Até Huaraz de bus sozinho atravessando a fronteira Corumbá/Puerto Quijarro e Peru

[ericoliv]

Fiz toda a viagem sozinho partindo de São Paulo / Bolívia / Peru e voltando pelo mesmo caminho sem nenhum planejamento, apenas lí relatos na net principalmente aqui no mochileiros, o que deveria levar, e um amigo que me ajudou pelo whatsapp que fez esse mochilão até Cuzco, e confesso que nesse mochilão valeu também as informações dos colegas mochileiros que conheci no caminho (se fizer esse trajeto vai conhecer muitos fazendo o trajeto contrario, aí você consegue informações muito atualizadas).

Bom, vou pular a parte do Peru e Bolívia que foram sensacionais (Santa Cruz, Sucre, Potosí, Uyuni, La Paz, Copacabana, Isla del Sol) e Peru (Puno, Cuzco, Aguas Calentes via Hidrelétrica, Machu Picchu + Montanha, Lima), na volta foram outras cidades, mas só de passagem.

Dia 27/01/2016 fiquei um dia em Lima, no Flying Dog Hostal, no dia seguinte peguei o bus para Huaraz só com as informações que coletei com quem já havia passado por láporque nem dá tempo de acessar a internet, pelo menos no meu caso. Fiz amizade com o motorista do bus que mora em Huaraz, e fui até lá conversando com ele, o Jesus. Chegando em Huaraz, eu não tinha planejado nada, nem onde ficar, ai o Jesus me apresentou o Maximo da agência Corazon Andino

O Sr. Máximo é muito atencioso e muito honesto, se resolver ir para Huaraz pode procurar por ele, gosta muito de brasileiros, assim que cheguei ele já me indicou um hostal muito confortável e barato, e ja fechamos o pacote de turismo, cheguei ás 06:00 dia 28/01/2016 e no mesmo dia ás 08:30 fiz meu primeiro passeio em Huaraz, conheci o sítio arqueologico Chavin de Huantar.

Antes de chegar a Chavim, paramos para almoçar e eu e 3 colegas de Lima resolvemos experimentar os pratos típicos da região, então cada uma pediu um prato diferente e eu pedi Cuy, confesso que não gostei muito, mas é típico andino, pero los otros eran muy ricos.

 

Chegando no sítio arqueológico Chavin de Huantar, achei incrível, é pré-inca e tem uns labirintos muito loko Indiana Jones total, eu e uma colega de Lima nos perdemos do guia e ficamos desbravando o labirinto, e não sou muito fâ de ver pedras empilhadas( gosto mais de montanhas), mas esse foi muito loko mesmo.

 

Na volta, a van me deixou no hostal ás 20:00, fui jantar e dormir para acordar cedo.

No dia seguinte 29/01/2016, foram me pegar no hostal ás 08:30 para outro passeio, nevado Pastoruri, fomos parando em alguns pontos turísticos, e chegando no Nevado Pastoruri é sensacional, a van te deixa uns 400mts, como é muito alto o lugar, cansa rapido (pode alugar cavalo se quiser), eu ja estava acostumado com a altitude Potosí e La Paz (Chacaltaya também é muito alto) muito loko ver o glaciar Pastoruri e poder tocar nele, e é indispensável levar blusas, capa de chuva (eles tbm alugam lá), luva, toca, enfim muito frio mesmo e o clima muda de repente.

 

Voltando a Huaraz, fui jantar com minhas colegas de Lima, ganhei um vinho peruano que não sabia que existia, e depois ficamos bebendo pisco com outra bebida que nao sei o nome, parecido com soda, fui dormir meio borracho.

Havia esquecido completamente do outro passeio, no dia seguinte 30/01/2016 ás 05:00 da manhã, o dono do hostal veio bater na minha porta, e eu tava de ressaca ele veio novamente, por sorte não perdi o outro passeio.

Fomos ao Parque Nacional Huascarám, na Laguna 69, e para chegar a laguna, são 3 horas de caminhada exaustiva por causa da altitude. O caminho é incrível, passa por florestas, bosques, cachoeiras, montanhas, acredito que seja uma das paisagens mais bonitas da terra. É indispensável levar botas de preferência resistentes á água, porque passa por vários riachos, levar também blusas e capa de chuva, é frio mesmo e o clima muda de repente. A temperatura da água da laguna 69 é de 5ºc, umas francesas malucas nadaram na água, eu e uma inglesa colocamos as mãos na água, minha mão congelou, eu fiquei 2 horas sem sentir nada o que eu tocava, e dava dó de ver a mão da inglesa, o guia trouxe um chá de coca muito quente que não ajudou muito, mas valeu cada segundo, porque a laguna tem uma cor azul incrível que é do degelo dos glaciares que ficam acima, muito bonito, e os estrondos dos glaciares é impressionante, dá impressão que vai ter um avalanche. E no caminho vemos a montanha Huascarám, imponente.

 

Enfim, lá tem que andar precavido o tempo todo tanto nos passeios, trekkings e na cidade, porque el clima cambia el tiempo todo. É ótimo levar protetor solar, quando o sol sai, dá pra sentir os raios ultra-violetas, levar protetor labial, porque resseca mesmo o nariz e a boca, resseca tanto que uma colega de Lima chegou a sangrar, e levar óculos escuro.

Lá dá para sentir na pele a mudança climática e ver como o clima do mundo é sensível.

 

Lembranças do Mochilão

 

Falei mais de Huaraz porque foi aqui nesse site comecei a me interessar pela cordilheira branca.

Mas a Bolívia é incrivel, cada lugar tem sua peculiaridade, gostei demais de Potosi e La Paz, a estrada da morte é uma das coisas mais doidas que fiz na vida, Chacaltaya muito alto quase nao há oxigênio, aqueles teleféricos são muito legais linhas roja y amarilla, o por do sol da Isla del Sol na parte norte, nunca tinha visto um igual, a montanha formava uma sombra em V, coisa maluca, olha a foto ai embaixo.

Serro Rico - Potosí

 

Peru também é muito bonito, Islas flotantes de los uros é impressionante, Aguas Calientes é uma cidadezinha toda cercada de montanhas incrível, Machu Picchu nem se fala, tive o prazer de ir a pé e subir a montanha, (e o horario mudou, a montanha você agenda na hora de comprar o ingresso, se passar do horario, nao pode subir a montanha, no meu caso eu tinha entre as 09:00 e 10:00 para subir). e se eu falar tudo, sei que vai ficar cansativo a leitura. Mas a viajem toda nao teve nada de cansativo, foi muita adrenalina em muito pouco tempo. Quiero volver pronto!

 

Se for fazer o trajeto por Puerto Quijarro, fica esperto com os policiais falsos, porque aconteceu um incidente comigo em Santa Cruz. Eu estava num hostal com uma francesa que conheci no caminho , estava um calor do inferno, eu resolvi comprar cerveja do outro lado da rua, levei só minha carteira e mais nada, nem celular que ficou carregando, e faltava uma hora pra gente fazer checkout e pegar bus pra Sucre. Um carro estava parado na rua e dois policiais me pediram o passaporte e viram pelo sotaque que eu era brasileiro, e eu disse que iria buscar no hostal, eu só tava com minha cnh e meu rg é muito velho e nao levei, entao eles mandaram eu entrar no carro e eu entrei, eles ficaram rodando comigo em santa cruz falando que iria me levar pra interpol, e eu disse que meu passaporte estava no hostal e que eu precisava pegar minhas coisas e nao dava tempo de ir na interpol, eles pegaram minha carteira, e tinha 240 bolivianos, eles viram que eu tava desesperado porque minhas coisas estavam com a francesa e eu poderia perder o onibus pra Sucre, eles me pediram dinheiro para ajudar na gasolina, eu fiquei quieto e eles falaram quanto eu podia ajudar, eu disse 100 bols, eles falaram 200 e eu te deixo no hostal, eu falei ok, eu tava no desespero. Quando eu cheguei no hostal o dono me disse que eram policiais falsos, então tomem cuidado, dizem que em La Paz também tem, mas não vi nenhum, achei La Paz bem mais tranquilo pra andar na rua que Santa Cruz.

mas o pior veio depois na volta em Puno, vacilei.

Editado Março 9, 2016 por Visitante

[ericoliv]

No dia 01/02/2016, como fui sozinho, na volta passei por Lima, depois Arequipa, e Puno novamente, tava tendo carnaval, foi dificil encontrar um hostal em Puno estavam todos lotados, acabei encontrando um grande, mas não tinha agua quente, tomei banho gelado mesmo, naquele frio do Titicaca. Tive que esperar até o outro dia para a migração abrir e eu voltar para La paz. Entao fiquei um dia em Puno e resolvi ir ver o carnaval, e o povo peruano gosta muito de brasileiros, eu conheci uma galera que nao paravam de beber pisco com laranja, bebi muito mas fiquei muito borracho no carnaval, tava muito divertido, até que resolvi ir para o hostal, e uma colega dessa galera me disse pra eu pegar taxi, e eu resolvi ir a pé e me ferrei. Me perdi na volta bêbado, só me lembro de um muleque de uns 18 anos me derrubando no chão e veio um amigo dele, me levou a carteira, meu celular, minha mochila pequena com algumas coisas e minhas fotos, todas as minhas fotos 30 gb, deveria ter pegado taxi, por sorte não viram minha doleira com meu passaporte, fiquei muito chateado e estou até agora. Bloqueei o android e o imei do celular, e deixei uma mensagem com esperança de me enviarem as fotos por email. Só sobraram as fotos do facebook e as que eu passei pelo whatsapp. Vacilei.

[fabiofreitas4]

Puts cara, que azar!!!

 

Estou indo em Maio fazer a rota feijão com arroz (Bolivia, chile e peru) e vou incluir Huaraz nessa jogada... Você ficou 3 dias completos lá? A cidade é tenebrosa mesmo?

 

Abs!!

[ericoliv]

Na verdade fiquei 4 dias em Huaraz, no quarto dia tinha um passeio que tava incluso no tour do Corazon Andino, era umas aguas termais, eu nao lembro o nome porque não fui, como só levei R$, só tinha um lugar pra cambio e era muito baixo, e meus soles ja estava acabando e eu tava preocupado pra fazer cambio, o passeio era ás 08:00 e a casa de cambio abria ás 09:00, resolvi não ir e conhecer a cidade de Huaraz.

Gostei de tudo lá, a cidade é muito tranquila mesmo, a comida é muito boa, os passeios que eu fui foram sensacionais, o povo de lá é muito educado, e quero voltar pra lá ainda esse ano se eu puder, quero ficar uns 4 dias fazendo trekking na cordilheira branca, e tem muito mais coisas pra conhecer, tem a cordilheira negra, e um monte de coisa que eu nem sei também, vale muito apena, conheci pessoas de todos os continentes, menos da antartica rsrs e não conheci nenhum brasileiro ou argentino. Uyuni, Cuzco, La Paz tem bastante brasileiros e argentinos, la em Huaraz tem mais europeus, nao sei porquê.

A cidade de Huaraz foi destruida em 1970 no terremoto de Ancash, só sobrou uma ruazinha Calle José Olaya que sobreviveu ao terremoto, o resto da cidade foi reconstruida, parece que tempo não passa lá, eu fui conhecer essa rua, a única que manteve a estrutura tradicional de antes do terremoto. Mas dá pra fazer vários passeios sem city tour também, me arrependo de não ter levado minha barraca, varias cidades tinham lugares pra acampar, na maioria europeus levavam barracas (carpas), ai da pra fazer passeio mais tranquilo se tiver tempo, e fica mais economico, da proxima eu levo a minha.