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Santiago - San Pedro de Atacama - Uyuni - 13 dias (com muitas fotos)


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Viagem Chile – Bolívia (Julho/2010)

(Santiago – San Pedro de Atacama – Salar de Uyuni)

 

Antes de iniciar o relato de viagem, registro aos colegas mochileiros que eu sou um “mochileiro de primeira viagem”. Embora tenha viajado bastante mundo afora e inclusive morado em alguns desses lugares (América do Sul, EUA, Canadá, Europa) nos últimos anos – sempre sem a intervenção de operadoras de turismo, porque falo algumas línguas, o que me facilita as coisas --, confesso que, talvez por circunstâncias da vida (viajar sempre com a família, pais mais velhos alugando carro pela Europa etc.), jamais havia feito viagem com mochila nas costas.

 

Foram memoráveis 13 dias e 12 noites de viagem. Viajamos juntos eu, minha irmã e o namorado dela. A viagem foi excelente e teve a seguinte disposição:

 

Santiago – 2 noites;

San Pedro de Atacama – 4 noites;

Tour Uyuni – 3 noites, 4 dias (ida e volta pra San Pedro);

San Pedro de Atacama – mais 1 noite;

Santiago – 2 noites.

 

Para efeito de câmbio e valores, considerar: 1 USD = 1,90 BRL = 520 CLP = 7 BOL. Foram as taxas de câmbio com as quais me deparei.

 

Levei cash (dólares para cambiar, reais para o duty-free e uns euros que sobraram da viagem anterior, mas nem os usei) e cartão de crédito com limite generoso, mas apenas por segurança, porque praticamente não o usei, apenas quando havia dificuldade em cambiar. No Chile, quase tudo se pode pagar com cartão de crédito. Na Bolívia, absolutamente nada, nem mesmo com caixas automáticos para sacar dinheiro estavam funcionando em Uyuni, como adiante relatarei.

 

Até pensei em usar travel money, mas tenho bastante experiência em levar cash no porta-dolar, nunca tive qualquer problema. Acho que, no final, foi bom não levar travel money porque pagar com cartão as “contas caras” da viagem (hotel, passeios turísticos) normalmente faz perder a barganha do pagamento en effectivo o al contado (ou seja, à vista). E raramente há caixas eletrônicos para sacar dinheiro com facilidade nessas regiões mais inóspitas.

 

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Apart Hotel em Santiago

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21/07 – 4a-feira – dia 01

 

Saí de Vitória/ES às 13h30 pela TAM em direção a Santiago. Estava viajando com milhagem. Tentei comprar o trecho direto até Calama, mas não consegui (por certo em virtude da data). Cheguei em Santiago, como programado, às 21h45min e me encontrei com os dois companheiros de viagem (minha irmã e seu namorado, ambos médicos que vieram municiados com um arsenal de remédios para qualquer ocorrência).

 

Eles já haviam feito o check-in no “Apart Hotel Santiago Departamentos” (Calle Merced, 691, oficina 408 – Reserva Booking.com por 70 USD a diária para o quarto triplo). O quarto – simples, mas simpático – possui aquecedor a gás (que não deve ficar ligado durante a noite por motivo de segurança, uma cama de casal e uma cama de solteiro) e um banheiro meio apertado com ducha bem quente. Fica bem localizado, a duas quadras da estação de metrô Bellas Artes.

 

DO AEROPORTO PARA O HOTEL – Há 3 (três) opções de deslocamento do aeroporto para o centro da cidade. Primeira: a mais econômica são os ônibus azuis chamados “Centropuerto” (sai da ponta direita ou da ponta esquerda da calçada a cada 10min). Como cheguei bem tarde em Santiago, fui advertido a não pegar esse meio de transporte por questão de segurança. Segunda: as vans chamadas “Transvip”, que custam 10 USD (5.500 CLP). Pode-se pagar em pesos chilenos, em dólares ou com cartão de crédito. Uma beleza para quem está chegando. Você diz o destino, o nome e endereço do hotel, e eles simplesmente montam uma van com mais 5 ou 6 pessoas cujo destino seja parecido. Deixam o passageiro em frente ao hotel! Uma beleza, muito seguro. Recomendo! Terceira: o táxi fica em última hipótese ou então se estiverem viajando 3 ou 4 pessoas. O taxi oficial custam 15.000 CLP (aprox. 30 USD) do aeroporto ao hotel.

 

Como a virtude está no meio, agarrei-me à segunda opção e cheguei ao apart hotel para encontrar minha irmã e namorado, que haviam chegado a Santiago na parte da tarde. Estava um pouco frio (uns 3 graus) noite adentro. Lanchei rapidamente e dormi.

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22/07 – 5a-feira – dia 02

 

Acordamos às 7h30 e tomamos café da manhã na rua (tudo deu 4.000 CLP, croissants, suco e café para os três) indo em direção norte, ou seja, à Plaza de Armas, marco zero da cidade.

 

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Visitamos a Catedral (estilo neolcássico e barroco), mas só a vimos por fora, porque estava fechada às 9h. Vimos calmamente o Congreso Nacional e pegamos a calle Morande em direção ao sul até o Palacio de la Moneda (Plaza de la Constitución).

 

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Catedral

 

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Palacio de la Moneda

 

É absolutamente imperdível a cerimônia da troca da guarda às 10h (acontece em dias alternados). No mês de julho, por exemplo, sempre nos dias pares. É bom verificar para sincronizar a viagem de modo a estar em Santiago com a manhã agendada para “el cambio de la guarda”. Bandinha tocando e muitas continências durante uns 40 minutos.

 

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Finda a solenidade, pegamos “La Alameda” e seguimos em direção ao Cerro Santa Lucia. Se for preciso, existe linha de metrô La Moneda e salta na estação Santa Lucia, mas preferimos caminhar para desfrutar o dia. É uma caminhada rápida e agradável, mas não pode marcar bobeira na Alameda, pois é centrão com comércio e sempre há “colecionadores de moeda estrangeira” (leia-se: batedoras de carteira), mas nada com o que alarmar. Visitamos o Cerro Santa Lucia (entrada gratuita – obra de paisagismo mais exuberante de Santiago, lembra obra de Gaudí). É um passeio agradável e contemplativo. Lá de cima é possível ver o skyline da cidade e sacar fotos com a cordilheira ao fundo.

 

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Depois, pegamos o metrô (estação Puente Cal y Canto) para revisitar o Mercado Central (eu já conhecia) e lá almoçamos. O programa é realmente turístico e eu não queria gastar meus pesos no Donde Augusto, sobretudo porque já havia almoçado lá em outras em que havia estado em Santiago. Por isso, optamos pelos restaurantes menores, mais caseiros e menos turísticos, que ficam nas bordas do Mercado (restaurantes próximos à saída têm o mehor custo/benefício).

 

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Ceviche peruano

 

O almoço teve direito a pisco sour para os três, cheviche peruano (eu adoro), ojos de locos (parece uma lula bem grande) e uma plaina especial (prato quente com puãs de caranguejo, ostras e mexilhões). Sobremesa, café e digestivo. Tudo por algo em torno de 21.500 CLP.

 

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Plaina Especial

 

Seguimos à pé em direção ao Cerro San Cristobal, após ter cruzado o rio. Mas o ambiente era meio pesado, pois havia pessoas se drogando às margens do rio. Estávamos de barriga cheia e decidimos tomar um taxi para não ficar caminhando a esmo. Foi o melhor a ter sido feito, pois seriam várias quadras de caminhada e a corrida de taxi foi bem barata (algo como 1.500 CLP).

 

Primeiro visitamos a casa de Neruda “La Chascona “ (10h às 13h e 15h às 18h – custa 2.500 CLP por pessoa e as visitas são guiadas em espanhol, com horário pré-agendado). Nosso “tour” pela casa demoraria aproximadamente 1 hora, mas há um belo café no segundo andar da casa, onde se pode tomar um café expresso e ler jornais para aguardar a chamada. Minha irmã amou e disse que o passeio é obrigatório. Já eu gostei mais da troca da guarda, mas também penso que a visita à casa do poeta dos Cantos Gerais vale cada “peso” investido. Eu já conhecia a casa dele em Valparaíso (chama-se “La Sebastiana”) e também recomendo. A terceira casa fica em Isla Negra.

 

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Jardins da Chascona

 

Na sequência, subimos de funicular o Cerro San Cristobal (acho que custou 1.600 CLP ida e volta). Como era época de férias escolares, estava lotado de crianças e de jovens. Muito animado e divertido. A visão da cidade é linda lá de cima.

 

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Descemos de funicular e fomos caminhando até o rio (rua bastante movimentada, cheia de barzinho e de restaurantes, destacando-se o tradicional restaurante Venezia), cruzamos a ponte e pegamos o metrô para retornar ao hotel.

 

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Descansamos um pouco e fomos jantar – de metrô mesmo – no restaurante Ocean Pacific’s (Av. Ricardo Cumming, 221 – metrô linha 5 verde, saltar na estação Cumming). Decoração náutica, como se estivesse dentro de um submarino. Os pratos típicos são mariscos: preço mediano. Eu não gostei do restaurante. Não sei se era cansaço, mau humor, mas simplesmente não recomendo. Achei muito trivial, comida ruim e o ambiente estava baixo astral... Custo total: 43.000 CLP com bebidas e propina para os três. Voltamos de taxi pro apart hotel.

 

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Fotos do restaurante Ocean's Pacific

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23/07 – 6a-feira – dia 03

 

Tínhamos a manhã livre e voaríamos para Calama às 14h35 pela LAN Chile. Acordamos e tomamos café da manhã num café requintado perto do apart hotel (bem caro pra um café da manhã – 15.000 CLP, mas foi como um brunch). Pegamos o metrô e saltamos na estação Los Leones para, por recomendação de mochileiros do site, comprar roupa de frio na loja TATOO para a viagem ao Atacama e ao Salar de Uyuni.

 

Tienda Tatoo (Av. Los Leones, 81, Providencia - Metrô linha 1 saltar na estação Los Leones). Chegamos às 10h, mas a loja só abriria às 10h30. Nada a fazer, fomos visitar a igreja da região, que ficava a duas quadras. Chegamos na Tatoo, mas parecia estar depenada. Comprei um Polartec 100 por 27.800 CLP e um par de meias especiais por 8.800 CLP. Não aceitam dólares e eu não havia cambiado muito peso chileno, por isso usei o cartão de crédito. Havia nítida carência de peças na Tatoo (por exemplo, underwear e segunda pele camisa e calça só havia determinadas peças de marcas muito caras). Decidimos visitar outras lojas, mas o tempo era curto porque precisávamos fazer check-out ao meio-dia.

 

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A Tatoo foi uma decepção, porque o contido no site não condiz, absolutamente, com o que possuem disponível na loja. Fora que, se não há na loja, será difícil encontrar outra loja na região com equipamento semelhante, fato que poderia ser contornado se tivéssemos ido a algum shopping (as opções são inúmeras). Minha irmã comprou um fleece de Polartec 200 (aprox. 30.000 CLP) e underwear parte de cima e de baixo de poliamida (10.000 CLP cada). O namorado dela comprou um fleece Polartec 100 e luvas de polartec que custaram 15.000 CLP. A despeito disso, há lojas nas redondezas (para ir de taxi!). Ex.: Andes Gear e Chile Montaña, mas não fomos felizes em nenhuma delas.

 

 

 

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COMPRAS DE ROUPA DE FRIO PARA QUEM ESTÁ EM SANTIAGO E VAI PARA ATACAMA E PARA UYUNI – A não ser que você tenha tempo livre para garimpar barbadas, eu não iria à loja Tatoo outra vez mais. Iria diretamente a um dos shoppings situados em Las Condes (Parque Arauco, salta na estação Escuela Militar e toma um taxi por 3.000 CLP, ou então Alto Las Condes, salta na estação Los Dominicos e toma um taxi por 1.500 CLP). Por quê? Ora, porque esses shoppings possuem uma gama de lojas com material esportivo, cujos preços (pesquisei!) são praticamente tabelados em relação às lojas “independentes” como Tattoo e Andes Gear.

 

Nesses shoppings há lojas da North Face, da Doite (excelente custo/benefício), da Rock Ford e Falabella (que vendem Columbia e estavam os casacos em promoção) e da Ripley (que dentre as marcas ali vendidas há The North Face). Infelizmente só descobri isso na volta de Uyuni, depois de já ter passado frio.

Outra coisa importante! Se arrependimento matasse... Em San Pedro de Atacama há uma loja da The North Face, produto técnico de excelente qualidade. Claro, é roupa de grife e por isso mesmo é cara. Eu queria comprar uma casaco TRICLIMATE (por fora é impermeável e corta-vento e por dentro há um fleece destacável com zíper, que pode ser usado junto ou sozinho). Não era barato (165.000 CLP), mas um casaco lindo e que certamente resolve qualquer parada, pois é altamente versátil.

 

Deixei pra comprar na volta, quando estivesse em Santiago, porque pensei que os preços praticados na The North Face de San Pedro de Atacama seriam exagerados (overpriced). Pois bem: quebrei a cara, os preços são tabelados. Quando voltei pra Santiago, não havia casacos da North Face tamanho MEDIO disponíveis, foi a dois shoppings e também às lojas Ripley (revendedoras autorizadas da marca). Isso ocorreu o estádio de futebol estava sendo reinaugurado e uma determinada empresa comprou todo o estoque desse casaco TRICLIMATE para presentear autoridades, personalidades e convidados. Limparam os estoque de SMALL e MEDIUM. Só havia parcas opções LARGE e todos os modelos em EXTRA-LARGE.

 

Resultado? Nada de casaco. Poderia ter comprado Columbia (havia alguns em promoção na Rock Ford do shopping por 79.000 CLP), mas achei as cores meio aberrantes e não quis investir num casaco assim que, até segunda ordem, será “para toda a vida”.

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Feito o parêntese, retornemos! Voltamos pro apart hotel, fizemos o check-out e pegamos o metrô em direção ao aeroporto. Saltamos na estação Pajaritos, onde que há conexão intermodal (ou seja, você salta do metrô e na própria estação já pega um ônibus para o aeroporto). Estávamos atrasados e eu não quis arriscar. Por isso pegamos um taxi (sem taxímetro, ou seja tomamos uma pernada!) por 8.000 CLP até o aeroporto. Mas valeu a pena, porque realmente nos atrasamos.

Detalhe: comprei passagem no site da LAN.com clicando no Chile como país de residência. Paguei com cartão de crédito internacional (ida e volta, isto é, Santiago-Calama-Santiago por 150 USD). Fiquei um pouco apreensivo, mas não houve problema nem qualquer questionamento. Tudo tranqüilo e perfeito. O vôo estava lotado, de modo que estavam oferecendo vantagens a “voluntários” para que desistissem e pegassem um outro vôo, mais tarde. Eu nem quis saber o valor, para não bater a tentação, mas ouvi falar em algo em torno de 100 USD.

 

Chegamos em Calama às 16h45min. Eu há havia agendado pela internet o transfer Licancabur para San Pedro de Atacama (CLP 18.000 por pessoa ida e volta). Serviço excelente e pontual. Existe a opção de pegar táxi do aeroporto para a rodoviária e tomar ônibus Tur-Bus (CLP 2.500 por pessoa). Mas tínhamos o orçamento folgado, não era necessário correr riscos na rodoviária (há relato de furtos de mochilas de ataque etc.).

 

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Chegamos em San Pedro quando já havia anoitecido (aprox. às 18h) e fizemos check-in no “Hostal Lickana” (calle Caracoles, 140 esq – contacto@lickanahostal.cl - 45.000 CLP triplo com baño privado, hablar con Don Hermán). Lá ficaríamos pelas próximas 4 (quatro) noites. O hostal Lickana tem localização privilegiada, pois está na esquina entre as ruas Caracoles e Diego Atienza, possui wi-fi gratuito e todos os quartos são com banheiro privativo. O chuveiro é bom, mas como em qualquer hospedagem chilena (seja em San Pedro, seja em Santiago) parece que as regulagens de temperaturas não funcionam, pois ficam oscilando entre frio, agradável e quente demais. O Lickana não possui calefação no quarto, mas há cobertores elétricos que deixam a cama quentinha.

 

Depois que voltamos de Uyuni ficamos hospedados no "hostal Katarpe" (katarpe@galeon.com) que, pelo mesmo preço (45.000 CLP), oferece calefação e um quarto mais generoso. Ambos são bons, mas hoje, se fosse optar, ficaria com o Katarpe sem sombra de dúvidas (detalhe: um fica em frente ao outro!).

 

Jantar relax em San Pedro de Atacama no La Estaka (aprox. 32.000 CLP com direito a entrada, principal, sobremesa, uma garrafa de vinho, outras bebidas). É sempre interessante optar pelo menu do dia, pois come-se muito bem a preços mais convenientes. Recomendo o restaurante. Dê sempre uma olhada no quadro-negro que fica à frente das entradas para saber o que te espera.

 

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Jantar no La Estaka

 

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Tava rolando um som bem legal dessa bandinha. Depois descobri que eles tocam em todos os restaurantes todas as noites (onipresentes)! Claro, prepare o pocket money pra propinar os caras!

 

 

A cidade é um mimo, cheia de restaurantes, lojinhas e de agências de turismo pela calle Caracoles afora. Depois de pesquisar em 4 ou 5 empresas distintas, acabei optando pela Atacama Connection porque senti firmeza no pessoal e também pelas indicações do site mochileiros.com. Tiro certeiro! Como narrarei adiante, não tivemos um problema sequer. Pessoal sério, competente e pontual, além de possuírem um dos melhores preços.

 

Fechamos (três pessoas) o chamado “pacote regular”: (i) Lagunas Cejas (uma tarde com direito a pisco sour no final); (ii) Lagunas Altiplanicas + Toconao (dia inteiro, com almoço incluído); (iii) Geysers de Tatio (manhã com café incluído) e (iv) Valle de La Luna e Valle de La Muerte (tarde). E fizemos os tours exatamente nessa ordem. Por quê? O primeiro tour é contemplativo, só pra diversão, depois as lagunas altiplanicas estão a 4.000 metros de altitude, os geysers a quase 4.500 metros, depois o vale da lua pra relaxar antes de partir pra Bolívia. Ou seja, fomos pegando a altitude aos poucos para fins de adaptação.

 

Valor? Pagamos 135.000 CLP (ou seja, 45.000 CLP cada um), preço que não inclui as entradas. O valor inicial dos passeios é bastante superior, mas depois eles vão cortando, cortando, você dá uma chorada e os preços despencam.

 

Entradas:

1) Laguna Cejas - 2.000 CLP – levar roupa de banho e toalha;

2) Lagunas Altiplanicas – 6.000 CLP – levar roupa de frio;

3) Geysers de Tatio – 5.000 CLP – levar roupa para frio intenso;

4) Valle de La Luna – 2.500 CLP – levar agasalho para após o pôr-do-sol.

 

Levar água é obrigatório em todo e qualquer passeio!

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24/07 – Sábado – dia 04

 

Tiramos a manhã para acordar um pouco mais tarde, tomamos café no hotel (café bem espartano, como em qualquer hostal de San Pedro: pão, queijo, manteiga, geléia, leite, café e chá). Fomos conhecer a cidade rua por rua (pois havíamos chegado na noite anterior), visitamos a igreja, a feirinha, o campo de futebol.

 

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Calle Caracoles

 

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Igreja

 

 

Almoçamos no Delícias de Carmen por indicação colhida no site: bom e barato. Comi um belo frango com salada. A conta total foi de 12.000 CLP para os três, mas acabamos pedindo apenas dois pratos para três, porque minha irmã estava sem fome.

 

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Frango com salada no Delícias de Carmen - indicação do site

 

 

Depois do almoço, mais precisamente às 15h, nos dirigimos à Laguna Cejas. Um espetáculo lindo e contemplativo. A lagoa possui 800 vezes mais sal que a água do mar, de modo que você não afunda sob hipótese alguma, por mais que tente. Mas ninguém tenta muito, por dois motivos. Primeiro, porque ela possui 1.500 metros de profundidade (é isso mesmo, você não leu errado, são um quilometro e meio de profundidade!). Segundo, porque a água estava congelante, um frio cortante de uns 3 a 5 graus. Entrei na marra, a muito custo, porque decidi realizar e experimentar todas as sensações que o lugar podia proporcionar. Valeu a pena, mas não consegui ficar mais do que um par de minutos. O frio é tão intenso que você sai da água anestesiado. Do nosso grupo – umas 20 pessoas – apenas eu, minha irmã e duas inglesas entramos. Os demais não tiveram coragem.

 

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Laguna Ceja - tem que entrar na marra e boiar!

 

 

IMPORTANTE: Não deixe de tirar o sal depois de sair da lagoa. Como estava muito fria a água, eu me vesti rapidamente e quando veio a água doce, apenas lavei as mãos e o rosto. Foi uma tragédia, pois quando cheguei à noite no hostal estava com o peito cheio de placas e com as coxas bastante avermelhadas, com início de queimaduras. Fiquei com o sal desidratando a pele por horas, de modo que, para dormir, precisei tomar um banho de hidradante. No dia seguinte a pele havia voltado ao normal, mas ardeu à noite (sensação de passar o dia inteiro no sol de Porto Seguro sem protetor solar).

 

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Quem foi que disse que precisa chegar ao Salar de Uyuni pra voar?

 

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Ilusão óptica? Que nada, o cabra é forte mesmo!

 

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Pôr-do-sol no fim do dia acompanhado de um pisco-sour

 

Saímos pra jantar e comemos num restaurante pouco badalado, cuja comida de tão trivial me fez olvidar o nome do lugar. Como não vale a pena o restaurante, nem me esforço a lembrar... era um menu barato, estávamos querendo comer pra dormir cedo e nada mais.

 

 

 

25/07 – Domingo – dia 05

 

Acordamos cedo, tomamos café às 7h30 e partimos às 8h rumo às Lagunas Altiplanicas. Visitamos a Reserva Nacional dos Flamingos e as Lagunas Miscanti e Miñiques. Como venta bastante, é altamente recomendável levar um casaco corta-vento. Também vale a pena comer algo leve (peixe) e não beber álcool na noite anterior, pois sai de 2.400 metros (San Pedro) para aproximadamente 4.000 metros acima do nível do mar. Para quem não está acostumado, é a primeira pitada do que está por vir.

 

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Lindo o tour, guia excelente, almoçamos num pueblo quase 1h30 da tarde. Comida gostosa, grupo coeso. Nada do que reclamar. Depois visitamos o pueblo de Toconao, mas não há muito o que fazer por lá, a não ser visitar a igreja, ver a praça, comprar um sorvete...

 

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À noite fomos jantar no restaurante francês Chez Michel, cujo dono, evidentemente, é um francês bem gozador. Sopa ou salada de entrada, comi um salmão de prato principal e uma torta de maçã de sobremesa. Claro que rolou uma garrafa de vinho -- embora contra-indicado --, porque ninguém é de ferro.

 

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Chez Michel

 

 

 

26/07 – 2a-feira – dia 06

 

Meus amigos, acordar cedo não é a mais das belezas do mundo. Acordar às 3h30 então: isso sim é um suplício. Estávamos prontos às 4h, mas o micro-ônibus demorou um pouco pra nos apanhar (acho que foi um dos únicos pontos de irresignação em relação aos serviços da Atacama Connection). Passaram às 4h30min e eu, que sou meio psico, resolvi ficar na porta com medo de passarem e ficarmos pra trás (morri de frio, mas fazer o que!). Quando vieram nos apanhar, o ônibus já estava cheio, o que em tese explicaria a demora.

 

Sentei na última fileira ao lado de uns alemães (pai e filho) com hálito horrendo. Acho que beberam esgoto de digestivo antes de dormir e não escovaram os dentes, nem naquela manhã nem na noite anterior. Não sei se foi o vinho e a comida em excesso da noite anterior, se foi a altitude dos Geysers (quase 4.500 metros) ou se foi o hálito dos alemães – aposto convicto na última das opções –, mas fiquei um pouco mareado no ônibus rumo a Tatio. Talvez tenha sido uma mistura dos três elementos, aliado ao fato de que o caminho é tortuoso, você vai sacudindo o tempo todo. Não dormi absolutamente nada, mas a maioria conseguia fazê-lo.

 

Cheguei meio mareado, minha irmã me deu um dramin na hora em que eu estava indo pagar o valor das entradas ao parque. Na porta da “oficina” há um termômetro que marcava -14 graus Celsius. Eu já morei no Canadá e cheguei a encarar -45 graus! Mas a estrutura de um país desenvolvido, onde tudo é aquecido (até os ônibus), não se compara a permanecer exposto ao ar livre, por várias horas, a temperaturas negativas.

 

Os Geysers de Tatio são um highlight de San Pedro de Atacama. É sofrido chegar até lá, mas achei que foi o melhor passeio de todos. A visão é surreal, sensacional, algo que se vê nos livros de geografia e nos desenhos animados.

 

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Geysers de Tatio

 

Após tomar café com frio muito intenso, fomos a uma piscina de águas termais. O frio não estava me motivando a tirar a roupa, mas como os dedos do pé estavam doendo muito (por causa do frio), resolvi sentar na borda da “piscina” para tirar a bota e enfiar o pé na água. A sensação foi tão boa que não pensei duas vezes: saquei a roupa, perdi os pudores, tirei a cueca virado pra pedra, coloquei o short de banho e caí na água. Uma delícia, felizmente mudei de idéia ou teria me arrependido se não tivesse entrado na água. Lá fiquei por uns 20 minutos!

 

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Depois veio a parte mais crítica. Sair da água e secar-se, pois a temperatura continuava negativa do lado de fora da água... Tomei coragem e fiz o que precisava ser feito (riso). O pessoal não tem muitos pudores em relação a tirar a roupa molhada. Nós brasileiros somos meio tacanhos em relação ao corpo. É tanta exposição nas praias e nos carnavais da vida, mas temos vergonha de mostrar a bunda ou de expor “as partes” por alguns segundos. Me senti europeu e mandei brasa, fazendo uma ligeira – e ineficiente! – barreirinha com a toalha.

 

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Pé na estrada, chegamos a um pueblo onde comemos os famigerados churrasquinhos de llama (1.700 CLP cada, mas vale a pena!) e umas empanadas deliciosas (salvo engano, 800 CLP cada uma). Quando chegar, corra logo pra comprar o churrasquinho, pois no nosso caso logo acabaram. Eu garanti o meu.

 

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Voltamos a San Pedro no horário combinado, acho que foi meio-dia. Almoçamos num restaurante que fica ao lado do hostal Lickana, na calle Diego Atienza, chamado Bendito Desierto. Foi parrilada para três pessoas, com direito a pisco sour pra cada e uma taça de vinho tinto pra cada. Total: aprox. 20.000 CLP. Depois fomos à sorveteria que fica bem pertinho dali, já na Caracoles. Excelente sorvete. E ainda tomamos um café expresso na cafeteria que fica justamente na esquina entre as duas ruas (Caracoles e D. Atienza).

 

Já em cima da hora fomos à Atacama Connection esperar pelo tour do Valle de La Luna. Nosso guia, cuja nome ora me foge, era um economista hiper-ativo com muito conhecimento sobre geologia. O passeio foi um show de informação e ele fez questão de explicar – e repetir trocentas vezes – as razões daquela topografia acidentada. Em resumo, o fim de uma era glacial de 23 milhões de anos atrás fez com que toda a neve ali existente fosse se derretendo, funcionando como elemento causador de erosão. Daí aquela visão de terreno lunar altamente recortado.

 

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Valle de la Luna

 

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Valle de la Muerte

 

Voltamos a San Pedro e fomos comprar mantimentos para o tour até o Salar de Uyuni (snacks, biscoitos, chocolate, água, frutas, papel higiênico etc.).

 

Depois fomos jantar no Café Adobe, restaurante excelente, animado e de certo modo badalado. Recomendo! Comida nota 10. Sopa de entrada e um filé ao molho roquefort com salada e risoto de quínua como “plato fondo”. Ainda teve sobremesa e tomamos uma garrafa de vinho. Tudo contra as indicações, pois iríamos elevar a altitude na Bolívia na manhã seguinte. Mas é a velha máxima: faça o que eu digo, não faça o que eu faço.

 

Recomendação de não comer carne vermelha e não beber álcool na noite anterior às altitudes elevadas. Minha irmã não quis ir jantar, estava querendo descansar (levamos um pizza simples pra ela [4.000 CLP]. Custo da orgia gastronômica (eu e o cunhado, excluindo a pizza que foi comprada em outro lugar): algo em torno de 31.000 CLP. Não me lembro exatamente dos valores, mas foi mais ou menos assim: 6.500 CLP cada menú, 11.000 CLP o vinho e o restante foram outras bebidas e a propina... Recomendo o Café Adobe, tanto que fui jantar lá outra vez como adiante será relatado.

 

Registro: acho que já deu pra perceber que soa fã da boa mesa, gosto de comer bem e não me incomodo em pagar o preço pelos pecadilhos da gula. Pensei em ir ao Blanco – restaurante tido como mais badalado de San Pedro –, mas o ambiente me pareceu meio pernóstico, de gente metida a besta, então preferi não ir. Além disso, alguns relatos daqui do site afirmavam que o nariz dos próprios garçons era meio empinado. Não gosto dessa soberba bocó, então preferi evitar. Dinheiro, confesso, não era problema, mas acho que essa requintagem excessivamente artificial ali no Atacama decerto me incomodaria.

 

Outra coisa, quem quiser ir não precisa ficar com nóia de reservar com antecedência. Todas as noites o garçom do Blanco ficava convidando os turistas para entrar e jantar (ou seja, mesa não faltava e olha que eu tava viajando na segunda quinzena de julho, alta estação).

 

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Calle Caracoles à noite: fervilhando!

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1. O TÓPICO ESTÁ EM CONSTRUÇÃO. Com paciência vou acrescentar o texto e inserir fotos. É mais trabalhoso do que eu esperava, mas quero fazer algo caprichado, porque o site me ajudou muito. Espere mais uma semana, por favor, para o fim de história (e haverá privações e histórias sinistras quando do retorno da Bolívia);

 

2. NENHUMA FOTO FOI EDITADA EM PHOTOSHOP. São as originais;

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27/07 – 3a-feira – dia 07

 

Depois do jantar de rei na noite anterior, fomos dormir e tomamos café da manhã no hotel às 7h30 (o de sempre: pão, manteiga, geléia, café, chá e queijo). O micro-ônibus da Atacama Mística passou, como combinado, às 8h no hostal para nos apanhar. Aqui cabe um parêntese para tratar das agências que fazem o tour ao Salar de Uyuni.

 

AGÊNCIAS QUE FAZEM O SALAR DE UYUNI – Nas andanças pelas ruas de San Pedro localizei três empresas “maiores” que fazem o tour de 3 dias (só ida) ou de 4 dias (ida e volta) ao Salar de Uyuni. São elas, com os respectivos preços iniciais (sem choro!) para o tour de 4 dias: (i) Colque Tours (80.000 CLP); (ii) Cordillera Traveller (85.000 CLP); e (iii) Atacama Mística (80.000 CLP).

 

A Colque Tours eu visitei apenas por desencargo de consciência, ante os inúmeros problemas relatados amiúde aqui no site mochileiros.com. De fato, a agência não inspira confiança, pois é uma portinha com uma atendente boliviana sem firmeza nas palavras. A Cordillera Traveller tem uma agência com melhor aspecto e é a que cobra mais caro. Ambas – Colque e Cordillera – dizem que o turista deve levar sua água e lanches, sendo que as duas prometem café, almoço e janta. Por fim, a Atacama Mística diferencia-se das demais porque, além do que as outras prometem, ela levaria 5 litros de água por passageiro. E também possui, disparadamente, a melhor agência, com os mais bem preparados atendentes, falam várias línguas etc. Há um discurso uniforme no sentido de que a Atacama Mística “cuidaria” com maior zelo de seus passageiros.

 

E mais: quando eu estava obtendo informações na Atacama Mística, surpreendi-me com a chegada de turistas (jovens estudantes argentinas) que relatavam mil maravilhas a respeito daquela agência. Disseram-me que haviam iniciado o tour com a Colque, mas que sucederam inúmeros problemas (carro quebrou, p.ex.) e tiveram que retornar a San Pedro no primeiro dia. Daí, cancelaram tudo e fizeram o tour com a Atacama Mística, supostamente “perfeito”.

Pois bem. Ante o quadro fático, acabei decidindo pela Atacama Mística. Choramos um pouco na hora de pagar – em dólares – e o preço caiu pra 77.000 CLP, e ainda com taxa de câmbio favorável a nós.

 

OBS.: Além de levar lanches (biscoitos, frutas, barras de cereal), papel higiênico e água (a depender da agência, leve um galão de 5 litros), você deve cambiar – antes de embarcar rumo à Bolívia – 165 Bolivianos (entradas em parques nacionais) por pessoa. Se você vai voltar a San Pedro e não pretende comprar muito artesanato, troque apenas uns 250 Bol no máximo. Assim terá uma reserva mínima para comprar cerveja de quínoa, mais água, alguma outra bebida ou comida nas paradas ou então em Uyuni.

 

OBS2: Também tenha à mão (na mochila de ataque) roupa de banho e uma toalha, pois nos primeiras horas do primeiro dia de tour há uma piscina térmica excelente e imperdível. Eu não tinha toalha, mas entrei assim mesmo, depois me enxuguei com o vento e com a t-shirt.

 

Voltando ao relato, o micro-ônibus conduziu o seguinte grupo – uma “grande família” – ao controle de fronteira chileno: 3 brasileiros (nós), 2 holandeses (casal maduro que ficou conosco em um dos carros), 4 franceses (jovens estudantes), 2 americanas (professoras jovens que moram no Equador), 1 japonês (estudante e mora nos EUA), 1 alemã (jovem que estuda espanhol em Iquique), 3 chilenos (agrônomos jovens e proprietários rurais no sul do Chile, ficamos muito amigos, quiçá pelas adversidades em comum a que estaríamos submetidos nos dias seguintes).

 

Feito o controle de passaporte na saída de San Pedro de Atacama, o micro-ônibus leva uns 45 minutos para chegar à “Migración Bolívia”. A foto fala por si só: é um casebre no meio do nada.

 

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Migración bolívia: essa foto é um clássico!

 

Ouvi relatos no sentido de que os guardas estariam exigindo alguma espécie de propina (na acepção da língua portuguesa) dos brasileiros, a título de despesa, taxa ou “visto”. Fui preparado para “bater de frente” se fosse necessário, mas sou servidor público (assessor jurídico de um Desembargador no Tribunal de Justiça) e, por isso, preenchi no campo destinado à profissão: “Abogado del Govierno”. Passei ileso, sem qualquer questionamento. Mas também não ouvi brasileiros relatando, in loco, nada a respeito.

 

Ali mesmo na retroárea da migração, as agências de turismo preparam um café da manhã (suco, café, leite, pão, queijo e presunto). Muito gostoso, a despeito do frio intenso e do vento: um presságio do que passaríamos nos próximos dias!

 

O “chefe” Julio (chileno) que havia nos conduzido até a fronteira boliviana é quem faz a divisão dos grupos e indica o carro (e respectivo guia-motorista). Ficamos juntos com o casal de holandeses, muitíssimo simpáticos. Foi uma alegria agradável conviver com eles durante aqueles dias. Casal maduro sem filhos com larga experiência em viagem do tipo (Ásia, África etc.), mas não falavam espanhol. Então, havia uma espécie de mutualismo (eles eram muito cordiais e receptivos; nós traduzíamos tudo).

 

A primeira parada foi no Parque Nacional para pagamento de 150 bolivianos (taxa de acesso). IMPORTANTE: GUARDE O COMPROVANTE, POIS SERÁ EXIGIDO NA VOLTA! NA FALTA, ESPERE MUITA CONFUSÃO E MULTA. Felizmente, não tivemos esse problema.

 

Visitamos, na sequência, a Laguna Blanca e a Laguna Verde (tingida com arsênico). Posto aqui as fotos, que falam mais que mil palavras. São lindas.

 

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Laguna Blanca

 

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Laguna Verde: a altitude faz o coração bater mais forte. Qualquer caminhada exige esforço!

 

Passamos pelo Deserto de Salvador Dalí (veja a foto, realmente parece um quadro de Dalí) e pelos Geysers Sol da Manhã (ao invés de água, é uma lama espessa com forte cheiro de enxofre).

 

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Explorando o Deserto de Salvador Dalí

 

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Geysers (bolivianos) Sol de la Mañana: forte cheiro de enxofre. Observe quão vermelho está meu rosto, mesmo tendo passado protetor solar 60 FPS de manhã cedo!

 

Parada para banho na piscina de água termal. Não pense duas vezes, é uma maravilha, vale muito a pena, sobretudo porque do lado de fora – diferentemente do que ocorreu em Tatio – não estava tão frio. Foi um momento relax do qual tenho saudades. A falta de toalha não foi empecilho para que me banhasse, pois havia muita gente (brasileiros inclusive) que me prometeram emprestar. Na hora “h”, as pessoas “sumiram”, mas o vento secou rapidamente o corpo e terminei a secagem com a t-shirt que, ademais, não fez falta (eram muitas camadas de roupa e o sol estava “quente”).

 

Depois de algumas horas de contemplação (belíssimas paisagens), chegamos ao temido refúgio do primeiro dia. Como esperado, parece um campo de concentração: quartos com bases de pedra e colchões (de boa qualidade). Lençóis e cobertores que vão vêem água há alguns meses (tudo bem, estamos no deserto). Pouca comida: na verdade, é pouca carne, proteína, mas havia bastante purê de batata. Ninguém ficou com fome!

 

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O famigerado refúgio da Laguna Colorada

 

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O filho da cozinheira responsável pelo abrigo era um espoleta!

 

Após o almoço, fomos visitar a Laguna Colorada e lá ficamos até o por-do-sol. Novamente me socorro das fotos como melhor forma de descrevê-la.

Voltamos ao refúgio: sem água quente, sem calefação, com um banheiro coletivo que compreende duas pias e duas privadas. Jantamos (sopa de verduras e macarrão com molho de tomate). Ficamos sentados à mesa conversando bastante até tarde. Às 22h a luz se foi. Eles acendem por 1 hora um pequeno fogareiro que fica ao lado da mesa do jantar. Os chilenos, hospitaleiros, compraram mais 4 horas de fogo, até as luzes se apagarem. Tentei ajudar a custear (fazer uma vaquinha), mas foi em vão. Disseram que era “hospitalidade chilena”.

 

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Laguna Colorada

 

Esse refúgio da Laguna Colorada está a 4.300 metros de altitude. Havíamos estado em Tatio, que se situa a aproximadamente 4.500 metros. Mas “estar” e “dormir” são situações muito distintas. A respiração é ofegante, fazia -20 graus Celsius do lado de fora e entre 1 e 3 graus dentro do quarto (havíamos levado termômetro digital).

 

Quer uma dica? Largue mão do excesso de asseio brasileiro e simplesmente aprenda com os franceses. Após o jantar escove os dentes e pronto. Não tire uma peça de roupa sequer, a não ser a bota. Entre de roupa e tudo (inclusive com a parka, se você tiver, luvas e gorro) debaixo do cobertores. Dormir sem gorro e senti muito frio (depois dor) nas orelhas, mas não tinha forças para me levantar e procurá-la no escuro.

 

IMPORTANTE: Assim que chegar ao refúgio, no almoço mesmo, peça à senhora que o estiver servindo para alugar saco de dormir. Custam 2.000 CLP (4 USD), mas havia apenas 4 (três) para alugar e 3 (três) de qualidade inferior (possivelmente bem sujos) para emprestar.

 

Eu consegui alugar 3 dos 4 disponíveis para “arriendo”, o que de certo modo nos salvou do frio, mas não da altitude. Eu dormi muito pouco, porque senti um mal-estar constante. Minha irmã acordou de madrugada para vomitar. Disse-me que após o vômito (causado pela altitude), dormiu muitíssimo melhor.

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28/07 – 4a-feira – dia 08

 

Acordei com uma dor de cabeça campeã... Mas nada que qualquer jovem não consiga suportar e lidar. Após o café da manhã (pão, leite em pó, café, chá, queijo, manteiga e geléia) estava me sentindo mareado, enjoado, achei que também iria vomitar. Masquei um bom punhado de folhas de coca e o mal-estar sumiu. Não sei se foi efeito placebo ou se a coca é realmente eficiente. Mas quando pegamos a estrada, já estava me sentindo bem melhor.

 

Visitamos a famosa Árbol de Piedra (árvore de pedra), uma formação rochosa que possui essa silhueta em virtude da erosão provocada pelo vento. E também as Lagunas Honda, Hedionda e Cañapa. Ao vulcão Ollage, com neve e fumarola no cume, não se chega muito perto, por falta de acesso.

 

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Árbol de Piedra

 

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A montanha de 7 cores

 

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Salvo engano é a Laguna Honda, congelada e com a galera fazendo "boot ski"

 

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Belo grupamento de flamingos

 

O almoço, nesse dia, é em frente a uma das lagunas: cenoura e batata cozidas, tomate e milho de lata, arroz e atum enlatado (foram 3 latas para 5 pessoas), coca-cola e mexirica de sobremesa.

 

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Nana adorou o almoço

 

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Nós 3 com o nosso guia, Don Heinzi: muito agradável, mas depois nos deixou na maior furada!

 

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Vicuñas pastando à beira da Laguna Hedionda

 

À tardinha paramos no Almacén 5Comentários, onde se pode comprar de tudo. Mas a atração é a cerveja de quínoa (18 Bol a garrafa). Claro que tomei uma, muito gostosa. Vale a pena provar. Também compramos uma meia dúzia de latinhas de cerveja (normal) para tomar à noite (9 Bol cada). Foi uma boa pedida.

 

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5Comentarios ==> SEM COMENTÁRIOS!

 

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Aviso aos turistas e aos cachaceiros de plantão!

 

Finalmente, chegamos ao Hotel de Sal. Bom, pode até ter sal no chão – e paredes supostamente feitas de sal! –, mas de hotel nada tem. Prometia-se uma acomodação decente, com água quente e quartos privados. Não é bem assim! O local também é bastante sujo, há dois banheiros cuja água, em determinado horário da noite, fica quente. Não há qualquer tipo de aquecimento senão um pequeno fogareiro situado ao lado da mesa de jantar.

 

Em compensação, estamos a 3.300 metros de altitude (1.000 metros a menos do que a noite anterior, o que significa uma noite de sono tranqüilo). Além disso, o jantar aqui foi excelente: sopa de entrada e frango com arroz e macarrão, com direito a umas 3 garrafas de vinho para 16 turistas.

 

Foi uma boa ceia, comi bastante e depois do jantar sentei com os 3 chilenos e os 4 franceses. Ficamos bebendo vinho, as cervejas e tomamos 2 garrafas de pisco (piscola: pisco com coca-cola) – as quais foram trazidos estrategicamente pelos amigos chilenos – até altas horas. Não sei que horas, mas fui dormir bem chapado. Aliás, nós 8 fomos dormir, nos respectivos quartos, bem felizes, cantando e falando alto!

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