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  1. Bom dia, Boa tarde ou Boa Noite! Pessoas, fev/2024 irei fazer mochilão de bicicleta na américa do sul junto a um amigo meu. Sairemos de Estância Velha/RS com destino ao Ushuaia, iremos passar por diversas cidades antes de chegar ao destino. O percurso, a princípio, levará 7.000 quilômetros de ida, e como vai ser nossa primeira viagem, agradeceríamos de receber algumas dicas em relação a dinheiro, acampar, alimentação, cuidados, o que levar/não levar, COMO DEIXAR AS ROUPAS LIMPAS?!!, etc. Serão 120 dias pedalando, passando desde Punta del Este, Buenos Aires, Villa Epecuén, Futaleufú, Rio Baker, Río Gallegos até chegar ao Ushuaia. Agradeço desde já, Bons ventos!
  2. Gosto de aventura, a satisfação que vem da exaustão e uma sensação de liberdade. Como isso soa para você? Para mim, é a essência do bike touring (cicloturismo), por isso parece perfeito. Meu começo com o cicloturismo foi tão difícil quanto subir na marcha errada. Eu não tinha cesto, nenhuma forma física, e nenhum conhecimento. Em vez disso, arranjei um saco de dormir pobre, por isso acordei congelado e sem dormir. Estradas não pavimentadas e trilhas de areia eram um desafio para andar em uma bicicleta de trekking. Mas você sabe o que? Foi uma viagem notável. Sinto muito se a minha introdução desencorajou você; o ponto é que pequenos inconvenientes não importam quando você gosta de andar de bicicleta! Imagine andar no seu próprio ritmo em estradas onde os carros não são permitidos, para que você possa descobrir jóias turísticas escondidas, tocar a cultura local e descansar ao ar livre. E boas notícias para quem procura conforto - sim, você pode dormir em hotéis! Agora espero que se sintam inspirados a fazer-se à estrada. Neste post, vou compartilhar minha experiência, conhecimento básico e 8 dicas sobre como começar a pedalar com sucesso. Neste post, você encontrará: O que é bike touring? Quem pode ir em bike tourings? Onde ir para cicloturismo? 8 dicas de bike touring para iniciantes Encontre a bicicleta certa. O que faz uma boa bicicleta de cicloturismo? Faça as malas. Mochilas de biciclera, panniers ou uma mochila? Aprenda a arte da bagagem leve. Defina seu estilo de viagem. Aprenda técnicas de ciclismo. Kit de primeiros socorros e kit de reparação - o seu essencial de viagem. Como planejar sua rota? Considerações finais: benefícios do cicloturismo. O que é bike touring? A definição de bike touring parece óbvia: é viajar de bicicleta. Em outras palavras, é quando você pedala em vez de andar de carro, pegar carona ou fazer trekking pelo país. Mas é aí que as semelhanças terminam. As pessoas têm diferentes razões para pegar a estrada de bicicleta: "Indianas Joneses" modernos que querem experimentar a aventura amantes do ar livre que gostam de passar o tempo na natureza e explorar trilhas selvagens preocupados com o meio ambiente que olham para como reduzir a emissão de carbono ao viajar entusiastas de fitness que desfrutam de férias ativas Estudantes universitários que querem economizar dinheiro ...e continua e continua. Cicloturismo é diversificado - - pode ser fisicamente cansativo, mas também preguiçoso e altamente confortável. Às vezes é relaxante estar na natureza, e outras vezes você poderá explorar a cultura local de bicicleta indo de cidade em cidade. Pode envolver dormir em tendas e hotéis de luxo. A única coisa comum é uma bicicleta. Quem pode ir para passeios de bicicleta? Uma vez que o passeio de bicicleta oferece abordagens variadas, é perfeito para todos, independentemente da idade ou forma física. Dependendo das suas necessidades, você pode ajustar a dificuldade da trilha. Os idosos podem experimentar bicicletas elétricas e famílias - trailers de bicicletas para crianças. Existem até bicicletas adaptáveis para pessoas com deficiência! Onde ir para cicloturismo? A aventura espera na porta! Você não precisa ir longe para começar sua primeira viagem de bicicleta. Transportar uma bicicleta para lugares distantes pode ser bastante complexo, especialmente se você precisar pegar um avião. Então, antes de chegar nas famosas trilhas de bicicleta do mundo, considere começar na área mais próxima. Ao andar de bicicleta no meu bairro local, descobri pequenos museus de cerâmica, uma represa de castores e um parque eólico. É apenas o começo da minha lista de desejos - tenho mais igrejas antigas, parques naturais e atrações turísticas locais para descobrir! Acredite ou não, o ciclismo muda a perspectiva do turismo. Ao mover-se tão lentamente - em comparação com um carro - você pode notar mais detalhes e ficar para ler placas de informação locais. Além disso, ao escolher estradas menos movimentadas, é mais provável que você encontre algo incomum. Então, o meu conselho para o primeiro destino de passeios de bicicleta é começar local. É uma maneira perfeita de explorar sua área local e testar se você gosta deste estilo de viagem. Continue lendo em: 8 Dicas de Bike Touring para Viajantes de Bicicleta Iniciantes
  3. Saudações, viajantxs! Daí que inventei de voltar a viajar de bike. E voltei em setembro, em meio a pandemia. Porém, na semana em que comecei o pedal tive um caos na clavícula e a luxação precisou até de cirurgia. Tão cedo não vou poder voltar. Dessa forma, e dados os inesperados custos com tratamento, medicação e fisioterapia, estou fazendo um pacotão pela metade do preço do que havia adquirido. O kit é o mais básico para Cicloviagem mas, acredite, essa foi a quarta bicicleta de Cicloturismo que tive e garanto que foi a mais top na categoria roots! Comprei tudo em junho desse ano e as notas fiscais devem estar tudo no meu e-mail, se necessário. O fato é: só fiz dois dias de pedal de treino totalizando 50km. Ou seja, tudo semi novo. Segue a relação: Bicicleta Alfameq Stroll Aro Aero 26, Shimano Tz, quadro 17", passadores Yamada EZ-Fire, Freios V-Break. Já está com bagageiro tubular instalado e acompanha fita antifuro em ambos os pneus. Kit Cicloviagem: Óculos amarelo + case; ColeteRefletorNoturno; Capacete; Bolsade Guidão; VelocímetroMultifuncional; BandanaQuéchua; Bomba; Câmarasreserva; Correntereserva; MissedLinkI; Iluminaçãovermelha traseira e lanterna dianteira recarregável; parde luvas; Caramanhola. De brinde mando 4 elásticos com garrote e óleo para a corrente. Se tiver interesse só na bicicleta, ou só no kit, também é possível. Só não vendo itens individuais. ###FRETE GRÁTIS PARA TODA REGIÃO SUDESTE### *No momento, estou próximo a Belo Horizonte. Bicicleta louca para cair na BR, prontinha! Oferta válida até 31/dezembro/2020. Após essa data, já tem comprador. https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1727946506-bicicleta-aro-26-shimano-ez-fire21-v-break-kit-cicloviagem-_JM Que ela faça alguém ainda mais feliz do que me fez nos 50km que brincamos... Hahahahah Se tiver curiosidade, pesquise item por item no MercadoLivre, adicione o frete para Belo Horizonte em CADA ÍTEM, e descubra o tamanho do desconto. Presente de Natal!
  4. CICLOVIAGEM SERRA DA CANASTRA Saudações cicloviajantes. Como tive dificuldades de encontrar informações precisas, deixo aqui minha experiência de cicloviagem de 6 dias pela Serra da Canastra realizada no final de abril de 2021. Preparei tudo alguns dias antes para evitar faltar algum item e parti de carro de Belo Horizonte até São Roque de Minas (SRM) (321 Km – média de 4:30 o percurso com 3 pedágios R$ 6,40 cada). O roteiro foi praticamente o abaixo em que cada cor praticamente corresponde a cada dia (a cor roxa maior e a marrom houve alteração do percurso explicado no dia 4). 1° dia: BH a SRM a São Joao Batista da Canastra (SJB da Canastra) Acordei 04:00 e saí cerca de 04:30. No início é um misto de expectativa (não conhecia a região) e prazer em poder conhecer esta Serra tão comentada pelos ciclistas. No caminho, parei em Formiga para um café e segui viagem. A ideia era chegar em SRM e já começar a viagem de bike. Ao chegar em SRM, parei no Centro de informações ao Turistas (bem na entrada da cidade) e conversando com o guia ele me deu algumas orientações (roteiro já estava definido porem alterei o percurso do dia 4 – relato mais abaixo). A cidade de São Roque é pequena mas aconchegante e tem toda a estrutura de pousadas, bares e guias. Parei o carro no posto da entrada da cidade no qual há o Empório Portal da Canastra, no qual havia obtido o contato da dona (Luciana) que me permitiu deixar o carro durante a viagem (Aproveito para agradecer imensamente a Luciana pela disponibilidade – a cidade é bem segura mas a gente fica mais tranquilo desta forma). Retirei a bike e as coisas da viagem (bike, alforges, barraca, isolante, etc - bom anotar alguns itens para lembrar de não esquecer no carro – exemplo celular). Comi um salgado muito bom no Empório (recomendo) e cerca de 11:00 comecei a odisséia rumo a São Joao Batista da Canastra O dia estava ensolarado com algumas nuvens. Saí de SRM sentido a portaria 1 do Parque Nacional (PN) da Serra da Canastra que aos poucos vai subindo a serra (algumas vezes empurrando). O terreno durante a subida era mais de pedras soltas e chão batido com algumas erosões durante o caminho. Para esta viagem, tem que haver muito preparo para subidas longas e íngremes, além do preparo psicológico exigido em todas as cicloviagens. Foram cerca de 10 Km de subidas até o Centro de visitantes – Portaria 1 (antes desta, há uma casinha do parque mas não havia ninguém). No centro, tem que apresentar documento de identidade e pagar entrada (deve ser em dinheiro) – o valor era R$ 11,00 mas não estava cobrando - imagino que devido a pandemia. Subindo a serra após SRM Subindo a serra Casinha antes do Centro de visitantes (Portaria 1) A partir daqui o percurso vai cortando dentro do PN da Serra da Canastra. Continua mais uns 2 Km subindo. Não vou ficar falando da beleza do Parque, pois é magnífico, mágico, de uma serenidade e paz. A viagem vale a pena fazer com calma para apreciar a região. A primeira atração era a Trilha do Cerrado logo após a Portaria, porém como fui subindo, acabei não vendo a entrada. Centro de visitantes (Portaria 1) Subida após Centro de visitantes (Portaria 1) Caminho dentro do parque com pedras soltas Depois uma região mais plana de cerca de 4 Km e depois começa-se a descer até chegar na nascente do Rio São Francisco (tudo sinalizado). Aproveitei para abastecer as caramanholas porém neste trecho havia uns mosquitos bem chatos, principalmente quando parei na nascente, incomodavam bastante que nem fiquei muito tempo. Custei para achar o repelente e depois que passei, no decorrer da viagem foi mais tranquilo. Dentro do parque Dentro do parque Placa indicativa da nascente do rio São Francisco Dentro do parque Dentro do parque Depois pega-se uma subida até chegar em uma bifurcação sentido Curral de Pedras (10 Km após a portaria 1). Curral de pedras Curral de pedras Vista do mirante do Curral de pedras Caminho após Curral de pedras Continuei em uma região mais plana e aos poucos vai intercalando algumas subidas, descidas e planos. Passa-se pela entrada da cachoeira Rasga Canga/Rolinhos e depois entrada da Casca D’anta. Continuei pois não haveria tempo para visitar e no outro dia seria exclusivo para fazer estes passeios. Placa indicativa par as cachoeiras Mais no meio do parque, há descida e depois subida bem fortes e depois repete, como se fosse um W. Tem que descer devagar pois pega muita velocidade devido a inclinação e por causa de pedras soltas e nas subidas as pedras soltas dificulta subir montado. Cruza-se algumas pontes sobre riachos e depois alguns trechos mais planos com subidas ou descidas leves. Passa-se pela entrada da cachoeira do Fundão (esta não visitei devido o tempo mas importante ter ciência de que segundo informações, o acesso era de descida bem íngreme que somente carro 4x4 consegue ir). Uma das descida/subida em W Continua até chegar na placa indicativa para SJB da Canastra. Daí são cerca de 3 Km só de descida em chão batido até chegar na Portaria 2. Um pouco mais chega-se ao vilarejo de SJB da Canastra que é pequeno com cerca de 200 habitantes sem muito atrativo – não vaia achando que vai jantar em um restaurante melhor ou pizzaria não. Chegando no vilarejo de SJB da Canastra SJB da Canastra No camping conheci os vizinhos de barraca: o Luciano (ciclista também) e a Sandra (casal magnífico que estava conhecendo a região de carro) e o Leandro e sua filha Lorena (dois aventureiros que estavam de carro mas levaram as bikes). A rotina média era: montar acampamento, lavar roupa, tomar banho e sair para comer algo e comprar lanche para levar para o dia seguinte (ou ver opção para compra na manhã do dia seguinte). Total Dia 1: 51 Km Ascenso 1123 m Descenso 880 m velocidade média 10,8 Km/h Resumo: SRM > 10 Km > Portaria 1 > 2,3 Km > Trilha do Cerrado > 4,3 Km > Nascente histórica do Rio São Francisco > alguns Km passando pelo Curral de Pedras (9,8 Km) até chegar no Entroncamento para Rasga Canga – passar direto e logo após à direita > 27,5 Km > Portaria 2 > Camping Vila Canastra (SJB da Canastra) Ø Estadia João Batista da Canastra Camping Vila Canastra (34) 98818 6366 (Tirulipa) – camping muito bem estruturado. Diária R$ 40,00 2° dia: Passeio PN Canastra e retorno para SJB da Canastra Neste dia deixei o acampamento no camping e fiz o passeio pelo parque sem peso. Tomei café reforçado (pequena lanchonete que serve café ao lado do camping -R$ 20,00). Separei lanche para levar pois dentro do parque não haveria nada para comer. O dia estava bem aberto e ensolarado. Vista do camping No camping O terreno do percurso varia entre chão batido, cascalho e algumas pedras soltas maiores com algumas poucas erosões pelo caminho. Placa indicativa para SJB da Canastra Dentro do parque sentido entroncamento da Casca D'anta Saí cerca de 09:00 sentido a parte alta da Cachoeira Casca D’anta. Após passar pela portaria 2, são cerca de 3 Km de subida, vira-se à esquerda e segue por região sem muitas subidas fortes (voltando pelo mesmo caminho que cheguei no dia anterior). Depois pega-se as subidas/descidas fortes em W onde encontrei com o Luciano e Sandra que estava vendo um riacho na beira da estrada. Conversamos um pouco e depois segui. No caminho ainda encontrei com a Luciana (Posto de São Roque) que estava indo com sua família visitar SJB da Canastra. Depois de cerca de 20 Km chega-se à bifurcação do caminho para a Casca D’anta (pegar à direita, tem sinalização). Mais cerca de 7 Km (algumas subidas com descida forte no final, chega-se na cachoeira. Deixei a bike embaixo de uma árvore e fui fazer uma pequena trilha de pedras até o mirante. Muito bonita a visão. Cuidado ao tirar fotos nas beiradas pois qualquer erro e pode ser fatal. Terreno é bem pedregoso e pode ser escorregadio. Dentro do parque sentido Casca D'anta Vista da trilha do mirante da Casca D'anta com a estrada de onde se chega ao fundo Uma parte da Casca D'anta Vista do mirante da Casca D'anta Poço da Casca D'anta Depois aproveitei bastante o poço da cachoeira que é bem legal para curtir (cuidado com pedras escorregadias) onde também encontrei novamente com Leandro e Lorena. Reserve algumas horas para ficar na parte alta da Casca D’anta pois vale a pena. O local tem piscinas naturais maravilhosas e a sombra de um quiosque. Depois retornei 7 Km até a principal (subida forte e longa no início) e após cerca de 1 Km virei a direita sentido a placa da Rasga Canga/Rolinhos. O percurso é cerca de 9 Km, relativamente tranquilo com algumas subidas e cerca de 4 Km de descidas mais fortes no final (lembrar que essas descidas serão subidas na volta). Dentro do parque Placa indicativa Dentro do parque Fiquei um pouco na Rolinhos (bem bonito) mas a Casca D’anta dá para aproveitar mais em questão de cachoeira. Depois tem o retorno de 9 Km até a principal (mais subida no início) e mais cerca de 21 Km até a portaria 2 Km (reserve energia e tempo para a volta pois tem muita subida forte e geralmente já está cansado pelo dia – saí da Rolinhos cerca de 15:30 e cheguei ao camping próximo de 17:50 pois fiquei vendo o pôr do sol próximo de 17:40 antes de descer para a portaria 2 (uma coisa que faço sempre é pesquisar nos sites de clima quando será o pôr do sol na época em que viajar, assim dá para ter uma ideia). Poço do Rolinhos Entardecer no parque Pôr do sol no parque Neste dia o camping teve problema com água quente, aí teve que ser frio mesmo (Esta época estava mias quente durante o dia e bem frio à noite). Total Dia 2: Média 83,5 Km Ascenso 1305 m Descenso 880 m velocidade média 13 Km/h Resumo: São João Batista da Canastra > Portaria 2 > 20 Km > Entroncamento parte alta > 7 Km > Casca D’anta > 7 Km retorno até entroncamento > 1 Km > entrada para Rasga Canga/Rolinhos > 9 Km > Cachoeira Rasga Canga > 1 Km > Poço do Alto dos Rolinhos > 9 Km retorno para a principal > 21 Km > portaria 2 > Camping 3° dia: São João Batista da Canastra a Delfinópolis Acordei cedo, recolhi acampamento, tomei café e saí cerca 08:30 sentido Delfinópolis. O dia estava aberto e ensolarado. O terreno do percurso era chão batido dentro do parque, asfalto até o entroncamento para Sete Voltas e cascalho com muita poeira (nos últimos Km muita costeleta de vaca e subidas chatas que atrapalha demais o ritmo) até Delfinópolis. SJB da Canastra Saindo do vilarejo, após a portaria 2, subi os cerca de 3 Km e depois mais ou menos 30 Km tranquilos até a portaria 3 (sentido Sacramento) com muitas subidas leves mas longas. Chegando na portaria tem uma trilha com mato de cerca de 3 Km até Ruínas da Fazenda Zagaia mas resolvi não ir pela distância a ser percorrida no dia. Subida de 3 Km desde a portaria 2 (SJB da Canastra) Dentro do parque Dentro do parque Dentro do parque Dentro do parque Dentro do parque Vista da Serra da Canastra Uma das subidas Saindo do parque tem uma pequena parte de terra e depois começa o asfalto om subida média e depois longas retas em que peguei muito vento forte em que se roda cerca de 18 Km (região de muita produção agrícola) até a MG 464 (virar à esquerda em estrada de terra). Depois de cerca 7 Km chega-se em um pequeno vilarejo chamado Sete Voltas (local para abastecimento e lanche. Após alguns trechos planos começa-se a descida da serra que é bem bonita e se vê a represa do Peixoto do alto. Após sair pela Portaria 3 Subida após saída da Portaria 3 Sentido Sete Voltas Na descida da serra das Sete Voltas Vista da represa do Peixoto na descida da Sete Voltas Depois tem algumas subidas fortes e a estrada se torna muito poeirenta principalmente quando passa carro (há momentos que a poeira fina levantada impede a visão, logo ande sempre na borda para evitar que outro carro não te veja). Este trecho é bem desgastante devido o sol, poeira e peso da bike. Carca de 30 Km antes da cidade começa-se a margear a represa. Subida após a descida da serra Paisagem depois da descida da serra Caminho após a descida da serra (tem muita subida ainda) Algumas costeletas de vaca pelo caminho Região que começa a contornar a represa sentido Delfinópolis Contornando a represa O sol foi se pondo e as costeletas de vaca e subidas mais ao final diminuíram o ritmo o que acabou fazendo que pegasse uma parte no escuro tendo que recorrer à sinalização luminosa para ajudar, principalmente pelos carros que passavam e jogavam a poeira para alto e que demorava a sedimentar. Com isso fui chegar próximo de 18:40. Quando passa carro é uma poeira só Camping O camping era bom e perto havia estrutura boa para comer. A cidade de Delfinópolis é maior e está localizada entre a Represa de Peixoto (Rio Grande) e a Serra Preta ao sudoeste do Estado de MG. *Como este percurso são mais de 100 Km e a estrada não ajuda muito, recomenda-se sair mais cedo afim de evitar pedalar a noite e também prevendo imprevistos como caso de problemas na bike. Total Dia 3: 113 Km Ascenso 1233 m Descenso 1360 m velocidade média 13 Km/h Resumo: Portaria 2 São João Batista da Canastra > 33 Km > Portaria 3 PN Canastra > 18 Km > MG 464 à esquerda > serra das Sete Voltas > 7 Km descida > 45 Km com subidas chatas, poeira e costeletas de vaca > Delfinópolis Ø Estadia Delfinópolis § Trilhas de Minas - Pousada e Camping (35) 99955 7463 Muito bom 4° dia: Delfinópolis a Pousada da Vanda (Caminho do Céu) A princípio, o roteiro era fazer Delfinópolis a São João Batista do Glória porém quando cheguei em São Roque, o guia do centro de turismo disse que a estrada iria ser de muita poeira e que passava muito carro e que com isso corria sério risco de acidentes, então me recomendou fazer o Caminho do Céu sentido Vargem Bonita. Segue relato. Vista de Delfinópolis O dia estava aberto com nuvens e ao longo foi mudando para nublado. Terreno varia de estrada de chão batido, cascalho, mais ao meio do percurso alguns trechos com areia dificultando a pedalada, tendo um chamado de Areião que não entendi direito como passei por lá e depois trechos de chão batido com diversas pedras soltas e erosão pelo caminho. Bosque sentido subida da serra para Caminho do Céu Bosque sentido subida da serra para Caminho do Céu Esse dia não tem nenhuma estrutura para lanche pelo caminho, logo se preparar para tal. Tomei café no camping e saí cerca de 08:30 sentido Complexo do Claro (complexo de cachoeiras em que há cobrança para entrar). Não é difícil de achar o caminho, só perguntar que qualquer um sabe. É uma estradinha gostosa e arborizada (aproveite a sombra pois mais a frente vai ser raro). Depois começa-se a subir uma serra longa e cansativa (essa não é a pior). Subindo a serra Subindo a serra Alguns sobe e desce No caminho Chegando no Areião (tem uma placa e não tem como errar, é muita areia funda e fofa) começa alguns sobe e desde e algumas partes planas com riachos pelo caminho por 8 Km até chegar no último local de abastecimento de água (riacho). No caminho, após o Areião Vista do alto da serra A partir daí começa a subida da Serra da Bateia, essa sim foi a pior do dia, muito difícil e cansativa, com longos trechos empurrando a bike pesada e parando para retomar o folego, mas a visão lá de cima é magnífica conseguindo ver o imenso vale. Antes da subida da Serra da Bateia (um pouco a frente te o último riacho para abastecimento). Ao fundo o início da serra. No caminho, subindo a serra Vista do vale No caminho com muita subida Visão da crista da serra Nunca me deixou na mão Depois de 8 Km do início da serra, chega-se m uma bifurcação em que há uma placa indicando “Pousada da Vanda” à direita, mas este caminho é mais longo e vai durar mais de 1:30 e o guia disse para pegar à esquerda. Peguei à esquerda e é praticamente só descida (vale mais a pena). Ao final da descida, quando começa-se a ver algumas casinhas, tive que abrir uma porteira e foi passando por dentro de uma propriedade pois não havia mais caminho mas não houve nenhum problema. Depois só virar à esquerda e mais alguns Km chega-se na Vanda. Este dia foi bem cansativo e quando cheguei acabei ficando em quarto para não ter que montar acampamento (R$ 110,00 com jantar e café pois não tem estrutura nenhuma perto). Pousada da Vanda Pousada da Vanda Resumo: Delfinópolis > 16 Km com subida de serra > Areião > 8 Km > último ponto de água > subida da Serra da Bateia > 8 Km até bifurcação para virar à esquerda > cerca de 15 Km de longas descidas até a pousada Total Dia 4: 47 Km Ascenso 1364 m Descenso 680 m velocidade média 7 Km/h Ø Estadia Delfinópolis (zona rural) § Pousada da Vanda (é uma pousada estilo rural em que vários aventureiros se hospedam para curtir a região – grupos de motos, bike, jeepeiros) Zona rural de Delfinópolis (35) 99997-0057 *Em São João Batista do Glória iria ficar na Pousada Sempre Viva pois não havia conseguido camping na cidade entretanto o dono, o Leandro se prontificou a deixar montar a barraca na pousada (com a mudança de planos acabei não ficando lá). Aqui vai meu agradecimento ao Leandro pela disponibilidade e minha indicação para quem precisar de hospedagem - Pousada Sempre Viva Rua Mauro Venâncio de Freitas, 6. (35) 98815 2462 5° dia: Pousada da Vanda a Vargem Bonita O dia estava ensolarado com nuvens e depois mais nublado, o que ajudou para evitar o desgaste. O terreno do percurso varia entre pedras soltas e erosão na subida da Serra Branca, estrada de terra com cascalho fino e depois estrada poeirenta. Acordei cedo e me preparei para subir a Serra Branca, bem difícil, praticamente somente empurrando e parando para pegar folego. Serra Branca, olhando assim parece pequena e fácil Subida da Serra Branca - olha o tamanho das pedras soltas Subida da Serra Branca Vista do vale Algumas erosões pelo caminho mas a paisagem compensa Praticamente uma hora depois, pega-se uma parte mais plana com alguns sobe e desce e vai cruzando por cima da serra com muitas paisagens bonitas. Depois umas descidas e volta a ficar plano com uma subida mais forte depois. Ao praticamente chegar na crista da serra, começa-se a descer sentido São José do Barreiro com algumas subidas até a pequena cidade, passando antes pela parte baixa da cachoeira Casca D'anta (ela vai estar de costas para quem está indo para São José do Barreiro) No caminho sentido São José do Barreiro No caminho Chegando ao mirante antes de São José do Barreiro Antes da descida forte para São José do Barreiro No caminho Parte baixa da Casca D'anta Crista da Serra Em São José cheguei quase 13:00 e como era dia de semana a cidade estava praticamente fechada (mais turística, logo o comércio abre mais durante o final de semana). Achei uma pequena lanchonete aberta e comi algo para depois seguir pela estrada poeirenta para o camping que ficava entre São José e Vargem Bonita. Pelo caminho (Em São José) São José do Barreiro O camping é bem estruturado, inclusive havia uma família em um trailer acampando por lá. *Praticamente não há estrutura próximo do camping, logo deve se prevenir e comprar algo em São José. Camping e o trailer da família que estava acampando Camping Resumo: Pousada da Vanda > 34 Km > São José do Barreiro > 9 Km > Camping (por mais que fosse pouca Km, o percurso é difícil) Total Dia 5: 44 Km Ascenso 1070 m Descenso 790 m velocidade média 10 Km/h Ø Estadia Vargem Bonita § Pousada e Camping Praia da Crioula Serra da Canastra (7 Km de Vargem Bonita): (37) 99999-5333 6° dia: Vargem Bonita a SRM O programa era fazer do camping até SRM, pegar o carro e seguir para Belo Horizonte. Acordei cedo, recolhi o acampamento, saí cerca 08:30, sentido Vargem Bonita (a 5 Km em estrada de terra) para tomar café. Dia ensolarado com nuvens e o percurso seria quase todo em asfalto. Estrada sentido Vargem Bonita (muita poeira) Na saída de Vargem Bonita há uma subida forte pelo asfalto de cerca de 3 Km. Depois há alguns trechos mais planos e alguns Km chega-se em uma rotatória onde pode-se ir pela estrada de terra (à esquerda, cerca de 12 km) até SRM ou cerca de 21 Km pelo asfalto (à direita). Como sabia como estava a poeira pela estrada de terra, decidi ir pelo asfalto Vargem Bonita Subida forte sentido São Roque Este dia praticamente não tirei foto mas a região é bem bonita. Infelizmente não tirei de SRM, no início por querer começar o pedal e no fim pelo cansaço. Resumo: Camping > 3 Km de subida > alguns Km relativamente planos > rotatória > cerca de 21 Km > SRM Total Dia 6: 33 Km Ascenso 609 m Descenso 740 m velocidade média 13 Km/h E aqui chega ao fim a saga. Um abraço Total: 371 Km Elevação acumulada: 6704 m. Nenhum pneu furado (importante ter fita antifuro na viagem) Dicas: Dentro do Parque, a vegetação é quase toda rasteira e o sol e o vento castigam bastante. Passar protetor solar e carregar muita água. Dentro do parque não há nenhuma estrutura para alimentação, logo tem que se programar para tal. O reabastecimento de comida durante os deslocamentos é quase inexistente, portanto leve tudo o que for consumir e aproveite bem os jantares e cafés-da-manhã. As serras, são bastante ermas, logo, se preparar com alimentação, água e GPS. Durante o passeio no parque o ideal é seguir em silencio aumentando a chance de visualizar animais (consegui ver um tamanduá bandeira pela estrada). Além disso, durante os percursos vi em torno de 5 filhotes de cobra, se não me engano jararaca, logo tenha sempre atenção uma vez que estamos no ambiente delas). Neste roteiro, peso é vida. Como os trechos têm muita subida, quanto menos carga, melhor. Leve somente o necessário. Como toda viagem de bike faça uma revisão completa prévia. Não me arrependo nem um pouco de ter feito o percurso mas para quem não está acostumado vai ser sofrido demais, logo, recomendo fazer 3 a 4 dias entre SRM e SJB da Canastra, não saindo sentido Delfinópolis. Tem muita coisa para conhecer no parque. Com o peso da bike, terreno irregular, poeira, sol forte e subidas íngremes, não subestime a baixa Km do trecho, principalmente nas serras. O percurso possui longos trechos por estradas esquecidas, que cruzam serras e vales quase desabitados. Passa-se várias horas pedalando muitas vezes com subidas muito íngremes e longas, grade parte das subidas mais difíceis quase toda empurrando a bike. Há também descidas, de certa forma técnicas, que podem ser vencidas contornando as partes da estrada poupadas pelas pedras e erosão. Recomendo ir devagar nas descidas. O parque é muito grande, logo recomendo definir alguns roteiro e deixar outros para uma outra ocasião, conversei com pessoas que viajam para a região por um bom tempo e não conhecem tudo – são 200 mil hectares). A região da Serra da Canastra possui uma área de mais de 200 mil hectares e abrange 6 municípios: Capitólio, São João Batista do Glória, Delfinópolis, Sacramento, São Roque de Minas e Vargem Bonita. Funcionamento do Parque: De quarta a domingo, de 08:00 as 18:00 (só pode entrar até as 16:00) O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 para preservar as nascentes do Rio São Francisco, localizadas a uma altitude de 1.200 metros. Esse rio imenso, de tamanha importância para nosso país, nasce como um pequeno olho d’água na serra da Canastra e cresce até desaguar no oceano Atlântico. Possui 200 mil hectares com mais de 90 mil regularizados. Atravessa os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. É um lugar diferente do resto de MG, já que a vegetação do parque é uma transição entre a Mata Atlântica e o Cerrado. Fica a 400 km de Belo Horizonte. Sua vegetação de transição entre a "borda da Mata Atlântica" e o "início do Cerrado", com predominância de Campos de Altitude que abrigam inúmeras espécies da fauna e da flora do cerrado, como o lobo guará, o tamanduá-bandeira, o veado-campeiro, diversos gaviões e espécies ameaçadas de extinção como o pato mergulhão e o tatu-canastra. A Serra da Canastra apresenta temperaturas médias anuais de 17°C no inverno e 23°C no verão. Pode ser visitada durante todo o ano mas é altamente recomendado ir nos períodos secos, entre abril e outubro, devido a menor incidência de chuva. Resumo do percurso de carro: BH > BR-381 (Fernão Dias) > Betim > pegar à esquerda no Shopping Partage Betim > BR 262 sentido Triângulo Mineiro > Pará de Minas > antes de Nova Serrana, pega MG 252, sentido Divinópolis > depois de Divinópolis, pega MG 050, sentido Formiga > Piumhi, pegar MG 341 sentido Bom Sucesso, Capinópolis > São Roque de Minas. Distância: 321 Km média 5 horas (possui pedágios) § Opções de camping em SRM: Camping Chalé da Mata (37) 98841 6618 (37) 3433-1452 / (37) 3433-1332 Entrada 14:00 Saída 12:00 Média R$ 40,00 ou Camping Picareta Seu Chico (37) 99951 9642 – próximo Portaria 1 (4,5 Km de SRM) Referências https://revistabicicleta.com/cicloturismo/serra-da-canastra-mg/ https://ateondedeuprairdebicicleta.com.br/cicloturismo-vales-da-serra-da-canastra/ https://www.bikersriopardo.com.br/roteiro/36/show
  5. Vou para Curitiba na casa de algumas amigas de role hehehe,trabalho com marketing digital, entao de dia podemos trabalhar e conhecer os lugares . O objetivo é o Chile tenho um primo que mora lá e disse que vai ter um encontro de jovens da america do sul la por março no peru,essa é a ideia fml,whatsapp pra contato: 47 996210628
  6. E aí rezenhadores de plantão beleza? Pedalada marota em plena quarentena, mostrando alguns pontos turísticos da cidade de Taquaritinga, interior de São Paulo. Além de várias divagações, tais como a falta de bom senso do ser humano, sem exceções, em evitar aglomerações e a forma como o Estado concede as coisas com uma mão, em contrapartida com a outra, ele tira, sempre do cidadão que segura o lado mais fraco da corda. 21,75km | 1:31:23 - Trajeto salvo no STRAVA: https://www.strava.com/activities/3229242961 Confiram o vídeo Pedalando em plena Quarentena: BTWIN Rockrider – Uma saída alternativa e de qualidade - https://rezenhando.wordpress.com/2015/03/18/btwin-rockrider-uma-saida-alternativa-e-de-qualidade/ MOSSO Odyssey 29ER - https://rezenhando.wordpress.com/2016/02/22/mosso-odyssey-29er/ Trilha de Bike de Matão até Taquaritinga com fuga Bicicleta Urbana BTWIN ELOPS 300 Mobilete Elétrica Monark | Projeto MOBILETE ELÉTRICA Até mais e obrigado pelos peixes! Inscreva-se no Youtube - https://www.youtube.com/c/Rezenhando Siga-nos no Wordpress - https://rezenhando.wordpress.com/ Siga-nos no Twitter - https://twitter.com/Birovisky Siga-nos no Instagram - https://instagram.com/Birovisky Curta no Facebook - https://www.facebook.com/rezenhandoaculturapopaz/
  7. Pessoal que quer saber mais sobre como pedalar pela Europa, eu escrevi um livro sobre minha jornada pelos cantos deste velho conitnente. E lá se foram 3 longos anos desde que retornei de Atenas após minha soberana aventura pelos cantos de um velho e mitológico continente, provavelmente foi o ano mais incrível e inesperado da minha vida até agora. . E depois de muito trabalho, o livro está terminado, sim, eu tenho um livro!! Eu mesmo o fiz, nem acredito, escrevi 444 páginas de um livro! E é com uma imensa alegria que venho compartilhar com vocês esse trabalho que fui cultivando durante esses anos. . O livro está prontinho e só esperando para entrar em produção, mas para tornar esse sonho em realidade e poder compartilhar essa minha aventura com vocês, eu precisarei da sua ajuda, apoiando e compartilhando essa campanha no Catarse com amigos e familiares. . Clicando no link você saberá mais sobre o livro e as recompensas que acompanham esta campanha. Acesse e entenda melhor como funciona, é hiper simples! O site é melhor vizualizado pelo computador. . Eu realmente espero que juntos possamos fazer esse sonho se realizar! Link com informações completas sobre olivro e a campanha: https://www.catarse.me/peloscantosdaeuropa
  8. CICLO-AVENTUREIROS E CICLO-AVENTUREIRAS! ESTÁ NO AR!! . E lá se foram 3 longos anos desde que retornei de Atenas após minha soberana aventura pelos cantos de um velho e mitológico continente, onde passei por 14 países da Europa percorrendo mais de 10MIL KM de bicicleta, provavelmente foi o ano mais incrível e inesperado da minha vida até agora. . E depois de muito trabalho, o livro está terminado, sim, eu tenho um livro!! Eu mesmo o fiz, nem acredito, escrevi 444 páginas de um livro! E é com uma imensa alegria que venho compartilhar com vocês esse trabalho que fui cultivando durante esses anos. . O livro está prontinho e só esperando para entrar em produção, mas para tornar esse sonho em realidade e poder compartilhar essa minha aventura com vocês, eu precisarei da sua ajuda, apoiando e compartilhando essa campanha no Catarse com amigos e familiares. . Clicando no link você saberá mais sobre o livro e as recompensas que acompanham esta campanha. Acesse e entenda melhor como funciona, é hiper simples! O site é melhor vizualizado pelo computador. . Eu realmente espero que juntos possamos fazer esse sonho se realizar! . De coração ❤️ https://www.catarse.me/peloscantosdaeuropa ❤️
  9. E ae galera! Recentemente cheguei de uma viagem de bicicleta pela Asia, foram mais de 10,000 km em 1 ano e meio. Este relato é referente a primeira parte da viagem que foi no sudeste asiático. Quem quiser pode ver mais fotos no meu Instagram: @ivangousseff Tailândia: A viagem começou em Bangkok, logo que cheguei fui atras de uma bicicleta, pois nao tinha uma e então preferi comprar lá, por aproximadamente U$ 100 comprei uma bike usada. Em Bangkok há muitas lojas Decathlon então pude comprar os acessórios ainda mais barato que no Brasil. Meu gasto total foi de U$ 135. Comecei a pedalar em direção ao sul da Tailândia, meu objetivo era chegar até Phuket. Logo no primeiro dia tive um pneu furado, parei em um posto de gasolina e ninguém falava inglês, nesse dia vi pela primeira vez como o povo tailandês é gentil, muitas pessoas tentaram me ajudar e como nao foi possivel consertar o pneu no mesmo dia, acampei no posto e no dia seguinte um funcionário veio de caminhonete para me lever até uma bicicletraria, tudo isso sem falar uma palavra em inglês e sem esperar nada em troca. Acampando no posto de gasolina A partir do segundo dia não houve mais problemas, pedalar na Tailãndia é muito tranquilo, as estradas são boas e tem muitos postos com restaurantes e lojas de conveniência no caminho, existem também umas maquinas para comprar água mineral, 1 litro custa entre 5 e 10 Baths, ou seja, menos de R$ 0,10. Na segunda noite na estrada dormi pela primeira vez em um templo budista, os monges saão muito recipitivos, além de autorizar a dormir muitas vezes me davam frutas e comida. Logo cheguei nas praias do sul do país, pedalava entre 80 e 100 km por dia, a única parada de mais de um dia foi na praia de TapSakhae, enquanto estava parado na frente de um lago comendo umas bananas, um senhor passou de moto e ao me ver me convidou pra passar uns dias em seu hostel de graça, para retribuir eu ajudava sua mãe na cozinha e com serviços de limpeza. No único dia que não achei um templo para dormir, parei em um posto da polícia e me deixaram acampar lá. Depois de 16 dias cheguei em Phuket, consegui um couchsurfing na casa de um casal, um espanhol e uma francesa que vieram de carro desde a Espanha até a Tailândia https://perromochilero.com/ Passei uns 10 dias entre Phuket e as Ilhas Ko Phi Phi aonde comemorei meu 34º aniversário CouchSurfing em Phuket Depois de Phuket voltei pra Bangkok pelo mesmo caminho, levei 15 dias para chegar, ainda em Phuket fiz a grande aquisição da viagem, um fogareiro a gás, a partir daí ficou muito mais facil comer bem e barato, principalmente para mim que não como carne Parada pro almoço Carona em dia de chuva!!!! Chegando em Bangkok descansei por 3 dias no Hostel OverStay, sem dúvida a opção mais barata e mais roots da cidade, recomendo! Agora vou começar a pedalar em direção ao norte do país, o caminho também foi super tranquilo, consegui alguns couchsurfings no caminho, chegando em Chiang Mai fiquei 2 semanas e mais 10 dias em um monastério praticando meditação Vipassana, depois fui ao extremo norte próximo a fronteira com Laos e Myanmar, ao final dos 3 meses de visto cruzei a fronteira para o Laos. Monastério Budista Fronteira Tailândia e Laos.
  10. Olá para todos! É minha primeira vez por aqui (acho que demorei muito para me juntar a todos vocês) e gostaria de pedir dicas para um roteiro do Rio de Janeiro, acredito que pegarei um trem até Paracambi-RJ, até Conceição de Ibitipoca - MG. Tenho na bagagem uma viagem um pouco mais longa que fiz do Rio até macaé, porém o caminho foi praticamente todo no nível do mar e contra o vento. Essa viagem para 'dentro do mapa do Brasil' acredito que será de mais e mais subidas. Alguma dica? Qual é o melhor caminho? Rio Preto? Rio das Flores? É segura usar a LMG-870 para chegar a Lima Duarte? Alguma ajuda? Obs: Com o tempo eu vou aprendendo a navegar e a formular melhor as perguntas por aqui. Agradeço de antemão qualquer ajuda ou mensagem de boas vindas!
  11. Alguém planejando uma viagem de bicicleta de Buenos Aires para o Chile querendo parceria (Durante o mês de Novembro)? De preferência para dormir acampando ou em hostels, mas de preferência em barraca de camping.
  12. Salve, pessoal! Eis o relato resumido de 38 dias que passei mochilando em São Tomé e Príncipe, Gabão e Angola, incluindo um bom trecho de bicicleta nesse último. Isso ocorreu entre junho e julho desse ano. Quem quiser mais detalhes, pode conferir em meu blog de viagem Rediscovering the World. Preparativos Em agosto de 2017 surgiu a primeira de várias promoções no site Melhores Destinos para São Tomé e Príncipe (STP), o 10º país menos visitado no mundo naquele ano. Não perdi a oportunidade; logo comprei por 1690 reais a ida (02/06/18) e volta (09/07/18) saindo de Guarulhos pela TAAG. Nos meses seguintes tratei do planejamento. Fiz as reservas de São Tomé pelo Airbnb, pois além de estarem mais em conta, como o pagamento é antecipado eu não precisaria levar tanto dinheiro, já que não dá pra usar cartão de crédito em São Tomé e Príncipe (se precisar sacar, pode ir num hotel chique e pagar uma comissão). Desde 2015, brasileiros não precisam mais de visto para esse país, então foi uma burocracia e custo a menos. Como são 2 ilhas, precisei comprar os voos para a menor delas, Príncipe. Custaram 153 euros pela Africa's Connection, mas poderiam ter custado 102 pela STP Airways se eu tivesse tido sorte na escolha das datas. Outro país que visitaria durante esse tempo seria Gabão, pois há voos diretamente de STP, e o visto pode ser emitido pela internet previamente (85 euros), o que tentei no mês anterior junto com a compra das passagens aéreas (173 mil francos ~ 264 euros) pela Afrijet. Um dia antes da viagem o visto foi recusado sem motivos, então eu tive que fazê-lo no meio do caminho. Se fosse negado novamente, poderia ainda tentar na chegada. O último país a ser acrescentado foi Angola, pois tive sorte de um dos países mais fechados do mundo começar a processar pedidos de visto rapidamente pela internet (120 dólares) e sem necessidade de carta de indicação. Com sucesso, o emiti no mês anterior à partida, já que essa autorização deve começar a ser usada em até 30 dias de sua aprovação. As passagens desde STP até Luanda saíram por 345 dólares pela TAAG. Dia 1 Em 2 de junho de 2018, parti de Floripa a Guarulhos pela LATAM (129 reais), escapando por pouco da greve dos caminhoneiros. No fim da tarde, embarquei na estatal angolana para a longuíssima conexão em Luanda. O avião parecia novo, mas minha tela de vídeo não tava funcionando e a poltrona do lado não reclinava. Ao menos as refeições estavam boas. Dia 2 Dormi pouco no voo. Ao desembarcar no aeroporto, fui direto pra zona de conexão. O saguão melhorou um pouco em relação ao que vi há um ano, agora com ar e wi-fi, mas ainda não é o suficiente pra se passar 16h dentro dele esperando o voo seguinte! Só me restou dormir na cadeira e botar a leitura em dia no meu dispositivo Kindle, enquanto comia o que trouxe de casa, já que na cotação oficial o preço das refeições fica proibitivo. Dia 3 Assim que virou o dia eu desci em São Tomé, a maior das 2 ilhas do segundo menor país da África. Só que minha entrada não foi nada tranquila. Mochileiros não parecem ser bem-vindos por aqui. O dinheiro que eu tinha (600 euros) e as reservas feitas no Airbnb não foram suficientes pra comprovar que eu tinha vindo a turismo, então tive que me explicar pra uma carrada de gente diferente e ter a bagagem minuciosamente revirada num processo desgastante. O Maxime, francês que me hospedaria nas 3 primeiras noites, foi até chamado pra resolver minha situação. Depois que me livrei, ele me levou até sua casa, um lugar decente pra ficar. Dormi pouco novamente, sendo acordado por barulhos de crianças ao redor da casa. Tomei um café da manhã bem tardio e peguei um moto-táxi pra capital (15 dobras). Lá troquei um pouco de dinheiro, na cotação de 25 dobras por euro. Logo achei onde ficavam as vans amarelas que transportam a população local entre cidades de forma econômica. Rapidamente a que peguei encheu, e meia hora depois eu saltei na Lagoa Azul, pagando 20 dobras pelo transporte. Caminhei na praia vulcânica cercada por baobás, reparando nas poças de maré com corais, até subir um morrinho e ver porque possui esse nome. Havia poucas pessoas mais na praia quando larguei minhas coisas sem valor na areia (aqui já ocorreram furtos) e caí na água com o equipamento de snorkeling emprestado pelo Maxime. No mar, apenas peixes e corais simples, uma moreia, uma estrela e muitos trombetas. A única coisa mais interessante que vi foi o maior cardume que já presenciei. Deixei a praia e peguei uma van no mesmo sentido até Neves, por mais 10 mil. Dessa vez não fui espremido dentro, mas no compartimento de carga! Neves é uma antiga roça que foi tomada pela população quando se deu a libertação do país. É uma comunidade pobre. Lá eu comi num dos restaurantes mais famosos da ilha, pois servem as santolas, grandes caranguejos. São bons, mas dão um trabalho pra quebrar suas patas, e quem come que tem que o fazer. Custou 250 dobras. Ali também provei a única cerveja local, a razoável Rosema (20 dobras), produzida no mesmo vilarejo. Já com o sol baixando, peguei o transporte de volta, onde sofri assédio sexual - pena que a agressora era velha demais. Os sorridentes santomenses são muito simpáticos, no entanto, e o fato do idioma ser o mesmo ajuda muito na interação com eles. No caminho a pé até a hospedagem, parei no supermercado CKDO, o maior do país junto com o Continental no centro. Há apenas uma prateleira de produtos locais, pois quase tudo é importado. Entre o que é da terra, chocolate, cacau, café, chips de banana e fruta-pão, além da açucarinha. Esse é um doce feito com coco, mas que não apreciei muito. Nem um outro feito com banana. À noite troquei umas ideias com o Maxime e depois finalmente dormi. Dia 4 Para este dia acabei sendo convencido pelo Maxime a fazer um tour com ele em direção ao sul da ilha até o Ilhéu das Rolas, já que havia uma grande chance de eu não conseguir transporte para voltar de lá no fim do dia, caso fosse por conta própria. Paguei 60 euros por tudo, dividindo com sua amiga francesa Marielle. Primeira parada na Roça Água Izé. Ali vimos o hospital, a primeira das muitas ruínas do que restou das construções lusitanas abandonadas quando da independência do país em 1975. Todas as roças, fazendas com infraestrutura completa voltadas às maiores produções de São Tomé e Príncipe, como o cacau, foram entregues à população nativa, que sem instrução não soube como gerir. Como resultado, os prédios viraram algo como um cortiço e as plantações decaíram, então é quase tudo só na subsistência. Abaixo, paramos na Boca de Inferno, estrutura geológica no mar por onde as ondas violentas entram e fazem um show. Mais além, a estrada começa a piorar e a quantidade de veículos reduzir a quase nada, apesar de ser a única ligação ao sul da ilha. Enquanto ao redor da estrada só havia selva, eis que surgiu junto com uma plantação de palma (de onde se extrai uma bebida chamada de vinho) o fonólito Cão Grande. Este é um pico impressionante por seu destaque solitário na paisagem. Paramos na Praia Inhame, onde almoçamos na pousada chique que lá fica exclusiva. Lá mesmo tomamos um barquinho até o Ilhéu das Rolas. Achava que nessa ilhota havia apenas o resort da Pestana, mas há um vilarejo que já estava presente antes mesmo do hotel. O guia Pedro nos acompanhou, levando até o marco da Linha do Equador, onde há um monumento que marca o ponto exato onde a descarga muda de sentido horário pra anti-horário. Depois caminhamos até a Praia Café. A maré estava com uma correnteza fortíssima, o que infelizmente impossibilitou o snorkeling, que dizem ser bom ali. Com isso, ao final da tarde retornamos. No meio do caminho, policiais nos pararam para checagem. Não falaram nada sobre o motorista que estava sem cinto, mas implicaram porque eu estava sem camiseta, pode isso Arnaldo? A chegada foi à noite na capital. Depois do banho, fizemos uma degustação de vários licores artesanais com plantas típicas do país, como jaca, canela e até mesmo framboesa. Depois disso eu escrevi essas palavras meio alterado e fui dormir. Dia 5 Antes de tudo, fui à Embaixada do Gabão fazer meu visto de turista. Precisei apenas preencher uma folha, entregar meu passaporte, uma foto e 70 euros. Sem filas e sem incomodação. Visitei parte da capital pela manhã. Primeiro adentrei o Forte de São Sebastião (50 dobras). É um museu que através de artefatos conta um pouco a triste história da colonização portuguesa. Quase não há informações escritas, no entanto. De lá, segui pela orla da capital mais tranquila em que já estive. Há muitas construções do período colonial, mas a maioria está mal conservada, com exceção do imponente Palácio Presidencial e sua catedral vizinha. Almocei no recém-aberto restaurante Camões, onde comi um prato com búzios da terra (caramujos) por 120 dobras. Curti a ponto de repetir numa outra ocasião. Após, peguei minhas coisas e fui pro aeroporto, embarcando no voo para a Ilha de Príncipe com a Africa’s Connection, empresa banida de voar pra Europa devido à insegurança das aeronaves. Bom, mas a concorrente também está banida, e a viagem pelo mar não é mais segura que a de avião, então não tive escolha. Embarcamos num aviãozinho a hélice eu, coincidentemente outra brasileira com um português, e mais 2 turistas apenas. No final, tudo correu bem no voo de 40 minutos de duração. O que ocorreu melhor ainda foi que o casal estava indo para o mesmo caminho que eu, então consegui uma carona com eles de graça até a Roça Belo Monte, de onde peguei uma trilha na mata, ouvindo um monte de pássaros, até a Praia Boi, lugar em que estendi minha rede entre coqueiros e areia dourada. Achei que passaria a noite sozinho, mas a certa distância 2 jovens também pernoitaram pescando. Além disso, um número infinito de caranguejos também saiu da toca ao cair a noite. Os mosquitos incomodaram no começo, mas o repelente com icaridina que usei funcionou. Dormi ao som do mar, à luz de um farol e de milhares de estrelas. Dia 6 Não fui morto ou assaltado por humanos, mas os caranguejos malditos fizeram um estrago legal na camiseta que deixei fora secando. Deixei a Praia Boi e fui à seguinte, Praia Macaco. Aparência quase igual à anterior, exceto por um detalhe: há construções em ruínas de um antigo hotel abandonado que não resistiu ao baixo número de turistas. Subi o morro de novo até o Hotel Roça Belo Monte. No caminho, consegui fotografar os ariscos papagaios-cinza-africanos. Como não havia nenhum outro restaurante próximo, almocei nesse que é um dos resorts de luxo. Um prato simples saiu por salgados 15 euros. Admirei um pouco a beleza do hotel e logo mais desci até a praia particular, a Banana. Do mirante dá pra ter ideia do motivo do nome: a faixa de areia é no formato e na cor da fruta. A vista é espetacular. A melhor coisa ocorreu em sequência. Reencontrei o casal Mariana e Ricardo descansando num bangalô. Eles me deram um coco e me emprestaram o equipamento de snorkeling. Com isso, pude explorar o que dizem ser a melhor praia da ilha para esse fim. Entre as rochas à direita e uma praia de areia preta, há o que se ver. Além do interessante relevo submarino, alguns corais, esponjas e peixes pequenos e médios coloridos. Com a boa transparência da água, vi até mesmo uma tartaruga mais afastada. Coloquei um vídeo no meu canal do Youtube. Quando voltei à terra, fiquei sabendo que poderia passar a noite naquele bangalô na areia, com direito a uma ducha muito necessitada, segurança à noite e até mesmo um lanchinho na faixa! Não tinha como ficar melhor. Dia 7 Dormi mais tranquilo nessa noite. Ao acordar, deixei a praia e atravessei a Praia do Caju, onde as crianças corriam devido a uma atividade em comemoração ao Dia do Oceano. Na praia seguinte, a Burra, fica um vilarejo pesqueiro. Ali consegui um moto-táxi que por 50 dobras me deixou na capital, Santo Antônio. Fiquei na Santa Casa de Misericórdia, onde me hospedei. Um quarto simples com ventilador e banheiro compartilhado de chuveiro frio custa 300 dobras (ou 250 se dividir o quarto com outra pessoa), infinitamente menos que os hoteis luxuosos das praias e consideravelmente menos que as outras opções da cidade. Reserve com antecedência, pois há apenas 4 cômodos que lotaram assim que cheguei. Atravessei o Rio Papagaio onde os santomenses faziam suas tarefas diárias, até chegar ao Centro Cultural. Nesse momento só havia uma biblioteca por lá, com pouco livros escritos por autores de São Tomé e Príncipe. Li dois deles, por Olinda Bejo. Lá mesmo almocei um delicioso peixe grelhado com acompanhamentos por 100 dobras. O mercado que fica ao lado não tem quase nada além de peixes e algumas verduras. Continuando a caminhada, vasculhei cada rua do centro da pequena cidade, identificando algumas hospedagens, mini-mercados, restaurantes e demais comércios. Parte das construções é em estilo colonial e estão conservadas o suficiente para uma foto, como igrejas e o palácio do governo. Os demais edifícios governamentais (sempre casas, pois não há prédios de mais que 3 andares em Príncipe) ficam na orla da Baía de Santo Antônio e estão com aspecto decadente. Em busca de informações sobre a Reserva da Biosfera de Príncipe, que toma toda a metade sul da ilha, adentrei seu escritório. No entanto, seu material impresso é bem escasso. Mas aqui podes arrumar um guia, pelo menos. Eles são obrigatórios, ao custo de 25 euros para uma pessoa e mais 5 por adicional, além da taxa de 5 euros para ingresso no parque. Ao lado fica o banco, que em sua parte traseira possui uma biblioteca. Nela, há computadores com acesso à internet. Entre os livros, achei um interessante sobre a parte ambiental do país, o Paraíso do Atlântico - Carlos Espírito Santo. Como fechava às 5h, tive que deixar o ambiente refrigerado. Tomei um banho na Santa Casa antes que a água esfriasse e retornei ao centro para jantar. Parei no restaurante Fofokices, em que o prato do dia era 2 peixes chamados vadu, temperados e acompanhados por fruta-pão. O conjunto estava custando apenas 60 dobras. Como estava barato e eu comecei a conversar com um outro viajante sulafricano da mesa ao lado, resolvi tomar duas cervejas nacionais, por 30 dobras cada. Dia 8 Ao acordar, peguei uma carona de moto até o Hotel Bombom por 80 dobras. Na entrada, percorri um dos trilhos da Fundação Príncipe Trust, o da Ribeira Izé. Inicia-se atravessando um riacho e dali em diante é só mata, com algumas subidas, bastante lama e muitos mosquitos. Não está muito bem mantido. O final é uma travessia por uma árvore sobre a foz que chega à Praia Bombom. Eis outro dos resorts caros de Príncipe. Uma ponte liga à paisagem cênica do Ilhéu Bombom. Como o almoço em seu restaurante custava 30 euros, me contentei com uma barra de proteína que levei. Fiquei um tempinho usando o wi-fi liberado, antes de continuar por outra das trilhas, no próprio ilhéu. Essa caminhada é mais curta mas tão interessante, pois há algumas vistas, árvores enormes e até uma feição geológica submarina que espirra água. Passei através do hotel e peguei a moto para retornar. No que aparenta ser o mais completo “supermercado” da cidade, ainda muito aquém de qualquer estabelecimento brasileiro, comprei a coisa mais barata que achei para comer, já que estava com a grana a curta: um vidro de feijão cozido por 25 dobras. Depois disso, aguardei os 5 portugueses hospedados na Santa Casa para jantarmos fora. O problema de se andar em grupo é que tudo se desenvolve mais lentamente. Morto de fome, tive que aguardar 2 horas para eles se aprontarem. O resultado foi que os restaurantes já estavam sem comida, então só sobrou um com um frango de 150 dobras. Dia 9 De manhã fui até a entrada do Parque Nacional em Terreiro Velho na motoca (50 dobras). Chegando lá pensei que poderia entrar por conta própria, mas os guias estavam controlando a entrada, então tive que fazer um acerto, para me colocarem com um trio que havia recém iniciado a trilha. Até que foi bom, pois eles estavam mais interessados nos animais, mesmo os pequenos, do que na chegada, assim como eu. Um deles estava inclusive inventariando a fauna, e acredita que uma espécie de opinião (parente da aranha) minúsculo que eu achei possa ser uma espécie nova! Animados, seguimos morro acima, numa trilha tranquila, até avistarmos a Cascata Oque Pipi. Não havia muito volume na queda por se tratar do período seco, mas isso não tirou a beleza do cenário e a vontade de se jogar naquela água super refrescante. Meu tênis velho finalmente se desfez da parte da frente. Consegui grudar de volta com a cola para pneu de bicicleta que levei. No que sobrou de tarde, fiquei apenas conversando com uns nativos. Me reuni com os portugueses novamente para a janta, o que não foi uma tarefa fácil, pois muitos restaurantes estavam fechados, já que era domingo. Acabamos tendo uma refeição bem completa mas cara no Rosa Pão. O preço normal seria 250 dobras, mas como estávamos em um grupo maior e com voluntários de São Tomé, a Dona Rosa nos fez por 200. Comemos peixe, cabrito, lula, arroz, banana, obobó (feijão, farinha de mandioca e óleo de palma) e mousse de limão. Em seguida, tomamos uma gelada (25 dobras) com nossos novos colegas nativos Leo e Manoel num dos quiosques espalhados pela cidade. Dia 10 Voo de retorno a São Tomé pela Africa’s Connection. Paguei 30 dobras até o aeroporto. Tudo certo no céu. Ao desembarcar, recusei o taxista que queria me cobrar 10 euros (250 dobras) e optei por parar um motoqueiro na estrada, que ficou feliz em receber 25 dobras para me levar à Embaixada do Gabão. Lá eu fui ver se meu visto tinha sido aprovado ou rejeitado. E o resultado foi… aprovado! Para minha surpresa, no mesmo dia em que o solicitei, com direito a 15 dias de permanência (solicitei 8). Almocei novamente no lusitano Camões, dessa vez provando outro prato típico, a cachupa rica (carnes de segunda numa consistência pastosa com feijão, milho e temperos, acompanhada por farinha de mandioca), mais conhecida em Cabo Verde. Pra completar a comunidade portuguesa, o som ambiente era um funk carioca proibidão sem censura. Troquei uns dólares (cotação de 20 pra 1) e peguei um táxi compartilhado para Monte Café (25 dobras). Meia hora de subida depois, cheguei a um dos povoados mais elevados do país, a 700 metros de altitude. Boa parte fica dentro de uma antiga roça que produzia café, como aprendi no Museu do Café (3 euros). A visita guiada por uma das construções antigas lhe mostra através de máquinas, imagens e textos, como funcionava todo o processo do plantio ao grão pronto, por meio do trabalho semi-escravista. Ao final há uma prova da bebida. Já fazia décadas que eu não tomava uma gota de café, pois não gosto, mas abri uma exceção para esse. Peguei um da variedade Arábica, que é mais suave, mas mesmo assim foi difícil terminar uma xícara desse líquido amargo. Pelo visto, não vou provar outro café nunca mais. O resto do tempo foi passado conversando com os moradores locais, simpáticos como seus demais compatriotas, e avistando passarinhos e até mesmo uma cobra, chamada aqui de gita. Essa cruzou à minha frente como se desprezasse minha presença. À noite, a refeição mais cara da viagem, mas também a que me deixou com a barriga mais cheia, boa para que eu parasse de perder peso. Foi na Firma Efraim, produtora de café e cacau, também a hospedagem em que eu ficaria através do Airbnb. Liberei 250 dobras pra uma entrada de búzios da terra com pão, prato principal de uma montanha de feijão à moda da casa com arroz, e doces de maracujá e abacaxi de sobremesa. A respeito das instalações de hospedagem, há um bonito quarto cuja TV não funciona e um banheiro privado com água quente. Isso ao custo de uns 100 reais. Na hora em que fui dormir a eletricidade se foi e não voltou mais, o que é comum no povoado. Por isso há um gerador nessa casa. Dia 11 Depois do café da manhã, segui a trilha da Cascata do Vale do Rio D’Ouro. São 15 km de ida e volta pelo mesmo caminho, que se inicia em Monte Café, passa por uma estrada 4x4 na mata até o vilarejo rural de Novo Destino, e de lá vira para as quedas d'água. A ida foi uma descida bem tranquila. Passei por vários habitantes até o vilarejo. Vi e fotografei um tanto de bichos diferentes, principalmente invertebrados e aves. Ambos lados da trilha possuem uma faixa mista de cultivares, como banana e cacau, antes da mata fechada com árvores enormes surgir à vista. Cheguei na maior das cascatas sem ninguém por perto, e lá fiquei um tempo aproveitando a água gelada para um banho refrescante. A volta foi um pouco cansativa, pois a subida é um tanto íngreme e de vez em quando o sol equatorial saía por detrás das nuvens e castigava. O jantar dessa vez foi polvo, que eu adoro, acompanhada da erva lussua, banana, arroz com cúrcuma, bem como ceviche e escabeche de entrada. Fui pra cama estufado de novo. Dia 12 Tomei uma carona de moto até Bom Sucesso (70 dobras), onde fica a entrada do Parque Nacional Obô. Ali visitei seu jardim botânico. O passeio guiado que demonstra as espécies conservadas no jardim, entre orquídeas endêmicas, samambaias gigantes e outras flores e árvores de São Tomé e Príncipe funciona à base de doações. Em seguida, caminhei até a Lagoa Amélia, que na verdade é uma cratera vulcânica extinta. É recomendado fazer a trilha com guia, pois há bifurcações, a mata é meio fechada e há cobras-pretas, que são fatais. Mesmo assim, pedi permissão para ir por conta própria. O início é ladeado por plantios de hortaliças. Conforme a subida avança, o impacto humano diminui. Mas só vi passarinhos, um morcego e insetos, basicamente. Há trechos onde o tipo de formação vegetal muda, como mais para o final, quando há bambuzais. A uns 1450 metros de altitude fica o banhado da Lagoa Amélia. Não é muito grande, mas possui uma vegetação típica. Encharquei um pouco o calçado e voltei à sede do parque uma hora depois. Na entrada há um bar, onde pode ser que tenha almoço. No meu caso já havia acabado, então me contentei com os 3 sandubas de omelete com micocó, por apenas 10 dobras cada. Desci o caminho de alguns km de volta a Monte Café a pé, parando antes na bela Cascata São Nicolau. Mudei de hospedagem para outra anunciada no Airbnb, a casa de Brice, que fica próxima da anterior. Tem água quente e o quarto é espaçoso, além de ter internet, motivo principal da minha mudança. Dia 13 Meu tênis havia perdido a sola completamente na longa caminhada do dia anterior, mas consegui achar alguém no vilarejo que costurou na mesma hora. O custo foi tão ridículo (30 dobras pelos dois calçados) que até dei um pouco a mais. Regressei à cidade, troquei uns dólares, almocei novamente no Camões, comprei um salgado para mais tarde na Pastelaria Central (35 dobras) e fui até o aeroporto (20 dobras), onde aguardei pelo resto do dia. O avião turbo-hélice da Afrijet atrasou, então já era tarde quando descemos em Libreville, capital do Gabão. No desembarque a imigração foi tranquila, apenas algumas perguntas. Consegui sacar os francos na primeira tentativa (raridade) num dos caixas automáticos do aeroporto. Em seguida, consegui uma carona grátis de um santomense até o muito próximo Hotel Tropicana, onde eu havia feito reserva. Dia 14 Em frente à praia, por 25 mil francos (45 dólares) tive acesso a uma suíte com água quente e ar-condicionado. É um lugar movimentado. Pensei que o café da manhã estivesse incluído, de tão básico que foi, mas ele é pago à parte e custa 5 mil francos. Pior que isso só a internet, que é cobrada ao valor de 2 mil francos para 2 horas de acesso! Conclusão: esse país é caro demais, já que a moeda é atrelada ao euro. Paguei mais 2 mil francos para um táxi me deixar no centro da cidade, quase sem atrações e com pessoas antipáticas. Um fato curioso é que aqui os passageiros barganham o valor da carona, sejam turistas ou moradores. Ao entrar num dos dois conjuntos de lojas de artesanatos, descobri porque o centro estava quase parado: esse dia era Ramadã, feriado muçulmano, cuja presença em Libreville é marcante devido aos muitos imigrantes, pois a capital é mais desenvolvida e oferece melhores salários que seus vizinhos. Por 5 mil francos, comprei 2 máscaras pequenas da etnia Fang no único quiosque aberto. Segui para o escritório da SETRAG no centro, a companhia gabonesa de trem, já que li que o recomendado é comprar os bilhetes dois dias antes. Infelizmente não se pode mais comprar lá, então tive que pagar mais 2 mil francos pra outro táxi me deixar na própria estação de trem, que fica na cidade vizinha de Owendo. Lá levei mais de uma hora na fila para conseguir comprar os bilhetes para Lopé (15 mil cada trecho na segunda classe). Por que diabos não fazem a venda online? De volta ao centro, fui em busca de um lugar menos caro pra comer, já que os 2 restaurantes recomendados pelo Lonely Planet (La Pelisson e La Dolce Vita) estavam fechados a essa hora. Ao caminhar pela orla ao redor, parei pra tirar foto duma obra de arte que diz muito sobre Libreville, “L’esclave libéré”, pois a capital do Gabão foi fundada para receber os escravos libertos. Esse símbolo deveria ser um ponto turístico, mas não havia ninguém por ali, e só depois da foto eu descobri o porquê. Levei uma bronca de um dos militares que guardava o superfaturado palácio presidencial que fica logo atrás, pois não é permitido fazer qualquer registro, e ponto final! Bem que eu queria argumentar com o guarda, mas com uma arma praticamente apontada pra mim, segui adiante. Contudo, ainda consegui uma foto do seguinte prédio majestoso, da corte constitucional gabonesa. Enfim, decidi almoçar na zona dos hipermercados. Bem próximos do porto (Port Mole), o que explica o fato da maioria dos produtos nas prateleiras serem do exterior, principalmente França, já que Gabão era uma colônia desse país. Fiz um rancho de comida pra 3 dias por 16 mil francos no Géant CKdo, estabelecimento de boa qualidade. Depois voltei para o hotel. Como estava passando os jogos da Copa do Mundo de Futebol no bar, ali me sentei e os vi enquanto tomava uma gelada (1500 francos por 650 ml). Pretendia dar uma caminhada na praia entre as partidas, mas a maré alta, lixo e esgoto me fizeram desistir da ideia. Dia 15 Dei uma averiguada pela manhã no Instituto Francês, onde fica um prédio com biblioteca, exposições, cinema e apresentações, tudo relacionado ao idioma francês. De lá, eu e Massimo, um senhor italiano hospedado no mesmo hotel, dividimos um táxi, pagando 10 mil cada por 4 horas de condução. Pedimos para que nos levasse ao norte da capital, mais precisamente no Arboretum Raponda Walker. É uma floresta de restinga onde há algumas trilhas que podem ser percorridas sem o auxílio de guia, pois estão sinalizadas. Só vimos a vegetação diferente e invertebrados, mas ouvimos um ruído suspeito e depois descobrimos que há chimpanzés por lá! Depois da trilha, a decepção. Continuando para o norte, fomos ao recomendado balneário de Cap Estérias. Fiquem longe de lá! Primeiro porque num posto policial um agente corrupto nos cobrou 3 mil francos. Segundo porque a praia é feia e decadente. Só nos serviu para comer frutos do mar num dos restaurantes (4 a 6 mil o prato) e para saber que os pescadores podem levar turistas à Ilha Corisco pela bagatela de 150 mil francos (cerca de mil reais!) pela canoa, isso fora a propina que terá que ser paga na Embaixada da Guiné Equatorial para conseguir um visto pra lá… Ainda tive tempo de ver um jogo da Copa, antes da atividade seguinte. À noite, assistimos ao espetáculo de dança 007, apresentado por um grupo gabonês no Instituto Francês, por 10 mil francos. Até que foi proveitoso, mas eles não precisavam utilizar crianças que não tinham noção nenhuma de sincronia em metade do show de 2 horas. Antes de cada um retornar a seus devidos quartos, comemos espetinhos de gato quase em frente ao hotel, ao custo de 1500 francos cada um. Dia 16 Apenas fui ao aeroporto sacar mais grana pra poder usar em Lopé, já que lá não há caixas automáticos. Espero que as pessoas de lá sejam mais simpáticas, pois as maleducadas, malhumoradas e estressadas que moram na capital são o oposto dos santomenses. Almocei o resto dos sanduíches que montei da comida comprada no hipermercado. Depois rachei um táxi privado com Massimo (2,5 mil pra cada), que foi comigo à estação de trem. Ao contrário dele, não precisei despachar a bagagem. Para variar o trem atrasou o embarque, então já estava escurecendo quando entramos no trem Omnibus. Nenhum incômodo na estação e até mesmo a segunda classe é bem decente. O problema é que não apagam a luz e os assentos não reclinam, então não dá pra dormir. Dia 17 Na saída, o guia Ghislain, que eu e Massimo havíamos contactado previamente, estava a nossa espera. Dormimos num motel bem caído em frente à estação de trem, por 15 mil francos o quarto com ventilador e 20 com ar, só no Gabão pra pagar tanto por uma espelunca. Almoçamos no restaurante La Main D’Or, onde tivemos um prato de frango com arroz por 2 mil francos, bem mais em conta que na capital. À noite voltamos aqui para comermos peixe, a única opção. Conhecemos em seguida Nico, um espanhol que está atravessando a África de moto e fazendo um documentário. Depois, caminhamos pelo vilarejo até o Hotel Lopé, o mais chique. À beira do belo Rio Ogoué, é um lugar bem bacana. Eis que no seu entorno, onde fica a savana aberta, vimos dois grupos de elefantes! Meio escondidos e silenciosos, se afastaram lentamente quando nos viram. Marchamos para nossa hospedagem da vez, bem no meio dessa vegetação. Para tanto, tivemos que seguir numa rota pouco trilhada já no escuro. Até búfalos nós vimos no caminho. Dormimos no Lopé Lodge Chalet, uma casa só pra gente, aparentemente um lugar bom, mas onde o quarto fedia, havia ratos e nada de torneiras (aparentemente não há encanamento no vilarejo), então o banho foi com um balde de água fria. Dividimos um quarto por 15 mil no total. Dia 18 Ghislain da associação Mikongo Vision veio buscar nós 3 para quase 2 dias de imersão na floresta dentro do Parque Nacional Lopé, com foco no avistamento de gorilas, atividade sempre cara. Barganhamos usando a divulgação em nossos blog/documentário como ferramenta para chegarmos em 115 mil por pessoa. O preço normal seria 214 mil. Uma hora e meia numa estrada de terra comprometida, adentramos a base da Mikongo Vision, com cabanas cercadas por selva a perder de vista. Partimos para a caminhada na floresta fechada com 2 guias. No começo, vimos apenas invertebrados e marcas de elefantes, panteras e antílopes. Mais além, um pequeno grupo de colobos negros pairou no topo de árvores próximas a onde estávamos. Cruzamos um rio, onde me abasteci de água. Pouco depois, vimos o que mais almejamos, gorilas! Surpreendentemente, um macho (pelo claro) e uma fêmea adultos alimentavam-se de um fruto alaranjado (pintabesma) na copa de uma árvore, um dos poucos restantes na estação seca. Mas quando perceberam nossa presença, começou um escândalo que eu nunca havia presenciado. Ruídos amedrontadores, batidas no peito e até mesmo chegaram a jogar coisas em nossa direção. Quando o macho desceu da árvore, nos mandamos de lá antes que fôssemos atacados. De volta ao acampamento umas 4 horas depois do começo, tomei um banho no rio próximo e fiquei admirando outros macacos bochechudos e bigodudos que se alimentavam em árvores próximas a nossas cabanas. Pena que já estava escuro o suficiente pras fotos não ficarem boas. Enfim, jantamos a luz de velas. Prato da noite: frango com arroz. Com a fome que eu tava, devorei rapidamente. De sobremesa, fomos até o Rio, onde caminhamos com a água na altura do joelho para focalizar filhotes de crocodilo. Vimos 3 pelo reflexo de seus olhos na lanterna de cabeça, sendo que o guia capturou um deles para nos mostrar de perto. De bônus, encontramos alguns dos barulhentos sapos. Cada um de nós ficou com um projeto de chalé, dentro das quais foram postas barracas com colchão. Dia 19 Dormi legal, mas acordar 6 e meia pro café da manhã não foi tão interessante. Dessa vez, caminhamos por outra área florestada. Apesar disso, não tivemos sorte de ver mais gorilas. Mas já era o esperado, já que a chance de vê-los é em torno de 50%. O total trilhado foi de 6 h, sendo meia hora de descanso para uma refeição. Nesse tempo, avistamos colobos, pequenas aves, insetos e cogumelos interessantes. Por fim, visitamos uma pequena queda d'água, eu tomei um banho de rio, lanchamos e partimos. Ao chegarmos, tentamos localizar elefantes na savana ao redor do vilarejo usando o drone do Nico, mas os bichos não estavam lá. Do alto de um pequeno morro, apreciamos um pôr do sol belo. A noite foi passando junto com meus últimos momentos com as companhias, até que os trens finalmente chegassem. Dia 20 Nico continuou por mais um dia em Lopé, Massimo pegou o trem para Franceville, enquanto eu pro sentido inverso, Libreville. Com o trem atrasado, a chegada foi por volta das 9 e meia. O único lugar que visitei, fora os lugares para comer, foi o Museu Nacional das Artes e Tradições do Gabão. É um museu pequeno, com dezenas de máscaras, estátuas e instrumentos musicais mostrando os ritos e crenças de algumas das diversas tribos do país. Entrada de 2 mil francos ou 3 com guia. Esperei no Hotel Tropicana até o horário de fazer o check in no terminal separado da Afrijet, mas antes disso troquei francos por euros (cotação bem boa) e dólares (nem tanto) na livraria do outro terminal. Logo mais, retornei a São Tomé. Nessa noite dormi em uma nova hospedagem via Airbnb, a oeste do centro numa área popular. Mais uma vez, consegui uma carona gratuita com um santomense. Dia 21 Dormi bem no quarto. Antes de partir, conversei um bocado com a simpática dona da casa, Maria. Tomei coragem e vesti a camiseta da seleção brasileira de futebol, em pleno dia de jogo. Como esperado, enquanto caminhava pelas ruas as pessoas iam me parando, já que era o único brasileiro ou com a tal camisa nesse dia. Passei por dentro do Mercado Novo, junto aos táxis, onde se vendem produtos dos mais variados tipos, mas principalmente alimentícios, em barracas ou no chão. Depois fui até o restaurante Camões para usar internet. Lá mesmo vi o jogo. Ainda bem que o Brasil ganhou, caso contrário teria que arrumar um jeito de esconder a amarelinha. A seguir, fiz o tour na famosa fábrica de chocolate de Cláudio Corallo, reputado como um dos melhores (e mais caros) do mundo. São 100 dobras de entrada, mas a parte da consumação já compensa esse pequeno investimento. Provei um pedaço de 10 tipos diferentes, além de aprender sobre a história da firma e modo de produção. Retornei à casa e, já à noite, fui ao aeroporto, onde esperei o voo da madrugada para Luanda pela TAAG. Me incomodei com vendedores de artesanato insistentes e funcionários do aeroporto que queriam que eu enviasse bagagem por eles. Vê se pode? Dia 22 Cheguei em Angola ao nascer do sol. Fui o único a entrar no país pelo novo sistema de emissão de vistos online. Só tive que pagar os 120 dólares em papel. Foi preciso usar meus 3 cartões pra sacar dinheiro dos caixas automáticos, pois o máximo que liberam por vez é 25 mil kwanzas. O quanto isso vale em dólares é difícil precisar, pois a cotação muda constantemente e a diferença da oficial dos bancos pro paralelo dos kinguilas (como são chamados os cambistas das ruas) é grande.Estava nesse momento em torno de 200 kwanzas por dólar em um e 350 no outro. Comprei lá mesmo um chip de telefone local, pela primeira vez na vida. Paguei mil kwanzas pelo chip Unitel (mas encontrei por 300 posteriormente), e mais uma milhares para voz e dados. Ao deixar o terminal, a Paula e Pedro estavam chegando para me levar até seu lar anunciado no Airbnb. O preço é bem bom pelas facilidades, limpeza e localização, mas tem o inconveniente de ser no 9° andar de um edifício com os elevadores desativados. Tirei uma soneca logo. Depois, Paulino, um amigo de Pedro, me levou até o bairro Mártires, onde fiz o câmbio. Só que apenas as notas grandes de dólar e euro tiveram uma cotação próxima ao esperado. O lugar é meio assustador, não recomendo nem um pouco ir sozinho. Com a grana na mão, fiquei no hipermercado Kero, um gigante com tudo para se comprar menos barras de cereal. Aqui vasculhei entre as latas velhas à venda para comprar uma bicicleta chinesa por 50 mil kwanzas. Pela porcaria que ela é, não compensou muito, mas é o que tinha à pronta entrega. Pelo menos possui marchas. Fui testar a bendita na espetacular zona da Baía de Luanda, uma área de lazer à beira-mar com diversas atrações, edifícios bonitos e grandes, além de uma ciclovia. Ate mesmo uma competição internacional de crossfit ocorria ali. Bem diferente do que eu veria no resto do país. Tentei achar um lugar pra jantar, mas todos que adentrei eram caros, e a segurança das ruas à noite é bem baixa, então voltei pro apê e comi o que havia comprado no mercado. Antes de dormir, gravei o primeiro vídeo da série “Angola by bike”, a ser lançada em breve. Inscreva-se em meu canal do Youtube para ser notificado no lançamento. Pedalado no dia: 13 km. Dia 23 Pelas 9 e meia comecei a aventura. Pendurei a sacola no guidão e segui para o sul, sempre pelo litoral. O começo foi amedrontador, pois o trânsito nas vias principais que tomei era um tanto pesado, além de haver zonas de favela com pessoas suspeitas. Passada a metrópole, a única incomodação foi o sobe e desce dos morros, bem como um pneu furado logo no primeiro dia. Consegui remendar com o material que eu carregava e com o auxílio de uns angolanos que caminhavam a esmo. O Museu Nacional da Escravatura estava em reforma, apenas uma feira de artesanato operava por lá. Assim, apenas segui o rumo, contemplando a península de Mussulo, o Saco dos Flamingos e o relevo costeiro impressionante que surgiu com baobás, falésias e mar grosso. Destaque para a área erodida do miradouro da lua, atração turística aberta. Mais à frente, recarreguei de água não potável num posto de combustível em Barra Kwanza. Atravessei a ponte do rio de mesmo nome e entrei na província seguinte. A natureza começou a florir, pois até o momento só havia visto aves pequenas, mas ali já havia macacos. Um pouco adiante, planícies de inundação com aves maiores. E finalmente com o sol a se pôr, cheguei à portaria do Parque Nacional Quiçama, quase 82 km depois. O acampamento ao lado do Kissama Lodge, onde há restaurante e de onde começam os safáris, custa 6 mil kwanzas. Felizmente, cheguei tarde demais para ir até lá, já que fica a 35 km de terra da portaria. Por isso, os guardas me deixaram montar minha rede entre 2 baobás pequenos e usar seu balde de água pra um banho, sem pagar nada. O único problema foram os mosquitos incessantes, mesmo ao lado de fora do mosquiteiro da rede. O dia foi super cansativo, além de eu não ter comido quase nada por falta de tempo. Quando eu pensei que iria dormir, tive outro problema. O celular desligou por falta de bateria, e quando o religuei, eis que foi necessário inserir o PIN do chip, caso contrário nada de internet e telefone. Pra variar, eu havia jogado no lixo o cartão com o código, mas como isso foi no apê em Luanda que fiquei, depois de certo trabalho e ajuda de um dos guardas do Quiçama, deu pra resolver. Pedalado no dia: 82 km. Dia 24 Acordei cedo para tentar arranjar carona até o local de início do safári, no alojamento do parque, a 35 km dali. Nenhum turista entrou, mas consegui ir num carrinho que vem diariamente trazer água até ali. A entrada do parque custa 2500 kwanzas. Já o safári, 4000 por pessoa, mesmo que seja uma só, como no meu caso. Num caminhãozinho, partimos eu, o guia e o motora por trilhas de 4x4 na área confinada do parque. O Quiçama foi fundado na década de 50, mas sofreu demais durante a guerra civil angolana, quando ficou largado aos caçadores. Atualmente tem se recuperado, com a reprodução dos animais, quase todos importados. Na savana cheia de baobás e cactos arborescentes (na verdade, Euphorbia), tive sorte de ver quase tudo que havia por ali: girafas, gnus, elandes, olongos, zebras e até uma manada de elefantes à distância, numa área alagada. Duração de 1:30 a 2 horas. Havia encomendado um almoço no parque, pois apesar de caro, eu não havia feito uma refeição sequer desde a chegada na Angola, e não havia outra opção por perto. Ao menos foi um baita prato de corvina, barata e legumes, que me satisfez muito bem. Barganhando, paguei 3500 com uma água, sendo que o preço tabelado é 3800 seco. Como nenhum turista apareceu, combinei de pagar 2 mil kwanzas para o mesmo veículo que me trouxe da portaria me levar de volta. Já era 4 e meia quando peguei a estrada. Novamente muitas subidas, o que me fez pedalar na completa escuridão à chegada em Cabo Ledo. Parei num posto pra comprar algo e adentrei uma estrada de areia, por onde até uma cobra atravessou, para chegar na praia do Carpe Diem Resort Tropical. Só depois que descobri que era uma naja-cuspideira! Havia lido na internet que eles são bem hospitaleiros com “overlanders”, que são os viajantes que atravessam a África por terra. O que não contava é que além do espaço pra armar a rede e o banheiro pra tomar banho, ainda ganharia um jantar maravilhoso na faixa do gerente português Daniel! Ficamos conversando e tomando umas Cucas (cerveja nacional), enquanto assistíamos um jogo da Copa. Pedalado no dia: 39 km. Dia 25 Passei a noite muito bem, finalmente descansando. Meu corpo, porém, estava bastante desgastado. Como o gerente insistiu, decidi relaxar e passar outra noite ali. Nesse tempo, conheci um trio de argentinos e uma dupla de ítalo-ingleses que está a cruzar a África em veículos terrestres motorizados e também repousaram na área do resort. O espaço tem uma estrutura muito bacana, é limpo e estiloso. Em frente fica uma praia para surfistas, com formação de tubos. Já do outro lado, há uma vila de pescadores. Como o preço do almoço estava além do que eu podia pagar, fui com um dos grupos almoçar no vilarejo. O restaurante 120 na Braza é o único aparente nas redondezas. O prato de peixe e complementos saiu por 2500 e levou quase uma hora pra ficar pronto. De volta ao resort, fiz o único exercício do dia, uma caminhada solitária pela praia. Fui afortunado novamente com um jantar grátis, dessa vez espaguete, junto com os colegas argentinos que estão participando da série África 360 do canal OFF. Por fim, Daniel me levou para conhecer o novo hotel e camping que está sendo construído na vizinha Praia dos Surfistas. A vista do alto é espetacular. Acho que esse foi o primeiro dia na África em que eu não suei. Pedalado no dia: 0 km! Dia 26 Me despedi e pedalei até a agência da Macon, aparentemente a melhor empresa de ônibus do país. Há tantos veículos da cia nesse trecho diariamente que nem é preciso comprar antecipadamente. Paguei 2100 kwanzas, joguei minha magrela no compartimento de cargas e subi ao assento confortável e com ar condicionado. Um dos motivos que me fez trocar a pedalada desse trecho foi o que confirmei logo ao deixar Cabo Ledo: a estrada está uma porcaria. São muitos trechos em reparo pelos chineses, onde os veículos são obrigados a seguir por estrada de chão. Nota-se também uma grande quantidade de carcaças de carro nesse caminho. Mais de 3 horas de paisagens semi-áridas e alguns rios, o ônibus desceu um morro pela amarela cidade de Sumbe, capital da província de Kwanza Sul. A primeira vista não me agradou. Achei o barato Hotel Sumbe, onde por 5 mil (+2 pro café) lhe dá direito a uma suíte individual com ar, frigobar e tv. De contra, a água gelada no chuveiro, muitos mosquitos e limpeza inadequada do quarto. Pedalei ao redor da cidade, vendo pouca coisa de interesse. Ao menos a região central é mais desenvolvida que os arredores, ainda que haja muito lixo em certos pontos da praia. Comprei uma porção de comidas no supermercado da rede sulafricana Shoprite, com preços bem justos pela qualidade dele. Com o sol já baixando no horizonte, regressei ao hotel para ingerir esses alimentos, sobretudo uma quentinha de feijoada com legumes por 800 kwanzas, seguido por uma sidra e uma cerveja escura nacional; isso enquanto assistia ao jogo do Brasil na Copa do Mundo. Pedalado no dia: 13 km. Dia 27 Apesar dos mosquitos incomodarem, dormi bem. Com o tempo nublado e temperatura aceitável, subi na bina (gíria angolana pra bike) e pedalei morro acima até o desvio off road pras Grutas de Sassa. Amarrei a bike e desci a trilha a pé. Como o nome indica, é mais de uma cavidade natural, sendo que visitei duas delas. A que fica a leste é mais iluminada, tem uma vista pro Rio Cambongo abaixo e pra outros buracos no morro à frente. Investigava uma amontoada de fezes de morcego, quando mirei a lanterna de cabeça pra cima e vi uma infinidade de morcegos, que com minha luz abandonaram seu refúgio. Foi uma gritaria e revoada sem fim, e o pior é que enquanto fugiam eles me bombarbearam. Deixei essa e fui pra outra gruta um tempo depois. Uma família aparentemente mora do lado de fora, onde o rio passa, mas consegui passar sem ser percebido. Ao chegar na entrada, dessa que é provavelmente a principal caverna, fiquei de queixo caído: nunca vi uma tão alta quanto essa! Adentrei ela admirado. De formações espeleológicas, vi praticamente só estalactites, mas há várias no teto alto. Mas o que me interessou mais foi a fauna troglóbia, especializada em sobrevivência sem luz. Vi diferentes espécies de aranhas, baratas, centopeias, insetos não identificados e, pasmem, até mesmo sapos! Não sei como sobrevivem se não há água dentro. Passei horas fotografando antes de retornar. Já na cidade, apenas dei uma volta rápida na cidade, o suficiente pra me sentir incomodado com a cara que todos fazem ao me ver. Nunca viram um branco numa bicicleta antes? Voltei pro quarto do hotel pra dar uma limpa no meu equipamento e vestuário. Depois de tanto lavar a roupa na pia, a água já sai preta. Pedalado no dia: 29 km. Dia 28 Dia praticamente perdido. Fiz o check-out do hotel às 11, horário que me disseram que haveria ônibus da Macon até Lobito, meu destino seguinte. No entanto, já era 14 horas e nada do convencional aparecer. Com isso, tive que pagar um adicional pra ir no executivo (de 2400 pra 3100 kwanzas). Pode esquecer a consulta online dos horários, pois ela não serve pra nada. A estrada meio remendada passou por grandes extensões no interior sem presença humana, exceto por algumas plantações, Canjala e vilarejos bem rústicos. O sol estava à beira do horizonte quando o ônibus adentrou uma enorme favela árida. Para meu espanto, isso é Lobito. Pedi pro motorista me deixar o mais possível além do terminal da Macon, para eu escapar daquela zona temerosa. Desci ao nível do mar, peguei a bike e pedalei no escuro por alguns km em direção à península turística chamada Restinga. Ali a diferença na qualidade das construções e da infraestrutura é brutal. Pelo asfalto liso, atravessei até a ponta, chegando no Hotel Éden, o mais barato dali (7000 kwanzas o quarto de solteiro com café da manhã). A suíte, assim como a anterior, possui ar, tv e frigobar, mas é mais limpa. Como todas de solteiro estavam ocupadas, fiquei com um cama de casal por mil a mais. Caminhei até uma lanchonete próxima, a Take Away, pra jantar. Um massa com frango custou 2 mil, um preço justo. Foi a primeira refeição do dia. Como quase não havia luzes nas ruas, deixei o passeio pra manhã seguinte, me retirando pro hotel. Mais uma avaria na bike: o guidão se soltou. Me pergunto se alguma parte chegará intacta no final da viagem. Pedalado no dia: 8 km. Dia 29 O pequeno almoço foi suficiente. Pedalei pela Restinga, quase vazia naquela manhã de sábado. Passei por alguns bares e pelo barco Zaire, que o presidente da Angola utilizou para ir ao Congo lutar pela independência do país. Nas lagunas de Lobito, fiquei observando as aves. Vi garças, biguás, pernilongos, andorinhas e muitos pelicanos. Mas o melhor veio por último: flamingos! Ainda é possível encontrar as aves que são o símbolo da cidade, apesar de toda urbanização e poluição em torno dos corpos hídricos. As próximas dezenas de km foram quase uma reta só ao longo da rodovia e ferrovia até Benguela. Cheguei na referida cidade morrendo de fome, então só larguei minhas coisas na Nancy’s Guest House e almocei na Pensão NB logo atrás. Tive um prato delicioso de choco (parente da lula) por 2500 kwanzas e mini-cervejas Cuca por apenas 150 cada. Depois da refeição, dei um giro por Benguela, mais conhecida pela corrente marítima de mesmo nome, que traz águas frias e ricas em nutrientes para cá antes de retornar ao litoral brasileiro. Aqui há algumas obras arquitetônicas interessantes do período colonial, como a Igreja de Nossa Senhora de Pópulo. A cidade foi bastante importante no século 16, como entreposto de escravos. As ruas também são mais limpas e tranquilas que a média angolana, mas isso não impediu um certo número de pedintes de me incomodar. Comprei meu bilhete seguinte de busão, saquei dinheiro num dos caixas automáticos e segui à praia para ver o vermelho sol se pôr no oceano. À noite jantei no mesmo lugar, dessa vez na cia de Gerry, um senhor americano mais viajado que eu que recém havia aparecido na hospedaria. A respeito da Nancy’s Guest House, é tanto uma escola de inglês, gerenciada por uma senhora americana, quanto uma hospedagem de 6 mil kwanzas por quarto com banheiro privativo, ar condicionado e água quente. O ambiente é simpático. Pedalado no dia: 58 km. Dia 30 Pela manhã, eu, Gerry, o costa-riquenho Esteban e o funcionário Ari fomos na picape da Nancy conhecer as praias ao sul de Benguela. Primeira parada no mirante da Caotinha, onde fica uma indústria pesqueira chinesa. Na Baía Azul, enquanto um grupo de crianças jogava capoeira, arte trazida ao Brasil da Angola, tomamos um café no estiloso Rasgado’s Jazz Bar. O diferencial de lá são as pinturas dos grandes músicos do mundo, inclusive brasileiros. A praia quase vazia começou a ter gente enquanto caminhávamos em suas areias verde-amareladas de águas tranquilas, onde fui nadar em seguida. Não consegui ver nada por debaixo dela, nem mesmo os chocos pescados ali. Em seguida, fui até os paredões sedimentares expostos na lateral da praia. Conforme supus, encontrei fósseis por lá, mas muito mais do que poderia esperar! Eram tantas conchas e tubos transformados em rochas que eu poderia passar o dia inteiro escavando, caso tivesse as ferramentas necessárias. Ainda passamos de carro pela Baía Farta, uma mistura arenosa de construções novas vazias e lixo espalhado ao redor. Já estava quase saturado de sol quando voltamos a Benguela, atravessando as paisagens semi-desérticas, mas parando antes no complexo formado pelo Kero e Shoprite para comprarmos comida. Fiquem atentos na hora de pagar, pois o valor de mais de um produto estava mais caro que o anunciado. Já havia passado das 3 da tarde, então não havia tempo hábil para fazer outra coisa senão assistir os jogos da Copa. O primeiro do dia vimos numa praça central onde um telão foi colocado. Já o seguinte, foi no quarto do hotel mesmo. Pedalado no dia: 0 km! Dia 31 Com um pouco de atraso, tomei o ônibus até Lubango (5100 kwanzas), na serra angolana. O motorista sem noção botou música ruim no último volume e o ar condicionado no quente, então foi difícil relaxar na longa viagem. Se não levasse 4 dias de bicicleta, eu desembarcaria agora mesmo. Ainda bem que depois da primeira parada as questões foram resolvidas. As paisagens dessa viagem já apresentaram porte e densidade maior da vegetação que no litoral seco, conforme a altitude ia subindo. Às 15 h, horário em que o Brasil estava entrando em campo, o ônibus finalmente chegou na capital da província de Huíla, aos 1800 m acima do nível do mar. Corri pro quarto do hotel Amigo onde o assisti. O quarto mais barato é de 8500 kwanzas com café da manhã, água quente, ar condicionado e frigobar. Fiquei ainda com uma vista bacana do morro que contém a estátua do Cristo Rei (uma cópia do Cristo Redentor) e o letreiro da cidade (uma cópia de Hollywood). No intervalo entre os jogos eu caminhei no entorno, comprei uns sandes (sanduíches) de chouriço e jantei frango no restaurante do hotel (2700 kwanzas). Por um acaso conheci um dos responsáveis pelo hotel nesse momento, que me pagou uma N’gola, cerveja produzida aqui mesmo em Lubango. Pedalado no dia: 4 km! Dia 32 Foi preciso vontade pra sair da cama aconchegante no friozinho matinal. Mais vontade ainda se considerar o café da manhã insuficiente. Na bike, fui em direção à Fenda da Tundavala, só que na busca de um atalho eu peguei uma estrada de chão em reparos. A cada caminhão que passava ao lado, eu perdia um dia de vida por inalar tanta poeira. Sempre subindo, cheguei ao asfalto na altura da fábrica da N’gola. Mais além, uma vista do reservatório que fornece água à cidade. Ali mesmo, o piso mudou novamente, para calçamento. Um pouco adiante, passei o restaurante e o camping que ficam na cachoeira da Tundavala, uma queda de médio porte. Finalmente, 2 horas de pedalada subindo mais de 500 metros, cheguei à parte plana de rochas dispersas e vegetação rasteira que levam a uma das 7 maravilhas naturais da Angola. A Fenda da Tundavala, a 2250 metros de altitude, é uma falésia que divide o planalto central do país com a província de Namibe bem abaixo. A entrada é gratuita e há alguns mirantes por lá, mas nada a mais de estrutura. Comi meu sanduba de chouriço enquanto admirava a beleza singular deste local. A geologia e flora são diferentes do que eu já havia visto na Angola. Depois de muitas fotos eu desci facilmente. Isso até a parada no Shoprite para comprar comida. Quando saí de lá, notei que o pneu traseiro estava meio murcho. Logo percebi que ele havia furado novamente! Tive que empurrar a bicicleta pelos quilômetros restantes até o hotel… Além disso, acabei me queimando no sol e machuquei um pouco o traseiro, pois a bermuda de ciclismo não estava com o ajuste correto. A solução foi pedalar com a bermuda de praia e sem cueca por baixo. A baixa umidade do ar também já está fazendo efeito em minha pele, e não deve melhorar até eu pegar os voos de volta. Jantei (refeição de supermercado = refeição de restaurante / 2) e fiquei vendo TV até a hora de dormir, já que o sinal da Unitel não pegava aqui de jeito nenhum. Pedalado no dia: 45 km. Dia 33 Comi, remendei o pneu e fui conhecer o Museu Regional da Huíla. De entrada grátis, conta com salas temáticas e centenas de peças sobre a etnografia dos povos do sul do país. Continuando, subi o morro mais inclinado que encontrei até o mirante da cidade. Eis que enquanto procurava um lugar pra encostar a bicicleta, passei com o pneu sobre um galho com espinho, puts! Tive que descer tudo de novo até uma borracharia no meio da rua onde enchi meu pneu anteriormente, já que só com a bomba de mão não tava dando conta. Mas como há males que vêm para o bem, descobri o porquê: havia não somente um furo novo, mas 3! A câmara com 4 remendos ficou uma coisa horrenda, mas pelo menos funcionou. E os rapazes que deram um jeito não queriam nem cobrar pelo serviço, dá pra acreditar? E depois ainda tem gente que diz que não dá pra confiar no povo angolano… Aproveitei as ferramentas pra apertar o guidão e o freio, e bora empurrar a bike pra cima de novo. Um tempo depois, cheguei numa reta, no eucaliptal próximo à cidadezinha de Humpata. Ali descansei e bati um rango. Em sequência, comecei a mais descer que subir, enquanto passava por campos e cultivos. Quase no final da tarde, deixei a rodovia e cheguei na hospedaria e restaurante Miradouro da Leba, onde dormi no quarto mais básico até agora (só cama, luz à noite, chuveiro frio compartilhado) por 6 mil kwanzas com café. Antes disso, jantei churrasco, que na Angola é de galinha. Um pratão com batata e uma salada caprichada, graças ao dono do local, saiu por 2750. Mas antes de antes disso, tive nada menos que uma das mais belas vistas que já presenciei na vida toda. A hospedaria fica no melhor ponto de vista da Serra da Leba, uma Serra do Rio do Rastro melhorada. São falésias altíssimas, cachoeiras, terras verdes à distância, além da impressionante estrada em ziguezague. Ao pôr do sol o cenário ficou mais bonito ainda. Sob um céu estrelado, dormi satisfeito. Pedalado no dia: 47 km. Dia 34 Acordei cedo, tomei o mata-bicho (café da manhã) e, antes de partir, consegui vender a bike por 15 mil kwanzas, sendo que eu entregaria ela em Namibe. A descida na serra foi incrível. Asfalto liso, paisagem cênica e poucos veículos. Cheguei a 74 km/h e avancei rápido. No meio da descida, vi ainda um desajeitado camaleão verde no meio da pista. Reencontrei o jipe do grupo de gringos que eu havia visto dois dias antes, e eles me deram um bocado de água. Um pouco depois terminou a descida e iniciou uma subida leve. Com o calor do sol e tempo bem seco, vide os rios só com areia que passei, parei um pouco pra comer e descansar. Já estava quase na metade, quando o mal de sempre me afligiu: pneu furado! Dessa vez eu desisti, pois ao checar a câmara, constatei que havia várias fissuras nela, então teria que trocar por outra, o que não valeria o custo e tempo. Precisei esperar várias horas no lar de um nativo da etnia mucubal, que me cedeu um lugar. No fim da tarde, consegui uma carona pra mim e pra bike com João, um rapaz que conheci em Lubango e que me reconheceu na beira da estrada. Seguimos pelo deserto ao anoitecer. Fiquei na hospedagem 2 estrelas Pensão Nelsal, entreguei a bicicleta e me retirei. Dormi sobre molas num quarto duplo com banheiro compartilhado, ar, TV, água quente e frigobar. O normal seria 8500, mas eu chorei por um desconto de mil, já que meu dinheiro estava chegando ao final, assim como a pedalada, que infelizmente terminou antes do previsto. Aqui descobri porque os hotéis geralmente só possuem 3 canais simultâneos de TV: para economizar, apenas na recepção fica um decodificador para mudar entre as várias dezenas de canais assinados. Pedalado no dia: 61 km. Total: 400 km. Dia 35 Até que o café da manhã tava prestável. Depois dele me pus a caminhar ao redor de toda a região central. Namibe, agora chamada de Moçâmedes, que era seu nome na época da fundação, é agradável. As ruas são mais limpas, tranquilas e os edifícios bonitos, na comparação com os demais municípios angolanos. Há várias construções em arquitetura colonial preservados e coloridos como a estação ferroviária, ainda operante, e os prédios governamentais. Destaque também para a quantidade de policiais à vista. Mesmo para padrões angolanos é excessivo, o que me deixou intimidado para fotografar os prédios. Em relação à praia urbana, não é tão bonita e tem um bocadinho de lixo disperso. Há alguns quiosques e um parque de campismo bem caído, onde quase acabei indo dormir, por ter um custo menor (2 mil). Sobre a comida, nos restaurantes em média refeições custam entre 2 e 3 mil kwanzas. Como minha grana estava quase esgotada, optei por comprar uns salgados de peixe na rua (150 kwanzas) e marmitas de feijoada e macarronada no supermercado Shoprite (cerca de 600 cada). Há também um mercado público com vegetais à venda. O único museu (Museu Provincial do Namibe) está reabrindo, mas ainda possui apenas duas salas de artefatos e textos. Ao menos é gratuito. Numa das salas do mesmo prédio, encontrei souvenires para comprar, principalmente máscaras e estátuas, a partir de 500 pilas. Com boa parte da cidade mapeada, fui assistir os jogos da Copa. Dia 36 Já na manhã, liguei para meu chapa João, o que me deu carona no dia anterior, para irmos ao oásis da Lagoa dos Arcos. Paguei o combustível (2500 nas minhas contas) e fomos na picape 4x4 dele. A rodovia que corta o deserto está como nova, já que não chove por ali. Há umas feições interessantes no terreno, não apenas areia, nessa parte que está parcialmente protegida pela Reserva do Namibe. Sobre plantas, há grupos de herbáceas verdes e isolados arbustos ou árvores. Mas o mais impressionante são as Welwitschia mirabilis. Gimnosperma que existe exclusivamente neste deserto, o que cresce nessa planta são suas 2 únicas folhas e não o caule. Pode chegar até um milênio de vida. Na hora de deixar o asfalto, pegamos o caminho errado algumas vezes, pois as indicações e as estradas pela areia não são claras. Na primeira tentativa fomos parar num povoado no meio da areia, e na segunda num cultivo, ambos ao redor do oásis que ali fica. Precisamos pagar para entrar, pois há um bando que cuida da lagoa. O valor é negociável; No nosso caso, 500 por cabeça. Protegida por uma cadeia rochosa, no centro há uma lagoa que permite a vida ao redor: Passarinhos, patos e invertebrados, bem como plantas menores e até árvores como palmeiras. A atração que dá nome ao lugar é um conjunto de arcos nas rochas, cercado pelas águas. Vi até mesmo conchas fósseis infiltradas no relevo sedimentar. Um aracnídeo que estudei na biologia mas vi ali pela primeira vez na vida foi a diminuta aranha-camelo (Solifugae), que não é bem uma aranha. Retornamos, me despedi do moço e passei o resto do dia sem fazer muito. Dia 37 Antes do horário do check-out, caminhei na praia urbana, passando pelos naufrágios. O primeiro é composto apenas de umas máquinas aterradas, mas o segundo, do navio Independência de Cabo Verde, está com o exterior quase intacto. Achei que iria almoçar lagosta por 2 mil, mas o restaurante Django Mbazo não conseguiu uma pra cozinhar. Dessa forma, fui até o restaurante Ponto de Encontro, à beira da praia, para comer outro prato do mar: amêijoas (700 kwanzas) e caranguejo (600). Com o pãozinho extra, deu pra forrar o estômago gastando pouco. Com o resto do dinheiro, peguei uma moto até o Shoprite, onde comprei comida pras conexões intermináveis, e segui ao aeroporto (apenas 300 kwanzas de moto-táxi) que fica cercado pelo deserto. Na hora do check-in me incomodei, pois os funcionários insistiram que era proibido levar comida a bordo, restrição que não faz sentido e não está descrita para os passageiros em lugar algum! Pedi diversas vezes que me mostrassem onde constava essa proibição, mas no final acabei cedendo e despachei a sacola com as comidas e o resto. O primeiro vôo foi até Luanda. Ao chegar lá, me deparei com uma situação que não esperava: o terminal doméstico fica a certa distância do internacional, e é preciso ir pela rua até lá. Ainda bem que não era noite naquela hora. Esperei umas horas para o voo seguinte, até São Tomé. Dia 38 Algumas horas depois, na madrugada, retornei a Luanda. Por mais incoerente que isso possa parecer, foi mais barato comprar um voo à parte do que alterar o anterior, por isso tive que voltar pra capital angolana. Lá, tirei um cochilo no banco e depois passei o dia todo à espera do voo para o Brasil. Passei um pouco de fome, pois não tinha mais um centavo e meus cartões não foram aceitos. Na virada do dia o voo atrasado decolou, chegando na manhã seguinte. Eis o fim da proveitosa viagem! Curtiram as fotos? Então não deixem de conferir minha conta no Instagram, onde assim como em meu blog eu demonstro um pouco sobre cada um dos 92 países e territórios em que já estive, e o que mais vier. Até a próxima!
  13. Oi, pessoal. Gostaria de compartilhar o relato da cicloviagem que eu e meu irmão fizemos no norte da Argentina no fim do ano passado. Foi um cicloviagem pela província de Salta, passando por Cafayate, Ruta 40, Valles Calchaquíes, Reta de Tintin, Parque Nacional Los Cardones, Piedra del Molino, Cuesta del Obispo e Quebrada de Escoipe. Lugares realmente sensacionais. Algumas das fotos estão aqui no Google Photos: https://photos.app.goo.gl/2R9tt05cmMftjKkp2 As dicas estão todas aqui: https://eueamagrela.wordpress.com/2018/01/05/pedalando-pelas-quebradas-e-vales-de-salta/ Vale muito a pena para quem quiser conhecer um lugar muito diferente do que estamos acostumados.
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