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Grupos de Viajantes X Paraísos Ecológicos


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  • Admin

Se você simpatizou com a palavra Mochileiro, saiba que esta forma de viagem é feita de maneira independente, sendo assim evite participar de excursões ou adquirir pacotes de turismo de massa. Grupos que organizam viagens com ônibus fretados com destino a paraísos ainda preservados devem levar o nome de FAROFEIROS!

 

Pessoas que compram pacotes de empresas como CVC também estão contribuindo para a "farofização" do turismo no país. O turismo de massa está destruindo tudo o que resta e gerando receita apenas para as grandes operadoras. A CVC por exemplo passou pelas mãos da Carlyle Group, o mesmo fundo de grandes investidores que patrocinou e lucrou com a guerra do Iraque entre outras barbaridades. ( http://www.reuters.com/article/us-cvc-brasil-equity-offering-idUSKCN10M0VP) - https://www.theguardian.com/business/2003/mar/23/iraq.theobserver

 

É isso que você quer financiar com o seu mochilão e ainda acha que isso é "cagação de regra"?

 

Essas pessoas conseguiram acabar até com a idéia do Ecoturismo, que poderia ser uma alternativa de preservação e emprego para as familias de baixa renda das localidades preservadas, mas as entidades mais sérias já utilizam o termo "Turismo Sustentável", pois o "ECO" virou a marca registrada da esculhambação.

 

Um exemplo de farofa é a seguinte:

 

Um Spammer entrou no site e colocou um anúncio de uma excursão para Ilha Grande, queria encher um ônibus com 50 pessoas e seguir pra lá. Eu fico decepcionado quando vejo uma turma deste tamanho indo para um lugar como a Ilha Grande. Quem leva 50 pessoas para passear é a CVC e acho que é o que há de pior no turismo nacional.

 

Quando viajo pelo Brasil a coisa mais feia que vejo, é o pessoal da CVC chegando nos lugares. Sempre em fila correndo... almoçando todos no mesmo restaurante, visitando os mesmos lugares e andando pelo mesmos caminhos. Tudo é mais caro pra eles, o coco de 1 real "pros CVC" como dizem os locais, fica 2 reais! Os guias são lamentáveis e ganham comissões pra levar os coitados pra almoçar nos restaurantes que pagam mais. Todos experimentam os mesmos temperos.

 

A verdade é que eles "passam" pelos lugares e não conhecem nada!

 

Uma turma de 20 pessoas em um refúgio já pode ser considerado turma grande. Mais que isso, na minha humilde opinião, é o mesmo que faz a CVC.

 

Quem já passou várias horas em uma trilha sem ver ninguém, nem um único ser humano, apenas a natureza e suas surpresas, sabe o prazer que satisfação isso dá, aí eu penso... Já pensou dar de cara com 50 pessoas no caminho?

 

A discussão aqui é a seguinte:

Você quer ter todas as facilidades e manter o mesmo conforto que tem na sua casa quando for visitar refúgios e paraísos ecológicos que ainda resistem a destruição do patrimônio natural do planeta?

 

Se a resposta for SIM, você é um dos responsáveis por essa destruição. É simples assim!

 

Para aproveitar uma viagem para um destino destes, você deve ter um encontro com a natureza de uma forma íntima, e a palavra é exatamente esta, íntima.

 

Se quiser ver gente, escolha outro destino! É outra vibração. Boa também! São Paulo para um grupo de 100 pessoas não faz diferença!

 

Agora... No seu habitat, na sua casa, quem aguentaria conviver com 50 pessoas de todos os tipos e por quanto tempo?

 

Devemos pensar, se um mesmo padrão de comportamento pode ser multiplicado sem agressão ao meio ambiente. Esta é a matemática da sustentabilidade.

 

Exemplo:

Se um fulano visita Jericoacoara e leva um balde de areia da duna pôr-do-sol pra casa com ele como recordação,não acontecerá nada ao meio ambiente, mas se este mesmo padrão de comportamento for multiplicado por todos que visitam o local, em quanto tempo não teremos mais a duna?

 

Se você vai pra ilha Grande com sua turma sempre em 50 e este padrão de comportamento for multiplicado por várias turmas, inclusive a da "farofa hardcore". Quanto tempo durará a Ilha Grande como um destino preservado?

 

Se o padrão for de 50 em 50 e não de 2 em 2, o lixo será de 50 em 50; não o lixo na trilha, porque aí já é caso de polícia, mas o lixo que sai pela privada e pelo tanque do camping de 50 em 50.

 

O lixo dos 50 em 50 dos barcos que não param de chegar na Vila do Abraão pra poder descarregar cerveja, refrigerante e mantimentos para os grupos de 50.

 

Vão transformar o Abraão em um esgotão a céu aberto em quanto tempo?

 

Aliás, a praia do Abrãao não é mais apropriada para banho. Sabem me responder o porquê?

 

Porquê se for de 5 em 5, 10 grupos são 50. E ser for de 50 em 50, 10 grupos são 500!

 

 

Este tópico é muito importante para a compreensão do Turismo Backpacker no Brasil e para não acabar como fizeram com o ecoturismo.

 

O termo ECO já se transformou em algo tão puramente comercial que as entidades que o utilizam já estão falando em "Turismo sustentável" .

 

Tanto que até o programa de certificação agora é de Turismo Sustentável e não de ecoturismo

 

O reis da carne seca querem é o que está nesta matéria aqui abaixo:

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT556566-1664,00.html

 

Os donos de pousadas são obrigados a fazer o gosto do cliente senão passam fome. Conversei com mais de 1000 donos de pousadas e todos dizem a mesma coisa. Todos clientes querem piscina, mesmo em pousadas de frente para o mar e se não tiver não fecham negócio. Os que tem piscina, dizem que todos pedem mas apenas poucos usam.

 

Todos querem o conforto de suas casas no meio da mata, ficam escandalizados quando encontram um inseto no quarto, mesmo hospedados no meio da floresta Amazônica!

 

Se você é assim vá para Londres e deixe o que está no meio do mato em paz!

 

Pense nisso quando for organizar uma farofa no paraíso!

 

Silnei

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Usuários Mais Ativos no Tópico

  • Membros de Honra

ILHA GRANDE:

está quase no fim meus amigos, está quase no fim , PODEM CONFIAR, lembro-me da primeira vez que pús os pés lá, a mais de 10 anos, PARAISO, lopez mendes não tinha ninguem, umas 20 pessoas no máximo, sem lixo.

5 anos depois, Lopez Mendez lotada da rapaziada mochileira, essa na faixa etária de seus 18 aos 23 anos mais ou menos... que gosta de viajar com grupos de 40 pessoas, sujeira pra todo lado.

 

10 anos depois, aventureiro: num lugar que comporta no máximo umas 500 pessoas estavam instaladas 2000 mil no mínimo, esgotão a céu aberto direto na praia, manhas em que não se podia diferenciar areia de copos plásticos, claro, na noite passada uns 100 mochileiros fizeram um lual bem ecologico e mochileiro...e SUJARAM TUDO.

 

Praia do Demo: pets e copinhos, garrfinhas a fins espalhadas pra todo lado...

 

não sei se volto, um lugar tão caro às minhas lembranças, daquele jeito..

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  • Membros de Honra

então, concordo contigo, mas por enquanto não vou escrever não... mas que 35 pessoas é farofa é... ainda mais com bebida alcoólica em punho... o argumento "conhecer a galera" não cola, até porque em viagem, o tal "mochileiro que é mochileiro" supostamente prefere conhecer o local e os locais intimamente como comentado aí em cima...

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  • Membros

Ao Admin:

Parabens!

Vc conseguiu resumir de forma concisa e brilhante, a realidade triste que estamos vivendo quanto a questão do ecoturismo, esse modismo predador que tomou conta do país. Não sou contra o ecoturismo, sou contra essa maneira "nuvem de gafanhotos" que se transformou a questão, porque onde o ecoturismo tá pousando, tá causndo impactos negativos. Como turismologo, monitor ambiental e mochileiro (de espirito e de atitude!), me sinto triste e ultrajado com algumas coisas que vejo. Presto serviços pro Instiuto Florestal, e pude acompanhar , em diversas situações, verdadeiros "crimes' cometidos por agencias e grupos ditos ecoturisticos, sem nenhum respeito pelas trilhas, jogando lixo, tocando um verdadeiro terror nas Unidades d Conservação...PETAR que o diga...

Grande abraço,

Marcelo Gibson

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  • Admin

Rosana,

 

A questão não é só a Ilha Grande, mesmo sendo um pouco longo, peço que leia com atenção todos os posts e se for o caso deixe sua opinião!!

 

 

Schwertner,

Grupos de 30 multiplicados por 100 são 3.000 pessoas!!

 

Grupos de 5 multiplicados 100 são 500!!

 

Agora se quiser conhecer mesmo e sentir o lugar entre na trilha sozinho ou no máximo com mais uma pessoa.

 

Em uma trilha, até 10 pessoas "de qualidade"(eu não sei qual é o critério pra isso!) ainda vai... mas com 30 me desculpe mas é Farofa sim!!!!

 

O impacto será sempre maior com as 3.000, mesmo que 1% seja de Biólogos!!

 

E sinceramente, quando vou há um lugar destes a última coisa que quero ver é um grupo de 30 pessoas na minha frente!!!

 

Se entar em uma trilha ao mesmo tempo 10 grupos de 30 serão 300 no caminho!!!

 

Deus nos livre disso!! Se vou em um lugar e dou de cara com isso nunca mais volto!!

 

Quer viajar com 500 pessoas¿ Escolha um destino adequado!!!!

 

Encha o ônibus e vá para o Hopi Hari!!!

 

Lá não haverá problema!!!

 

Admin

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  • Membros de Honra

hehe... Admin, naquele seu longo post lá em cima vc falou tudo que devia estar engasgado há tempos hein?! gostei do estilo da crítica, até dei umas risadas. :-)

 

Eu acho o seguinte: a gente sempre vai estar correndo atrás de lugares novos, fugindo desses "turistas" que não estão nem aí pra nada. É por isso que muitos lugares que vamos não tem luz, não tem hotel, não tem pousada... e temos que aproveitar até "descobrirem" o lugar, pq aí já era! É muito dificil de lutar contra grandes operadoras de turismo, ou mesmo contra farofas-solitários que organizam um grupo de farofas-mor. Como eu disse, é muito fácil encher um busão pra levar uma galera pra Ilha Grande, pra Canastra ou pro PETAR.

 

As vezes eu encontro um lugar lindo, perdido nos cantos aqui de MG, cheio de cachoeiras e tal, e às vezes alguem pergunta aqui no fórum se alguem conhece esse lugar, e sinceramente fico com o pé atrás de passar as dicas... pode parecer egoismo, mas não é! É uma forma de tentar preservar um paraíso que pode virar o proximo "point-farofa".

 

Um exemplo é o Vale do Céu, em SJBGlória: o lugar é lindo, cachoeiras espetaculares, só que ter que dividir o m2 com trocentas churrasqueiras e seus acessórios e afins não dá! Aí, o que faço: pego a minha bendita toyota (que me dá uma pu.ta despesa por mês) e enfio numa estrada de terra e pedra onde não passa carro nem busão, e chego numa cachoeira onde não tem NINGUEM! (e aí toda a despesa que gastei com o jipe passa a valer a pena). Esse lugar vai durar até o asfalto (ou uma terraplanagem) chegar lá... infelizmente!

 

Enfim, cabe a nós continuarmos divulgando regras de mínimo impacto (citando, entre muitos outros, o pegaleve.org.br), e tentando conscientizar nossos amigos e colegas sobre como proceder em ambientes naturais... e, especialmente, tentando passar isso para as crianças, porque a educação é a solução.

 

[]´s!

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