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A Travessia do P.N. Nahuel Huapi, com emoção!


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  • Membros de Honra

Refúgio López - Bariloche. 31 de dezembro de 2011.

 

Acordei as 5 horas, pontualmente, com o alarme do relógio. A refugiera havia nos prometido que nos acordaria, a mim e ao motorista de ônibus, que queria sair no mesmo horário. Éramos os únicos dormindo lá. Porém acho que a Natali, ao ver o barulho e a luz acesa, resolveu não levantar da cama. O motorista também não se levantou apesar do barulho que fiz. Acho que estava cansado e quis partir mais tarde.

 

Esta noite  haveria uma festa de réveillon no refúgio. Estavam vendendo um pacote. A idéia era boa. Deve ser bonito festar num lugar alto, com bela vista. Mas temo pelo cardápio, os comes e bebes oferecidos, a julgar pela janta de ontem.

 

Saí e iniciei a descida. Era breu ainda. Tive de usar a lanterna de cabeça. A trilha era uma estrada para veículos 4x4, e olhe lá se conseguiam passar. Quinze minutos depois cheguei numa ampla área para estacionamento, onde as pessoas deixavam os carros.

 

Alguns bois estavam deitados ao lado da estrada. Quando cheguei no ponto onde iniciava a trilha, já estava bem claro. Desliguei a lanterna e tirei o agasalho. Neste local, indicado por uma placa, inicia uma trilha que corta caminho. Se seguir pela estrada fará muito zig-zag desnecessário e demorará mais para chegar a Colônia Suiza.

 

Descida tranqüila. Trilha bonita. Linda a vista para a esquerda, para os paredões de pedra do filo norte do cerro López, com uma cor rosada devido a luz do amanhecer. No fundo do vale a esquerda descia um arroyo, o desague da lagunita La Hoya. Para a frente, Norte, o lago Nahuel Huapi e suas ilhas, cada vez mais próximas. A vegetação era cada vez mais diversificada e bonita.

 

O último trecho da descida é chato. Acho que peguei sem querer um atalho. Meio íngreme e bem arenoso, o que poderia fazer qualquer um deslizar.

 

Cheguei no asfalto 06:40 hrs, a tempo de ver o ônibus chegando. Estava ainda indo para Colônia Suiza. Sabia que apenas na volta me apanharia. Mesmo assim pus a mão. O motorista com gestos me indicou onde era o ponto e que na volta pararia.

 

Fui para lá e esperei. Prendi os bastões na mochila e passei a ouvir música, até que o busão chegou. Subi e perguntei quanto era. O motorista disse-me que não se pagava no ônibus. Tem que comprar previamente a passagem num guichê da empresa ou ter um cartão de transporte. Mas disse-me para entrar. Assim viajei de graça pela gentileza do motorista. Numa próxima vez, já sabendo, comprarei antes a passagem.

 

O ônibus me deixou na esquina do hotel, o Casita Suiza. Encontrei minha família ainda no desayuno. Beijos, abraços. Tomamos juntos o café da manhã. Os demais hóspedes do hotel olhavam desconfiados para aquela figura amarrotada, com os fundilhos da calça rasgados (o skybunda rasgou a calça). Minha mulher, meu filho e a babá partiram num tour e chegariam no meio da tarde. Fui tomar banho e dormir um pouco, pois hoje seria noite de festa.

 

O engraçado é que neste dia subi meio trôpego as escadas do hotel, devido ao esforço dos últimos dias.

 

Trekking espetacular, por cenários lindos, mas muito exigente. Me trouxe muitas experiências novas, como uma subida com exposição, um largo trecho de trilha acima da linha das árvores, um vulcão em erupção, descida pela neve escorregando (glissading) e subidas por carreos de pedra, uma grande variedade de terrenos num mesmo dia. Registro também a ótima companhia do Jerome e do Haendel, grandes membros do Vulcano Team!

 

As fotos postarei assim que puder. Postei o relato a partir de um iPAD. Infelizmente a interface para fotos que tenho pega apenas o cartão de memória SD das Nikon e minha máquina é Sony (memory stick).

 

Abraços, Peter

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  • 2 meses depois...
  • Membros de Honra

Pessoal:

 

Finalmente de volta a Salvador, BA, posso postar as fotos do trekking Travessia do P.N. Nahuel Huapi. Começo postando as fotos da erupção do vulcão Puyehue-Cordón Caulle. Esta erupção, ativa desde junho/2011, destroçou a economia local, baseada no turismo, no inverno passado.

 

A foto mostra o início da erupção (forma de cogumelo nuclear). As fotos subsequentes mostram já a pluma formada quando as nuvens de cinza foram sopradas pelo vento. A cruz numa das fotos mostra o topo do cerro Navidad.

 

Abs, peter

 

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  • Membros de Honra

Mais fotos da travessia:

 

Refúgio lynch - alto do Cerro catedral - início do trekking.

 

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Vale do Rucaco - desceria para este vale no 2º dia. Ao fundo o passo Brecha Negra.

 

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Cancha de futebol.

 

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Refúgio Frey.

 

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Laguna Toncek com as agulhas do cerro Catedral ao fundo.

 

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Mesmo local, ao amanhecer.

 

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Bonito local para acampar no vale do Rucaco.

 

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Laguna San Martin visto do passo Brecha Negra. Assinalado o local do refúgio.

 

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Atravessando o arroyo de deságue da laguna San Martin.

 

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Laguna San Martin (ou Jakob) ao anoitecer.

 

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Depois posto mais fotos.

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  • Membros de Honra

Mais fotos:

 

Foto da foto mostrando a subida "emocionante" no início do 3º dia, disponibilizada pelo refugiero.

 

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Início da parte "com emoção".

 

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Recuperando o fôlego na escalada.

 

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A laguna, dezenas de metros abaixo, vista da canaleta de pedras por onde subíamos.

 

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Passo que teríamos que cruzar.

 

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Laguna Navidad, do outro lado do passo.

 

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Descendo pelo gelo para o fundo do vale do Arroyo Navidad, esquiando com os pés ou com a bunda.

 

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Descida chata, através do estreito vale do Arroyo Navidad,forçando bem os joelhos.

 

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Subindo agora o "Caracol" rumo ao refúgio Itália (ou Segre). A foto é da vista para o vale do Arroyo Navidad, que acabaramos de baixar.

 

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Vista da Laguna Negra, a caminho do Cerro Bailey Willis (para o refúgio Lopez). Assinalados o refúgio Itália e a torre principal do Cerro Catedral, ainda visível apesar da distância.

 

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A bateria da máquina acabou, pouco depois. Quando for possível posto as fotos que Gerome me mandou, da erupção do Puyehue.

 

Uma das travessias mais bonitas e exigentes que já fiz.

 

Abraços, peter

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  • 2 semanas depois...
  • 4 anos depois...
  • Membros de Honra

Com emoção, Peter? Bota emoção nisso!!!

 

Que sorte tiveste com o tempo e os parceiros experientes no trecho mais técnico e difícil da travessia! Muito bom quando a gente dá essa sorte.

 

De minha parte, depois de ler o seu relato e assistir aos vídeos do Youtube, vou me contentar em fazer a travessia parcial: Catedral-Frey-Jakob-Tambo de Baez. Acho que já tá de bom tamanho e não corro o risco de travar naquele precipício da Laguna Témpanos. O mais incrível é que todo ano tem uma corrida de montanha que percorre os quatro refúgios - na canaleta eles usam corda e cadeirinha (como dá pra ver em

aos 6:36). Você enfrentou sem esses equipos e ainda com uma cargueira pesada... rapaz!

 

Abraços!

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