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Meus 50 dias de Europa...


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No meu quarto haviam 6 camas, fiquei rezando pra que um brasileiro caísse de paraquedas por lá. Mas quando a porta se abriu o que vi foi uma mistura de Anthony Hopkins em o silencio dos inocentes... ::ahhhh:: e Bill Morie em Passos de bebe: assustador e cômico ao mesmo tempo. O cara nem me olhou, se jogou na cama dele e morreu. Acho que ele tava bem cansadinho. Muitas vitimas???... quem sabe... :lol:

 

Confesso que fiquei bem preocupada, o que aquele tio tava fazendo ali, num hostel?! :?:

 

Essa viagem fez muitos conceitos caírem por terra... Antes da viagem, na minha cabeça, hostel era pra jovens, gente descolada, que não liga muito pra conforto e topa qualquer parada pra poder viajar, conhecer o mundo. Hoje sei que não é bem assim que a banda toca. Mas, naquele momento, aquele tio desperta uns sininhos do tipo, não durma ou vais acorda sem algum(s) órgão(s). :shock:

 

Eu so lembrava do meu irmão me fazendo terrorismo, quando eu ainda estava no Brasil. Ele falava o tempo todo do filme albergue, que era tudo uma farça so pra matar as pessoas e que ia acontecer a mesma coisa comigo se eu fosse pra algum. Eu nem ligava pra ele e fugi desse filme como o diabo da cruz! Mas pow!... logo de cara me vem aquela aparição de Hades... Já ate conseguia visualizar meu epitáfio... Aqui jaz aquela que foi e não voltou... :cry:

 

Prometi a mim mesma que não dormiria aquela noite... se houvesse sobrevivente depois das mortes... esse alguém seria eu! :evil:

 

Por sorte os ventos mudaram a direção e na segunda vez em que a porta se abriu 3 jovens entraram. Eles sim tinham o perfil, segundo meus conceitos, de pessoas que se hospedam em albergues. Suspirei aliviada... poderíamos revezar durante a noite... ::hahaha::

 

Duas moças e um rapaz: Pamela, Sabrina e Jorge os três eram estudantes na Espanha mas eram chilenos. Podiam não ser brasileiros mas eram latinos e esse laço MUITO forte nos unia... :lol:

 

Assim que entraram no quarto se mostrarm muito simpáticos, todos falaram comigo e de inicio, ninguém perguntou a nacionalidade de ninguém e ficamos tentando conversar no nosso inglês enroletion. Era muito engraçado e rimos um bocado uns dos outros. E o tio continuava morto na sua caminha. Quando nos apresentamos eu tentei repetir o nome do Jorge, carregado com aquele sotaque espanhol onde o j ganho um som de r. Pronto! Foi so pronunciar Jorge pra que todos quase morressem de tanto rir. E eu ficava olhando e, sem entender do que tanto eles riam. Depois me disseram que era do jeito que eu falava o nome do rapaz. Desisti e perguntei se ele não teria um segundo nome, esse sim eu falava sem dar vexame Daniel.

 

Diante de nossa discreta e quase imperceptível dificuldade de falar a língua inglesa resolvemos nos questionar sobre de que buraco tínhamos saído... e foi ai que descobri os Hermanos!

 

Imediatamente o portunhol tomou o lugar do inglês, pra alivio de Pamela, que não suportava ter que falar a dita língua!

 

Nossa conversa foi muito animada, sempre regada a muito gargalhada. E eu dei graças aos deuses gregos por terem me mandado aqueles chilenos! :D

 

Já me sentia bem melhor: a mala já não fazia tanta falta, a fome tinha ficado em segundo ou terceiro plano e o cansaço... o que significava essa palavra mesmo?! Rsrsrs

 

Só uma coisa ainda incomodava... meu cheirinho de mais de 24h sem banho! :oops:

 

Tomei um senhor banho... ou pelo menos tentei. Afinal, eu não tinha shampoo, nem sabonete... na verdade eu não tinha nada! Assim utilizei o sabonete de lavar as mãos que tinha lá, pelo banheiro, e fiquei de comprar o básico no dia seguinte.

 

Graças aos planos pra fortaleza, eu tinha roupas limpas pra vestir. Coloquei meu vestidinho e sem sandálias fiquei deitada e sem coragem de sair pra comer. A gurizada me ofereceu umas bolachas e como não sou de desdenhar nada... ::lol4::

 

Foi então que a porta se abriu pela terceira vez... o staf me chamando, dizendo que tinha gente querendo falar comigo. Dei um salto olímpico do beliche e sai em disparada, so podia ser minha mala!!!

 

Do you want to eat something? Foi a primeira coisa que ouvi assim que sai do quarto...

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Faziam, mais ou menos, umas 4 ou 5 horas que aquele taxista, sem noção, havia me deixado no hostel. E lá estava ele, de novo, agora me convidando pra jantar e perguntando porque eu não havia ligado. ::hein:

 

Disse que estava cansada, que não tinha roupa adequada pra sair... (na verdade, eu estava morta de medo de sair com um cara de quem eu não sabia absolutamente nada!) e ele olhou o vestido e disse que estava ótimo só faltava uma sandália... que eu não tinha. :) Desculpa perfeita! ::otemo:: O staff, como todo bom figurante, olhava toda situação só de soslaio. ::lol3::

 

Tentei argumentar mais o cara... bem... o cara é grego, não sei se de Esparta, mas no mínimo de filho de Atenas e, historicamente, sei que os gregos não são um povo que se dá facilmente por vencido. O cavalo de Troia não me deixa mentir...

 

Com o motora não foi muito diferente e, eu precisa, mesmo, comer alguma coisa além das bolachinhas.

 

Resolvi me deixar convencer. :roll: Coloquei minha bota e sai ridiculamente ridícula pra jantar e fazer meu primeiro tour por Atenas... ainda bem que me deixei convencer, foi uma noite muito agradável. Antes de sair fui falar com o staff disse pra ele: se eu não voltar em 2 ou 3 horas chame a policia. ::lol3::

 

Assim que entrei no carro o cara me diz “ tell me something” e essa era uma frase que eu ouviria outras tantas vezes no futuro... Acho que o cara me achou meio piadista. (E olha que meu nariz nem é grande feito o do Costinha e não tenho a menor semelhança com o Ari Toledo.) Ele sempre queria que eu começasse a falar, não importava o que fosse. Eu perguntava falar sobre o que? E ele respondia sempre "qualquer coisa". Sendo esse o preço... não parecia tão caro assim. E eu desatava a falar sobre coisas que eu fazia no Brasil e dos planos pros outros países que eu ainda iria conhecer e isso era sempre motivo pro fã da Beyonce e da Jeniffer Lopes rir muito. ::lol4::

 

Paramos pra comer e assim que nos sentamos o atendente nos trouxe água. Na Grécia vc dificilmente pagará pra tomar água (de sede, lá, não morrerás!) Vc senta pra comer e te trazem logo um copo d’agua, que de tão grande e tão cheio é bem capaz que teu apetite desapareça! ::cool:::'>

 

Pedi um café gelado com um sanduiche, pelo menos parecia muito com um. Detestei o café gelado, oh gente sem noção. :roll: Mas comi o resto da refeição.

 

De lá fomos dar uma volta por Atenas. Me encantei de cara pela cidade, simplesmente linda!!! Robert, nome do salvador da pátria, me levou em dois pontos altos da cidade (literalmente falando). Primeiro Acrópole de onde se tem uma visão magnifica da cidade. A noite muitos jovens se reúnem na Acrópole pra bater papo, beber, fumar e ficar por lá, de boa, curtindo aquele presente a qualquer um que queira parar pra admirar.

 

Comecei a tremer de tanto frio. Quando cheguei em Atenas o sol estava de matar, um calor desgraçado! Mas com a chegada da noite a temperatura despenca e fica muito frio. Pensei que fosse congelar. ::Cold:: (Dica - por mais que vc vá a Europa durante o verão é sempre bom levar pelo menos um agasalho :wink: )

 

Saímos da acrópole. Robert ia dirigindo pelas ruas e tudo era motivo pra perguntas minhas e risadas do novo amigo. Rodamos um bocado por Atenas e paramos pra adivinhem... eu morrendo de frio e o cara me compra um sorvete... ninguém merece. :roll:

 

Fomos pro outro lado da cidade. Não lembro o nome do local, só lembro que a subida era de tirar o folego! O carro ia devagar e beirando... meu Deus... aquilo parecia um abismo!!! Robert parou no meio do caminho, desceu do carro e me chamou pra sair também. Mas cade a coragem...comecei a dizer que estava com muito frio... com muito frio... e com muito frio (era só o que eu sabia dizer) mas a verdade, mesmo, é que o Fantástico Mundo de Bob teleguiou o Tico e o Teco, e eu comecei a imaginar mil coisas!!!

“Amigo o caramba, esse cara vai me jogar daqui de cima, quando encontrarem meu corpo essa sobrancelha de piriguete vai acabar comigo, vai ser meu fim. Vão arquivar meu caso, serei enterrada como indigente... ai meu Deus!!!”

 

Enquanto isso Robert, do lado de fora, insistia pra que eu saísse. Reordenei os pensamentos... lembrei que tinha pedido ao staff pra chamar a policia caso eu não voltasse logo ( não que eu acreditasse que ele fosse fazer isso antes de, no mínimo, umas 24 horas), que eu sabia dos riscos de sair com um completo estranho, que se não quisesse correr riscos deveria ter ficado no hostel e finalmente que se o cara quisesse me matar ou já teria feito, e se não fizesse naquele momento seria em outro. Então tomei coragem. Sai e valeu muito a pena! De lá eu tinha a visão da Acrópole representada pelo Parthenon que fica todo iluminado a noite. Lindo!

 

Na volta do passeio vi muitos adolescentes nas ruas e já era super tarde, questionei se não era proibido jovens, andando tão tarde e ainda mais sem adultos por perto. Claro que já vi aqui no Brasil, mas imaginei que na Europa fosse diferente. Mais um conceito derrubado!

 

Robert começou a explicar que todos são livres pra fazer o que quiserem, que ninguém se incomoda com a vida de ninguém. E que o contrário disso, sim, é muito estranho.

 

Voltamos pro hostel. Agradeci a gentileza e pensei novamente que essa era a última vez que estava vendo aquela criatura...

 

Encontrei os chilenos ainda acesos planejando o que fariam quando o sol resolvesse nos visitar de novo. :P

 

Me deram um olhar sínico tentando se passar por sério e me perguntaram onde tinha ido e se o passeio tinha sido bom. Antes mesmo que eu pudesse responder caíram na gargalhada e eu... o que me restava a não ser acompanha-los... ::lol4::

 

O tipo de amizade que se desenvolve durante essas viagens daria um capitulo a parte! Todos temos consciência de que tudo será muito rápido, passageiro... daqui a pouco vai cada um pra um lado... por isso tudo é muito intenso. Você conhece alguém num minuto e no outro – se os santos baterem – já nos sentimos amigos de verdade compartilhando uma serie de coisas, combinando milhões de programações... e se a coisa não rola assim, ninguém fica perdendo tempo tentando descobrir se está errado a respeito desse ou daquele fulano, sem dor na consciência, porque simplesmente não há tempo a perder! As pessoas que conheci nessa viagem, me fizeram provar isso na prática!

 

Eu estava sem o mínimo de sono, acho que por conta do fuso... ou medo de acordar sem um rim... :?: Assim, quando resolvi me obrigar a dormir já era quase 4 da manhã.

 

Não dormi muito e assim que abri os olhos a primeira coisa que fiz foi procurar pelo tio, a cama já estava vazia e todos bem inteirinhos. :D:D

 

Acordei Jorge e ele se incumbiu de chamar as meninas. Tínhamos combinado de sair juntos. Quando finalmente saímos do hostel já era mais de 10 horas com toda certeza.

 

Fomos direto pra Acrópole. Antes de sairmos pegamos mapas e imediatamente marquei a localização do hostel. Como eu não sabia andar de metrô e encontrei quem me guiasse relaxei e nem liguei pras direções nem nada. Me deixei levar pelos estudantes... eu e minhas ideias... :|

 

O sol estava terrivelmente quente. Acho que qualquer nordestino teria pedido protetor solar e sombrinha. O protetor até que consegui com facilidade mas sombrinha... Simplesmente não existem sombrinhas na Europa durante o verão!!! Até vi uns indianos vendendo um objeto que em muito lembrava uma sombrinha... mas não valia a pena. Assim, padeci um bocado sob aquele sol. Adeus pelling de uma semana atrás. Que prejuízo...

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Aline!!! Estou amando ler seu relato!! Estou ansiosa pelos "próximos capítulos"!!! E este taxista que figura !?!?!?!? Rs*

Já estou te mandando um e-mail com 10000 dúvidas de uma primeira viagem!!!

Bjos!!!

 

 

Oi NatMaester, que bom que está gostando, fico feliz. rs

 

"Figuras" foi o que não faltou nessa viagem. ::lol3::

 

Já respondi seu e-mail.

 

Relaxa, viu... Sua viagem será só sucesso!

 

Bjs

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Aline, parabéns pelo relato ...

Aguardo ansiosamente o restante, a Grécia certamente está no meu roteiro.

Bjos

 

 

Muito obrigada, Rafael...

 

Vais adorar a Grécia! É sem dúvida, um lugar que vale muito a pena conhecer. :wink:

 

Não tenha pena de gastar a sola do sapato por lá, deixe o metrô só pra longuíssimas distâncias... rsrs

 

Bjs

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