a depender do modelo. Távira é muito simpática e preserva mais sua história, cultuando-a, com castelo, praças, ruas estreitas. Já Faro, tem um lado moderno ao redor da Cidade Velha protegida por muralhas. Equivocadamente, achando que fosse Faro, desci em Olhão. Andei um pouco até me dar conta do erro, e é muito simpática, com um passeio público bem agradável. Uma típica cidade-balneário do Algarve, sem culto à história das outras regiões mais ao norte. Dia 09/09 – Ida para Sagres. Ônibus (Eva Transportes, sai da rodoviária, mas tem outra opção que sai do centro, em um ponto de ônibus ao lado do correio): 3,90 €; visita à Fortaleza de Sagres: € 3; ônibus de volta: € 3,90. Aqui, me decepcionei um pouco, pois esperava mais da Fortaleza e da própria Sagres, isso por conta dos livros de história e da importância que teve pras Grandes Navegações. Pra quem gosta de praias, são lindas, mas tem que descer as escadarias/trilhas dos penhascos. Haja escada, os penhascos são altos. Só avistei, não desci. Dia 10/09 – Ida pra Évora. Passagem de ônibus (Rede Expressos, 4 horas de viagem): 18,30 €. Bacana, pois passa dentro de Portimão, Armação da Pêra, Albufeira (todas do Algarve), depois Beja, já no Alentejo, entre outras, vendo as paisagens. Sempre gostei de viajar de ônibus, ainda mais passeando. E todos aqueles ninhos de cegonha pra todo lado (e eventualmente uma delas). Um sol de fazer inveja aos trópicos. De novo muita oliveira, cortiça, romãs, laranjeiras e uva. No Algarve, paisagem mais acidentada sem ser montanhosa. No Alentejo, bem mais plano. Daí, cheguei em Évora às 16:30 e fui pro Old Évora Hostel, a € 14,00 por dia por quarto pra quatro pessoas (mas só tinha eu, apesar das 8 camas), com café-da-manhã. No dia seguinte, uma surpresa: a vantagem virou desvantagem. Colocaram mais cinco pessoas no mesmo quarto. Ficou quites. Reservei pelo site do Hostelworld no dia anterior , apesar do contratempo, afinal você paga mais por um quarto pra quatro pessoas, e está a menos de 10 minutos a pé da rodoviária. A localização compensa tudo pra quem tem malas com rodinhas. Fica dentro das muralhas da cidade velha e lá fui eu explorá-la. Moçada, preparem-se pra quando visitar Évora. É uma cidade medieval e também foi afetada pelo terremoto de 1755, mas bem menos do que Lisboa. Assim, conserva um ar realmente medieval. É impressionante. Ainda vou nessa viagem em outubro pra algumas cidades italianas medievais, mas não consigo imaginar como outra poderia ser mais impressionante do que Évora. Já fora das muralhas tem aqui uma arena pras touradas. Conforme apurei, já não podem matar o touro, mas ainda espetam o bicho, ou seja, há muito sofrimento ali. Dali, adentrando as muralhas já na cidade velha, fui parar no Paço de São Miguel onde há um complexo com um palácio onde se hospedou por longo tempo a realeza portuguesa. Como já eram quase oito horas (hora que encerram as visitas), fui autorizado a fazer um passeio rápido pelas instalações (vinte minutos) e são deslumbrantes. Dali, já apaixonado por Évora e um tanto empolgado, fui ao famoso templo romano que é o símbolo da cidade. Frutração. Está em reformas e cheio de tapumes e proteções que impedem de ser contemplado. Mas... ali do lado tem um restaurante cênico da pousado dos Lóios, chamado “Cinco Quinas”, muito simpático ainda mais na parte externa, onde fiquei. Jantei um bacalhau com legumes e suco de laranja a € 17,00 (delicioso, mas uma facada pra quem tem que pensar em economizar), mas não tinha visto nenhum outro restaurante aberto. Lei de Murphy: saindo dali de mapa em punho pra encontrar o hostel, passo por uma praça repleta de outras opções pra se comer por bem menos. Dia 11/09 – Grande expectativa pra conhecer Monsaraz. Vi num programa de viagens da Titi Muller (que eu adoro) sobre Portugal. A logística é complicada: saída 10:30 até Reguengos de Monsaraz (€ 3,90). Dali, ônibus às 13:45 para Monsaraz (mais € 3,10), onde tem um castelo e um vilarejo ao redor (não se paga nada pra visitar o castelo e o vilarejo, incluindo suas igrejas). Almoço delicioso na Casa do Forno, um bacalhau a Bráz com refrigerante, por 10 euros. Haveria uma tourada no pátio do castelo às 17:30, no mesmo horário do ônibus. Volta às 17:30, é o último ônibus. Assim sendo, daria pra tomar o café no hostel, explorar Évora até às 10:00 e depois ir pra lá. Quando as aulas começam, aumenta o número de ônibus que fazem o trajeto. Passeio bacana e, por ter ficado em Reguengos por uma boa hora e meia, deu pra transitar por ali e saber como é uma típica cidade portuguesa não-turística (coisa de professor de geografia). Dia 12/09 – Évora: ida à Universidade. Geralmente há uma taxinha pra visitá-la, mas, nesse dia, como estavam ocorrendo matrículas, não houve. Visitei a Catedral da Sé (legal), por € 4,00 incluindo o claustro e a torre com vista panorâmica. E também a igreja de São Francisco e a Capela dos Ossos (feita disso mesmo, para nos lembrar da “finitude da vida”, bem interessante) e o museu do Presépio (muito interessante), tudo por € 4. Almocei um filé mignon com queijo roquefort e tomando vinho sugerido pelo garçom, no restaurante Dona Inês, rua Diogo Cao, n.3. Tudo por € 13,50. Depois, peguei um ônibus (Rede Expresso, € 12,50 e duas horas de duração) para Lisboa (hostel Hub Lisbon, 18 euros, a cerca de 3 minutos da estação de metrô Picoas, muito bom). Às 20:30, fui ao encontro de uma ex-aluna incrível prum bate-papo. Dia 13/09 – Em Lisboa, minhas prioridades eram comer o pastel de Belém ali ao lado do Mosteiro dos Jerônimos, por € 1,00 cada (nada muito diferente dos demais, não vi grande vantagem, apesar da fila monstruosa que se forma e sair fresquinho, tal é a procura), e visita ao Museu do Azulejo (rua Madre de Deus, número 4), € 5,00 – incrível, principalmente o acervo de uma antiga igreja contígua ao museu e que não foi tão afetada pelo terremoto de 1755, conservando quase todo patrimônio, e um painel de 1700 em azulejos, de 23 metros, com a representação de Lisboa anterior ao terremoto, sendo o maior registro de como era a cidade antes da tragédia. Para se chegar até ele, tem as linhas de ônibus (aqui eles dizem autocarros, acham ônibus muito antiquado) 718, 742 e 794. O metrô mais próximo é a estação de Santa Apolônia. Dali, ou se pega um dos autocarros ou se caminha 20 minutos. Nesse dia, fui para Tomar, de comboio (trem), da estação Santa Apolônia (€ 9,95). Cheguei em Tomar após o horário do check in (até às 22:00) do Hostel 2300, e tive que procurar outro lugar pra ficar. Achei o Residencial Lux, a meia quadra da praça central, na rua Serpa Pinto, onde me cobraram € 18,00 por um quarto bem legal, com banheiro. Costumam receber peregrinos rumo a Santiago de Compostella (Espanha), pois há um caminho português (aliás, descobri ali que há várias opções além das duas principais, entre França e Espanha). Dia 14/09 – Visita ao Convento de Cristo e Castelo dos Templários (incríveis e míticos lugares principalmente pra quem gosta das histórias do Santo Graal, estão ligados um ao outro: € 6,00 e por si só já justificariam uma passagem por Tomar). Passagem rápida pelas Igrejas do Convento de São Francisco e de São João Batista (esta na praça da República, a mais central) - simpáticas. Museu do Fósforo: inusitado. Almoço na “Legenda Medieval” (Rua Cândido Madureira, 83), uma mini-sopa de feijão verde e um mini “entrecosto com favas”, além de dois pastéis de nata grandes, tudo por € 6,65. Janta incrível no Snack Bar (rua Aurora Macedo,25), um menu do dia a € 5,55 pela Feijoada Transmontana e uma taça de vinho, pechincha, ainda mais pela qualidade do prato. Comentário: apesar do mal-humor por ter perdido o horário do check-in do hostel, a passagem por Tomar foi incrível pelo que a cidade é. Pequena, bem cuidada, um rio piscoso de águas transparentes a corta de fora a fora, sem nenhum traço de poluição. Em suas margens, um parque urbano com verde abundante e quadras poliesportivas. Mesmo sem ser um destino turístico de massa (a maioria passa por ali apenas pra visitar sua maior atração, o Castelo dos Templários e o Convento de Cristo, o que é possível em uma única tarde), vi ao final da tarde bares cheios e famílias e estudantes frequentando os espaços públicos, creio que habitantes locais. Uma paz inabalável. Adorável. É tudo que eu espero de uma cidade. Dia 15/09 – Trem para Aveiro (7:11, com troca em Entrocamento, a € 15,55). Nessa passagem rápida por Aveiro, a ideia era ir até à beira mar e explorar os arredores e centro da cidade mas... se tivesse encontrado onde deixar a bagagem. Fui a pé da estação do trem (não tem bagageiro) até o centro (uns quinze minutos andando), na “Informação Turística”, que sugeriu um porta-volumes próximo mas que estava fechado, mas parecia mesmo que o local foi indicado erroneamente pela funcionária no mapa que me deu. Então, o que deu pra fazer foi zanzar pelo centro histórico carregando as tralhas, sem muita liberdade, comer a “tripa” e os “ovos moles”, pratos típicos locais, e dar uma espiadinha e tirar umas fotinhas do canal que atravessa a cidade tornando-a praticamente uma Veneza portuguesa, com passeio de barco e tudo. Também atravessei a Ponte da Amizade, sobre o canal, onde amarram fitas e botam cadeados “à moda de Paris”. Ou seja, valeu pra se ter uma noção da cidade. Trem para Porto: € 3,95. Me hospedei no Gaia Porto Hostel, por quatro noites, a 20 euros por dia. Fica na rua Cândido dos Reis, n.374-376 e é muito bom, tem metrô próximo (5 minutos da Estação General Torres), fica pertinho do rio Douro, ligado ao centro da cidade por ponte mas próxima a significativo agito às margens do rio. Só não é melhor pois pra ir do metrô ao hostel é descida e, pra voltar, subida, quem for preguiçoso vai espernear. Chegando na estação São Bento do metrô, já comprei um cartão do metrô (€ 0,60) carregado com quatro viagens (€ 1,20 cada). Brasileiros vão estranhar o uso do metrô, pois na maioria deles, nem bilheteria tem. Você valida a entrada numa máquina, o que permite que você não valide coisa nenhuma, caso queira. Mas funciona na base da confiança e não somos nós que vamos quebrar o sistema, né? Dia 16/09 – Visita à Torre dos Clérigos (subi até ao topo, mas não achei tão interessante), igreja e museu contíguos (tudo por € 5,00, mas quem quer conhecer só a igreja, ela fica quase sempre aberta gratuitamente e é linda); fui ali do lado à Praça da Cordoaria – simpática - e Igreja do Carmo – linda e gratuita; no almoço, um menu do dia por € 5,00, com sopa de entrada, bacalhau com natas de prato principal, e refrigerante , uma pechincha e a qualidade excepcional, além de estar no meio do buchicho, ali pertinho da Torre dos Clérigos (Alma Portuense, Praça Parada Leitão, 17, junto à Praça dos Leões - é como está no cartão do restaurante); peguei o trem pelo vale do Douro até Pocinhos. Sai da estação Campanhã, na qual se chega tanto por trem quanto por metrô (€ 23,65 ida e volta - bacana, mas não visitei nenhuma vinícola, que é o que a maioria faz; daí, quando o trem volta recolhendo o pessoal, a alegria abunda, muita gente bêbada ou quase isso depois de provavelmente tanta degustação); queria mesmo era ver como se sucede a paisagem do litoral até quase a divisa com a Espanha, coisa de professor de geografia; me decepcionei um pouco, esperava bem mais dessa paisagem. Na verdade, é um padrão que se repete quase o trecho todo: socalcos (terraços) com videiras, oliveiras eventuais e frutas, vilarejos e vinícolas. É possível fazer um pequeno trecho dessa viagem (o mais significativo, de Régua até Tua, passando por Pinhão, ou seja, a parte mais interessante) por um trem turístico (42,50 euros) da própria CT - Comboios de Portugal, a empresa responsável pelo transporte ferroviário no país. Parece interessante, principalmente pra quem gosta muito de vinho e nunca visitou uma vinícola. Mas não me interessei. Depois, retornando ao Porto, dei uma voltinha nas margens do Douro (o melhor “programa” na cidade do Porto, na minha opinião) antes de voltar pro hostel – ali na margem estava tendo festival de música italiana, bem legal, animado e gratuito, pois a banda se apresentava em um palco a céu aberto. Os artistas se revezavam a cada dia. Dia 17/09 – Explorei a cidade do Porto. Fui do hostel na Vila Nova de Gaia até a Ponte do Infante, fotografei tudo, fiz piquenique, andei que nem um doido pra cima e pra baixo, fotografei aquela paisagem da beira do rio Douro que não tem igual, as casas e pequenos prédios coloridos à beira do rio que eu achei que só fosse ver na Itália, em Cinque Terre e na Costa Amalfitana. Almocei umas sardinhas grelhadas (acho que a 8 euros, não lembro o nome do lugar, mas todo lugar tem mais ou menos a esse preço). Fiz o roteiro a pé sugerido pelo Lonely Planet, ou seja, Torre dos Clérigos, Praça da Liberdade, Estação São Bento, Catedral do Porto e seu claustro (2 euros, lindona), Rua das Flores, Igreja de São Francisco (a mais cheia de ouro de todas que vi em Portugal e na vida, incrível - € 5,00 para visita-la mais o claustro) e cais da Ribeira fechando o passeio. Dia 18/09 – entre Braga e Guimarães, escolhi Braga por esta ao lado da Igreja de Bom Jesus, na qual tinha grande interesse. Então, peguei o trem na estação São Bento para Braga. Lá chegando, fui explorar o centro antigo, perto da estação de comboios (trens), coisa de uns 10 minutos a pé ou nem isso. Fui à Catedral da Sé (€ 3), dei uma zanzada pelo centro histórico meio sem rumo (simpático), até que resolvi pegar o ônibus pra visitar a igreja de Bom Jesus. É um ônibus que para em vários pontos do centro. Se você ir até o local em que temos o letreiro “Braga”, onde todo mundo tira fotos, este ônibus passa na avenida que desce à sua frente. Paga-se € 1,65 para ir, mais outro tanto pra voltar, e acho o passeio obrigatório pois o conjunto de escadarias pra se chegar lá é qualquer coisa de incrível, além da própria igreja, que não é tão ornamentada mas não se paga nada pra visitar. Assim se encerrou a etapa portuguesa de minha viagem. Ela continua na Suíça. 5 Citar
Membros Este é um post popular. Evandro Sanches Postado Outubro 9, 2017 Autor Membros Este é um post popular. Postado Outubro 9, 2017 @Evandro Sanches 30 minutes ago, Evandro Sanches said: Depois de muito enrolar, aqui vai meu primeiro relato para o mochileiros.com, site que tanto me ajudou em praticamente todas minhas viagens. Espero que possa ajudar a quem se interessar, é meu único propósito, retribuir de alguma forma. Essa viagem foi longa (83 dias), passando por Marrocos (um dia), Portugal (19 dias), Suíça (8 dias), Itália (19 dias), Londres (seis dias), Paris (seis dias), Espanha (cinco dias), Marrocos novamente (15 dias) e cidade de São Paulo no restante dos dias. Fez parte de um projeto bacana de transformar 2017 em um ano semi-sabático depois de trabalhar desde os 13 anos, e desde os 14 com carteira de trabalho. Sou professor de geografia, moro em Nhandeara (interior de São Paulo), tenho 45 anos e sou mochileiro nato. A maior parte do trajeto foi feito com hospedagens em hostels, que geralmente adoro. Acho que mesmo se tivesse um dinheirão, ainda optaria pelos hostels e seus tipos humanos “universais”. Adquiri as passagens de ida e volta pela “Decolar.com”, a 2.600 reais, em março de 2017, ou seja, com 5 meses e alguns dias de antecedência. Optei por fazer relatos separados por país. Assim, vou pular o primeiro dia no Marrocos e ir direto pros 19 dias portugueses. Já fiz várias viagens interessantes na vida, mas todas pela América Latina, de onde nunca tinha saído. Então, reuni os destinos europeus que povoavam meus sonhos, nessa viagem de arromba. São destinos em que depositava muitas expectativas (Suíça, Cinque Terre, Roma) ou outros obrigatórios, como Veneza, Londres e Paris (não tinha muita expectativa, mas queria ver qual é a delas e o que poderiam me ensinar. Além do que, será preciso ter expectativas pra gostar delas? Acho que não). Portugal eu tinha certeza que seria muito agradável, por conta da língua e do povo, e Marrocos é o destino exótico que precisa ser desmitificado e que tá logo ali, então precisei aproveitar a oportunidade. A Espanha, nas minhas pesquisas, foi dos que mais me surpreenderam, então resolvi passar ali apenas como trampolim pro Marrocos e voltar exclusivamente pra ela numa outra oportunidade (além do que, tenho passaporte espanhol, meu avô veio de lá). Pra você que se interessar, uma boa viagem! Vou tentando postar algumas fotos aqui, mas quem quiser poderá encontra-las no meu facebook, por país em “álbuns”. Dia 01/09 – Chegada em Lisboa. Ônibus do aeroporto (aerobus) ao Cais do Sodré: € 4,00 (é possível ir de metrô - € 1,75 cada utilização – obs: só descartar o bilhete após sair do metrô, pois ele será necessário tanto para entrar quanto para sair), mas o ônibus permite ver a cidade neste primeiro contato, ainda mais que é um trecho significativo que te dá uma boa base do que é Lisboa, e não decepciona; o Sunset Destination Hostel, a € 22,49 a diária para quarto com 6 pessoas mix (muito bom – café-da-manhã, banheiros, quartos, funcionários, tudo maravilhoso, é considerado um dos melhores do mundo) fica no prédio da própria estação de trem e metrô Cais do Sodré. Além dessa vantagem gigantesca, ainda tem um mercadinho “Pingo Doce”onde é possível encontrar desde água mineral, até lanches, biscoitos, pilhas, frutas, tudo a preços justos. Depois de deixar as coisas no hostel, fui dar uma volta pela cidade, nos bairros do Chiado e Rossio, à procura de um tênis. Paixão à primeira vista. Incrível a sensação de se perder por uma cidade encantadora como Lisboa. Fui meio que na direção de uma loja de calçados indicada pelo funcionário do hostel e dali meio que ao léu fui entrando por ruas interessantes e curtindo muito o visual, com azulejos, construções históricas, praças-sonho, docerias, quiosques bonitinhos... Enfim, Lisboa me conquistou de primeira. Dia 02/09 – Não comprei nem o passe turístico nem o passe de transportes pois sou “andarilho” profissional e sabia que iria “camelar” ao máximo pela cidade, confiante nas minhas pernas. Além do que, o Cais do Sodré é mega-bem localizado, o que favorece os deslocamentos, e Lisboa é uma cidade pra se caminhar, tão linda é. Primeira visita: Museu arqueológico do Carmo (era um igreja que foi seriamente afetada pelo terremoto de 1755, como quase tudo em Lisboa; mas conservaram o que restou e inseriram um museu ao fundo, com acervo interessante); caminhada até o Castelo de São Jorge (€ 8,50 ), passando pelo bairro famoso de Alfama. Tanto no caminho quanto no Castelo, temos vistas panorâmicas incríveis da cidade. Consegui fotos bem interessantes ao final da tarde no Castelo, todo envolto em jardins e pinheiros “cênicos”. Dia 03/09 – Visita às praias da Costa da Caparica, aproveitando o dia com sol fortíssimo e tempo limpo. Terminal Fluvial do Cais do Sodré, ticket para Casilhas: € 3,00 (ida); ônibus ida e volta entre Casilhas e Caparica: € 5,50; Trem para se deslocar entre as 20 praias de Caparica: € 8,00 – se compra ali mesmo na praia, não é um trem convencional; ticket do Terminal Fluvial de Casilhas, de volta pro Cais do Sodré: € 3,00. O interessante na Costa da Caparica é o mar e as praias que são lindas. Mas muito parecidas com as que temos no Nordeste, inclusive com paredões naturais ao fundo. Tem muita gente que pratica nudismo nas praias mais distantes, da 17 até a 19. E muita paquera gay nessa altura nas trilhas por ali já mais afastadas da praia. Pegação mesmo. Então, acho que não é uma visita obrigatória, a não ser que nudismo, pegação e praia seja seu forte. Dia 04/09 – Sintra. O trem para Sintra sai próximo da estação Rossio do metrô. É necessário sair dessa estação e procurar um café Starbucks num dos cantos da praça. É ao lado do café. É fácil de achar pois é muito bonita, um prédio histórico. Se estiver difícil achar, é só perguntar onde fica a estação de comboio (trem) para Sintra, todos os locais vão informar. Esqueci de anotar o valor, mas acho que não passa de € 5,00. Chegando-se em Sintra, há várias opções de visita, como caminhar pela via principal até o Palácio Nacional de Sintra, no centro histórico. Nessa caminhada de uns 10 minutos, temos as legítimas e tradicionais queijadas da Sapa (é uma portinha super discreta, cuidado). Justamente na segunda-feira estava fechada, mas dizem que é a melhor queijadinha de Portugal. Comi outra e é praticamente a mesma queijadinha que se encontra no Brasil. Visita ao Palácio de Sintra: € 10,00; Quinta da Regaleira: com desconto para professor (50%): € 4,00; visita ao Castelo dos Mouros e Palácio da Pena (com um micro-desconto de 5% caso compre os dois ingressos simultaneamente: € 20,90; ônibus entre Sintra e Cascais: € 4,15. Trem entre Cascais e Cais do Sodré: € 2,20. De tudo isso, acho que são obrigatórios a Quinta da Regaleira e o Palácio da Pena. Se estiver com pouco tempo e tiver que sacrificar algo, que seja o Palácio de Sintra ou o Castelo dos Mouros (esse vale principalmente pelas vistas panorâmicas, com certeza seu ponto forte). São interessantes, mas não tanto quanto os outros. Particularmente, me encantei principalmente com a Quinta, pois é diferente de tudo que já vi na vida e vale a pena se perder por ali, atravessar os túneis, explorar os numerosos detalhes dos chafarizes, lagos, faunos esculpidos, vasos, jardins e museu. Tem muita sombra, verde constante, o que me agrada demais. E as construções parecem brotar em meio ao bosque. É uma harmonia só. Pra quem é maçom ou demolay, parece ser uma visita mais que obrigatória, pois tá cheia de detalhes que só os iniciados entenderão (não sou nem uma coisa nem fui a outra, mas é o que ouvi dizer). Dia 05/09 – Tive que aproveitar ao máximo este dia, pois não sabia ainda se voltaria pra Lisboa (tinha uns cinco dias “vagos” na minha programação e considerei essa possibilidade). Adquiri um Lisboa Card para um dia (19 euros). Assim, comecei pelo Mosteiro dos Jerônimos (belíssimo), fui pra Torre de Belém (pelo tamanho da fila desisti de entrar), Padrão do Descobrimento (monumento aos navegantes, tem como chegar até o topo, de onde se tem incrível vista panorâmida de Lisboa, a € 5,00 por adulto, com desconto pra quem tem Lisboa Card, ficando em € 3,50 – fui e adorei, a vista da praça logo em frente com o mapa das descobertas portuguesas ao redor do mundo – além de toda cidade e arredores - é incrível e garante fotos “antológicas”) e Oceanário (€ 15,30 pela exposição permanente, já com desconto de 15% pra quem tem o Lisboa Card – é impagável, adorei com intensidade máxima - e pela exposição temporária, no caso, florestas tropicais submersas, coisa linda). Minha referência de visita a “aquários” é o de Santos (SP) e sou do interior, sem muito contato com a vida marinha. Mesmo contando que a “caipirice” possa ter influenciado, achei o máximo do máximo do máximo o tal do Oceanário. Além de que, ao ter que desembarcar do metrô na estação Oriente, automaticamente se encontra uma Lisboa moderníssima, com prédios espelhados, toda a estrutura construída para abrigar a Expo-1997, como o pavilhão das nações, com as bandeiras dos países que participaram, além de um desenho urbano que favorece a visitação, centros de compras para os consumistas, muitos espaços de uso comum como praças e gramados agradáveis para piquenique e descanso, além da arquitetura da própria estação Oriente, assinada por ninguém menos do que Santiago Calatrava, ela mesma uma atração em si. Amei descobrir essa Lisboa inusitada. Dia 06/09 – Ida pra Lagos, de trem (saindo da estação de trens e metrô de Santa Apolônia, foram três trechos incluídos na mesma passagem, com troca de trens, sendo o mais extenso, da estação Oriente até Tunes, feito no trem de alta velocidade Alfa-Pendular, que chegou a 219 km/h), com passagem comprada antecipadamente pela internet no site do CP – Comboios de Portugal: € 11,10. Pelo caminho, muitas plantações de frutas (uva, figo, pera, laranja, romã), oliveiras, sobreiros (árvores de extração de cortiça) e um tipo de pinheiro rústico (menos alto e mais arredondado). Sol de rachar. Chegada no hostel da rede Hostelling International, a € 15,00 a diária (hostel bom), na rua Lançarote de Freitas, número 56. Pra quem possa interessar, Lagos tem camping a € 4,50 no Clube de Futebol Esperança de Lagos, fica na estrada da Ponta da Piedade, Rossio da Trindade, Apt. 680 (é o melhor lugar pra quem quer aproveitar as praias – bem próximo da praia da Dona Ana e do Camilo, as melhores de Lagos, e está a cerca de 500m da Praça do Infante, uma boa referência – fones: 351-282048328 e 351-282767696). Pra quem não tem barraca, eles alugam a € 6,00 uma barraca para duas pessoas. É possível também alugar um trailer. Estes preços são para alta temporada, que vai de 1 de junho até 30 de setembro. Uma das praias é de nudismo, já bem próximo à Ponta da Piedade. Muita arborização urbana com o sul-americano jacarandá-mimoso. Cidade jovem, não frequentei mas acho que a vida noturna é das melhores. Fiz o check-in no hostel e já fui pras praias. Brasileiro na praia tende a não se maravilhar com nada, pois as nossas são sim muito bacanas. Mas em Lagos elas são diferentíssimas. Saindo da cidade pelo acesso à Ponta da Piedade (a pé, sem problemas, nada muito distante), dá pra ir entrando e saindo delas e voltando pro acesso principal pra chegar na próxima, é super prático. Ou até mesmo ir caminhando pela praia, mas há trechos em que os penhascos não permitem seguir adiante. E é aí que está o diferencial. São penhascos, arcos, ilhotas, promontórios, cabos, pontas, toda uma geografia louca e acidentada que não temos no Brasil. E lanchas e caiaques pra todo lado explorando esses trechos. Muuuito legal. Não é possível alugar um caiaque sozinho e seguir ao léu. Obrigatoriamente, há grupos que saem do canal ao lado da praia da Batata e seguem com guia por um circuito padrão. São vinte e cinco euros mas vi quem fechasse por trinta. Já pra quem quer ir de lancha, me pareceu também muito legal e sai da própria ponta da Piedade. Tem umas escadinhas que levam até as lanchas e cobram 15 euros por pessoa. Apesar de um barqueiro ter informado que com maré baixa seria melhor, me pareceu o contrário, pois a maioria dos arcos não são acessados nessa circunstância. E eles são grande parte da atração. Acho que o barqueiro queria mesmo era garantir córum pros momentos de baixa procura. Sou bonzinho, perdoei-o e segui adiante. Mas não entrei no barco. Achei que a praia em si era minha melhor opção (nada, é que fiquei magoado e com orgulho ferido. Façam sim o passeio de barco que parece incrível). E lá fui eu pra praia de nudismo, um sossego só. Dia 07/09 – Acordei tarde, me enrolei com o facebook e telefonemas pra casa e perdi a chance de fazer um passeio mais longo. Problema nenhum, já que Lagos e suas praias são motivo mais que suficiente pra ser feliz por dias. Sucedem-se as praias da Batata, do Pinhão, Dona Ana, Camilo e Grande, assim chegando à incrível Ponta da Piedade, com penhascos que eles chamam de falésias (mas que, tecnicamente, são barreiras, diria o finado geógrafo Aziz Ab´Saber). Dia 08/09 – Faro e Tavira. Fui primeiramente de trem até Tavira, o destino mais longo, a € 9,30. Trem de Tavira para Faro: € 3,15; no caminho, novamente muitas plantações de frutas (laranja, uva, pera, figo) e, em Portimão, algo inusitado e que se repetiria depois na ida de ônibus pra Évora: no que pareciam ser chaminés desativadas de antigas fábricas, mas também em postes mais altos e em torres estratégicas de igrejas, ninhos de cegonha com uma ou outra delas por ali, na maior harmonia com a paisagem urbana. Além de resorts, campos de golfe e condomínios, mas sem aqueles muros ostensivos que só o Brasil tem, afinal a violência urbana deve ser imensamente menor em Portugal. Em Tavira almocei na Casa Simão, âs margens do rio Gilão, um filé de atum acebolado delicioso, a € 9,50 já com a entrada e o refrigerante. Em Faro, o Museu Municipal (cidade velha): € 1 (desconto de 50% para professor); Museu e Catedral da Sé – conjugados, sendo possível visitar a torre do sino: € 3,50; trem de Faro para Lagos: € 7,30. Em Távira, é possível alugar uma bike pra pedalar em um circuito à beira mar. Eu não fui, mas na Abílio Bikes (www.abiliobikes.com) o aluguel de uma bicicleta vai de 7 a até 35 euros por dia, a depender do modelo. Távira é muito simpática e preserva mais sua história, cultuando-a, com castelo, praças, ruas estreitas. Já Faro, tem um lado moderno ao redor da Cidade Velha protegida por muralhas. Equivocadamente, achando que fosse Faro, desci em Olhão. Andei um pouco até me dar conta do erro, e é muito simpática, com um passeio público bem agradável. Uma típica cidade-balneário do Algarve, sem culto à história das outras regiões mais ao norte. Dia 09/09 – Ida para Sagres. Ônibus (Eva Transportes, sai da rodoviária, mas tem outra opção que sai do centro, em um ponto de ônibus ao lado do correio): 3,90 €; visita à Fortaleza de Sagres: € 3; ônibus de volta: € 3,90. Aqui, me decepcionei um pouco, pois esperava mais da Fortaleza e da própria Sagres, isso por conta dos livros de história e da importância que teve pras Grandes Navegações. Pra quem gosta de praias, são lindas, mas tem que descer as escadarias/trilhas dos penhascos. Haja escada, os penhascos são altos. Só avistei, não desci. Dia 10/09 – Ida pra Évora. Passagem de ônibus (Rede Expressos, 4 horas de viagem): 18,30 €. Bacana, pois passa dentro de Portimão, Armação da Pêra, Albufeira (todas do Algarve), depois Beja, já no Alentejo, entre outras, vendo as paisagens. Sempre gostei de viajar de ônibus, ainda mais passeando. E todos aqueles ninhos de cegonha pra todo lado (e eventualmente uma delas). Um sol de fazer inveja aos trópicos. De novo muita oliveira, cortiça, romãs, laranjeiras e uva. No Algarve, paisagem mais acidentada sem ser montanhosa. No Alentejo, bem mais plano. Daí, cheguei em Évora às 16:30 e fui pro Old Évora Hostel, a € 14,00 por dia por quarto pra quatro pessoas (mas só tinha eu, apesar das 8 camas), com café-da-manhã. No dia seguinte, uma surpresa: a vantagem virou desvantagem. Colocaram mais cinco pessoas no mesmo quarto. Ficou quites. Reservei pelo site do Hostelworld no dia anterior , apesar do contratempo, afinal você paga mais por um quarto pra quatro pessoas, e está a menos de 10 minutos a pé da rodoviária. A localização compensa tudo pra quem tem malas com rodinhas. Fica dentro das muralhas da cidade velha e lá fui eu explorá-la. Moçada, preparem-se pra quando visitar Évora. É uma cidade medieval e também foi afetada pelo terremoto de 1755, mas bem menos do que Lisboa. Assim, conserva um ar realmente medieval. É impressionante. Ainda vou nessa viagem em outubro pra algumas cidades italianas medievais, mas não consigo imaginar como outra poderia ser mais impressionante do que Évora. Já fora das muralhas tem aqui uma arena pras touradas. Conforme apurei, já não podem matar o touro, mas ainda espetam o bicho, ou seja, há muito sofrimento ali. Dali, adentrando as muralhas já na cidade velha, fui parar no Paço de São Miguel onde há um complexo com um palácio onde se hospedou por longo tempo a realeza portuguesa. Como já eram quase oito horas (hora que encerram as visitas), fui autorizado a fazer um passeio rápido pelas instalações (vinte minutos) e são deslumbrantes. Dali, já apaixonado por Évora e um tanto empolgado, fui ao famoso templo romano que é o símbolo da cidade. Frutração. Está em reformas e cheio de tapumes e proteções que impedem de ser contemplado. Mas... ali do lado tem um restaurante cênico da pousado dos Lóios, chamado “Cinco Quinas”, muito simpático ainda mais na parte externa, onde fiquei. Jantei um bacalhau com legumes e suco de laranja a € 17,00 (delicioso, mas uma facada pra quem tem que pensar em economizar), mas não tinha visto nenhum outro restaurante aberto. Lei de Murphy: saindo dali de mapa em punho pra encontrar o hostel, passo por uma praça repleta de outras opções pra se comer por bem menos. Dia 11/09 – Grande expectativa pra conhecer Monsaraz. Vi num programa de viagens da Titi Muller (que eu adoro) sobre Portugal. A logística é complicada: saída 10:30 até Reguengos de Monsaraz (€ 3,90). Dali, ônibus às 13:45 para Monsaraz (mais € 3,10), onde tem um castelo e um vilarejo ao redor (não se paga nada pra visitar o castelo e o vilarejo, incluindo suas igrejas). Almoço delicioso na Casa do Forno, um bacalhau a Bráz com refrigerante, por 10 euros. Haveria uma tourada no pátio do castelo às 17:30, no mesmo horário do ônibus. Volta às 17:30, é o último ônibus. Assim sendo, daria pra tomar o café no hostel, explorar Évora até às 10:00 e depois ir pra lá. Quando as aulas começam, aumenta o número de ônibus que fazem o trajeto. Passeio bacana e, por ter ficado em Reguengos por uma boa hora e meia, deu pra transitar por ali e saber como é uma típica cidade portuguesa não-turística (coisa de professor de geografia). Dia 12/09 – Évora: ida à Universidade. Geralmente há uma taxinha pra visitá-la, mas, nesse dia, como estavam ocorrendo matrículas, não houve. Visitei a Catedral da Sé (legal), por € 4,00 incluindo o claustro e a torre com vista panorâmica. E também a igreja de São Francisco e a Capela dos Ossos (feita disso mesmo, para nos lembrar da “finitude da vida”, bem interessante) e o museu do Presépio (muito interessante), tudo por € 4. Almocei um filé mignon com queijo roquefort e tomando vinho sugerido pelo garçom, no restaurante Dona Inês, rua Diogo Cao, n.3. Tudo por € 13,50. Depois, peguei um ônibus (Rede Expresso, € 12,50 e duas horas de duração) para Lisboa (hostel Hub Lisbon, 18 euros, a cerca de 3 minutos da estação de metrô Picoas, muito bom). Às 20:30, fui ao encontro de uma ex-aluna incrível prum bate-papo. Dia 13/09 – Em Lisboa, minhas prioridades eram comer o pastel de Belém ali ao lado do Mosteiro dos Jerônimos, por € 1,00 cada (nada muito diferente dos demais, não vi grande vantagem, apesar da fila monstruosa que se forma e sair fresquinho, tal é a procura), e visita ao Museu do Azulejo (rua Madre de Deus, número 4), € 5,00 – incrível, principalmente o acervo de uma antiga igreja contígua ao museu e que não foi tão afetada pelo terremoto de 1755, conservando quase todo patrimônio, e um painel de 1700 em azulejos, de 23 metros, com a representação de Lisboa anterior ao terremoto, sendo o maior registro de como era a cidade antes da tragédia. Para se chegar até ele, tem as linhas de ônibus (aqui eles dizem autocarros, acham ônibus muito antiquado) 718, 742 e 794. O metrô mais próximo é a estação de Santa Apolônia. Dali, ou se pega um dos autocarros ou se caminha 20 minutos. Nesse dia, fui para Tomar, de comboio (trem), da estação Santa Apolônia (€ 9,95). Cheguei em Tomar após o horário do check in (até às 22:00) do Hostel 2300, e tive que procurar outro lugar pra ficar. Achei o Residencial Lux, a meia quadra da praça central, na rua Serpa Pinto, onde me cobraram € 18,00 por um quarto bem legal, com banheiro. Costumam receber peregrinos rumo a Santiago de Compostella (Espanha), pois há um caminho português (aliás, descobri ali que há várias opções além das duas principais, entre França e Espanha). Dia 14/09 – Visita ao Convento de Cristo e Castelo dos Templários (incríveis e míticos lugares principalmente pra quem gosta das histórias do Santo Graal, estão ligados um ao outro: € 6,00 e por si só já justificariam uma passagem por Tomar). Passagem rápida pelas Igrejas do Convento de São Francisco e de São João Batista (esta na praça da República, a mais central) - simpáticas. Museu do Fósforo: inusitado. Almoço na “Legenda Medieval” (Rua Cândido Madureira, 83), uma mini-sopa de feijão verde e um mini “entrecosto com favas”, além de dois pastéis de nata grandes, tudo por € 6,65. Janta incrível no Snack Bar (rua Aurora Macedo,25), um menu do dia a € 5,55 pela Feijoada Transmontana e uma taça de vinho, pechincha, ainda mais pela qualidade do prato. Comentário: apesar do mal-humor por ter perdido o horário do check-in do hostel, a passagem por Tomar foi incrível pelo que a cidade é. Pequena, bem cuidada, um rio piscoso de águas transparentes a corta de fora a fora, sem nenhum traço de poluição. Em suas margens, um parque urbano com verde abundante e quadras poliesportivas. Mesmo sem ser um destino turístico de massa (a maioria passa por ali apenas pra visitar sua maior atração, o Castelo dos Templários e o Convento de Cristo, o que é possível em uma única tarde), vi ao final da tarde bares cheios e famílias e estudantes frequentando os espaços públicos, creio que habitantes locais. Uma paz inabalável. Adorável. É tudo que eu espero de uma cidade. Dia 15/09 – Trem para Aveiro (7:11, com troca em Entrocamento, a € 15,55). Nessa passagem rápida por Aveiro, a ideia era ir até à beira mar e explorar os arredores e centro da cidade mas... se tivesse encontrado onde deixar a bagagem. Fui a pé da estação do trem (não tem bagageiro) até o centro (uns quinze minutos andando), na “Informação Turística”, que sugeriu um porta-volumes próximo mas que estava fechado, mas parecia mesmo que o local foi indicado erroneamente pela funcionária no mapa que me deu. Então, o que deu pra fazer foi zanzar pelo centro histórico carregando as tralhas, sem muita liberdade, comer a “tripa” e os “ovos moles”, pratos típicos locais, e dar uma espiadinha e tirar umas fotinhas do canal que atravessa a cidade tornando-a praticamente uma Veneza portuguesa, com passeio de barco e tudo. Também atravessei a Ponte da Amizade, sobre o canal, onde amarram fitas e botam cadeados “à moda de Paris”. Ou seja, valeu pra se ter uma noção da cidade. Trem para Porto: € 3,95. Me hospedei no Gaia Porto Hostel, por quatro noites, a 20 euros por dia. Fica na rua Cândido dos Reis, n.374-376 e é muito bom, tem metrô próximo (5 minutos da Estação General Torres), fica pertinho do rio Douro, ligado ao centro da cidade por ponte mas próxima a significativo agito às margens do rio. Só não é melhor pois pra ir do metrô ao hostel é descida e, pra voltar, subida, quem for preguiçoso vai espernear. Chegando na estação São Bento do metrô, já comprei um cartão do metrô (€ 0,60) carregado com quatro viagens (€ 1,20 cada). Brasileiros vão estranhar o uso do metrô, pois na maioria deles, nem bilheteria tem. Você valida a entrada numa máquina, o que permite que você não valide coisa nenhuma, caso queira. Mas funciona na base da confiança e não somos nós que vamos quebrar o sistema, né? Dia 16/09 – Visita à Torre dos Clérigos (subi até ao topo, mas não achei tão interessante), igreja e museu contíguos (tudo por € 5,00, mas quem quer conhecer só a igreja, ela fica quase sempre aberta gratuitamente e é linda); fui ali do lado à Praça da Cordoaria – simpática - e Igreja do Carmo – linda e gratuita; no almoço, um menu do dia por € 5,00, com sopa de entrada, bacalhau com natas de prato principal, e refrigerante , uma pechincha e a qualidade excepcional, além de estar no meio do buchicho, ali pertinho da Torre dos Clérigos (Alma Portuense, Praça Parada Leitão, 17, junto à Praça dos Leões - é como está no cartão do restaurante); peguei o trem pelo vale do Douro até Pocinhos. Sai da estação Campanhã, na qual se chega tanto por trem quanto por metrô (€ 23,65 ida e volta - bacana, mas não visitei nenhuma vinícola, que é o que a maioria faz; daí, quando o trem volta recolhendo o pessoal, a alegria abunda, muita gente bêbada ou quase isso depois de provavelmente tanta degustação); queria mesmo era ver como se sucede a paisagem do litoral até quase a divisa com a Espanha, coisa de professor de geografia; me decepcionei um pouco, esperava bem mais dessa paisagem. Na verdade, é um padrão que se repete quase o trecho todo: socalcos (terraços) com videiras, oliveiras eventuais e frutas, vilarejos e vinícolas. É possível fazer um pequeno trecho dessa viagem (o mais significativo, de Régua até Tua, passando por Pinhão, ou seja, a parte mais interessante) por um trem turístico (42,50 euros) da própria CT - Comboios de Portugal, a empresa responsável pelo transporte ferroviário no país. Parece interessante, principalmente pra quem gosta muito de vinho e nunca visitou uma vinícola. Mas não me interessei. Depois, retornando ao Porto, dei uma voltinha nas margens do Douro (o melhor “programa” na cidade do Porto, na minha opinião) antes de voltar pro hostel – ali na margem estava tendo festival de música italiana, bem legal, animado e gratuito, pois a banda se apresentava em um palco a céu aberto. Os artistas se revezavam a cada dia. Dia 17/09 – Explorei a cidade do Porto. Fui do hostel na Vila Nova de Gaia até a Ponte do Infante, fotografei tudo, fiz piquenique, andei que nem um doido pra cima e pra baixo, fotografei aquela paisagem da beira do rio Douro que não tem igual, as casas e pequenos prédios coloridos à beira do rio que eu achei que só fosse ver na Itália, em Cinque Terre e na Costa Amalfitana. Almocei umas sardinhas grelhadas (acho que a 8 euros, não lembro o nome do lugar, mas todo lugar tem mais ou menos a esse preço). Fiz o roteiro a pé sugerido pelo Lonely Planet, ou seja, Torre dos Clérigos, Praça da Liberdade, Estação São Bento, Catedral do Porto e seu claustro (2 euros, lindona), Rua das Flores, Igreja de São Francisco (a mais cheia de ouro de todas que vi em Portugal e na vida, incrível - € 5,00 para visita-la mais o claustro) e cais da Ribeira fechando o passeio. Dia 18/09 – entre Braga e Guimarães, escolhi Braga por esta ao lado da Igreja de Bom Jesus, na qual tinha grande interesse. Então, peguei o trem na estação São Bento para Braga. Lá chegando, fui explorar o centro antigo, perto da estação de comboios (trens), coisa de uns 10 minutos a pé ou nem isso. Fui à Catedral da Sé (€ 3), dei uma zanzada pelo centro histórico meio sem rumo (simpático), até que resolvi pegar o ônibus pra visitar a igreja de Bom Jesus. É um ônibus que para em vários pontos do centro. Se você ir até o local em que temos o letreiro “Braga”, onde todo mundo tira fotos, este ônibus passa na avenida que desce à sua frente. Paga-se € 1,65 para ir, mais outro tanto pra voltar, e acho o passeio obrigatório pois o conjunto de escadarias pra se chegar lá é qualquer coisa de incrível, além da própria igreja, que não é tão ornamentada mas não se paga nada pra visitar. Assim se encerrou a etapa portuguesa de minha viagem. Ela continua na Suíça. 5 Citar
Membros Evandro Sanches Postado Outubro 9, 2017 Autor Membros Postado Outubro 9, 2017 Fotos, pela ordem: 1 - Castelo de São Jorge, Lisboa 2 -Quinta de Regaleira, Sintra 3 - Palácio da Pena - Sintra 4 - Praça em frente ao Padrão do Descobrimento, vista do alto do monumento 5 - Lagos, Algarve 6 - Lagos, Algarve 7 - Restaurante Pintos, em Lagos, pra se ter uma ideia dos preços ali praticados 8 - Monsaraz, 9 - "Revestimento" da Capela dos Ossos, Évora 10 - Museu do Presépio, lindão, Évora 11 - Praça principal de Tomar 12 - Paisagem recorrente vista do trem, no vale do Douro 13 - Santuário de Bom Jesus, Braga Citar
Colaboradores filipelyrio Postado Outubro 11, 2017 Colaboradores Postado Outubro 11, 2017 Evandro, Muito obrigado por seu relato. Sou um fã de Portugal e leio tudo que divulgam aqui sobre o país. Já estive lá algumas vezes, porém não conheci tantos lugares como você. Seu relato está muito bem detalhado, parabéns. Me chamou atenção alguns pontos. A Quinta da Regaleira realmente é o máximo em Sintra, sempre indico este lugar, todo mundo se surpreende, para quem gosta de misticismo é mais surpreendente ainda. Não me admira em nada sua surpresa com o Oceanário de Lisboa, é considerado o segundo mais completo do mundo! É uma visita para todos... só uma correção no seu texto, foi construído para a Expo-98 e não 97. Évora é um dos lugares que quero conhecer em uma próxima viagem, e fiquei com mais vontade depois da descrição que fez. Outra observação é quanto à Titi Muller...rs temporada incrível do "Anota aí" em Portugal não é mesmo? Recomendo também o programa Destino Certo com Mel Fronckowiak, a terceira temporada é toda em Portugal. Você citou o Caminho Português, pois tenho um tópico sobre isso, pois é um plano meu para o futuro. Quando fui à Tomar, andei bastante pelas ruas da cidade, foi uma surpresa muito agradável pois como você disse a maioria só conhecer o Castelo. Aguardo os outros relatos... 1 Citar
Membros Evandro Sanches Postado Outubro 11, 2017 Autor Membros Postado Outubro 11, 2017 Valeu, filipelyrio! Obrigado pela correção e pelas palavras tão gentis. Acho que me pareço com você, adoro ler os relatos dos lugares que me interessam ou por onde até mesmo já passei, é como reviver a viagem e também muito bom pra matar a saudade. Acho que fui meio confuso na introdução, nos tempos verbais, mas esta viagem nesse momento está na fase italiana. Agora, teclo de um camping diferentão em Sorrento, sul da Itália. E já vou tentar botar o relato suíço, que foi incrível também. Aliás, pra alguém ligadão em paisagens, foi inacreditável, vou ver se posto umas fotos também. Um super abraço. 2 Citar
Membros Rick Wakeman Postado Dezembro 4, 2017 Membros Postado Dezembro 4, 2017 Bom dia evandro! Muito bom o relato! Poderia dizer como foi a imigração? Quanto tempo levou e quais documentos pediram? Obrigado! Citar
Membros Evandro Sanches Postado Dezembro 12, 2017 Autor Membros Postado Dezembro 12, 2017 Fotos, pela ordem: 1 - Castelo de São Jorge, Lisboa 2 -Quinta de Regaleira, Sintra 3 - Palácio da Pena - Sintra 4 - Praça em frente ao Padrão do Descobrimento, vista do alto do monumento 5 - Lagos, Algarve 6 - Lagos, Algarve 7 - Restaurante Pintos, em Lagos, pra se ter uma ideia dos preços ali praticados 8 - Monsaraz, 9 - "Revestimento" da Capela dos Ossos, Évora 10 - Museu do Presépio, lindão, Évora 11 - Praça principal de Tomar 12 - Paisagem recorrente vista do trem, no vale do Douro 13 - Santuário de Bom Jesus, Braga Citar
Membros Evandro Sanches Postado Dezembro 12, 2017 Autor Membros Postado Dezembro 12, 2017 Olá, Rick Wakeman! Eu não passei pela imigração pois tenho cidadania espanhola, então fui direto para a fila dos cidadãos da União Europeia,além do que o meu passaporte espanhol é o "eletrônico", ou seja, desses novos que tem um logotipo na capa que parece um olho (o meu passaporte brasileiro também é assim), o que significou somente parar em frente a uma máquina que te fotografa e passar o passaporte na leitura ótica. Nem vi nem falei com ninguém, é tudo muito prático. Citar
Membros Evandro Sanches Postado Novembro 23, 2018 Autor Membros Postado Novembro 23, 2018 De tudo que vivi em Portugal, acredito que algumas das experiências imperdíveis foram: 1 - Lisboa: que linda, que agradável, que gostoso andar por ali, se perder naquelas ruas, comer em qualquer lugar, parar pra contemplar o Tejo e deixar a vida passar. E tão mais barata que a maioria das outras metrópoles europeias. Sem falar que tem Sintra logo ali, e o mar do outro lado, com as praias da Caparica e Cascais a um "pulinho", e o Oceanário. É um "pacote" meio imbatível! Por tantas e tão empolgantes opções (e tão integrada à natureza), tornou-se, junto de Londres, minha metrópole favorita na Europa. 2 - Praias e cidades do Algarve: nem na minha mais otimista perspectiva turística eu imaginava que o litoral do Algarve seria tão incrível. É como disse no relato, praias "acidentadas" pra todo lado, com seus penhascos, águas transparentes, arcos, ar agradável, sol permanente... e bem diferentes das praias brasileiras. Ou talvez minha sorte foi ter ficado em Lagos (e dali ido visitar os arredores: Faro, Sagres, Tavira, Olhão), que é uma pequena cidade linda de viver, onde dá pra fazer tudo a pé, sem pressa. 3 - Eu simplesmente amei Tomar. É tudo o que eu queria que uma cidade fosse: limpa, bem cuidada, arborizada, tranquila, e seu rio serpenteante e de águas transparentes, criando cada recanto lindinho que não dá vontade de ir embora tão cedo dali. E animada. Repleta de estudantes e povo local muito simpático que lota os bares ao fim da tarde. Dá pra entender a harmonia que paira por lá. E, de lambuja, o Convento de Cristo e Castelo dos Templários, sua mística, sua história e sua beleza. Mas tem até Museu do Fósforo. Foram ali dois dias que eu não me incomodaria se fossem dois meses. 4 - Évora foi a cidade medieval que mais me impressionou de todos os países europeus que conheci (e olha que isso inclui São Gimignano e Siena, na Itália, ou o centro histórico de Berna, na Suíça). A catedral da Sé, a Igreja de São Francisco com a Capela dos Ossos, o Museu do Presépio... ou o simples andar pra explorar o centro e deixar a vida passar. Incomparável! 5 - Comer, comer e beber. Começa pelas sardinhas grelhadas com um azeitinho, passa pelas mil maneiras de se degustar um bacalhau ("com natas" ficou na história, entre outros), uns vinhozinhos (nem sou tão chegado, mas não resisti às sugestões dos garçons), o sorvete do "Amorino", em Lisboa, e os doces do país inteiro (pastel de nata, travesseiro... e por aí vai), só não recomendo a "tripa" e os "ovos moles" de Aveiro, estes são meio enjoativos. 3 Citar
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