Membros deborah.wakin Postado Janeiro 5, 2014 Membros Postado Janeiro 5, 2014 (editado) Boa noite, mochileiros. Nosso roteiro foi o seguinte: 20/12/2013 – São Paulo – Assunción (escala) 21/12/2013 – Assunción – Santa Cruz de la Sierra – Samaipata 22/12/2013 – Ruta Del Che Guevara 23/12/2013 – Ruta Del Che e retorno a Santa Cruz de la Sierra 24/12/2013 – Santa Cruz de la Sierra – Sucre – Potosí 25/12/2013 – Potosí – Uyuni 26/12/2013 – Salar de Uyuni 27/12/2013 – Salar de Uyuni 28/12/2013 – Salar de Uyuni – San Pedro de Atacama 29/12/2013 – San Pedro de Atacama – Arica 30/12/2013 – Arica – Tacna – Arequipa – Nazca 31/12/2013 – Sobrevôo pelas linhas de Nazca 01/01/2014 – Nazca – Arequipa – Puno – La Paz 02/01/2014 – La Paz 03/01/2014 – La Paz 04/01/2014 – La Paz – Santa Cruz de la Sierra – São Paulo Antes te iniciar o relato, darei importantes dicas. 1º COMPRA DE PASSAGENS AÉREAS COM ANTECEDÊNCIA = ECONOMIA – Eu e meu namorado planejamos a viagem para dezembro/2013 mas, compramos as passagens de Guarulhos até Santa Cruz de la Sierra no mês de janeiro pelo site Submarino Viagens pela TAM e no valor de R$ 883,13, incluindo taxas + seguro viagem. Para o trecho Santa Cruz/Sucre, compramos no mês de maio passagens pela BOA (Boliviana de Aviação), por meio do site http://www.boa.bo ou e-mail emissoes@boa.bo, pelo valor de R$ 98,00 por pessoa, com taxas inclusas. Para evitar de passarmos 14 horas no ônibus no trajeto La Paz/Santa Cruz de la Sierra, preferimos comprar passagens aéreas também pela BOA e o fizemos no mês de junho pelo valor de R$ 190,55, incluindo taxas. Oriento os mochileiros a comprar as passagens aéreas com bastante antecedência, principalmente se for para viajar nos meses de julho e dezembro, pois são os meses de férias e quanto maior a procura, mais alto é o preço. Se você for viajar em outro mês pode até ser que consiga passagens aéreas em promoção. Para ter uma ideia, no mês de agosto de 2013, nossa passagem pela TAM de Guarulhos até Santa Cruz já tinha dobrado de valor e daí em diante, só aumentou até o mês de dezembro. Além disso, existia o risco de quando chegássemos na Bolívia, por se tratar de uma viagem entre os meses de dezembro e janeiro, de não encontrarmos passagens para aquelas datas, o que nos prejudicaria e muito, já que perderíamos dias dentro de ônibus! SE VOCÊ TIVER MAIS TEMPO E PREFERIR VIAJAR DE ÔNIBUS, CERTAMENTE SUA ECONOMIA SERÁ MAIOR, MAS COMO TÍNHAMOS POUCOS DIAS, PREFERIMOS NÃO PERDER TEMPO FICANDO 10, 12, 14 HORAS OU MAIS EM ÔNIBUS. SE PUDER, PREFIRA FAZER OS LONGOS TRAJETOS DE ÔNIBUS DURANTE A NOITE, ASSIM VOCÊ APROVEITA O DIA CONHECENDO MAIS LUGARES. 2º CONTRATE UM SEGURO VIAGEM – Nos custou em torno de R$ 110,00 por pessoa, mas além de cobrir o extravio de bagagem, ainda cobre algumas despesas com hospital/consultas médicas e nunca se sabe quando irá precisar e nem as condições de saúde dos países que você visitará. O que mais pesou em termos optado pelo seguro foram relatos lidos aqui no site sobre pessoas que precisaram utilizar-se de serviços de saúde, e acabaram gastando bastante por não ter o seguro. Não foi nosso caso, não precisamos do seguro mas mesmo assim não me arrependo de tê-lo comprado por que nunca se sabe quando algo irá acontecer. 3º LISTA DE REMÉDIOS E PRODUTOS DE USO PESSOAL QUE ENTENDEMOS COMO INDISPENSÁVEIS – Optamos por levar alguns remédios para o caso de mal estar. Levamos os seguintes: dramin (para enjoo), aspirinas para dor de cabeça, sal de frutas, benegrip, floratil e diclofenaco sódico. Levamos colírio para o salar, por conta da irritação nos olhos e óculos de sol. É recomendável levar protetor solar e repelente (escolhemos o Exposis, pois é eficaz contra o mosquito transmissor da febre amarela). Também levamos lenços de papel, papel higiênico e lenços umedecidos shampoo, condicionador e sabonete, creme para a pele e rosto também. Com relação aos produtos de higiene, não posso deixar de mencionar que são caros na Bolívia. Pagamos 10 bolivianos em um sabonete e 20 bolivianos em um desodorante, portanto, levem seus produtos de higiene pessoal, principalmente lenços umedecidos para usar no deserto. 4º ROUPAS, SAPATOS E MOCHILA – Com relação as roupas, meu namorado teve uma excelente ideia: a de deixarmos no armário ao longo do ano aquelas roupas mais batidas e que não iríamos mais usar, para levar na mochila. Levei 6 blusinhas de manga curta, 2 blusas de frio (tipo fleece) 2 calças, um shorts, 6 meias, 1 chinelo, 1 biquíni, uma toalha de secagem rápida da náutica, uma capa de chuva e um saco de lixo para cobrir nossas malas no deserto. Bota eu levei uma bull terrier que comprei aqui no Brasil mesmo e já fui usando para amaciar. Além de ser um calçado impermeável, é adequado para as caminhadas/trilhas que faríamos, mas lembre-se, é sempre bom usar a bota com meia pelo menos umas 4 vezes antes da viagem para lacear e evitar incômodos. Meu namorado levou uma mochila Wilson de 70 litros e eu levei uma mochila simples de 55 litros, ambas impermeáveis. Analise se o que você realmente irá fazer uso do que está levando. Eu usei quase tudo o que levei, exceto uma sapatilha que foi desnecessária e só fez volume na mochila, daria para passar os 16 dias somente com a bota. 5º SEGURANÇA – Levem cadeados para as mochilas e uma doleira para carregar seu dinheiro com segurança. Colocamos todo o dinheiro dentro da doleira e ficamos tranquilos. É importante colocar cadeados nas mochilas, por que deixar seus pertences em hostel sem cadeado é bem complicado. Evitem de deixar suas coisas espalhadas pelo quarto, principalmente dinheiro. Eu nunca fui furtada, mas li diversos relatos de pessoas que não tiveram a mesma sorte, portanto, preferi continuar me precavendo da mesma forma que fiz em viagens anteriores. Além do que, caso você pretenda usar os lockers dos hostels, vai ter que trancá-los com seus próprios cadeados. Não se esqueça de deixar o RG e o papel de ingresso nos países longe do lugar onde você guarda o dinheiro, por que perder seus documentos vai lhe causar uma grande dor de cabeça. MUITO IMPORTANTE: Não jogue fora nem perca o papel que te dão no Aeroporto/fronteira quando você ingressa nos países, pois você deverá apresentá-los na saída de cada país. 5º PLANEJAMENTO DE ROTEIRO – Para planejar seu roteiro, é importante que você saiba mais ou menos os horários dos ônibus, quais os passeios você fará nos locais pelos quais passará e quais os horários desses passeios, lembrando que podem ocorrer atrasos, portanto, se você fizer longas viagens de ônibus, não crie um roteiro com horários muito apertados. Nem tudo é exato, portanto, se ocorrerem atrasos ou mudanças nos horários de ônibus, compre seu bilhete para o horário seguinte, procure se distrair conhecendo a cidade na qual você está e mantenha a calma. 6º COMO SABER SE O HOSTEL OU AGÊNCIA DE TURISMO É CONFIÁVEL – Primeiro eu procurava pelos contatos de agências e hostels na internet e jogava no tripadvisor, então, via a avaliação das pessoas que estiveram nos locais, para saber se era recomendável ou não. Não temos como prever tudo em um mochilão, nem como deixar as coisas 100% prontas daqui do Brasil, mas procurar referências sobre os locais onde você irá se hospedar ou sobre as agências de turismo pode evitar decepções. Desta forma, reservei alguns hostels no Brasil pela internet, meses antes da viagem. Já sobre os passeios, importante ter uma noção do quanto é cobrado por cada tour que você for fazer para não fechar por qualquer valor e sair perdendo. Fechei por aqui somente a Ruta del Che, com a Ben Verhoef Tours. 6º TÁXIS – Sempre que você quiser ir de táxi a algum lugar, procure solicitar ao hostel que chame um táxi confiável ou se dirija a terminais de táxis oficiais. Zele por sua segurança. 7º DINHEIRO RESERVA - Faça um cálculo estimado dos gastos com o mochilão, mas leve sempre um dinheiro reserva, afinal de contas, na maioria das vezes cartões de crédito não são aceitos. Você deve se atentar ainda para as taxas cobradas nos aeroportos da Bolívia e Perú. Quando embarcamos da Bolívia para o Brasil tivemos que pagar 25 dólares por pessoa de taxa de embarque internacional e a sorte é que eu tinha levado esse valor reserva. Sempre ocorrerão gastos inesperados que podem ter menor ou maior proporção e é importante pensar em tudo isso antes de iniciar sua viagem. Somando os valores gastos com passagens aéreas, totalizou a importância de R$ 1.171,68 por pessoa. No próximo tópico, iniciarei o relato. Editado Janeiro 6, 2014 por Visitante Citar
Membros deborah.wakin Postado Janeiro 6, 2014 Autor Membros Postado Janeiro 6, 2014 Dia 1 (20/12/2013) - São Paulo - Assunción Nosso voo sairia as 23:00 horas. Chegamos no aeroporto com duas horas de antecedências, preocupados por ser final de ano e pelo fato de que estavam noticiando que o aeroporto estava lotado e que estariam ocorrendo atrasos e cancelamentos de voos. Olhávamos para o painel e via vários cancelamentos de voos, já estava ficando apreensiva. Por sorte, nosso voo atrasou somente 30 minutos. Como faríamos uma conexão de quase 12 horas em Assuncion, reservamos um hotel para passar a noite. Chegamos a Assuncion a meia noite e trinta e lá estava o taxista do hotel nos esperando. Nos hospedamos no hotel Palmas del Sol -> http://www.hotelpalmasdelsol.com No valor da hospedagem já está incluso o traslado do aeroporto até o hotel. Despacharam nossa bagagem direto para Santa Cruz de La Sierra, então, passamos a noite sem nenhum dos nossos pertences, exceto os documentos e dinheiro mas tudo bem, pelo menos evitamos de ficar por 12 horas no aeroporto. O barulho do ar condicionado no quarto nos incomodou um pouco, estava extremamente quente em Assunción e precisávamos do ar condicionado mas, com o sono que estávamos, acabamos dormindo com barulho mesmo. Esse é o único ponto negativo do hotel, de resto, não temos do que reclamar. Gastos do dia: Sem gastos Dia 2 (21/12/2013) - Assunción - Santa Cruz de La Sierra - Samaipata Acordamos cedo, tomamos o café da manhã no hotel (já está incluso no valor da hospedagem) e efetuamos o pagamento em dólares para evitar de ter que trocar dinheiro e pagamos 51 dólares pelo quarto, mais 15 dólares para que o táxi nos levasse até o aeroporto. Feito isso, fomos dar uma volta pelo centro da cidade. Fomos até a Estación Central de Ferrocarril Carlos Antonio López, estação de trem que foi inaugurada em 1861: Após, passamos pela Plaza Uruguaia atravessando a rua ao lado da estação de trem: Feito isso, voltamos ao hotel e fomos ao aeroporto. Chegamos em Santa Cruz de La Sierra ao meio dia e vinte e cinco. Para ir ao centro da cidade de táxi, gastaríamos por volta de 70 bolivianos, então, resolvemos pegar um ônibus que nos deixou no centro por 6 bolivianos por pessoa. :'> Chegando ao centro, almoçamos na Dumbo. É uma lanchonete que fica na rua Ayacucho, 247. Pedimos wraps vegetarianos (dois para cada) e uma jarra de suco de morango de 3 litros. Os wraps nos custaram 30 bolivianos por pessoa e a jarra de suco 38 bolivianos, totalizando 98 bolivianos. Após, fomos até a Catedral Metropolitana Basílica de San Lorenzo: Lá perguntamos como chegar a Samaipata e nos informaram que seria melhor pegar um táxi para ir até o local de onde saiam as vans. Gastamos 15 bolivianos com o táxi. Comprei uma água de 2 litros por 8 bolivianos. Após três horas chegamos em Samaipata. Boa parte da estrada é de terra. A van saiu por 30 bolivianos por pessoa e nos deixaram na porta da Posada Del Sol ( http://www.laposadadelsol.net/ ), que também já havia reservado anteriormente por e-mail. Esse foi um dos melhores lugares que nos hospedamos em toda a viagem, é bem familiar e silencioso, as pessoas são prestativas e o café da manhã é excelente, eu recomendo! Eles têm um restaurante dentro da pousada e você pode pedir suas refeições por lá mesmo. Liguei o netbook, entrei no meu e-mail e vi um e-mail da agência Ben Verhoef Tours, no qual nos diziam para ligarmos assim que chegássemos em Samaipata. Não faziam chamadas na pousada e tivemos que sair a procura de algum lugar para fazer a ligação. Conversei com a recepcionista da pousada, perguntei se era perigoso sair por ali, por que já era noite e a cidade não tem quase iluminação. Ela nos disse que não era perigoso e como se não bastasse nos deu uma chave da pousada e pediu para que trancássemos quando voltássemos e disse que todos os hóspedes tinham uma chave como aquela. Achei isso o máximo! Descemos duas quadras e chegamos um mini mercado. Perguntei quanto custava para fazer a ligação. A menina me explicou que tinham 3 operadoras de celular na Bolívia, que eu teria que comprar um cartão para colocar créditos no meu celular e fazer a chamada. Olhei no meu celular e a operadora que aparecia nele era a TIGO. Comprei um cartão por 11 bolivianos e não conseguia fazer os créditos entrarem no meu celular. Pedi a um boliviano que estava no mesmo mercado para fazer o procedimento, colocando os créditos no chip dele para que eu pudesse fazer a ligação. Falei com o pessoal da agência, compramos um salgadinho de nachos por 10 bolivianos que seria a nossa janta e subimos de volta para a pousada. Assim se encerrou nosso segundo dia. Gastos do dia (casal): Hotel em Assuncion: 51 dólares Transfer do Hotel em Assuncion até o aeroporto: 15 dólares Van do aeroporto de Santa Cruz até o centro da cidade: 12 bolivianos Refeições na Dumbo: 98 bolivianos Táxi do centro até o local de saída das vans para Samaipata: 15 bolivianos Água de 2 litros: 8 bolivianos Vans até Samaipata: 60 bolivianos Cartão telefônico: 11 bolivianos Salgadinho nacho: 10 bolivianos Total: 66 dólares (158,40) + 214 bolivianos (R$ 71,00) = R$ 229,00. Gasto total por pessoa = R$ 114,50. Em todo o relato, quando precisar converter em dólar, farei o cálculo com base no valor de R$ 2,40 para cada dólar. Citar
Membros deborah.wakin Postado Janeiro 9, 2014 Autor Membros Postado Janeiro 9, 2014 Dia 3 (22/12/2013) - Samaipata - Vallegrande - La Higuera As 8:30 horas da manhã, Tibo, nosso guia estava na pousada, conforme combinado. Para reservar a Ruta del Che com a Ben Verhoef Tours fizemos um depósito antecipado de parte do valor (85 dólares) via western union, através do Banco do Brasil. O guia nos levou até a agência, acertamos o valor que faltava (saiu por 340 dólares os dois -> 170 dólares por pessoa com hospedagem, entradas nos museus, alimentação e bebida inclusas) e lá deixamos nossa bagagem, levando apenas o necessário para dois dias em uma mochila menor. Vocês devem estar se perguntando como concordamos em pagar uma quantia dessas que é relativamente cara para os padrões bolivianos para fazer este passeio. Acontece que a agência precisa dar uma quantia em dinheiro as pessoas que têm as chaves dos locais que fazem parte da Ruta del Che para que elas abram esses locais para nossa visita e, fazem desta forma para que essas pessoas tenham emprego, tanto é que o guia chegava nos lugares e ficava esperando a pessoa responsável chegar e essa pessoa ia com a chave, nos mostrava o local, contava toda a história e depois trancava e ia embora. Se não fosse termos contratado a agência, nosso tour estaria arruinado. Não conseguiríamos ver nem a metade do que vimos! A agência cumpriu com todo o combinado e fizeram tudo da melhor forma para facilitar para nós. Recomendamos os serviços deles! Para chegar em Vallegrande são mais três horas por mais uma estrada de terra. Aproveitamos para visitar o Museu Arqueológico, que possui pinturas rupestres e peças arqueológicas de diversas civilizações. Esse museu fica no mesmo prédio que o museu do Che, porém, no andar de baixo. Pinturas rupestres na Cueva del Diablo. A primeira foto trata-se de uma reprodução das pinturas feita no museu, enquanto que a segunda foto mostra as pinturas originais. Após, subimos para o Museu do Che: Mensagem da mãe de Tania Foto de quando encontraram o corpo do Che e de outros guerrilheiros Passaporte falso que ele utilizou para entrar na Bolívia Após, fomos ao hospital Señor de Malta, que também fica em Vallegrande. É o único hospital da região, funciona até os dias atuais e lá foi exposto o corpo de Che. Esse local era um depósito de cadáveres. O corpo de Che ficou aí por um período antes de ser exposto no tanque. Hoje não possui mais a mesma finalidade e fizeram dele um local de homenagens a Che. Fomos então ao Memorial/Mausoleo Ernesto Guevara y sus guerrilleros, também em Vallegrande: A árvore a direita foi plantada pela filha de Che Dentro do mausoléu De lá, fomos a Fosa de Guerrilleros, que é onde estão enterrados os companheiros de Che: Passado isso, seguimos rumo a La Higuera, que traduzido do espanhol quer dizer "a figueira". No caminho, nosso guia nos mostrou o local onde o grupo de Tânia foi capturado e morto. Local onde o grupo de Tânia foi capturado (fica próximo ao rio que está entre as montanhas) Após mais três horas, chegamos a Pousada Casa del telegrafista onde passaríamos a noite. Em La Higuera existem somente 50 residências. A cidade é muito pequena.Não encontramos mercado por lá nem nada semelhante. Lá também a energia elétrica é escassa. No banheiro da pousada havia um aquecedor e no quarto somente velas. Consegui carregar meu celular somente pela manhã, pois não há tomadas nos quartos. Recomendo a pousada por ser um lugar confortável. Construíram um ambiente tão legal por lá que sequer sentimos falta de energia elétrica. Jantamos a luz de velas. Ah, e fizemos todas as nossas refeições lá: jantar e café da manhã, tudo muito bom e feito na hora. De sobremesa comemos pudim de chocolate. Disse ao casal que cuida do lugar que sou vegetariana. No começo o cara ficou questionando, perguntando por que eu não comia carne. Desconversei e ele me trouxe uma omelete. Expliquei para o nosso guia que precisaríamos voltar para Santa Cruz no dia seguinte e dormir por lá, já que iríamos bem cedo para Sucre e tínhamos inclusive passagens aéreas compradas. Por conta disso, ele resolveu adiantar nosso passeio e nos levou para ver os monumentos feitos em homenagem ao Che e também até a escola onde ele foi assassinado. Posada del Telegrafista Escola onde Che foi assassinado. Essa senhora do lado esquerdo cuida do local e tem a chave. Pessoas que trouxeram presentes para as crianças da comunidade pediram a ela para que os deixasse entrar na escola sem pagar e ela se recusou. Ela nos explicou que a escola foi totalmente reformada e que após a morte de Che, os professores se recusavam a dar aulas no local, por isso tiveram que construir outra escola em La Higuera. Do local original só restaram a porta e as carteiras Jantar a luz de velas Gastos: Casal ->340 dólares = R$ 816,00. Por pessoa -> 170 dólares = R$ 408,00. Citar
Membros deborah.wakin Postado Janeiro 9, 2014 Autor Membros Postado Janeiro 9, 2014 Dia 4 (23/12/2013) - La Higuera - Santa Cruz de la Sierra Acordamos, tomamos o café da manhã e fomos para a quebrada del churo. Depois de uns dez minutos de carro, chegamos até o local de onde iniciaríamos a trilha. Estava chovendo e deixamos as capas de chuva na mochila que ficou na agência. O guia nos disse que seriam 3 kms para ir até a quebrada del churo e mais 3 kms para voltar, só que ele não fez a trilha tradicional, nos levou por outra trilha que segundo ele era mais fácil. A descida era bastante íngreme. Atravessamos árvores tombadas, um riozinho, uma barreira com troncos de árvore, e estava tudo muito escorregadio por causa da chuva. Não faço nem ideia de como seria fazer essa trilha sem bota de trekking. Início da trilha Quebrada del churo Voltamos com o guia até Vallegrande, onde almoçamos em um restaurante chinês. Depois ele nos levou de volta a Samaipata, onde pegamos a van que vai até Santa Cruz de la Sierra por 30 bolivianos. Chegamos em SCZ mortos de cansaço e já era noite. Tinha o endereço de um hostel, mas até chegarmos no lugar seriam mais 40 minutos de táxi. Desistimos de ir para esse hostel e assim que descemos no terminal do expresso Samaipata, vimos que tinha um "residencial" no andar de cima dele. É uma espécie de pensão e não é dos melhores lugares para se ficar, mas com o cansaço que estávamos nos hospedamos ali mesmo, por 100 bolivianos a suite. Saímos do residencial, mas não encontramos nenhum restaurante por perto, então compramos 2 sorvetes e uma garrafa de 2 litros de água. Tudo saiu por 20 bolivianos e essa acabou sendo nossa janta. Gasto casal 180 bol. = R$ 60,00 Gasto por pessoa = R$ 30,00 Citar
Colaboradores Edu Alves Postado Janeiro 10, 2014 Colaboradores Postado Janeiro 10, 2014 Parabéns pelo relato até agora! E belas fotos! Vou continuar acompanhando, porque vou viajar para essas terras em março Citar
Membros de Honra Pedrada Postado Janeiro 10, 2014 Membros de Honra Postado Janeiro 10, 2014 valeu pelo relato !! ruta del che muito me interessa... deve ter sido emocionante ver aquelas "fosas" !?! e boas viagens !! Citar
Membros deborah.wakin Postado Janeiro 10, 2014 Autor Membros Postado Janeiro 10, 2014 Parabéns pelo relato até agora! E belas fotos! Vou continuar acompanhando, porque vou viajar para essas terras em março Edu, qual será o seu roteiro? Citar
Membros deborah.wakin Postado Janeiro 10, 2014 Autor Membros Postado Janeiro 10, 2014 valeu pelo relato !!ruta del che muito me interessa... deve ter sido emocionante ver aquelas "fosas" !?! e boas viagens !! Foi emocionante demais, mesmo com toda a dificuldade para descer até a quebrada del churo por conta da chuva! Não consigo descrever qual foi a melhor parte da ruta del Che. Quando você for, visite todos os lugares, vale muito a pena. Citar
Membros deborah.wakin Postado Janeiro 10, 2014 Autor Membros Postado Janeiro 10, 2014 (editado) Dia 5 (24/12/2013) – Santa Cruz de la Sierra – Sucre - Potosí Nosso voo com a BOA (http://www.boa.bo) estava programado para as 6:50 da manhã. Saímos da hospedaria as 5:00 horas e pegamos um táxi que nos deixou no aeroporto em 30 minutos por 100 bolivianos. A casa de câmbio do aeroporto Viru Viru troca 1 dólar por 6,80 bolivianos e, caso você leve em real, um real pode ser trocado por 2,55 bolivianos. No avião serviram amendoim, suco e um bolinho que foi nosso café da manhã. Como já mencionei, compramos a passagem de Santa Cruz até Sucre pelo site da BOA antes da viagem por R$ 98,00 cada. No aeroporto, antes do embarque, tivemos que pagar uma taxa de 15 bolivianos por pessoa que deve ser paga em todo voo nacional. Quando peguei minha mochila no aeroporto de Sucre, percebi que em cada avião ou ônibus que entrávamos as alças dela ficavam mais descosturadas, mas deixei para me preocupar com isso quando ela estourasse de vez. Não planejávamos visitar o Parque Cretáceo, mas quando chegamos em Sucre, vimos no aeroporto vários cartazes sobre ele e nos interessamos. Combinamos com o taxista para que ele nos levasse ao Parque Cretáceo e depois nos deixasse no Museu Casa de la Libertad. Ele nos cobrou 80 bolivianos, um pouquinho caro, mas tudo bem, mesmo por que ele ficou nos esperando no local. Deixamos nossas malas no táxi (rezando para que nada acontecesse com elas) e subimos para o parque. A entrada nos custou 30 bolivianos por pessoa e tivemos que pagar mais 10 bolivianos para poder tirar fotos. Eles nos deram uma espécie de crachá que teríamos que usar no pescoço para poder tirar as fotos. Com essa entrada, teríamos direito a fazer a visita guiada, mas como estávamos só de passagem na cidade e nosso tempo era curto, demos uma olhada no lugar e fomos logo até o centro para dar tempo de ver o museu Casa de la Libertad. Saindo do Parque Cretáceo vi um senhor vendendo sorvetes e compramos dois picolés por 2 bolivianos cada um. Os sorvetes eram caseiros, então, rezei para não fazer mal. Aeroporto de Sucre Parque Cretáceo Pegada de dinossauro Chegando no museu, pagamos o valor de 10 bolivianos pela entrada. O funcionário que estava na entrada do museu nos disse que poderíamos colocar nossas mochilas em uma sala vaga que tinha lá. Mais uma vez confiamos e deixamos nossas mochilas na tal sala. Sempre que deixávamos nossas bagagens em algum lugar a que outras pessoas pudessem ter acesso, levávamos a câmera e o netbook, não deixávamos nada de valor dentro das mochilas e eu recomendo que também façam isso. Visitamos o museu e fomos almoçar. O almoço saiu por 15 bolivianos por pessoa e consistia em 3 pratos, sendo o primeiro prato uma sopa, o segundo prato arroz com salada e carne (eu sou vegetariana, então no meu não veio carne, apenas o arroz, salada e batatas cozidas). Por último veio a sobremesa que era uma espécie de sorvete caseiro feita por eles. Museu Casa de la Libertad Cidade de Sucre Após, fomos até o mercado de Sucre que fica a algumas quadras do museu para comprar folhas de coca, já que iríamos para Potosí. Compramos uma quantidade razoável de folhas de coca por 5 bolivianos Mercado de Sucre Caso você passe por Sucre eu recomendo que visite tanto o Parque Cretáceo quanto o Museu Casa de la Libertad. Adoramos os dois passeios. Voltamos até o museu, pegamos nossas mochilas e depois outro táxi por 10 bolivianos até o terminal de ônibus de Sucre e lá compramos passagens para Potosí por 17 bolivianos cada. Pagamos o direito de uso do terminal por 2,50 bolivianos cada. Chegamos em Potosí e pegamos outro táxi para ir até o Hostel La Casona. O taxista nos perguntou se não sentíamos nada por conta da altitude e respondemos que não. Até então, estávamos tranquilos, não sentíamos mesmo absolutamente nada. Ele nos disse também que as minas não estariam abertas no dia 25 por conta do natal. Fiquei um pouco chateada por que queria ir até as minas, mas logo passou. Não poderíamos ficar dois dias em Potosí pois isso prejudicaria nosso roteiro. Chegamos no Hostel La Casona (http://www.hotelpotosi.com/), deixamos nossas mochilas por lá e fomos conhecer a cidade e comprar algumas coisas para levar até Uyuni. No mercado de Potosí compramos 2 garrafas de água por 4,50 bolivianos cada, uma garrafa de vinho por 15 bolivianos, um panetone por 40 bolivianos, uma coca 350 ml por 5 bolivianos e bolachas doces por 32 bolivianos. Quando saímos do mercado, compramos mais 4 garrafas de água por 6 bolivianos cada, já que a senhora que nos vendeu as primeiras garrafas de água só tinha aquelas duas garrafas. No total gastamos 125 bolivianos. Nossos cabelos estavam muito ressecados por causa do clima, então compramos um creme de hidratação por 15 bolivianos. Na volta comemos pizza de queijo com champignon por 38 bolivianos e tomamos suco de tamarindo de 1 litro por 12 bolivianos . Foi aí que o mal da altitude começou a nos pegar. Percebemos que nossa respiração ficava curta e ofegante quando subíamos a ladeira para chegar no hostel. Para chegar até o quarto, tínhamos que subir dois lances de escada. Meu namorado dizia que parecia estar flutuando enquanto caminhava. Depois disso, só senti umas tonturas leves e uma dorzinha na nuca. Ele continuou a passar mal com tontura, dor de cabeça e depois que mascou as folhas de coca ficou com o estômago ruim. Estive em Cuzco em 2012 e me lembrava bem dos efeitos da altitude e também de que mascar folhas de coca me deixou enjoada e que eu não conseguia comer muito. Cada vez que comia ficava mais lenta, o estômago parecia que ia explodir e enjoava com as tonturas kkk. Por tudo isso falei para ele não mascar as folhas por que ficaria ruim do estômago, mas não adiantou. A melhor coisa a se fazer é tomar o chá de coca. Peguei as folhas de coca e fui até a cozinha do hostel. Comecei a fuçar em tudo e não achei talheres nem xícara ou algo parecido. Fui até a recepção e o recepcionista me emprestou uma xícara e uma colher sujas que eram dele kkk. Disse a ele que meu namorado estava agonizando e pedi para ele fazer o favor de ascender o fogão por que eu também não tinha fósforos. Perguntei onde tinha sabão para lavar a xícara e ele deu risada. O sabão era um pó branco meio empedrado que estava na minha frente e eu jurava que aquilo era farinha. Ele foi bem prestativo, até me ajudou a fazer o chá. Depois do chá meu namorado melhorou, não ficou 100% mas conseguiu dormir. As DICAS para evitar os efeitos da altitude são tomar chá de coca ou soroche pills, e evitar de se esforçar demais no primeiro dia e comer pouco, por que parece que a altitude dificulta a digestão. Naquele dia abusamos, comemos metade de uma pizza grande cada um, além de tomar 2 litros de suco de tamarindo kkk, não foi uma boa fazer isso. Levamos também uns adesivos chamados RESPIRE MELHOR. Eles abrem as vias nasais e isso nos ajudou bastante. O clima na Bolívia é muito seco se comparado ao clima do Brasil. A partir de Potosí, minha rinite atacou e meu nariz ficou destruído. Vi várias pessoas nessa situação, principalmente nos desertos e a sorte é que levamos vários lencinhos por que o papel de lá é horrível, parece uma lixa. Tomei vários Trimedal, mas não me ajudou muito. Todo dia meu nariz sangrava um pouco. No final da viagem, meu namorado estava na mesma situação. É importante levar também creme para a pele, por que a pele resseca demais. Meu namorado achava que isso só faria mais volume nas mochilas mas, chegando lá ele constatou que realmente era algo necessário. Você até pode deixar para comprar essas coisas por lá, mas achamos os produtos de higiene caros. Para ter uma ideia, em La Paz, compramos um sabonete por 10 bolivianos, o que equivale a mais de R$ 3,00. Descemos para a praça de Potosí, onde passamos o natal. Ali as mulheres vendiam vários doces que pareciam ser ótimos, mas nem ousei comer mais nada depois daquela pizza. Gastos casal = 573 bolivianos = R$ 191,00 Gasto por pessoa = 286,50 bolivianos = R$ 95,50 por pessoa Editado Janeiro 10, 2014 por Visitante Citar
Colaboradores Edu Alves Postado Janeiro 10, 2014 Colaboradores Postado Janeiro 10, 2014 Parabéns pelo relato até agora! E belas fotos! Vou continuar acompanhando, porque vou viajar para essas terras em março Edu, qual será o seu roteiro? Oie Deborah! Então meu roteiro está assim até agora: La Paz - Cuzco (pela Amaszonas Airlines) Cuzco - Águas Calientes - MP Cuzco - Puno Puno - Copacabana Copacabana - La Paz La Paz - Oruro Oruro - Potosí Potosí - Uyuni Uyuni - Tupiza Tupiza - Tarija Tarija - Garulhos (pela BoA) Acha que dá pra fazer em 22 dias? Citar
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