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12 dias na Bolívia: La Paz, Copacabana, Ilha do Sol, Uyuni e santa Cruz de la Sierra


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Viajei para Bolívia em abril utilizando milhas da Gol com destino à Santa Cruz de La Sierra. Quem quiser saber mais informações podem dar uma olhada no meu blog http://www.seguindoviagem.com/ lá eu explico com mas detalhes como foi essa viagem incrível.

Após ler muitos relatos no mochileiro, decidi que o roteiro seria: Rio - Santa Cruz - La Paz - Copacabana - Ilha do Sol - La Paz - Uyuni - Potosí - Sucre - Santa Cruz de La Sierra - Rio. Devido alguns contratempos (soroche) tivemos que adaptar o roteiro e não fomos para Potosí nem Sucre, porque decidimos voltar para La Paz e fazer o Chacaltaya e o Downhill (que não conseguimos fazer antes porque passamos mal uns 2 dias). Vale ressaltar também que escolhi começar a viagem por La Paz para poder comprar os casacos de goeretex que são baratos e seriam muito úteis durante o Salar.

 

Principais dicas antes da viagem:

1- Leve o certificado internacional de vacinação contra febre amarela. Basta tomar a vacina em qualquer posto e levar o cartão de vacinação, juntamente com sua identidade, a um dos centros de atendimento (veja a lista aqui). Aqui no Rio de Janeiro eu tomei a vacina e emiti o certificado no mesmo local, na Rua Evaristo da Veiga, 16 - Centro, do lado do Teatro Municipal. Levei menos de 10 minutos.

2- Reserve alguns dias de folga no seu roteiro, pois é muito comum bloquearem as estradas em protesto de alguma causa. Eu peguei um bloqueio indo voltando de Uyuni para La Paz.

3- No dia da chegada a coisa mais importante a se fazer é descansar, de verdade. Não caminhe, não faça esforços, você pode não sentir na hora, mas depois a soroche vai te pegar com força. A segunda é tomar mate de coca e se preferir, mascar as folhas para prevenir o mal da altitude. Ë recomendável ter também as Soroche Pills e outros remedies para dor de cabeça, enjôo, febre. Não coma nada pesado à noite, principalmente no dia da chegada, pois a digestão é lenta.

4- Faça um seguro se viagem e saiba como utilizá-lo caso necessite.

5- Não se arrisque comendo nas barraquinhas de rua. Eu não comi nada na rua, só o cheiro de fritura já me enjoava. Higiene zero.

6- Leia muitos relatos no site mochileiros, pesquise sobre os passeios e divirta-se antes mesmo da viagem começar. Leve anotado os nomes das empresas de ônibus, hostel recomendados, agências de passeios, principalmente as do Salar.

7- Se for de La Paz para Uyuni de ônibus, vá com a TODO TURISMO. Por favor, não vá com a OMAR. A Todo Turismo é excelente, sai mais tarde e chega mais cedo, tem jantar e café da manhã e service de primeira. A pegadinha é que a agência deles não fica no terminal junto com todas as outras, fica do lado de fora, tem que perguntar e procurar um pouco.

8- La Paz é o lugar mais barato para comprar roupas de frio, artigos esportivos em geral, souvenir, etc. Já os artigos de sal, compre na primeira parade do tour do Salar.

9- Cuide bem dos seus pertences. Não desgrude da sua mochila. Não tive nenhum problema, mas sempre me orientavam a usar a mochila para frente.

10- Leve dólares e troque por bolivianos lá. Dê preferência às notas de 100 dólares, pois a cotação é melhor. Fuja das casas de câmbio dos aeroportos, pois sempre têm a pior cotação. Troque só o necessário para sair dele.

Em La Paz ficamos no Hostel Loki, bastante recomendado no Mochileiros. Gostei bastante, reservei um quarto compartilhado só de meninas, mas ficamos praticamente eu e minha irmã sozinhas num quarto com 6 camas e banheiro. O hostel é limpo, o café da manhã é simples, mas você pode incrementar com omeletes e outras comidinhas pagando baratinho. O restaurante serve almoço e jantar também. O hostel é bem animado, as festas acontecem no sexto andar. Tem uma sala de TV com muitos filmes.

 

Segue o relato:

 

1° dia – Voamos para Santa Cruz de La Sierra utilizando milhas da Gol. Chegamos em Santa Cruz de La Sierra às 13h e compramos a passagem para La Paz com a BOA no próximo horário, 18h. Chegamos em La Paz e fomos para o Hostel Loki. Comemos um pollo frito no Pollo Copacabana e passamos a noite vomitando. Não comam nada pesado tarde da noite porque a digestão a 4.000 pés é lenta.

 

2° dia – Ficamos o dia passando mal no hostel. Fui apenas no mercado comprar algumas frutas e biscoito de água e sal, pois não conseguia comer nada diferente disso e fiquei só na base do mate de coca, o que também corta a fome. Fiquei assistindo filme no Loki.

 

3° dia – Acordamos um pouco melhor e fomos caminhar um pouco por La Paz. Passeamos pela Calle Sagárnaga, Llampu. Almoçamos no restaurante Sol y Lua, um pollo a la plancha, arroz e verduras. Fui na rodoviária comprar as passagens para ir à Copacabana no dia seguinte.

 

4° dia – Fomos para Copacabana no ônibus das 7h. Chegamos quase 11h da manhã. Compramos a passagem de ida e volta para a Ilha do Sol que sairia às 13:30h, compramos numa agência perto de onde desembarcamos. A ideia inicial era dormir em Copacabana ou na ilha, mas como a gente passou mal, perdemos muitos dias e o planejamento ficou corrido. Fiquei andando na rua principal, que tinha muitas lojinhas de artesanato. Almoçamos uma truta deliciosa. Vale a pena experimentar a truta de lá. Depois ficamos caminhando na beira do Lago Titicaca, que estava cheio de bolivianos curtindo o feriadão. Copacabana é a praia deles. Estava um frio danado e eles nem aí, crianças brincando na areia e molhando os pés no Titicaca. Às 13:30h embarcamos para a Ilha do Sol. A viagem dura 1 hora e meia. Logo no barco nos ofereceram serviço de guia por 25 bolivianos e como teríamos pouco tempo aceitei. Foi bom porque ele fez um mini trekking conosco e passamos por paisagens lindas. Voltamos às 17:30h. para Copacabana. Em seguida voltamos para La Paz. Foi um dia mega cansativo. Não recomendo fazer isso que eu fiz, foi muito trabalhoso e desgastante para passar poucas horas na ilha. O ideal é dormir pelo menos uma noite em Copacabana ou na ilha e conhecer a ilha com calma no outro dia.

 

5° dia - Já estávamos nos sentindo melhor e tomamos café da manhã no Loki. O omelete estava delicioso. Caminhamos até a Plaza Murillo com uns amigos que conhecemos no ônibus vindo de Copacabana. Depois encontramos um amigo deles que mora em La Paz e nos levou para dar uma volta até o cine, um lugar com cenima, praça de alimentação e poucas lojas. Passamos por lugares bem mais bonitos e descobrimos que La Paz não era só aquela favela do início da viagem. La Paz também tem a sua Zona Sul. Depois fomos almoçar num restaurante bem bacana com música ao vivo e ótima comida. Pedimos Trucha a la plancha e estava deliciosa. (gostamos tanto de truta que comemos de novo). Voltamos de táxi até o hotel, descansamos um pouco até a hora do ônibus para Uyuni. Comprei com a Omar, (pior coisa que eu fiz durante essa viagem, apesar de ter lido vários relatos falando mal dessa empresa, na hora acabei esquecendo e comprei com ela, acho que foi a soroche que meu deixou maluca. Por favor, não comprem com a OMAR, comprem com a TODO TURISMO). Finalmente entramos no nosso ônibus e para nossa surpresa até que as poltronas eram bem confortáveis e inclinava bastante, porém o motorista colocou uma música muito chata que foi tocando do início ao fim da viagem. Teve um momento que fui lá na frente perguntar que horas ia parar a música e ele disse que não ia parar porque o trajeto era longo e ia dar sono neles. Então tá né? Melhor chegar com dor de cabeça, mas viva afinal.

No meio da madrugada fizemos uma parada técnica e o banheiro era precário. As gringas morreram de rir e ficaram tirando fotos da amiga delas no banheiro porque dava pra ver a pessoa por um buraco na porta.

O ônibus parou diversas vezes no caminho e subiu gente até não caber mais. Pessoas foram sentadas até na escada do ônibus (absurdo). Chegamos 10h da manhã em Uyuni e mal tivemos tempo de procurar tour, acabei sendo abordada por uma senhora que me garantiu que o motorista era ótimo e que a agência dela era boa, por falta de tempo de continuar procurando acabei indo com ela mesmo e felizmente a agência dela era muito boa. O nosso motorista era ótimo, tranquilo, não bebeu (acredite, é comum eles beberem) e foi muito atencioso durante toda a viagem. Dormimos em ótimos hotéis, a comida estava ótima, e ele nos tratou super bem. O nosso grupo também foi bem legal, 4 israelenses super tranquilos e que ficaram nossos amigos.

 

6° dia - Bem, continuando, fechei o tour com a agência Tour y Bols por 700 bolivianos por pessoa e ficamos aguardando os israelenses que faltavam. Como eles estavam demorando, o motorista disse que estava ficando tarde e nos levou ao cemitério de trens, só a gente, e depois buscaria os outros para seguir viagem. Fomos então, tiramos fotos no balanço e em cima dos trens, paisagem linda no fundo. Voltamos para buscar os 4 que faltavam e seguimos viagem. Primeira parada numa feirinha de artesanato onde vende coisas de sal. Comprei pratinho e ímã de geladeira. Seguimos para o Hotel de Sal, tiramos fotos no símbolo do Dakar Bolívia e admiramos o salar. Maravilhoso, ficamos encantadas com tanta beleza. O motorista nos deu 15 minutos para o almoço ficar pronto. Tiramos fotos nas bandeiras e fomos almoçar, uma carne muito gostosa que parecia um hambúrguer só que mais gostoso, arroz e saladinha de legumes. De sobremesa uma banana. Tudo muito gostosinho. Depois seguimos e paramos num trecho do salar bem branquinho e ele nos deu 1 hora para tirarmos fotos. Paramos do lado do outro carro da mesma agência e que estava com um grupo de 6 israelenses, eles eram bem legais e tinham vários apetrechos para fazer as fotos em perspectiva. Tiramos casquinha dos dinossauros que eles levaram para fazer as fotos clássicas.

Depois seguimos para a Isla del Pescado, encontramos os brasileiros que estavam no Loki e eles nos disseram que o ônibus da Todo Turismo que saiu às 21h chegou às 8h da manhã e que serviu jantar e café da manhã. Fiquei chateada por não ter lembrado que era pra comprar com a Todo Turismo, principalmente porque levamos 4 horas a mais de viagem e tivemos que fazer tudo na correria. No fim, ainda bem que demos sorte e pegamos um tour muito bom. Eu tinha esse nome anotado, mas quando cheguei na rodoviaria perguntei no guichê de informações qual era a melhor empresa e eles disseram que era Omar e eu não vi a Todo Turismo, pois ela fica do lado de fora da rodoviaria. Mesmo assim foi o maior vacilo meu não ter prestado atenção, já que essa era uma parte crítica da viagem. Acho que foi a soroche que me fez esquecer toda minha pesquisa, o que foi uma pena, pois teria chegado cedo, saído mais tarde, o que daria para fazer algum passeio em La Paz antes de ir pra Uyuni, e eu só não contratei nenhum passeio devido ao horário ser 18h, teria evitado aquelas músicas chatas e as paradas no meio do caminho para subir gente. Apesar disso, no final deu tudo certo e eu agradeci por ter conhecido pessoas tão gentis e prestativas e por ter caído numa agência boa e com um excelente grupo.

Continuando, caminhamos pela isla e tiramos fotos nos cactos gigantes e apreciamos a vista do salar. Muito linda. Depois seguimos para nossa hospedagem, um hotel todo feito de sal, ficamos eu e Michelle num quarto duplo tranquilo. O banho quente era 10 bolivianos, mas não encarei porque o box estava entupido e formou uma piscina de água suja do banho dos outros. O Otávio preparou um lanche com biscoitos e chá quentinho. Ficamos conversando com os israelenses e aprendendo algumas curiosidades desse país. Lá, depois que terminam a escola (ensino médio) todos prestam serviço militar obrigatório, inclusive as mulheres, e eles adoram, ficavam lembrando de várias coisas legais pelas quais passaram. Depois disso, parece que trabalham e juntam um dinheiro, então viajam o mundo durante um bom tempo e só então vão fazer faculdade. Que delícia! Eles já tinham visistado a América do Sul quase toda, conhecem vários lugares do Brasil, as meninas adoraram o fazer compras no Rio. Depois ficamos conversando com uns brasileiros que estavam no outro grupo, um casal e o Mauro, que acabou ficando nosso amigo no restante da viagem. Colocamos o celular para carregar nas escassas tomadas. Aliás, DICA importante, a primeira coisa que você deve fazer é procurar essas tomadas e garantir o seu espaço. Mais tarde o Otávio preparou nosso jantar, uma sopa deliciosa de entrada e frango com batata frita. Eu fiquei só na sopa porque ainda estava enjoada com frango e queria evitar frituras e a sopa foi um jantar perfeito. De sobremesa teve pêssego em calda. O Mauro me emprestou o saco de dormir dele, pois ele não estava com tanto frio. E por incrível que pareça essa foi a melhor noite desde que cheguei na Bolívia, dormi muito bem, quentinha e sem dor de cabeça.

 

7° dia - Acordamos e vimos o sol nascer no deserto de sal, lindo demais. Tomamos café da manhã, pão, geléia, doce de leite, chá. Saímos cedo e seguimos viagem. A primeira parada num mirante para ver o vulcão e tirar foto na pedra com forma de Condor (o pássaro símbolo dos Andes). Depois paramos na Laguna Cañapa onde o motorista nos deixou tirando fotos enquanto preparava o almoço. Tiramos muitas fotos dos Flamingos e fomos almoçar um franguinho delicioso com arroz e salada. Nada mais esplendoroso do que comer olhando para a magnífica vista do Lago Cañapa. Após o almoço visitamos a Laguna Hedionda. Tinha um banheiro ecológico e o mais engraçado foi o menino explicando como usar. Xixi aqui, cocô ali, se sujar vai ter que limpar. Depois foi a vez da Laguna Honda, parada rápida para fotos e só.

O próximo destino foi o Deserto de Pedra com a famosa árvore de pedra.

A última visita do dia e parada para pernoite foi a Laguna Colorada, que fica dentro da Reserva Nacional da Fauna Andina Eduardo Avaroa. A lagoa é espetacular, muito linda. Ventava muito e não conseguimos ficar muito tempo admirando a beleza da lagoa. Ficamos todos os 6 no mesmo quarto. Jantamos macarronada e teve até um vinhozinho. Dormimos cedo, pois estava o maior frio. Essa é a noite mais fria, o ideal seria ter um saco de dormir, mas até que deu pra dormir com os cobertores. Dormi toda agasalhada com várias camadas de roupa e todos os cobertores disponíveis. Não havia chuveiro no nosso alojamento. A Michele conseguiu tomar um banho quente num outro alojamento ali perto, eu não quis porque novamente estava com poça de água suja do banho dos outros.

 

8° dia - Tomamos um café delicioso, nos outros dias teve só pão e hoje o motorista trouxe panquecas deliciosas. Nosso primeiro destino seria o campo geotermal Sol de Mañana, com uma intensa atividade vulcânica, com lagos borbulhantes de lama e fontes sulfurosas de gêiseres com jatos de vapor de 60ºC a 90º C, que atingem até 50 metros de altura.

Depois seguimos em direção às chamadas Águas Termales, uma piscina termal represada à beira da Laguna Salada. Nada melhor do que um banho quentinho (a 30ºC) depois de uma noite congelante no salar.

Fizemos uma parada no Vale de las Rocas, com rochas gigantescas esculpidas pelo vento.

Paramos num vilarejo para almoçar, arroz, salada e atum, tangerina de sobremesa. Depois mais algumas horas de viagem até Uyuni. Chegamos em Uyuni por volta das 17h e estávamos em dúvida se seguiríamos para Potosí e Sucre ou se voltaríamos para La Paz, para fazer a Estrada da Morte. Deixei a Michelle na agência com as mochilas e fui pesquisar as passagens. Para Potosí tinham vários horários e o preço 30 bolivianos (muito barato). Fui procurar se teria vaga na Todo Turismo para voltar para La Paz, cheguei lá encontrei o Mauro e expliquei a ele que estávamos pensando em voltar à La Paz e o Mauro deu a maior força. Então fomos lá buscar a Michelle para decidirmos o que fazer. Conversando chegamos à conclusão de que a gente ia se arrepender se não fizesse o Downhill, porque era o melhor da Bolívia, todo mundo que conhecemos aconselhava a fazer. Que era muito bom e tal e já estávamos chateadas de ter ficado tantos dias em La Paz e não ter feito os passeios mais importantes (culpa da soroche). Eu estava com medo de dar alguma coisa errada no passeio e cair lá embaixo, mas sabia que seria uma aventura inesquecível. Para mim só valeria à pena voltar para La Paz se já desse para encaixar algum passeio no dia da chegada, porque para ficar mais um dia perdido em La Paz eu não iria. Então o Mauro pegou o telefone da agência que ele tinha feito passeio e ligamos e conseguimos agendar um passeio ao Chacaltaya e Valle de La Luna saindo às 9h da manhã. Perfeito. Esse passeio não chega tão tarde e daria tempo para agendar a Estrada da Morte no dia seguinte. Ainda tinham algumas poucas vagas no ônibus da Todo Turismo, preço mais salgado 250 bol, sendo assim, comprei as passagens e fomos buscar um lugar para tomar banho e comer alguma coisa. Paguei 15 bol num banho quentinho de 15 minutos, mais 5 bol da toalha, valeu a pena, depois de 2 dias sem banho, o chuveiro estava ótimo e a água quentinha, me senti outra pessoa. Queria mais tempo para dar uma volta na cidade, parecia ser bem legal, pena que nossa chegada em Uyuni foi tão emcima da hora, queria ter chegado cedo, tomado café, passeado, mas no final fiquei pensando que se não fosse daquele jeito, talvez não teríamos tido tanta sorte com a agência, o grupo de israelenses gente boa, os brasileiros no Hotel de Sal e no fim acabou que deu tudo certo, apesar dos perrengues. A Todo Turismo é muito boa, serviu jantar e café da manhã, teve WiFi (mas só depois de Oruru, nem usei o WiFi da agencia para guardar bateria pra usar no ônibus e descobri que no inicio da viagem não teria WiFi), ninguém ficou entrando no meio do caminho, não tinha música chata no nosso ouvido, ônibus quentinho e confortável. A Michele gostou mais da poltrona do Omar pq era leito mesmo, podia até ser mais confortável, mas eu dormi muito melhor na Todo Turismo, já estava adaptada, não sentia mais dor de cabeça, e na viagem da Omar eu ainda sentia muita dor de cabeça. Serviram o jantar, macarronada, chocolate de sobremesa. Como não tinha WiFi naquele momento, tive que dormir. No meio da noite acordei com o ônibus parado e o guia explicando que estava tendo um bloqueio na estrada. Não acreditei! Não peguei nenhum bloqueio na ida e fui pegar na volta com a Todo Turismo. Por outro lado, ainda bem que foi na volta, se fosse com a Omar ia ser muito pior, ônibus fedorento a mijo e música horrorosa no nosso ouvido, teria sido muito pior. O guia nos orientou que iríamos fazer uma troca de ônibus. Cruzaríamos o bloqueio à pé até o outro lado e entraríamos no ônibus que estava vindo de La Paz e o ônibus daria meia volta e os passageiros do outro ônibus passariam para o nosso e daria meia volta. Só teríamos que esperar o ônibus chegar. Felizmente, passaram algumas horas e o pessoal desistiu do bloqueio. O problema é que, por causa do atraso, eu estava com medo de perder o passeio ao Chacaltaya.

 

9° dia - Já era quase 9h quando chegamos na rodoviária. Entramos no táxi e fomos até o Hostel Pirwa, onde estava localizada a agência. Chegamos uns 15 minutos atrasadas e a van já estava na porta com gente dentro. Entramos no hostel e logo uma mulher veio verificar se éramos Dayana e Michelle. Pagamos o passeio (100 bol), deixamos as mochilas e entramos na van e seguimos rumo ao Cahacaltaya. Eu estava nervosa porque sabia que a estrada tinha muitas curvas e fiquei com medo do carro escorregar, qualquer descuido do motorista ali é fatal. A guia nos tranquilizou dizendo que o motorista era muito experiente. Paramos numa lojinha para comprar comidas, pois não teria parada para almoço. Comprei pão, banana e biscoito água e sal. Fizemos uma parada no caminho para tirar fotos da Cordilheira no fundo. Continuamos a subida, cada vez mais alto e mais sinuoso. Fiquei abismada com um ônibus que subia também, que perigo! Chegando lá nos deparamos com uma placa avisando que estávamos a 5.300m de altura. A estação Chacaltaya era a estação mais alta do mundo, só não é mais porque não está mais em funcionamento. Tiramos muitas fotos na neve e ficamos contemplando a bela paisagem. É importante fazer esse passeio quando estiver bem adaptado à altitude, porque a subida é puxada e a soroche pega legal. Durante a descida, mais tensão ainda. Finalmente chegamos em segurança e seguimos para o Vale de La Luna. Até chegar lá demora um pouco porque o trânsito em La Paz é tenso. O Valle de La Luna tem esse nome devido à semelhança com a superfície lunar. O lugar é surpreendente, uma cor cinza e umas formações bem interessantes. Fizemos uma trilha pelo Vale, tiramos fotos e voltamos para a agência para buscar nossa mochila. Pegamos um táxi e fomos para o Loki ver se tinha vaga. Conseguimos nossa vaga cativa no quarto 104, mas dessa vez as outras 2 camas estavam ocupadas. Fomos comer alguma coisa no restaurante, a Michelle pediu frango e eu carne com chili, só que era uma carne moída meio sem graça, mas muito apimentada. Deixei a Michelle curtindo a internet e fui atrás do nosso passeio Downhill e aproveitar para comprar casacos e artesanatos. A primeira loja que pesquisei foi a Barro Biking, eles foram bem atenciosos e mostraram vídeos e fotos, mas não gostei da camiseta. Fui em outras agência e vi que era tudo parecido então resolvi que eu ia escolher pela camiseta. Entrei na Xtreme Downhill e achei a camiseta deles muito legal, na frente escrito I´m a Deth Road Survivor e atrás o mapa do percurso e escrito Bolivia. Paguei 450 com a bicicleta melhor. Provei os equipamentos e a camiseta. Depois fui dar uma volta na Calle Llampu e fui logo naquela loja na jaqueta North Face. Comprei uma preta bem legal, mais fina, corta-vento. Comprei aquele casaco de Alpaca que todo mundo estava usando, que significa as papas da Bolivia, quinoa etc. Comprei lembrancinhas, cachecol, pratinho, etc. A essa altura eu já estava subindo aquelas ladeiras tranquilamente, totalmente diferente do início da viagem. Andei pelos camelôs e queria comprar um tênis para levar amanhã no passeio porque já tinham me falado que molha, mas não estava achando nada legal. Não queria gastar dinheiro numa coisa vagabunda q eu não ia usar. Foi então que entrei numa loja de couro e vi um coturno preto lindo, gostei dele, comprei por 195 bol (70 reais). Depois das compras voltei para o Loki para arrumar as coisas e dormir. Deitei e fiquei pensando no passeio do outro dia, preocupada se tudo daria certo, se não era arriscado fazer isso. Peguei no sono e dormi bem essa noite, já estava totalmente adaptada, não acordei com dor de cabeça no meio da noite.

 

10° dia - Às 6:45 a van chegou no hostel para nos pegar. Entramos na van e fomos para a agência.

Chegando no Cumbre, eles montaram uma mesa de café da manhã. Comi um pão com doce de leite delicioso, comi dois. Tomamos café da manhã com aquele visual incrível. Nos equipamos e recebemos algumas instruções sobre a descida. Pegamos as bikes e iniciamos a descida na estrada de asfalto inicialmente. Eu estava um pouco nervosa no início, principalmente porque era uma estrada em que passavam muitos carros. Comecei a descida bem devagar, tomando todo cuidado possível. Estava extasiada pela bela paisagem e por aquele silêncio e sensação de liberdade. Que lugar fantástico, lindas montanhas, céu azul, lagoas lá embaixo, o vento no rosto, a emoção de estar ali foi incrível. A essa altura o grupo já estava longe e eu havia ficado para trás, mas não estava com pressa, queria aproveitar ao máximo aquele lugar, admirar as lindas paisagens e estar em contato com a natureza. Até que num determinado momento um dos guias me pediu para entrar na van porque o grupo já estava muito longe e teríamos que alcançá-los. Entrei, mas depois que eu vi que ainda faltava um bom pedaço para eu descer fiquei chateada por eles me fazerem perder um bom pedaço do passeio, sendo que na hora de vender o pacote eles disseram que eu poderia ir no meu ritmo que eles esperariam. Depois paramos num local para pagar uma taxa de 30 bolivianos para ingressar na região da Estrada da Morte. Depois seguimos para a Estrada da Morte propriamente, a original que ganhou a fama de ser a estrada mais perigosa do mundo por seu alto índice de acidentes fatais. Como a estrada é muito estreita, de pedras e com muito nevoeiro, muitos carros e ônibus caíam nos precipícios e muitas pessoas morriam. Diversas cruzes pelo caminho servem como memorial das mortes já ocorridas. O episódio mais marcante ocorreu na década de 80, quando um ônibus abarrotado de passageiros mergulhou no precipício, matando cerca de 100 pessoas no pior acidente rodoviário da história boliviana.

Recebemos novas orientações sobre os cuidados que deveríamos ter e iniciamos a descida. Aqui a estrada era bem estreita, com muitas pedras grandes, chão molhado, quedas d’água, neblina. Apesar do nevoeiro e da estrada ser cheia de pedras, eu estava bem mais tranquila e sem medo. Fiquei muito mais nervosa na estrada de asfalto do que na de terra. Eu estava indo numa velocidade razoável, mas ainda era a última do grupo, só que numa distância menor. Durante o trajeto fizemos paradas para fotos e vídeos. Passamos por cachoeiras, abismos e paisagens de tirar o fôlego. Muito bom estar ali, foi realmente o melhor de La Paz. Depois de um tempo o nevoeiro diminuiu e a paisagem foi ficando mais verde. Começou a esquentar também e fizemos uma parada para tirar parte das roupas e continuar o passeio com mais leveza. O pit stop também contou com um lanche com banana, batatas chips, água e refri. Continuamos a descida, agora o chão já não tinha tantas pedras e estava seco, então foi bem mais tranquilo. Atravessamos córregos e molhamos nosso pé todo. Os guias filmaram essa parte, bem legal. No fim do passeio paramos num bar para esperar eles limparem as bicicletas e guardarem os equipamentos. Depois seguimos para um hotel com piscina e almoçamos um delicioso almoço Buffet. Eles disponibilizam toalhas e chuveiro quente para tomar banho, por isso leve uma muda de roupa. Fomos embora, umas 15h e chegamos em La Paz depois das 18h. Comemos no Loki e depois fui dar mais uma volta na cidade.

 

11° dia - Pegamos o voo da TAM (Transporte Aéreo Militar) para Santa Cruz de La Sierra bem cedo. Chegando lá fomos para o hostel Residencial Bolívar, pegamos a van que sai do aeroporto para o Centro e ficamos no ponto final, depois pegamos um táxi até o hostel. Muito bem localizado, ao lado da Praça principal, grande e espaçoso, contava com hóspede muito bonitinho, um lindo tucano. Ficamos num quarto com 2 beliches, e já tinha um garoto e uma garota lá. Foi a primeira vez que fiquei num quarto misto, mas foi muito tranquilo, dormi super bem e não tive nenhum problema. O café da manhã também foi bom, várias frutinhas, ovo mexido, sucos. Vários banheiros individuais do lado de fora, bem limpinhos e ainda estava incluído toalha e sabonete. Parece normal, mas é que a gente estava tão acostumada em não ter nada disso nos hostels que ficamos, que esse pareceu um resort. Fui dar uma volta e descobri que Santa Cruz é bem interessante. Totalmente diferente, uma cidade grande e bem arrumadinha. Muitas lojinhas legais, preços mais altos que La Paz, uma feirinha de artesanato, comprei umas carteiras de couro para dar de presente. Muitos brasileiros, tanto é que eles nem falam com vc na rua, porque não é nenhuma novidade como em La Paz, que quando encontrávamos alguém logo ficávamos amigos, era normal como no Brasil. Muitos brasileiros vem estudar em Santa Cruz. Fomos na sorveteria Vaca Fría, sorvete delicioso, um dos melhores que já comi, compramos um pote chamado de tamanho P, mas que vinham 4 bolas de sorvete por 23 bol. Fiquei com vontade de comer em vários lugares lá. Pena que La Paz não tinha essas coisas. Andamos nas lojas e a Michelle comprou uma bota. Depois entramos num restaurante chamado Pícolo, bem animado, com balões, muita música para atrair os clientes, parecia que estava tendo uma festa. Entramos e fomos para o segundo andar, música ao vivo, ambiente agradável. Um cardápio cheio de opções deliciosas, foi difícil escolher. Como eu estava com vontade de comer ovo há muito tempo, pedi um prato de desayuno que vinha: 3 ovos fritos, 1 bife, 1 suco de laranja e 2 panquecas, custou 47 bol. Perfeito. Michele comeu frango e macarrão. Voltamos e dormimos.

 

12° dia - Acordamos cedo, tomamos café e fomos dar um passeio pela praça e tirar umas fotos. Descobri que tinha uma feira ali perto e fui dar uma olhada. Voltamos para o hostel para fazer o check out e quando estávamos para pedir o táxi, apareceu um casal e disse que já tinha pedido e ofereceu para irmos com eles. Aceitamos e eu paguei a metade da corrida, 30 bol. Chegamos no aeroporto, fizemos o checkin e fomos comer no Cinnabon. Eu de cara já comecei pelo doce e pedi um grande com cobertura de doce de leite. Muito maravilhoso. Pedi também um panini muito gostoso, com ovo, queijo e salsicha. Estava tudo divino. Que restaurante gostoso esse Cinnabon, viciante.

Voltamos no nosso voo da Gol e chegamos em São Paulo às 17h e nossa conexão só seria às 6h da manhã. Tentei adiantar de todo jeito, mas não consegui. A Gol é absurdamente inflexível, mesmo tendo vaga no voo eles não adiantam. Cansei de fazer isso na Tam, adiantar conexão nacional e internacional, mas a Gol é a única engessada. Fiquei muito chateada de ter que ficar ali 12 horas, sendo que estavam saindo vários voos para o Rio com vaga e em 1 hora eu chegaria. Absurdo. E assim, ficamos no aeroporto mesmo, na internet, tomei um açaí e depois subi para a sala de embarque e dormi até às 5h.

 

Espero ter ajudado.

Mais informações: http://www.seguindoviagem.com/

instagran @dayanalang

 

Meus outros relatos:

patagonia-argentina-e-chilena-ushuaia-punta-arenas-puerto-natales-torres-del-paine-el-calafate-el-chalten-outubro-2014-t110793.html

 

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