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São Tomé e Príncipe (África)


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No nosso caso, fomos a partir de Luanda. O voo não é muito longo, apenas cerca de 2 horas de viagem, mas ter parte do avião sem ar condicionado não abonou muito a favor do conforto. Mas o Tiago não se pôde queixar: nas datas que queríamos só conseguíamos um lugar em económica, tendo o outro “desgraçado” de ir em executiva. Como o Tiago tinha mais milhas na TAAG, lá foi ele em executiva, sem autorização para trocarmos de lugares e partilharmos as regalias (um na ida e outro no regresso).

Já vos dissemos que tínhamos tudo organizado a partir de Luanda, algo que foi fácil, a partir da internet, onde encontrámos os Serviços Turísticos de São Tomé e a Marta Freitas. A Marta fez um trabalho excelente, foi paciente na nossa procura pelo pacote ideal, e acabamos por contratar um serviço com carro e motorista/guia durante os dias que necessitávamos. Foi através dela que conhecemos o Arcelino, o guia que nos acompanhou durante toda a viagem, exceto no Ilhéu das Rolas. Todas as manhãs, ia buscar-nos à guesthouse e guiava-nos pelo percurso planeado para o dia, sempre com paragens para almoço, conhecer roças, descansar nas praias, etc.. Temos sugerido a Marta a todas as pessoas que nos dizem que vão a São Tomé porque ela é incansável, tendo ido receber-nos ao aeroporto (e nós chegámos bem depois do previsto) e explicado como seriam os nossos dias seguintes. Um dos dias, até nos foi levar e buscar ao restaurante onde fomos jantar. A Marta é portuguesa, apaixonada por São Tomé, e é por existirem pessoas como ela que achamos que não é necessário que se vá para este belo país num pacote tudo incluído de agência de viagens, como é tão comum para quem viaja a partir de Portugal.

Também é possível alugar só o carro, mas nós recomendamos que inclua o guia. Uma pessoa local consegue resolver qualquer problema muito mais facilmente, e os caminhos e carros de São Tomé têm tendência para dar problemas. Portanto, se querem uma estadia ao bom ritmo são tomense “leve-leve“, se querem conhecer aquela cascata que está num terreno privado com segurança, se querem visitar os fornos onde se torrava o cacau, mas que estão fechados, ou se não querem pagar gorjetas acima do “suposto”, então optem por ter um guia.

Atenção: como sempre, esta é uma opinião pessoal, se preferem ir em pacotes tudo incluído, mesmo sabendo que vos vai custar muito mais, ou não ter um guia, não criticamos, são opções perfeitamente válidas.

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De Lisboa, pela TAP, a viagem dura cerca de 8 horas, com escala em Accra. No entanto, com base nas nossas pesquisas recentes, o percurso mais barato é Lisboa-Luanda-São Tomé-Luanda-Lisboa, pela TAAG (cerca de 17h de viagem). A STP Airways tem dois voos semanais diretos, mas costumam ser caros (apenas 6h de viagem). O ideal é recorrer ao Skyscanner para escolherem a vossa melhor opção. À data de hoje, uma reserva de ida e volta a partir de Lisboa, com escalas, de 20 a 27 de outubro, custaria 293€ (um achado).

E como partir de São Tomé?

São Tomé e Príncipe cobra uma taxa turística diária e uma outra aeroportuária. São 75.000 dobras/dia (aproximadamente 3€) pela primeira, cobrada pelos hotéis, navios cruzeiro ou agências de viagem, e 20€ pela segunda, incluída no pacote das agências de turismo. Na altura em que fomos, a cobrança era feita à saída. No momento em que se dirigiam à entrada do aeroporto eram desviados para a fila de liquidação dessa taxa, só sendo depois autorizados a entrar no terminal. Ainda não voltámos desde 2016, mas na altura o aeroporto era rudimentar, com pesagem “manual” das malas. Sabemos que o aeroporto está nesta altura em obras.

Como chegar ao Príncipe:

Já vos dissemos que não fomos, mas ainda pesquisámos os voos. A companhia que faz as viagens diárias é STP Airways e cada percurso custa cerca de 100€. Já vos explicámos o nosso plano financeiro da altura, e acabámos por não conseguir encaixar este extra. Numa visita mais longa e com um orçamento maior, sabemos que ir ao Príncipe é obrigatório. Afinal, é reserva da biosfera. A oferta de alojamentos também está a aumentar.

Dobra:

A moeda são-tomense é o Dobra (STD), que tem um câmbio para o Euro nada simpático (1€ = 24.470 STD), o que pode dificultar a noção dos preços. Uma boa referência é: 100.000 STD = 4€. Nós não levámos kwanzas, mas na altura era relativamente fácil trocar kwanzas por dobras no mercado informal, o que teria sido uma vantagem para nós. Só percebemos ao notar que os são-tomenses residentes em Angola apenas traziam kwanzas. Pagámos o possível com os nossos cartões de crédito, como os alojamentos, pagámos os tours através de transferência bancária e trocámos alguns euros. Em São Tomé não existem caixas multibanco que aceitem cartões internacionais.

Vacinação:

Países como Angola e Brasil (endémicos de febre amarela) obrigam a que os seus cidadãos ou residentes entrem com o boletim internacional de vacinação e a vacina da febre amarela em dia. Recomenda-se também a profilaxia da malária. Nós, por residirmos em Angola na altura, não precisámos.

Vistos:

Países do espaço Schengen, EUA e Canadá, não precisam de visto, mas têm de apresentar um passaporte válido com duração superior a seis meses. Visitantes de outros países, mas com visto para um dos países indicados acima, também não precisam de visto. Isto  é válido para estadias turísticas até 15 dias. Se necessitarem de visto, pede-se aqui.

Deambular à noite pela cidade de São Tomé:

Nós chegámos a andar a pé pela cidade, de noite, para regressar de um jantar. Não nos sentimos confortáveis, não por nos sentirmos inseguros, mas pela falta de iluminação, pouco movimento na rua, e por andarmos meio à deriva. Durante o dia, exceto em destinos específicos, como o Ilhéu das Rolas ou Praia Inhame, andámos sempre com o nosso guia.

 

Ir ao Ilhéu das Rolas

 

São Tomé e Príncipe tem uma ilha mais pequena, atravessada pela linha do Equador, o Ilhéu das Rolas. Habitado por locais, mas um destino de turistas que se hospedam no  único hotel da ilha, do grupo Pestana, o que a torna quase um resort. Toda a nossa estadia foi organizada por nós, com sugestões da Marta, uma portuguesa que vive em São Tomé, ligada ao turismo, a pessoa ideal para sugerir um plano para a estadia. Decidimos dormir uma noite no Pestana do ilhéu, numa estadia que incluía as três refeições. Não é económico, mas podemos dizer que vale o preço. Devemos salientar que, apesar de ser um Pestana, não apresenta a mesma qualidade que outros hotéis do grupo em geografias diferentes.

O Ilhéu é pequeno e é fácil dar a volta a pé completa, coisa que o hotel incentiva, com as suas walking tours acompanhadas por funcionários. Vêem-se as praias acessíveis só de barco, a floresta onde a Raquel foi atacada fortemente pelos mosquitos, apesar de ter repelente, bebe-se água de coco pelo caminho, passa-se pela aldeia onde vivem cerca de 200 pessoas, e vai-se até ao Marco do Equador. O marco é uma atracção local onde se tira a típica fotografia com um pé em cada hemisfério. Lamentavelmente, este está já bastante degradado, merecendo um restauro.

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Chegámos à ilha ao final da manhã e fomos brindados com um simpático upgrade ao quarto. O quarto era espaçoso e agradável, com vista para a piscina. O hotel está junto à costa voltada para São Tomé, com uma extensa praia e uma piscina infinita de água salgada. Nota-se que o hotel já sofreu com o passar dos anos e começa a precisar de uma manutenção/refresh mais pesada. A estadia inclui, como já dissemos, as três refeições, em regime buffet, mas com uma variedade de pratos mais reduzido que o habitual para um hotel de 4*. Nota-se que tentam agradar aos turistas, tentando oferecer uma culinária europeia, mas estamos num local onde o peixe deveria ser rei. Oferecem também um ou dois pratos típicos e uma zona onde podemos pedir massas ao nosso gosto. Algo que também não falha é a simpatia dos funcionários. Não estava muita gente hospedada durante a nossa estadia (daí o upgrade), o que acrescentou romantismo à estadia, talvez até demais, porque nem beber um copo no bar era fácil, os funcionários só lá iam quando chamados. O hotel tem também um centro de mergulho, onde se pode, além de agendar mergulhos com garrafa, levantar material de snorkeling e alugar canoas.

Nós fizemos logo a primeira coisa que nos foi aconselhada a não fazer pelo hotel: comer na praia um almoço preparado por locais, que já tínhamos reservado com o nosso capitão do bote. O rececionista falou em intoxicações alimentares, de não estar garantida a higiene na confeção dos alimentos, e nós ouvimos, mas ignorámos (os nossos estômagos já têm calo), e ainda bem. Esperámos na praia pelo nosso almoço, mergulhando e vendo como carregam os cocos em sacos, para envio para Angola. Aproveitámos para conhecer as nossas colegas de mesa, também portuguesas, que regressavam a São Tomé depois de almoço. Para quem se quiser aventurar: saindo do hotel, é só seguir pela praia para o lado esquerdo, que alguém vos irá abordar para o almoço.

As praias do ilhéu são muito bonitas, verdadeiramente paradisíacas, podendo mesmo ser partilhadas com os ninhos eleitos pelas tartarugas para a desova. Tenham apenas algum cuidado, porque algumas têm rochas. Algumas praias são inacessíveis a pé e exclusivas para quem chega de barco. A praia a não perder é a praia Café, tanto pela envolvente natural, como por ter uma aldeia perto, sendo fácil encontrar porcos e galinhas a deambularem junto à praia.

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Como ir:

O meio de transporte oficial sai de Ponta Baleia, o ancoradouro em Porto Alegre. Pelas fotos, o barco é confortável.

Nós preferimos o formato mais local (e económico). Fomos ver as praias do sul e fomos de bote pela praia Inhame. A viagem foi atribulada no regresso, com uma chuvada torrencial tipicamente tropical e um mar agitado a animar a malta.

Onde comer:

A estadia de uma noite incluiu três refeições, portanto, o jantar do dia de chegada e o pequeno-almoço e almoço do dia da partida. Deixamos a opção de ir mais cedo e almoçar na praia ao critério de cada um. Nós fomos e gostámos muito, mas percebemos quem nos diga que acha um risco.

O almoço na praia foi servido à mesa, uma refeição completa de bifes de atum grelhados, com acompanhamentos e fruta, direito a toalha de mesa, loiça e bebidas. Há simpatia e  podem aproveitar para conhecer outras pessoas.

Como reservar:

Fizemos a reserva directamente no site do Grupo Pestana. Os preços rondam sempre os 200€, às vezes um bocadinho mais.

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https://365diasnomundo.com/2018/08/17/como-chegar-e-viajar-por-sao-tome/

https://365diasnomundo.com/2018/08/08/ilheu-rolas/

https://365diasnomundo.com/2018/07/29/sao-tome/

 

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