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Argentina, Chile, Bolívia e Peru - 36 dias


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E ai pessoal. Inicio agora o relato do mochilão que fiz com mais dois amigos por esses quatro países entre dezembro de 2010 e fevereiro de 2011. O relato será feito em várias partes, pois não terei como escrever tudo de uma só vez.

 

Nosso roteiro foi definido com muita antecedência, e ficou o seguinte:

 

Buenos Aires - 5 dias

Bariloche - 2,5 dias

Puerto Varas - 2 dias

Pucón - 3 dias

Santiago - 3 dias

San Pedro de Atacama - 2 dias

Salar de Uyuni (4x4) - 3 dias

La Paz - 4 dias

Copacabana - 2 dias

Cusco + Machu Picchu - 4 dias

Lima - 3 dias

 

As passagens foram compradas com muita antecedência também, e custaram 900 reais pela LAN, partindo de Guarulhos e chegando em Buenos Aires, e voltando por Lima para Guarulhos.

 

A mochila é uma Conquista 77, de 65 litros, e posso garantir que é muito boa para quem gosta de mochilar, mas prefere não gastar tanto em uma mochila. Paguei 300 reais e estou extremamente satisfeito.

 

Vamos ao que interessa, o relato. Como a viagem ainda está rolando e nem chegou na metade, postarei os valores quando retornar. Espero que gostem!

 

28/12, Dia 1 - Buenos Aires

 

O dia começou cedo. Acordamos às 7h, tomamos o café, e saímos rumo ao aeroporto de Guarulhos. O check-in foi tranquilo, e no horário previsto partimos rumo à capital da Argentina. O vôo foi bem tranquilo, com direito a Ballantines e alfajor, e às 13h desembarcamos no Aeroparque. Passamos rapidamente pela polícia, fomos ao balcão de informações, e tomamos um ônibus até o Hostel Florida. Deixamos nossas coisas e saímos pra conhecer o centro. Fomos para Puerto Madero, lugar bem bonito e calmo, porém muito caro. Andamos por um bom tempo, é um lugar extremamente agradável, e depois fomos até a Casa Rosada e Plaza de Mayo; lugares extremamente turísticos e só pra tirar fotos mesmo, porque não são muito interessantes. Mas vale conhecer.

Depois de umas 3h caminhando voltamos ao hostel, tomamos um banho e saímos pra comer num restaurante perto, na Avenida Corrientes. Depois nosso amigo que havia ido num vôo mais tarde chegou e o dia se encerrou por alí mesmo. Estávamos cansados e fomos dormir.

 

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29/12, Dia 2 - Buenos Aires

 

Acordamos umas 8h, tomamos café no hostel, e saímos rumo à estação de trem. Fomos até um bairro isolado do centro chamado Olivos, encontrar um conhecido de um dos meus amigos, que mora em Buenos Aires e nos levaria até o Delta do rio Paraná para uma remada. A remada gerou boas risadas, porque o cara era profissional e nós três horríveis. Durou mais ou menos umas duas horas, e depois fomos pra casa dele onde rolou um almoço muito bom, com carne argentina. Comemos muito bem e depois passamos o resto do dia na casa dele jogando cartas, comendo um doces argentinos e nadando na piscina. No final da tarde pegamos o trem de volta pro centro, e passamos na rodoviária pra comprar as passagens pra Bariloche, que saíram um pouco caras, 460 pesos cada. Alta temporada é fogo!

Voltamos mortos pro hostel, nem comemos direito e fomos dormir. O dia nem havia sido super cansativo, mas o sol pegou de jeito, e eu tava com uma baita dor de cabeça. O calor em Buenos Aires estava muito grande. Dormi muito bem essa noite.

 

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30/12, Dia 3 - Buenos Aires

 

Nesse dia trocaríamos de hostel, pois o Florida não nos agradou, já que não tinha muito clima de hostel. Fora que praticamente só havia brasileiros hospedados lá.

Acordamos às 10h, fizemos check-out, e fomos pra San Telmo caminhando, até o hostel Carlos Gardel. O bairro é muito bonito e calmo, muito melhor que a caótica Calle Florida. O hostel é simples, mas pelo menos tem cara de hostel (o Florida é um hotel com dormitórios) e pessoas do mundo inteiro.

Fizemos o check-in e saímos pra tomar uma Quilmes num bar ali perto. Depois passamos no super-mercado, compramos umas coisas e voltamos pro hostel. Tomamos um banho e pegamos um ônibus até a Recoleta e seu famoso cemitério. É um lugar bonito e bucólico, mas considero um programa dispensável. Mas se tiver tempo, vá.

Depois de uma hora e meia mais ou menos na Recoleta, passando pelo cemitério e dando uma volta pelo bairro (que é bem legal, um dos que mais gostei em BsAs), voltamos ao hostel, mas por pouco tempo. Fomos à maravilhosa churrascaria Siga la Vaca e comemos muito bem; é caro mas vale a pena! Após a maravilhosa refeição fomos até Puerto Madero e ficamos andando pela orla. Já havíamos ido de dia, mas de noite é muito mais bonito e calmo. Ficamos num banco conversando e rindo, até umas onze horas, e depois voltamos ao Hostel. Ficamos na sala conversando mais um tempo, e depois fomos dormir.

 

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31/12, Dia 4 - Buenos Aires

 

Último dia do ano, o que significava que passaríamos nosso ano novo em Buenos Aires!! Mas como ainda teríamos um dia inteiro pela frente até a meia-noite, acordamos umas 10h, tomamos café, e partimos rumo à La Bombonera. Caminho até o estádio me agradou, bem tranqüilo e bonito, incluindo um bêbedo que nos perguntou de onde éramos, respondi França, e pra minha surpresa o cara falava um Francês fluente; rimos muito.

Chegamos em La Boca, compramos ingresso para entrar no estádio, visitamos o museu (bem bonito por sinal), fomos à arquibancada e pudemos notar a grandeza do estádio, que mesmo não sendo enorme em capacidade, é realmente imponente. Ficamos lá por uma e meia aproximadamente, e depois fomos ao Caminito, que fica bem perto. É um lugar bem bonito e agradável, mas chega a cansar de tão turístico que é; tudo lá é pra turista ver e pagar. Mas gostei, é interessante.

 

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Voltamos ao hostel por um caminho meio sinistro, e quando entrávamos em uma rua, um velho nos parou e disse ´no, no , no`. Nos avisou que aquele lugar era extremamente perigoso, e nos indicou um outro caminho. Passando perto pudemos perceber que o lugar era realmente uma favela de Buenos Aires. Santo velho!

Almoçamos uma macarronada que fizemos no hostel, enrolamos um bom tempo, e lá pelas 18h começamos a beber e esquentar pro reveillon. Umas 10h saímos do hostel rumo a Puerto Madero, onde bebemos um pouco mais e esperamos chegar a meia-noite, quando os fogos começaram a colorir o céu argentino. Depois dos fogos, tava rolando uma festa muito legal (e grátis!!) ali em Puerto Madero mesmo; perfeito! Ficamos por lá, e deu pra nos divertirmos. Voltamos às 6h30 pro hostel, mortos, e fomos dormir.

 

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01/01, Dia 5 - Buenos Aires

 

Exaustos da noitada anterior, acordamos às 15h, comemos o resto do macarrão do dia anterior, e ficamos no hostel a tarde toda. Computador, palavras cruzadas, e o que viesse em mente. Tarde entediante, porém necessária para recuperar as energias. Encontramos um grupo de brasileiros que nos convidaram para ir em uma balada com eles. Hesitamos um pouco pela cansaço, porém queríamos fazer algo em nosso último dia na capital argentina; topamos.

Na Argentina baladas começam muito tarde, e só fomos pegar o táxi às 0h30, e quando chegamos ainda estava vazia! A balada chama The Roxy, boazinha, mas nada de muito especial. Curtimos nossa última festa em BsAs, e lá pelas 5h voltamos ao hostel e capotamos. No dia seguinte pegaríamos o bus pra Bariloche.

 

02/01, Dia 6 - Buenos Aires/Bariloche

 

O cansaço de duas baladas consecutivas nos fez esquecer de ligar o despertador, e fomos acordados pela recepcionista gritando e dizendo que nosso horário de check-out havia passado há muito tempo. Segunda alma boa da viagem! Sem ela teríamos perdido nosso bus, e pior do que isso, nosso 460 pesos.

Levantamos correndo, tomamos um café horrível, e saímos rumo à rodoviária. Até lá, foi nosso último uso de transporte público da cidade, que deixa a desejar. Chegamos na rodoviária, compramos uma água, e esperamos por aproximadamente 30 minutos até nosso ônibus sair. A viagem dura 22 horas, mas parece menos. Fiquei conversando com meu amigo por um longo tempo, e depois serviram o jantar, que era simplesmente péssima. Depois daquilo jamais voltarei a reclamar de comida de avião.

O resto da viagem dormi, não muito bem, mas deu pro gasto.

 

03/01, Dia 7 - Bariloche

 

Acordei com o bus ainda viajando, e pude apreciar a bela vista da chegada à Patagônia. Lagos de cor deslumbrante, montanhas verdes, e algumas paisagens desérticas. Logo depois chegávamos em Bariloche, quando o relógio marcava quase onze horas. Na rodoviária mesmo compramos nossas passagens pra Puerto Montt por 85 pesos cada, e fomos pro ponto de ônibus esperar o nosso. Foram uns 25 minutos até nosso hostel, que havíamos reservado ainda no Brasil. O nome dele é Alaska Hostel, e foi um dos pontos altos da viagem, simplesmente ESPETACULAR! Ambiente caseiro onde a pessoa se sente na casa da própria família, hóspedes um mais simpático que o outro, quartos grandes, banheiros limpos, vizinhança agradável, e dois donos (casal) muito, mas muito legais. Recomendo demais a quem for pra Bariloche. O preço é somente 25 reais, bem em conta.

Deixamos nossas coisas e saímos pra comer. Fomos até uma churrascaria perto, e comemos muito bem, porém o preço ficou um pouco salgado. 58 pesos por uma quantidade razoável de carne, purê de batata e coca. Apesar disso a qualidade era inquestionável, muito boa mesmo.

Voltamos pro hostel e ficamos o resto do dia por lá, interagindo com os hóspedes e com os donos. Fomos a um mercado próximo, compramos algumas coisas e fizemos nossa janta. Ficamos mais um tempo no hostel, e não dá pra chamar isso de passar o tempo, porque o conforto que eu sentia lá era como na minha própria casa. Ficamos na sala de estar até meia-noite e depois fomos dormir, pois no dia seguinte faríamos o puxada Circuito Chico de bike, e teríamos que estar 100%.

 

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04/01, Dia 8 - Bariloche

 

Acordamos umas 9h, tomamos um café da manhã extremamente reforçado (neste dia pularíamos o almoço), ficamos um pouco no hostel batendo um papo com uns argentinos muito gente boa, e lá pelas 11h pegamos um ônibus até Cerro Campagnaro. Havia a opção de subir pelo teleférico, mas preferimos caminhar e economizar uma boa grana. A subida é puxada, porém bem curta, fácil de encarar. Lá em cima existe um mirante onde o visual é de cinema; montanhas verdes com picos nevados e lagos azuis até onde a vista não consegue mais enxergar. A natureza em Bariloche convive em perfeita harmonia, alucinante!

Ficamos lá em cima por pouco mais de meia hora, depois descemos e fomos até um aluguel de bicicletas. Pagamos 65 pesos por cada (bem caro) e iniciamos o famoso Circuito Chico, que pode ser feito de bicicleta ou carro (a pé só se tiver um preparo físico muito bom, pois são 28km e cheio de subidas). O passeio de bike dura entre 3 e 5 horas, depende do ritmo. As paisagens no caminho são simplesmente paradisíacas, e existem diversos mirantes pelo caminho. Alguns pontos são extremamente puxados, pois algumas subidas são íngremes, e muitos vezes eu as fazia andando carregando a bike. Porém como quase tudo na vida tem sua recompensa, as descidas eram muito legais, simplesmente me soltava da bike e sentia aquele vento batendo na cara e dava uma sensação de liberdade e paz. Muito legal!

No final do percurso, devolvemos as bikes, pegamos o ônibus de volta pro hostel e tomamos um bom banho, pois estávamos completamente acabados. Fomos no mercado comprar algo pra comer, ficamos por um tempo batendo papo com o pessoal do hostel, e capotamos. Nada como dormir com aquela sensação boa de cansaço após um dia desgastante e muito legal.

 

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05/01, Dia 9 - Bariloche

 

Depois de uma noite muito bem dormida, acordamos tarde, tomamos café, e logo pegamos um bus até o Lago Gutierrez. A chegada no lugar impressiona, água cristalina e redondeza verde; primeira impressão ótima. Descobrimos que havia uma trilha que levava até uma cachoeira, e fomos por ela. No caminho, algumas paradas em lugares bonitos (a trilha é na verdade uma estrada que beira o lago), e após tranqüilos 45 minutos de caminhada, chegamos à cachoeira. Ela é bonita, mas relativamente pequena. Meus amigos logo se animaram para entrar, mas estava muito fria a água e eu fiquei apenas observando. Uma pena!

 

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Ficamos lá por mais algum tempo, e depois pegamos a trilha de volta até o local onde havíamos chegado no Lago Gutierrez. Sentamos em uma mesa e comemos empanada e tomamos coca. Depois pegamos o bus novamente e chegamos no hostel, e pra nossa surpresa, haveria um churrasco aquela noite. Enquanto preparavam ficamos lá batendo papo e conhecemos uns americanos muito gente boas e malucos. Os caras eram completamente pirados, mas da paz. Ficamos horas conversando e rindo com as coisas que eles falavam. Perto da meia-noite o churrasco foi servido, e estava delicioso; a famoso Parillada argentina é boa mesmo! Exaustos e cheios, fomos dormir, pois no dia seguinte pegaríamos o ônibus até Puerto Montt e de lá Puerto Varas, e pra isso o despertador tocaria ás 6h30.

 

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06/01, Dia 10 - Puerto Varas

 

Madrugamos, tomamos um café reforçado, e com muita dor no coração deixamos o hostel. Sentiremos saudades!

Chegamos na rodoviária, e na hora certa dois de nós embarcamos pra Puerto Montt (o terceiro teve problemas com o passaporte e só iria de noite). Foi uma viagem extremamente cansativa e de paisagens repetitivas com algumas exceções. Chegamos em Puerto Montt e fomos sacar dinheiro; fomos em vários caixas e todos davam erro, e o pior de tudo é que não tínhamos um centavo pra trocas nas casas de câmbio. Depois de muita tentativa, conseguimos em uma farmácia, que alívio! Fomos de volta à rodoviária, almoçamos, e pegamos a van pra Puerto Varas, que era horrível e minúscula, mas a viagem dura somente meia hora. Chegamos, fomos até uma lan-house pesquisar hostels, e decidimos por ficar no Ruca. Lá fomos recebidos por um cara muito gente boa e maluco, que nos ofereceu o passeio de Petrohue a um preço muito baixo comparado a todos os outros da cidade, e ainda deu entrada grátis pra uma balada que tinha lá.

Saímos pra conhecer a cidade, e gostamos muito. A orla do lago é super movimentada e calma ao mesmo tempo, e a cidade é muito simpática. Demos uma volta e depois fomos ao super-mercado comprar comida para a janta e pro passeio no dia seguinte. Depois fomos até a rodoviária da TurBus comprar nossas passagens para para o dia seguinte para Pucón, e cada uma nos custou aproximadamente 45 reais. Voltamos ao hostel, fizemos nosso rango (bife com arroz), demos uma descansada e já tarde da noite nosso amigo chegou. Eu estava muito cansado e dispensei a balada, mas meus amigos foram e não se arrependeram; uma pena!

Fiquei no computador até meia-noite mais ou menos e depois fui dormir. No dia seguinte iríamos aos famosos Saltos de Petrohue e Vulcão Osorno.

 

07/01, Dia 11 - Saltos de Petrohue e Vulcão Osorno

 

Fomos acordados às 9 da manhã pelo dono do hostel, já que teríamos que sair cedo para Saltos de Petrohue e Osorno, já que final da tarde embarcaríamos para Pucón. Tomamos um café da manhã médio no hostel, e quase 10h saímos nós, o dono do hostel e um amigo dele que acho que trabalha lá também. Após uma hora mais ou menos chegamos aos famosos saltos, e de cara se nota a presença de uma espécie de inseto gigante (gigante mesmo!), que fica encomodando o tempo inteiro. Fora isso, pudemos apreciar a maravilhosa vista que aquele rio proporciona, com o vulcão ao fundo. Confesso que esperava mais, mesmo sendo um lugar de extrema beleza. Ainda demos uma caminhadinha dentro do parque, depois uma parada no Lago de Todos os Santos, para finalmente irmos ao vulcão Osorno.

 

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O caminho até ele é bem enjoativo, cheio de curvas e a uma altitude relativamente elevada. A chegada na base é em uma cafeteria, bonita mas muito cara. Demos uma enrolada e resolvemos subir um pouco a pé mesmo (existe um teleférico por uns 8000 chilenos). Começamos nossa subida e logo o cansaço pegou, nunca estive acima de 1500 metros, e o ar estava difícil de respirar. Após uns 750m de subida, desisti e voltei pra base, enquanto meus amigos cotinuaram até onde havia neve, já que um deles nunca havia visto.

Voltei pro carro e fiquei conversando com o dono do hostel e o outro cara, ambos muito simpáticos. Meus amigos chegaram e voltamos para Puerto Varas, direto para a rodoviária da TurBus. No horário previsto nosso bus saiu para Pucón; tomamos um dramin cada e a viagem passou voando. Perto da meia-noite chegamos em Pucón, muito cansados e sem saco para procurar hospedagem. Uma velhinha estava lá oferecendo um por 6000 pesos, e nós acabamos indo... péssima escolha. Fomos com ela caminhando até um lugar muito esquisito, e o hostel era uma casa onde ela morava, e quase não haviam hóspedes nele, somente umas 3 pessoas fora a gente. Deixamos nossas coisas e saímos pra jantar; acabamos encontrando uma pizzaria, e comemos por lá mesmo. Voltamos para o hostel e fomos dormir. O dia (pra variar) havia nos desgastado.

 

08/01, Dia 12 - Pucón

 

Acordamos às 11h, e como o hostel não oferecia café, enrolamos um pouco e fomos direto ao almoço. Um dos nossos amigos estava muito cansado, portanto fui eu e mais um. Andamos um pouco até uma rua principal que havia por perto, e entramos em um restaurante que tinha salmão por um preço bem razoável; ficamos por lá mesmo, e apesar do salmão não ter sido grande coisa, valeu à pena.

Após a refeição fomos ao centro da cidade, e foi nessa hora que nos demos conta de como estávamos mal localizados. A cidade é minúscula e mesmo assim estávamos a incríveis 25 minutos a pé do centro. Pagamos caro pela nossa burrada de ir na conversa da mulher. Bem, queixas à parte, saímos para ver tours para os dois próximos dias, sendo nossa principal meta a subida ao vulcão Villarica. Após entrarmos em algumas, encontramos uma por um preço razoável e que passava bastante confiança; decidimos por não fechar na hora, e voltamos ao hostel buscar nosso amigo, para regressarmos ao centro novamente, dessa vez com a grana e todo mundo. Fechamos hydrospeed (espécie de rafting com o corpo) e subida do vulcão por 50.000 chilenos.

Demos uma andada pelo centro e depois fomos ao Ecohostel fechar uma diária para o dia seguinte, já que queríamos nos livrar do nosso hostel a qualquer custo. Entramos, demos uma olhada, e este nos agradou, assim optamos por ficar lá mesmo. Voltamos à nossa maravilhosa acomodação, e preparamos nossa janta, mesmo com uma cozinha muito mal equipada e pequena. Decidimos por dormir cedo, já que estávamos muito longe para fazer algo, e no outro dia iríamos cedo ao Ecohostel. O dia acabou sem emoções, mas ajudou a recuperar as energias e seguir viagem a todo vapor.

 

09/01, Dia 13 - Pucón

 

Após uma noite muito bem dormida, levantamos relativamente cedo, nem tomamos café, e com muito gosto nos despedimos daquele "hostel" horroroso. Caminhamos por aproximadamente 30 minutos e chegamos ao Ecohostel. Não vou dizer que é ruim, mas uma coisa me incomodou demais: para ir ao meu quarto, tinha que passar no meio de outro, e como a separação entre os dois era por uma seda bem fina, se um quarto tinha luz acesa, o outro veria tranquilamente; resultado, para dormir era um inferno, pois além de ter que passar pelo outro quarto no escuro e tropeçar em tudo o que era objeto no chão, não podia acender a luz do meu quarto a noite e já vinha algúém do quarto vizinho encher o saco.

Voltando ao nosso dia, fizemos um almoço no hostel mesmo, e saímos para a agência, onde um translado nos esperava. Viagem tranquila de uns 45 minutos até o rio, e lá vestimos nossa roupa de borracha e pé de pato, ouvimos umas instruções do guia, e caímos na água. Estava congelante! No começo eu pensei que não aguentaria o frio, pois chegava a doer muito; mas com o tempo me acostumei.

Bem, o hydrospeed é feito com uma pranchinha, e você vai deitado, estilo moribug, descendo o rio. É bem divertido, mas cansativo, porquê é preciso remar com os pés o tempo todo já que o rio tem muitas curvas. O ponto alto são as mini cachoeiras, que vai à toda velocidade e com muitas ondas e movimentação, é simplesmente fechar os olhos e deixar ser levado pela correnteza. O trajeto demora aproximadamente uma hora e quinze minutos, e valeu a pena!

Voltamos para Pucón, e no caminho para o hostel demos uma pasada na lavanderia, pois tinhamos roupas para lavar. Depois fomos a um hostel perto do nosso provar roupas para a subida no vulcão, que aconteceria no dia seguinte. Feito isso, voltamos pro hostel, onde usufruímos um pouco da boa estrutura que ele oferece (piscina, sala de estar grande, cozinha equipada, sinuca), e ainda cedo fomos dormir. A subida no vulcão seria cansativa, e precisaríamos estar bem descansados.

 

10/01, Dia 14 - Pucón

 

O grande dia havia chegado, subiríamos o imponente vulcão Villarica! Acordamos cedo, tomamos um rápido café da manhã e partímos rumo ao hostel de onde sairia a excursão. Pegamos o ônibus junto com uma americana, um brasileiro e um israelense, todos muito simpáticos, e fomos à base do vulcão. O começo podia ser feito a pé ou com um teleférico que te leva a um ponto mais elevado onde começa a neve. Primeira burrada nossa; achamos que valia a pena ir caminhando para economizar os 5000 chilenos do teleférico, mas somente aquele pedaço foi muito puxado e chegamos lá em cima bem acabados, sendo que aquilo era somente 20% do percurso total. Demos uma boa descansada e começamos a subida pela neve, enquanto as coisas lá embaixo iam ficando cada vez mais longe e pudemos perceber a considerável altitude a qual nos encontrávamos. Conforme íamos subindo, o cansaço começava a bater e o ar se tornava rarefeito, o que dificultava e muito nossa tarefa. De vez em quando a perna não aguentava mais, e éramos forçados a parar, tomar nosso achocolatado (muito recomendado para essa subida, pois chocolate dá energia; se puder levar uma barra de chocolate para comer, melhor ainda), repor nossas forças e seguir em frente. Depois de muito tempo de subida, a neve acabou e iniciou-se um trecho de pedras, que felizmente era os metros finais, e logo nos encontramos na cratera do vulcão. Além da paisagem maravilhosa, a cratera possui um cheiro horroroso de enxofre, o que torna a respiração difícil quando se aproxima dele. Tiramos umas fotos, apreciamos a vista, e após 30 minutos na cratera, hora da descida; e aí veio a agradável surpresa... skibunda! Descemos o vulcão quase inteiro dessa forma, e é muito divertido. Vários tombos, trombadas e risadas da cara do outro. A volta toda foi feita em menos de uma hora, enquanto a subida foi feita em 4h30.

 

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Na base novamente, pegamos o ônibus, voltamos a Pucón e fomos pro hostel descansar (já havíamos feito check-out, porém nos deixaram usar o quintal pra tirar uma soneca), pois estávamos mortos. No final da tarde procuramos um local pra comer, e como estávamos meio apertados de grana, comemos um cachorro-quente com pepsi que estava na promoção. Voltamos ao hostel novamente, demos uma enrolada, arrumamos nossas coisas e partimos pra rodoviária. Às 20h em ponto nosso ônibus saiu em direção a Santiago. Tomamos um dramin cada e dormimos feito pedras. A viagem ocorreu sem maiores transtornos, e mesmo não sendo a cama que esperávamos após um dia tão cansativo, deu pra repor um pouco das energias.

 

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11/01, Dia 15 - Santiago

 

Fui acordado por meu amigo com o ônibus já estacionado na rodoviária. Descemos e fomos até o balcão de informações, pois não tínhamos anotado o endereço do hostel (mancada). Pegamos a localização, fomos indicados sobre o metrô e andamos até a estação. O metrô passou umas 6 vezes até que conseguissemos entrar, pois era 7 da manhã e o pessoal indo pro trabalho, então o metrô ficava completamente tomado de gente e nós com aquelas mochilas enormes; impossível achar espaço lá dentro. Enfim conseguimos pegar, e após 20 minutos lá dentro descemos na estação Salvador, e a primeira vista me agradou muito; Santiago é bem grande, mas ao mesmo tempo extremamente organizada e limpa, e o bairro que estávamos era muito legal, chama Providência. Caminhamos até nosso o hostel Atacama, e esperamos por aproximadamente duas horas até o check-in, pois chegamos bem cedo. Saímos para comer alguma coisa ali por perto, e depois regressamos ao hostel. Este último recomendo demais! Ambiente bem familiar, estrutura boa, quartos bons e atendimento ótimo (e preço bem em conta).

 

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Nossa tarde foi tranquila, nem saímos do hostel; o cansaço da subida do vulcão ainda estava bem forte. No final da tarde eu e um dos meus amigos fomos a um shopping, não lembro o nome, mas era muito legal (isso que eu não sou de shoppings). Tinha uma estrutura interessante e uma praça de alimentação ótima, onde jantamos. Demos mais uma andada por lá, e quando já estava escurecendo pegamos um táxi e voltamos ao hostel. Fomos dormir relativamente cedo, e finalmente conseguimos recuperar o desgaste do vulcão, já que a noite dentro do ônibus serviu somente para amenizar, descansar mesmo não foi possível.

 

12/01, Dia 16 - Santiago

 

Sem horário pra acordar, levantei completamente descansado. Tomamos um café meia boca, mas que deu pra sustentar, e ficamos o resto da manhã no hostel jogando cartas com um inglês que estava no nosso quarto; o cara tem 19 anos recém completados e está dando uma volta ao mundo sozinho... haja coragem (e dinheiro também, rs)! Ensinamos alguns jogos brasileiros, e ele nos ensinou alguns britânicos. Ficamos lá por aproximadamente duas horas e saímos pra comer. Em seguida fomos finalmente conhecer Santiago, pegamos o metrô até a Plaza de Armas e lá vivenciamos a metrópole Santiago (o bairro que estávamos era bem tranquilo). Muvuca, vendedores, indígenas e europeus caminhando lado a lado. Demos um longa volta pelo centro da cidade, com paradas pra assistir dança de rua, ver algumas roupas e comprar nossa passagem de ônibus pra San Pedro de Atacama; esta última pagamos 48000 chilenos (R$170) por um ônibus cama, que depois se mostraria extremamente útil para uma viagem de 23 horas.

 

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Após a caminhada pelo centrão, fomos andando até o Cerro San Cristobal, que infelizmente estava fechado (fecha às 17h, chegamos era quase 18h). Voltamos caminhando para o hostel pela Av. Providência, muito bonita e arborizada, o que deixa a caminhada muito agradável. Chegamos já estava escuro, e estávamos morrendo de fome; fomos pra pizzaria! Comemos muito, e depois ficamos o resto da noite no hostel conversando com outros hóspedes, todos muito simpáticos. O ponto forte do hostel é o ambiente familiar e os hóspedes, quase sempre muito simpáticos. Conversamos bastante, até altas horas da manhã, e fomos dormir.

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E ai pdavid, tranquilo cara.

Sim, sim, a viagem ainda esta rolando, estamos no dia 16 de viagem, agora em Santiago.

Vou ver se consigo escrever mais uns 3 dias ainda hj, pq estamos usando Santiago mais como uma cidade de descanso ja que Pucon acabou com nossas energias, rs. E em seguida teremos um bus de 26h ate San Pedro de Atacama. E posso garantir que nao existe cidade melhor para esse descanso, pois Santiago nao possui muitas coisas pra fazer, mas é uma cidade muito agradavel e perfeita pra ficar caminhando sem fazer nada, e pegando programas mais lights.

Abraço!

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  • 1 mês depois...
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13/01, Dia 17 - Santiago

 

Novamente acordamos tarde, e Santiago foi providencial para dar um fim àquele cansaço que ia acumulando a cada cidade que passávamos no sul da Argentina e Chile. Nem tomamos café, pois já era quase hora do almoço, e saímos para o supermercado. Fizemos um macarrão, e enquanto cozinhávamos uns argentinos também estavam na cozinha, e foi só engrenar o assunto futebol que nos tornamos amigos, rs. Resolvemos sair pela cidade, nós e os argentinos, e fomos até o Cerro San Cristobal, subindo pelo bondinho. Lá de cima a vista de Santiago é muito bonita, dá pra ver a cidade quase inteira (e é bem grande), fora o clima agrádavel, bem arborizado e tranquilo. Após uma hora aproximadamente descemos novamente com o bondinho, e enquanto pensávamos nosso próximo destino, tiramos foto com uma llama que estava nas redondezas.

Como bons amantes do futebol, resolvemos ir ao Estádio Nacional. Pegamos o metrô, caminhamos uma distância considerável, e pra nossa decepção... estava fechado! Por uma hora de atraso não pudemos entrar. Ficamos lá tirando algumas fotos por trás das grades (obviamente fotos bem ruinzinhas) e conhecemos outros futebolísticos igualmente revoltados com o pequeno atraso.

Pegamos o metrô de volta pro hostel e pra nossa grata surpresa, haveria um churrasco aquela noite. Tomamos um banho e quando saímos do banheiro o clima já estava bem animado, com música, bebida e carne. Conhecemos umas brasileiras e ficamos lá conversando, enquanto comíamos uma carne muito boa. Ficamos lá por longas horas, e quando já era quase 1h a galera resolveu ir pra uma balada que tinha ali perto; fomos juntos. A balada em si era meio estranha, mas deu pra se divertir, apesar de que começava muito tarde e acabava muito cedo (bizarro). Na volta pro hotel eu reparei que estava com umas manchas na pele, e o Matheos também estava. Pegamos um táxi (isso era 4h30 da manhã) e fomos até um hospital público, que para nossa surpresa queria cobrar 19000 chilenos (aprox 70 reais) pela consulta! Um absurdo o que fazem quando percebem que a pessoa é de fora. Saímos de lá rapidinho.

Voltamos pro hostel e fomos dormir, completamente exaustos. No dia seguinte teríamos que acordar 9h30 pra pegar o ônibus para San Pedro. As manchas deixamos pra resolver outra hora, apesar da coceira e da preocupação.

 

14/01, Dia 18 - Santiago/Atacama

 

Acordamos às 10h após uma noite muito mal dormida, e começamos a arrumar nossas coisas para deixarmos Santiago. Tomamos um banho, comemos, e fomos até a estação de metrô. Chegamos à rodoviária quase meio-dia e a primeira coisa que fizemos (nosso ônibus só saia às 12h45) foi irmos na farmácia ver se tinha algum farmacêutico disponível; e tinha! Ele nos avaliou e deu os medicamentos que deveríamos tomar. Ainda tomamos um lanche e compramos umas outras coisas para comer. No horário previsto nosso ônibus partiu, e como era a primeira vez que andávamos de salon cama, estávamos nos sentindo como reis! Era muito larga a poltrona!

Santiago certamente deixou saudades, é uma cidade muito, mas muito organizada, e extremamente agradável. Não fizémos tantas coisas assim durante nossa estadia, e mesmo assim ficamos surpresos com ela. Agora teríamos uma longa viagem de 24 horas pela frente, e isto desanimava só de pensar. Fazer o que. Pelo menos rolou um bingo dentro do ônibus, que dava como prêmio uma passagem de volta a Santiago... lógico que não estava precisando, mas ganhá-la e revender em San Pedro não seria má idéia, rs. Não ganhei, mas deu pra se divertir.

Houve somente uma parada em todo aquele dia, em La Serena. Revezava entre dormidas e olhadas pela janela, pois a paisagem do deserto chileno acabando no litoral é bem interessante. Quando a noite chegou serviram um lanche bem mais ou menos, e logo depois peguei de vez no sono, e só acordaria no dia seguinte.

 

15/01, Dia 19 - Atacama

 

O dia amanheceu, e a paisagem que já era relativamente desértica no dia anterior, tornou-se um mundo de areia sem fim, e mesmo já tendo estado em deserto antes, ver aquilo foi um choque pra mim. O ônibus uma rápida parada em Calama e perto do meio dia chegou em San Pedro, que é com certeza uma das cidades mais rústicas que já vi. Tudo é feito de barro, as ruas de terra, a vegetação rasteira por todo lugar. Era tudo diferente de todas as coisas que eu já havia visto.

Saímos pela cidade a procura de nosso hotel, o Iquisa, e não o encontramos. Pedimos muita informação até que uma mulher sabia, mas disse que era longe e só dava pra ir de táxi; o problema era que na cidade não havia táxis, somente um ou outro que sempre estavam ocupados. Ficamos lá parados sem saber o que fazer, até que um cara se disponibilizou a levar a gente por 2000 chilenos; topamos. Chegamos no hostel, e de cara vimos a diferença em relação a todos os anteriores, pois esse era muito simples, feito de barro (pra variar), com entrada meio caindo aos pedaços. Por dentro ele era mais simpático, e o nosso quarto triplo era muito bom. Ficamos lá um pouco, compramos uma coisas num mercado ali perto, preparamos nosso almoço, demos uma descansada básica, e perto das três da tarde fomos ao centro a pé.

O centro é absurdamente pacato, e o único movimento é de turistas andando pra lá e pra cá. Fomos de cara às agências de turismo ver preços para a 4x4 até Uyuni, e depois de pesquisarmos fechamos com uma de um senhor muito chato, que quase me fez desistir de tão insuportável que era; fazer o que, o preço estava tentador, 120 dólares por pessoa para 3 dias com duas diárias em acomodações e todas as refeições. De lá fomos até uma agência de passeios internos e fechamos o Valle de la Luna para aquela tarde. Como estava em cima da hora, pouco tempo depois já estávamos saindo para o passeio. É um lugar bonito, mas o passeio começa a ficar repetitivo uma hora, e para mim que já estive em Petra, ver formações rochosas chega a ser um pouco monótono. Quando já estava de saco cheio, veio a recompensa: assistir ao por-do-sol!! Não tenho como descrever, é uma das coisas mais linda que já vi na vida. O sol é muito brilhante, e os raios refletidos nas montanhas dá um tom espetacular. Fiquei lá sentado observando por uma hora, e só parei porque o guia nos chamou de volta pra van, se não teria ficado lá muito mais. E agora garanto, quem fizer o passeio Valle de la Luna, espere até o fim antes de começar a reclamar que está chato (não que ele inteiro seja chato, mas depois de um tempo fica).

Voltamos pro hostel deslumbrados com a beleza daquele por-do-sol, e passamos novamente no mesmo mercado comprar algumas coisas pra preparar; macarrão, é lógico. Talvez não tenha citado ainda, mas 80% das refeições preparadas era macarrão, assim como todo bom mochileiro, rs.

À noite conhecemos um americano de apenas 20 anos que estava morando em Valparaíso para trabalhos voluntários. Ficamos lá conversando com ele, e perto da meia-noite fomos dormir.

 

16/01, Dia 20 - Atacama

 

Acordamos relativamente tarde, tomamos um café da manhã comprado na venda ao lado do hostel, e ficamos por lá mesmo, não fazendo nada. Detalhe para o "fazendo nada" é uma rede que havia no quintal, muito boa, e que era disputada a tapas pelos hóspedes, rs. Preparamos nosso almoço, e saímos para a cidade com o objetivo de fecharmos nosso passeio até Uyuni, e comprar o passeio de observação astronômica para aquela noite. Como já tinhamos pesquisado preços no dia anterior, fomos direto na agência mais barata comprar nosso passeio na 4x4 para o dia seguinte; 125 dólares aproximadamente por pessoa, com todas as alimentações e hospedagens, não incluindo somente a entrada nos parques. Trocamos alguns chilenos extras por bolivianos em uma casa de câmbio, e fomos comprar nosso passeio da noite, o que acabou sendo uma grande desilusão, pois era lua cheia e eles cancelam qualquer programa do gênero. Fiquei realmente triste, pois era nosso último dia em San Pedro, e o céu lá era um espetáculo a parte.

Demos mais uma volta pelo centro, compramos uns artesanatos e fomos a um museu sobre as civilizações antigas daquele local; legalzinho, mas nada de mais. Programa dispensável, mas enfim, nos custou somente 1000 chilenos. Voltamos pro hostel, preparamos nossa janta e ficamos na varanda relaxando, pois a noite no deserto tráz muita paz, com certeza. Fomos dormir cedo, pois no dia seguinte começaria nossa aventura pelo altiplano boliviano.

 

17/01, Dia 21 - 4x4

 

Madrugamos no frio do Atacama, tomamos um café rápido e nos preparamos para sair. Encontramos a mulher do dono do hostel na saída e pedimos uma carona (eles tinham translado grátis até o centro); ela, com toda a calma do mundo, respondeu que não era preciso, pois o tour busca os passageiros no local onde estão hospedados. Desconfiamos daquilo, mas como ela lidava com aquilo todo dia, resolvemos acreditar. O tempo foi passando, passando, e começamos a ficar preocupados, então eu resolvi perguntar para a mulher se ela tinha certeza, e se ela tinha falado com a agência. Não é que a cara-de-pau me responde "Ah, nem falei com eles, mas com certeza passarão!". Meu deus do céu!! Quando ouvimos aquilo saímos correndo em disparada até a agência, chegamos lá faltando 5 minutos pro ônibus partir. Ainda pedimos pra comprar água num supermercado, e por muito, muito pouco não perdemos o passeio. Que irresponsabilidade da mulher!

Dentro do ônibus que nos levaria até a fronteira, haviam 2 francesas de uns 50 anos, e um irlandês de uns 25. Pegamos uma fila pra sair do Chile, mas foi tranquilo. O cômico era a fronteira de entrada na Bolivia - literalmente um barraco! Minúsculo e no meio do nada. Pegamos nosso carimbo de entrada, nos esprememos na vãn, e assim iniciava-se a nossa aventura pelo altiplano boliviano. E logo na entrada, a primeira surpresa: tínhamos de pagar mais um valor pela entrada no parque, que não estava incluído no valor da 4x4. Brigamos muito com o cara (no contrato dizia que não há gastos extras, mas sabe como é, esses caras na grande maioria são safados), mas não teve jeito. Não tínhamos mais um centavo, e com bastante receio pedimos emprestado ao irlandês que ainda não tinha trocado uma sílaba com a gente. E não é que o cara revelou-se muito gente boa! Virou nosso amigo de viagem, e nos demos muito bem. Emprestou o dinheiro na maior boa vontade e disse que em Uyuni pagaríamos ele.

Enfim, após pararmos num lugar esquisito pra comer, a viagem de fato começou. Paramos na laguna verde e laguna colorada, que eram exatamente da mesma cor, rs. Mas ambas muito lindas, e cheias de flamingos. dando um toque especial. Percorremos um trajeto ao redor delas que, somado às montanhas no entorno, davam uma vista incrível! Depois rodamos por uma hora mais ou menos, até os geyseres. É algo bastante maluco, mas não me impressionou muito não, até porque esses eram bastante pequenos (os famosos Geyseres del Tachio em San Pedro são muito maiores, mas não chegamos a ir), mas valeu conhecê-los.

Por fim, o destino final daquele dia seriam as águas termais, e eu honestamente tava doido pra entrar logo nelas. Chegamos, trocamos de roupa, e entramos... mas aí nossa surpresa: a água não era quente, era FERVENDO! Era extremamente desconfortável e eu tava queimando, mas já que estava ali, resolvi ficar um pouco. Me arrependi; com a temperatura da água, comecei a passar muito mal, e quase desmaiei. Sai da água, meus amigos buscaram um pouco de água gelada pra eu tomar, mas não passava aquela tontura, e eu sentia que ia apagar. Foi no quase, e aos poucos fui melhorando e voltando a ficar consciente. Depois do susto, voltamos ao carro para seguir viagem. Mais uma hora e estávamos na primeira hospedagem, muito simples, mas isso era o de menos. O problema era que não tinha água (nem fria) e a cama era horrível. Como ainda era 16h, ficamos o resto do dia jogando um jogo de baralho que o irlandês ensinou - Ianov -, um jogo israelense. À noite jantamos, e pelo menos a comida era muito boa. Depois jogamos mais cartas, enquanto lá fora estava simplesmente -4 graus, em pleno verão.

Depois de alguns muitos jogos de cartas, nós três, o israelense e dois francêses que estavam lá também, fomos dormir quase meia-noite. Combinamos previamente com o motorista para acordar às 7 (ele tinha sugerido 6, mas demos uma chorada e ele concordou). Esse era somente o primeiro dia na 4x4, e o dia seguinte reservava mais, muito mais! Nós nem imaginávamos que se tornaria o dia mais memorável de nossa viagem, e não pelos lugares que iríamos conhecer!

 

18/01, Dia 22 - 4x4

 

Acordamos às 7h, após insistirmos muito com o guia (ele queria de qualquer jeito que fosse às 6), rs. Tomamos um café meia boca e caímos na estrada novamente. De cara uma das lagunas mais bonitas do altiplano boliviano, não lembro o nome, mas era fantástica; repleta de flamingos, que davam um toque especial ao lugar. Depois fomos para um local onde havia algumas pedras e formações rochosas; bonito, mas achei uma parada bastante dispensável, mas depois dei valor a ela, pois após isso a estrada e somente ela foi nossa companheira pelas próximas muitas horas. Quando já não aguentava mais ficar dentro daquele carro, chegamos ao local do almoço: uma comunidade minúscula, que devia ter umas 12 casas no máximo. Comemos muito bem, e seguimos viagem.

Primeiro passamos pelo vale das LLamas, que no começo impressiona pela quantidade delas, mas após um certo tempo eu comecei a encher o saco de ver tantas. Tiramos algumas fotos delas, e quando eu já não aguentava mais ver llamas na minha frente, seguimos viagem até uma comunidade muito interessante. Não lembro ao certo o nome, mas era uma cidade fantasma, ou ao menos aparentava ser. Ficamos lá por uns 45 minutos e nessa tempo não vi uma pessoa, um movimento, nada! Perguntei ao guia se havia população, ele disse que sim, mas que eles não costumam andar nas ruas à tarde.

Quando deixamos a cidade, após poucos minutos de viagem estávamos em um deserto plano, que parecia não ter fim, e claramente o salar estava se aproximando, pois já era possível perceber os reflexos no chão e a paisagem típica. É incrível, o carro anda, anda, e parece quase não sair do lugar. O motorista escolheu ir por um caminho mais curto, e após um ponto ele percebeu que estava havia muita lama, e que mesmo a 4x4 estava tendo dificuldades em seguir; não deu outra, atolamos! Saí do carro e quando vi a cena comecei a ficar preocupado... o cara estava MUITO atolado, nunca havia visto nada igual. Olhei para os lados, absolutamente nada ao nosso redor, apenas um deserto sem fim. O motorista pegou o celular, e como era de se esperar, nada de sinal. O desespero tomou conta de nós, pois já era fim de tarde e a noite já dava sinais de que chegaria em breve.

O motorista falou que teríamos que conseguir algumas pedras, mas simplesmente não havia pedras ali. Ele disse que existia uma vila a aproximadamente 7km de onde estávamos, e fui eu e meus dois amigos junto com o guia, enquanto as francesas e o irlandês ficaram. Conforme caminhava, percebia que nossa situação era realmente preocupante, pois a vila era muito longe, e se a noite chegasse junto com o frio, estávamos fritos. Depois de muito caminhar, chegamos e percebi que era um povoado minúsculo, com umas 6 ou 7 casas. Conseguimos um carrinho de mão com uma senhora e algumas pedras. O carrinho era muito pesado e nos revezamos para carregá-lo, e minha mão já estava em carne viva. O irlandês veio correndo ajudar, e carregou no trecho final, quando minha mão já pedia trégua e doía de forma absurda.

Começamos nosso trabalho para tentar desatolar aquele gigante, e com muito trabalho conseguimos pôr as pedras sob a roda. Nos posicionamos atrás do carro, o motorista ligou, e... nada de sair. Desilusão total, e a essa hora já estava completamente escuro, e eu não demonstrava, mas por dentro só pensava em uma coisa, "F****". Meu amigo também estava claramente abatido, e eu não acreditava que estava passando por aquilo.

Mudamos as pedras de posição e novamente nada, e pra piorar a cada vez que a gente tentava, atolava mais o carro. Eu já havia perdido a esperança, e não sabia o que seria de nós, pois não havia telefone, ninguém passaria por ali, pois era um atalho, e na vila onde havíamos ido buscar pedras não havia luz e nenhum carro. Estava completamente desanimado, quando o irlandês falou "vamos tentar uma última coisa, colocar essa tábua em frente às rodas dianteiras". Não tinha nada a perder, topei a idéia e tentamos. Posicionamos a tábua e tentamos arrancar; não saiu, porém claramente o carro havia chegado bem mais perto de sair do que nas outras vezes. Insistimos na idéia, mudamos a tábua de lugar, e começamos a empurrar o carro. Uma força extraordinária veio de dentro da gente, e a vontade de sair dali era tanta que nos superamos, e mesmo o carro não pegando, continuamos empurrando, e ele desatolou! A alegria foi inexplicável, nossa vibração parecia gol do Corinthians aos 47 do segundo tempo. Foi demais!

Entramos no carro felizes da vida, saímos daquele maldito atalho, e pegamos a estrada normal rumo ao hostel. Paramos no hotel de sal, e estava lotado. Paramos em outros dois, e ambos estavam lotados. Lógico que 100% das 4x4 chegaram antes que nós (eles não reservam antes, o esquema lá é corrida mesmo, quem chega antes pega a vaga), então nos vimos obrigados a ir para um hostel horrível, e completamente fora do caminho. Chegamos nele às 23h, sendo que a previsão era 17h30. Quando coloquei os pés no nosso quarto, quase chorei emoção, rs. Tomei um banho, isso mesmo, um BANHO! E quando fomos jantar percebi que ele não era tão ruim assim, pois apesar do quarto péssimo, a comida era uma delícia. Jantei e fui dormir, aliviado e feliz por ter uma cama para aquela noite, depois do sufoco e da tensão que passamos. Por conta do ocorrido, o motorista concordou em acordarmos novamente às 7h.

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  • 2 meses depois...
  • Colaboradores

Oi Carolina.

O gasto total ficou em torno de 4700 reais, sendo 900 de passagem aérea (São Paulo - Buenos Aires e Lima - São Paulo). Gastamos bem pouco em hostels, alimentação e transporte, mas fizemos todos os passeios que queríamos, então na média foi uma viagem de custo bastante razoável, considerando o longo tempo que ela durou.

Beijo.

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  • 2 meses depois...
  • Colaboradores

19/01, Dia 23 - 4x4

 

Acordamos cheios de disposição, prontos para encarar o último dia de 4x4, e também o que mais prometia! Tomamos um ótimo café da manhã feito pelos locais, nos despedimos deles e partimos. Mal começamos e já podíamos ver aquele gigantesco deserto de sal na nossa frente... incrível! Quando por fim adentramos nele, a sensação é muito louca! É como estar dirigindo, mas não sair do lugar, pois não dá a impressão de movimento, já que para todo lado que se olha não há nada diferente daquela imensidão branca.

Rodamos por aproximadamente 1h até chegarmos à famosa ilha dos cactos, que fica encravada no meio da salar. Descemos, e quando tudo parecia perfeito, as francesas começaram a bater boca que não iriam pagar os míseros 10 bolivianos para entrar na ilha, e ficaram no carro. Quando desperdício! Nós, que não tínhamos nada a ver com isso, pagamos e entramos. A ilha é bem interessante, e é repleta de cactos enormes. Além disso, ela possui uma vista maravilhosa do salar, e tiramos milhares de fotos, como bons turistas, rs. Demos a volta na ilha (há um caminho demarcado, mas nós fomos por caminhos alternativos) e após 1 hora voltamos para o carro. Encontramos as francesas com cara de poucos amigos, e apenas lamentamos a atitude delas, que perderam uma atração por conta de um orgulho besta.

Seguimos viagem até o hotel do sal, mas como demos uma rápida olhada e não nos pareceu interessante, concordamos em seguir viagem. Passamos por uma parte feia do trajeto, e uma hora e pouco depois chegamos à cidade de Uyuni, onde descemos nós e o irlandês. É uma cidade feia, e tomada por mochileiros (que, obviamente, não estão ali para conhecer a cidade em si). Procuramos algum lugar pra comer, e acabamos em uma pizzaria, onde comemos muito e jogamos baralho por um longo tempo, tudo para não ter que voltar pro sol, que estava infernal aquele dia. Saímos de lá umas 16h, compramos nossas passagens para La Paz às 20h daquela mesmo dia (o irlandês para Sucre), e fomos pra praça central esperar o tempo passar. Aproveitamos que havia uma promoção numa loja de coisas típicas e compramos presentes para namoradas, mães, etc. Procuramos uma lan house para usar a internet, mas não havia luz na cidade, e foi um tédio total esperar até o ônibus sair. Finalmente, chegando perto das 20h fomos comprar algumas coisas para comer, e depois fomos até o local de onde ele partiria.

Às 20h em ponto embarcamos para aquela que seria a pior viagem de nossas vidas. A estrada era absurdamente esburacada, o ônibus horrível, uma gritaria (no ônibus havia famílias, com bichos, crianças pequenas chorando), e um cheiro insuportável. Passei muito mal, e meu amigo vomitou algumas vezes. Tomei remédio para dormir, e consegui mais ou menos. Não via a hora de chegar em La Paz.

 

20/01, Dia 24 - La Paz

 

Quando o motorista anunciou que estávamos em La Paz, às 6h, fiquei muito feliz! Não via a hora de deixar aquele inferno que eles chamavam de ônibus. Confesso que La Paz sempre me chamou a atenção, pois havia visto algumas fotos e achava incrível uma cidade encravada no meio de montanhas. Mas quando saímos da rodoviária e pegamos o táxi, comecei a perceber que as peculiaridades de La Paz eram muito mais do que imaginava. É, no mínimo, uma cidade muito doida! Ruas estreitas, pessoas por todas as partes, um eterno sobe e desce, trânsito caótico. Estava adorando tudo aquilo! Gosto muito de conhecer lugares diferentes, e mesmo não sendo uma cidade bonita, La Paz é muito interessante, e só quem já foi sabe do que estou falando. Não se parece com nada que já havia visto antes.

Chegamos ao Hotel Sagárnaga, que seria o primeiro hotel da viagem, mas com um preço de hostel: U$10 por noite. É um hotel simples, mas ajeitado e com uma boa localização, no centro da cidade, só que em uma rua não tão caótica quanto a maioria. Por conta do cansaço da viagem anterior, resolvemos tirar aquela manhã para dormir, e só levantamos na hora do almoço. E foi aí que começamos a perceber o paraíso que La Paz é para nós brasileiros. Andamos um pouco para tentar achar algum lugar pra comer, e vimos um muito chique, que pensávamos ser caro. Mas quando olhei o cardápio, a única coisa que pensei foi "não acredito"!! La Paz é MUITO barata para brasileiros, e quando eu falo muito é realmente de outro planeta os preços. Comemos muito, comida de alta qualidade, com direito a suco e sobremesa, e gastamos 12 reais cada um!! Deixamos o restaurante com um sorriso de orelha à orelha, e voltamos pro hostel. Como a distância entre eles não era tão curta, deu pra bater perna pelo centro da cidade e ver a principal avenida, que é inacreditavelmente caótica, e você passa por ela torcendo pra não ver acidente, e por algum milagre lá de cima, não vê, rs.

À tarde um outro amigo nosso que estava viajando pela Bolívia se juntou a nós, e fomos até a Plaza Murillo, sede do governo boliviano. Praça pequena, mas bonita. Lá as pessoas se reúnem fim de tarde, e como fomos umas 18h, ela estava tomada de gente. Ficamos lá por um tempo, e depois fomos comprar nosso passeio para Chacaltaya para o dia seguinte. Fomos de agência em agência perguntando preço, e fechamos com uma que nos pareceu confiável e mais barata. Não lembro quanto custou, mas não é um passeio caro, mas vale lembrar que La Paz é barata quando se trata de coisas para a população local; para os turistas, é o mesmo preço de qualquer outra cidade.

À noite, eu e meu amigo que havia se juntado a nós aquele dia fomos comer em uma churrascaria, enquanto os outros foram procurar outro lugar para comer. Achamos uma perto do hotel, e entramos. Comemos muito, e carne de qualidade. Não saiu tão barato quanto o almoço, mas ainda assim ridículo se comparado ao Brasil. Ficamos por lá conversando um bom tempo, pois não via ele há um tempão, e depois voltamos pro hotel. Fomos dormir cedo, pois teríamos que estar na agência às 7h30 para Chacaltaya. Fui dormir feliz com a cidade que estava conhecendo, e La Paz certamente ficará na memória para sempre. Não é a cidade mais bonita, nem a mais legal, mas é La Paz!!

 

21/01, Dia 25 - La Paz

 

Acordamos, tomamos um café da manhã mais ou menos no hotel, e partimos pra agência. Chegamos lá e logo depois nossa van para Chacaltaya já estava partindo. La Paz é uma cidade encravada no meio das montanhas, e nossa van estava subindo cada vez mais, e a vista lá de cima era impressionante, dava pra ver quase a cidade inteira. Paramos para comprar comida e água, e depois seguimos direto para Chacaltaya, viagem de aproximadamente 1 hora e meia.

Quando já estamos perto, o caminho é bastante tenso, e a van vai em uma estrada de terra à beira de um precipício, e é realmente assustador. Após alguns momentos de tensão, lá estávamos nós na base da montanha. Chacaltaya é o ponto mais alto da região de La Paz, e fica a quase 5000 metros de altura, e a dificuldade para respirar lá é muito grande. Começamos a subida e em 5 minutos já estava cansado, e nosso ritmo era de aproximadamente 5 minutos de subida para cada 10 minutos de descanso, rs.

Após muito sofrimento chegamos ao topo de Chacaltaya, e a vista lá em cima é impressionante, a começar pela formação rochosa, que tem uma coloração bastante peculiar. Ficamos no topo por aproximadamente 30 minutos, e depois descemos, o que foi bastante fácil, rs. De lá seguimos para o Valle de la Luna, que fica ao sul da cidade de La Paz. O que me chamou atenção, logo na chegada ao Valle de la Luna, eram as casas ao redor: mansões enormes, em uma cidade extremamente pobre. O guia nos explicou que aquela parte da cidade é onde europeus e americanos moram.

O Valle de la Luna é um lugar bastante diferente. É difícil definir como é... seria como um "mini-canyon", só que com formações rochosas pontudas. Apesar disso, não me impressionou muito, talvez porque eu já estivesse cansado de Chacaltaya. De toda forma, valeu a visita. Chegamos na agência e reservamos o Downhill para o dia seguinte, que é, para a maioria, a melhor coisa que há na cidade.

Voltamos para o hotel, tomei um banho, e saímos para jantar em uma churrascaria novamente. Queríamos aproveitar ao máximo a oportunidade de comer bem e barato. Novamente o jantar foi brutal, e a volta pro hotel foi sofrida, pois tínhamos que subir uma ladeira, com a barriga cheia, e aquela altitude infernal. Fomos dormir cedo, pois o dia seguinte seria ainda mais cansativo.

 

22/01, Dia 26 - La Paz

 

Acordamos, e era dia 22 de janeiro, meu aniversário! Havíamos planejado o downhill durante o dia e uma balada à noite pra comemorar meus 19 anos. Tomamos café e fomos até a agência. Chegando lá, a péssima notícia: a van que nos levaria havia quebrado e não poderíamos ir aquele dia, e teria que ficar pro dia seguinte. Isso nos atrapalhou, pois no dia seguinte planejávamos ir à Copacabana e depois Cusco, e não gostaríamos de ter que eliminar um dia de algum desses lugares. Conversamos bastante e decidimos ficar em La Paz, pois o downhill era muito aguardado por todos nós.

Voltamos ao hotel, fiquei vendo TV um tempão, meio entediado. Depois saímos para comer, e após o almoço fomos a um parque no centro, não lembro o nome, mas era muito legal. Tinha mesas de pebolim lá, ficamos jogando, e depois fomos dar uma volta. Fica numa parte mais alta, então a vista lá é muito bonita. Avistamos quadras de futebol, e a saudade de bater uma bola tava grande, e descemos até lá na esperança que os bolivianos nos convidassem para jogar. Observamos por um tempo (impressionante como eles jogam mal futebol), e um dos jogadores, talvez o único ali que poderia jogar junto com brasileiros, nos viu observando e começou a tentar jogadas de efeito, toda vez que fazia um gol dava uma olhada, e nós nos matando de rir (meu amigo tava com a camiseta do Brasil, então o moleque deve ter notado de onde éramos). Por fim ninguém nos chamou pra jogar, e o único que queria nos chamar ouviu uns xingamentos dos outros e desistiu. Fazer o que?

Na volta pro hotel comecei a me sentir muito mal, muito mesmo. Acho que a altitude mais o frio de La Paz me deixaram daquele jeito. Chegamos no hotel ums 17h e fomos jogar cartas pra passar o tempo. Durante o jogo comecei a me sentir ainda pior, tossindo muito e me sentindo muito fraco. À noite decidi que seria impossível ir pra balada, e meus amigos foram jantar fora; eu fiquei no hotel. Comecei a temer que não pudesse fazer o downhill, e aquilo estava me preocupando. Dormi muito cedo, e quando meus amigos chegaram no quarto eu acordei e eles haviam comprado um pedaço de bolo e cantaram um parabéns ali mesmo. Muito legal da parte deles, levantou um pouco meu astral. Voltei a dormir, um pouco menos desanimado.

 

23/01, Dia 27 - La Paz

 

Acordamos cedo, e eu estava me sentindo péssimo. Queria mentir pra mim mesmo, mas isso arruinaria o resto da viagem: não tinha condições de fazer o downhill! Meus amigos foram embora e eu voltei a dormir, e estava realmente puto. Tava esperando há muito tempo pra fazer aquilo, e uma febre inesperada acabou com isso.

Não tenho muito o que falar desse dia, não saí do quarto, e aproveitei pra falar pelo skype com amigos e familiares. Tomei meu remédio pra gripe, e isso ajudou um pouco. Ao final do dia já estava me sentindo bem melhor, mas ainda fraco. Quando meus amigos chegaram, me disseram que foi uma das melhores coisas da vida deles, e eu não estava acreditando que havia perdido aquilo. Foi com certeza o dia mais decepcionante da viagem, o que não mudou em nada o resultado final, que foi uma das melhores viagens da minha vida!

Como o downhill oferecia a janta, saí pra comer sozinho em um restaurante natural em frente ao hotel, pois queria algo leve por causa da doença. Pra minha surpresa, foi uma das melhores refeições da viagem. Comi um sanduíche com pão integral e uma salada de frango, mais uma bebida típica boliviana, tudo por mais ou menos 7 reais! Levantou um pouco meu astral, e foi uma refeição e tanto, isso que eu sou viciado em carne!

No dia seguinte sairíamos para Copacabana. Pedi para não irmos tão cedo, pois assim eu poderia dormir mais e tentar me recuperar, e meus amigos concordaram prontamente. Combinamos de acordar às 8h30, ir em uma loja de esportes que um amigo meu queria ir, e ir pro cemitério pegar a van para Copacabana por volta das 11h.

 

24/01, Dia 28 - Copacabana

 

Acordamos às 8h30, e eu estava me sentindo muito melhor. Fiquei bastante aliviado com isso, e estava pronto pra seguir viagem. Fomos até a loja de esportes, e lá vi a camiseta oficial da seleção brasileira, a azul (nova), por um preço ridículo. Resolvi comprar, pois queria ela há algum tempo. Meu amigo comprou um tênis, pois o dele havia rasgado, e saímos de lá por volta das 10. Pegamos um táxi até o cemitério de La Paz, que é onde as vans partem pra Copacabana, e fechamos com uma que sairia às 11 em ponto; pagamos 40 bolivianos (aprox. 10 reais) cada.

A viagem é meio monótona e a van fede demais. Em um trecho temos que pegar uma balsa e depois seguir viagem, e como estava chovendo, ficamos encharcados. Após longas 4 horas chegamos em Copacabana e a primeira coisa que fomos procurar foi um restaurante, pois estávamos morrendo de fome. Comemos uma anchova mais ou menos, mas muito barata, e fomos rodar a cidade em busca de um hotel. Copacabana é uma cidade bem pequena e meio feia na minha opinião, mas a vista pro Lago Titicaca compensa. Rodamos um pouco por ela e achamos um hostel na beira da praia (não lembro o nome, e não está no hostelworld.com), porém meio afastado do centro, o que fazia com que ele fosse muito mais barato. Como não havia quarto triplo ou dormitório disponível, tive que ficar na suite individual, mas pelo preço do quarto triplo com banheiro compartilhado. Nada mal!

Saímos do hostel e fomos sacar dinheiro, pois estávamos quase sem nenhum. Aí começamos a descobrir um problema da cidade, não existe nenhum caixa eletrônico que aceite visa!! Rodamos Copacabana inteira até que um senhor nos disse que realmente não havia nenhum. P****! Começamos a ficar preocupados, e fomos juntando todas as notas e moedas que tínhamos de todos os países para trocar por bolívares, choramos um câmbio melhor (menos pior) em todas as casas de câmbio da cidade, e todo mundo queria cobrar uma facada pelos nossos reais. Até que uma senhora, de tanto ouvir a gente encher o saco, concordou em trocar por um câmbio mais ou menos, o que era maravilhoso perto dos outros (chegaram a oferecer 3,20 bolívares por cada real, sendo que o câmbio oficial à época era mais ou menos 4,10). Trocamos todo nosso dinheiro, e precisaríamos economizar e muito até chegarmos em Cusco.

Após isso fomos até uma agência, fechamos o passeio pra Isla del Sol pro dia seguinte, assim como o ônibus até Cusco, e voltamos ao hostel. Tomei um banho, e saímos para jantar. Como nosso dinheiro estava em estado de emergência, fomos em um supermercado, compramos umas bolachas recheadas, e essa foi nossa janta.

Sem grana e em uma cidade que morre após 11 da noite, ficamos jogando cartas e conversando no quarto até muito tarde.

 

25/01, Dia 29 - Copacabana

 

Acordamos cedo, tomamos um café muito bom no hostel, talvez o melhor da viagem inteira, e saímos rumo à praia, de onde o barco sairia pra Isla del Sol. Chegamos lá e a parte de dentro do barco já estava lotada, tivemos que ir em cima, que é descoberto. Não pareceu tão mau, até o barco começar a andar e o vento mais os pingos da água nos congelarem dos pés à cabeça. Como havíamos levado somente um moletom cada e deixado o resto no hostel, o trajeto foi meio ruim, mas a vista do lago é sensacional. Após uma hora e meia mais ou menos, chegamos à Isla del Sol. Alguns grupos se dividiram com guias para conhecerem partes específicas da ilha, mas nós preferimos conhecer por conta própria, não tendo a menor ideia de onde estávamos indo. Achamos um pier em um local super tranquilo e ficamos lá por um bom tempo. Depois achamos um atalho e chegamos em uma praia super movimentada e cheia de barracas. Nos pareceu um lugar ótimo para acampar, e se alguém for levar a barraca para a viagem, a Isla del Sol é uma boa dica.

Após algumas horas na ilha, pegamos o barco de volta até uma ilhas flutuantes, que eu particularmente achei algo muito feito pra turista ver, e apesar de ser interessante, não considero nenhum programa imperdível. Uns argentinos (tinha que ser, rs) resolveram pedir uma truta no restaurante da ilha flutuante, e todo mundo já estava no barco pronto pra voltar pra Copacana, e a comida deles ainda não havia chegado. Tivemos que esperar 20 minutos a mais por causa disso, e quando eles voltaram pro barco tiveram que ouvir os xingamentos, e a gente só rindo da situação.

Chegamos em Copacana no meio da tarde e fomos procurar um lugar pra comer. Encontramos um restaurante perto da praia, comemos um peixe muito bom que levou nossos últimos bolívares embora, e voltamos pro hostel. Pegamos nossas mochilas, fomos até a agência de onde partiria o bus. Às 19h em ponto saímos rumo a um dos destinos mais esperados da viagem: Cusco e Machu Picchu! Sentei ao lado de um argentino que estava rodando a América do Sul de ônibus, e pelo menos deu pra distrair um pouco. Chegamos à fronteira, a entrada no Peru foi super tranquila, e seguimos viagem até Puno. Chegamos em Puno e saímos correndo para o caixa eletrônico, pois naquele momento não tínhamos um centavo no bolso. Sacamos nossos soles (moeda do Peru) e entramos no ônibus final, que nos levaria à cidade de Cusco. A viagem foi tranquila, e consegui dormir quase ela toda.

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  • 5 meses depois...
  • Colaboradores

26/01, Dia 30 - Cusco

 

Após uma viagem tranquila, chegamos em Cusco às 6h. Descemos, e na porta da rodoviária começou a guerra entre taxistas pra ver quem nos levaria ao hostel (que por sinal não estava reservado, mas havíamos feito uma lista com alguns). Nós só assistindo e comemorando, pois cada vez algum deles fazia um preço ainda mais baixo, até que um sugeriu 7 soles e os outros ficaram quietos. Bingo! Entramos no táxi, e no caminho até a parte central onde os hostels ficam, já comecei a gostar de Cusco. Cidade com construções antigas, ruas antigas, muito bonito.

Fomos até o primeiro hostel, mas estava lotado. Fomos até o segundo, lotado também. Seguimos para um terceiro e último na nossa lista, e esse tinha vaga somente em um dos quartos, compartilhado com 10 pessoas. Entramos, deixamos nossas malas em uma sala, pois ainda era 7 da manhã e nossa reserva só começaria meio dia, e conseguimos convencer o staff a nos deixar tomar café. Ah, quase ia esquecendo: ficamos nos Pariwana, e foi o melhor hostel da viagem sem nem pensar duas vezes. Localização muito boa, hostel bonito, grande, barato, quarto muito confortável, cama ótima, mesa de ping pong pras horas vagas, mesa de sinuca, banheiro compartilhado, mas que na prática acaba sendo privativo, pois vc entra e tem vários portas que fecham totalmente para banho ou necessidades (fora que o banho era ótimo). Resumindo, é o melhor hostel que já fiquei em todas as minhas viagens, e não tenho absolutamente nada a reclamar.

Ficamos jogando ping pong com uns australianos até meio dia, fizemos check-in no quarto, e descobrimos que haveria um churrasco com torneio de ping pong naquela tarde. Como jogo bem, me animei, pois dariam um prêmio ao vencedor. Não deu outra, ganhei o torneio (tudo bem que os adversários eram um pior que o outro, mas isso é detalhe, rs) vencendo meu amigo na final, e ganhei um vinho! Abrimos ele durante o churrasco, e admito que o sabor da vitória era muito melhor que o vinho em si, mas tudo bem, não paguei nada pra entrar no torneio mesmo.

Como o churrasco foi até final da tarde, só conseguimos ir à Plaza de Armas quando já estava escurecendo, e valeu à pena. À noite eles iluminam uma fonte que tem lá, e fica ainda melhor. A Plaza de Armas de Cusco é disparada a mais bonita entre todas que visitamos, e é bastante agitada. Tiramos algumas fotos, demos umas voltas, e fomos a um supermercado comprar algo para cozinhar. Comemos, e depois tava rolando uma festa no bar do hostel, com direito a jogo do Corinthians, estreia da libertadores. Como um bom fanático, quase morri vendo o jogo (sim, aquele jogo mesmo, contra o Tolima. Não foi a eliminação, foi o jogo de ida em SP, 0x0), e como tava cheio de corinthiano lá, virou uma guerra contra os secadores. Acabou o jogo, eu indignado com o resultado saí do bar, pois a festa tava meio morta mesmo, e fiquei no quarto lendo. Descobrimos uma galera muito gente boa que estava no mesmo quarto, brasileiros do Rio, e ficamos conversando com eles. Aliás, o hostel estava invadido pelos cariocas (ou cariocaXX).

Fomos dormir, e no dia seguinte não tínhamos hora pra levantar, pois os planos para o dia eram simplesmente dar uma volta a mais pelo centro de Cusco e barganhar o máximo possível o passeio pra MP.

 

 

27/01, Dia 31 - Cusco

 

Nesse dia acordamos, tomamos um café rápido e já saímos, pois precisávamos fechar o passeio pra Machu Picchu, que faríamos no dia seguinte. Fomos até a Plaza de Armas, local de praticamente todas as agências de turismo da cidade. Nos informamos sobre valores no hostel, e nos disseram que um preço justo seria entre 130 e 140 dólares, mas como em todo o Peru, era sempre bom barganhar ao máximo, e sempre verificar o que estava incluído no valor proposto pela agência.

A quantidade de agências ao redor da Plaza de Armas é realmente impressionante, e como tínhamos uma manhã inteira para pesquisar valores, fomos sem pressa. Entramos em algumas, a maioria cobrando 150 dólares e com pouca abertura à barganha. Como era altíssima temporada e a cidade estava invadida por turistas europeus, as agências não faziam tanta questão de reduzir os valores para nós; aos poucos fomos percebendo isso e combinamos que na primeira em que encontrássemos o valor recomendado pelo hostel, fecharíamos. Não deu outra, e após quase uma hora rodando conseguimos fechar com uma por 140 dólares, e o passeio incluía o Valle Sagrado e entrada para todos as atrações pagas que há nele, trem ida e volta de Ollamtaytambo para Águas Calientes, hotel em Águas Calientes, entrada em Machu Picchu e volta para Cusco. Fechamos com eles, pagamos uma parcela (não me recordo exatamente quanto, mas algo em torno de 20%, e o resto pagaríamos no dia mesmo) e voltamos para o hostel.

Assim que chegamos no Pariwana, encontramos uns paulistanos que estavam no nosso quarto e comentamos sobre o preço que pagamos. Na hora eles nos falaram da agência deles, que fica totalmente escondida e cobrava um valor bem mais baixo. Nos garantiram que era confiável, então nós saímos na hora. Primeiro passamos na agência com a qual já havíamos fechado, e foi uma luta pra conseguir com que nos devolvessem o dinheiro, mas no final conseguimos. Fomos para a tal agência barata, nos informamos sobre o pacote para MP, e o valor era de 125 dólares e ainda incluía um almoço no Valle Sagrado em um Buffet Livre; maravilha! Fechamos com essa agência (não faço ideia do nome ou da localização, até porque ela ficava em uma ruela e bastante escondida), passamos no supermercado, compramos nosso almoço e voltamos pro hostel. Preparamos nossa comida, almoçamos, e depois passamos aquela tarde no hostel mesmo.

À noite fomos novamente para a Plaza de Armas, já que iluminam a fonte e o local fica realmente muito bonito. Cusco é uma cidade extremamente agradável, não pode ser vista como a porta de entrada para MP, pois ela por si só já vale e muito! Enquanto rodávamos pela plaza um ambulante nos abordou, disse que vendia óculos, e nós (com aquele sotaquito de portuñol, rs) respondemos que não estávamos interessados. Aí o cara na maior cara de pau responde "Ah, son brasileños? Yo tengo una maconha de alta calidad!". Começamos a rir e acho que o cara se ofendeu, mas mesmo assim ficou ali esperando por uma resposta. Falamos que não e o cara finalmente foi embora, mas foi uma situação inusitada, é essa a fama que temos no Peru? Hehe.

Após isso fomos novamente pro hostel, preparamos a nossa janta e fomos dormir, pois a van sairia bem cedo no dia seguinte.

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