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Santiago - San Pedro de Atacama - Uyuni - 13 dias (com muitas fotos)


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29/07 – 5a-feira – dia 09

 

HORÁRIO: A OPÇÃO. Existem dois horários para iniciar o terceiro dia de tour: (i) acordar às 5h, tomar café da manhã às 5h30 e partir às 6h para apreciar o nascer do sol no Salar de Uyuni; (ii) acordar às 7h, tomar café às 7h30 e partir às 8h rumo ao Salar.

 

A decisão deveria ser tomada pelos 3 carros, ou seja, por todos nós. No dia anterior eu já havia começado o trabalho de convencimento para adoção do primeiro horário. Afinal, o Salar de Uyuni era a razão daquele tour penoso. Acordar cedo um dia a mais não arrancaria pedaço. Conseguimos o grupo majoritário para o primeiro horário, apenas os franceses queriam dormir um pouco mais, mas acabaram cedendo ante a maioria formada.

 

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Salar de Uyuni com o sol nascendo: foto a favor do sol

 

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Salar de Uyuni com o sol nascendo: foto contra do sol

 

 

Foi excelente partir mais cedo, pois o alvorecer no Salar de Uyuni – 12.000 km2 de sal – é absolutamente fantástico. Entre o Hotel de Sal e a Ilha Incahuasi andamos mais de 50km, mas parece que está “logo ali”. A percepção é alterada no salar, porque não há horizonte, o senso comum se confunde, perde-se a noção das distâncias, de profundidade etc. Daí vem o show de fotos com ilusão óptica.

 

Furto-me a falar a respeito do Salar de Uyuni: basta ver as fotos. É um lugar surreal e encantador.

 

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[Desculpem-me pela quantidade excessiva de fotos, mas é muito difícil selecionar e penso que os colegas mochileiros querem uma visão geral da coisa]

 

No inverno, o tour cruza um trecho do salar. No verão, com as chuvas, forma-se uma camada de 40 cm de água, de modo que os carros não podem entrar, limitando-se a contornar o salar (não se visitam as duas ilhas).

 

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Mais aulas de vôo!

 

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Detalhe para a lua ao fundo

 

Quanto à ilha Incahuasi, abriga cactos milenares. Existe um cacto com 1.200 de idade e 10 metros de altura, para se ter noção.

 

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Ilha Incahuasi

 

Rumamos ao Museu de Sal. É o mais antigo hotel de sal, que foi construído dentro do Salar de Uyuni. Houve revolta, pois estava poluindo o meio ambiente. Hoje o hotel foi desativado, permanecendo apenas como museu. Infelizmente, estava fechado, e não pudemos visitá-lo, mas tiramos fotos das bandeiras que ficam ao lado.

 

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Assim são as mulheres: sempre a pisar nos homens!

 

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O sopro mágico

 

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O equilibrista

 

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Bateu, levou!

 

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U - Y - U - N - I : essa foto levou uns 15 minutos, todos deitados no sal frio, para ser "sacada"!

 

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Grandes alpinistas!

 

Fomos a um pequeno pueblo com uma boa feira de artesanato. Ali foi a nossa parada para almoço: macarrão, peito de frango, verduras e salada, coca-cola. Um bom almoço. Comi à vontade. Aliás, em todo o tour as refeições foram satisfatórias. O japonês comia bastante, era magro mas comia muito. Como a comida era suficiente para todos, sem restrições, ele sempre arrematava tudo no final.

 

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Feira de artesanato no pueblo

 

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Almoço antes de chegar à cidade de Uyuni

 

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Duas crianças de fibra!

 

 

Aqui começaram os problemas!

 

 

Éramos três carros, mas apenas dois deles ficaram para o almoço naquele pueblo. O terceiro carro (3 chilenos e 2 francesas) foi direto para Uyuni para almoçar num restaurante que servia carne de llama. Pois bem. Após o almoço, nosso motorista teria tomado uns piscos – não tenho certeza absoluta, mas suspeito! –, e o outro carro estava com um pneu furado.

 

Depois de muito esforço, os dois motoristas conseguiram trocar o pneu furado e tomaram, enquanto o trocavam, uma latinha de cerveja. Isso não me chamou a atenção no momento, pois estavam fazendo muito esforço. Eu e o namorado de minha irmã inclusive fomos ajudar a bombear o pneu estepe... e tomamos, ante o oferecido, um gole.

 

Fomos em direção a Uyuni – cidade dita “a filha predileta da Bolívia –, mais precisamente rumo ao Cemitério de Trens. Lugar macabro, feio, sujo (cheio de lixo), totalmente dispensável. Não há coisa alguma a ver naquele lugar, senão peças velhas de ferro em decomposição. O ambiente é sombrio e triste.

 

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Cemitério de trens: parada dispensáveis! Visão da pobreza boliviana...

 

Nosso motorista-guia exalava um pouco de álcool. Inicialmente eu pensei na latinhha de cerveja, mas depois ele começou a falar em tom melancólico, começou a chorar, disse que havia feito amigos etc. Fiquei bem na dúvida se era tristeza pelo fim do tour ou se era efeito do álcool.

 

Pois bem. Chegamos à cidade de Uyuni. Sou baiano, com muito orgulho, conheço bastante do Nordeste, do sertão pobre, mas aquilo que vi em Uyuni é algo meio extremo, até chocante. A cidade é estranha, possui uma atmosfera macabra.

 

Chegamos à agência às 14h. Disseram-nos que o carro de volta partiria entre 4h30 e 5h da tarde. Seríamos 7 pessoas a retornar: nós 3 brasileiros, os 3 chilenos e a estudante alemã. Tentamos negociar duas coisas: (i) partir mais o mais cedo possível, pois nada havia a fazer em Uyuni e (ii) fazer um upgrade da hospedagem da terceira noite (em Villamar), pagando a diferença.

 

AQUI DESANDOU O NOSSO TOUR!

 

Quando ali chegamos, o nosso motorista disse que voltaria às 17h para nos apanhar. Me despedi e vi que ele estava um pouco alterado, com olhos tristes. A sua esposa estava na agência esperando o carro chegar e, quando o cumprimentei para aguardar até as 17h, ela me disse: “No te fijas que el está completamente borrachio” (não percebe que ele está completamente bêbado). Foi um balde de água fria, um knock-out... Realmente, então, ele estava bêbado!

 

A encarregada da agência nos informou que havia um bloqueio na estrada de Potosi para Uyuni em virtude de greve de trabalhadores das minas. Isso impediu a chegada de combustível a Uyuni por 7 (sete) dias. Eles estariam tentando conseguir combustível para que retornássemos desde as 8h da manhã e que, possivelmente, nosso retorno seria prejudicado quanto ao horário.

 

Ficamos muito apreensivos, pois não sabíamos que conseguiríamos sair de Uyuni naquela tarde, se teríamos que dormir ali, enfim... Sem embargo do fato de que vários “amigos” estavam se despedindo, seguindo viagem para outros lugares. Fomos comer uma pizza gigante enquanto a situação se consolidava (100 Bol, com direito a refrigerante).

 

Os dois rapazes franceses seguiriam viagem rumo a Potosi, mas o bloqueio da estrada tornou o percurso incerto. Eles tinham apenas 20 Bol cada um, sem cash (dólares, euros, pesos chilenos, nada!) e os caixas eletrônicos de Uyuni (existem 2) estavam fora do ar. O casal holandês emprestou-lhes dinheiro para a passagem. Quando estávamos comendo a pizza, um deles veio pedir uma fatia dizendo que partilharia o preço. Eu lhe ofereci a fatia e um copo de refrigerante (je vous offre, mon cher).

 

Isso foi meio gozado, pois durante quase todo o tour eles estavam se comportando de forma arrogante, só falavam em francês (eu falo francês, o que lhes causou surpresa num determinado momento). Mas nesse momento mostrei-lhe o espírito de solidariedade brasileiro e, de certo modo, foi um tapa de luva. Ele agradeceu muito e meio que mudou a postura.

 

Voltamos para a agência às 4h30 da tarde e não havia notícia. Depois de muita tensão, fomos comer pollo frito com papas fritas num local em frente à agência – era o jantar que a empresa estava nos oferecendo, para que, após a jantar, o carro ficasse pronto! Simplesmente partimos para Villamar às 21h, 8 pessoas no carro (7 turistas e o motorista).

 

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Así es Bolívia, amigos!

 

 

O carro não possuía farol alto e quebrou à 1h da manhã (4.500 metros de altitude e -20 graus do lado de fora). O carro perdeu força e não conseguia efetuar subidas. Entramos todos em pânico. A água estava na parte de cima, com a bagagem, congelada.

 

Que suplício: tensão total!

 

Nosso motorista estava mascando uma quantidade enorme de folhas de coca, totalmente dopado. Paramos no meio do nada, extremamente cansados e estressados. O namorado de minha irmã possui carros antigos e foi futucar o motor junto com o motorista. De repente, voltou a funcionar e conseguimos chegar ao pueblo de Villamar às 2h da manhã! Os refúgios estavam lotados.

 

Fomos dormir num local bastante sujo, sem água quente, com banheiros nojentos. A roupa de cama não vê água há anos. Simplesmente deitamos de roupa e tudo das 2h às 4h45min da manhã.

 

 

 

30/07 – 6a-feira – dia 10

 

Acordamos às 4h45, lavamos a cara com água fria congelante e partimos rumo à fronteira. Não tenho fotos da noite anterior e nem desse dia -- a não ser do jantar final à noite -- porque o estresse era tal que não consegui pensar em tirar fotos.

 

Pois bem. Depois de uma hora de estrada – tudo é estrada de chão em péssimo estado, não existe asfalto ou estada patrolada nessa região da Bolívia! – começaram as subidas e o carro novamente engasgou. Não houve cristão que o fizesse subir. Nosso motorista nos informou que voltaria a Villamar para buscar carros vazios que estivessem indo em direção à fronteira para pegar turistas. Mais 1hora de retorno, chegamos a Villamar (estrada plana por muita sorte).

 

Não havia qualquer carro indo à fronteira. Aliás, quando lá chegamos, não havia qualquer jeep de excursão. Desculpem a palavra: fudeu! Eram 7 horas da manhã, havíamos dormido 2h45min, minha irmã entrou em colapso e começou a chorar muito.

 

De repente, fomos a um refúgio em que havia 3 Land Rovers estacionadas. E as placas eram do Brasil! Havia uma luz no fim do túnel. Simplesmente entramos, minha irmã e eu, no quarto (sem porta trancada) onde dormiam dois homens. Ela em prantos, eu tentando falar. Eles acordaram assustados e nos disseram que eram um grupo de 10 brasileiros que estavam usando 3 Land Rovers (Defenders) para fazer testes de combustível (óleo de cozinha) e que, muito importante, havia 2 mecânicos peritos entre eles.

 

Havia luzes em Villamar! Mas estávamos muito tensos! Absolutamente desgastados, com fome, dor de cabeça, mal-estar e sem banho.

 

O motorista do nosso carro queria voltar imediatamente a Uyuni para trocar o jeep, pois estávamos ali perdendo tempo. Disse-lhe que a decisão só seria tomada depois que os mecânicos brasileiros examinassem aquele carro. Ele não gostou muito, mas não tinha opção. Finquei o pé e fui apoiado pelos demais. Minha irmã entrou no alojamento dos brasileiros e estava sendo consolada, ofereceram-lhe café.

 

Uns 15 minutos depois vieram os mecânicos e, de início, nos recomendaram a ficar ali em Villamar pois eram várias horas até a fronteira Bolívia-Chile, completamente inabilitada. Ou seja, se nosso carro quebrasse ali, ficaríamos a deriva. Se em Villamar não havia sinal de celular, telefone e rádio, imagina no caminho rumo à fronteira...

 

Como que por graça divina, encontraram um chumaço de plástico (nylon) no filtro de combustível, o que estaria reduzindo a força do motor. Os mecânicos não garantiram que aquele seria o único problema do carro, mas que seria um dos problemas (agora resolvido) e voltaram a registrar que, se o carro quebrasse rumo à fronteira, estariam literalmente ferrados, pois não havia qualquer espécie de comunicação.

 

Era loucura viajar com apenas um carro naquele caminho, mas... o que fazer? Ficar em Villamar e deixar o motorista voltar a Uyuni para trocar o carro seria uma loucura, pois poderíamos ficar ali travados no meio do nada. Voltar com ele pra Uyuni? Pior ainda... mais cansaço!

 

Resultado? Vamos arriscar rumo à fronteira. A qualquer indício de problema, na primeira subidinha se o carro demonstrasse problemas, retornaríamos a Villamar. E assim fizemos, com a faca entre os dentes.

 

Partirmos às 7h30 e chegamos às fronteira, absolutamente devastados, às 11h. O micro-ônibus chileno estava lá à nossa espera. E esse era mais um dos medos: ficar travado na Migración Boliviana.

 

A sensação foi de total aívio. Chegamos em San Pedro de Atacama uma hora depois, passamos pela alfândega chilena e, finalmente, no Hostal Katarpe (descrição já foi feita anteriormente, mas destaco que a hospedagem é excelente, recomendo!). Comemos uns sanduíches e dormimos das 14h às 17h... foi um alento. Isso, é claro, depois de um banho de 20 minutos cada. E como saía um caldo preto ralo abaixo. Fiz a barba com calma, comi e dormi.

 

Tínhamos agendado o Space Tour (Tour Astronômico) com a francês Alain para aquela noite (15.000 CLP), mas decidimos cancelar, pois não tínhamos condição física e psicológica de ficar vendo estrelas. Preferimos curtir, descansar, de modo que marcamos de jantar com o 3 (três) amigos chilenos.

 

Fomos ao Café Adobe para um jantar com direito a tudo: 2 garrafas de vinho, empanadas de camarão de entrada, filé de prato fundo, sobremesa, psicola como digestivo, enfim.... Serviço completo. Gastamos 60.000 CLP os três. Que dinheiro bem gasto, para fazer face às privações bolivianas!

 

 

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Depois do "hit the roadm Jack!": jantar de rei no Café Adobe!

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31/07 – Sábado – dia 11

 

A noite no Hostal Katarpe foi excelente, com calefação. Dormimos feito anjinhos, pois a soneca vespertina não havia sido capaz de tirar o sono pra noite. Acordamos às 8h e tomamos café com calma. Eu tomei café primeiro e depois fui à Atacama Mística para descascar, fiz uma carta com reclamação e me prometeram responder na semana seguinte. Até agora (depois de uma semana), evidentemente, nada!

 

O encarregado disse que avaliariam a possibilidade de devolver parte do dinheiro. Simplesmente disse-lhe que não queríamos dinheiro, mas respeito; nada mais!

 

O transfer (Licancabur) de San Pedro de Atacama para Calama chegou pontualmente às 10h, como combinado. Fomos ao aeroporto e pegamos o vôo às 13h30min na Lan Chile, chegando em Santiago às 15h35min.

 

Seguimos para o centro de táxi (15.000 CLP, não tem choro – você até pode tentar pegar um taxi não-oficial, mas estávamos fartos dos problemas bolivianos, tudo era farra...). Tudo bem, foi caro mas nosso taxista era um sujeito super alto-astral, com um papo excelente.

 

Fizemos check-in no “Windsor Suítes Hotel” (calle Victoria Subercaseaux, 65 – estação de metrô Universid Católica – linha 1 vermelha) e fomos ao Parque Arauco (estação Escuela Militar). Sobre o casaco que eu queria comprar da The North Face, relatei acima. Em compensação, havia muita roupa bacana (em especial Polo Ralph Laurent em promoção)! Lanchamos por lá mesmo e voltamos de táxi para o hotel. Dormimos muito bem.

 

 

 

01/08 – Domingo – dia 12

 

A programação inicial para esse dia era a seguinte: acordar bastante cedo, tomar café no hotel para subir a El Colorado para esquiar. Ida e volta no mesmo dia com a empresa Ski total (aprox. USD 150). Existe um pacote de El Colorado (Programa Aprende a Esquiar) que inclui equipamento (menos a roupa), ticket de andarivel, 1,5h de aula grupal (31.000 CLP). Pegar metrô Linha 1 (vermelha) e descer na “Escuela Militar”, caminhar 200m até a Galeria Omnium (Apoquindo 4900 Loc. 37 al 46, Las Condes). Chegar nesse endereço umas 07h20min. Retorno da estação à tardinha.

 

Nada disso foi feito. Também não visitamos vinícolas nem fomos a Viña del Mar e a Valparaíso. Simplesmente ligamos o f-se. Já conhecíamos, à exceção do namorado de minha irmã (que estava cansado e não se importava), todos esses lugares. Preferimos ficar em Santiago, flanar pelos ruas. E assim fizemos.

 

Primeiro andamos bastante pelas ruas do bairro Lastarría. Depois pegamos o metrô porque eu queria caçar o famigerado casaco – que não comprei em San Pedro de Atacama na esperança de pagar mais barato em Santiago – no shopping Alto Las Condes. Nada feito! Almoçamos por lá e voltamos pro hotel de noitinha. Táxi até a estação Los Dominicos (1.500 CLP pros três) e depois mais 500 CLP nada pelo bilhete de metrô.

 

Saímos pra jantar no restarante Victorino (calle José Victorino Lastarria, 138 – indicação Folha de São Paulo), que fica a pouquíssimas quadras do nosso hotel. Comemos camarões empanados com um molho picante de entrada (4.800 CLP), 1 garrafa de bom vinho (Cousino Macul Antiguas Reservas por 8.500 CLP) e comi um belo filé alto envolto em jamón serrano e purê de milho e manjericão ao molho Late Harvest (6.500 CLP). Uma maravilha. Depois partimos – eu e o cunhado – pras cervejas artesanais típicas do restaurante.

 

Minha irmã pediu um Salmão “negro” com arroz de castanhas e o namorado dela um côngrio delicioso (provei de todos). Uma beleza de lugar, jovial, cheio de estudantes (fica relativamente perto da Universidad del Chile). A conta: não lembro exatamente, mas agora como uns 40.000 CLP. Não se come assim, a esse preço, no Brasil...

 

 

 

02/08 – 2a-feira – dia 13

 

Voltamos na noite anterior pro hotel (restaurante Victorino a 100 metros do hotel) bem felizes. Dormi rápido e acordei às 4h da manhã. Banho rápido, peguei o táxi (previamente agendado – 12.000 CLP) para o aeroporto às 4h30. Estava muito frio, com muita neblina, cheguei ao aeroporto às 5h e fiz check-in pro vôo das 7h para retornar ao Brasil. Claro que, como refresco para as privações bolivianas, tive o grande luxo de – com milhagem – voltar de classe executiva (com direito a sala vip, tratamento especial no avião etc.). Nada de mochileiro, mas valeu a pena! E como valeu!

 

 

BALANÇO DA VIAGEM:

Toda a viagem foi excelente. Foram 13 dias de diversão, de muitas paisagens espetaculares. Tivemos o imbróglio boliviano, é verdade, mas -- parafraseando Pessoa -- tudo vale a pena se a alma não é pequena! O que seria da vida sem essas aventuras? Se você tem espírito aventureiro, está preparado para emoções e, quem sabe, algumas privações, recomendo toda a viagem. Por outro lado, se quer conforto, tem mais idade, prefere a segurança, fique em San Pedro de Atacama (e não siga pra Uyuni), pois em San Pedro há hospedagem desde 10 USD por noite até 500 USD a diária, atende a todos os bolsos. As paisagens atacamenhas são maravilhosas e também imperdíveis.

 

Fico à disposição para perguntas e questionamentos. Espero ter contribuído para os inúmeros mochileiros e viajantes ávidos por informação um pouco mais detalhada e floreada.

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E ai emargotto,

parabens pela Trip, belas fotos ( ai deu aquela vontade de ter ido ao Atacama),

mais to (tentando) imaginando aqui o aperto que vcs passaram, que medo, porque Bolivia é tensao.

O Relato realmente ficou muito bom.

Abraço

 

Valeu, Pedro. Tentei ser fiel aos fatos, embora seja bem difícil porque depois de passar pelos momentos de alta tensão umas pessoas tendem a exagerar e outras simplesmente "tiram por menos", ou seja, apenas dão boas risadas do ocorrido. Eu acho que sou mais do segundo grupo. Na hora do ocorrido, foi duro administrar a situação com calma. Mas agora, como disse, tenho histórias pra contar pros netos. A Bolívia vale a pena, desde que você esteja preparado pro que der e vier, pois o país -- infelizmente -- não possui qualquer estrutura.

 

Abraço.

Edimar.

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Oi Edimar,

 

Parabéns pelo relato, muito completo, além do mais uma leitura super agradável!

Quero agradecer por compartilhar sua experiência, sei que deu um trabalhão, mas saiba que vai ajudar muito!!!

 

Em setembro também embarcaremos em uma aventura, começando em Cuzco e descendo até Santiago. Ao todo serão 34 dias de Peru, Bolívia e Chile.

 

Iremos para Uyuni a partir de La Paz, tomaremos o trem em Oruro, chegaremos pela madrugada em Uyuni, por volta de 2:30, e só partiremos para o tour do Salar na manhã seguinte. Pelo que você falou, acho que este dia em Uyuni vai ser meio perdido... Porém não tenho muita escolha, pois não vai dar para chegar e imediatamente embarcar no tour. Talvez vai ser útil para comprar o necessário para passar os 3 dias no deserto e aproveitar para descansar, vai saber o que o destino nos reservará para os 3 dias seguintes rsss...

 

Em San Pedro, estamos planejando ficar 5 dias, pelo seu depoimento acho que teremos bastante atividade e a cidade me pareceu ser bem agradável, certo ?

 

Depois, já finalizando a viagem, teremos 7 dias para dividir entre Santiago e arredores, pensei também em dar uma esticadinha até Mendoza. O que você recomenda desses lugares? Sei que desta vez você não foi a Viña del Mar e Valparaíso, mas mencionou que conhece as duas cidades... E Mendonza você conhece? Estou com medo de ficar muito corrido e acabar não aproveitando direito nenhum lugar. Gostaria que você me desse uma sugestão de como dividir esta última semana.

 

Uma pena que eu ainda não consegui visualizar suas fotos, não sei o que está acontecendo, mas está dando erro. Amanhã vou tentar de outro PC.

 

Bjs,

 

Fabi.

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Ola Edimar...

 

 

Parabéns... Seu relato é rico e ate sensitivo em algumas partes!

 

Tenho apenas uma pergunta, em seus 13 dias de aventura você poderia estimar um valor em reais? Uma media que seja! Somente gasto com a viagem e nao compras!

 

Ficaria muito grato!

 

Prezado Arthur, eu sabia que a pergunta viria e por isso mesmo tentei fazer uma projeção de gastos antes da viagem e acompanhá-los durante os 13 dias. Não sou capaz de lhe dizer com exatidão, mas:

(1) as passagens internacionais (Vitória - Santiago - Vitória) foram emitidas com milhagem;

(2) os voos internos pela Lan Chile (Santiago - Calama - Santiago) custaram 150 USD aprox.;

(3) viajamos três pessoas juntas, o que de certo modo acaba reduzindo gastos com hospedagem (quarto triplo, cujas diárias variaram de 70 a 90 USD, à exceção das noites na Bolívia, evidentemente).

 

Não sou capaz de ser exato, mas gastamos algo em torno de 1.000 USD cada um, incluindo refeições generosas (e outras não), algumas compras pequenas como artesanato, as passagens internas, hospedagem, transfers, táxi etc. Com essa cifra você pode ir tranquilo que, a depender do seu ritmo, pode até sobrar dinheiro.

 

Abraço.

Edimar.

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Oi Edimar,

 

Parabéns pelo relato, muito completo, além do mais uma leitura super agradável!

Quero agradecer por compartilhar sua experiência, sei que deu um trabalhão, mas saiba que vai ajudar muito!!!

 

Em setembro também embarcaremos em uma aventura, começando em Cuzco e descendo até Santiago. Ao todo serão 34 dias de Peru, Bolívia e Chile.

 

Iremos para Uyuni a partir de La Paz, tomaremos o trem em Oruro, chegaremos pela madrugada em Uyuni, por volta de 2:30, e só partiremos para o tour do Salar na manhã seguinte. Pelo que você falou, acho que este dia em Uyuni vai ser meio perdido... Porém não tenho muita escolha, pois não vai dar para chegar e imediatamente embarcar no tour. Talvez vai ser útil para comprar o necessário para passar os 3 dias no deserto e aproveitar para descansar, vai saber o que o destino nos reservará para os 3 dias seguintes rsss...

 

Em San Pedro, estamos planejando ficar 5 dias, pelo seu depoimento acho que teremos bastante atividade e a cidade me pareceu ser bem agradável, certo ?

 

Depois, já finalizando a viagem, teremos 7 dias para dividir entre Santiago e arredores, pensei também em dar uma esticadinha até Mendoza. O que você recomenda desses lugares? Sei que desta vez você não foi a Viña del Mar e Valparaíso, mas mencionou que conhece as duas cidades... E Mendonza você conhece? Estou com medo de ficar muito corrido e acabar não aproveitando direito nenhum lugar. Gostaria que você me desse uma sugestão de como dividir esta última semana.

 

Uma pena que eu ainda não consegui visualizar suas fotos, não sei o que está acontecendo, mas está dando erro. Amanhã vou tentar de outro PC.

 

Bjs,

 

Fabi.

 

Fabi, de fato eu fiz o caminho inverso (ou seja, de San Pedro de Atacama para Uyuni), mas embora não haja muito o que se fazer em Uyuni -- diferentemente do que ocorre em San Pedro! -- penso que vocês devam sim passar o dia para descansar, comprar mantimentos, água e papel higiênico, comer bem, antes de partir para o tour. Não que esse tour seja um bicho-papão, mas é sim uma caixinha de surpresas. Tudo pode acontecer. E as noites de sono são meio ruins, sobretudo em virtude da altitude muito elevada (na Laguna Colorada dorme-se a 4.300 metros). Por isso é bom que estejam descansados e preparados.

 

Sobre passar 5 dias em San Pedro de Atacama, recomendo totalmente. A cidade é muito animada, cheia de restaurantes, há uma excelente estrutura e muitos tours legais a fazer (Geysers de Tatio, Vale de la Luna, Lagunas Altiplanicas, Tour Astronômico, enfim...).

 

Por fim, quanto a Santiago e arredores, vocês têm tempo de sobra para bastante coisa. Eu ficaria uns dois dias passeando por Santiago, 1 dia iria a Viña del Mar e Valparaíso (bate e volta), 1 dia iria visitar vinícolas (gosto muito, não sei se é o caso de vocês) e iria esquiar uns 2 ou 3 dias (isso depende muito da disposição física e financeira, pois esquiar é meio caro. Não sei como é a programação de vocês, qual o perfil etc. Podem ficar em Santiago, e aí vão e voltam um dia ou mais, ou então ficam umas 3 noites nas montanhas, o que seria o máximo, mas onera a viagem). Eu não conheço o sul do Chile. Mas me parece que o tempo de que vocês dispõem também não permitiria grandes bordejos por lá. Melhor ficar curtindo os arredores da capital mesmo, e explorar o sul em outro passeio. Existem muitos relatos de viagem que focam em Santiago e arredores, talvez você tenha ideias mais iluminadas por lá.

 

Aquele abraço.

Edimar.

 

PS: Sobre as fotos, estranho o que você me noticia. Se estiver ocorrendo em outros computadores, por favor me avise, porque uso apple (mac), não se isso interfere de algum modo!

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Olá! O relato está maravilhoso! E eu estou conseguindo ver todas as fotos que por sinal estão lindas.

Infelizmente não terei tempo de ir à San Pedro de Atacama, ficará para uma próxima viagem, mas as suas informações recentes sobre Uyuni me foram bem úteis...tanto que se nada melhorar vou pensar duas vezes antes de ir ou fazer um plano B e passar mais dias no Peru.

 

Bjs.

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