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Renato37

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  1. Travessia feita em: 28/09/2019. Todas as fotos estão em: https://photos.app.goo.gl/sS4m5bB5wDXsYJNe6 - Introdução - Uma semana antes dessa caminhada, estava conhecendo o Morro do Saboó em São Roque. Do seu topo, comecei a reparar em outros picos bem maiores ao redor, qdo um em específico me chamou muito a atenção. Era uma enorme elevação com 2 picos enormes e outras menores se destacando no horizonte e estava com parte do topo encoberto pelas nuvens. Mas foi no final do dia, qdo a nebulosidade dispersou sobre o topo dessa montanha, que eu pude ver que é bem mais alta do que eu imaginava. E obviamente me atiçou a curiosidade de desbravar esse pico. Mas antes, precisaria buscar infos do nome, como chegar, qual é o ponto mais próximo de ônibus ou carro. Pois bem, na semana seguinte ao morro do Saboó, me debrucei no pc e olhando no google earth, descobri o nome da tal elevação: Serra do Voturuna. Outra coisa que me chamou mais a atenção ainda, é a altitude de seus picos: mais de 1.200 metros. Foi a deixa para descobrir como chegar lá. Buscando relatos aqui, ali e acolá, encontrei um do famoso colunista, montanhista e trilheiro conhecido: Jorge Soto, que já esteve lá algumas vezes e havia disponibilizado um relato de uma travessia que fez de ponta a ponta de toda a cadeia montanhosa da Serra de Voturuna. Pois bem, após ler todo o relato, onde ele diz em detalhes o percurso e como chegar, era hora de bolar a melhor logística possível para chegar lá, usando transporte público. 1º dia - Do centro de Araçariguama ao Topo do Pico do Morro Negro Para essa travessia, chamei várias pessoas, mas apenas 6 corajosos toparam ir na empreitada comigo: Marcio, Paola, Monike, Diego e a novata do grupo do Whats: Andréia. Eram 7:40 qdo saltei do trem na Estação Itapevi, cujo movimento estava tranquilo por ser um Sábado. Lá, encontrei o Diego que já havia chegado antes e me aguardava no ponto marcado. Aos poucos, a turma foi chegando, mas logo tivemos uma baixa: A Monike, que havia perdido a hora e não conseguiria vir. Caiu na armadilha de "ah, só mais 5 minutos" e se deu mal. Com isso, continuamos em 5. Com todos reunidos, fomos para o ponto de ônibus esperar o coletivo para Araçariguama. O tempo estava com cara de poucos amigos, uma fina garoa caia sobre nossos rostos ansiosos e nisso, vinha a pergunta que não quer calar: Será que sol vai aparecer e teremos algum visual? Sim, as previsões meteorológicas para o fds estavam favoráveis. Aproveitei para tomar um café da manhã reforçado em frente a estação e depois logo embarcamos no latão rumo a Araçariguama que passou as 10:00hs. Parte do trajeto é feito ao lado do antigo leito da Sorocabana e depois adentra uma estrada de terra que só por deus. Após muito chacoalhar, balançar e até pula-pula, finalmente chegamos ao trecho da Castelo Branco, onde não demorou muito e logo chegamos a pacata Araçariguama, após 1 hora desde a estação Itapevi. Ao longo do trajeto, o tempo abriu um pouco, corroborando a previsão meteorológica, para a alegria e o entusiasmo de todos. Ao lado esquerdo, ainda na Castelo Branco, a Serra do Voturuna aparecia em alguns momentos com todo seu explendor e seus 2 picos mais altos aparecendo em destaque, quase que rasgando os céus. Araçariguama é uma cidade bem montanhosa, cujas ruas são verdadeiras pirambeiras. Deve ser por isso que não vi nenhuma academia por lá...😂 Tão logo desembarcamos, a turma resolveu fazer um café da manhã reforçado e sem perder tempo, partimos em direção ao nosso objetivo: a Serra do Voturuna. O avião lá em cima, visto do centro da cidade. Munidos apenas do relato, infos e uma bússola, lá fomos nós em direção ao morro do Avião, onde há um avião da decada de 50, que visto de longe, parecia estar se equilibrando a meio caminho. O relógio já havia passado das 11:00hs e vi que precisávamos apertar o passo, já que nenhum de nós tinha noção alguma de quanto tempo iriamos demorar para chegar até a base, quiça o topo. Partindo do centro da cidade, chegamos a um enorme campo de futebol e uma praça, onde a partir dali, pega-se uma estrada de terra que sobe até o topo. Não demora muito e vem o primeiro trecho de subida forte, em direção ao topo do morro do avião, que segundo o relato, é a nossa referência do caminho em direção ao sopé da Serra do Voturuna. As primeiras vistas da Serra de Voturuna durante a subida No trecho inicial da estrada de terra, uma trilha a direita serviu de atalho e evitou uma grande volta que a estrada de terra dá em boa parte de sua subida. A medida que iamos ganhando altitude, já conseguíamos visualizar parte da Serra do Voturuna, com seus 2 maiores picos em destaque, para a animação de todos. A Subida é ingreme, mas não dura muito tempo e logo estamos no topo, onde pudemos ver o tal "avião" todo carcomido e enferrujado pelo tempo, repousando no alto do morro. Do topo, passa uma rodovia vicinal que segue na direção desejada. Do morro do avião, se tem um belo visual da cidade e do entorno, mas com o tempo passando, nos limitamos a algumas fotos, pois ainda tinhamos muito chão pela frente. Do mirante do avião, pegamos o caminho da direita pela rodovia e seguimos por cerca de 6 km até o sopé da Serra, onde parte a trilha que sobe. No mirante do avião Desse ponto, a Serra do Votoruna aparece com todo o seu explendor e imponência e vale até alguns minutos para contempla-lo. No trecho da Rodovia, após a mesma fazer uma grande curva a esquerda, ela inicia um longo trecho de descida até um grande vale. Nesse vale, passa um riacho e é o unico ponto de água disponível nesse primeiro dia. Nós não pegamos água nesse riacho e só fomos descobrir lá na frente que foi uma péssima decisão. Pegue água nesse ponto ou terá problemas! Na Rodovia, chegando próximo a base da Serra do Voturuna todo imponente a sua frente. 1 hora e 20 minutos desde o avião e 2 horas desde o centro de Araçariguama, finalmente chegamos ao ínicio da trilha que subia forte logo de cara e vimos que não seria nada fácil. As 13:35 começamos a subida da trilha, que começa em meio a trecho de grama baixa, com trilha meio precária, que hora aparecia e desaparecia constantemente, mas o sentido a seguir era obvio: sempre para cima, seguindo pela crista....30 minutos desde a Rodovia, chegamos a um ombro, onde a subida dá uma trégua e desse ponto, já era possível avistar todo o percurso a frente, com os 2 grandes picos do Voturuna à esquerda, parecendo estar perto, mas distante umas 2 horas de subida ainda. Trecho inicial da subida só com vestígio de trilha ou mesmo sem mesmo, porém de grama rala e por isso, a subida foi facil. As primeiras vistas do trecho onde ainda iriamos passar e os 2 principais picos do Voturuna a esquerda, ainda distantes. Aqui a trilha fica mais definida, o que ajudou nessa parte com o mato mais alto, composto em sua maioria por Samambaias. Felizmente o trecho mais fechado não dura muito tempo e logo saímos em um trecho onde parece que a grama foi cortada e com isso, a caminhada fica bem mais fácil e rápida. Com visual total de tudo a frente, vamos ganhando altitude e a medida que subíamos, o vento e o frio iam apertando mais. O sol ia e vinha entre muitas nuvens o tempo todo, o que foi um alivio, pois não há nenhum ponto de sombra e imaginei subindo com o sol castigando a todo momento. Subida segue pela crista acima Mais 30 minutos e chegamos ao primeiro dos 3 topos e aqui, a subida da uma trégua. Nesse ponto, se visualiza a imponente Serra do voturuna bem a sua frente, com seus 2 principais picos parecendo estar perto, mas ainda restava a descida de um vale até lá. Um Pinheiro solitário e fora do contexto chama a atenção, pois é o unico visivel no topo e aqui também encontro vestígios de acampamento, mas como o lugar é totalmente exposto aos ventos, é arriscado acampar aqui. As 14:47 inicio a descida do vale em direção a base do Pico do Morro Negro e logo a frente vejo o enorme subidão pirambeiro por onde ainda iria passar e vejo que não será nada facil, pois é uma subida bem íngreme. No primeiro topo, com visão total dos próximos 2 picos a sua frente. Trecho de descida até um vale A descida é tranquila e é feito por um trecho de estradinha de terra, o que me faz supor que aqui deve subir veículos motorizados vindos de alguma bifurcação a frente. A descida é rapida e nesse trecho, passo por 2 bifurcações, uma a direita e outra a esquerda e percebo que existe outro acesso ao Voturuna vindo lá da rodovia, de algum outro ponto posterior ao que eu entrei, provavelmente usados por quem vem de carro. Resolvo dar uma descansada aqui na base antes de começar a subir, pois só de olhar o paredão íngreme a frente, cansou até a vista. Olho para trás e vejo os demais se aproximando, mas com o vento gelado, nem consigo ficar muito tempo parado e logo começo a subida. Aqui, a trilha é bem marcada e definida, com isso, nosso avanço foi bem mais rápido. A medida que ia subindo, a trilha vai ficando mais íngreme e nisso, fui parando algumas vezes para retomar o fôlego ao mesmo tempo que curtia o visual e aguardava os demais me alcançar. Iniciando o segundo trecho de subidão pirambeiro em direção ao próximo pico A subida é árdua e com o peso da cargueira, esse trecho não é nada facil e vou seguindo em um ritmo lento. Vamos ganhando altitude rapidamente e felizmente, com o tempo encoberto, não tivemos o sol castigando, já que toda a subida é exposta e quase sem nenhuma area de sombra. Seguimos subindo em trilha bem demarcada e com vários trechos de pedrinhas soltas e rochedos, sem grandes dificuldades. 25 minutos desde o vale lá embaixo, chegamos ao topo do primeiro dos 2 picos e aqui, a trilha passa a descer entre os cocorutos do topo. A partir desse ponto, temos a visão total do trecho final até o Pico do Morro Negro, que aqui já se encontra bem próximo e bem visível a nossa frente. Trecho de vale após passarmos pelo topo do 2ºpico Vales enormes Descemos um pequeno vale e entramos definitivamente na subida final em direção ao cume. O relógio marcava 15:40hs e vendo que estamos relativamente próximo, resolvo fazer um pit stop para molhar a goela e mastigar algo, afim de forrar o estomago e também aguardar o pessoal que ficou para trás. O que preocupa aqui é que desde a rodovia, não passamos por nenhum ponto de água e sem expectativa de qdo encontrar um, aviso a turma para maneirar no consumo da água. 20 minutos depois, retomamos a caminhada e a medida que íamos nos aproximando do topo, o visual de todo o contraforte serrano do Voturuna ia se abrindo e se destacando cada vez mais, o que chamou bastante a atenção. Aqui também era possível ver todo o percurso que ainda falta e o que já passamos. Trecho final ao cume O trecho final de subida ao cume a partir do segundo pico é mais leve, já que as subidas mais íngremes acabaram. Mas mesmo assim, os músculos das pernas já estavam esgotados, pois toda a força foram dirigidas a eles. Os ventos estavam bem fortes, o que dificultou nosso avanço, mas continuar era preciso! O topo parecia estar bem próximo e as 16:00hs, com pouco mais de 3 horas cravadas de subida desde a rodovia, finalmente chegamos ao cume do Pico do Morro Negro, a mais de 1.200 metros de altitude, para literalmente, desabarmos ali. Chegando ao topo e todo o trecho percorrido atrás Enfim, barracas montadas e o merecido descanso no cume Não havia ninguém no cume e com isso fomos donos absolutos do lugar. Fomos em busca de um local protegido dos fortes ventos para montarmos a barraca e nem demorou muito para encontarmos um bom local, amplo, plano e com um pouco de proteção. Até há outros descampados, mas todos expostos aos fortes ventos. Enquanto montavamos as barracas, uma forte neblina bateu no topo e a visão ficou prejudicada, frustrando a expectativa de todos por algum visual e o por-do-sol. Com o tempo fechado, a temperatura diminuiu rapidamente e ficou próxima dos 10ºC. Após montada a barraca, exploro as laterais do topo, afim de encontrar a trilha que desce para Sudeste. Encontro algumas bifurcações levando a outros mirantes e até encontro a trilha que segue na direção desejada. Mas com a visão prejudicado pela forte neblina, deixo para fazer isso melhor amanhã, torcendo para que o tempo esteja melhor. Com o anoitecer, resolvemos fazer nossa janta, ficamos jogando conversa fora e fazendo um pouco de hora. Mas com os fortes ventos, a neblina e o frio, nem fico muito tempo fora da barraca e logo fui dormir. 2ºDia - Do topo do Morro Negro à Pirapora do Bom Jesus O domingo amanheceu ensolarado e com um tapetão de nuvens cobrindo os vales. Mas com a neblina do dia anterior e sem expectativa alguma de que abrisse o tempo antes do amanhecer, ninguém acordou para ver o nascer do sol. Acordei pouco depois das 7:00hs com os raios do sol batendo do lado de fora da barraca e ao colocar a cabeça para fora, vejo tudo aberto e as nuvens embaixo, o que me deixou bastante animado! A neblina da noite anterior tinha dissipado e na verdade, as nuvens estavam embaixo, o que deixou todos radiantes. Com o tempo aberto, deu para ver todo o caminho que viemos no dia anterior, com as cidades de Araçariguama, Pirapora do Bom Jesus, Santana do Parnaíba, dentre outras até onde a vista alcançada. É um visual de tirar o fôlego. Aproveitei para analisar melhor a trilha que desce para Sudeste em direção aos 2 outros picos da Serra, planejando o percurso de descida. Do topo, dava para ver boa parte do percurso por onde irei descer, com algumas pequenas subidas e vejo que será uma caminhada longa, mas relativamente tranquila. Volto para as barracas e vejo que boa parte da turma ainda estavam se fartando de clicks do topo. Afinal, o dia estava radiante e o sol brilhava forte em um céu estupidamente azul e sem vestígio de nuvem acima, só embaixo. Após os clicks, fomos fazer nosso café da manhã e em seguida, começamos a arrumar as coisas. Pirapora do Bom Jesus lá embaixo Barraca desmontada e mochila nas costas, começamos a descer sentido Sudeste pouco depois das 9:30 da manhã em uma pequena trilha que ora sumia, ora reaparecia. Seguindo sentido Sudeste/leste, a descida é tranquila e a maior parte feita só no visual. Nesse trecho, vestígios de trilha vão aparecendo e indo na direção de um pico mais baixo. 15 minutos desde o acampamento lá no topo, chegamos a um vale, onde a trilha reaparece mais definida a esquerda, no meio desse vale e indo na direção desejada. A trilha está bem demarcada e com isso, nosso avanço fica mais rápido. Aos poucos, vamos perdendo altitude, enquanto passamos por várias paisagens do alto da Serra do Voturuna, com inumeras vistas do entorno e uma vegetação diferenciada. Uma pecularidade dessa Serra é os cavalos selvagens soltos por vários pontos e suas fezes encontrados em vários pontos da trilha. A trilha principal tem algumas ramificações, mas vamos seguindo pelo trecho principal mais demarcada em direção Sudeste, a caminho de Pirapora do Bom Jesus, visivel algumas vezes lá do alto, mas ainda distante. A trilha segue descendo discretamente em direção a um grande vale a esquerda, onde avisto uns cavalos tomando agua. Primeiro ponto de água a mais ou menos 1 hora de descida do topo, mas impropria para o consumo, infelizmente Cume do Morro Negro ficando para trás As 10:05, chegamos ao vale que vimos lá de cima, mas por conta dos cavalos e seus dejetos, a água está imprópria para consumo e por isso, somos obrigados a continuar em frente em busca de outro ponto de água potável. Felizmente, a turma soube racionar bem a agua que dispunha e por isso, ainda tínhamos agua suficiente para chegar até o próximo ponto. Atravessamos o pequeno vale e começamos uma nova subida ao alto de um morro. Chegamos à uma bifurcação em "T" onde pegamos o caminho da direita sentido Sul. O da Esquerda parecia ser a tal "trilha norte". A trilha da direita segue pelo alto da crista do pequeno morro. 10 minutos após a birfurcação, a trilha começa a descer até uma grande planície, onde se dividiu em pequenas ramificações, mas que todas se encontravam. Aqui o caminho é um pouco confuso, mas a trilha principal se mantem bem demarcada e é só seguir por ela que não tem erro. Mais 20 minutos e chegamos a um enorme descampado plano e protegido para umas 10 barracas pelo menos. Descampado em um trecho bem amplo Continuamos em frente e as 10:45h chegamos a beira de um enorme precípicio. Ali, tivemos um perdido: A trilha termina ali e não tinha caminho a seguir em frente. Segui à esquerda, depois a direita e nada de trilha ou de um caminho visivel. A frente, só um enorme precipício intransponível, sem continuação. Diante dessa situação, pensei: E agora, José? Considerando as várias ramificações da trilha principal, resolvemos voltar e ver se encontramos alguma bifurcação que deixamos passar batido. Dito e feito, 10 minutos de retorno, demos de cara com uma bifurcação a direita (esquerda para quem está descendo) que ia na direção desejada. Resolvido o perdido, bora continuar a pernada. Pico que é a referência da bifurcação que desce/sobe por um vale A Referência dessa bifurcação, é um pico que fica bem a frente. Depois que entramos na bifurcação, ela logo mergulha na mata fechada e segue por dentro dela até encontrar uma pequena nascente de um corrego com água limpa. Enfim, após 1 dia e meio sem ver agua, finalmente encontramos o precioso líquido. Era uma nascente, então descemos mais um pouco até um ponto onde o corrego fica com mais vazão e paramos para coletar água limpa e corrente. Goela molhada e cantis cheios, retomamos à caminhada de descida em direção a Pirapora do Bom Jesus e a partir desse ponto, a trilha fica mais íngreme e vamos descendo com mais cuidado. Outro detalhe desse ponto são os carrapatos. Pegamos vários no trecho, então, muito cuidado nesse trecho de mata mais fechada. Use um bom repelente para evita-los, de preferência aqueles com ação forte contra carrapatos. As 11:40hs, saimos da mata mais fechada e a caminhada passou a bordejar a encosta direita do morro onde estavamos, com o sol castigando o tempo todo. Passamos por uma cerca e chegamos a um ponto onde demos de cara com uma família de bois e vacas com seus filhotes bem no meio da trilha. A trilha vem lá do meio do vale, entre os 2 picos Trecho final de descida pela trilha Tentamos passar, mas o macho, ao perceber nossa aproximação, deu uma bufada de aviso. Perdemos algum tempo aqui e tivemos que esperar, mas conseguimos passar, fazendo um desvio por cima e logo retomamos a trilha logo a frente. As 12:40, chegamos ao trecho final, onde a trilha desce e cruza um enorme campo de cerrado bem aberto. Aqui a caminhada fica mais tranquila. Passamos por uns trechos de mineiração e logo a frente já se vê as ruas da pequena cidade de Pirapora do Bom Jesus, com a trilha descendo para lá. Enfim, chegamos a cidade E finalmente, as 13:10, com mais de 3 horas de caminhada desde o topo do Pico do Morro Negro (incluindo os perdidos e as paradas), pisamos no asfalto da pequena cidade, para a alegria de todos. Andamos mais alguns minutos e logo estacionamos numa lanchonete para bebemorarmos o sucesso da empreitada e forrar o estomago com algo "gorduroso". Foram cerca de 21 km de pernada em 2 dias com 1 pernoite com perrengues, superação e muitos carrapatos. Mas tb com visuais e desafios para andarilho algum botar defeito. As 14:30 embarcamos no ônibus para a Estação Barueri e depois no trem da CPTM de volta para SP, onde cheguei pouco antes das 17:00hs, cansado, mas feliz. DICAS: -> Pontos de água nessa travessia são escassos. Só há um ponto de agua na rodovia, pouco antes de iniciar a subida até a base, onde começa a trilha. Não há nenhum outro ponto de agua durante toda a subida e no topo. Só fui encontrar água na metade da descida do dia seguinte, em um pequena nascente a mais ou menos 2 horas de caminhada do topo. Por isso, traga toda a água que for precisar da cidade ou pegue em um riozinho no vale ainda na rodovia, pouco antes de entrar na subida final até a base. O ideal é levar pelo menos 3 litros. -> A trilha no começo da subida é pouco demarcada. Mas a maior parte do percurso é só no visual, é só tocar para cima pela crista e mais a frente, ela aparece e depois adentra a um trecho de estrada de terra, onde a grama foi aparada e a caminhada fica bem mais fácil. -> Não há local para deixar o carro no começo da trilha, nem tem como parar, pois ela começa em um trecho da rodovia. -> A distancia de Araçariguama até o inicio da trilha é de 6,5km. Deve-se subir até o mirante onde tem um avião da decada de 50 exposto lá no alto e depois seguir pela rodovia a direita, até chegar na base da Serra, que é visível a maior parte do tempo. -> Os horários dos ônibus de Itapevi para Araçariguama são bem ingratos. Tem apenas 8 horários por dia e um dos horários é 7:45 e o próximo só as 9:50. Os onibus partem do lado da Estação de Itapevi, em um local reservado para paradas somente de ônibus intermunicipais e com o logo da EMTU. Na dúvida, informe-se com moradores. -> A Subida da rodovia para o topo do Pico do Morro Negro leva em média 3 horas com mochila cargueira e em um ritmo médio. Ela passa pelo topo de um dos picos vistos lá embaixo. É uma subida exigente e não é uma trilha recomendada para iniciantes. -> No Topo há vários locais para barraca, mas a maioria são expostos aos ventos. Mas há um ponto que fica dentro de um pequeno vale e é uma boa opção para montar barracas.com um pouco de proteção dos ventos. -> Não há água durante toda a subida, no topo e nem próximo dele. -> Só há 2 pontos de água e ambos ficam na descida para a cidade. -> O primeiro ponto de agua da descida é impróprio para o consumo humano, pois é usado pelos cavalos e bois, tendo vários dejetos deles lá. Só vai ter água potavel entre 30 minutos a 1 hora de descida após passar por esse ponto. -> Encontrei muitos carrapatos nessa travessia. Leve um bom repelente e passe várias vezes ao dia, mesmo em locais onde você achar que não vão picar. Os carrapatos costumam andar pela roupa e buscam locais quentes e escondidos. -> Em Pirapora do Bom Jesus, há linhas de ônibus direto para a Estação de Barueri. Só não sei os horários, mas pode ser consultado no site da EMTU. -> Sinal de celular pega no topo e na maior parte dos trechos da crista. Principalmente o da VIVO. É isso.🙂
  2. Lá não pode acampar. Todas as trilhas da vila são proibidas e somente com guia. Se quer acampar, existe o camping simplão de tudo. Camping selvagem não é mais permitido nas trilhas da vila.
  3. Travessia feita entre dias 24 e 25.08.2019. Todos as fotos estão em: https://photos.app.goo.gl/66XjHffMpRPdHuqA8 - Introdução - Tempos atrás, tinha ouvido falar que na região de Jundiai tinha a Serra do Japi que outrora cheguei a tentar uma investida, mas sem sucesso. Isso pq é proibido o acesso as trilhas em boa parte da Serra. Mas nunca imaginei que na cidade vizinha, Varzea Paulista, houvesse uma simpática serra com um belo visual e 3 picos com facil acesso e sem restrições. Um amigo me falou de uma tal Serra da Mursa e como chegar lá. E é claro que fui conhecer em um reles batevolta sem muita pretenção de ver algo lá "grande coisa". Mas acabei me surpreendendo e depois de conhecer um dos seus acessos principais por Varzea Paulista, fico sabendo que há outros acessos e até de uma travessia, a tal travessia do Mursa. E curioso como eu sou, planejo a logística e retorno novamente a Serra do Mursa, mas dessa vez para fazer uma travessia, entrando por um lado e saindo pelo outro. 1ºdia - Da Estação de Botujuru ao topo do Mursa Passava das 11 da manhã qdo saltei do trem na Estação de Botujuru da linha 7 da CPTM em companhia do Marcio, Paola, Felipe e Adriano e lá ainda esperaríamos a Suzana e o Diogo que não haviam chegado ainda. A pacata estação, localizada em um bairro de Campo Limpo Paulista, mas parecia uma estação fantasma. O Sol tentava aparecer timido entre muitas nuvens, mas o vento gelado e o friozinho da manhã insistiam em permanecer no comando. 15 minutos depois, Suzana e Diogo chegaram e com toda a trupe reunida, saimos da estação e fomos para uma lanchonete em frente fazer um rapido café da manhã reforçado. Estação Botujuru Saciados, as 11:40hs, demos inicio enfim a travessia em direção a Serra da Mursa, descendo a ladeira da rua a esquerda que fica em frente a estação até chegarmos ao inicio da "Estrada do Botujuru". Nela, seguimos até o trecho onde acaba a parte asfaltada e começa a de terra. Bem no inicio da estrada de terra, chegamos a uma bifurcação, onde abandonamos a estrada principal em favor de estrada a direita que vai no sentido desejado e inicia uma forte subida morro acima. E dá-lhe pirambeira!!! Chegando ao final do trecho asfaltado Trecho inicial da estrada de terra bem íngreme As casas do pequeno bairro de Botujuru e o movimento constante dos carros vão ficando para trás, dando lugar a calmaria e ao silêncio da pacata estradinha, para alivio de todos. Durante a caminhada, alguns poucos carros passavam pela gente, nos fazendo comer poeira. Na paisagem, só se via pequenos sítios e chácaras. Ao passar ao lado de uma delas, um cãozinho solitário late a nossa passagem. A Estrada segue alternando entre subidas e trechos planos com o sol castigando a todo momento. Olhava para a galera e as vezes perguntava como estavam e a expressão era de bufadas e mais bufadas, por causa das subidas constantes. A região é cheia de morros e já tínhamos a visão de todo o entorno, com a estação de trem e o pequeno bairro de Botujuru ficando cada vez mais para trás. 30 minutos de caminhada desde a Estação, chegamos ao alto de um morro e a subida dá uma trégua. A partir de agora, passamos a caminhar em meio a várias arvores de eucaliptos em meio a sombra, com o sol dando uma aliviada. Trecho mais plano com sombra Ignoramos 2 bifurcações a esquerda e só viramos na 3ºbifurcação, que fica praticamente no alto do morro, depois de já ter subido tudo que já tinha que subir. O caminho a seguir é em direção a Rodovia SP-354 pela "Estrada do Moinho". Se caso tiver dúvidas qto ao caminho, pergunte a moradores dos sítios do entorno o caminho para chegar a rodovia que não tem erro. Mais 30 minutos e chegamos ao ponto mais alto do morro, onde já é possível avistar a Serra da Mursa com suas cristas bem imponente a sua frente. A partir desse ponto, a estada de terra que antes só subia, inicia uma longa descida pirambeira até chegar a Rodovia. Pouco antes das 13:00hs, terminamos a descida e chegamos enfim na SP-354, onde o caminho a seguir é virar para a esquerda. Seguimos por cerca de 1,5 km e ao passarmos por uma placa marcando Km 51, andamos mais por mais uns 10 minutos até chegarmos a um trecho plano da rodovia e lá, se avista outra placa amarela do lado direito, que é a referência que a trilha está próxima. A entrada da trilha fica a uns 50 metros a direita ANTES dessa placa em meio a um capinzal fora de contexto. É preciso olhar bem, já que a entrada é meio discreta. No ponto mais alto dos morros, a Serra do Mursa fica visível a maior parte do tempo Trecho de caminhada final pela SP 354 Enfim, após quase 2 horas de caminhada desde a Estação, finalmente chegamos ao inicio da trilha, para a alegria de todos. Esse trecho inicial segue quase que em nível, sem grandes dificuldades. Ela dá uma longa volta pelo sopé da Serra do Mursa antes de começar a subir e logo em seguida, inicia-se os primeiros trechos de subida, mas dando algumas voltas afim de reduzir o desnível para quem sobe. A medida que vamos avançando pela trilha, os sons dos carros vão ficando para trás, dando lugar ao silêncio e a calmaria da mata fechada, para a alegria de todos que não viam a hora de chegar lá no topo. 15 minutos desde a rodovia, resolvo fazer um pit stop em um descampado no meio da trilha afim de molhar a goela seca e forrar o estômago, após 2 horas de caminhada desde a estação. Trecho inicial da trilha bem tranquila Descansados e revigorados, retomamos a caminhada, e mais trechos de subidas a frente. Vamos ganhando altitude rapidamente e a trilha vai dando voltas no vale para diminuir o desnível da subida. O suor começa a escorrer do rosto de cada um, mas não demora muito e logo emergimos no trecho de capim ralo e exposto do Mursa, sinal que estávamos nos aproximando do trecho final e mais aberto da trilha. Aqui, nos presenteamos com todo o visual do entorno, deixando em euforia a turma da primeira vez. A partir desse ponto, a antena de um dos 3 picos do Mursa, fica bem visível a nossa frente. As 14:00hs, alcançamos o trecho final, onde a trilha termina em uma estrada de terra concretada e o restante da subida agora segue por essa estrada. O trecho de subida final acaba se revelando uma pirambeira daquelas e por isso, acabo parando pelo menos 2 vezes para retomar o fôlego. Felizmente o trecho não dura muito tempo e logo chego ao topo, para o merecido descanso. Em seguida, chega a Susana e os demais. Já no topo, não vimos ninguém em praticamente toda a extensão. Trecho final da subida pela estradinha concretada Com toda a trupe reunida, damos um tempo aqui, enquanto alguns se fartavam de clicks de 1ºvez. Depois, partimos para o trecho final da travessia, que é a caminhada pela crista do Mursa até a outra ponta, onde estão localizados os descampados protegidos dos ventos. Atravessamos o primeiro vale e após um pequeno trecho de subida com uma leve escalaminhada, chegamos ao ponto mais alto do Mursa, com 1.080 metros de altitude onde fizemos mais um pit-stop para clicks e apreciação da paisagem de 360 graus. Daqui, é possível ver até o Pico do Jaraguá, a serra da Cantareira, as cidades de Jundiaí, Campo Limpo Paulista e várias outras no entorno. É um belo visual. Caminhando pela crista Aqui encontro vestígios de acampamento, o que mostra que muita gente acampa aqui por ser o ponto mais alto dos 3 picos do Mursa. Mas como o local é exposto aos ventos, acho arriscado acampar aqui e por isso vou para outro ponto com descampados protegidos dos fortes ventos na outra extremidade e perto do primeiro pico. Ele não é longe e leva-se em torno de 15 minutos até lá. Não havia ninguém no local e é claro que fomos donos absolutos do lugar. Enfim, o merecido descanso 🤗 O belíssimo pôr-do-sol do topo do Mursa Após cada um montar seus respectivos aposentos, aproveitamos para fazer um rápido desjejum e depois fomos a um dos picos para ver o pôr-do-sol. Após ver o Astro-rei repousar no horizonte, voltamos para as barracas e preparamos nossa janta, que foi arroz, feijão e picadinho de bife em pedaços, uma delícia! O Marcio preparou um chá que foi ótimo para reidratar e esquentar o corpo e ficamos só de boa jogando conversa fora! A temperatura diminuiu bastante a noite e com os ventos gelados, nem fiquei muito tempo fora da barraca e logo fui dormir. ___________________ 2ºdia - Dos descampados do Mursa a Estação Varzea Paulista Nascer do sol Cidade de Jundiaí vista do topo do Mursa O domingo amanheceu com um pouco de névoa e sem vestígio de nuvem alguma. A temperatura estava em torno de 07ºC e só se ouvia os ventos batendo forte nas copas das arvores. O Silêncio imperava no local e só alguns corajosos como eu, o Marcio, Felipe, Paola e o Adriano saímos para ver o nascer do sol. Depois retornamos e preparamos nosso café da manhã que foi com pão de leite e café quentinho para espantar o frio. Depois, começamos a desmontar as barracas e ficamos esperando os demais. Barraca desmontada e mochila nas costas, as 9:00hs, iniciamos a caminhada de descida pelo lado oposto do Mursa no lado de Varzea Paulista. A descida foi tranquila e de volta a estradinha de terra, caminhamos por cerca de uma hora até chegarmos ao trecho de asfalto. As 11:00hs, chegamos à uma lanchonete, onde fizemos uma parada para um lanche reforçado, antes de pegarmos o trem de volta para SP. Cheguei em casa pouco antes das 14:00hs um pouco cansado como de praxe, mas feliz. _________________ DICAS: --> A Serra do Mursa possui vários acessos e é possível acessa-la tanto pela Estação de Várzea Paulista, qto por Boturuju. Em ambas, a distancia média é de 1 a 2 horas de caminhada da Estação a trilha mais próxima, dependendo do acesso. --> Não há água em nenhum ponto da trilha e no topo. Por isso, traga toda a água que for precisar de casa ou encha os garrafas em algum dos sítios do entorno, ANTES de adentrar a trilha. Recomendo iniciar a trilha com pelo menos 2 a 3 litros, caso contrário, corre o risco de ficar sem água. Utilize aquelas garrafas PET. --> O tempo médio de subida na trilha varia do acesso escolhido. Do acesso via Botujuru, a subida da trilha é tranquila e levamos pouco mais de 40 minutos da Rodovia até o topo. --> Não há áreas de sombra em toda a extensão do topo, por isso protetor solar e um boné são itens indispensáveis para proteger do sol forte. --> Não existem linhas de ônibus que partem da estação até a entrada de qualquer um dos acessos, mas por Varzea Paulista, é possível ir de Uber até a entrada de uma das trilhas, a mais longa. Mas só se o motorista ou você já souberem o caminho. --> Por Botujuru, a caminhada (quilometragem) é menor, mas só da para ir a pé. Não existem linhas de ônibus e não acredito que Uber leve por estradas de terra. --> Se for acampar e não tiver uma barraca apropriada para ventos, acampe nos descampados protegidos que ficam na ponta do Mursa, no ponto onde há várias arvores no topo. Há uma bifurcação que sai do topo e leva até os descampados. É um local bem amplo e que cabe várias barracas do tipo "iglu" --> Por Varzea Paulista, há 2 acessos. Um mais longo e íngreme, que deixa no pico mais alto do Mursa e que tem água bem no comecinho da trilha, mas é o acesso mais distante da Estação, com cerca de 7km de caminhada até lá e é tb a trilha mais longa... --> Para acessar a trilha que sobe o Mursa pela Estação Botujuru, deve-se descer pela estrada do Botujuru pelo lado esquerdo da Estação até chegar ao fim do Asfalto. Logo que começar a estrada de terra, vire a direita na estrada que sobe morro acima. Na duvida, pergunte a moradores dos sítios do entorno de como chegar a Rodovia SP 354. --> Assim que se chega na SP 354, deve-se virar à esquerda e seguir por cerca de 1,5km até chegar a um trecho reto da rodovia. Qdo ver uma placa amarela do outro lado da rodovia, é sinal que está bem próximo a entrada da trilha. A mesma começa a uns 100 metros antes da placa, em um capinzal amarelo. Uma vez adentrado a trilha, é só seguir reto nela até o fim. Não tem erro. --> Não gravei tracklog, pois há vários tracklogs disponíveis dessas trilhas no Wikilog e em outros. É isso 🤗
  4. Travessia realizada em 17/08/2019. Todas as fotos da travessia estão em: https://photos.app.goo.gl/iALbK8QSahnj7Lku6 - Introdução - Fazia algum tempo que não batia perna na região de Paranapiacaba, ainda mais por conta da proibição e o aperto da fiscalização nas tradicionais trilhas do entorno da vila, como a da Fumaça e Cristal. Então, para evitar problemas, tenho optado por ir para outros lugares, como na Serra do Mursa, Itapety e Mogi, entre outros. Já tendo feito um batevolta na pouco conhecida Pedra Grande do Quatinga em 2013, es que me surge a ideia de retornar a mesma, mas não mais como um simples batevolta, mas sim, como travessia com 1 pernoite. Chamei várias pessoas, mas dado a logística e ter que acampar, apenas 5 toparam ir comigo na empreitada. Passava das 9:00 da manhã qdo saltei do metrô da linha 2 (verde) na estação de Tamanduateí, local previamente marcado com parte da turma. Lá encontrei o Marcio, Janaína e a Suzana que já me aguardavam no local. Sem perder tempo, logo embarcamos no trem da linha 10 da CPTM sentido Rio Grande da Serra, onde encontraríamos a 5º integrante da trupe, a Monike que é do ABC e que iria nos encontrar diretamente lá. Na Estação de Rio Grande da Serra esperando a ultima integrante da trupe, a Monike. Com toda a trupe reunida e após um breve café da manhã reforçado, embarcamos no latão rumo a Paranapiacaba que por sorte, estava com problemas na catraca e por isso, não houve cobrança da passagem, para a alegria de todos. 1º Dia - Da Vila de Paranapiacaba ao Topo da Pedra Grande do Quatinga. Desembarcamos do ônibus em uma Paranapiacaba incrivelmente ensolarada e de céu estupidamente azul, coisa rara e que poucas vezes se vê por lá, com a ausência total do famoso "Fog" tradicional da vila inglesa. Para quem não sabe, o tradicional nevoeiro e os dias sem visual algum faz parte da vila inglesa, construída no Século XIX. O Relógio marcava pouco depois das 11:30 e precisaríamos apertar o passo afim de chegarmos até o topo da Pedra Grande a tempo de ver o por-do-sol. Após alguns clicks de praxe da vila inglesa e a tradicional foto clássica da trupe em frente a igreja, iniciamos a caminhada descendo a ladeira que liga a parte alta a baixa da vila. A turma na tradicional foto antes de começar a caminhada. Durante a caminhada na vila de Paranapiacaba, notei que muita coisa mudou desde a ultima vez que lá estive, anos atrás: O Bar da Zilda parecia um bar de balada, os quiosques do lado da passarela já não existiam mais e por fim o baixo movimento da vila para um Sábado ensolarado, reflexo da decadência que se tornou o local, que teve inicio após a proibição abusiva de acesso ao que foi um dos principais atrativos da vila: As trilhas que levam a várias cachoeiras da região. Pelo menos restauraram o velha replica do big ben de Londres da vila. Percebi tb que os moradores tiveram que ser criativos para atrair novos turistas para a região, que estavam espalhados pela vila, mas de nada lembrava a epoca boa de quando aquilo lá bombava. Acredito que, o que deve estar mantendo a vila de Paranapicaba em pé são os artesanatos, os vários festivais que são realizados ao longo do ano e que atraem centenas de milhares de turistas, como o tradicional festival de inverno. O novo "Big Ben" restaurado Com pouco tempo disponível, nem tiramos muitas fotos, pois tinhamos pela frente, vários quilômetros de caminhada até a Pedra Grande. As 12:15, deixamos Paranapiacaba e adentramos a pacata e tranquila estrada de terra do Taquarussu, palco inicial de várias outras trilhas feitas anteriormente. Essa estrada também liga o Bairro de Mogi a vila de Paranapiacaba. O trajeto começa logo de cara com uma subida que parecia assustar, mas como estavamos em um pequeno vale, esse trecho inicial de subida não foi um problema, pois aqui há enormes árvores que nos brindaram com uma refrescante sombra, o que foi um alívio para todos. Passamos por uma portaria e uma placa indicando que ali pertence ao parque natural nascentes de Paranapiacaba e que o acesso as trilhas requer a contratação de um guia, o que ignoramos é claro. Afinal, nosso destino estava bem distante dali, numa trilha em outro municipio. Algumas placas pelo caminho sugerem que essa mesma estradinha também faz parte do conhecido "caminho do sal". 30 minutos de caminhada desde a vila de Paranapiacaba, passamos pela conhecida entrada da trilha que leva a cachoeira da Agua fria, onde havia um pessoal parado na beira da estrada e que parece ter ido a cachoeira. Minha vontade de adentrar na trilha para rever a cachoeira foi reprimida pela obrigatoriedade de acompanhamento de um monitor, já que a trilha faz parte do pseudo parque natural de Paranapiacaba. Então, passamos batido por ela. Mais 15 minutos e passamos pelo marco divisor que divide os municipios de Sto André e Mogi das Cruzes, localizado no ponto mais alto da estradinha. A partir dai, inicia-se uma grande descida até o pitoresco vale do Taquarussu, pequeno vilarejo com meia duzia de casinhas simples. O Marco divisor fica do lado dessa placa, fincado da terra. Durante a descida, cruzamos com vários bikers e chegamos na pitoresca vila de Taquarussu as 13:20hs, mas nos limitamos a apenas algumas fotos, já que ainda tinhamos muito chão pela frente. Deixamos Taquarussu por volta das 13:30h e a partir dai, iniciamos um trecho pela mesma estrada de terra ainda mais deserta e em meio a um enorme vale. Aqui, as árvores são mais espaçadas e o sol passou a nos cozinhar, literalmente. 2 horas de caminhada desde a vila de Paranapiacaba, resolvemos fazer um pit-stop para forrar o estomago e molhar a goela seca em um pequeno descampado ao lado da estrada. A Pitoresca Vila do Taquarussu, por ser uma propriedade particular, agora é toda cercada e fechada Descansados e saciados, voltamos a caminhada e as 14:20hs, chegamos a uma bifurcação, com uma placa indicando o camping simplão de tudo a direita, mas o caminho correto a seguir é a esquerda, em linha reta em direção ao pesqueiro trutas pedrinhas. Mais 10 minutos e chegamos em uma trifurcação, sendo que a esquerda vai para o Bairro de Quatinga sem passar pela Pedra Grande e a direita segue para o camping simplão de tudo. Mas o caminho correto é seguir em frente, em linha reta. Chegando nesse ponto, siga em frente ignorando os caminhos a esquerda e a direita Depois da trifurcação, passamos pelo 2º ponto de água, um enorme poção de água potavel que em um dia de calor de verão poderia ser a deixa para um convidativo tchibum. Aproveitamos para pegar água para o restante do dia e o seguinte. Como não lembrava de mais nenhum novo ponto confiável de agua a frente, sugeri a turma que coletasse toda a agua que fosse precisar a partir dali. O Poção e 2ºponto de água. O primeiro ponto é no acesso a cachoeira da Agua Fria, antes da vila de Taquarussu Recarregados com o precioso líquido, continuamos a caminhada e as 15:00hs, finalmente alcançamos o tal pesqueiro trutas pedrinhas. Mais uns 100 metros após o pesqueiro, chegamos a uma bifurcação, onde o caminho a seguir é para a direita. A partir desse ponto, passamos a caminhar por uma estrada mais estreita e precária, com a visão da face oeste da Pedra Grande agora visivel a maior parte do tempo. Passamos por alguns sitios e um lago a direita, enquanto a estradinha vai dando voltas pelo vale em direção a base da Pedra Grande e após passarmos por um grande vale, inicia-se uma sequencia de pequenas subidas. Pouco depois do pesqueiro, vire a direita. A Estrada correta vai levar diretamente a base da Pedra Grande, esse pico com a face careca logo acima na foto Face oeste da Pedra Grande visivel a maior parte do tempo Em uma curva a esquerda, já quase na base da Pedra Grande, uma trilha a direita serve de atalho e nela, havia uma placa indicando que ali é a continuação do conhecido "caminhos do sal." Adentramos a trilha e começamos uma das primeiras subidas em direção ao topo em uma trilha cheio de erosões e bem escorregadia, devido a constante passagem de motos. Muito cuidado nesse trecho. Durante a subida, passamos por mais um ponto de água, o último antes de chegar a base. Pegue toda a agua que for precisar desse ponto, que é o último. No topo e durante o restante da subida, não encontramos mais nenhum outro ponto de água. O acesso da trilha atalho: notem a placa no tronco indicando que ali é o caminhos do sal Trilha enlamenada, erodita e escorregadia por conta da passagem constante de motos Enfim, finalmente chegamos a entrada da trilha as 15:50hs. No meio das arvores ao lado da trilha, era possível ver o topo da Pedra Grande com seu topo bem visível dali. Agora iria começar a parte mais puxada desse primeiro dia, depois de quase 4 horas e 14 km de caminhada, que é subir até o topo, ainda mais com cargueira nas costas. A trilha é bem aberta e seu trecho inicial é composto por uma leve subida, sem grandes dificuldades. Caminhamos por cerca de 350 metros e chegamos a uma bifurcação, onde o caminho correto a seguir é para a esquerda, marcada por uma fita vermelha presa no tronco de uma árvore. Trecho inicial da trilha A partir desse ponto, a moleza acaba e a trilha inicia uma das várias subidas fortes em direção ao topo. Como acontece nos picos em geral, a medida que avançavamos, a subida ia ficando mais ingreme e o auxílio das mãos passou a ser constantemente necessários para impulso nos troncos, rochas e pedras. A subida é ardua, e com o peso da cargueira e o cansaço da longa caminhada até aqui, vou parando algumas vezes para retomar o fôlego. A Janaína e a Monike esboçavam sinais de estarem nas últimas e foram subindo em ritmo de tartaruga manca com muletas, mas não tinham escolha, pois subir era preciso! Felizmente, os trechos mais íngremes não duram muito tempo e logo adentramos a um trecho de ombro, com a subida mais forte dando uma trégua. 20 minutos desde a estradinha lá embaixo, eu e a Suzana emergimos da mata fechada e passamos a subir na parte descampada do topo, que era o trecho final da subida, mas que voltou a ficar bem íngreme e dessa vez com o sol forte na cachola. Finalmente, com pouco mais de 30 minutos de subida desde o inicio da trilha lá embaixo, chegamos ao topo dos 1.155 metros de altitude da Pedra Granda do Quatinga as 16:32hs, encerrando a caminhada desse 1ºdia de travessia. Não havia ninguém no topo e é claro que fomos donos absolutos do lugar, para a alegria da Suzana que passou a se fartar de fotos do topo. O cume tem um visual de 360 graus e lá do topo, consegue-se visualizar todas as cidades do entorno, como Mogi das Cruzes, Suzano e até Mauá bem distante. Sem perder tempo, fui logo procurando um lugar plano e protegido para montar a barraca. Qdo estava montando a barraca, Marcio, Janaina e a Monike chegaram ao topo, uns 15 minutos depois. Com a trupe reunida novamente, montamos rapidamente as barracas e ficamos só de boa só aguardando o Astro-rei repousar no horizonte que mais uma vez, foi um espetáculo a parte. A noite, a bola da vez foi as luzes das cidades do entorno todas iluminadas. Depois cada um foi preparar a sua janta e ficamos só jogando conversa fora e vendo as estrelas com um plus a mais: O nascer da lua as 19:20hs toda avermelhada que foi um espetáculo único a parte. Mas com o vento frio e o sono vindo, nem fiquei muito tempo fora da barraca e fui dormir por volta das 21:30hs. 2º Dia - Do Topo da Pedra Grande ao Bairro do Quatinga em Mogi Nascer do Sol O domingo amanheceu sem vestígio de nuvem alguma e apenas uma leve nevoa nos vales. Como de praxe, todos ficamos aguardando o surgimento do Astro-rei e após os clicks, fomos preparar o café da manhã. O meu foi com pão e um café bem quentinho para espantar o frio da manhã. Barraca desmontada e mochila nas costas, iniciamos a descida por volta das 8:30 com o belo visual da cadeia de morros e vales do alto da Serra do mar bem a nossa frente ainda encoberto por uma fina camada de névoa, o que foi mais um atrativo a parte. Descemos por uma trilha alternativa que faz algumas curvas para diminuir o desnível de quem sobe, evitando a pirambeira que sobe direto. Mas no restante da trilha, e as meninas sofreram um pouco, principalmente a Janaina que estava só com uma mochila comum carregando a barraca e isolante térmico nas mãos (que coragem). Vales tomados pela nevoa Com a descida muito íngreme, os escorregões dela foram inevitáveis, o que me deixou um pouco preocupado, dado o fato que poderia se machucar gravemente e ter que chamar o resgate. Mas felizmente o Marcio deu um auxilio nos trechos mais pirambeiros e a descida foi tranquila. Pouco depois das 9:00hs já estavamos todos de volta ao inicio da trilha e a partir dai, passamos a seguir pela continuação da estrada de terra da trilha atalho em que viemos no primeiro dia. 20 minutos após sair da trilha da Pedra Grande, a estrada começa uma longa, mas sinuosa descida até um grande vale, para depois virar a direira, subir um pouco e novamente descer. As 9:32, chegamos ao primeiro ponto de água desse trecho, que é um riozinho que corre paralelo a estrada e depois cruza ela um pouco a frente. A turma aproveitou para recarregar seus cantis pq segundo infos, seria o unico ponto de agua limpa e confiavel de todo o trecho. Como eu tinha 1 litro de suco e 500ml de agua de coco que eram mais que suficientes para mim para o trecho final, nem me preocupei. Após o trecho do rio, a estrada de terra passa a ficar mais movimentada, aparecem os primeiros sitios e casas e junto com eles, os carros, que nos fazem comer poeira. Mais 1 hora de caminhada tediosa pela estradinha, passamos por uma bifurcação com uma placa indicando que a esquerda, segue para o sítio Itaguassu e aproveitamos para fazer um rapido pit-stop nesse ponto para um lanche e molhar a goela seca. E enfim, após 2 horas desde o topo da Pedra Grande, alcançamos o bairro de Quatinga bem a tempo do próximo ônibus para Mogi . Após uma viagem de quase 1 hora, saltamos na estação central de Mogi das cruzes, onde pegamos o trem de volta para SP, chegando em casa por volta das 14:30h, cansado, mas feliz. Dicas: --> Durante toda a travessia, existem poucos pontos de água, mas bem distribuidos, não sendo necessário sair carregado de agua da vila ou de casa. O 1º ponto está na base da cachoeira da agua fria, após a trifurcação no poção e no inicio da trilha atalho. No segundo dia, o unico ponto de agua está bem na metade do caminho. --> Se for acampar, pegue toda a agua que precisar no ultimo ponto, pois na trilha e no topo não há água. Eu carreguei comigo 1 litro de agua e outro de suco que foram mais do que suficientes pra mim. --> No topo não há areas protegidas dos ventos, somente adentrando na trilha a esquerda que parte na direção sul. Lá há uns pequenos descampados para 1 ou 2 barracas em cada trecho e que são uma boa opção de area protegida. É só descer uns minutos pela trilha para achar os pequenos descampados planos e protegidos no meio da mata. --> As linhas de ônibus para o terminal Central de Mogi são: C192 Quatinga via Tomoki hiramoto e C193 Quatinga via Barroso. A Linha C192 tem poucos horários, mas a C193 tem vários horários, mesmo aos domingos. Ambos as linhas são municipais e a tarifa é de R$ 4,50 (Ref.Agosto/19) Maiores informações podem ser obtidas no site www2.transportes.pmmc.com.br ou pelo telefone 0800-195755.
  5. Vale muito a pena, como eu moro longe, o circuitão foi a melhor coisa que eu fiz para aproveitar o melhor dos 3 principais picos.
  6. Obrigado a todos! Pessoal, a melhor maneira de fazer os 3 picos é ir primeiro no A2, depois volta e passa no Itapiroca, e sobe para o Caratuva pela trilha que interliga ela com o A1. É uma trilha menos ingreme e você chega mais rapido ao topo do Caratuva. A outra trilha que vem da fazenda é mais longe e é uma pirambeira daquelas. Só vale a pena se for fazer a logistica ao contrário, acampando no Caratuva no primeiro dia e seguindo para o A2 no segundo dia. Na volta do segundo dia, passa pelo Itapiroca e depois volta para a fazenda. Se for fazer em 3 dias com 2 pernoites, começando na Sexta, a pedida é acampar no topo do Pico Paraná que estará vazio na Sexta e no Caratuva no segundo dia, finalizando no domingo e com tranquilidade.
  7. 4ºDia - Do topo do Capim amarelo (2.392m) a Rodoviaria de Passa Quatro (sem resgate) A Segunda-feira amanheceu com uma fina nevoa, o que me fez supor que não iria dar para ver o nascer do sol. Mas era só uma nuvem passando e logo abriu. Um tapetão de nuvens cobria o vale do paraíba e as cidades do sul de MG. Após ver o surgimento do astro-rei por detrás da crista do Melano, fui preparar meu último café da manhã. A novidade foi o topo todo coberto pelo branco da forte geada da madrugada, o que foi um atrativo a parte, pois não havia visto o Capim amarelo daquele jeito nas outras vezes que acampei lá.... Barraca desmontada e mochila nas costas, começamos a descida por volta das 9:00hs. Vamos descendo devagar a pirambeira ingreme e noto que em alguns pontos colocaram cordas em lugares onde antes não havia. Além das cordas, escadas também foram afixadas nos trechos mais pirambeiros. 20 minutos depois, passamos por um trecho conhecido como "cotovelo" e logo em seguida a descida começa para valer. Topo do Capim amanheceu coberto de branco da geada Vou perdendo altitude rapidamente, e segurando forte na vegetação em volta para evitar despencar vale abaixo. Descer o capim sentido toca do lobo é uma experiência diferente, mas assim como a subida, é uma descida bem desgastante. As trocentas vistas do gigantesco vazio do vale do paraíba lá embaixo impressiona o tempo todo, mas não dá para se distrair..... As 11:00hs, termino a descida mais pirambeira e saimos do trecho de capim elefante para um capim ralo. A partir desse ponto, a descida dá lugar a um trecho plano, seguido de uma leve subida, por uma fina crista com 2 vales ao lado. Mais 15 minutos e chego ao alto do morro do Quartzito, onde se tem uma bela vista do Capim amarelo bem a sua frente (no meu caso, atrás). Demos um tempo ali para o Leo tirar suas fotos do trecho da vista classica e eu aproveitei para molhar a goela seca com um gatorade geladão.... Descida pirambeira Caminhando pela fina crista em direção ao alto do Quartzito Leo de costas registrando sua foto no trecho da vista classica do Capim amarelo e a fina crista Nossa caminhada não iria terminar na Toca do Lobo e ainda iriamos caminhar os quase 14 km de estradinha de terra até a Rodovia. No alto do Quartzito passamos por alguns descampados planos e uma placa dizendo que ali é uma area de acampamento para até 4 barracas. Mas ela é totalmente exposto aos fortes ventos, por isso é arriscado acampar aqui. Vamos descendo o Quartzito com cuidado, já que nesse trecho a trilha se torna um verdadeiro pedregulho e com quase nenhum ponto de apoio, o risco de escorregar é bem alto. Por isso, muita atenção nesse trecho. Terminada a descida, chegamos ao ponto de água da base do Quartzito. Aqui há uma bifurcação a esquerda (direita para quem está subindo) que leva até o precioso líquido. É uma opção, caso chegue aqui sem água. Como ainda tinhamos água sobrando, optamos por continuar em frente até a Toca do Lobo. As 11:48hs e pouco mais de 2 horas e meia de caminhada desde o topo do Capim amarelo, passamos por um outro descampado plano, esse para umas 3 barracas, mas protegido dos ventos. Diferente da outra, essa sim, é uma boa opção de pernoite para o caso de você quiser adiantar o percurso do primeiro dia no sentido tradicional ou se caso vier direto da Pedra da Mina fazendo a travessia no sentido contrário e estiver chegando aqui de noite. Após o descampado, passamos por mais um trecho de fina crista, trecho conhecido como "Alto do cruzeiro". A partir daí tem mais um trecho de descida e logo mergulhamos na mata fechada. A vegetação muda, com os campos de altitude dando lugar a mata atlântica e após mais um curto trecho na mata fechada, finalmente chegamos a Toca do Lobo as 12:05, com quase 3 horas cravadas de descida intensa, desde o topo do Capim amarelo. Chegando ao trecho conhecido como Cruzeiro Enfim, na Toca do Lobo Demos um tempo ali para descançar e forrar o estômago. Descançados e saciados, partimos para o trechinho final de trilha em direção a fazenda Santa Amélia, onde chegamos por volta das 13:00hs. A travessia havia acabado, mas não a caminhada, pois ainda restava o trecho de quase 14 km até a Rodovia. Como estavamos apenas em 2, contratar um resgate está fora de cogitação. Por isso fizemos nosso planejamento de tempo de caminhada de cada dia incluindo no último dia, de 5 a 6 horas de caminhada. Após os clicks para registrar nossa chegada, comemoramos o sucesso da empreitada. A partir desse ponto começamos a tediosa caminhada pela estradinha de terra em direção a Rodovia. O relógio marcava 13:20hs e pelo roteiro, precisaríamos chegar à rodoviaria de Passa Quatro até as 16:00hs a tempo de pegar o último ônibus das 16:50hs para São Paulo. Porém, chegamos bem antes do tempo estimado, pois qdo estavamos chegando na metade do caminho, passou um caminhão e o motorista parou para nos oferecer carona, o que aceitamos na hora, é claro. O motorista nos deixou bem próximo da rodoviaria. Mas quem disse que o perrengue acabou? Ao chegar no guichê da Cometa em Passa Quatro, descobrimos que não havia mais vaga no ultimo ônibus direto para São Paulo. Então, pegamos um onibus para Cruzeiro, depois outro para Guaratinguetá e por fim outro direto para São Paulo, onde fomos chegar pouco antes das 22:00hs, cansados, mas felizes. -------------------- DICAS E INFORMAÇÕES ÚTEIS: -> Um dos maiores perrengues dessa travessia é a escassez de água, independente do sentido que estiver fazendo a travessia. Entre um ponto e outro, é sempre bom levar um pouco mais de água além do necessário. Mas sem exagerar, para não extrapolar muito no peso da cargueira, é claro. O Ideal é levar uns 3 a 4 litros de um ponto de água a outro, com excessão dos trechos entre o final do segundo dia e o inicio do terceiro, onde por conta da proximidade entre os pontos de água, dá para subir e descer do cume da pedra da mina bem mais leve. Portando, não é preciso sair lá de baixo carregado, como no inicio do primeiro e terceiro dia. -> Se for fazer a travessia ao contrário, considere levar pelo menos 1 litro de agua extra além do que levaria na travessia no sentido tradicional. A subida dos 3 Estados é bem mais longa e leva-se pelo menos umas 7 a 9 horas em um ritmo relativamente forte e poucas paradas. Por ser mais longa e demorada, o desgaste e o consumo de energia e água acabam sendo maiores, obviamente. Eu subi com 4 litros de água + 1 de gatorade que foram mais do que suficientes para mim nos 2 primeiros dias. No sentido tradicional subi com 1 litro a menos. Atente-se a esses detalhes. --> Isotônicos em pastilha, do tipo "Suum" são uma boa pedida. Assim, dá para levar mais de 5 litros de "gatorade" em apenas um tubinho. Cada pastilha rende 500 ml e cada tubinho vem 10 pastilhas em média. São ótimos para repor os sais mineirais, sem precisar carregar 5 litros a mais nas costas. Pode-se usar parte da água para dissolver as pastilhas em garrafinhas de 500 ml daqueles de gatorade mesmo, transformando 500ml de água em 500ml de "gatorade" em poucos minutos. Me deu muito pique, evitou cãibras e também de chegar exausto no final de cada dia. --> Não recomendo fazer essa travessia sem o uso de luvas de jeito algum, ainda mais no sentido contrário. As luvas são um item quase que obrigatório, pois evitam os cortes nos dedos provocados pelo Capim elefante, principalmente nos trechos de subida e descida. Esse tipo de capim corta com muita facilidade e o uso de luvas além de proteger dos cortes, se torna um grande facilitador, pois com as luvas, você poderá usar o capim como apoio nas subidas e descidas, diminuindo a carga nas pernas e joelhos. --> Faça o possível para levar o isolante e a barraca dentro da mochila. Ou então, embale-os bem, com uma toalha ou algo que os deixe bem protegidos, evitando deixa-los na horizontal do lado de fora da barraca. Caso contrário, os bambuzinhos irão acabar com eles. --> A trilha durante toda a travessia está bem demarcada, com excessão de alguns trechos de capim elefante. Nos trechos de lajes de pedras no alto das cristas, a trilha dá lugar a enormes e extensos costões rochosos, onde a navegação passa a ser através de totens e pequenas fitas amarelas, brancas ou vermelhas amarradas nos galhos das árvores. A navegação para quem não tem experiência em orientação por totens e vestígios de trilha, fica bem complicada até mesmo com o uso de gps, imagina sem....Portanto, muita atenção nos trechos de lajes de pedra e aprenda a se guiar sem o uso de gps, que pode falhar na hora H e te deixar numa fria. --> Sinal de celular pega sem problemas no alto dos picos e na crista, principalmente da VIVO. --> Boné é indispensável para evitar o sol forte... --> A travessia da Serra fina não é uma travessia qualquer e é preciso estar muito bem preparado fisicamente e psicologicamente para vencer os desafios por ela impostos durante os 4 dias. Subidas e descidas pirambeiras e longas com alto grau de declive e aclive acumulados podem gerar lesões em pessoas que não estejam com um bom preparo físico. E por ser 4 dias e com escassez de água, a mochila fica muito pesada mesmo. Não há como escapar disso. -> A travessia feita no sentido contrário é mais puxada que no sentido tradicional. Mas tem a vantagem de conseguir vaga nas areas de acampamento com facilidade sem precisar correr para chegar antes. Alguns poucos grupos optam pela travessia ao contrário (principalmente em feriados prolongados) justamente para não ter que se preocupar em não encontrar vaga nos cumes, pois a esmagadora maioria faz no sentido tradicional. --> A melhor época para se fazer a travessia é no periodo seco, ou seja, de Maio a Setembro. Mesmo assim, vá somente com a certeza de tempo firme nos 4 dias e adie em caso de previsão de mau tempo. Não adianta arriscar achando que a previsão vai errar, pois a probabilidade dela acertar é maior do que de errar. A montanha não vai fugir de lá e é melhor adiar e ir com a certeza maior de tempo firme nos 4 dias do que contar com a sorte e pegar tempo fechado, sem visibilidade alguma e correndo risco de pegar chuva e ventos fortes. --> Muita atenção nos trechos de capim elefante, pois as folhagens dela cobrem quase que totalmente a trilha, deixando-a meio que "invisível". Por isso é preciso ir abrindo caminho entre os tufos afim de visualizar a trilha, escondida pelas folhagens do capim. Tendo um bom farejo de trilha, é possível encontrar o caminho mesmo sem gps ou tracklog, itens que devem ser utilizados para auxilio somente em caso de dúvidas qto ao caminho. As bifurcações em meio do capim podem confundir e se você não souber distinguir a trilha bem marcada daquelas bifurcações em meio aos tufos, se perderá com facilidade... --> Leve saquinhos reserva, inclusive para poder trazer o seu lixo de volta. -> Se for fazer a travessia no sentido contrário, uma boa opção é pernoitar em Itamonte e de lá pegar resgate, taxi ou UBER (dependendo do numero de pessoas do grupo) até o sitio do Pierre. --> Na cidade de Passa Quatro, uma das melhores opções de hospedagem é o Hotel Serra Azul: --> Logo abaixo seguem alguns contatos que fornecem transporte para a Toca do Lobo ou para pegar no final da travessia, sendo possível também combinar no sentido contrário. Ligue e se informe antes (Contatos fornecidos pela Vivi Mar) - Taxista Marquinhos: (35) 9113-1214 (Itamonte) - Um dos + baratos; - Celso: (35) 3371-1291 - Recados no Hotel Serra Azul (Passa Quatro); - Edson da Toyota: (35) 9963-4108 ou (35) 3371-1660 (Passa Quatro); - Sr. Caetano: (35) 3771-1510 (Passa Quatro); - Sr.Samuel: (35) 9113-1700 (Itamonte); - Eliana da 4P4 Ecoturismo: (35) 3371-4263, 3371-3937, 3371-2268 (Passa Quatro); - Taxistas Schmidt e Boni: (35) 3371-2013 e (35) 9962-4025 (Passa Quatro). - Carlinhos: (35) 9109-1185 - Zezinho: (35) 9113-0745 - Maú: (35) 9216-4793 ou faz a travessia alpina.de asfalto a asfalto. - Joaquim Siqueira 35 3371 2410, 35 9113 7643 ou jjssiqueira@bol.com.br - Hotel Serra Azul em Passa Quatro que cobra barato pernoite de mochileiros contato Steffi Sikorski (35) 3371.1291 hotelserraazul@hotelserraazul.com.br . --> Por ser uma travessia clássica, existem dezenas de tracklogs dela disponíveis na internet. Aqui vai um link direto: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/find.do?q=travessia+serra+fina -> 3 anos atrás (em Junho de 2014) fiz a travessia no sentido tradicional e escrevi um relato detalhado de como foi minha experiência pessoal, segue o link abaixo: Abs
  8. 3º Dia - Do topo da Pedra da Mina (2.798m) ao Alto do Capim amarelo (2.392m) No topo da Pedra da Mina, logo após o nascer do sol Acordei pouco depois das 6:00hs para ver o nascer do sol e logo desci para preparar meu café. As 7:00hs já estava desmontando a barraca, mas só fui sair pouco depois das 9:00hs para dar tempo do Leo curtir o topo e tirar suas trocentas fotos de primeira vez. Mochila nas costas, começamos a descer em direção as nascentes da Pedra da mina. Durante a descida, somos brindados com uma visão de arrepiar de toda a cadeia de montanhas da parte oeste da Serra fina, o que rendeu vários clicks. Vamos descendo com certa cautela nos trechos mais pirambeiros e em menos de 40 minutos chegamos ao acampamento na base, onde tivemos um pequeno perdido: Por estarmos fazendo no sentido contrário, a pespectiva de caminho é diferente, por isso eu me confundi no trecho dos descampados na base e levamos pelo menos uns 10 minutos para encontrar a continuação da trilha. Procura aqui, ali e acolá e nada.....E agora José? Falei para o Leo ligar o GPS do celular, mas quem disse que o bichin deu sinal? O Leo começou a ficar apreensivo por não estar achando a continuação da trilha e eu resolvi tirar a cargueira para procurar melhor e com mais calma. Foi só me livrar do peso nas costas para achar a trilha instantes depois. Com a vegetação virada para quem vem no sentido tradicional, a continuação da trilha ficou meio escondida, pois haviam bifurcações bem abertas levando para outros descampados que acabaram ofuscando a trilha original. Coloquei alguns totens para indicar a direção correta para outros caminhantes que passarem por aqui no futuro fazendo a travessia ao contrário. A trilha certa segue pelo alto do pequeno morro, bem ao lado de algumas árvores. Só o farejo de trilha que salva nessas horas! Vista durante a descida com o Pico do Tartarugão em destaque Descidão pirambeiro Colocaram várias dessas placas novas em area de acampamento Depois que reencontrarmos a trilha, descemos um pequeno trecho e as 10:40 chegamos ao ponto de água do Rio claro, onde abastecemos os cantis para os próximos 2 dias....Cruzamos o pequeno riachinho e começamos a subir um pequeno trecho de capim elefante com tufos bem altos. Chegamos ao trecho de chapadão, onde a trilha dá lugar a enormes costões rochosos. A partir desse trecho a navegação passa a ser feita somente através de vestígios de trilha, fitas e totens por algum tempo. Uma novidade é que colocaram várias placas em todos os descampados pelo caminho, identificando o ponto de acampamento e a capacidade do mesmo. 20 minutos desde o ponto de água, passo por uma bifurcação a esquerda que dá acesso a cachoeira vermelha. Deixamos as cargueiras na bifurcação e fomos lá ver a cachoeira mais de perto...sua água não é boa para consumo pois é rica em ferro, então não recomendo pegar água nesse ponto. Por isso, se estiver fazendo a travessia ao contrário, pegue toda a agua que precisar no Rio claro, o primeiro ponto logo que desce da Pedra da mina. Ali a água é corrente e de boa qualidade. Cachoeira vermelha No vale das nascentes da Pedra da Mina há vários pontos de acampamento planos e protegidos por enormes tufos de capim elefante pelo caminho, que podem ser usados para o caso do topo da Pedra da mina estar lotado ou se quiser adiantar o percurso do dia seguinte. Elas são relativamente próximas umas das outras, mas somente nos descampados na base da Pedra da mina tem água perto. O caminho pelo gigantesco vale em direção ao Melano vai alternando entre curtos sobe morro/desce morro, sem maiores dificuldades. A cada vale, passo por pequenos descampados. Mais 40 minutos desde o ponto de agua lá no Rio claro, iniciamos a subida em direção a crista do Melano. O Relógio marcava pouco antes das 13:00hs e nesse ponto, terminamos a subida e voltamos a caminhar novamente por lajes de pedras e trechos de bambuzinhos, agora pelo alto da crista do Melano, com novos trechos de sobe morro/desce morro. Do alto, somos brindados com uma bela visão de todo o vale por onde passamos, com a imponente Pedra da Mina em destaque na paisagem. Também consigo ver até a cachoeira vermelha distante, no meio do vale....É um belo visual e vale a pena uma parada para contemplação dessa parte da travessia. Subindo em direção a crista do melano O gigantesco vale por onde passamos, com a imponente Pedra da Mina em destaque Cachoeira vermelha distante, vista do alto da crista - foto com zoom A subida do Melano no sentido contrário é bem mais tranquila que no sentido tradicional. Há poucos trechos de escalaminhada que são curtas e logo se atinge o alto da crista. As 13:35h passamos por um descampado para umas 6 barracas do tipo Iglu na crista do Melano que se revela uma boa opção ao Capim amarelo, já que a crista do alto do Melano é mais alto e tem uma visual privilegiado do topo do capim de um lado e a Pedra da Mina do outro. Nesse ponto, estamos mais ou menos na metade do caminho e a caminhada segue no plano. Mais 25 minutos desde o descampado lá atrás, chegamos ao topo do Melano e daqui já se tem a bela visão dos vales que separam o Melano do Alto do Capim amarelo, que parece estar bem próximo, mas ainda restava uma grande descida até lá. No alto do Melano se passa por trechos curtos de sobe morro/desce morro como esse Chegando ao topo do Melano A bela vista do Topo do Melano com o capim amarelo em destaque Começamos a desescalaminhar a íngreme descida do Melano que é uma pirambeira daquelas. Vamos descendo com cautela e evitamos de olhar para frente. Ao lado da trilha existem alguns trechos são verdadeiros precipícios e que de tão altos, dão até medo. Quem está fazendo no sentido tradicional sobe de costas e geralmente nem vê o precipício. No começo da descida há algumas cordas para auxílio nos trechos mais complicados e que foram bem úteis. É preciso descer com bastante atenção, pois um escorregão ou pisada em falso representaria pelo menos um braço ou perna quebrados. Após desescalaminhar o trecho inicial, a descida dá uma tregua e passamos a caminhar novamente pela fina crista com o Capim amarelo bem visivel a nossa frente o tempo todo. Pouco antes das 14:30h começamos a descer a segunda parte do paredão ingreme do Melano que se rebelou ser ainda mais pirambeira do que o trecho inicial e vamos perdendo altitude rapidamente. Passamos por 2 montanhistas fazendo a travessia no sentido tradicional vindo da toca do lobo pouco antes do final da descida e trocamos algumas ideias rapidamente. Eles estavam fazendo a travessia em 3 dias e iriam acampar no descampado no alto do Melano. Logo que a descida termina, passamos por uma bifurcação a esquerda que leva para uns descampados conhecido como "Dourado". Desescalaminhando o Melano Pirambeira dos infernos No mesmo ponto (agora a direita) há outra bifurcação para um ponto de água extra onde havia uma plaquinha com um aviso: Área em recuperação. Ali na verdade é o acesso a um ponto de água que funciona quase o ano inteiro. É uma opção, mas em epoca de estiagem prolongada a nascente pode estar seca. Por isso não recomendo abastecer com menos água no Quartzito ou no Rio claro contando com esse ponto. As 15:10hs, chegamos ao enorme descampado conhecido como Maracanã que é o maior local de acampamento de toda a travessia (ali cabem pelo menos umas 12 barracas ou mais, por isso o nome Maracanã), onde fizemos uma rápida pausa para molhar a goela e mastigar umas barras de cereais antes de encarar o ultimo trecho e o subidão final de ataque ao cume do Capim amarelo. 30 minutos desde os enormes descampados do Maracanã lá atrás, chegamos finalmente a base do Capim amarelo. Passamos por mais alguns outros descampados no vale conhecido como "Avançado" e começamos a ganhar altitude. A subida de ataque final ao cume é de matar e com vários trechos de escalaminhada, vou parando para retomar o fôlego. Os músculos das pernas já estavam mais "para lá do que para cá", mas continuar era preciso. O Leonardo esboçava estar mais cansado do que eu e por isso acabou parando mais vezes durante a subida. Melano visto do Maracanã. E pensar que desescalaminhei aquele paredão Na base do Capim Amarelo A Pirambeira parecia não ter fim e depois de uns 40 minutos de subida íngreme, o terreno começa a nivelar. Saímos da mata mais fechada de bambuzinhos e entramos no trecho de Capim elefante. O topo parecia estar tão próximo e as 16:30hs, com pouco mais de 40 minutos de subidão e quase 7 horas de caminhada desde o topo da Pedra da mina, finalmente chego ao cume do Capim amarelo para mais um merecido descanço. Enfim, no topo do Capim Amarelo Do topo do Capim é possivel ver todo o trecho percorrido no dia ou a percorrer se estiver fazendo a travessia no sentido tradicional Não havia ninguém no cume e donos absolutos do lugar, pudemos escolher o melhor lugar para montarmos nossas barracas. Depois fomos deixar nossas contribuições do livro do cume e contemplar o último pôr-do-sol da travessia. A temperatura diminuiu bastante e por volta das 17:30 o termômetro marcava por volta dos 04ºC. Após a Janta, fiquei fazendo um pouco de hora para curtir o céu estrelado, o silêncio do cume sem ninguém e as cidades todas iluminadas lá do alto, que são um capitulo a parte. Qdo o sono começou a vir, voltei para a barraca, me enfiei dentro do saco de dormir e logo pego no sono. Continua....
  9. 2ºDia - Do Pico dos 3 Estados (2.665m) a Pedra da Mina (2.798m) Nascer do sol no cume dos 3 Estados O Sábado amanheceu com o céu totalmente livre de qualquer vestígio de nuvens, o que era um sinal de que seria mais um dia igualmente aproveitavel, com céu azul e tempo firme....Após ver o Astro-rei surgir por detrás da Serra do Itatiaia, fui preparar meu café da manhã, enquanto que o Leo se fartava de fotos no topo....afinal era a 1ºvez que ele estava fazendo a travessia e logo de cara a travessia ao contrário. Barraca desmontada e mochila nas costas, começamos a caminhar pouco antes das 9:00hs em direção a Pedra da Mina. A Descida dos 3 Estados no sentido contrário se mostra uma pirambeira daquelas, por isso vou descendo com relativa cautela. É bom usar luvas para evitar os cortes nos dedos provocados pelo capim elefante, principalmente em subidas e descidas ingremes. Esse tipo de vegetação corta com certa facilidade e a vantagem da luva é poder usar o proprio capim como apoio durante a descida e também nas subidas, reduzindo o risco de acidentes e ainda poupando panturrilhas e joelhos. Topo do Pico dos 3 Estados, que agora conta com um livro de cume A descida é rapida e agora a caminhada segue por um trecho de ombro pela crista, mas não demora muito e logo começa outra descida ingreme até a base. Passamos por uma enorme área de acampamento conhecida como "bambuzal" que fica em um vale entre os 3 Estados e o Cupim de boi para pelo menos umas 10 barracas. O trecho do vale é plano, porém curto e logo começamos a subir a crista do Cupim de boi. A subida é bem ingreme, mas não dura muito tempo e com pouco mais de 1 hora desde o topo dos 3 Estados, as 10:10hs chegamos no topo onde fizemos uma breve pausa para clicks e apreciação da paisagem Descendo o Pico dos 3 Estados em direção ao cupim de boi Trecho de crista A pirambeira ingreme dos 3 Estados que acabamos de descer Retomamos a caminhada e seguimos agora descendo pela crista do cupim do boi em direção ao morro da Brecha. A caminhada é bem tranquila e vamos nos orientando pelos totens, pequenas fitas presas nos galhos dos bambuzinhos e rabicho de trilhas. A nebulosidade aumentou bastante durante a manhã e chegou até a encobrir o topo dos picos e onde nós estavamos, parecendo que iria fechar tudo e nos tirar a navegação pelo visual. Mas ficou apenas na ameaça e no final, o tempo abriu e só ficou parcialmente nublado, com as nuvens mais altas que o topo dos picos, felizmente. O caminho entre o alto do cupim e a brecha é tranquilo, mas uma caracteristica desse trecho é os bambuzinhos. A maior parte do caminho é composto por eles e trilha menos aberta que são um incômodo frequente, pois os bambus enroscam constantemente na mochila. Para quem está fazendo a travessia no sentido contrário, esse "incomodo" é maior por conta da vegetação virada contra você. No topo do cupim de boi O imponente pico dos 3 Estados visto do alto do Cupim de boi e ficando para trás Descendo pela fina crista - Bem ao fundo, no centro - Pedra da Mina 1 hora e 10 minutos desde o topo do Cupim, terminamos a descida e estavamos na base da crista. Bem a frente, um enorme paredão pronto para ser escalaminhado. De longe parecia ser uma subidinha relativamente tranquila, mas de perto a conversa foi outra. O problema nesse ponto nem era a subida, mas sim os bambuzinhos virados contra nós que enche o saco e trechos de trilha mais fechada, o que nos deixou bem mais lentos. Pouco antes das 12:30hs chegamos ao alto da crista e a caminhada agora segue no plano, para nosso alívio. Mais 30 minutos e finalmente chegamos ao topo do morro da Brecha onde fizemos mais uma breve pausa. Aqui existe alguns descampados planos e protegidos para umas 4 barracas pelo menos. Também tenho a visão total do vale do Ruah e do Rio verde bem a frente...Estavamos com mais de 1 litro de água cada um e por isso nem nos preocupamos em chegar logo lá. Vistas de tirar o fôlego Descampado no alto da Brecha O trecho pelo alto da crista por onde a trilha passa- A esquerda o Pico dos 3 Estados, no centro o Cupim de boi As 13:10 começamos a descer em direção ao vale do Ruah. A trilha que vem do Ruah vira a direita logo que o rio começa a virar a esquerda. Tivemos um perdido no trecho do rio, pois seguimos por uma trilha bem demarcada que levou direto ao rio e que evitou um trecho bem ruim de descida pelo capim elefante mto alto, mas que virou muito a direita. Até vale a pena descer por ela e seguir um curto trecho pelo leito do rio, mas tivemos que nos enfiar no meio dos tufos de capim elefante que estavam altos e muito fechado para reencontrar a trilha que vem do vale do ruah, o que nem é um problema para quem conhece o caminho. Porém pode ser um problemão se for a primeira vez que estiver fazendo a travessia da Serra fina (ainda mais se for ao contrário), não souber o caminho e nem tiver um gps. O Capim elefante nesse trecho é muito alto e cobre totalmente a trilha na maior parte dos trechos. É preciso ir abrindo caminho entre os tufos para conseguir enxergar a trilha. Por isso, independente de qual sentido esteja fazendo a travessia, muito cuidado nesse trecho, caso não conheça o caminho e estiver sem GPS. O trilha que vem do Ruah segue acompanhando o leito do rio, com a Pedra da Mina bem a frente. Descendo em direção ao vale do Ruah 40 minutos desde o topo da brecha (contando com o perdido que nos atrasou um pouco), paramos para coletar água em um trecho do rio. Peguei o suficiente apenas para passar a noite no topo da Pedra da Mina, pois sei que logo no começo do dia seguinte irei encontrar outro ponto de água. Como já tinha um pouco de agua comigo, enchi apenas uma garrafa PET de 1 litro e meio. Depois de coletarmos água, atravessamos o bonito e inóspido vale do Ruah e logo chegamos a base da imponente Pedra da Mina. Passamos por mais uma area de acampamento para umas 10 barracas e resolvemos fazer uma breve parada para mastigar algo e molhar a goela, pois só de olhar o enorme paredão íngreme da Pedra da Mina, deu até tontura..... Atravessando o vale do Ruah A imponente Pedra da Mina Subindo a pirambeira da Pedra da mina As 15:30hs começamos a subir. A subida de ataque final ao cume é uma pirambeira daquelas e com alguns lances de escalaminhada e trepa-pedra, vou parando algumas vezes para retomar o fôlego. A subida é inteiramente por lajes de pedras e vou me orientando pelos totens e vestígios de trilha, evitando os trechos mais ingremes. O sentido é obvio, sempre pela crista em linha reta e leva-se mais ou menos 1 hora até o topo. Enfim, após 7 horas de caminhada desde o topo dos 3 Estados, as 16:25h chego ao topo da Pedra da mina para o merecido descanço.. O topo estava lotado por ser um sábado a tarde de sol, o que já era previsível. Apesar do cansaço e o stress dos músculos das pernas por conta da subidão, já fui preparado para o caso de ter que continuar em frente e descer em direção as nascentes do Rio claro e acampar lá. Mas por sorte, vi de longe 2 descampados vagos na cratera-base e um outro grupo subindo pela trilha do paiolinho. Então tratamos de correr afim de garantir nosso lugar, para a alegria do Leo por ser a 1ºvez dele.... Após montarmos as barracas, fomos contemplar o cume e o por-do-sol. A temperatura já havia diminuido bastante e por volta das 17:00hs o termômetro que deixei pendurado do lado de fora da barraca estava registrando 02ºC.....E as 19:00hs, enquanto estavamos preparando nossa janta, os termometros baixaram ainda mais e estavam marcando -01ºC. Uma fina camada de gelo começava a surgir em cima das barracas e a madrugada foi um verdadeiro freezer. Com o frio mais intenso que a noite anterior e o cansaço, nem fiquei muito tempo fora da barraca contemplando a noite estrelada e logo fui dormir. Continua....
  10. Álbum com todas as fotos da travessia estão em: https://goo.gl/photos/nfzuWXFzDoqd68vh8 Travessia realizada entre dias 29/07 a 01/08/17. - Introdução - No geral, quem faz a travessia da Serra fina pela 1º vez, logo se encanta com a beleza do lugar e também sente na pele a fama da travessia estar entre as mais dificeis do Brasil. O que ela tem de dificil, tem de recompensas, o que faz que muitos retornem. Já tendo feito outras 2 vezes no sentido tradicional, agora era hora de experimentar a travessia no sentido contrário, que dizem ser mais dificil, mas que oferece outras experiências, pespectivas e visuais diferenciados. E mais perrengues, obviamente. Chamei alguns amigos, mas devido a logística (ter que enforcar 2 dias úteis da semana) o unico que topou encarar a empreitada comigo foi o Leonardo. Marcamos de nos encontrar na Rodoviaria do Tietê e embarcamos no ônibus das 23:30hs em direção a Itanhandú/MG. A viagem foi tranquila e pouco antes das 4:30hs saltamos na rodoviaria da pacata cidadezinha de Itanhandú, cidade localizada no sul de MG e que mais parecia uma rodoviária fantasma. Além da gente, outros 2 passageiros desembarcaram na pacata rodoviaria. O céu estava claro e a temperatura marcava 05ºC para o desespero do Leo que duvidou qdo eu disse em SP que as cidades do sul de MG são muito frias, principalmente a noite. O motorista do ônibus, ao ouvir o Leo dizendo que tava muito gelado ali, brincou: "Está quente hoje...pois o normal para o horário e já estar abaixo de zero....E eu ainda disse: Se acha que está gelado aqui, espere para ver o que te espera lá em cima. Pelo roteiro, iriamos esperar o 1º ônibus do dia para Itamonte, que sai as 6:00hs e de lá pegaríamos um taxi até o sítio do Pierre, onde começa/termina a trilha da travessia. Mas para a nossa sorte, 2 pessoas que desembarcaram haviam chamado um UBER e também iriam para Itamonte. Eles perguntaram se tb iriamos para lá e se topariamos rachar a corrida em 4, o que aceitamos na hora, é claro. Após chegarmos em Itamonte, aproveitamos para esticar a corrida direto para o Pierre, o que otimizou bastante o nosso tempo e ainda saiu a bagagela de apenas R$ 30 para cada um, vindo direto de Itanhandu até o Pierre, parando apenas em Itamonte para o desembarque das outras 2 pessoas que iriam ficar por lá. Com isso, economizamos tempo e dinheiro. 1ºDia - Do Sítio do Pierre (1.800m) ao Pico dos 3 Estados (2.665m) Ainda estava escuro qdo chegamos ao inicio da trilha, no sítio do Pierre....após ajeitamos as cargueiras e fazer os alongamentos de praxe, iniciamos a caminhada pontualmente as 6:00hs em direção ao Pico dos 3 Estados. A 1ºhora de caminhada é feita pela estradinha de terra do sitio que mostra logo de cara que a subida até os 3 Estados não será moleza. Passamos pela porteira de entrada do sitio e vejo que não havia ninguém, apenas 2 cães solitários que latem a nossa passagem. O dia já está clareando e a serração tipica da montanha cobre os vales. O céu estava livre de qualquer vestígio de nuvens o que mostra que o dia seria igualmente aproveitavel para a nossa alegria. Vamos ganhando altitude e a subida tediosa pela estradinha de terra não dá trégua, mas pelo menos serviu para aquecer os músculos e espantar um pouco o frio da manhã. Passamos por alguns pontos de água, mas sabendo que haveria mais pontos acima, falo para o Leo deixar para abastecer mais acima. Se quiser evitar um peso desnecessário nas costas, deixe para pegar água a mais ou menos 30 minutos após o inicio da trilha, que é o ultimo ponto. As 6:47hs resolvemos fazer uma rápida parada para um café da manhã reforçado....afinal, subir de estomago vazio não dá né? Os primeiros raios do sol já coloriam o alto dos picos e o céu azulzinho apenas aguçavam nossa ansiedade. O Picú com seus 2.020 metros de altitude nesse ponto estava bem visivel a nossa frente. Ainda no sitio do Pierre, subindo pela estradinha de terra... Vista do Picú na subida da estradinha de terra, ainda no Sítio do Pierre A placa no inicio da trilha Após o café, retomamos a caminhada e as 7:15h chegamos ao inicio oficial da trilha. Uma placa logo a frente nos alertara para levar todo o nosso lixo de volta. 25 minutos desde as últimas casas do Pierre, chegamos ao 1º e único ponto de água do 1ºdia da trilha (sem contar os pontos de água da estradinha do sitio do Pierre) onde aproveitamos para carregar o suficiente para os próximos 2 dias, pois só iremos encontrar o próximo ponto de água no final do 2ºdia, no Vale do Ruah. Como a subida dos 3 Estados é mais longa do que a subida do Capim amarelo, abasteço com 4 litros e ainda tinha 2 garrafinhas de 500ml de gatorade cada na mochila, totalizando 5 litros que foram mais do que suficientes para mim. No sentido tradicional, costumo trazer apenas 3 litros de água e 1 de gatorade. Com as cargueiras mais pesadas do que nunca, vimos que a subida seria mais dificil que a do Capim de fato. E que iriamos comprovar a fama da travessia ao contrário ser mais puxada que a tradicional. De qualquer forma, é sabido que na Serra fina não tem moleza alguma do começo ao fim. Só de saltar na rodovia e começar a caminhar com um subidão pirambeiro logo de cara mostra bem isso. Abastecidos, retomamos a caminhada em meio a mata fechada e o frio da manhã ainda estava bem intenso, pois ainda estavamos na sombra e o Leo não via a hora de sair no sol. Até brinquei com ele que não deveria desejar o sol, pois qdo chegarmos ao trecho de crista, não haverá sombra e o sol já estará mais forte, o que acaba aumentando mais o desgaste físico. Em alguns pontos, aberturas em meio a mata fechada revelavam alguns picos e a crista por onde ainda iriamos passar. A trilha dá uma volta enorme em formato de "U" para evitar um grande vale a direita e atingir uma crista a frente que une os 2 morros. A frente vejo algumas subidas bem fortes e falo para o Leo que a trilha sobe exatamente por ali. Vista dos picos ainda no trecho de mata fechada 40 minutos desde o ponto de água lá atrás, chegamos aos primeiros trechos de campos de altitude as 10:30hs. Já estavamos acima dos 2.000 metros de altitude e nesse ponto entramos em um trecho de transição, onde a vegetação de mata atlântica vai pouco a pouco dando lugar aos de campos de altitude. As primeiras vistas do entorno aparecem e já consigo ver o Pico dos 3 Estados ainda bem distante e o alto dos Ivos a direita, com sua crista parecendo estar próximos, mas ainda distante algumas horas ainda....A Leste visualizo a Serra do Itatiaia com os Picos do Couto a esquerda e Prateleiras a direita em destaque. Ao fundo a esquerda, Pico dos 3 Estados ainda distante. A direita, alto dos Ivos Tapetão de nuvens cobrindo o vale do Paraíba Serra de Itatiaia ao fundo O dia estava radiante e o sol brilhava forte, com um tapetão de nuvens cobrindo totalmente o vale do paraíba, um espetáculo em tanto que foi merecedor dos primeiros clicks, é claro. Passamos por um descampado protegido para 4 ou 5 barracas que Pode/deve ser usado para quem começa a trilha no final do dia e quer adiantar parte do trajeto do primeiro dia, mas sem água perto. Pouco depois, cruzamos com alguns montanhistas fazendo a travessia no sentido tradicional a qual cumprimento cordialmente. A subida da uma leve tregua e nesse ponto, passamos por alguns trechos curtos de sobe morro/desce morro sem maiores dificuldades. Descampado plano e protegido que fica pouco a frente logo qdo você passa pelo primeiro trecho aberto fora da mata O corpo já começa a reclamar e com a cargueira mais pesado do que nunca, as pernas já dão os primeiros sinais de desgaste, após quase 3 horas de subida desde a Rodovia. Pouco antes das 12:00hs chegamos a base do Pico do Ivos e só de olhar o paredão íngreme da crista cansou até a vista. As 12:10 entramos definitivamente aos campos de altitude e a partir daqui a trilha some e a navegação passa a ser feita quase que exclusivamente por totens e fitas presas. Começamos a subir e o trecho inicial se mostrou uma pirambeira daquelas com trechos de escalaminhada e trepa-pedra. A subida é ardua, o sol castiga muito, o que me fez parar algumas vezes vezes para retomar o fôlego. As 12:48hs, com pouco mais de 30 minutos de subidão pirambeiro, o terreno dá uma amenizada e a caminhada entra no trecho da fina crista, com enormes vales à esquerda e a direita. A nossa frente, vejo o topo do Ivos relativamente próximo, mas ainda tinha um trecho com 2 cocorutos para vencer antes dele. Nesse ponto também consigo visualizar todo o trecho já percorrido, com o Pierre lá embaixo, as escarpas rochosas da Serra de Itatiaia e o Picú a leste. O visual daqui impressiona. Crista dos Ivos logo a frente Último trecho antes de começar a subida pirambeira Trecho da crista por onde passamos As 13:15, após 5 horas e meia de caminhada desde a rodovia, a subida finalmente acaba e a partir daqui entro no trecho final antes do cume do Ivos. O Topo estava bem próximo e por fim as 13:20 finalmente chego aos 2.512 metros de altitude do Alto dos Ivos para um merecido descanço. Do cume, é possível ver todo o trecho de subida, o Pico dos 3 Estados, Pedra da Mina e vários outros picos da Serra fina a Oeste, com a Serra do Itatiaia e o Picú a leste. Aproveitamos para fazer um pit-stop mais demorado para forrar o estomago e molhar a goela seca, após a subida que se mostrou bem mais puxada que a subida do Capim amarelo. Aqui acaba o trecho mais puxado de subida, mas não a caminhada do dia. Trecho final da crista No Topo dos Ivos, com a bela vista do Pico dos 3 Estados a esquerda e Pedra da Mina a direita Pouco antes das 14:00hs, começamos a descer o Ivos em direção ao nosso destino final, agora novamente por trilha bem demarcada. O Pico dos 3 Estados parecia estar perto, mas ainda restava a descida e a subida de 2 vales e picos menores até a base. A descida é ingreme, mas tranquila e vamos descendo sem maiores dificuldades. 30 minutos desde o topo do Ivos, a descida termina e estamos cruzando o primeiro de 3 vales. Passamos por alguns descampados planos e protegidos na base do Ivos com espaço para umas 8 barracas que são perfeitos para acampamento, mas com o problema de não haver água perto. Vista do trecho ainda a percorrer, durante a descida dos Ivos Subida de um pico menor entre o Ivos e o 3 Estados A trilha segue subindo em direção a um pico menor para depois bordejar a direita de outro morro para então seguir em direção a base dos 3 Estados. As 15:20hs finalmente chego aos descampados na base dos 3 Estados denominado "Bandeirantes". O frio da montanha começava a dar as caras e nem ficamos muito tempo parados na base para evitar que o corpo esfrie. A nossa frente só restava o tenebroso e imponente Pico dos 3 Estados e seu paredão ingreme pronto para ser escalaminhado. Estavamos a uma altitude média de 2.450 metros e teriamos que subir mais 200 metros afim de atingir os 2.665m dos 3 Estados. Após um breve descanço, as 15:35hs iniciamos a subida de ataque final ao cume, que logo se revela uma pirambeira daquelas....Não é nada fácil esse trecho e vou subindo devagar, sem pressa. Os músculos das pernas já estavam esgotados de tanto sobe morro/desce morro, mas continuar era preciso. Com vários trechos de escalaminhada e trepa-pedra, vou parando em alguns momentos para retomar o fôlego. As 16:05hs alcanço um dos ombros dos 3 estados, com a subida dando uma tregua. Aproveito e faço uma breve parada, pois ainda tinha mais um trecho de subida final para o desespero do Leo que estava nas últimas também. Continuamos em frente nos guiando por fitas amarelas e vermelhas e totens por um trecho plano. Vista do vale na base dos 3 Estados (ignorem a data da foto) Subindo a pirambeira dos 3 Estados Enfim, o trecho de subida final antes do pico Depois do trecho plano do ombro, subimos mais um trecho para então finalmente alcançamos o topo dos 2.665 metros do Pico dos 3 Estados as 16:35hs, o que foi motivo de comemoração, é claro. Afinal, foi uma caminhada árdua de quase 8 horas com peso máximo das cargueiras e vegetação virado ao contrário para nós. No Topo havia apenas 2 grupos com poucas pessoas e bastante vagas nos descampados para montar barraca. Vantagem de fazer a travessia ao contrário e chegar tarde e não ter problema para encontrar vaga...Nesse horário, no Alto do Capim amarelo já estaria lotado e teríamos que seguir em frente em direção ao Avançado ou o Maracanã, afim de encontrar vaga. Alguns sacrificios valem a pena. Após montarmos nossos respectivos aposentos e ver o Astro-rei repousar no horizonte, preparamos nossa janta e com o frio intenso, nem ficamos muito tempo fora da barraca e logo fomos dormir. Continua no post abaixo....
  11. Olá Alex, blz? Então, infelizmente em feriados é muito concorrido e as areas de acampamento ficam lotados, tendo que subir ainda de madrugada e em um ritmo forte para garantir os melhores lugares. Eu tb trabalho e para garantir a folga, negociei meu banco de horas com o patrão para viabilizar a saida na quinta a noite e começar a subida na sexta. Na empresa onde trabalho, não emendam feriados prolongados que cai na quinta. Ou seja, sexta é dia util normal. E o unico que tem é o de 7 de setembro que cai numa quinta feira. Então para mim é elas por elas....E esse ano não tem nenhum feriado que cai na sexta e como a temporada de montanha acaba em setembro, não tem opção. Negocie com seu patrão com o banco de horas ou se não tiver, uma compensação de horas depois....para tudo tem um jeito! Abs OBS: Estou temporariamente sem cel...então sem zap tb....
  12. Previsão de médio prazo pela CPTEC e Freemeteo indica forte frente fria para o inicio da Semana que vem.....periodo 17 a 21/07 com onda de frio de forte intensidade na retaguarda. Fiquem atentos!
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