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Relato de Viagem RTW / (Volta ao mundo)


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Faaaaaaaaala moçada, tudo bem ?

 

Já que o mundo não acabou então pode deixar que pelo menos esse relato vai, mas não hoje. hehe

 

E aí, prontos para embarcar em mais um trecho nesse finzinho de trip ? Onde nós paramos mesmo ? Ah tá, Bangkok. Tá difícil sair de lá, né ? Também, é uma das minhas cidades favoritas, vai ver é por isso.

 

Já vou logo avisando que o longo texto (assim compenso a demora entre um e outro) vai ser daquele jeito bem mistureba mesmo, como posso dizer, yakissoba style misturando e compartilhando alguns “causos”, acontecimentos, opiniões, curiosidades, viagens, viajadas, abordagens e sei lá mais o quê (isso a gente vê na hora), mas a maioria que acompanha o relato já sabe, pelo menos a galera mais dinâmica e antenada.

 

Bora então !!

- Hey mr DJ, put the record on !

 

Anywhere I roam

Where I lay my head is home

 

And the earth becomes my throne

I adapt to the unknown

Under wandering stars I've grown

By myself but not alone

I ask no one

 

And my ties are severed clean

The less I have, the more I gain

Off the beaten path I reign

Rover, wanderer

Nomad, vagabond

Call me what you will

 

- Thanx, brotha !

 

Tá, tá, eu sei, já tem tanta coisa sobre Bangkok na net - concordo com tudo o que foi dito e olha que não é uma coisa muito normal eu concordar com tudo - e tenho ainda muita coisa para contar sobre ela, mas acho que vou deixar para aprofundar numa outra oportunidade senão a gente não sai daqui nunca, além do mais ela já foi tão esmiuçada que tudo o que eu colocar vai soar como clichê ou redundância (o pior que são mesmo), então vou fazer de conta que consigo para tentar dar uma geral “bem de leve” em alguns pontos e comentar algumas passagens que me ocorreram durante a minha estadia lá nesse final de epopeia pelo mundo.

 

Além do mais escrever sobre Bangkok é tão complicado - ou seria simples, afinal coisa é o que não falta - como escrever sobre Nova Iorque. O que dizer sobre uma das metrópoles mais pulsantes, curiosas e caóticas do mundo ? Poderia escrever por horas e horas a fio e mesmo assim não faria jus à cidade, então pegue tudo o que você já viu ou ouviu sobre esses lugares e multiplique por um milhão, com muita sorte você vai chegar a uma fração do que elas realmente representam ao vivo e em cores.

 

Mas para não ficar em cima do muro e mesmo já tendo escrito bastante sobre a capital do antigo reino de Sião, terra dos primeiros irmãos siameses e pátria mãe dos bonitos gatos siameses, deixa pelo menos eu passar mais uma mão de tinta (oba, lá vamos nós !) sobre como foi minha enésima visita naquela cidade com todo o seu exotismo, templos dourados, monges, sorrisos a rodo, avenidas suspensas, trânsito, barulho, tuk tuks, paixão ao rei trilhardário que pelo jeito que é “idolatrado salve salve” pelo seu povo poderia ter impressa na cédula tailandesa a frase Buda save the King para acompanhar a figura dele e, vá lá, uma certa dose de baitolagem, mas que fica concentrada principalmente em Phuket e se junta com zilhões de pessoas que atravessam o mundo para pegar praia num lugar tão meia boca com aquele monte de cadeiras de praia perfiladas, barulho, jet-skis, aquelas coisas.

 

Tem que ser alguém muito Guarujá mesmo para curtir aquilo ali (se fosse no Caribe eu até entenderia), mas se a pessoa não for conferir alive como vai descobrir ? Tem gosto pra tudo. Não tem gente que não bica a queridinha Austrália ? Então.

 

Phuket além da prostituição também tem uma baitolagem mais explicita mas aquelas, se o povo tailandês com toda a sua devoção religiosa fosse cristão não acreditaria em Adão e Eva, mas sim em “Adão e Ivo”.

 

Ainda em Bangkok revisitei alguns lugares que já conhecia de idas anteriores, descobri outros, me perdi nas ruelas e avenidas da pulsante cidade que de um movimentado entreposto de comércio tornou-se numa megalópole que nunca dorme.

 

Pena que não deu tempo para explorar uma outra face, aquela dos bares nas alturas e arranha-céus modernosos contrastando com lugares como Chinatown e mercados flutuantes, afinal o que não falta em Bangkok é contraste entre o sossegado e o supersônico (quer contraste maior do que um monge budista e um ladyboy ?), mas estes já estão na minha lista e me dão mais um bom motivo para voltar (como se precisasse de motivo para revisitar a Tailândia), assim como também está na minha lista dar uma averiguada com mais calma nas roupas feitas sob medida, mas depois de Nova Iorque acho que fica difícil encontrar um lugar para comprar roupa boa tão barata.

 

Talvez na Itália, não sei como são os preços de ternos e camisas no país da bota e se dá para fazer boas compras durante o ano todo ou só em determinadas épocas de promoção, liquidação, mudança de estação, queima de estoque ou outras palavras que soam como música para pobres mortais assalariados.

 

Por outro lado, em Bangkok seriam roupas sob medida com preços atrativos e na boa, tailormade é tailormade, né ? E vice-versa.

 

Tudo bem que gastar o parco e precioso tempo bem como o dindim contado das tão esperadas férias em alfaiataria é de lascar mas a gente nunca sabe, de repente naqueles últimos dias de viagem esperando o vôo de volta para casa, por que não ? Além do mais é sempre bom dar um tapa no guarda-roupa para ir trabalhar, fazer bonito com as moçoilas e valorizar a profissão afinal não sou funcionário público, eu trabalho.

 

Ouvi dizer que o segredo está no tecido e acho que se procurar bem no meio da picaretagem dá para achar alguém que manje do babado, não é à toa que muitos dos alfaiates fazem roadshows pela Europa e States, então deve ser serviço de primeira linha.

 

Não sendo roupas no nível das encontradas em Hoi An no Vietnam já estaria bom demais. Não sei se melhorou, mas comparado com o que eu já vi ali até rebarba de roupas doadas para o Exército da Salvação e Cruz Vermelha tinha produtos de melhor qualidade.

 

O duro vai ser lidar com certos indianos, mas folgado por folgado sou mais eu. E se sobrevivi (tudo bem que quase morri de inanição mas isso é outra história) lidando com eles na Índia é lógico que sobrevivo numa alfaiataria em Bangkok.

 

Pois é, são tantos aspectos da multifacetada cidade que fica difícil escolher esse ou aquele. E tudo vem em diferentes formas e tamanhos, um verdadeiro caleidoscópio gigante de coisas para ver e fazer provando que tédio não tem vez na Cidade dos Anjos.

 

Ali também existe o chamado Turismo Médico, Bangkok tem alguns dos melhores hospitais da Ásia com médicos formados no exterior e muita gente vai se tratar lá para aproveitar os preços mais generosos, desde tratamentos mais complexos até uma simples cirurgia de vista.

 

Uma vez conheci um casal de neozelandeses em Samoa em que a garota, que não perdia a oportunidade de cornetar o Brasil por ser o maior produtor de drogas do mundo (coitada, seguraí que volto nela mais tarde), estava juntando dindim para em breve se mandar para Tailândia e fazer uma simples cirurgia de miopia porque ela não tinha condições de bancar uma cirurgia dessas na NZelândia.

 

Engraçado, falando assim parece que a NZelândia é pobrezinha e todo mundo ganha mal, uma dificuldade só. Com as devidas exceções, gringos e expatriados sabem como são, impossível serem mais mimados e chorarem mais de barriga cheia. Dá a chupeta. Ô dó !

 

E a tal kiwi não sei se por abstinência, ou porque nunca tinha visto um sulamericano na vida (havia também umas chilenas por lá na mesma época que eu) ou porque era xarope mesmo ficava insistindo no tal “maior produtor de drogas do mundo” sempre que tinha oportunidade e também quando não tinha, soltando suas alfinetadas a torto e a direito.

 

Não manjo muito do assunto e nem curto esses lances de drogas e suas afiliadas, afinal não sou petista, porém acho que ao contrário dos nossos complicados vizinhos, creio que não chegamos a esse titulo ainda, mas acredito peremptoriamente que se depender desse governo sócio das FARC, do PCC e do estilo “corra que a policia vem ai” somados a sua incompetência generalizada em qualquer assunto menos corrupção, mentiras e propaganda enganosa em massa, logo logo o nosso país estará disputando a ponta (cuidado com o trocadilho).

 

Mesmo sabendo que existem alguns que conseguem ser mais tapados do que elas, até as múmias conseguem perceber que estou longe de ser patriota, ter espirito nacionalista ou algo do gênero, inclusive sou o primeiro a meter o pau (oops) no meu país, mas cansado dos comentários da menina insistindo num mantra cada vez mais indigesto e que já estava enchendo o saco, me lembrei de uma coisa que tinha aprendido num city tour em Amsterdam no ano anterior e me senti tentado a retribuir e provocar de volta aquela kiwi, afinal eu costumo resistir a tudo menos às tentações, e quem sabe assim ela mudaria o disco e parasse de ficar dando indiretas.

 

Se ela pelo menos aprofundasse o assunto, mas nem isso. Longe de mim ficar melindrado porque a menina ficava falando coisas e piorando a reputação da terra da jabuticaba, cada um com suas opiniões. Se tiver que defender eu defendo, se tiver que chutar a canela eu chuto. E confesso que até gosto de discutir e conversar sobre o polêmico assunto drogas, mesmo (ou principalmente) com pessoas discordantes da minha opinião e dependendo da pessoa o papo pode ficar até mais interessante e enriquecedor.

 

Como a maioria das pessoas eu também tenho lá as minhas ideias e convicções a respeito de como lidar com o problema, pelo menos com os traficantes sejam eles pequenos, médios ou grandes (pena que não poderiam ser implementadas, aqueles chatos dos Direitos Humanos ou alguma ONG babaca – perdão pela tautologia, apesar das exceções - não aceitariam), mas acho que a menina estava passando dos limites e destoando um pouco do contexto. Ela não embasava nada, vai ver porque era loira, mas também não parava de alfinetar, pura pirraça. E de pirraça eu entendo bem, coisa de familia : duas irmãs e um irmão. Coitados dos nossos pais.

 

Inspirado na espinhosamente verdadeira máxima de Voltaire onde “o segredo de aborrecer é dizer tudo”, aproveitei o belo cenário e a brisa refrescante que soprava do mar azul degradê e o reconfortante barulho das ondas que se desmanchavam tranquilamente na areia da praia naquele distante lugar encantado e que pouca gente já ouviu falar, perdido e esquecido no meio da imensidão azul do Oceano Pacifico e com um povo pra lá de acolhedor (claro, ilha do Pacifico, né ?), para dizer algo com palavras que saíram da minha boca, em alto e bom tom, suaves e carinhosas como um tiro de canhão.

 

Já com a tecla SAP acionada a fala ficou mais ou menos assim :

 

“Você está dizendo isso porque proporcionalmente ao tamanho da população o seu belo e perfeito país é o maior consumidor de maconha do mundo, né ?”

 

Após um silêncio ensurdecedor, como diria o poeta, sobrou bastante tempo para pensar sobre a pergunta que não quer calar : Fui sutil ou nem tanto ?

 

Longe de mim ser sarcástico, nem sei o que é isso, mas lembro bem que tive uma singela e leve impressão que a garota teve o seu momento, como direi, “Estatua da Liberdade” : isolada, sozinha, parada e com a tocha na mão.

 

A garota quase perdeu o rumo de casa na desesperada tentativa de dar uma de avestruz e enterrar a cabeça na areia – muito macia por sinal, afinal continuávamos isolados numa ilha paradisiaca do Pacifico – tentou balbuciar alguma coisa só que não saiu nada, deu aquele mega-hiper-super-sorriso Colgate da Monalisa de Da Vinci, o Leonardo, mas no fim deixou transparecer que ficou mesmo bastante sem graça, principalmente quando todo mundo se virou para ela esperando sua reação. Nada, ficou só no sorriso morocoxô da Monalisa mesmo.

 

Mas eu senti um olhar evilish em minha direção soltando faíscas. De repente foi apenas outra impressão minha.

 

Só sei que depois disso a garota não tocou mais no assunto e todo mundo pode curtir a ilha paradisíaca em paz.

 

Pois é, gentileza gera gentileza. Sorte que era kiwi e eu adoro o povo e o país pois se fosse canadense, homo tipicus gringus mimadus, eu não teria sido tão “sutil” e poderia dizer algo que faria ela voltar para a bonita terra da Policia Montada a nado.

Não podemos terminar essa historinha sem um som, né ?

- DJ, é com você !

 

Feels so good being bad. There´s no way I´m turning back...

 

Boa !-

 

De volta a Bangkok, a cidade também é recordista em cirurgias de troca de sexo. Para os gaúchos, são paulinos, indecisos e enrustidos interessados de plantão, o custo de uma cirurgia dessas começa na casa dos U$ 9.000,00. (*) Tem que ser muito macho.

 

Depois tentem uma vaga no BBB, quem sabe consigam um retorno rápido. Ou façam o contrário, tentem uma vaga no BBB primeiro, não acompanho mais sei que sempre tá cheio de ah, deixa pra lá.

 

Por outro lado, acho que aqueles do sexo masculino que estão pensando em fazer aquela cirurgia para retirada do apêndice podem ficar com uma certa paranoia ou uma pulga (talvez um elefante, afinal estamos na Ásia) atrás da orelha, vai que entrem na faca com médicos que tenham comprado seus diplomas na Khao San Road e que na hora se confundam e acabem extraindo o órgão errado ? Acho que não teria conserto.

 

Desta vez também não fiz muita questão de ir para lugares mais afastados, nada de grandes deslocamentos, pegar trânsito, visitar novamente os mercados flutuantes nem ver tigres mais chapados que o Lance Armstrong ou coisas do gênero.

 

Falando nisso, que papelão esse “lance do Lance”, hein ?

 

Será que ele usava drogas para aumentar a sua performance nas pistas ou era apenas para aturar a Sheryl Crow ? E olha que espremendo um pouquinho (tá bom, muito) acho que ela ainda dá um caldo num finzinho de festa. Mas poderia ser pior, vai que ele tivesse que aturar, sei lá, a versão americana de uma Maria Gadu da vida ? Putz, aí não seria nem caso de doping, mas de suicidio mesmo (compreensivel) e o cara não estaria mais aqui para contar a história. Sigamos.

 

Continuando meu passeio já de fim de férias, eu também queria fazer tudo a pé, nem pegar metrô ou tuk tuk eu tava a fim, iria me concentrar nas proximidades de onde estava hospedado então peguei leve e fiquei no básico :

 

O impressionante Grand Palace, um “lindo de morrer” complexo cheio de predicados construído em 1782 e que foi residência da família real até 1946, merecidamente uma das atrações mais visitadas e famosas de Bangkok e que hoje é parcialmente utilizado em ocasiões especiais. Um lugar que não me canso de visitar visto que tem muita coisa bonita e diferente para ver como pagodas, budas, apsaras, guardiões, detalhes diversos, altares, templos dourados, templos brilhantes (nem me perguntem, não sei se o Joãozinho Trinta já andou por ali), turistas, locais, devoção, prédios, jardins, palácios (ufa, a lista é grande !), além de uma belíssima maquete de Angkor Wat. Pelo menos foi o que me pareceu.

 

Gosto muito de uma construção em especial dentre as muitas espalhadas por ali : Chakri Maha Prasat, com sua arquitetura bem europeia (como é ?) construída num estilo vitoriano mas que possui um típico telhado tailandês com seus espirais dourados.

 

O que acontece é que o rei da época “importou” um arquiteto europeu (ah bom, agora entendi) e depois da insistência de um dos seus ministros aceitou que colocassem um telhado típico da região, dando um toque asiático ao prédio. Só sei que o resultado do mix de estilos tão díspares, a fachada européia com o telhado asiático, ficou muito bonito e essa beleza toda como se não bastasse ainda vem acompanhada por um lindo jardim muito bem cuidado e que indubitavelmente é uma das áreas mais limpas e bem cuidadas da cidade.

 

Também fui no Wat Phra Kaew dar um “alô você” para o Buda de Esmeralda (shhhhh, não espalhem mas ele é feito de jade), considerada a imagem de Buda mais sagrada da Tailândia e mostrando que tamanho não é documento afinal a imagem mais venerada do Buda tem pouco mais de 60 cms e ainda é bastante viajada por sinal, dizem que foi esculpida na Índia, passou pelo Sri Lanka, Camboja, Laos, por onde ficou por mais de dois séculos, e foi levada para Tailândia em 1778. De tão importante ela só pode ser tocada pelo rei e três vezes por ano as suas roupas (do Buda, não do rei) são trocadas quando muda as estações : verão, estação chuvosa e inverno.

 

E já que o assunto é tamanho também aproveitei para revisitar o templo vizinho Wat Pho, o mais antigo e maior templo de Bangkok, casa do não menos impressionante Buda Reclinado, deitado de lado segurando a cabeça numa posição bem tranqüila e relaxada que significa o momento de passagem para o nirvana, um gigante de 46 metros de comprimento por 15 metros de altura folheado a ouro cujos pés têm um interessante trabalho feito de madrepérola, material também utilizado na fabricação dos olhos do gigante.

 

O trabalho nos pés representa os “108 auspiciosos sinais de Buda”, seja lá o que isso significa, e nos corredores têm coincidentes 108 potes de bronze estrategicamente perfilados que servem para receber doações e quem depositar uma moedinha por pote terá sorte. Andando pelo corredor dá para ouvir o barulho das moedinhas caindo nesses potes quando jogadas pelos visitantes.

 

Não se contentando em ser uma das mais antigas, belas e maiores imagens, no mesmo complexo encontram-se mais de mil imagens do Buda.

 

O bom é que fica tudo perto, ali ao lado também fica a primeira escola de medicina tradicional e de massagem tailandesa que dizem ser boa e barata, porém não pude conferir in locco porque massagem me faz passar mal de tanto rir e para me matar de rir já basta o meu salário, né ?

 

O Obama e a Hillary Clinton estiveram lá dia desses mas também não fizeram massagens. Será que o presidente reeleito e a futura ex-Secretária de Estado dos EUA também sentem cócegas nesse caso ?

 

Não muito longe só que do outro lado do rio para onde o templo foi transferido fica o Wat Arun, o “Templo do Amanhecer” e não, nada a ver com o filme do vampiro purpurina mezzo gaúcho, mezzo são paulino (falando nisso, que bicho – perdoem meu trocadilho - deu naquilo ali ? A garota se decidiu se queria ser chupada pelo vampiro ou preferiu ser comida pelo lobisomem ? Os dois talvez ? Naughty girl... arzinho de boazinha mas cheia de aspectos fesceninos. Essas são as mais perigosas. Sempre no bom sentido, é claro) cuja silhueta proporciona lindas fotos principalmente no começo da manhã (“Templo do Amanhecer”, não se esqueçam) ou mesmo no finzinho de tarde com o céu alaranjado fazendo pano de fundo.

 

Para chegar basta pegar um ferry que atravessa o Chao Phraya River que serpenteia a cidade e uma vez lá tem que ter paciência para subir e descer as íngremes escadarias da torre toda coberta por porcelana colorida chinesa - originalmente usada como lastro para os barcos que vinham da China - formando um interessante mosaico que deve ser observado de perto para perceber os detalhes e cuja estrutura chega a lembrar Angkor Wat pois possui uma arquitetura com influência Khmer, pois nelas formam-se lentas filas. Relaxe que vai chegar a sua vez e quando chegar tenha cuidado, take your time e suba e desça devagar para não dar vexame e descer capotando lá de cima.

 

Além dessa torre mais alta ainda existem outras quatro, uma em cada canto, só que de menor tamanho.

 

Ali pertinho bem na beira do rio logo no píer e próximo a um duto (esgoto ?) você vai ver um monte de peixes, acho que são os resistentes catfishes, que ficam se digladiando por um pedaço de pão (ou lixo). Se eu já pensava duas vezes antes de comer peixe em Bangkok depois que presenciei aquela cena agora eu penso três. No mínimo.

 

Uma das coisas que mais gosto quando viajo além de visitar as atrações turísticas (sim, como podem notar eu (re)visito as atrações turísticas. Que coisa, não ?) é também me perder nos lugares, andar sem destino tendo o vento como mapa e o sol como relógio e e me deixar levar pelo laissez fare, meu negócio também é bater perna porque bater cabeça numa volta ao mundo eu deixo para a turma do neurônio manco e solitário com tendências financeiras suicidas capazes de torrar fortunas deliberadamente, como aqueles que encontram passagens de quase, pasmem !, retardados U$ 10 mil dólares (ooieee !!!! Alô Alô ! Terra chamando !) e acham um preço de outro mundo, muito mais barato, bom mesmo. E eu achando U$ 7.000,00 um absurdo de caro, preço com esteróide.

 

Pode ser bom num outro mundo mas aqui no Planeta Terra é simplesmente ridículo, bom só se for para quem tem neurônio com problemas de transmissão. E não, esse preço não era na primeira classe, aí até seria justificável.

 

Puxa-vida, será que esse povo continua lendo revistas de viagens ou folders de agências de turismo que adoram preços anabolizados ?

 

Vai ver também devem ler Paul Theroux, aquele que adora escrever besteiras sobre as ilhas do Pacifico mas depois se instalou em uma com muita infraestrutura, obviamente. Claro, tudo em nome da “interação com a cultura local, conhecer pessoas, encontrar lugares inusitados e viver como os nativos vivem”. Aham, tá, sei. Vocês manjam o mantra, né ?

 

O que tem de viajante gringo ou brasileiro (gringo eu até entendo, brasuca nem tanto) metido a socialista-extremista-militante-socialite por aí, haja saco para agüentar esses líricos do hardcore travel que viajam de maneira bem tosca só para depois ficarem reclamando de tudo.

 

Engraçado que alguns deles vão para as ilhas do pacifico ou algum lugar mais simples e reclamam que não tem Starbucks, chuveiros quentes, as prateleiras dos supermercados não têm nada, as acomodações são muito simples e a infraestrutura é capenga. Outros se mandam para a Africa, Asia ou America Latina e ficam chocados com as condições precárias das estradas e que o transporte sempre atrasa, notadamente na Africa. O que será que eles esperavam encontrar, autobahns alemãs ou shinkansens japoneses ?

 

Voltando aos preços das passagens, me pergunto o que seria um mau negócio para um neurônio distraído e filho único desses, isso numa época em que para cobrir uma distância brutal como Sydney a Nova Delhi os preços podem orbitar a casa de sucintos 400 dólares (tenho cá minhas dúvidas se consigo fazer um simples Brasilia-Floripa-Brasilia com isso) mas se colocar um punhado de dólares (não muito) a mais daria para esticar até Dubai. E olha que nem precisa apelar para São Longuinho.

 

Como já deu para perceber esse relato não tem a pretensão de ser um guia, quem sabe um dia, numa outra plataforma, uma outra oportunidade, eu com mais tempo, mais paciência, sei lá, mas para quem se interessar tem algumas “varas de pesca” distribuídas ao longo dos posts, boa pescaria.

 

Viram como com um pouco de pesquisa e planejamento dá para viajar legal sem precisar vender um rim pra pagar a conta ? Claro que vai precisar de uma grana mas o que não precisa, hoje em dia até ônibus errado e injeção na testa, porém pode ser muito menos do que se imagina. Sem querer ofender aqueles com intelectos menos auspiciosos, um pouco de massa cinzenta, leitura e curiosidade também ajudam bastante nessa hora.

 

Acho incrível como as pessoas complicam e encarecem uma RTW, às vezes se parece muito com a vida, quem a complica somos nós, poderia ser muito mais simples.

 

Se uma volta ao mundo que é uma volta ao mundo (e vice-versa) dá para fazer, por que não outra viagem qualquer ? Save, research, pack & go. Simples assim.

 

Claro que isso vale para outras coisas mas vamos ficar no tópico viagens, vejo muito disso naquelas viagens para lugares que flertam com o “impossível, inatingível, caro e longe demais”, aqueles lugares e atividades que parecem impossíveis para pobres mortais assalariados brasucas como a paradisíaca Polinésia Francesa, quem sabe trekkings no Nepal ou no Kilimanjaro, onde muitos deixam as calças para poder bancar uma caminhada e fazer a alegria dos atravessadores. Imagino o que deve ter de guias de montanha e donos de operadoras rindo sozinhos e contando dinheiro por aí.

 

Talvez a Antartida continue ainda um destino quase inalcançável, mas quando viajei pela Patagônia ouvi alguns zunzunzuns sobre promoções last minute em Ushuaia por preços que até d´s duvidada, mas como na época não tinha (e continuo não tendo) o minimo interesse pelo continente branco então nem fui checar. Não sei como estão as coisas hoje em dia, mas duvido que não tenha um jeito mais acessivel para chegar lá.

 

Um tanto difícil de acreditar que existam tais promoções, concordo. Mas assim como concordava que rodar o mundo era coisa para gringos, milionários ou expatriado(a)s dondocas (sem generalizar).

 

Voltando ao exemplo da isolada montanha africana, ainda não entendi como alguém em sã consciência paga certos valores para subir o Kili. Apesar de não ser a minha praia (vai ver porque é uma montanha :wink: ), acho muito legal quem encara o desafio, mas para mim sofrimento por sofrimento já bastam as contas para pagar. :)

 

Numa época em que eu estava flertando com esse trekking por pura curiosidade, uma das melhores agências cobrava por volta de realistas U$ 1.000,00/1.500,00 (me parece ser o preço médio, não sei) e por ser uma das melhores, senão a melhor, achei na epoca até razoável.

 

Como eu sabia que ela é/era a melhor ? Simples, os americanos sempre a utilizavam e depois a recomendavam e como eles são um excelente benchmark, podem seguir sem medo.

 

No mundo das viagens rola mais ou menos o seguinte :

 

• quem quiser coisa boa, siga os americanos;

 

• quem quiser coisa barata, siga os israelenses;

 

• quem quiser coisa boa com preço decente, siga... ah, sei lá, sou muito modesto pra falar. hehe

 

(NR essa foi para uma amiga – VALEU M*********U !!! - que deve estar nesse exato momento seguindo esse relato e pelo que sei se divertindo lendo tanto quanto eu me divirto escrevendo. Beijo pra ela !!!).

 

Quando fiz o trekking em Machu Picchu foi assim, tive uma sorte danada no preço e acabei numa agência dessas com serviço de primeira linha. O único “senão” nem foi com a operadora, que era ótima, mas o fora que eu dei com duas loirinhas americanas quando fui desafiado a adivinhar a idade delas e errei longe. O bico que elas fizeram ficou maior do que o Huayna Picchu, vai vendo...

 

Fica a dica : jamais tente acertar idade de mulher e se for inevitável reduza o máximo possível e jamais, eu disse JAMAIS aposte no DNA (Data de Nascimento Avançada) ! :)

 

Sim, eu sei, mais óbvio do que africano ganhando a São Silvestre, mas paciência. De volta à inesquecivel África.

 

Alguns aventureiros chegam a pagar hiperbólicos U$ 4.000,00 apenas na parte terrestre (oooieee !!!!!), aí o intermediário daqui subcontrata uma operadora local por um terço do preço e embolsa o resto.

 

Agora coloquem os imperdíveis safaris, passagens aereas e a esticada básica e obrigatória a Zanzibar e imaginem a cacetada. E a comi$$ão.

 

Assim fica mais fácil que pescar num balde. Claro que tem outras coisas envolvidas mas não precisa ser nenhum bidu para perceber que a grana entra fácil. E ainda falam por aí que só banqueiro e lobista sabem ganhar dinheiro.

 

É por essas e por outras que as pessoas reclamam que não viajam porque viajar é muito caro. E não, não me refiro à alternativa de fazer uma trip no maior perrengue possível, cada um no seu quadrado. Apesar de viajar de maneira bem econômica, já falei que não sou sócio do Miserê Travel Club então deixo isso pros argentinos e pros experts, geralmente bolcheviques de berço esplêndido, mesada gorda e carro zero.

 

Que tem muito lugar legal mundo afora até brasileiro sabe e cada um faça bom proveito do seu suado (ou não, se for funcionário publico) dindim, mas eu gostaria que as pessoas vissem com seus próprios olhos e não ficassem em casa apenas lendo relatos, colecionando revistas de turismo (pelo menos na época em que tinham alguma coisa que prestasse), assistindo e babando com programas e documentários de viagens, natureza e aventuras apresentados por apresentadore(a)s de TV sejam eles acéfalos playboyzinhos coxinhas, sejam elas com muita bunda e pouco cérebro, sonhando e achando que não podem fazer, claro que podem mas elas têm que fazer acontecer.

 

Como este aqui é um site de amantes de viagens preferencialmente mais econômicas, por que não dar uma incentivada, mesmo que batendo na mesma tecla e enchendo o saco com relatos longos e demorados ? Hehe

 

Sei bem como é porque já fui assim também e sim, li e leio muitos relatos de viagens, acho que são uma ótima fonte de informações, mas como tal tem que saber filtrar não só as informações mas de onde elas vieram e melhor do que ficar lendo relato é ir viajar, concordam ?

 

Como não custa relembrar que além de me divertir muito a minha ideia principal aqui é botar uma pilha na galera – só aquela com noção, independentemente se tem ou não experiência. O resto está dispensado. E sem ressentimentos - a dar uma volta ao mundo sem precisar colocar a corda no pescoço, então lá vamos nós para mais uma dose de “RTW para todos”.

 

Atualizando, reforçando e dando mais uma azeitada no que já foi dito, o negócio é o seguinte : se a parte aérea da viagem estourar muito a casa de desconfortantes U$ 3.000,00 para uma trip média por um tempo mais dilatado (eu acho que até admissíveis e puxados US$ 2.200,00/2.500,00 numa ambiciosa trip de ferias já estaria de bom tamanho (meio caro, né ? Mas não dá pra fazer limonada sem limão), isso se incluir a cara e distante Oceania. Cara para se chegar mas hoje em dia nem tanto para sair, conforme vimos há alguns parágrafos. Mas se “capitalizar” sua passagem de ida, i.e., visitar alguns lugares bacanas antes de chegar em Ozzieland já dá pra fazer valer a pena e assim compensar o preço alto para chegar lá) é melhor respirar fundo, arrumar um tempinho na agenda, voltar para a planilha, mergulhar de cabeça na “Fuçologia” (se me permitem o neologismo para uma nova ciência) e acionar a máquina de calcular porque acho de bom grado recomeçar o planejamento senão a situação fica parecendo namorada com menstruação atrasada : preocupante, mas ainda não desesperador. Por enquanto.

 

Desesperador seria ultrapassar muito a casa dos U$ 3.500,00ish, quiça estourando estourando uns abusivos U$ 4.000,00 que se não tomar cuidado pode rapidamente se tornar em lacrimosos U$ 5.000,00. Ai meus caros e minhas caras acho que a coisa já descambou de vez. Chama o sindico. Se já estava muito caro, agora então...sem comentários. Principalmente nos dias de hoje com ese maldito dólar by Guido Mantega.

 

Na minha última RTW (aquela do último mapinha, deem uma olhada quem esqueceu, vão lá que eu espero), levei minha mochila para passear viajando por países de quatro continentes e contando tudo não gastei isso. Viajei, fiz, aconteci e ainda voltei com troco. E não, as minhas trips não são melhores do que as de ninguém.

 

Claro que se concentrar numa região apenas poderia ficar ainda bom também, talvez um melhor custo x beneficio até, quem duvida ? Eu não. Só que isso aqui não se refere a uma região apenas, mas sim a várias regiões distintas em diferentes cantos do mundo.

 

Obviamente que o custo x benefício poderia ter sido melhor se eu tivesse mais tempo, mas como não tinha mesmo assim achei jogo pelo que foi feito. E se a minha viagem tivesse demorado mais tempo duvido que a parte aérea, costumeiramente o lionshare dos gastos numa trip dessas então merece ser tratada com mais carinho e atenção (por isso que insisto tanto em ventilar esse tema tratando-o amiúde), teria ficado mais cara.

 

Já me desculpando pelo inevitável clichê, não vou dizer que dá para se chegar ao nirvana, mas pelo menos já dá para enxergá-lo como algo factível e financeiramente alcançável.

 

Sim, sou chato mesmo com preços e adoro orçamentos e roteiros de viagens, bem como toda a logística envolvida. Assim como não gosto de pagar mais que o necessário - et pour cause, compreensível - gostaria que outros assalariados com mais noção também não pagassem.

 

Com toda a vênia, na minha modesta e humilde opinião como tudo nesse relato, ainda acho que hoje em dia chuta pra longe e erra mais feio que zagueiro brasileiro na frente de atacante francês quem fala que ticket RTW é a maneira mais econômica de viajar RTW.

 

E não, ainda não mudei minha opinião sobre certos tickets RTW e reafirmo que posso utilizá-los outras vezes, mas não os tais com preços excruciantes, e acho que pelo menos os mais observadores já perceberam que ultimamente está difícil bater uma combinação de tickets avulsos sozinhos e/ou combinados com um ticket RTW mais barato, mas desde que se tomem as devidas cautelas senão o barato pode sair caro.

 

Tudo bem que depende de “n” fatores, são muitos os pontos a ser considerados, não é uma receita de bolo e fica até difícil bater o martelo, conforme já foi exaustivamente falado aqui, mas isso até os corinthianos e petistas já perceberam, principalmente agora que muitos deles em dezembro último acompanharam seu time até o outro lado do mundo na maior migração animal desde a Era do Gelo.

 

Ah, antes que aqueles com distúrbios queimem seus poucos, perturbados e remanescentes neurônios e acabem metendo os pés pelas mãos, vamos botar os “kungs” nos “fus” : não custa lembrar que a trip não será melhor ou pior porque gastou mais ou menos, mas se dá para fazer a mesma coisa, ou muito melhor, com menos dindim, por que não aproveitar ?

 

Claro que ninguém nasceu sabendo e às vezes rolam umas batidas de cabeça que custam caro e que devem ser utilizadas como aprendizado pois uma coisa é ter um plano, outra coisa é colocá-lo em prática, mas como diria Morpheu, personagem do filme Matrix (o outro Morpheu vai entrar no relato mais tarde, mas só no próximo post) :

 

“Sooner or later you're going to realize just as I did that there's a difference between knowing the path and walking the path".

 

Concluindo: não existe viagem (RTW ou não) muito cara ou impossível, você que não pesquisou direito.

 

Corta para Bangkok.

 

(*) Passagens não inclusas

 

 

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Os momentos finais de viagem se passaram preguiçosamente e quando dei por mim já tinha chegado a hora de ir embora.

 

No último dia na Asia saí para dar mais uma explorada a esmo e já em clima de despedida fui almoçar na Khao San, algo que não faço com muita freqüência porque acho os preços um tanto salgados, mas ainda longe de custarem os olhos da cara, se bem que na Tailândia o preço da comida não é salgado, salgado mesmo é o preço da breja porque em certos lugares ela custa o mesmo ou mais caro que um prato de comida.

 

A saída seria comprar na onipresente e salvadora 7Eleven, mas isso geralmente só rola quando as refeições são feitas em certas barraquinhas de rua que não vendem bebidas (se tanto, só suco e água) e fazem aquele esquema BYO (é serio, já fiz isso perto de onde costumo me hospedar), o que não foi o caso dessa vez porque como já estava indo embora então queria comer num restaurante propriamente dito.

 

Escolhi um bar/restaurante mais animado e fui almoçar, enquanto esperava a comida chegar me aproveitei de um mapa que estava meio jogado numa mesa vizinha e “dei uma de Migué” (mais ainda, como se isso fosse possível) para puxar papo com duas bastante saudáveis britânicas, uma loira e uma morena que tinha, fisicamente falando, um pezinho no Brasil, digamos assim. Inglesa sexy, vai vendo (pois é, elas existem. E ainda estavam sóbrias) : pele clara, olhos escuros, cabelos pretos e lisos que chegavam um pouco abaixo da altura dos ombros, topzinho, barriguinha sarada de fora, piercing no umbigo, minissaia jeans deixando as pernas torneadas e bronzeadas bem visiveis, a mina era suculenta que só (com todo respeito. E que peito ! No bom sentido, é claro).

 

Incrivel o bem que uma temporada sob o sol tropical e lindas praias não faz para essas gringas, benzabuda !

 

Para complementar o recheio a gringa ainda tinha um forte sotaque britânico graciosamente maravilhoso enquanto que o da loira, nas poucas vezes que ela entrou na conversa, deu para notar que era mais convencional, mas ainda muito bonito. Como elas já estavam saindo então nosso papo foi rápido.

 

Ali naquele lugar estratégico é muito bom para aquele people/fauna watching básico. É cada coisa que a gente vê na Khao San que vou contar, às vezes cansa um pouquinho mas no geral eu acho um barato. Lembro que tinham dois carecas com pinta de skinreds chapados que estavam indo para o aeroporto e tocavam um terror, rostos vermelhos provando o grau etilico e ficaram gritando para um cara chamando-o de Piqué pra lá, Piqué pra cá. E o motorista de taxi esperando um deles fechar a porta do taxi para irem embora mas cadê que o cara liberava ?

 

Eu não estava entendendo nada – nenhuma novidade até aí - e bem depois fiquei sabendo que o tal do Piqué era um jogador namorado da Shakira, algo assim. Só sei que foi uma zorra total e o coitado do clone não sabia onde enfiar a cara. Como eu não conhecia não sei falar se era parecido ou não, mas que foi uma zoeira foi. Acho que já comentei num outro post, qualquer coisa que acontece na Khao San é motivo de muvuca. A rua é a própria muvuca.

 

Depois do almoço, muito meia boca por sinal mas pelo menos a Chang (famosa marca de breja thai) estava até gelada e para falar a real tem tanta coisa boa para mastigar nas ruas de Bangkok que almoço é só um detalhe, são tantas alternativas que fica até dificil escolher a melhor formando uma pletora de opções variando de insetos (?!?!) até frutas tropicais passando por pad thai (nunca comi pois não bico noodles), shakes, banana pancake (pausa para lamber os beiços), sticky rice with mango, muito bom e com leite de coco então fica uma coisa (só pode ser sacanagem essa mistura, né ? Muito boa mesmo), biscoitos doces (aqueles que vêm em saquinhos lindamente embalados), sucos de laranja (aqueles mais gostosos do mundo) e a lista vai longe.

 

Pelo amor de Buda, fale-me em cozinha simples, às vezes elaborada, criativa, boa, saborosa e barata. Tudo bem que a pessoa come agora e daqui a pouco já está com fome mas acho que comida asiática tem dessas. Não sei se é a falta de carne vermelha, sei lá. Ô saudades de uma carne boa e mal passada, delicia. Meus mais sinceros pêsames aos vegetarianos. E aos ruminantes também.

 

O mais interessante é que a gente cruza com aquelas barraquinhas bem nas coxas e que algumas vezes não inspiram muita confiança e são bastante simples mas que na verdade nesses lugares encontram-se pratos dos mais variados e saborosos, verdadeiras maravilhas gastrômicas capazes de fazer frente e botar no chinelo um monte desses restaurantes frufrus estrelados do Guia Michelin coalhados de chefs afetados e cheios de fricotes que dão piti enquanto cozinham elaborados pratos de “comida para passarinho”.

 

Saindo dali e deixando a bagunça da Khao San Road para trás eu dei uma escapulida para mandar alguns cartões postais, só que na volta do correio eu fiz um caminho bem mais longo e fui pego de surpresa por mais um daqueles temporais bíblicos característicos do Sudoca Asiático.

 

Eu adoro tomar banho de chuva (ótimo para lavar a alma, por sinal. E pra pegar resfriado :P ) e não tenho muito saco de ficar esperando chuva passar, cheguei a cogitar encarar o dilúvio mas fiquei com medo de morrer afogado. É sério ! Tá, tá, eu sei, parece que estou exagerando mas quem já viu de perto o poder das monções asiáticas entende do que estou falando, as vezes viram um verdadeiro “Buda nos acuda”.

 

A correnteza que se formava rapidamente estava parecendo o caudaloso e violento Zambezi River (quem acha que rio não tem onda grande deveria fazer um rafting nele) e se eu por ventura tomasse um tombo ela poderia me arrastar até o Tibet (alguém ai falou em exagero ?), então como eu iria voar naquela noite achei melhor esperar a chuva passar debaixo de um toldo que não inspirava muita confiança enquanto via o mundo desabar e o trânsito, que já era ruim, ficar ainda pior.

 

De trânsito ruim eu entendo bem, afinal sou made and born in Sampa, e assim como a minha querida e mal tratada cidade, em Bangkok os caminhos não levam a Roma, mas sim a engarrafamentos homéricos.

 

Era meio da tarde ainda então eu tinha bastante tempo para não só esperar a chuva diminuir como para me preparar psicologicamente para a segunda coisa mais difícil, deprimente e inevitável numa volta ao mundo (a primeira continua sendo a fatura do cartão de crédito) : os vôos longos. E eu tinha um vôo beeeeeem longo me aguardando naquela noite e não estava nada contente com isso, sou um daqueles que acham qualquer vôo com mais de uma hora de duração um verdadeiro martírio, o que não deixa de ser estranho (estranho, eu ? Que nada, imagina... Falando nisso, deixa eu tomar meu remédio) para quem que já voou praticamente a distância entre a Terra e a Lua. Ida e volta.

 

Com exceção daqueles intermináveis, inúteis e irritantes anúncios que sempre ocorrem nos nossos aeroportos e dentro das aeronaves de cias aéreas brasucas com aquele “inglês de brasileiro”, assim como aquela relacionada às guerras (tá bom, minto, aquele tal F35 e seus descendentes são do outro mundo, vale o registro), eu adoro aviação no geral, entretanto tenho que confessar que voar às vezes não faz tanto minha cabeça. Sei que é o segundo meio de transporte mais seguro que existe mas concordo com Welles, o Orson, quando disse “there are only two emotions in a plane: boredom and terror”.

 

Tá, tá, eu sei, exagerou um pouquinho porque quando é aquele primeiro vôo de férias para algum lugar legal (pode ser uma volta ao mundo ) e se tem sistema de entretenimento bom, céu de brigadeiro, aeromoça bonita, bebida à vontade e não tem criança pequena pentelh@ por perto cujos pais frouxos e coniventes deveriam viajar na asa, só que pelo lado de fora, voar é até legal.

 

E digo mais (ihhhh, lá vem... lembrando que o médico disse para não contrariar), não boto fé naquela estatística que diz que “um terço dos passageiros tem medo de voar”. Aham, tá, sei... um terço tem medo e o restante mentiu na pesquisa. Du-vi-de-o-dó que quando o avião enfrenta uma turbulência daquelas não tenha um passageiro que não pense coisa.

 

Esse papo me lembrou um caso há duas voltas ao mundo atrás (senta que lá vem mais conversa fiada. É hoje que a gente não sai daqui), foi num vôo longo ligando o continente mais fascinante do mundo – a África – com o distante continente asiático e lembro-me (pra falar a verdade, nem gosto de lembrar) que o judiado e velhinho triple seven (abreviação para “aviãozasso”) foi sacolejando à partir de Madagascar (pelo menos deu tempo pra almoçar e tomar sorvete de sobremesa antes de começar o sacolejo) até o pouso sendo constantemente fustigado pela frente, por trás, por cima, por baixo, de ladinho, de tudo quanto é jeito, um sobe e desce sem parar, mandando ver sem dó nem piedade cada vez mais forte e rápido num ritmo pra lá de alucinante, dava gosto, jogando pra lá, mexendo pra cá, jogando pra cá, mexendo pra lá e quase fazendo perder o rumo de casa, sem tempo para pensar em mais nada, uma coisa de louco onde nada mais importava, judiando mesmo com direito a uma pegada nervosa daquelas sem a mínima cerimônia culminando numa verdadeira loucura como se não houvesse o amanhã...

 

Atenção, interrompemos esse parágrafo para uma informação importante.

 

Pessoal, olha lá o que vocês vão pensar, hein !!! Meu d´s, quanta lascividade, que isso ?

 

Olha o nível !!!! Do que vocês acham que estou me referindo, isso aqui é um relato de viagem !! Vocês estão pensando o quê ? Estão com a cabeça onde ? Tá, tá, eu sei. Nem precisam falar.

 

Essa coisa frenética que aconteceu estou me referindo à uma forte turbulência (ou “zona de instabilidade”, como dizem as simpáticas comissárias da TAM ou da GOL, nem me lembro mais) que estava “pegando” o coitado do avião de jeito, só isso. Afinal tudo aqui é sempre no bom sentido, viu ? Estamos entendidos ?

 

Beleza então, de volta ao inesquecível frenesi... do vôo. Eu disse “do vôo” !!!!!

 

De volta à nossa programação normal, sigam com mais um parágrafo inédito do relato.

 

Então, naquele vôo (viram, me refiro ao vôo. Eu hein, que mente poluída ! Ticontá...) o comandante proibiu servir bebidas quentes e o sinal de apertar os cintos ficou ligado o tempo todo, só sei que o avião trepidava bastante durante a viagem inteira e foi um vôo por assim dizer, “inesquecível”, principalmente quando eu vi a cara da tripulação encolhida nos seus assentos com os olhos esbugalhados a la Chael Sonnen antes de tomar uma joelhada do Anderson Silva para encerrar com chave de ouro a revanche. E tripulação com medo nunca é um bom sinal, eles são os melhores termômetros num avião para saber como as coisas andam. Ou voam.

 

Apenas “um terço tem medo”, sei.

 

E como sempre acontece nesses momentos o marcador não andava, congelou em preguiçosas “6:58hrs para o destino final” (acho que era isso) e depois de um período que pareceu no mínimo umas três horas com o avião pulando mais que peito de jogadora de basquete, quando eu olhava de novo o reloginho tinha andado apenas imperceptíveis dois minutos: time to destination 6:56hrs. É sempre assim, o tempo não anda em situações como essa.

 

Falem-me em vôo longo ! Ai meu santo Dramin, que naquela época eu ainda era bastante reticente para encarar. Ainda sou, mas entre ficar passando medo (ou tédio) e pelo menos disfarçar um sono, ultimamente tenho escolhido o último.

 

Enfim, só sei que quando finalmente pousamos, suavemente diga-se de passagem (tô falando que piloto é tudo ET), e coloquei os pés em terra firme eu quase dei uma de papa e beijei o chão, mas poucas horas depois lá estava eu em mais um chacoalhado e inesquecível vôo (ainda bem que este foi curto) onde o comissário (equilibrista ?) quase caiu e derramou a bandeja de bebidas e até hoje não entendi o que ele fez porque chegou a se apoiar com uma mão no chão e com a outra equilibrou a bandeja, mas aquela hora eu já estava tão escolado com turbulência extrema que nem fiquei mais com medo.

 

Enquanto isso debaixo de um toldo em Bangkok esperando a chuva torrencial passar.

 

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A chuva caia copiosamente e eu não tinha muito o que fazer e nem para onde ir, então o negócio era esperar a chuva passar e torcer para que até a hora da partida São Pedro das Monções já tenha se acalmado.

 

Assim como nas Filipinas, mais uma vez lá estava eu na Asia “preso” debaixo de um toldo por causa de chuva forte num momento ludico “PQP, de novo não !!!".Também com direito a muita água, trovões, raios riscando o céu e trovoadas.

 

Já que é assim, vamos chamar o DJ de novo e botar um som de acordo com a situação.

 

- Hey ozzie DJ, spin that sh*t again :

 

I looked round

And I knew there was no turning back (Thunder)

My mind raced

And I thought

what could I do

(Thunder)

And I knew

There was no help, no help from you (Thunder)

Sound of the guns

Beatin' in my heart

The thunder of guns (it)

Tore me apart

You've been - thunderstruck

 

- Ta, mate ! Your country kinda suck but to compensate it produces great rock bands !

 

Depois de um período que pareceu uma eternidade a chuva passou e pude finalmente retornar para o meu hotel, mas o estrago já estava feito em forma de ruas alagadas e intransitáveis.

 

Ainda tinha que arrumar minhas coisas, mas para quem viaja com pouca bagagem isso não foi nenhum problema. Eu tinha acertado um late check out pagando apenas uns três dólares a mais, se tanto, e como iria pegar um vôo corujão saindo na madrugada, pra que a pressa ?

 

Como o mundo é grande mas as férias são curtas, já estava se aproximando a hora de tomar o caminho da roça e com direito a uma parada na terra da Rainha Elizabeth. Tinha a opção de ir via Portugal, mas com todo respeito a quem gosta, eu não viajo para Europa para visitar periferia, Portugal e/ou Espanha nem pensar, esse último só se for Barcelona e olhe lá. Posso mudar de idéia no futuro ? Claro.

 

Já disse que adoro as trocas de direção bruscas que uma viagem volta ao mundo proporciona, os vários contrastes entre lugares tão diferentes e tão distantes entre si, mas daí mudar da água pro vinagre não vale.

 

Depois de uma certa dificuldade para chegar, mas já de volta ao meu hotel tomei meu banho, peguei minha mochila, fiz o check out e apesar de ser relativamente cedo resolvi não arriscar e preferi me mandar para o aeroporto, sabe-se lá como estava o trânsito àquela altura do campeonato depois de um temporal e com a noite caindo.

 

Essa era a idéia embrionária mas ficou só nisso mesmo. Para um caso perdido como eu, simplesmente NÃO CONSIGO sair com antecedência e para alguém que tem sérios problemas com horários, sair mais cedo para ter tempo suficiente para chegar num compromisso sem atropelos e com os bofes pra fora (não aprendo, não tem jeito. Mas a culpa é do elevador. Ou do trânsito, nunca é minha ! hehe) é completamente FORA DE COGITAÇÃO, então ainda fiz uma cerinha e aproveitei para tomar um delicioso shake no próprio hotel. Nada como empurrar mais um pouquinho a hora de ir embora de um lugar que a gente gosta.

 

A chuva tinha passado mas o céu ainda estava encoberto, prenúncio de novas trombas d´água, e lá fui eu caminhando em direção ao ponto do airport bus, que não existe mais.

 

Até a primeira esquina estava tudo relativamente tranqüilo, as pessoas estavam começando a sair de casa após o temporal, os comerciantes estavam estendendo seus produtos de novo, o pessoal das barraquinhas de comida estavam tirando os plásticos que cobriam os equipamentos das cozinhas improvisadas, vida que segue, mas alguns metros depois e já alcançando a segunda esquina o asfalto sumiu e o que antes era uma poça d´água aqui e outra acolá virou um trecho quase instransponível. Os carros passavam e criavam aquelas ondas que a gente vê em dia de chuva forte em Sampa e outras grandes capitais. Nem os valentes tuk tuks estavam encarando.

 

A situação estava tão surreal e o cenário tão pitoresco que se aparecesse algum nativo flutuando num colchão junto ao seu cachorro de estimação vira-lata daria para rodar a versão pobre e tailandesa de “AS AVENTURAS DE PI”, tamanho era o aguaceiro.

 

Dei meia volta e retornei para achar outro caminho, pensei em cortar pelo conjunto de templos que tem perto da minha acomodação, é um labirinto mas já estou conseguindo atravessá-lo sem me perder muito - e olha que não é muito grande mas gente sem GPS interno é assim mesmo - e sai na cara da Khao San Road, praticamente na frente da delegacia que fica a algumas dezenas de metros de barracas que vendem tudo quanto é tipo de documentos falsos. Adoro Bangkok. Porém dessa vez não foi possível pois aquela hora ele já estava fechado então não deu para cortar por ali, sendo assim não sobrou outra opção senão enfrentar o aguaceiro.

 

Eu estava ainda de bermuda e havaianas (não custa lembrar, nada de bermuda de surf, camisa da seleção ou do time de coração, meia branca, tênis de corrida e pochete. Não é porque sou brasileiro que tenho que ficar andando de uniforme de brasileiros bregas no exterior. E nem no Brasil também. E muitos deles ainda falam da vestimenta de ferias dos turistas coreanos e chineses, vai vendo...) porque como o calor é grande e a umidade também, eu costumo trocar de roupa no aeroporto mesmo, então não tinha outra opção senão encarar água até os tornozelos e vou te contar, num lugar “limpo” como Krung Thep, andar com água até os tornozelos me fez pensar que tipo de sujeira não havia naquelas águas imundas, mas é mais uma daquelas situações que servem para cozinha de restaurante, cabeça de mulher e cabine de comando de avião : melhor nem pensar no que ocorre ali.

 

Peguei minhas havaianas na mão, ajustei e apertei minha mochila para ficar bem presa junta ao corpo, me certifiquei que os documentos estavam bem seguros e protegidos em caso de uma queda para competir nas videocassetadas e fui andando sem muita pressa, não tinha muito o que fazer senão encarar. Ainda bem que o trecho não era muito extenso, mas também não era tão pequeno, dava uma boa caminhada com água pelas canelas.

 

Vencida essa parte, continuei meu caminho agora passando por restaurantes com música bacana, mesas na rua e algumas lojas, me livrei das constantes ofertas dos taxistas chatos (desculpem a redundância) e fui andando tranquilamente, mas como a Khao San era caminho aproveitei para dar aquela última passada na famosa rua que estava começando a ficar movimentada de novo, me apaixonar mais umas trocentas vezes (é sempre assim, tem muita gringa gata zanzando por ali, benza Buda !), dar o meu “até breve” (Buda queira !) e comprar uma banana pancake, afinal ninguém é de ferro.

 

Fui comendo meu manjar dos deuses asiático (ou seria manjar asiático dos deuses ?) até chegar no stand para comprar meu ticket do ônibus e conferir os horários. Ele estava atrasado e fiquei conversando com a tiazinha que vendia o ticket, que não estava sozinha porque tinha uma garota na mesma situação que eu. Olhando pelo canto de olho e de bate e pronto eu definiria “she is anything but ugly”.

 

A simpática tiazinha ligava de tempos em tempos para saber onde o ônibus estava enquanto ficava eu e a garota com uma interrogação estampada na testa.

 

Pois é, logo depois estávamos nós três conversando e tentando descobrir um jeito de resolver a situação que não tinha solução, sendo assim, solucionada está.

 

Depois de um tempo de conversa telefônica, perguntamos para a tiazinha se ia demorar muito e ela respondia mais ou menos assim, já descontando o “Cebolinha´s accent” :

 

“Noooooooooooo. Bus comiiiiiiiing. Not worryyyyyy”.

 

Obviamente tudo terminando num sorriso tailandês, aquele que vem fácil.

 

Me antecipei a garota que ameaçou falar algo e perguntei, não sem antes dar uma piscadela para ela, caprichando no inglês levemente britânico com um sotaque tailandês, só pra fazer charme :

 

“Are you suuuuuuuure ? I reckon the bus is too lateeeeeeee !!!!!”

 

Tentando segurar o riso, estiquei até não poder mais a última palavra da frase, igualzinho aos tailandeses que pronunciam as palavras mais ou menos assim :

 

“misteeeeeeer”, “siiiiiiiiiiir”, “massaaaaaage”, “thank youuuuuuu”, “sawadee kaaaaaaaa”, ”kop pon kaaaaaaap”, “excuse meeeeeee”, "one hundred baaaaaht", "good morniiiiiiiiing".

 

E por ai "vaiiiiiiii". :P:P:P

 

Pra quê ? Gargalhada foi geral, o que foi bom para quebrar o clima que já queria ficar tenso.

 

Aí a tiazinha respondeu sorrindo :

 

“Nooooooooo. Bus comiiiiiiiiiiing. Too much rainiiiiiiiiiiing !”

 

Já que é assim o negócio era esperar. A tiazinha ia voltar a ligar depois e nesse meio tempo sentamos eu a e garota numa beirada de um hotel bacaninha que fica bem na frente do stand e começamos a conversar para ajudar a passar o tempo.

 

Eu ainda estava saboreando a deliciosa banana pancake e por educação ofereci para a menina, que por educação recusou. Ponto pra ela.

 

Alguém ai empresta a escova de dentes ? Nem eu. Assim como eu também não divido banana pancake, açaí e brigadeiro, mas sendo cavalheiro que sou (não espalhem), se ela quisesse eu a convidaria para irmos juntos até a Khao San Road e compraria uma para ela. E mais outra pra mim.

 

Faria isso, é claro, desde que ônibus não aparecesse antes, né ? hehe

 

Após alguns minutos de conversa, se fosse passado um scanner bem básico na menina o resultado seria mais ou menos esse :

 

Norueguesa, pele clarinha e lisinha num rosto com traços delicados e muito bonitos emoldurado por cabelos castanhos cacheados acompanhados de olhos azulados que mudavam de cor conforme a luz refletida no asfalto molhado ia variando. Vestia calça dobrada até os joelhos por causa da chuva torrencial que havia caído naquela tarde e que deixou Bangkok alagada, aquela mesma que tinha me deixado ilhado.

 

Estava voltando para casa após um período de seis meses fazendo (ou terminando) um MBA em Kuala Lumpur, intercalado com curtas e rapidas viagens pelo Sudoca Asiatico. Trabalhava como auditora mas tudo bem, ninguém é perfeito mesmo.

 

Inglês praticamente sem sotaque (boa educação também dá nisso, algo que pelo andar da carruagem o Brasil nunca terá), sorriso lindo, um jeitinho meio blasé mas ela tinha um certo narizinho empinado que incomodava e, aqui entre nós, a mina era fresca demais ! Além do que ela me passou a impressão de ser aquele tipo de garota que gosta de muito carinho :

 

Carro carinho...restaurante carinho...sapato carinho...presente carinho...lugar carinho...

 

Mas ela podia, escandinavas têm muito crédito comigo.

 

- DJ, sobe o som :

 

“Se fosse mulher feia tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração”

 

- Valeu, pode baixar agora.

 

Falando em escandinavas, tenho que enfatizar de novo : meeeeeeeu d´ssssssssss, pelas barbas de Odin !!!!!!!! O que será que essas garotas têm que as deixam tão bonitas ? Seria a água, o ar, o frio, o martelo do Thor (sempre no bom sentido, é claro) ou a Lenda do Guerreiro Beowulf ? Seria o smorgasbord, pai do nosso rango estilo buffet do dia-a-dia ? Os Trolls certamente não foram.

 

No caso da norueguesa, como se não bastasse a infinidade de atributos, para fechar o pacote ela ainda vem acompanhada por uma renda per capita atingindo a cifra de desavergonhados U$ 80 mil dólares/ano, vai vendo. Tô falando que mulher escandinava é pra casar.

 

Será que “Fiorde” explica ?

 

Tudo bem, eu sei que mulher bonita tem em qualquer lugar mas ahnm...humn...bem...tipo assim...minto, qualquer lugar não, não tem na Bolívia, no Peru e no Equador, mas na Escandinávia já ultrapassou a cota.

 

Aquela deusa viking morava em Oslo já há alguns anos mas havia nascido em algum lugarejo entre Oslo e Bergen (ou seria o contrário ? Nossa, essa foi ridicula, deixa eu tomar meu remédio...E em dose dupla) cujo nome não me lembro mas ai seria demais, não sou nenhum especialista no assunto mas o alfabeto escandinavo me passa a impressão que padece de certos males de alguns idiomas que a gente vê por aí : greve de vogais.

 

Galera, tá, tá, eu sei que estou na divida com a maioria, mas vou ter que ficar por aqui.

 

A gente volta com a norueguesa gatinha de nariz empinado no próximo post, beleza ?

 

Não quero prometer, mas acho que faltam um, no máximo dois posts e a gente fecha isso aqui.

 

Valeu pela companhia.

 

Aquele abraço,

 

Keep traveling

 

 

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  • 2 semanas depois...
  • Membros
Cara revoltado haha

Parabéns até uma parte do relato... infelizmente acabou se 'perdendo' no final.

 

Revoltado, eu ? haha Que nada.

 

Bom saber que gostou pelo menos até uma parte do relato, mas não acho que se “perdeu” no final, infelizmente você que não entendeu. Pena que não tem fotos, assim os iletrados e aqueles que têm mais dificuldades poderiam pular o texto e ir diretamente para elas, ficaria mais fácil. Quem sabe no próximo ?

 

Analfabetismo funcional pouco importa nesse caso, o que vale mesmo é a pluralidade das idéias e a diferença de opiniões. Como as suas, por exemplo.

 

Happy travels.

 

 

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

 

Além de revoltado é mal-educado.

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  • 3 meses depois...
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mas não demore muito pra voltar....e quanto a periferia da Europa continuo curiosa para saber detalhes ...hasta la vista

Oi Emilia,tudo bem ?

 

Acabou que demorei para voltar, mas vou tentar compensar com mais um texto longo (que novidade, né ? rs) que vou colocar na sequência.

Quanto a periferia europeia pode deixar que se pintar a oportunidade eu venho aqui e conto tudo, só que tem tanta coisa na frente que nem sei se vai rolar... Suerte.

 

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  • Membros

Faaaaaaaaala moçada, tudo bem ?

 

Para comemorar a extinção da miséria do nosso país nem que seja por decreto (como é mesmo a contabilidade, com 70 reais per capita/mês já sai da miséria e com uns 300 contos é considerado classe média ?) e que o mundo tem um novo Papa, fumaça branca para mais um trecho (sem imagens de novo, para desespero de certas mentes atrofiadas) do finzinho da trip. Que venha o blábláblá.

 

“Ô coroinha, solta logo essa fumaça branca, rapaz !”

 

Habemus relatum !

 

Coitados dos coroinhas, imagino a vida deles cercados de certos tipos depravados segurando crucifixos e cheios de péssimas intenções com os garotos, afinal o que não falta no mundo de hoje em dia é bicho-papão vestindo batina comedor de crianças indefesas. Pausa para o sinal da cruz.

 

Então, pra quem não se lembra onde terminou o último trecho tá fácil: paramos muito bem acompanhados por uma bonita jovem jactanciosa oriunda da gelada terra com IDH bem avantajado lá na ponta do planeta, numa noite chuvosa no ponto de ônibus do agora extinto airport bus em Banglamphu, um famoso subúrbio da buliçosa, úmida e incomparável KrungThep Mahanakhon Amon Rattanakosin Mahinthara Ayuthaya Mahadilok PhopNoppharat Ratchathani Burirom Udomratchaniwet Mahasathan Amon Piman Awatan Sathit Sakkathattiya Witsanukam Prasit.

 

Saravá !

 

Viram, não falei que tava fácil ?

 

Enquanto o ônibus não chegava ficamos eu e a norueguesa (noruedeusa ?) de narizinho empinado conversando. Às vezes ela destilava alguns rompantes que mostravam todo o seu lado Aruba, i.e., linda mas um porre, mas numa dessas a gente se deu até bem porque de porre eu entendo alguma coisa, afinal num momento daquele (quebrado, fim de férias, fim de banana pancake e na iminência de encarar um vôo longo) eu abandono a minha posição de mochileiro e me transformo num verdadeiro mala. Tá, tá, eu sei, vocês venceram: não é só num “momento daquele” que eu fico meio (inteiro ?) mala, em outros momentos também mas vamos pular essa parte.

 

Com um certo arzinho soberbo (tudo bem, ela podia) que foi prontamente retrucado pelo meu ar blasé (tudo bem, eu não podia. Primeiro porque nem tô com essa bola toda e segundo porque eu ainda me esbaldava com os instantes finais da minha derradeira e deliciosa banana pancake), a deusa do gelo falou sobre o semestre do MBA em Kuala Lumpur e me confidenciou que não curtiu muito porque o nível era bastante fraco, inclusive tinha uma iraniana no curso dela que não manjava p*cas de inglês e mesmo assim estava lá.

 

Comentei que no meu país ninguém manja p*cas de nada e vira Presidente da República, Ministro da Fazenda ou dá uma volta ao mundo DE MOCHILA pagando o equivalente a inacreditáveis 15/20 mil reais só em passagens e ainda tem a cara de pau de querer dar dicas quentes sobre como viajar barato. Mas eu até acho bem pertinente, basta fazer exatamente o contrário tout court.

 

Existem roteiros meio café-com-leite onde só de taxas morre uma grana absurda que me levam a pensar aqui com os meus passaportes: será que é tão difícil assim perceber que pagar, sei lá, insalubres US$ 1.600,00 plus somente em taxas (e nem era uma viagem espacial) tem algo muito estranho, não acende nenhuma luz amarela não ?

 

Não dá pra matar a bola no peito, botar no chão e ver o jogo ? Ninguém pode ser assim tão ehn... ah deixa pra lá. Tudo bem que o que realmente vale é a liberdade de escolha coisa e tal, tal e coisa mas isso aí tá mais inflacionado que o coitado do tomate, vai vendo...

 

Não sei como alguém consegue pagar duas ou mais coisas, levar uma e ainda achar isso um bom negócio. Engraçado que eu sempre pensei que bom mesmo seria o contrário mas enfim, não sou eu que tô pagando mesmo. #naotamojunto.

 

Como diria o mineirim quando perguntado por um cumpadi o que achava de nudez ele prontamente respondeu, após dar uma pitada no cigarrim:

“Ué sô, melhor nu deis que nu nosso !”

 

Pois é meus caros e minhas caras, com ou sem intelecto muito atraente o negócio é ser feliz. Como já havia afirmado anteriormente o melhor de tudo é que nem precisa ser assim tããããão inteligente (presente !) e nem dispor de muitos recursos (presente mil vezes !!!!) para realizar uma RTW e apesar dos trancos e barrancos – vai ver porque é algo ainda novo pra gente - o que importa é que mais brasileiros estão se aventurando.

 

Tá parecendo propaganda de cartão de crédito: “Mais pessoas VÃO dar uma volta ao mundo”. Pensaram que eu iria citar aquela outra do “não tem preço”, né ? Aham, tá, sei. Mas não tem preço mesmo.

 

Retomo.

 

A gata do Ártico depois me disse que talvez deveria ter feito um esforço maior e tentado uma escola americana. Faz sentido, por mais que eu goste dos EUA (nossa, vejam só que coisa ! Além de (re)visitar lugares tradicionalmente turisticos e manjados – adoro ! - eu também curto muito os States e tem mais, cabendo no meu bolso quase sempre que viajo não perco a oportunidade de aproveitar as facilidades do turistão “ônibus da Angela Rô Rô”, também conhecido internacionalmente como hop on hop off bus), acho que no caso dela que vem de país rico onde todo mundo já nasce com a vida ganha estudar na Malasia deveria ser mais fácil (alguém aí já ouviu falar na lei do menor esforço ? Funcionário público não vale, eu disse “menor” e não “nenhum”), diferente e exótico pois aquela região é repleta de lugares bons e baratos apenas a uma Air Asia de distância, principalmente para quem fica baseado em Kuala Lumpur, o caso dela por sinal.

 

Quem sabe a musa dos fiordes poderia ter tentado a Austrália trocando assim a vizinhança de ursos polares por uma formada de cangurus mas isso seria o de menos, o duro mesmo ia ser aguentar a brasucada formada por um verdadeiro séquito de patricinhas e surfistas-merrequeiros-metidos-a-Kelly-Slater que todos os anos invadem aquele ensolarado e deveras insípido país.

 

Também fiquei sabendo que ela havia feito uma trip percorrendo a hoje fácil e já bastante manjada banana pancake route com algumas amigas conterrâneas (pausa para um suspiro. Se uma escandinava já é boa, imaginem várias juntas ?), mas elas não aguentaram o tranco e voltaram para casa.

Achei estranho. Se fossem os historicamente intrépidos brasucas (pausa para arrumar a garganta) eu até entenderia afinal esses costumam dar pitis homéricos por causa da falta de infra, da pobreza, se o ônibus atrasar, se as estradas forem ruins, se rola muito perrengue para atravessar certas fronteiras terrestres, se não encontrarem alguém que fale inglês o suficiente para passar uma mísera informação (é aqui que fala e encontra facilmente...), ou mesmo se não acharem Starbucks na Coréia do Norte, wi-fi no interior da China, banho quente em Fiji, McDonalds em Ngorongoro ou Casa do Pão de Queijo na Papua Nova Guiné, fora otras cositas más que tais viajantes “descolados” e dispostos a tudo, reitero, muy aventureiros e safos, pero no mucho, tiram de letra. Aham, sei. Então tá. Eu me divirto com esse complexo universo radical chic dos desbravadores aventureiros de boutique...

 

Assim sendo confesso que fiquei um tanto quanto surpreso com a experiência da garota visto que de uma maneira beeeeeem geral a gringaiada mochileira não tem (muita) frescura (mas sim, eles também costumam dar os seus chiliques homéricos por nada) e como a maioria vem de país rico acham perrengue, pobreza e miséria, como posso dizer, algo “exótico” e até curtem a “aventura”, so to speak, afinal é muito diferente da realidade deles. Por essas e por outras que o favela tour (sorry, no Rio agora deve se chamar comunidade tour) faz tanto sucesso entre esse povo.

 

Particularmente acho meio esquisito mas como a gente viaja para ver coisas diferentes eu até entendo a gringaiada. Kinda.

 

Mas isso não é exclusividade da gringaiada não, tem muito brasuca fazendo isso também afinal o que não falta aqui é antropólogo e viajante socialista socialite.

 

Enfim, c´est la vie e como dizem os corinthianos: “haja o que hajar !”. Aproveitando o gancho, tá rolando um zunzunzun por aí que a Bolivia se tornou um dos melhores países para se viver, afinal tem apenas 12 corinthianos e todos estão presos. Mas acho que já já eles soltam, afinal ninguém quer uma célula de filial do PCC no seu país, né ?

 

Prossigo.

 

O papo estava tão bom que se estendeu dentro do ônibus também que finalmente chegou, para o alivio de todos e felicidade geral da nação de viajantes durangos, e estacionou bem próximo de onde conversávamos. Por estar atrasado ele não demorou muito a sair e rapidamente já nos dirigíamos em direção ao aeroporto. Apesar da demora não estávamos com problemas de horário porque ainda havia bastante tempo de sobra e os nossos vôos eram tarde (mas o dela era mais cedo que o meu) e acho que foi a primeira vez na vida que concordei que sair mais cedo para um compromisso realmente pode valer à pena.

 

Com os ânimos de todo mundo já amainados, no ônibus foi a minha vez de falar sobre alguns dos meus MBAs mundo afora que ela ouviu com muita atenção. Vale ressaltar que MBA para mim tem um significado diferente e um pouco mais amplo, que eu definiria por: “Many Buses in Asia, Many Buses in Africa, Many Buses in Americas” e outros tantos “many buses...and planes, matatus, trains, ferries, metros, horses, banana-boats, les trucks, skis, bikes, taxis, bankas, motorcyles, canoes, trekking boots, vans, pick-ups, cars, sailboats, helicopters, elevators, feluccas, kayaks, tuk-tuks, rafts, camels, SUVs, donkeys, jetskis, quadricycles, flip-flops, escalators, mokoros, jeeps, elephants, snowboards, dinghies, trucks, boats, spaceships (brincadeirinha !!!)”, fora o resto, por esse mundão afora.

 

Resumo da ópera: Muitos Buzuns por Aí.

 

Ah, antes que eu me esqueça: nem tudo na vida são flores e viagens, se eu dissesse como começou tudo isso vocês iriam chorar e entrar em depressão mas como todo mundo sabe, ou pelo menos deveria saber (inclusive os mais tapados), estamos aqui para nos divertir, certo ? Quando as luzes se apagam e os bares fecham ficamos apenas com as nossas verdades e memórias (acho que era assim que dizia o poeta, sei lá eu). Dia desses eu NÃO conto.

 

Avante.

 

Após ter ouvido algumas histórias engraçadas e outras nem tanto sendo que certos acontecimentos, alguns impublicáveis, poderiam ter lugar cativo na Broadway enquanto outros mal caberiam no caldeirão da Madame Mim, a Afrodite da Aurora Boreal não se fez de rogada e com a frieza de quem mora nas proximidades de um dos pólos da Terra me fuzilou sem dó nem piedade numa só voz em alto e bom tom:

 

“Nossa, que legal ! Mas vem cá, me conta uma coisa: como assim você prefere viajar sozinho ?”, como se isso fosse a coisa mais absurda do mundo.

Ali eu vi que a gente não iria dar muito certo mesmo. hehe

 

Mas peraí, e se aquilo fosse um auto-convite ? Não, não foi. Pelo menos eu não percebi. (PQP, tem gente que continua se achando, né ?).

Pensando bem, sei lá, tipo assim, poderia ter sido pior, vai que ela me perguntasse qual é melhor: viajar RTW ou viajar pela Africa ? Saia justa total. Ainda bem que ela não perguntou.

 

Falamos bastante também sobre viagens, vida, carreira, viagens, amores, decepções, viagens, sabores, dissabores, viagens, trabalho, música, viagens, politica, cinema, viagens, esportes, comida, viagens, consumismo feminino, desmatamento, viagens, literatura, egos, viagens, chocolate, alarmismo besteirol sobre o meio ambiente, viagens e aí você percebe que por mais prosaico que possa parecer no geral a essência do ser humano é igual em qualquer parte do mundo porque conversando com individuos de diferentes backgrounds, cores, credos, religiões, filosofias, orientações, crenças, etnias, tipos sanguineos, tribos, dogmas, nacionalidades, diâmetros de circunferência abdominal, classes sociais, vontades, profissões, prioridades, gostos, marcas favoritas de creme dental, quantidade de cabelo, cor dos olhos, chacras (ihhh, isso agora me lembrou aquele papinho besta daquelas madames que gastam, digo, “desapegam” em nada meditáveis dez/quinze mil doletas numa viagem para a Índia e adjacências - first class, of course - em busca de emancipação espiritual tântrica-zen-xarope-transcendental-cadê-o-Baba-podicrê-mistico-bicho-grilo-espiritual-personal-guru-maluco-beleza-iogue-shanti-holistico-ashram hopping-abraça-árvore-e-deita-na-pedra-para-energizar-enrola-um-vou-apertar-mas-não-vou-acender-agora e depois voltam para casa zuretas regurgitando aquela conversa mole zuzo-bem visceralmente “ayurvédica-namastê”) e você percebe que no fundo no fundo eles almejam praticamente a mesma coisa, o que mudam mesmo são as condições e o peso que cada pessoa dá à diferentes aspectos de sua vida. Pausa para reflexão.

 

Ehn... alguém tem algum espelho aí ?

 

Continuando.

 

Como não poderia faltar conversamos também sobre os nossos respectivos países, então aproveitei para exercer um dos meus esportes favoritos quando viajo: falar mal do meu país. Putz, que coisa não ? Eu hein, que deselegante ! Que nada, apenas realista. Já comentei sobre o embaixador às avessas, qualquer coisa basta consultar vossas excelências, os fatos. Simples assim.

 

Mas “falar mal” acho que é mais, como direi, uma “força de expressão” afinal como odeio tapeação eu apenas confirmo o que todo mundo que pensa já sabe, nada mais do que isso. Tô com os messieurs Voltaire e De Gaulle e não abro, mas de vez em quando obviamente solto alguma coisa boa também sobre a Jabuticabalandia. E bem de vez em quando.

 

Se a diva viking não tinha planos para visitar o Brasil e a América Latina no geral agora que não vem mesmo. Mas consegui contornar, disse que apesar de perder uma ou outra coisa boa (caldo de cana, pastel de feira, açaí, brigadeiro e praias bonitas, por exemplo) ela poderia pular o Brasil sem dor na consciência afinal o país não vale quanto cobra e propagandea (sugeri trocar pelo México) só que os vizinhos valem muito a viagem, apesar das praias não costumarem ser lá aquelas coisas a não ser que o visitante leve jeito para pinguim. Patagonia, Machu Picchu, Cuzco, Galápagos, Salar de Uyuni, Isla del Pescado, Amazonia, Lago Titicaca, Uros, Atacama, fora o resto, são lugares que devem constar em qualquer lista de lugares a ser visitados. Ela ficou de reconsiderar.

 

Até acho que ficamos no empate porque eu também não tinha lá muita vontade de conhecer a Noruega, porém lista de prioridades para mim não tem muito significado porque até pouco tempo atrás os Estados Unidos disputavam com o Japão (nada contra esse último, apenas não tenho saco, grana e tempo para tirar o visto. Espero que o Brasil faça prevalecer a reciprocidade) as primeiras colocações entre os lugares que eu não tinha a mínima vontade de conhecer, mas como as coisas mudam hoje os States estão super bem na fita e é um dos lugares que encabeçam a minha lista de favoritos. Quem sabe o Japão não seja o próximo ?

 

E olhem que quando eu tirei o visto a minha intenção era apenas economizar alguns milhares de dólares em passagens aéreas para aí sim poder viabilizar algumas das minhas RTWs. Como todo bom assalariado que ganha a vida em reais, viaja com passaporte brasileiro, não é nenhum dondoca expatriado ou alguém que bebe da mesma fonte de blogueiros/jornalistas de viagens muy “independentes” (só se forem independentes como um taxi) que vivem escrevendo, pererecando, perambulando, “puxa-sacando” (mais um neologismo ?) e viajando de jabá em jabá (atenção para as exceções em todos os exemplos), qualquer punhado economizado de verdinhas faz bastante diferença no orçamento.

 

Nota à margem: não custa lembrar que por causa de muitos desses “jabáticos” e “jabazetes” da vida ficamos conhecendo lugares e serviços através de suas reportagens em publicações ou blogs de viagens. Vida longa aos blogs, revistas (ao contrário dos blogs, as revistas me parecem cada vez piores e repetitivas, infelizmente), portais e sites de viagens, comerciais ou não (todo mundo tem que comer e pagar contas, né ?). E acho que é possivel sim ser comercial sem a necessidade de se prostituir e quem não gostar que não acesse ou leia, simples assim.

 

Em frente.

 

Uma vez que já conheci uma galera muito bacana dos lados da terra dela (principalmente da Suécia) rodando o mundo por aí, muitos em férias e outros viajando por um tempo maior, aproveitei para dar uma geral sobre a paixão (fetiche ?) por RTW, afinal it´s only RTW but I like it.

 

Como acho que ainda está para surgir um roteiro RTW que eu não consiga fazer (bem) mais barato em condições normais sem ter que fazer “trip de índio” (mas indie sim), e como as passagens no Brasil não costumam ser assim tão baratas quando o destino é longe (e nem vou comentar a disparada do dólar. Falando nisso, preciso dizer que estou para entrar em férias ? É sempre assim), mesmo tendo melhorado bastante ultimamente mas ainda um tanto dependentes de alguma boa promoção, acho bastante jogo esse tipo de trip desde que saiba como fazer e não apenas fazer por fazer. Ah, pensando bem, se não souber ainda assim continua valendo bastante a pena pois o que conta mesmo é ser feliz. E se conseguir fazer isso viajando, melhor ainda.

 

Já que os escandinavos são craques em navegação nós conversamos sobre esse tipo de trip por mar e eu disse que aqui no meu país trips assim de barco ou carro geralmente costumam ser pra quem tem (muita) grana; não é pouco dinheiro e precisa estar muito bem de caixa.

 

Falando nisso, apesar de passarem anos-luz da minha praia e com exceção dos fantasiosos (ilusionistas ?) quando o assunto é orçamento (não são só eles), eu costumo admirar muito as pessoas que fazem esse tipo de viagem – principalmente de carro; de barco acho muito alien, financeiramente falando (me lembrou de novo a trip dos playbas do catamaran. Para transformar sonho em realidade, superar obstáculos e vencer desafios ter um parente trilhardário bancando tudo deve ajudar bastante, indeed) - porque as vejo como “gente que faz” e não apenas “gente que fala”, algo bastante comum nos dias de hoje. Tiro o meu chapéu e desejo a todos que se jogam e metem as caras, independentemente de qual maneira, que façam a melhor viagem do mundo e de suas vidas.

 

Diferenças financeiras e preferenciais à parte, tracei um paralelo e ousei dizer que com o preço que a pessoa paga num carro (que aqui no Brasil custa bem mais caro) somadas às modificações no veiculo, uma pessoa normal mochilando sem ser frugal poderia dar umas duas voltas ao mundo ou uma “bem dada” (oops, me refiro a uma trip volta ao mundo. O que mais haveria de ser ? Aqui é tudo sempre no bom sentido) viajando durante no mínimo uns dois anos tocando o terror sem apertar muito o bolso enquanto que uma pessoa bem anormal, mas beeeeeeem anormal mesmo, ficaria batendo cabeça e daria uma volta de no máximo um ano. A gente morreu de rir. Pois é, beldades nórdicas também caem na gargalhada, vai vendo.

 

Mas não levei em consideração o estilo, o prazo e as vontades de cada um, o fato de serem trips diferentes com objetivos e vontades semelhantes que se cruzam aqui e ali, assim como também não considerei os gastos com combustível, passagens e frete, a não ser que o carro seja anfíbio também. Sarcastic mode on.

 

No final concordamos que apesar do tempo e grana necessários, viajar de carro ou barco deve ser uma experiência de liberdade única, mas assim como eu ela também não era muito chegada a dirigir e achava que passar dias ou semanas balançando num barco dando banho em isca cheirava a um tédio só.

 

Como assunto era o que não faltava (é muita história para pouco “Virunga”) e como ela tinha várias histórias legais também, o tempo passou rápido e por incrível que pareça não teve trânsito para chegar no aeroporto.

 

Chegando lá nos despedimos com um beijo e cada um foi para um lado. Ela foi fazer o check-ine eu fui procurar um lugar para me trocar antes de embarcar.

 

Para falar a real no final das contas a mina da terra do frio e do bacalhau verdadeiro era até legal, de vez em quando tinha lá seus desvios “momentos Aruba”, mas depois de conhecer um pouco mais ela subiu bastante no meu conceito e ganhou até uns pontinhos. Igualzinha a chatinha e bonita ilha caribenha.

 

Me troquei rapidamente no banheiro pois agora era hora de baixar as velas do calor do sudoca asiatico e içar as velas para enfrentar um clima bem mais ameno na Europa e após ter rearrumado e trancado a minha mochila fui fazer o meu check-in.

 

Quando cheguei lá qual não foi a minha surpresa ao saber que o vôo estava atrasado, mas eu nem encanei afinal eu fico tão feliz e realizado por “estar viajando” (perdão pela dialética callcenter) que não tenho tempo para essas viadices de reclamar de vôo um pouco atrasado (muito atrasado já é outro chopp), da comissária que não te atende sorrindo e nem te pega no colo para fazer dormir (não é a função dela, concordam ?), de não ter travesseiro, da cor do assento, de ser muito alto para poltrona, ou muito baixo para poltrona, ou muito gordo para poltrona (sempre culpa da poltrona, né ?), de não fornecerem canetas para preencher formulário de imigração, do aeroporto secundário ser longe do centro, das cores berrantes e quantidade de cartazes espalhafatosos de propagandas dentro da cabine, do atendente não pegar na mãozinha e levar até a porta do avião, do peso e tamanho da bagagem de mão permitidos (quem mandou ser muambeiro ? Falando nisso, a Easyjet já anunciou que irá diminuir o tamanho limite da bagagem de mão. Viva o minimalismo !), do sistema de entretenimento que não passa o programa da Xuxa ou o BBB, da empresa não ter leite NAN e nem servir um mingau igual ao feito pela mamãe e a lista goes on.

 

Meu d´s, quanto “frufrismo” ! (Viram, não esqueci dos neologismos). Por que não ficam em casa, então ? Eu hein. É tão dificil perceber que hoje em dia, quando tem, é lanche frio com refrigerante quente ? :) Continuo achando que voar com segurança e pagar um preço legal já tá bom demais, o resto é resto. E vice-versa.

 

Ah sim, mas é claro que concordo que tudo tem limite.

 

Entrei na fila e logo depois quando fui chamado para fazer os trâmites do check-in lá estava ela no balcão ao lado pegando o cartão de embarque juntamente com o passaporte: outra linda gata que confirmava a minha observação sobre o bem danado que o sol e as praias dos trópicos fazem para as gringas.

 

Quando ela agradeceu eu percebi que era britânica (já falei que adoro o sotaque, né ?), a Bilu Teteia femme fatale da terra da cerveja quente e do fish & chips saiu caminhando toda prosa, soltinha como o arroz da vovó, sorridente, mais feliz do que a população do Butão (e olha que ela nem me conheceu. hehe. Putz, quando eu falo que tem gente que se acha...), sandália rasteira, shorts jeans curtinho, cabelos loiros e compridos, bronzeadinha, cheirosinha que só (e eu que estava preparado para tudo, menos praquele perfume), uma única e longa trancinha no cabelo diretamente da Khao San Road, uma genuína gringa faux-riponguinha toda saliente e serelepe. Meeeeeeeeeeu d´ssssssssssss, pelas jóias da coroa ! Pois é, inglesa sexy de novo, vai vendo.

 

Mas ali tem de tudo, tô falando que chove mulher bonita no sudoca. E se a noite toda gata é parda no sudoca (quase) toda gata viajante é loira. Mas tem para todos os gostos e sabores. Sempre no bom sentido, é claro.

 

Apostaria um rim (humn, quer dizer, um rim não porque posso precisar dele para vender e pagar minhas viagens. Serve um almoço ?) que ela não iria desembarcar em Londres vestida daquele jeito. Quando voltam para casa, para a vida real (seja lá o que significa isso. Existe outra vida por acaso ?), para a responsa e para o frio de seus países cheios de leis, regras, horários e câmeras de segurança muitas vezes elas não são tããããão soltinhas assim, a não ser que estejam com um copo na mão. Cheers!

 

Achei que ela lembrava muito por alto a intragável (óbvio, é canadense) Avril Lavigne, só que era muito mais gata, com formas mais... ehn...como direi, simétricas, com mais “curvatura” (sempre no bom sentido) e tinha bem mais sal (ai minha pressão arterial...), digamos assim. Tá bom, confesso: é uma baita sacanagem comparar uma gatinha daquelas com a Avril.

 

Fui despertado dos meus pensamentos “ai se eu te pego” mais profundos e libidinosos capazes de fazer corar até o Marquês de Sade ou os habitantes de Sodoma e Gomorra quando o cara do check-in me confirmou que o vôo estava atrasado desde Singapura e me disse que eu tinha direito a um voucher para uma refeição grátis (pois é, se não existe almoço grátis pelo menos janta tem), mas eu teria que pegar no fim do balcão com uma outra atendente.

O mais curioso é que nem era tanto atraso assim, coisa de uma hora, uma hora e meia. Isso lá é atraso ? E olha que eu domino bem esse assunto.

 

Feliz da vida com o vale-rango que ganhei da cia aérea em função do atraso do vôo, me dirigi à imigração para dar saída oficialmente do país e depois procurar com muita calma, parcimônia, categoria, lucidez, responsabilidade, serenidade, frieza, concentração, equilibrio, isenção, astucia e sabedoria fazendo uso daqueles seculares métodos cientificos exaustivamente testados e aprovados pela NASA em seus experimentos mega-tecnológicos e secretos, ou pelo COPOM quando define a taxa de juros básica da economia ou ainda pelo próprio Ministro Mantega, o “çábio”, quando tenta acertar qual será o tamanho do PIB (entenda-se uma decisão tomada de maneira lógica, precisa e racional formada pela infalivel união dos métodos salemê minguê com minha-mãe-mandou-escolher-esse-daqui-mas-como-eu-sou-taurino-eu-escolho...) um bom restaurante para utilizar o presente, quem sabe descolar um decente e lauto rango (que saudade de um bom bife inescrupulosamente mal passado) em terra firme antes de encarar as longas e tediosas horas de vôo que estavam por vir.

 

Andei pra lá e pra cá percorrendo os imensos corredores do gigantesco aeroporto de Bangkok numa missão batizada de rango-hunting (ou ran-ran para os intimos) em busca de um lugar para comer naquela área que mais parece um shopping com várias lojas de tudo quanto é tipo e para todos os bolsos. Falando em bolsos, costumo trocar os meus sobreviventes bahts (ou baaaaahts, no sotaque tailandês) ali.

 

Depois de andar bastante carregando na mão o tal vale-rango (pobre sabe como é, nunca tem nada e quando tem adora mostrar) escolhendo as opções gastronômicas que se apresentavam aqui e ali, finalmente me decidi por um lugar para “aproveitar o presente”, algo que infelizmente nem sempre consigo fazer como deveria e gostaria (entenderam a mensagem embutida ?).

 

ACHEI !! Aquele seria o lugar escolhido para a minha última refeição em solo tailandês.

 

Lá estava ele me esperando, havia algumas mesas vazias por causa do horário avançado já na madrugada, atendentes risonhos, perfilados e meticulosamente uniformizados como se clamassem por mim, digo, pelo meu vale-rango. O pico escolhido ficava localizado num canto do aeroporto e tinha aquelas inconfundiveis e garrafais letras iniciais bastante conhecidas que se destacavam entre os outros letreiros dos restaurantes e lanchonetes vizinhos:

 

BK” (leia-se bee kay).

 

Encontrei o lugar mas não, nada daqueles restaurantes cheios de estrelas Michelin, firulas, salamaleques e viadagens frequentados por gente fresca, mimada, cheia de frufrus e coalhados de foodies boiolas (humn, isso tá me cheirando a mais uma tautologia), aquela bichice generalizada num restaurante onde só o couvert de entrada equivale a renda per capita indiana.

 

Que nada, bem longe disso. Era o bom e velho Burger King mesmo. Uma vez pobre...

 

Enfim, depois que terminei o rango 0800 aproveitei para dar aquela última caminhada para fazer a digestão, trocar dindin e me dirigir para o portão de embarque só que antes de chegar nessa área do aeroporto tem que passar pelo raio-X de novo e enfrentar toda aquela encheção de saco que vem a reboque, mas para um país que recebe mais de 15 milhões de turistas por ano eles sabem como fazer a coisa e apesar da fila enorme rapidamente eu estava do outro lado. Agora era só achar o portão de embarque e me mandar.

 

Depois de uma pequena caminhada cheguei no salão de embarque que estava abarrotado de gente com cara de poucos amigos, também aquela hora da madrugada já estava todo mundo cansado e de saco cheio. Vi que havia gente até das Ilhas Fiji (que saudades...) e pelo uniforme e estatura gigante da turma notei que se tratava de um time de rugby. Se eu tinha que encarar um vôo longo imaginem eles que vinham de muito mais longe ?

 

Muitas vezes a gente acha a nossa situação ruim mas é só olhar em volta que nos deparamos com outra muito pior e isso vale para outros campos da vida também. Pausa para mais um momento de reflexão.

 

Ehn... eu sei que soa repetitivo mas, de novo, será que alguém tem algum espelho aí ?

 

Sigamos.

 

Fiquei um tempo fazendo aquele airport people watching básico dos meus companheiros de vôo e para não morrer de tédio sentado naquela sala só “coçando os países baixos” enquanto não chegava a hora de embarcar (e eu que achava que entediantes e chatos mesmo eram os filmes de Woody Allen, a programação de tv aberta, os jogos da seleção brasileira de futebol ou os iêiêiês dos Beatles), procurei matar o tempo tentando descobrir de onde era aquele povo todo. Para não ficar muito diferente do resto dos passageiros liguei o bored mood face e após um tempo fui dar uma checada rápida no terminal de net grátis e depois de finalmente conseguir acessar os meus emails adivinhem só quem apareceu ? Que rufem os tambores !

 

“Hey DJ, agora é com você !”

 

Tchan tchan tchan tchaaaaannnn

 

“Ehn... não era bem isso, mas tá valendo”.

 

Ah, esqueci. O DJ foi chamado às pressas porque era para ele só aparecer no próximo post, então ele mandou o estagiário. Já que é assim desta vez tá perdoado. Depois a gente tenta de novo.

 

Então, adivinhem quem surgiu de repente quando eu estava checando os meus emails ?

 

a) A divina da terra do sol da meia noite que eu conheci no caminho para o aeroporto me dizendo: “E aí seu bocó, eu estava fazendo um auto-convite sim !”,

 

b) uma atendente da cia aérea falando que era o meu dia de sorte e que eu havia sido contemplado com um prêmio que incluia upgrade para voar na primeira classe, um fim de semana com direito a acompanhante com tudo pago em Londres podendo escolher as melhores suites com três opções de hoteis: CLARIDGE´S, THE DORCHESTER ou THE LANESBOROUGH; um carro Aston Martin, Bentley ou mesmo um Rolls Royce com motorista à minha disposição, fora o chá da tarde com a Rainha no Palácio de Buckingham,

 

c) a Gisele Bundchen e a Ana Hickmann me abordando: “Oi, você também é brasileiro ? Fechamos a primeira classe mais a classe executiva com as modelos da Victoria Street desfilando a última coleção de lingerie numa festinha privê aérea, você quer se juntar à nós ? Champagne à vontade”,

 

d) alguém me avisando que o Messi juntamente com mais metade do Barcelona estavam se transferindo para jogar no meu time nas próximas cinco temporadas. Ronaldinho Gaucho, Lucas e Cristiano Ronaldo vão também enquanto o Neymar fica de fora porque no meu time não tem espaço para pipoqueiro cai-cai,

 

e) aquela gatinha pseudo-neohippie da terra da Rainha que eu vi no check-in me convidando para passar o final de semana no apê dela em Mayfair com umas amigas.

 

Nah, que nada. Erraram feio, nenhuma das alternativas. Quem me dera...

 

Quem apareceu mesmo na forma de atendente de cia aérea foi o Murphy, o da lei, chamando todos para o embarque. É sempre assim.

 

Como nem tudo tá perdido foi mais ou menos nessa hora que me liguei que iria voar de novo no Boeing 747, o meu avião favorito. Esse é macho !

 

O 747 é aquele imponente avião quadrimotor gigante e belo que todo mundo conhece (até as loiras) como JUMBO, possui dois andares na parte da frente que dá a impressão que ele tem uma espécie de corcova, que o faz o avião mais reconhecido do mundo.

 

Também, acho dificil passar despercebido um avião com a altura de um edificio de três andares, quatro turbinas pesando mais de seis toneladas que custam oito milhões de doletas cada e capazes de levantar mais de 400 toneladas de metal, fios, bagagens, passageiros e tripulação para cima das nuvens voando a 900km/h.

 

Um passarinho me soprou que esse apelido surgiu em homenagem a um elefante turbinado (trocadilho proposital) e gigante que nasceu há um tempão no que hoje é o Mali (a terra de Timbuktu, por sinal. Quem disse que ela não existe ?) e de tão grande o batizaram de Jumbo. Assim, quando surgiu o 747 acabou que ele pegou emprestado o apelido do elefantinho anabolizado, mas eu não boto muita fé nessa lenda afinal passarinho não sopra, ele pia. Ou canta.

 

Tá, tá, essa foi ridicula, eu sei mas não pude evitar. Pausa para tomar o remédio.

 

E esse papo de passarinho hoje em dia anda esquisito, lembrou a “reencarnação” do Hugo Chaves, o tiranete cucaracha ex-presidente e atual defunto que não querem enterrar. Será que vão fazer o mesmo com o Fidel Castro, Cristina Kirchner, Evo Morales, José Sarney e o Lula também, afinal múmia é o que não falta na América Latina. Uma pena que muitas delas continuam ainda dando as cartas ajudando a afundar ainda mais este sofrido continente.

 

Chamem a National Geographic ! Ou melhor, chamem o Ministro Barbosa ! Ou talvez a carrocinha, sei lá.

 

Adiante.

 

O avião é um projeto quarentão enxuto e para comemorar o enorme sucesso do rei dos ares foi lançada não há muito tempo uma nova versão que conseguiu deixá-lo ainda melhor e mais bonito. Quem disse que não tem como melhorar o que já é perfeito ?

 

Hoje em dia só o estupendo Airbus A380 para fazer frente, mas como ainda não voei nesse último eu coloco todas as minhas fichas no magnífico seven four seven que assim como o A380 “is not a plane. It´s a planet”.

 

E pensar que o pai da aviação é brasileiro, vai vendo...

 

Pessoal, enquanto tá rolando todo aquele bundalelê pré-embarque numa espécie de marcha dos pinguins, digo, marcha dos passageiros formada por umas três centenas de pessoas impacientes quase se estapeando para entrar no avião, vou ter que deixá-los por aqui mas prometo voltar pra contar o que só eu vi.

 

Aquele abraço e valeu mais uma vez pela paciência e companhia.

 

Virunga

 

(NR.: Do jeito que esse relato ficou longo e demorado já tô achando que essa RTW – em exibição no site mochileiros.com há uns quatro anos (putz !!!) - deve estar mais para “round the words” do que “round the world”. Independentemente de qual seja o significado da sigla nesse caso, uma coisa posso afirmar com toda a certeza do mundo: eu me divirto :wink: ).

 

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Oi Propter, tudo bem ?

 

Puxa, mais um leitor corajoso e paciente para ler tudo isso aqui !!! rsrs

 

Valeu pelo elogio, legal saber que está viajando junto e pode deixar que vou terminar o relato (concordo, venho falando isso há tempos. Já tá merecendo embargos :?). Falta pouca coisa e pra falar a real creio que seria até uma falta de respeito deixar ele inacabado. E você está certo, depois (e antes) dessa trip já rolaram outras tantas RTWs.

 

Estou cogitando escrever talvez mais uns dois textos...ehn... “resumidos” de outras trips (vou tentar, afinal quem disse que eu tenho o dom da concisão, principalmente quando o assunto é RTW ?), sendo um deles também sobre uma volta ao mundo e um outro sobre esse lugar mágico aqui, ó :

 

598da97fc04b1_Africaafavorita.JPG.27d82a472622a5c70d8925b19fe426c9.JPGfonte: descaradamente surrupiada da net, mas minhas fotos ficaram melhores. hehe :P (ô, quem me dera...)

 

Mas antes preciso finalizar este relato.

 

Fique ligado que vem mais por aí, espero que você continue curtindo.

 

Grande abraço,

 

VIRUNGA

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  • 2 meses depois...
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Faaala Virungaaa!

Já acompanho seu relato já faz um temmmmpo!E apartir deles, finalmente vi que é possível uma RTW para um proletario como eu!Rssssssssss!Não sou funcionário publico nem corintiano!Vou apertar de todos os lados, mas 2015 vou fazer de qualquer jeito!Tipo um mês e meio....mas vou!Agradeço pela consultoria!

Um Abraço!

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