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A viagem da minha vida : 5 meses em Bolívia, Peru, Chile, Argentina e Brasil.


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As mochileiras, o avion pirata, meu preconceito contra israelenses e os riscos para se chegar em Sucre

Em toda minha viagem desliguei os dados moveis do celular. Só usava internet onde tinha Wi fi. Imagino que seja uma prática comum a todos aqui. Mas caso você seja muito dependente de internet (como eu me vejo as vezes), uma viagem como essa é um bom modo de te fazer desapegar um pouco.

A noite tive um banho quente que foi um dos melhores da minha vida. Meu vizinho de quarto no hotel roncava muito. Talvez fosse alguém exausto como eu. Após avisar a todos que estava pelo celular, dormi horrores. Mas coloquei o celular para despertar relativamente cedo. Não era interessante ficar dormindo o dia todo.

Tomei café da manha no hotel.
Nota importante sobre viajar fora: aqui no Brasil estamos muito acostumados a café da manhã incluso em hotéis e hosteis. Em alguns países isso pode variar bastante. Em geral, na América do sul, não pagamos pelo café. Mas isso pode variar, inclusive de lugar para lugar. Importante checar sempre.

Já tinha visto por depoimentos nesse site que em Santa Cruz uma das poucas coisas para se fazer, além da praça 24 de Septiembre, era ver o avion pirata. Resolvi sair para procurar. Arrumei minha mochila, que na época ainda não era uma prática tão rápida, e fiz o check out. Para achar o avion, fui perguntando para as pessoas na rua. Já no início da minha pernada, uma surpresa. Avistei as duas mochileiras da rodoviária de campo grande e da fronteira. Não pensei duas vezes e fui do outro lado, falei com elas com meu portunhol nível iniciante.

As garotas eram francesas. Estavam viajando a américa do sul. Ficaram 3 meses no Brasil e agora iam conhecer o resto do nosso continente. Falei para elas do avion, toparam ir comigo procurar. Eram a Marion e a Marjorie. Ambas cuidaram de idosos na França para juntar dinheiro e realizar essa viagem. Achei interessante a ideia. Talvez inviável por aqui.

Almoçamos, conversamos bastante, hora em inglês, hora em portunhol, sobre a situação política na França e coisas do tipo. Em seguida, achamos o avion. Era uma coisa meio estranha na verdade. Como mostrado na foto abaixo:

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Um avião que ficou grudado no meio da praça. Nenhuma placa, nenhuma explicação nem nada.
Notas sobre a Bolívia: ainda que faça quase 4 anos do início da minha viagem, quero ter muito cuidado ao fazer críticas aos países que fui. Mas ao mesmo tempo, entendo que fazem parte da minha experiência. Dito isso, preciso dizer que a Bolívia não sabe explorar turismo de forma alguma. Que existisse um motivo explicado para aquele avião estar ali, que colocassem uma placa, nos fizéssemos pagar uma moeda para visualizar o interior do avião ou algo do tipo. Turista é bicho burro e adora deixar dinheiro para conhecer as coisas. Afinal de contas, viajamos para isso. Basta organizar melhor e arrecadar mais.

Pós decepção, voltamos a praça e tomamos um café lá por perto. E a partir dai tomamos rumos diferentes. Eu ia para Sucre, me hospedar na casa do Allan (um Brasileiro que estudava medicina na Bolívia). As meninas iam para o Uyuni. Se não me engano, estávamos em rodoviárias diferentes, por isso me despedi delas perto do meu hotel.

20150514_162857.thumb.jpg.c193390fc93874e028701ef9f091164c.jpgMochileiras francesas e eu
 

Ainda chequei com a recepcionista um fator curioso. Passagem de avião de Santa Cruz para Sucre era cerca de 400 ou 500 Bolivianos (ou Bs). Isso dá cerca de 200 a 250 reais, fazendo a conversão de 2 para 1. A viagem durava 30 minutos. A viagem de ônibus me custou 110 bs. Mas ali o problema era a quantidade de horas...12 horas no minimo!

Notas sobre dinheiro: tenham sempre uma forma rápida e aproximada de fazerem as conversões para saberem o quanto estão gastando. Ou não convertam, se divirtam e deixem o seu bolso sangrar.

Tomei um taxi, fui até a Rodoviária. 
Notas sobre Rodoviárias: esses tempos, em uma outra viagem que não um mochilão, tive oportunidade de ficar 3 meses em Genebra, na Suiça. A rodoviária de Genebra parecia um shopping de tão bonita e estruturada. Já a de Santa Cruz era cheia de pedintes, sujeira e pobreza. Acredito que a rodoviária de um país é um retrato fidedigno do povo ali. Amigos viajantes, pensem nisso.

Como foi dito, muita desorganização na rodoviária. O que me animou eram os mochileiros. Minha meta era conseguir um ônibus com Wifi igual da outra vez. Infelizmente para Sucre aquele serviço não era possível. Lembro de alguém comentar que os ônibus ali não eram muito bem cuidados porque era uma estrada difícil. Então não era um bom negocio colocar um ônibus bom na região porque ele ia quebrar de todo jeito.

Me prometeram 12 horas de viagem até Sucre. Não acreditei, mas paguei. E porque paguei se não levava fé no serviço? Faz parte de uma espécie de descrença e desapego que a gente desenvolve ao viajar para alguns lugares. Entendam: fortes desigualdades sociais levam a necessidade de dinheiro a todo custo. A necessidade de vender leva a mentira, para convencer o cliente. Só é errado quando vidas estão em jogo. Como disse em relatos anteriores, na Bolívia vi as piores facetas do capitalismo. Não é a toa que era uma cia boliviana responsável pelo maior desastre aéreo com o avião da Chapecoense.

Resolvi encarar essa aventura sem sentido para o Sucre. Podemos até romantizar a viagem. Dizer que foi pela aventura. E foi! Podemos dizer que era muito louco. E que só vivemos uma vez na vida. Esses motivos me levaram a ir. Mas após aquela tragédia de avião mencionada no paragrafo anterior, me questiono em relação aos riscos que nos colocamos. E se vale a pena. E se internamente foi feito algo para melhorar aspectos ligados a segurança após a tragédia da Chapecoense e nesses anos. São reflexões extremamente sinceras e que acho oportuno a partilha. Gostaria de deixar claro que mesmo com ciência dos riscos e refletindo bastante sobre isso, tomaria aquele ônibus de novo se tivesse chance. Afinal só se vive uma vez na vida. E eu ainda não tenho filhos ou parceira que me façam pensar o contrário.

Os mochileiros nessa rodoviária andavam em grupos. E para minha surpresa, pareciam muito fechados. Havia uma garota sozinha. Ela era Belga. Achei em uns registros antigos (tentei fazer um diário de viagem, mas depois abandonei a ideia), seu nome era Luiza. Ela morava no Equador durante um tempo. Luiza parecia ser mais inteligente que os outros mochileiros ali. Ela reclamou da falta de educação de uns mochileiros israelenses que colocavam suas bagagens no bagageiro por conta própria, sem avisar a nenhum funcionário da cia de ônibus nem nada. Parei para observar alguns grupos de mochileiros no ônibus. Muitos eram de Israel.

Infelizmente não sentei junto da Luiza. Tínhamos lugar marcados em diferentes lugares. No inicio da viagem o ônibus fez uma parada. Um policial entrou no ônibus e pediu para ver o documento de todos ali. Eu fui o primeiro estrangeiro que ele viu o documento. Mostrei meu passaporte. E ele disse: “abajo”. Me gelou a espinha. Um dos meus principais medos era de sofrer extorsão por parte dos policiais. Abaixo tento reproduzir o diálogo com o policial:

-No compreendo.
-downstairs
-No te compreendo
-You neeed to go down
- No compreendo...
(policial foi ver outra pessoa)

A cada estrangeiro que ele olhava documento, mandava pra baixo. Quando vi que Luiza se levantou, fiquei perto dela. Minha logica foi simples. Em caso de abusos machistas, eu tento protege-la. Em caso de extorsão, tentamos nos proteger juntos. Ainda que fossemos a parte fraca nessa cadeia alimentar chamada capitalismo selvagem ou suposto abuso de poder policial, entendo que juntos estávamos mais amparados que sozinhos. Percebi alguns israelenses com um certo medo também.

Fomos os primeiros a descer. Nos mandaram para uma cabana onde outro policial olhou nossos documentos. O cara simplesmente queria fazer o trabalho dele. Brincou comigo por eu ser brasileiro. "Brasil! O país mais bonito do mundo". Não sei porque os Bolivianos adoravam repetir isso. E olha que de beleza natural eles entendem. Bolívia tem paisagens fantásticas.

Sobre os policiais que foram ver nossos documentos, eu acredito que as vezes nos armamos a toa... mas nunca podemos prever o que pode nos acontecer. A vida tem dessas situações. Após ver os documentos, seguimos viagem.

O ônibus fez outra parada para jantarmos. Sentei com Luiza para comer um ensopado de frango que era de terrível sabor pra mim (me considero fresco com comida as vezes).

Ao passar por um grupo de mochileiros Israelenses, um garoto brincava com um isqueiro. Por acidente ele acendeu bem perto da minha cara. Não houve nenhum pedido de desculpas por parte dele.

Notas sobre meu mochilão: é possível desenvolver preconceito contra uma nação inteira por conta de atitudes individuais, embora de mau caráter, de grupos de pessoas? Sim! Carrego comigo antipatia pelos Israelenses até hoje pela péssima impressão passada até hoje. Ao longo do meu relato, provavelmente falarei mais disso.

Em meio a viagem outra agitação. Após catarmos um buraco grande alguns passageiros anunciaram que um pneu havia furado. O motorista parou o ônibus. Haviam uns 3 funcionários no ônibus. Eles iniciaram a troca de pneus. Desci do ônibus. Quando me deparei estávamos a noite, em meio ao deserto, subindo uma montanha em zig zag. Olhei para baixo e vi outro ônibus passando. Em cima também. Mas esses ônibus demoraram para cruzar conosco.  O Brasil e a Bolívia tem algo em comum: não são para amadores. Assim como eu, alguns passageiros saíram do ônibus para ver a troca de pneus. Tentei conversar com um deles. O menino era sisudo. Adivinha da onde era? Obvio, daquele simpático país chamado Israel. Tirei uma foto aleatória do escuro. Com mais calma pude ver que era um cacto.

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Tretas internacionais a parte, após 16 horas de viagem cheguei em Sucre. Me despedi da Luiza na rodoviária. De lá ia para casa do Allan. Falarei mais sobre como conheci o Allan e sobre Sucre em meu próximo post.

Por hoje, fico por aqui,

 

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Essa é a parte detrás do ônibus onde ficava o pneu reserva. Ainda bem que tinha pneu reserva. Nome da empresa: El mexicano. Recomendo fazer o testamento antes de embarcar. E sinceramente não creio que existam empresas melhores.

 

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Incrível, como conheci antes a Bolívia, por uma agencia (por isso vou voltar, estilo mochilão), gostei da viagem de Santa Cruz a Sucre, fui me divertindo do início ao fim, acredito que mais de 9 horas de estrada, pois ainda paramos para uma "revista" policial. Por sorte, o grupo que íamos, eram a maioria de brasileiros e bolivianos, os "chatos" eram nos nortes americanos, ôh pessoal chato pra caramba, querem sempre ser os primeiros a serem atendidos e querem passar na frente. (Só que não vi isso dentro dos EUA, lá o pessoal é bem educado, acho que são mal educados, quando estão em outros países, não posso generalizar). 

Agora você tem razão, a rodoviária é igual a de Manaus, um lixo. E a falta de informações é um absurdo. Não vi esse avião, porém agora em maio, irei procurar até encontrar.

Continue seu relato. Pois irei passar uns meses, quando me aposentar, saindo da Colômbia até o Fim do Mundo.

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A estadia em Sucre, os primeiros efeitos da altitude e a participação na cirurgia.

Antes de contar de Sucre em si, preciso contar de como conheci o Allan. Mas para falar do Allan, preciso comentar como consegui minha mochila:
Assim como todo mochileiro, precisava ver uma boa mochila para viajar. Tinha olhado algumas na internet, dicas no site e tudo mais. Eu decidi que ia chorar por todos descontos possíveis e impossíveis, mas que precisaria ver a mochila antes de comprar. Existem algumas atitudes minhas que podem ser vistas como teimosia, mas que fazem sentido para que eu fique bem comigo mesmo. Pesquisei lojas de camping, e achei uma interessante em aqui em Brasília.


Quando cheguei na loja, tinham dois vendedores. O dono de fato mostrando uma arma para um cara que era promotor de justiça (pesquei a conversa deles). E outro que me mostrou a mochila. Pude perceber que aquela loja era para poucos e bons clientes. O outro vendedor foi me mostrando a mochila e falando dos descontos possíveis e coisa e tal. Em algum momento percebi que o nobríssimo excelentíssimo promotor de justiça (me desculpem, não sei ao certo como chamar essa galera importante) olhou para mochila, pescou minha conversa e interagiu comigo. Ele achou a mochila interessante.

Gente, se uma autoridade pública e pessoa importante, aprova a mochila minha mochila, sabe o que isso quer dizer? Nada. Pedi um tempo para pensar se comprava ou não. Não queria decidir na emoção.
No dia seguinte voltei a loja, disposto a comprar. Chegando na loja, a mesma dinâmica do outro dia. Um cara olhando armas, parecendo muito amigo do dono da loja. Interação entre os lojistas e clientes. Clientes trocando ideia. Logo eu que detesto armas.

Dessa fez o cliente se chamava Terra. Acredito que era o último nome dele. Ele competia tiro profissionalmente. Perguntou para onde eu ia. Comentei da Bolívia e Peru e do meu medo da fronteira da Bolívia. Então o cara começou a listar algumas pessoas que tinham passado por essa fronteira. Me deu telefone de dois. E ai ele se lembrou do Stuart. O Stuart era um amigo dele que tinha um primo que estudava Medicina na Bolívia. O Allan. Ele ligou pro Stuart na minha frente e anunciou que eu ia ligar pra ele buscando o telefone do Allan. Alguns dias depois, eu fiz.

Allan se mostrou receptivo em me ajudar. Me deu algumas dicas importante em relação a altitude, a levar dólar e ao câmbio aceitável. Ele também terceirizou as dicas de turistas para outros amigos dele.
Passando os dias, fico mais amigo do Allan. Perguntava coisas sobre a vivencia na cidade. Ele mostrava fotos de cirurgia que ele fazia na medicina e coisa e tal. Como enfermeiro, aquilo ali não era novidade pra mim. Embora esteja longe de ser minha área.
Um dia rolou o convite de eu me hospedar na casa dele durante a viagem. Inclui Sucre em meu roteiro.

Chegando a cidade, primeira coisa que fui buscar era a casa do Allan, obviamente.
Notas sobre Sucre: Os taxis tem uma logística estranha. Eles carregam duas, três pessoas desconhecidas e levam elas até o seu destino se for caminho. Isso acontece em poucas cidades que eu passei. Sucre foi uma delas, além de Iquique (no Chile).

Na Rodoviária, quando entrou outra pessoa comigo no carro, fiquei assustado e sai. O motorista me xingou. Peguei outro taxi, outro estranho entrou. Ok, passou o choque cultural e eu pude entender que era uma pratica comum lá.

A mulher do Allan (Leticia) me recepcionou. Ela fez um sanduiche pra mim. Pessoas fofas. Assim como ele, era brasileira e estudava medicina. Os dois tinham uma filha. A Lana tinha 3 anos de pura ternura. Não tardou para o Allan chegar. Fui cumprimenta-lo, conversamos um pouco sobre a vida lá e a paixão dele por cirurgias. De repente senti uma tontura forte. Eu já sabia o que tinha que fazer. Mas tinha vergonha pacas, porque mal o conhecia. Ele me viu branco e já me deitou na cama dele (eu todo sujo de viagem). Colocou meus pés para cima. Me deu a bomba de sabutamol da filha para eu respirar. Após o susto, fui descansar um pouco. Tentei não sentir vergonha. Quem é que não passa mal com altitude?!

Pós almoço, mais descanso. A noite, quando acordei, soube pela Letícia que o Allan estava fazendo uma cirurgia. Estávamos conversando e ele ligou perguntando se queria topávamos ver. Eu era visita, estava descansado, topava tudo. A Leticia convenceu a babá a ficar mais duas horas com a Lana.
Fomos ao hospital, colocamos a roupa cirúrgica. A Letícia foi colocada para participar da cirurgia. O Allan conheci todos os outros médicos, era bem relacionado. Passado a cirurgia (implante de marcapasso), sucesso. Foto com toda equipe. Eu perdi essa foto. Não briguem comigo! rs
Fui com O Allan conhecer um bar de um amigo perto da casa dele enquanto a Leticia esquentava a comida.

Novamente o Allan parecia conhecer todos no Bar. O Jelson era o dono. Ele tinha um amigo que fazia passeios turísticos para o Salar de Uyuni. O Ouscar. Antes de viajar, já havia trocado mensagens com o Jelson, tentando o contato do Ouscar. Allan articulou isso. O Bar era frequentado por muitos estrangeiros, já que o Jelson fazia parte de grupos de Counting surf. Um estilo de comércio promissor, eu acho. O Allan me falou de um casal hippie que estava parado com a kombi na frente do bar. O casal Hippie argentino que dormia na kombi, fazia pulseiras e camisas para ganhar dinheiro. A meta deles era chegar ao México.

Passada experiência antropológica, voltamos para casa, comemos com a Leticia e fomos dormir. Eu, bem satisfeito com a estadia e o primeiro dia de aventuras.

Hoje meu depoimento é mais curto. O importante é fazer da escrita um hábito.
Obrigado a todos.

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  • 2 semanas depois...
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Sucre: os museus, as zebras e o parque cretácico. Memórias de um turista.

Novamente gostaria de pedir desculpas pelo tempo sem postar. Muitas das minhas memórias estão salvas no meu caderninho. Como em algum momento parei de anotar, tenho medo disso prejudicar a qualidade do meu relato futuramente. Problemas futuros. Rs

A data era 16/05/2015. Tinha cruzado a fronteira dia 13.
Seguindo as orientações do Allan, fui ao centro da cidade ver museus e outros monumentos. Antes disso, passei em um parque que tinha uma mini torre Eiffel, vista abaixo. Ironicamente, duas outras francesas nesse parque. Dessa vez não tão simpáticos. Tudo bem que eu sou uma pessoa estranha as abordando na rua, em um país desconhecido, pedindo para falar inglês e tratando chamando França de Paris. Mas sob uma perspectiva individual e nada construtivista/reflexiva, acredito que não faça sentido esse comportamento tão negativo por parte delas. Vivendo e aprendendo, errando e se fudendo. Com o perdão do termo.

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Torre Eiffel de Sucre. Mais acessível que a original.

Já na praça central da cidade, sozinho, percebi que muita coisa ali estava fechada. Uma das exceções foi a Casa da Liberdade. Esse é um museu contando um pouco da história da Bolívia e a influência de Simão Bolívar e Antônio Sucre em seu processo de independência. Também mostrava a bandeira dos povos andinos da Bolívia, que é totalmente colorida. A Whipala.
Bom, sobre essa bandeira não falarei muito para não correr risco de dizer besteira. Mas para os curiosos de plantão, peguei um link que considerei interessante:

http://desacato.info/conheca-o-significado-das-cores-da-wiphala-a-bandeira-da-unidade-dos-povos-andinos/

Observe que a bandeira tem a cor branca, diferente da LGBT.
Acho que esse museu me fez pensar muito em como muitas vezes menosprezamos na nossa cultura sul americana. Mas esse tipo de reflexão, acredito que é muito pessoalizada. Afinal, viajar proporciona diferentes experiências para cada pessoa e naturalmente diferentes reflexões.
Mas só uma coisa bizarra que notei comparando minha experiência na Bolívia com a de ter ido para França. Na Bolívia, o turista não quer se misturar com o povo nativo. Na França, é o povo nativo que não quer se misturar com o turista. Não quero ser injusto, acho que cada experiência individual é diferente. Mas é interessante pensar em como esses comportamentos sociais são moldados. E como eles variam de país para país. Ou de diferentes cidades e regiões..
Gastei todo meu dia no museu. E nessas reflexões.
A praça central era cheia de pombos. Não muito diferente da minha cidade.
Em alguma parte do meu caminho vi pessoas fantasiadas de Zebras, sendo hiper simpáticas, interagindo com pessoas na rua. Essas zebras faziam parte de uma campanha de transito para conscientizar motoristas a dirigirem melhor. No final do post, uma sequência de fotos.

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Praça central cujo nome não me lembro. Muitos pombos. Fácil de achar.

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Amiga zebra e eu.

No domingo, fui ao Parque Cretácico. Sim, a Bolívia tem um sitio arqueológico aonde foram descobertas pegadas de dinossauros na América do Sul. Acredito que para quem vá a Sucre, vale a pena. Do conteúdo do parque, também não vou falar muito. Deixo para quem for.
Acredito que tenha sido o primeiro lugar que visitei com um empenho maior e preparo para turistas. O que me deixa triste é saber que se tratava de uma empresa privada, e não de algo realizado pelo estado..


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Apenas uma lembrança do parque cretácico.

Voltando a casa do Allan, acabei parando com sua família na casa de outro Brasileiro que morava na Bolívia, amigo deles. Confraternização gostosa em meio a cachaças. Outra coisa que esqueci de mencionar. Toda noite ia ao Bar do Jelson de novo. Pude conhecer algumas figurinhas interessantes. Uma menina do Cazaquistão (sábado) e o casal de argentinos que viajava na Kombi falado no post passado. Acho que eles acabaram desistindo da internet. Ou da aventura. Mas para maiores informações tem o link:
https://www.facebook.com/lakombiviaja/

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Produtos vendidos pelo casal

Busquei com o irmão do Jelson uma recomendação de hostel em Potosi. Em meu ultimo dia em Sucre, visitei vários museus ali mesmo pelo centro. Me desculpem, mas não me recordo os nomes deles. Apenas do museu de anatomia humana. Coisa de profissional de saúde.

Me disseram que o cemitério da cidade era bonito, mas não acho que seja algo realmente atrativo. Pela noite de segunda, me despedi de todos da casa. Agradeci a estadia. Tomei um táxi até a rodoviária. De lá um ônibus. A principio não havia lugar no ônibus. Mas por um preço especial, pude ir na cabine de descanso do piloto, como estou mostrando na foto abaixo.


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Notas sobre a Bolívia: na Bolívia tudo es negociable. Já disse isso antes, favor não esquecer.

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Vagão especial

Por hoje fico por aqui. Minha estadia em Sucre é rica em registros. Espero que ajude alguém, de alguma forma. Posso postar mais fotos dos lugares descritos se quiserem.
Valeeu 

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