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Uruguai (Montevideo, Punta e Colônia del Sacramento) - 6 dias em Julho de 2009


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Bom, pessoal... ano passado descobri o fórum Mochileiros e, desde então, ele está sendo minha principal fonte de pesquisas para a próxima viagem. Estou “sugando” tudo o que é possível daqui, e uma das principais (e melhores, diga-se de passagem) fontes são os relatos de viagens. Nada melhor que pegar as melhores referências, dicas e informações com quem já esteve lá, não é mesmo???? Sendo assim, resolvi, ainda que tardiamente, deixar uma singela contribuição ao fórum, que tanto tem me ajudado. Na verdade, não passa de uma pequena retribuição, que ainda assim sequer chega aos pés do que eu já aproveitei daqui. Mas vamos lá, o importante é participar.

Como citei antes, descobri o fórum ano passado, porém depois que voltei do Uruguai. Ou seja, uma ou outra coisa aqui talvez não se encaixe num “perfil mochileiro”... e, sendo esta a primeira vez que escrevo um relato, relevem qualquer deslize... rsrsrs

Bom, fizemos (eu e minha esposa) a viagem toda por conta própria... nada de agências, nada de pacotes, tudo por nossa cabeça (já tinha sido assim antes, no Chile e na Argentina). Planejamos tudo pela internet, e aqui começava nossa primeira dificuldade: o Uruguai não é lá um destino muito badalado e procurado, então nem sempre é fácil achar relatos, dicas e referências por aí. Até aqui mesmo, no Mochileiros (que, como citei, descobri depois dessa viagem) não tem muita coisa sobre esse simpático país (pelo menos no que diz respeito a relatos). Guias, então, nem se fala... é fácil achar guias dedicados exclusivamente a um só país, como Argentina, Chile, Peru, etc. Para o Uruguai eu só achei mesmo no Guia do Viajante Independente na América do Sul, que foi uma mão na roda e recomendo como um complemento ao planejamento de viagem.

Mas porque o Uruguai? “O que tem de bom pra se ver no Uruguai?” – era essa a pergunta que eu sempre ouvia quando dizíamos que iríamos pra lá. Não sei por que, eu sempre fui fascinado pelo país... boa parte desse fascínio se dá por conta do futebol (sou viciado... hehe) e, pasmem, boa parte da minha vontade em conhecer o país era pra conhecer o Estádio Centenário, palco da final da primeira Copa do Mundo. Mas, chegando lá, descobri que o Uruguai é um país muito agradável, com um povo muito hospitaleiro, gentil e que adora brasileiros. O país, e consequentemente seu povo, tem um ritmo mais lento, as coisas são mais devagar... Montevideo, embora seja a capital e maior cidade do país, nem de longe lembra cidades de mesmo porte no Brasil. Boa parte da população é velha, os carros nas ruas são antigos, os prédios são antigos, enfim... é um país antigo (não confunda com atrasado) e é isso que me atraiu mais ainda.

Vamos à viagem:

 

A viagem aconteceu em julho de 2009.

Dia 1: Vôo e chegada

Antes de embarcar, pesquisei várias opções e combinações de vôos pra MVD (moro em Salvador, e não temos vôos diretos pra lá). Pelas companhias tradicionais, TAM e Gol, ficaria muito caro. Foi então que resolvi dar uma olhada no site da Pluna, que é a principal companhia aérea de lá, e descobri um valor muito mais em conta... porém, na época a companhia só tinha vôos saindo de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Obviamente, o mais barato seria saindo de Curitiba, dada a menor distância entre as duas cidades (cerca de 2 horas e meia de vôo, mais ou menos). Mas como chegar à capital paranaense saindo de Salvador?? Resolvi pesquisar mais um pouco e, numa feliz coincidência, descobri promoções da Gol e Webjet, com passagens custando R$ 109 e R$ 115, respectivamente, no trecho SSA-CWB-SSA. Pronto! Fechamos a viagem! Juntando tudo, ida e volta, por todas as companhias, saiu mais barato que a opção mais barata de TAM e Gol.

A companhia aérea é meio fresca... muitas restrições de bagagem e tudo é pago (inclusive o serviço de bordo). Por exemplo, saindo do Brasil não se paga nada pelas bagagens, mas voltando de lá, paga-se a bagatela de US$ 25 por cada bagagem, sendo que cada uma não pode passar de 20kg (cada kg adicional custa US$ 5) e sempre limitada a duas bagagens por passageiros. Eles são tão chatos que aconteceu um fato curioso: eu e minha esposa levávamos, cada um, um volume de bagagem. Só que a minha pesava menos de 20 kg e a dela, mais de 20 kg, sendo que a soma das duas não ultrapassava os 40 kg a que teríamos direito. Mesmo assim, eles não aceitaram, tinha que ser cada uma com até 20 kg! Aí tivemos que, em plena fila do check-in, abrir nossas bagagens para “redistribuir” as tranqueiras, roupa suja, etc. Imaginem a cena! Rsrsrs Ah, se na volta vc fizer o check-in online no site, ganha um desconto de US$ 10 na primeira bagagem.

Quem quiser pesquisar mais sobre a empresa, visitem o site http://www.flypluna.com . Apesar dos pesares, a empresa conta com aeronaves novas, porém apertadas (do mesmo porte dos Embraer da Azul), e staff gentil. Recomendo.

 

Saímos de Salvador ainda de madrugada, fizemos conexão no Galeão e chegamos em Curitiba ainda de manhã, acho que antes das 10 horas. Nosso vôo só sairia às 15:40h... sairia, porque atrasou e só terminou saindo lá pras 17:00h... então, tome chá de cadeira no aeroporto. O interessante é que a Pluna não possui um balcão de check-in exclusivo dela, o balcão é (ou era, à época... não sei hoje) compartilhado com a Oceanair... pouco antes do vôo, o pessoal da Pluna vai lá, coloca a plaquinha deles sobre o balcão e iniciam o check-in, sendo que o pessoal que faz o check-in é o mesmo que trabalha na loja do aeroporto. E na hora do embarque, esse mesmo pessoal vai pro salão de embarque pra efetuar os procedimentos... ou seja, é bater o escanteio, e correr pra cabecear... rsrsrs (atenção: o aeroporto de Curitiba não tem free-shop, e isso deixou minha esposa extremamente revoltada! Hahaha)

 

Devido ao atraso, chegamos em Montevideo já quase 8 horas da noite. Fizemos os procedimentos de imigração (rápido) e saímos. Trocamos alguns poucos reais numa casa de câmbio na saída do desembarque mesmo (troquem pouco, a cotação é ruim) e saímos pra procurar um táxi. Infelizmente, por desconhecimento (ah, se já conhecesse o Mochileiros antes) tive que pegar aqueles táxis exclusivos do aeroporto, que são mais caros (de cor bege). Mas lá tem também os taxis comuns, amarelo e preto (igual aos de Buenos Aires) e ônibus. Como cheguei já à noite e estava com minha esposa, não quis arriscar muito e peguei esse mesmo. Paguei 790 pesos (considerem uma relação de 1 real = 10 pesos), negociados previamente. Um taxi comum sairia por volta de uns 500 pesos (lembrando, esses são valores de julho de 2009).

Fomos direto ao hotel, na Ciudad Vieja (centro histórico da capital) que na minha opinião é o melhor lugar pra se hospedar, principalmente pra pessoas que, como nós, fazem muitos passeios a pé e usam transporte coletivo. O nome do hotel é Hotel Palácio, fica a poucos passos da Plaza Independência (a principal da cidade e uma espécie da “marco-zero”). O hotel é bem antigo, mas muito bem conservado e muito, muito limpo e bem cuidado. Pagamos US$ 27 por um quarto de casal. Nada de luxo, o mobiliário é antigo (porém conservado, um ar bem retrô) mas tudo é bem limpo. O próprio dono do hotel, Sr Alejandro, e sua esposa, super simpáticos, é que atendem diretamente. Apesar de não ser exatamente um albergue, recebe muitos mochileiros. Recomendo com louvor! O site do hotel é http://www.hotelpalacio.com.uy/ . É muito bem localizado, mas não tem café da manhã. Porém isso não chega a ser um problema, pois pertinho dele tem um “La Pasiva” (rede de restaurantes muito famosa lá) e um McDonalds, onde se pode tomar o famoso “desayuno”. No La Pasiva, entre 10 e 12 reais é possível tomar um bom café da manhã. E esse foi o fim do nosso primeiro dia.

 

Dia 2: Montevideo

Acordamos cedo, tomamos nosso desayuno no La Pasiva e saímos meio que sem rumo, andando por entre as ruas da Ciudad Vieja e admirando a arquitetura antiga. Entra em rua, sai em rua, chegamos ao porto. É lá que fica o escritório do Ministério de Turismo e Deporte, com o escritório do órgão oficial de turismo no país ( http://www.uruguaynatural.com/ ). Lá você pode pegar mapas e obter várias dicas. Pegamos um mapa da capital que tinha um roteiro de “walking tour” (passeio a pé) cujo o início era ali mesmo, no próprio escritório. Eles fizeram uma rota com várias atrações em sequencia lógica, de modo a facilitar o passeio. Tem muita coisa que é dispensável, vai do gosto de cada um... você vai caminhando, chega na frente da atração, olha... se gostar e interessar, entra; se não, segue em frente.

Um dos primeiros pontos desse walking-tour é o famoso Mercado Del Puerto, que foi nossa primeira parada, por assim dizer. Trata-se de um grande galpão onde funcionava o mercado municipal. Hoje, restaurado, abriga vários restaurantes. Achei todos caros, diga-se de passagem. E, como ainda estava cedo, e ainda estava de barriga cheia do café da manhã, nem me apeteceu sentar pra comer algo. Mas o cheiro de carne assando que impregna o ambiente é muito bom! Seguimos andando e aí fomos passando pelas atrações... entrando em umas, passando batido em outras, enfim... como já disse, vai do gosto de cada um. A maioria das atrações compõe-se de praças, museus e edifícios históricos ou relevantes para a cidade.

Um deles é o Teatro Solis, o mais importante da cidade. Vale a pena parar por alguns minutos pra tirar fotos de sua fachada. Se tiver um pouco mais de tempo disponível, eles fazem visitas guiadas ao interior do teatro... coisa rápida (acho que não mais de 1 hora) e barata (custava algo como 5 reais), desde que não esteja acontecendo nenhum espetáculo no momento. Eles formam grupos pequenos de visitantes e saem pra mostrar o teatro. Outros pontos relevantes que acho que valem a pena parar ao menos pra uma foto são o prédio do Banco Central, a Plaza Independência (vááárias fotos aqui), a Catedral Metropolitana, e o Palácio Salvo (que fica na própria Plaza Independência e foi o maior prédio da América Latina até 1935). O resto vcs decidem por lá na hora... rsrs.

E assim foi nosso primeiro dia, só andando, andando, andando... retornamos ao hotel, tomamos um banho e fomos jantar no... La Pasiva! Adoramos este restaurante, e o da Plaza Constitucion (que é onde fica a catedral e é pertinho do hotel Palácio) tem um ar retrô bem interessante. Estando no Uruguai, não deixem de comer o Chivito, prato tipico deles.

 

Dia 3: Mais Montevideo

Acordamos cedo (de novo), fomos tomar nossa café da manhã no La Pasiva (de novo) e saímos para o nosso segundo dia. Como já tínhamos conhecido a parte antiga da cidade no dia anterior, teríamos esse segundo dia um pouco mais livre e flexível. Fomos para a Plaza Independência e pegamos um ônibus coletivo em direção ao Estádio Centenário que, pra mim (não pra minha esposa), seria o ponto alto do passeio. Não lembro o valor exato da passagem, mas era mais que R$ 1,50 e menos de R$2,00. O povo uruguaio é super atencioso e basta vc pedir ao cobrador que ele indica o ponto exato onde descer. O estádio fica dentro do Parque Battle, pra quem gosta de futebol a visita é imperdível. Dirija-se à entrada do Museo Del Futbol. Lá, vc compra uma entrada (salvo engano, custava algo entre R$ 5 e R$ 10 em julho de 2009, não lembro o valor exato) e visita o museu, propriamente dito, e tem acesso a algumas dependências do estádio, como arquibancadas e, se não tiver jogo no dia, dá até pra ir no gramado. O site do estádio é http://www.estadiocentenario.com.uy/ (ta meio desatualizado). Pra quem gosta de futebol, é parada obrigatória. E o próprio ticket de acesso ao museu é uma cópia exata do ingresso da final da Copa de 1930.

O passeio em si levou umas 3 horas, mas vc faz seu horário. Como chegamos cedo, saímos cedo. Decidimos ir ao shopping. Na porta do estádio, tomamos um taxi para o Shopping Montevideo. 5 minutos e 11 reais depois, chegamos. O shopping em si não é muito grande e parece ser antigo, mas é legal de se andar lá.

Aproveitamos para almoçar uma pizza na praça de alimentação. Terminamos o almoço, saímos do shopping e fomos andando em direção à rambla, que é como eles chamam a orla deles. Como tínhamos a tarde livre, fomos andando sem rumo pela orla e logo chegamos a Pocitos, que acredito ser a principal “praia” deles. O local lembra Copacabana, no Rio de Janeiro. Só que a ”praia” deles é o Rio da Prata. No verão, a praia enche. No inverno, quando eu fui, quase não se vê ninguém por lá.

Andamos mais um pouco e chegamos no Shopping Punta Carretas. É um shopping mais novo, bonito e bem localizado que o Montevideo. Perambulamos um pouco por lá e saímos. Já era finzinho de tarde, e fomos andando em direção ao parque Rodó, que fica próximo. Sentamos um pouco no parque e apreciamos o belo por do sol. Depois do sol ter se posto (mas ainda com alguma claridade do dia), fomos andando pela rambla em direção à Ciudad Vieja. Achávamos que conseguiríamos chegar ao hotel a pé, mas o cansaço nos venceu e decidimos tomar um táxi. Vale lembrar que do Shopping Montevideo (onde iniciamos nossa caminhada) até o parque Rodó, passando por Pocitos, Punta Carretas, etc, é uma longa e boa caminhada. Como eu e minha esposa gostamos de andar, sem problemas. Se vc tem limitações físicas ou é preguiçoso mesmo, vale tomar um taxi.

Chegamos ao hotel já de noitinha, e fizemos o velho roteiro banho – La Pasiva – cama.

 

Dia 4: Bate-e-volta a Punta Del Este

Não precisamos dizer que acordamos cedo e fomos tomar café da manhã no La Pasiva. Só que dessa vez não pudemos sair mais cedo pra passear, porque passados 2 dias comendo chivitos e outras iguarias uruguaias, meu intestino pediu arrego... rsrsrs. Tive que passar boa parte da manhã no hotel por conta deste percalço. Sanado o problema (ou, pelo menos, controlado) saímos. Pegamos um taxi na Plaza Independência em direção ao terminal Tres Cruces, que é a rodoviária de Montevideo. Pagamos R$ 17 na corrida (a princípio, iríamos de ônibus coletivo, mas dado o meu problema optamos por ganhar tempo com o taxi). Apenas como curiosidade, os táxis de lá são curiosos (desculpem a redundância), pois o motorista fica separado dos passageiros do banco de trás por um vidro, e tem uma espécie de gavetinha, que abre pros dois lados – motorista e passageiros – para o pagamento e troco. E o sistema de cobrança deles Tb é diferente: o taxímetro registra um valor proporcional ao km rodado, que eles chamam fichas... ao fim da corrida, eles usam uma tabela pra converter as “fichas” em pesos (lembrando que eles tem uma tabela diurna e outra noturna).

Chegando lá, tem ônibus saindo para Punta a todo momento, e várias companhias fazem o roteiro. Sugiro a Cot, Copsa e Turil. Fomos de Copsa, pagamos cerca de R$ 16 por pessoa/ida. Embarcamos de imediato. A viagem dura pouco mais de 2 horas, numa estrada que chega a dar sono de tão reta e lisa. Chegamos já por volta de 13:00h, e já na própria rodoviária de Punta nós fechamos um city-tour numa agência que fica lá, com início às 14:00h (em julho de 2009, custou US$ 20 por pessoa). Não sou muito adepto a city-tours, gosto de fazer meus passeios por conta própria, mas dado o atraso a que cheguei e como seria um “bate-e-volta”, foi uma boa opção face ao pouco tempo que eu teria e à distância entre as atrações. Recomendo fazer esse tour sempre à tarde, pois ele finaliza justamente com um pôr do sol na Casapueblo (falarei mais adiante). O tour leva cerca de 3 horas, e percorre alguns pontos de interesse de Punta e arredores. A cidade em si é pequena e não tem lá muita coisa pra se ver... primeiro vamos a uma praça, onde tem uma catedral, depois passamos pelas praias (Brava e Mansa), paramos para fotos naquele famoso monumento “La Mano” (que é uma mão saindo da areia da praia), passamos por alguns arredores onde ficam as casas dos endinheirados uruguaios, etc. E finalizamos na CasaPueblo, que é uma espécie de galeria/hotel/museu do artista plástico uruguaio Carlos Paez Vilaró, que fica em Punta Ballena (vizinha a Punta Del Este). Vale a pena a visita, e o pôr do sol é indescritível, ainda mais tendo como fundo um poema de autoria do próprio Vilaró e narrado por ele.

Terminada a visita, voltamos pra Punta, comemos algo em um restaurante e retornamos pra rodoviária pra retornar pra Montevideo. Pegamos o ônibus por volta de 20:00 e lá pelas 22:30h, mais ou menos, estávamos chegando ao terminal Tres Cruces, onde de lá retornamos ao hotel Palácio.

Acredito que um dia seja suficiente pra conhecer Punta Del Este. Se você puder chegar cedo, ainda dá tempo de passear um pouco pela Av Gorlero, que se inicia próximo à rodoviária, e tem muitas lojas, restaurantes e outras atrações. De resto, achei Punta uma cidade muito bonita e interessante, mas não acho que mereça mais que um dia, até porque eu fui no inverno e, somado a isso, não gosto de badalações noturnas, e como eu já falei antes, a cidade em si é pequena. Se você for no verão e for baladeiro, vc pode gastar mais um dia pra curtir as praias e a noite, aí talvez valha a pena um dia adicional.

 

Dia 5: Colônia del Sacramento

Ultimo dia em MVD e partida pra Colônia Del Sacramento.

Após os procedimentos de rotina da manhã, pegamos um taxi em direção à rodoviária Tres Cruces. Não daria pra ir de ônibus, pois estávamos de mala e cuia, quer dizer, mochila, e ia ser um trambolho pra entrar em coletivo. Solicitamos ao próprio pessoal do hotel Palácio pra solicitar um taxi. Interessante que quando eles solicitam um em algum serviço de rádio táxi, a operadora já informa até mesmo o número do carro que irá nos atender. Passa mais segurança.

Chegamos no terminal e, a exemplo de quando fomos pra Punta, não é necessário comprar passagens com antecedência. Existem diversas companhias e horários que servem a Colônia. Não lembro, de novo, o valor exato das passagens, mas é parecido com o preço de Punta: não mais que 20 reais por pessoa. Cerca de 2:30h de viagem depois, chegamos em Colônia Del Sacramento. Descemos na Rodoviária (que fica perto do porto) e fomos à pé mesmo para nossa pousada, o Hotel Romy, que já havíamos reservado com antecedência (em Colônia, acho prudente reservar estadia com antecedência, principalmente nos meses de férias escolares e em fins de semana, pois a cidade lota de argentinos).

Para pesquisas, acessem o site http://www.hotelescolonia.com/ , tem pra todos os gostos e bolsos.

Nos acomodamos no hotel, e saímos pra dar uma volta a pé. A cidade, embora tenha uma parte histórica bem interessante, também tem uma parte, digamos, “moderna”, com bancos, comércio, praças, etc. Nada muito diferente de uma cidade de porte médio do interior do Brasil.

Fomos, primeiramente, ao quiosque de informações turísticas e pegamos alguns mapas. Depois, fomos à pé mesmo (uns 15 minutos andando – já perceberam que gostamos de andar, não é???) e fomos ao único shopping da cidade, que é moderno porém muuuito pequeno (mas tem até cinema! hehe). Ele fica um pouco fora do centro, já na entrada da cidade. Lanchamos (pois chegamos em Colônia por volta das 13:00h e ainda não havíamos almoçado) e saímos novamente. Voltamos ao centro e decidimos alugar uma scooter pra dar um rolé pela cidade. Acho legal essa sacada de alugar motos pra passear. Quem tem medo de motos e scooter, pode alugar aqueles carrinhos de golfe, também. E não precisa ter habilitação pra moto não, basta ter uma habilitação normal, de carro, do Brasil mesmo. Deixamos uma caução (na verdade, é um boleto manual de cartão de crédito assinado em branco) e saímos. No começo é meio complicado se adaptar à moto, principalmente pra quem não tem o costume, mas depois é só alegria. Aproveitamos pra ir em atrações mais distantes da cidade, como a Plaza de Toros (antiga arena de touradas que hoje está abandonada), a Real de San Carlos (um forte bem antigo), hipódromo, etc. E, na volta, pegamos a Rambla Costanera, que vem pela orla do Rio da Prata e apreciamos um belo por do sol. Aqui tem um mapa de Colônia, que dá pra ver a distência: http://www.guiacolonia.com.uy/Mapas/MColonia.jpg . Percebam que os hotéis, porto, rodoviária e principais atrações ficam na parte de baixo do mapa, no “Barrio Histórico” e arredores. Nós fomos de moto até aquela parte lá em cima do mapa, naquela circunferência maior, fomos e voltamos pela Costanera, que é aquele avenidão curvo onde tem escrito “Playas”. Vale muito à pena o passeio. Mas lembre-se que o aluguel da moto/carrinho é por hora e tem que devolver de tanque cheio, tal como vc o recebe (perto da rodoviária tem um posto... atenção: tem que abastecer com gasolina para motor de 2 tempos, que já vem misturada com óleo). Devolvemos a moto, e o atendente nos entregou o boleto que havíamos deixado assinado (ele nos mostra, rasga na nossa frente e nos entrega os pedaços). Como já havia escurecido, fomos jantar e voltamos ao hotel. Ah, antes disso, fomos à loja da Colônia Express na rodoviária comprar os bilhetes da travessia no dia seguinte (mais adiante falo mais sobre a travessia e companhia)

Gostamos do Hotel Romy, fica a poucas quadras do porto e rodoviária e pertinho do Bairro Histórico. Em geral, as hospedagens em Colônia são mais caras que em Montevideo, pelo menos eu achei. Pegamos um quarto bem simples, minúsculo, que sequer tinha ar-condicionado nem televisão, e pagamos US$ 40 (café incluso). Dadas as circunstâncias, nem sentimos falta de ar e TV, pois estávamos no inverno (fazia muito frio) e como estávamos cansados, fomos logo dormir (sem chance de assistir TV). Pra uma noite, apenas, estava de bom tamanho.

 

Dia 6: Colônia del Sacramento

Acordamos cedo no dia seguinte, tomamos café e saímos para o bairro histórico, de posse do mapa (fizemos o check-out do hotel logo pela manhã, na saída para os passeios, mas deixamos as malas lá guardadas, pois só voltaríamos no fim da tarde). Esse mapa, a exemplo do de Montevideo, tem uma série de atrações e pontos de interesse ordenados de forma lógica, para otimizar o passeio e evitar andadas desnecessária. Não vá sem um mapa, senão vc entra e sai de rua parecendo um louco. Passamos praticamente o dia todo andando. A começar pela entrada do bairro histórico, que tem uma grande muralha (ou o que restou dela) com direito a uma “ponte levadiça”, tipo aquelas de castelos dos desenhos animados... rsrs). E aí começa o show de casarões antigos. Não deixem de ir na “Calle de los Suspiros” (fica no comecinho do roteiro), que é a que mais guarda traços originais da época... possui um calçamento de pedras bem grosseiro e uma casa que foi deixada tal como na época das missões. Acho que eles não restauraram a rua pra dar uma idéia de coisa velha, mesmo. Digitem “Calle de los Suspiros” na busca de imagens do Google que vcs terão uma idéia. É fascinante. Depois, saímos andando por praças, ruas, museus, catedral, etc. Não vou citar aqui os locais, mas cada um pode pegar um mapa e decidir onde irá.

Não deixem de subir o farol (cerca de 2 reais, mais ou menos), tem uma vista bem legal da cidade. Almoçamos, voltamos a andar, bla bla bla e perto das 4 da tarde voltamos ao hotel, pegamos nossa mala e fomos para o porto, pegar nosso barco para Buenos Aires.

E assim terminou nossa viagem ao Uruguai.

 

Considerações finais e dicas:

 

- Não vou me ater a fazer um relato dos dias seguintes em BsAs, até porque já conhecíamos a cidade e só passamos apenas um dia “cheio” na cidade (excluindo o da chagada e o de saída). A única coisa que fizemos de diferente em relação à nossa última visita em 2007 foi um passeio no ônibus turístico, daqueles de 2 andares abertos em cima, tipo os que tem em grandes cidades, e fazer todo o roteiro, já que quando fomos 2 anos antes, eles ainda não tinham essa atração. Como o foco da viagem foi mesmo o Uruguai, sugiro aos amigos mochileiros procurarem tópicos específicos da cidade de Buenos Aires para seu planejamento.

 

- Voltamos ao Brasil pela Pluna a partir de BsAs mesmo. O interessante é que os vôos dela saem da cidade pelo Aeroparque, que é o aeroporto doméstico da cidade (pra quem não conhece, seria tipo um Congonhas em SP, Santos Dumont no RJ ou Pampulha em BH). O aeroporto internacional é o Ezeiza, que fica mais distante. “Tá, e qual a vantagem em sair por esse aeroporto?”, vocês me perguntam. Primeiramente, a economia de taxi, já que o Aeroparque fica encravado na cidade e é próximo ao centro. Paga-se, em média, uns 20% do valor que se pagaria em uma corrida ao Ezeiza. E, segundo, é que voando pela Pluna a partir do Aeroparque vc NÃO PAGA aquela famigerada taxa de embarque que é pago na maioria dos aeroportos de capitais sulamericanas. Em Ezeiza, por exemplo, pagaríamos US$ 31 por pessoa (mesmo valor que pagaríamos voltando por Montevideo também). Ou seja, economizamos US$ 62 e mais um bom dinheiro de taxi, o que compensa, e muito, o valor a mais que se pagou por não ter voltado por Montevideo (lembrem que comprar uma passagem ida-e-volta sai mais barato que comprar só a ida e só a volta). No final das contas, pra mim compensou bastante. Porque não se paga essa taxa? Não sei qual a razão, mas o trecho BsAs-MVD é uma ponte aérea e, apesar de ser internacional, é considerado um vôo doméstico (mas segue todos os trâmites de imigração, tem até free-shop no aeroporto).

Então, fica a dica: se vc tiver tempo e ainda não conhece a capital argentina, faça uma viagem ao Uruguai retornando por BsAs nesse esquema. Faça as contas e veja se vale à pena. Pra mim, valeu (volto a lembrar: isso foi em julho de 2009). A nossa conexão em Montevideo foi feita no pátio do aeroporto mesmo, só fizemos descer de uma aeronave e subir em outra próxima. Então, novamente, nada de free-shop...

 

- Segurança: em nenhum momento me senti inseguro no Uruguai. Como falei lá no começo, o país em tem um ritmo mais devagar que o Brasil, é mais calmo, tranqüilo, e isso vale também para a “criminalidade”, vamos dizer assim... rsrs. Cheguei até a presenciar a polícia em ação pegando um pivete que tinha roubado a bolsa de uma senhora, mas eu tava numa rua interna da 18 de julho, não muito turística (fui lá só pra ver um Museu do Automóvel). Nos locais turísticos, nada demais, nem mesmo a sensação de insegurança.

 

- Travessia p/ Buenos Aires: tem duas companhias que fazem a travessia do Rio da Prata... a Buquebus e a Colônia Express. A Buquebus tem, digamos, “mais nome” e tem, dentre suas embarcações, um barco que é grande, luxuoso, que até lembra um navio de cruzeiro, o “Eládia Isabel” (ta, forcei a barra... rsrs), e essa embarcação é a passagem mais barata dentre as duas companhias... mas a travessia leva mais de 3 horas (a mais demorada de todas). Dentre as opções de barco rápido, a Colônia Express mostrou um melhor custo benefício. Compramos as passagens numa loja na própria rodoviária de Colônia no dia anterior (vale comprar com antecedência, até um dia antes está bom), mas pode-se comprar pela internet também. Pagamos cerca de R$ 95,00 nas duas passagens juntas (eu e minha esposa). Já em BsAs, os terminais de desembarque de ambas as companhias são em locais diferentes, o da Colônia é um pouco mais distante e mais simples (já é quase em La Boca), mas pega-se o taxi dentro do próprio terminal e a corrida para o centro é barata.

Para pesquisas, o site de ambas as companhias é http://www.buquebus.com e http://www.coloniaexpress.com/ar/

 

- Câmbio: em Montevideo, em especial na Ciudad Vieja, tem inúmeras casas de câmbio, e todas elas aceitam bem o real. Vale a pena sempre pesquisar, pois os valores variam de um dia para o outro e uma casa que tem a melhor taxa num dia pode não ter no outro. Considerem uma média de 1 real = 10 pesos uruguaios (muito embora, num determinado dia, eu cheguei a trocar 1 real = 11 pesos).

 

- Preços: não achei nada no Uruguai que fosse uma “barbada”. Roupas, perfumes, comida, eletrônicos, etc, custam o equivalente no Brasil, pelo menos foi essa minha visão (muito embora eles tenham uma moeda mais desvalorizada que a nossa). Pra vocês terem uma idéia, uma Coca-Cola de garrafa (aquela de vidro de 290ml) custava 45 pesos (ou R$ 4,50), e parece que era tabelado, em todo lugar era esse valor. Só em Punta que (dizem...) tem umas lojas de grife na AV. Gorlero que dizem ter preços melhores que aqui. Armani, Lacoste e marcas do gênero, por valores em média 30% mais baratos que aqui. Mas não pude comprovar isso, pois não fui às lojas, apenas li relatos na minha fase de pesquisas.

 

- Achei o povo uruguaio muito simpático e prestativo. Nada de caras feias, nada de má vontade... e eles também gostam muito de brasileiros.

 

- Para programar os trajetos de ônibus para outras cidades, vale a pena entrar no site do Terminal Tres Cruces. Lá é possível ver a duração de viagem, empresas que fazem a rota, distância, horários de saída e ter uma idéia de preço (eles orçam o valor da passagem com base na distância em km), O site é http://www.trescruces.com.uy/ , basta ir em “Terminal => Horários y Destinos” , depois escolher seu destino. Na tela seguinte que se abre, aparecem os horários e empresas. Embaixo, basta clicar em “Calcular precio estimado del pasage”, digitar a distância percorrida (pegue na tela anterior) e ter uma idéia de preço. Vale lembrar que esse valor não é exato, mas é bem próximo da realidade.

 

Enfim, pessoal, espero ter ajudado e, desta forma, ter dado uma pequena parcela de contribuição a esse grande mar de conhecimento que é o Mochileiros.

Ademais, estou aberto a responder mais dúvidas que surgirem e me coloco à disposição pra ajudar os nobres amigos.

 

Um abraço a todos.

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  • 3 semanas depois...
  • Membros de Honra

Oi Junior!

Ótimo relato... Deu uma ideia bem boa como é passar uns dias por lá. Estou indo agora em agosto e pretendo passar 3 dias por lá. Quero ver se alugo um carro para poder ter mais liberdade para fazer os passeios... Valeu pelas dicas e obrigada por contribuir.

Bjs e Boas Viajens!

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  • Colaboradores

Opa, valeu pelo relato. Estou indo dia 05 agora e vou ficar em montevideu dois dias cheios, aproveitar a promoção da tam desse fim de semana. Estou em duvida entre dois hosteis, o Spléndido e o Palacio, onde vcs ficaram. O primeiro tá cobrando 30 dolares no quarto duplo, com café da manhã, porém banheiro compartilhado e o segundo 34 dolares com banheiro privado mas sem café da manhã. Chegou a ver o Spléndido, sugere algo? Outra coisa, quanto sai mais ou menos as refeições por lá? Vou fazer mais ou menos o que você fez em montevideu, os pontos que visitou são mais ou menos os que quero visitar também. Estava com a intenção de ir do aeroporto ao hotel de onibus, porém vou chegar 23h e muitas pessoas estão dizendo que é perigoso. Não queria ter esse gasto com taxi lá, já que do aeroporto ao centro é uma facada. Sugere algo?

Abraço!

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Opa, valeu pelo relato. Estou indo dia 05 agora e vou ficar em montevideu dois dias cheios, aproveitar a promoção da tam desse fim de semana. Estou em duvida entre dois hosteis, o Spléndido e o Palacio, onde vcs ficaram. O primeiro tá cobrando 30 dolares no quarto duplo, com café da manhã, porém banheiro compartilhado e o segundo 34 dolares com banheiro privado mas sem café da manhã. Chegou a ver o Spléndido, sugere algo? Outra coisa, quanto sai mais ou menos as refeições por lá? Vou fazer mais ou menos o que você fez em montevideu, os pontos que visitou são mais ou menos os que quero visitar também. Estava com a intenção de ir do aeroporto ao hotel de onibus, porém vou chegar 23h e muitas pessoas estão dizendo que é perigoso. Não queria ter esse gasto com taxi lá, já que do aeroporto ao centro é uma facada. Sugere algo?

Abraço!

 

Fala, rpn!

Primeiramente, me desculpe a demora em responder... espero que ainda dê tempo de vc ler minha resposta aqui... rsrsrs

Cara, os dois hotéis citados, Spléndido e Palácio, são muito bem localizados. Ambos estão na Bartolomé Mitre, no comecinho da Ciudad Vieja. Na minha fase de pesquisas, eu até cheguei a cogitar ficar no Spléndido, mas o problema dele (problema ao menos pra mim) é que ele fica sobre uns bares e pubs, e imagino que à noite, sobretudo em fins de semana, ele seja um pouco mais barulhento e, digamos, fique um pouco mais agitado. Já o Palácio fica um pouco depois do Spléndido, numa parte mais tranquila da rua. Quanto aos valores, vai depender do que vc prioriza mais... café da manhã ou banheiro no quarto. O Palácio realmente não tem café, mas tem locais bem próximos onde vc pode tomar um belo desjejum. Eu, particularmente, fiquei no Palácio e gostei bastante, e recomendo. Mas o Spléndido tb é uma ótima opção.

 

Quanto a refeições, nós comíamos de tudo lá, tinha dias que fazíamos refeições e tinha dias que ficávamos só à base de lanches, por isso não tenho como precisar os preços de refeições. Só lembro de uma coisa: comida lá não é nenhuma barbada, ou seja, os preços de uma boa refeição por lá equivalem ao que vc já está acostumado a pagar aqui no Brasil. No Mercado do Porto, por exemplo, por ser uma atração turística, a comida chega até a ser um pouco cara.

 

Enfim, espero ter ajudado. Qualquer coisa, continuo à diposição.

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  • 2 meses depois...
  • 2 semanas depois...
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Pessoal quero deixar uma dica, qdo forem a Montevideo vale a pena ir jantar no EL FOGON, fica na rua San Jose 1080, a comida é otima ....melhor ir cedo... é lotado por Uruguaios ...E o almoço sem duvida nenhuma é no mercado do porto...aquele lugar é maravilhoso. O melhor CHIVITOS nao vou lembrar o nome do lugar, mais fica na quadra de cima do EL FOGON, tipo uma confeitaria grande de esquina , tem um senhor velhinho (78 anos)q trabalha la a muitos anos....da vontade de levar pra casa...de tão querido e atencioso...ele adivinha o q vc quer comer... e da dicas otimas. O resto é aproveitar os bares da cidade velha.

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  • 5 meses depois...
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Junior, me da uma ajuda.

Estou pensando em ir em um final de semana indo sexta e retornando domingo, eu consigo ir para Montevideo e ir na Colônia de Del Sacramento?

Obrigada

 

Olha, vai ficar corrido. É pouco tempo para as duas cidades. o melhor é dispor de mais dias (acredito que, no mínimo, dois dias pra cada cidade é suficiente).

 

Se vc não tiver com aumentar o número de dias, sugiro ficar só em Montevideo e voltar a Colônia em outra oportunidade.

 

Abraço.

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