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  • Membros de Honra

No dia seguinte ficamos sozinhos na fazenda. Os dois casais de brasileiros que lá estavam foram embora e não chegaram outros turistas. Isso foi uma grande sorte, pois de manhã no caminho para a trilha vimos um tatu peba

 

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e, já na trilha, vimos bem pertinho um tamanduá-mirim! O bicho estava parado em cima de uma cerca. Se houvesse mais pessoas conosco ele certamente teria fugido. Mantivemos o silêncio e ficamos ali pertinho, olhando pra ele. Se tentássemos nos aproximar muito ele levantava aos poucos uma das garras, provavelmente buscando fazer sua posição de ataque, que é em forma de cruz. Respeitamos o espaço do bicho e não avançamos. As fotos foram feitas em maioria a 200mm, ou seja, com algum zoom.

 

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De tarde fizemos uma cavalgada. Foi muito divertido. Os cavalos de lá são mansos e bem disciplinados, parecem até ligados no piloto automático. Então peguei o jeito rapidamente e tudo que eu fazia o cavalo obedecia tranquilamente.

 

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De noite eu insisti para fazer uma focagem noturna, que estava inicialmente programada apenas para o dia seguinte. A fazenda prevê apenas uma focagem por estadia, mas eu bati o pé, aleguei que estava para chover e não queria que a oportunidade passasse. E depois vi que isso foi essencial. Nesta focagem vimos tatu peba, família de capivaras, filhote de jacaré, corujas, um lobo do mato (lobinho) bem rapidamente (não deu pra fazer fotos) e um tamanduá grande. Depois fizemos outra e não vimos quase nada, afinal, os bichos não batem ponto num lugar, estão sempre em movimento e é dificílimo achá-los de noite.

 

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  • Membros de Honra

No dia seguinte fizemos outra cavalgada, gostamos da coisa. Passamos por caminhos diferentes e vimos lugares bem bonitos, mas infelizmente não estávamos com câmera.

 

De tarde, juntaram-se a nós uma família enorme de alemães, sendo um casal, um cara, imagino que fosse tio, e mais sete crianças! Pensei, vai ser um inferno, vão gritar pra lá e pra cá e vão espantar todos os animais. Que nada. Fazem mesmo o estereótipo europeu, bem disciplinados, quietos, com aquela educação distante. Um deles era bem simpático, buscou conversar, mas os demais eram fechados.

 

Nessa tarde eles não quiseram fazer nada, só ficaram na piscina. Aproveitamos e fizemos mais uma trilha, onde vimos macacos pregos e bugios, além de variedades de aves, como tucanos e papagaios. Nosso guia conseguiu enxergar até essa minúscula rã!

 

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Em todos os dias eu explorei bastante a fazenda e seus arredores. As oportunidades de fotos são incríveis, basta ter criatividade.

 

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Próximo ao açude há capivaras e muitas aves, algumas pousam dentro da área construída da fazenda, como um casal de tucanos. Não consegui pegar os dois juntos.

 

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De noite fizemos uma focagem noturna junto com a família de alemães. Eu já havia feito uma no dia anterior, então nessa pra mim o que viesse era lucro. E foi decepcionante. Apesar de incrivelmente a família toda, cheia de crianças, não ter feito barulho algum, tudo o que vimos foi uma anta muito rapidamente e corujas bem longe. Se tivesse feito apenas essa focagem teria saído de lá bem puto, mas felizmente a do dia anterior foi legal o suficiente.

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  • Membros
Os micos são mesmo uma atração a parte, rs. Quanto às fotos, foi um desafio. Lá não tem muita iluminação natural, então focar não é muito fácil. Ideal é levar um tripé, ruim é ter que carregá-lo. Eu tive que fazer várias e eliminar as tremidas.

 

Olha, em valores absolutos os passeios são caros, sim. Mas, em termos de investimento, de valor e retorno, acho que é dos melhores do Brasil. Acho que ninguém sai com aquela sensação de que está sendo roubado, como em outros lugares. Sabe aquela experiência de te levarem pro pior restaurante, do guia que não sabe nada, te empurra pra uma lojinha de souvenir e não mostra nada do passeio? Aqueles lugares com banheiros mal conservados, ou os passeios que não incluem nada no preço e você tem que alugar por fora? Nada disso tem em Bonito. Você paga caro, sim, mas te dão tudo que você precisa pra sua experiência ser inesquecível.

 

As fotos devem ser bem difíceis de tirar mesmo (ainda mais aquelas dos pássaros, do pantanal. Eita bicho difícil de fotografar huashusa).

 

Hm, bom saber disso. Não tem nada pior do que esses "passeios perdidos" né? Mas que bom que não é assim por lá.

Muito obrigada, seu relato ajudou bastante :D

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  • Membros de Honra

Mais um dia, dessa vez o último na fazenda. Antes do amanhecer tivemos a opção de ver a ordenha das vacas. Mas já estávamos acordando cedo todos os dias, por volta de 6h30, acordar às 4 seria cruel demais em plenas férias. Acabamos deixando para fazer a pescaria de piranhas às 9h.

 

Não levava muita fé na atividade, fui mais por fazer algo diferente. Pensei, pescaria deve ser um saco, muito parado. Pois lá fomos encontrar o Seu Aparecido, que nos levou na focagem noturna como motorista da Toyota e, agora, seria o que nos ensinaria a pescar. Amarramos uma isca de carne bovina numa vara de bambu e lá fomos pro açude pescar piranha.

 

O esquema era pescar e devolver, já que não íamos comer. No dia anterior a família de alemães havia pescado em outra fazenda e trouxeram algumas piranhas para o jantar. Provamos, achei mais ou menos. Luciana, minha esposa, não gostou.

 

Começou a brincadeira. O açude é cheio de jacarés, que ficam só esperando pelas piranhas que devolvemos. O bicho é incrivelmente medroso, se chegássemos perto do açude, ele se afastava. Mas, aos poucos, ia ficando sem vergonha e chegava perto, mas sempre muito devagar, doido para comer piranhas (e nós, se déssemos mole). Seu Aparecido jogou uma para ele, que não perdeu tempo e saltou para pegá-la no ar.

 

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Minha esposa já pegou a primeira. Não é tão fácil assim pescar, as piranhas são muito rápidas, comem a isca sem se prender e se mandam. Você tem que puxar rápido assim que sente a vibração no anzol e nessa brincadeira minha esposa quase mandou uma ou duas pra cima de mim, hehe. Ela levou jeito, mulheres possuem mesmo um instinto inato em caçar piranhas. Eu só fisguei uma e minha esposa naturalmente não me deixou ficar com ela.

 

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Gostamos da brincadeira, mesmo eu tendo levado um surra da esposa na pescaria. De tarde fizemos mais um safári, dessa vez com o grupo de alemães, que não havia feito nenhum. Repetimos o lago dos Tuiuiús. A essa altura já estávamos satisfeitos e não nos importamos de repetir.

 

Acabamos recompensados pela boa vontade. Achamos um tamanduá grande e foi engraçada a farra. O bicho se enfiou num mato cercado por área aberta e descemos na esperança de fazermos boas fotos. Aí já viu, né, desceu toda aquela criançada correndo pra lá e pra cá, hahaha. Nessas horas não há barreiras de nacionalidade.

 

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Deu um pouco de pena do bicho, mas ele sobreviveu. Nada comparado com uma onça o caçando, só fizemos fotos e o deixamos seguir. Prosseguimos para o lago dos Tuiuiús, onde não vimos nada de mais. De diferente, notei na escada de madeira, que leva ao mirante de observação, essa interessante formação de fungos com uma joaninha, inseto que já não via desde a infância. Provavelmente por conta do desequilíbrio ecológico que ocorre nas grandes cidades.

 

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No final do passeio, foi tempo de vermos um filhote de bode, pra alegria da criançada. Já anoitecendo, só nos restou relaxar e aproveitar um pouco mais da tranquilidade da fazenda, pois aquela vida mansa ia acabar. No dia seguinte retornaríamos para Bonito.

 

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  • Membros de Honra

Após o café da manhã pegaríamos estrada. Nos despedimos de todos os funcionários, gente simples, muito simpática e interessante, já estávamos com saudades. A volta foi sem surpresas e chegamos ao Zagaia Eco Resort.

 

Um adendo, esse retorno a Bonito originalmente não faria nenhum sentido. Nosso plano era ficar duas noites no Hotel Passo do Lontra, que é um hotel-fazenda no início da Estrada Parque, uma estrada que é conhecida como um zoológico a céu aberto. Dessa forma, nós faríamos nosso próprio safári fotográfico, naquele dia e no seguinte. Porém, o hotel, que havia respondido a um contato inicial, alguns meses depois, quando retomei a negociação, não me respondeu mais. Isso parece ser um problema comum em Bonito. Depois de umas 3 tentativas frustradas, fiquei bem puto e desisti da ideia. Nesse ínterim surgiu uma promoção do hotel Zagaia, considerado o melhor de Bonito, incluindo meia pensão. Acabei pegando, pensando em fazer um agrado para a esposa, descansando um pouco e tirando um tempo só para nós dois, sem compromisso com nada.

 

De fato, o hotel é muito bonito e o jantar incluso é espetacular. Mas tem seus defeitos e o review completo eu escrevi no Tripadvisor.

 

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Demos um pulo rápido no restaurante Casa do João, onde comemos o prato executivo. Não recomendo, muito meia boca. Demos um pulo na sorveteria, para uma sobremesa e compramos vários bombons com Dona Margarida. Voltamos para o hotel, onde explorei um pouco mais os arredores (é um complexo, com muito verde) e dei sorte de presenciar mais um belo pôr do sol.

 

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Coruja observando o pôr do sol:

 

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  • Membros

Ótimo relato, obrigado por compartilhar e enriquecer o fórum. As fotos então nem se fala, maravilha.

 

Eu acho curioso encontrar europeus nesse tipo de lugar, é para pessoas que buscam algo bem específico, no caso contato total com a natureza. O "padrão" quando esses caras vêm pra cá é conhecer o Rio de Janeiro.

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  • Membros de Honra

Valeu, Diógenes. Tá faltando o post da Estrada Parque, vou tentar terminar ainda essa semana.

 

Olha, chegamos ao ponto de mais europeus conhecerem o Pantanal e a Amazônia do que brasileiros. Triste isso. Não por eles terem acesso, mas por nós, "donos" dessa riqueza natural, não termos acesso também. Lá a renda é igualmente distribuída, aqui há igualdade na miséria. Para quem ganha um salário mínimo, caso da maioria, não dá nem pra conhecer além da própria cidade.

 

Não sei se você já foi à Europa, mas eu também tinha essa visão de que nós somos mais focados na natureza em sua forma pura e eles, ao menos eu achava, mais na combinação arquitetura e paisagem. O que vi por lá quando tive a oportunidade são povos que preservam mais do que a gente a natureza e amam o contato com ela. Somos naturalmente mais privilegiados, mas acho que damos menos valor a ela do que deveríamos. É consideravelmente mais comum você achar um rio limpo na Europa, uma floresta urbana preservada, ou uma área rural em harmonia com a natureza. Nos procuram porque (ainda) temos uma biodiversidade maior, mas até quando?

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