Ir para conteúdo

Slow Travel: Devagar é mais gostoso


Posts Recomendados

  • Membros de Honra

[align=justify][t1]Slow Travel[/t1]

 

Esqueça a idéia de sair pelo mundo quicando como bolinha de pingue-pongue, sem tirar o olho dos guias de viagem. Entre na onda do Slow Travel e relaxe, afinal você está de férias.

 

Escravo do lazer. Mesmo sem nunca ter ouvido essa expressão, você provavelmente já foi, sem perceber, refém dessa realidade. Basta de perguntar: você já planejou suas férias tentando preencher todas as brechas de tempo? Já se sentiu na obrigação de aproveitar cada segundo quando chegou ao destino? E a pergunta crucial: em algum momento parou para se perguntar o porquê de tantos compromissos em plenas férias?

 

Quando se chega a um local novo, é tanta descoberta que acaba sendo quase impossível não se deixar levar pelo ritmo de “tenho-que-aproveitar-as-24-horas-do-dia”, desabando numa correria desenfreada para visitar todos os museus e atrações famosas da cidade, explorar as liquidações e experimentar os pratos dos restaurantes famosos indicados nos guias de viagem.

 

Se você cismar mesmo de fazer tudo e de ir aonde a massa dos turistas vai, pode acabar passando mais tempo em filas do que curtindo. E, se tentar espremer várias cidades numa só viagem (outro desejo comum dos turistas), arrisca-se a passar boa parte das férias em trânsito, sem conhecer nenhum lugar direito (é o famoso “já que” estou na Itália, por que não aproveitar e dar uma esticadinha até a Croácia, por um ou dois dias?).

 

É fato que a chegada do século 21 fez com que velocidade e produtividade fossem sinônimos de sucesso. Noticias instantâneas, carros rápidos, aviões supersônicos e trens ultrarrápidos hoje em dia estão ao alcance de todos. Mas em tempos de um quase colapso planetário, novas prioridades vem sendo levadas em consideração: turismo de baixo impacto, redução das emissões de carbono, engajamento com comunidades locais e trabalho voluntário. Todos esses conceitos fazem parte de um movimento chamado Slow Travel, que se opõe a necessidade de usufruir ao máximo o tempo disponível, muitas vezes de maneira superficial, e propõe que os viajantes interajam profundamente com o local e a comunidade visitada, privilegiando a economia da região.

 

O nome Slow Travel vem de Slow Food, movimento criado na Itália no final da década de 1980 para contestar a padronização dos hábitos alimentares decorrentes da globalização e do aumento das redes de fast-food em todo mundo, e apoiar e divulgar a boa comida e um ritmo de vida mais lento.

 

Para os adeptos da Viagem Lenta, a pressa é a maior inimiga de uma trip perfeita e não seguir o fluxo do turismo normal é a melhor decisão que se pode tomar. Alguns adeptos mais radicais do movimento são contra, inclusive, o uso de aviões ou trens e indicam que se consuma apenas produtos orgânicos produzidos localmente (um pouco xiita demais, é verdade). Para os menos radicais, basta optar por desacelerar em vez de correr e , principalmente, buscar fazer escolhas conscientes.

 

O Slow Travel propõe um novo modelo de relação do turista com o lugar, para que ele se envolva com mais intimidade não só com o que se vê, mas também com a comunidade por onde passa. Afinal, só estando em contato com os locais é possível perceber e viver as diferenças em relação ao lugar em que você vive. E não é para isso que viajamos?

 

[t3]Seja lento – Confira algumas dicas para sua próxima viagem[/t3]

 

> Comece em casa. A chave para não se deixar levar pela pressa é seu estado de espírito. E isso começa antes mesmo de partir.

 

> Já no destino, use o transporte público, alugue uma bicicleta ou ande a pé.

 

> Reserve tempo e espaço para conviver com o povo local e, principalmente, com você mesmo.

 

> Em vez de hotéis, tente alugar um apartamento ou uma casa, ou então fique numa guest house (casas em que a família aluga os quartos para viajantes). A internet facilitou bastante esse processo.

 

> De preferência às lojas e mercados locais em vez das redes de fast-food mundiais.

 

> Deixe o acaso agir de vez em quando. Perder uma conexão de ônibus pode criar novas oportunidades.

 

> Faça o que os locais fazem e não o que os guias de viagem indicam.

 

> Aprenda um pouco (ou muito) do idioma local e tente se virar com ele. Se precisar, use um dicionário. Com isso, você vai conseguir ler o jornal local e saber o que acontece na comunidade por onde está passando.

 

> Acesse http://www.slowtrav.com/ e conheça mais sobre o movimento.

 

[creditos]Fonte: Revista Go Outside - Edição 56 - Janeiro 2010

Texto: Fernanda Franco[/creditos]

Abraço

Edy[/align]

Editado por Visitante
Link para o comentário
  • Membros de Honra

Ótima sacada, Edy.. aliás, tu virou Edver? Explica isso ::sos::

Acho que entramos muito nesta onda de tudo-ao-mesmo-tempo-agora, sem falar na "obrigação" de ver a estátua do anjo que mija pra trás, onde todo mundo tem uma foto fazendo chifrinho. Pena que não dá para qualificar teu post aqui, porque é MUUITO VÁLIDO! Parabéns pela sacada!

Link para o comentário
  • Membros de Honra

É Cacilda!

 

Confesso que estava quase entrando nesse onda de tudo-ao-mesmo-tempo-agora.

Bastou a soma de alguns fatores e esse texto para repensar o conceito de "viajar".

 

Consegui passear pela Angola com toda a calma que o lugar merece (sem estress, sem seguir muito o roteiro). Inclusive consegui muita informação e dicas de lá. Logo mais um tópico fresquinho no fórum da África.

 

Edver Carraro é meu nome ::hãã2::

Edy é meu apelido :wink:

Agora Penélope??? ::lol4:: Só se for a charmosa ::tchann::

 

Abraço

Edy

Editado por Visitante
Link para o comentário
  • Membros de Honra

Muito bom mesmo, minha primeira viagem fiz um roteiro bem intenso, em 35 dias conheci muuuita coisa e até que nao foi tanta correria, mas em um momento parei pra pensar e me dei conta que grande parte das pessoas que conheci eram gringos, como eu estava quase sempre fazendo turismo era bem dificil conhecer os locais. Em alguns momentos tive companhia de locais e gostaria de ter desfrutado mais, só que estava um pouco escravo do roteiro. Mesmo assim ainda pude conversar um bom tempo com um peruano que havia guerreado contra o Equador, tive a oportunidade de dormir na casa de nativos na Isla del Sol e fiz uma grande amizade com o guia que estive quatro dias no trekking em Huaraz, fora isso eram apenas contatos breves quando ia ãlmoçar em algum restaurante de locais ou encontrava alguma figura interessante de bobeira, só que era so bater a vontade de ficar e lembrava o roteiro a cumprir, algumas vezes deu pra quebrar, mas na maioria não... Curti muito essa primeira trip mas isso não me impediu de ter certeza que ainda não era extamente a melhor forma de viajar.

 

Recentemente fui pra Uruguai, Chile e Argentina decidido a fazer diferente, e realmente fiz. O divisor de águas pra mim foi viajar de carona, às vezes ficava dias ilhado esperando e com isso conhecia até os cachorros de uma cidade (em uma dessas conheci um senhor mendigo de 100 anos que conhecia tudo do Chile e recentemente tinha ido morar em uma pequena cidade da Carretera Austral fugindo da violência e constantes roubos que sofria nas "grandes" cidades), conheci caminhoneiro que não via a familia a mais de 2 meses trabalhando duro pra botar o pão em casa, hippies que produziam desde as frutas que consumiam até a sua propria cerveja.

 

Isso tudo pra mim foi sensacional e me fez refletir muitas coisas, eu estava longe de ser senhor do meu tempo e acordava sem saber se iria dormir em uma cama ou ia ter que acamapar na beira da estrada, quando ia ser a proxima refeição...

 

Enfim me empolguei e fui um pouco além do devagar e sempre, mas achei que era válido registrar o quanto que agregou na minha viagem (e na vida também) ter saído da correria e ter tempo para vivenciar de fato o lugar que estava visitando.

 

Ótimo assunto pro off topic Edy, sempre me empolgo quando trato dele ::tchann::

Link para o comentário
  • 1 mês depois...
  • Membros

Ótimo tópico Edver! Aproveitando que o vi aqui, queria agradecer o PauloMotta pelos ótimos toques sobre a costa peruana, que me valeram ótimas férias em Lima, Ica e Nazca.... Achei o slow travel uma ótima idéia. Me fez lembrar a idéia do slow food, que acho eu ser uma corrente européia. Eles fogem da comida tipo fast food e valorizam a comida caseira, comida feita de produtos frescos, regionais e tal. Mas, antes de ir ao Peru, no início de fevereiro com minha filha,tinha planejado um bocado. Mas, chegando lá, mudamos um pouco as datas e tempo de estadia, conforme o nosso gosto pelos lugares. Adoramos Ica e a Laguna Huacachina, por outro lado, curtimos muito ficar em Miraflores, em Lima, acabamos ficando menos de um dia em Nazca, fizemos só o passeio. Paracas, só o passeio das Islas Ballestas tb. Em Ica, na laguna, há uma paz, talvez por causa da lagoa, mas mais ainda por causa do deserto. A aridez, a idéia de se estar no meio do nada, ao entardecer, é um convite à reflexão. A gente fica com vontade de ficar uns bons dias ali. Por outro lado, em Lima, a cultura peruana, a loucura desenfreada do trânsito, a simplicidade das pessoas, a atenção com os viajantes, aquela costa rochosa, também faz a gente querer ficar muitos dias ali, pegar ônibus, ir à feira, arrumar um bico e conhecer mais sobre as pessoas dali e seus costumes. Quando vi esse tópico logo me interessei e fui ver o site do slow travel, pena que naum tem muita coisa sobre nossa America do Sul né, mas o conceito é ótimo e na minha próxima viagem, ao Araguaia no Tocantins, vou fazer algo do tipo, vou ficar uns 10 dias perto de Conceição do Araguaia e quero amarrar meu jegue na sombra, comer um peixinho assado na beira do rio e ouvir histórias de boto que sai do rio pra pertubar as moças solteiras kkkkk.

 

Abraços. ::otemo::

Link para o comentário
  • Membros

Adorei a idéia do post e também as dicas. No mundo atual há uma ditadura da pressa. Todos nós temos que correr para fazer alguma coisa ou ir em algum lugar. Graças a Deus, que surgem uns "iluminados" que propõem slow food, slow travel e outros slow life style.

 

A maioria das nossas viagens são feitas de carro. Demoramos a chegar... é verdade... mas curtimos muito o caminho. E uma coisa engraçada: nos dias de quarta e sabado, quando viajamos no Brasil, onde estivermos meu namorado faz questão de jogar na mega-sena. Doideira... mas, ao procurar a loterica, podemos vivenciar o dia-a dia da cidade. E ele ainda curte a esperança de ganhar a sena e todo mundo na cidade procurar o ganhador, sendo que já fomos embora... coisas de slow travel... ::otemo::

Link para o comentário
Visitante
Este tópico está impedido de receber novos posts.
×
×
  • Criar Novo...