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Porto de Galinhas/PE - PROTEÇÃO AMBIENTAL OU GARANTIA DE EMPREGO DOS JANGADEIROS


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Vou comentar um fato ocorrido neste mês de novembro/17 quando estive viajando pela praia de Porto de Galinhas no município de Ipojuca/PE.
A fama da localidade e o motivo de tantas visitações se dá principalmente pelos seus arrecifes de corais e suas belíssimas piscinas naturais com lindos e coloridos peixes e tudo isso muito próximo a praia, o que permite fazer o trajeto a pé quando a maré está baixa, percorrendo um pequeno trecho de agua do mar. Há também um lindo passeio, podendo chegar ao mesmo local através das 80 (oitenta) jangadas que enfeitam aquele litoral.
Ocorre que o local é protegido por leis ambientais municipais... e exatamente aí que acontece a distorção e total falta de objetividade na proteção ambiental que deveria ocorrer.
A localidade não possui uma única placa indicativa de ser os arrecifes e piscinas naturais protegidos por qualquer lei, nem mesmo as pousadas fornecem informações detalhadas sobre o assunto....na prática ao chegar na praia e tentar caminhar até os arrecifes será abordado por fiscais ambientais esclarecendo que somente podem concluir o trajeto e subir nos arrecifes para visitar as piscinas naturais quem possuir uma pulseira, que é fornecida gratuitamente logo no início da manhã na mesma praia e local de saída para iniciar o trajeto a pé, ocorre que apenas os 200 (duzentos) primeiros turistas no dia é que conseguem a pulseira, os demais ficam sem poder fazer a visita.....será??
A proteção ambiental esperada para o local deveria impedir a visitação dos arrecifes ou então limita-la, fornecer fiscalização e aplicação de penalidade para quem desobedecer aos fiscais, mas não é isso que ocorre.
Os fiscais, pelo menos o que eu tive contato, era uma pessoa altamente idealista, com aprofundado conhecimento de meio ambiente, reunindo turistas a sua volta causando discussões sobre proteção ambiental dos corais, além claro, impedindo que os turistas sem pulseira pudessem concluir o trajeto e subir os arrecifes.
Um turista desatento poderia retornar a praia sem concluir o passeio aos corais e ainda elogiar a conduta do fiscal e da Prefeitura local pelas iniciativas de proteção ambiental, mas na verdade a única proteção que estava sendo alcançada era a preservação da profissão dos jangadeiros.
Sim. Isso mesmo. Proteção do emprego dos jangadeiros. Nada mais.
Existe uma lei municipal, segundo o fiscal mencionado, que apesar de não ter sabido dizer seu número, afirmou que limita o acesso aos arrecifes de corais para 200 (duzentas) pessoas/dia, para quem vai a pé, através da distribuição das pulseiras com controle pelos fiscais no acesso pelo mar e, outros, se me lembro bem, aproximadamente 1300 (mil e trezentas) vagas distribuídas entre as 80 (oitenta) jangadas, resultando em 16 (dezesseis) pessoas por jangada, algo em torno de 2 (duas) viagens por jangada/dia.
Seria lindo se fosse assim mesmo, na prática as jangadas não possuem qualquer controle, sequer fornecem pulseiras e tampouco são fiscalizadas pelos idealistas fiscais ambientais que concentram todas as suas energias para controlar o acesso a pé pelos turistas enquanto as jangadas chegam e saem a vontade sem qualquer controle ou restrição.
Quem na verdade acaba sofrendo advertência são os fiscais, já que os jangadeiros ao notarem pessoas fazendo o caminho a pé criticam os fiscais para que impeçam com rigor os turistas sem pulseiras de chegarem aos arrecifes pelo mar e a pé, claro que objetivo é que esta pessoa ao retornar a praia seja abordado pelo jangadeiro oferecendo o passeio ao mesmo arrecife só que agora cobrando uma singela taxa de R$25,00 ou R$30,00 por pessoa, depende da conversa.
Não há qualquer limite de pessoas em visitar ao mesmo tempo as piscinas naturais quando se vai de jangada, o limite somente é aplicado para as pessoas a pé, esse tipo de preocupação ambiental é meramente retórica, senão política, buscando demonstrar aos incautos que o município preserva o meio ambiente quando na verdade a única proteção é a do emprego do jangadeiro.
Poderia mencionar diversas outras observações em questões ambientais como por exemplo limpeza e coleta do lixo na praia, tratamento e destino do esgoto da cidade, ambos aparentemente parciais senão inexistentes, ou então questionar a vigilância sanitária do município quanto as barracas de praia que vendem e conservam alimentos com sua elaboração em ambiente e condições bastante questionáveis ou também na quantidade de menores e em grande parte crianças que fazem comercio através de arte em azulejo com aplicação de produtos tóxicos como verniz sem nenhuma proteção, além do próprio trabalho infantil, mas tudo isso são outras histórias.
Quem tem a oportunidade de visitar outros países entende porque a vinda de estrangeiros para o Brasil é tão pequena e cai constantemente e porque a ida de brasileiros para o exterior e tão elevada mesmo em tempos de dólar alto. 
Respeitar o espaço da pessoa, em especial do turista, é condição mínima para se iniciar qualquer avanço no turismo, abordagens incansáveis e desrespeitosas pelos barraqueiros na praia para garantir sua presença e gasto $$ em seu espaço de cadeiras e guarda sol sem que se permita que o turista escolha por si só é algo corriqueiro, além dos vendedores ambulantes e pedintes, todos querem seu dinheiro mas ninguém permite que possa relaxar tranquilamente, a qualidade dos serviços prestados é muito baixo, condição comum em diversas localidades visitadas pelo Nordeste, para se ter algum sossego terá que se isolar em algum resort, se quiser visitar as belezas nordestinas com carro alugado, terá que passar muita raiva, uma delas que não ocorreu em Porto de Galinhas, será ter que pagar para estacionar em local público, mesmo nas ruas que cobram área azul, isso mesmo as áreas públicas estão loteadas pelos flanelinhas que exigem valores para estacionar na rua, isso mesmo eles exigem valor para estacionar seu carro na rua em local público, incluindo ruas com muitas vagas disponíveis, conheço esta pratica como extorsão, mas lá ela ocorre na frente dos guardas municipais, que atualmente parecem serem eles que fazem a segurança pública, e de vez em quando da Polícia Militar, raro de se ver, parecem estarem sendo substituídas pelos guardas, mesmo que a Constituição Federal, ao menos ainda, não ter promovido esta alteração.
Enfim....essa viagem foi minha despedida do Nordeste. Em Porto de Galinhas vivenciei o fato mais curioso, mas em todos os demais municípios turísticos visitados tive observações e fatos anotados. Pode parecer, mas não sou viajante ocasional, apenas no Nordeste, o trajeto de Salvador/BA a Natal/RN de carro foi a segunda vez que fiz, além do trajeto Recife/PE a Natal/RN realizado também de carro, bem como outras viagens por pacotes turísticos, etc, basicamente as localidades que visitei, como Porto de Galinhas/PE, estava fazendo pela quarta vez, faço tais apontamentos com conhecimento, não faço a presente critica motivado por uma situação infeliz que poderia ter vivenciado, o fato do fiscal mencionado não ocorreu comigo, já conhecia as piscinas naturais em outras duas vezes que havia ido, mas participei da discussão pois estava no mar tomando banho quando ela se iniciou.
Aproveito para compartilhar minha experiência com outras pessoas que possam se interessar e quem sabe até, iluminar a cabeça dos governantes locais para corrigirem tais falhas apontadas, bem acho que isso não vai ocorrer, então fica o texto para outros turistas poderem conhecer um pouco do que muitos não conseguem enxergar, especialmente os turistas de primeira viagem que costumam ficarem encantados com tudo que é diferente sem se importar ou perceber o que é bom ou não.

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Reynaldo, bom dia!

Infelizmente isso é um reflexo de um brasil onde a corrupção, Concussão (crime)  e impunidade, reina e temos que conviver com esses tipos de coisas que estão na vida do BRASILEIRO “não concordando”, sou de Recife e minha família tem casa em Porto de Galinhas, então frequento porto a muiiitos anos, e sempre teve arrecifes, jangadeiros, passeios sendo realizado a pé, mais existe pessoas que só visa lucro $$$$ então procura vantagens em tudo, com isso começaram a limitar o acesso de trajeto a pé na intenção de proteção, mas como mencionado por você “Proteção do emprego dos jangadeiros. Nada mais.” Mais que por traz de tudo isso se tem rede hoteleira, vereadores, empresários.... É muito triste tudo isso, pois só perde!
 

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Infelizmente Nordeste é uma região pobre,de um povo que não pode frequentar a escola,é por isso, tem que fazer algo para sobreviver. 

Ainda bem que reclama de jangadeiros,que até que provém ao contrário, são trabalhadores.

O erro está na classe dominante,ambiciosa e usura,incapaz de dividir um pouquinho das imensas riquezas que acumula.E leva tipos reacionários, como o ex Gov do estado,de triste memória, ao poder.

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@Reynaldo Vannucci Neto  Não sei se você fez, mas tem aquele passeio de jangada também no Pontal do Maracaípe, falam um monte sobre preservação ambiental e no final ficam caçando um pobre cavalo marinho para colocar num pote de vidro para mostrarem aos turistas, quando fui falei para o jangadeiro não fazer aquilo pois dava para perceber que o bichinho estava muito estressado.

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@RHUGO Faço diferente de vocês, se o país é democrático como dizem,respeitem a opinião de um comunista.

O comentário que fiz para o cara do amendoim é procurando o bem dele,como quero o bem de todos,melhorar de vida,afinal todos chegarão, espero, a idade avançada.Já parou para pensar noque ele postou?Andar pelos Andes?É depois?Nem estrada tem.

O que acontece com os jangadeiros é o mesmo que você citou,garçom, motorista no sul é porque querem?Não, falta de oportunidade no Nordeste que conheço demais todos os estados há muito tempo.

Se quiser está tudo registrado no tripadvisor.E,como estou de saco cheio de tanto coxinha,vou a Chile e passo temporadas lá.Por acaso você já viu meus posts sobre o país?Acho que não me conhece e veio postar tonterias sobre a minha pessoa.

Gosta do ex Gov de Pernambuco que queria ser presidente e traiu a esquerda?Também gostava até ele virar a direita e passar a andar com reacionários. Mas isso não é assunto para discutirmos aqui.

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Ngm aqui está desrespeitando qualquer opinião; o fato é que esse espaço é voltado para viagens e temas correlatos. Suas opinião em 100% do conteúdo levam a uma discussão política ou uma crítica a todas as coisas que não sejam da esquerda fanática. Hoje, em todos os lugares possíveis a política dá as caras ..então por favor, tenha a sua opinião, mas não fique contaminando esse local que para muitos é onde se tenta ter um pouco de lazer e distração.

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Em 17/11/2017 em 10:37, RHUGO disse:

Cara que texto!

Sou de Recife, e tudo que você falou é a mais pura verdade.

O ideal seria que chegasse até a prefeitura de Ipojuca.

Meu! obrigado pela consideração e pelas palavras de apoio. Penso que essa condição foi criada pelo próprio poder público, portanto dar ciência a eles não resolveria. Porto de Galinhas tem uma beleza única o que faz com que seja sempre muito visitada, mas a exploração do turista como vem ocorrendo reflete em opiniões negativas que passam a ser difundidas e que poderá afetar o interesse de possíveis futuros visitantes de irem para lá. Com o tempo, se os reais interessados no turismo, que são os restaurantes, hospedarias, lojas, mercados não tomarem a frente e organizarem de forma efetiva o turismo local, como no caso, as visitas as piscinas naturais, a tendencia é perder turistas para outros locais mais organizados, como por exemplo Maragogi/AL, que possui beleza similar. Os jangadeiros ao descumprirem a legislação ambiental para aumentarem seus ganhos, pode na verdade perder os turistas no futuro, porque nenhum cidadão de bem gosta de se sentir enganado ou no linguajar popular ser um trouxa, se a exigência no limite das visitas fosse respeitada tanto para quem faz o passeio de jangada quanto para os que visitam as piscinas a pé,  passaria uma ideia de organização e respeito ambiental, resultado em opiniões e divulgações positivas. Os jangadeiros deveriam estar na lista dos reais interessados que mencionei, mas não com a filosofia de lucro que identifiquei. Essa é a minha opinião.

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Em 17/11/2017 em 16:07, D FABIANO disse:

Infelizmente Nordeste é uma região pobre,de um povo que não pode frequentar a escola,é por isso, tem que fazer algo para sobreviver. 

Ainda bem que reclama de jangadeiros,que até que provém ao contrário, são trabalhadores.

O erro está na classe dominante,ambiciosa e usura,incapaz de dividir um pouquinho das imensas riquezas que acumula.E leva tipos reacionários, como o ex Gov do estado,de triste memória, ao poder.

Respeito sua opinião Fabiano, mas não posso concordar, até onde eu sei nenhum Governo foi bom no Brasil, em nenhum tempo e nenhuma região, assim como não adianta pensar que Presidente, Governador, etc vão fazer algo localmente, quem tem que agir são os interessados, no caso os jangadeiros deveriam estar mais preocupados que todos os demais na cidade, como donos de restaurantes, rede hoteleira, etc,  ninguém visita Porto de Galinhas porque acha bonito o restaurante X ou a hospedagem Y, as visitas ocorrem por conta das piscinas naturais e sua praia, preservar tal ambiente é fundamental para que o turismo possa crescer. Outro ponto tão importante quanto, é a necessidade de se respeitar o turista; abordando apenas a questão da preservação ambiental fictícia, o turista não é bobo ele percebe que esta sendo enganado, e não precisa disto, se fizer bem feito, todos respeitando a limitação de visitas as piscinas naturais, possibilitando ao turista perceber a preservação ambiental ocorrendo de fato, isso fara com que as opiniões sejam positivas, caso contrario não. Quanto a colocar culpa em classe dominante, etc e que jangadeiros são trabalhadores, e que, interpretação minha, não estão cometendo crimes, penso que ser honesto é uma obrigação, quem opta pelo crime, independente de ser rico ou pobre não merece estar na sociedade e sim na cadeia, então para mim, no caso narrado, os jangadeiros aplicam a famosa lei de Gerson que tanto fez mal ao Brasil e continua fazendo. Apesar de fazerem um passeio muito agradável, pois já o fiz, em mais de uma vez e em outras localidades, não concordo deles não cumprirem a lei e se beneficiarem da falta de fiscalização e penalidade para auferirem lucros em prejuízo dos turistas que foram impedidos de fazerem o trajeto a pé. Essa é minha opinião.

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