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As empresas de Eco-Turismo querem o fim dos Mochileiros ????


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Um protesto perfeitamente válido.

 

Sou à favor de que parques ou reservas naturais tenham locais vedados ao público, total ou parcialmente, quando se tratar de preservar aspectos delicados do ambiente que seriam facilmente prejudicados com a incursão de humanos em certa escala. Sou à favor de que o acesso à parques ou reservas naturais, em seus ambientes abertos ao turismo ecológico, cobrem entradas e permissões, com tal verba revertendo na preservação e melhoramento do parque ou reserva.

 

Mas de fato um absurdo e imoral que agências de turismo ou particulares estejam usando partes dos parques ou reservas para benefício próprio, que não é revertido para o parque ou reserva e ao mesmo tempo visa prejudicar uma categoria de turistas bastante significativa, os mochileiros independentes.

 

Podemos não ser os que gastam mais, mas em geral somos os que mais respeitam o local, mais contribuem para sua divulgação e consequente vinda de mochileiros/ecoturistas organizados e nosso dinheiro cai direto na economia local ao invés de cair nas agências.

 

Não sou trekker experiente, mas nas poucas vezes que fiz caminhadas, uma em Andorra e outra no Nepal, reparei que as áreas estavam preparadas para receber os dois tipos de mochileiros/turistas. Em Andorra os caminhos são bem demarcados com sinais padronizados, resultante creio eu de algum acordo entre diversas associações e governos. No Nepal a sinalização era menor, mas os locais de forma alguma destruem as que existem, cobram pedágios absurdos para que suas propriedades sejam ultrapassadas e ainda ajudam, com um sorriso no rosto, os trekkers que passam a achar o caminho e dão informações sobre o que os espera pela frente.

 

Tenho planejado para um trek na Chapada Diamantina e um dos maiores choques que recebi foi de que existem muitos guias e agências por lá e, surpresa, as trilhas não são bem sinalizadas. Inclusive li que há atrações cujo destino só é possível de ser alcançado na companhia de guias, senão o "dono" não deixa passar. A política é de absolutamente se contratar guias e pagar taxas onde seja que as tenham posto.

 

Isso é completamente surreal para mim e me parece que visa acabar completamente com os mochileiros independentes.

 

Não vejo outra alternativa senão nos organizarmos e protestar diante dos orgãos competentes. Como possibilidades, talvez devamos realizar abaixos assinados, formar associações específicas para o caso e... encher o saco das autoridades competentes. Também há que educar as pessoas e agências de que mochileiros independentes não são ruim para os negócios, que eles não irão acabar ou esculhambar os parques ou reservas. Há que perceberem que existem dois estilos de viajar e que quem for adepto do organizado vai continuar a contratar guias e agências mesmo que as trilhas estejam sinalizadas.

 

[]´s

 

Hendrik

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  • Membros de Honra

Pesquisando na Net, descobri que já existe uma associação de mochileiros, a AMABR (Associação dos Mochileiros e Aventureiros do Brasil):

 

http://inema.com.br/mat/idmat031819.htm

 

Infelizmente não consegui acessar o site deles, mas há um endereço de e-mail disponível aqui:

 

http://inema.com.br/mat/idmat032680.htm

 

info@amabr.org.br

 

Segundo o site, a AMABR está devidamente registrada em cartório. Sendo uma entidade jurídica, talvez possa ser usada para direcionar nossos protestos às autoridades competentes sobre o que vem se passando nos parques e reservas do Brasil, exigir diretrizes que respeitem nossa forma de viajar e mesmo exigir sinalização ou proteção pela sinalização das trilhas.

 

[]´s

 

Hendrik

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  • Membros de Honra

a ideia é interessante, valida e legitima. Contudo, num pais de terceiro mundo como o Brasil dificilemtne daria certo por cnta da cultura. Ja comeca com quem confunda mochileiro/backpacker/bicho grilo e farofeiro... a simplificacao tola q alguns generalizam por conta de meia duzia de maconheiros mochilados. Mudanca deve tb ter por parte do mochileiros (in)consciente, pq assim a mentalidade de colocar td como farinha do mesmo saco perdurará.. e jogar a culpa nas autoridades é comodo demais.

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  • Membros de Honra

Jorge e schwertner, concordo com os pontos levantados por vocês, mas não com a prioridade deles.

 

Os mochileiros independentes geralmente são conscientes dos problemas ambientais e os que mais respeitas os locais onde mochilam. Pode-se dizer que são adeptos praticamentes do turismo ecológico sustentável. Pelo menos é o que me parece ao visitar comunidades mochileiras como esta.

 

Os mochileiros ou chamados eco-turistas organizados, que recorrem à agências, guias e/ou pacotes, talvez possuam menos consciência, mas, novamente, já visitei e conversei com diversas agências, guias e operadores e todos eles pregam o turismo ecológico sustentável.

 

Nos poucos treks que fiz tenho visto placas ns trilhas apelando para o turismo ecológico sutentável.

 

Então concluo que há educação sendo feito. Talvez não suficiente e tendo em vista diversos relatos versando sobre vandalismo nas trilhas, certamente que não há controle suficiente.

 

Daí minha sugestão dos mochileiros interessados recorerem à associações legais, que podem servir de canal no envio de protestos, petições e abaixo-assinados de forma a combater situações como as descritas no post original que abriu este tópico: as agências, guias, fazendeiros e operadores se apossando das trilhas e destruindo o trabalho de sinalização e obstruindo o acesso de mochileiros independentes em parques e reservas.

 

A popularização de um local trará inevitavelmente impactos ambientais na região que podem e mais que certamente irá mudar ao menos detalhes do ambiente. O simples fato de passar 50 pessoas por dia numa trilha e não 5 irá causar impacto ambiental, por mais cuidado e educadas essas pessoas tenham e estejam.

 

A questão então está em gerir esse impacto.

 

E a gestão de parques e reservas são da competência de orgãos governamentais. Por isso, se acham que a grande questão seja educar quem for nesses lugares, o Governo também tem grande parcela de responsabilidade no campo.

 

A situação de apropriação e destruição de sinais das trilhas, parques, reservas e outros destinos ecológicos por parte dos guias, fazendeiros e agências não é solução. Primeiro que irá bloquear o acesso aos mochileiros independentes, categoria mais consciente. Segundo que irá fazer-nos divagar por fora das trilhas, nos perder, aumentando o impacto ambiental negativo em outras áreas. Terceiro que elas não possuem esse direito. Quarto e por fim que irá incrementar o acesso de eco-turistas organizados, os menos conscientes.

 

Se uma ação educativa deve ser feita, então deve ser uma geral, para todos: mochileiros independentes, organizados, agências, moradores locais, guias...

 

Por isso disse apoiar a criação de taxas para entrar em parques ou reservas, que sejam revertidas na manutenção e recuperação ambientais.

 

Talvez associações locais devam ser criadas, com trabalho voluntário e sustentadas com as taxas de ingresso ou imposto sobre as agências locais, de forma que seus voluntários possam levar programas de manutenção e recupração dos locais sob suas jurisdição. Vi isso em Andorra. Havia uma Associação Casamaya, que cuidava das trilhas relativas à essa montanha: limpeza, sinalização, reflorestamento, etc...

 

Por fim, Jorge, ser um bicho-grilo ou maconheiro não impede da pessoa ser chamada de mochileira. Havendo consciência na trilha, não vejo porque essas pessoas devam ser discriminalizadas. Vi muitos maconheiros na trilha ao EBC e, quem diria, eram os mais tranquilos das trilhas. Quem mais depradava o ambiente eram os organizados, com suas garrafas plásticas de água, Coca-Cola, suas embalagens de chocolate, M&M, biscoitos, Mars e seus pacotes de medicamentos espalhados pelas trilhas. Acho que não deveríamos tentar criar um padrão de mochileiro. Se ele respeita o ambiente, me parece bom o suficiente. Se ele fuma ou é hippie, isso é da conta dele.

 

Concluindo, acho que trilhas bem sinalizadas são um enorme passo na preservação do ambiente e uma cruzada que merece ser abraçada. Se deixarmos, as agências, guias e fazendeiros irão tornar impraticável o estilo mochileiro independente em diversas áreas, como a Chapada Diamantina.

 

[]´s

 

Hendrik

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  • Membros de Honra

Hendrik, a Chap. Diamantina é um parque "numas", pq afinal nao tem portaria nem nada...portanto nao ha fiscalizacao alguma q tnha uma postura firme em se tratando em depredacao do patrimonio, seja na forma de queimada, palmiteiros ou os farofeiros-bicho-grilo do vale do Capao...nao há!

Daí q é mais comodo pras autoridades (com justa causa) juntar td no mesmo saco..eu, vc e os maconheiros de plantao! Nego mochilado pra ele sé td uma coisa só, sendo q nao é assim. Nao querem nem saber..

Uma acao como vc propoe leva tempo e disposicao de ambos lados. Mas aqui, a cultura é bem difernte de Primeiro Mundo - q tem uma cultura backpacker enraizada e consciente - seria pedir muito, embora nao seja impossivel. Exemplo é o PN do Caparao.

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  • Membros de Honra

Mas voltando ao assunto, é muita sacanagem das agencias monopolizar o acesso aos pqs nacionais demaneira a ser obrigado a se valer dos pre$timos dele$. Td cidadao tem o direit de escolha qto a como vc quer viajar, mas a partir d momento q apontam apenas numa so direcao passam a cercear um direito seu. E os pqs sao patrimonio de todos, afinal, sao mantidos com nossa tributacao..e deveriam ser liberados a visitacao, em tese.

Mas ca entre nos, quem quiser ir a algum local por conta, vai. Nada q um pouco de teimosia, bom planejamento e perseveranca nao resolvam.

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  • Membros de Honra
Hendrik, a Chap. Diamantina é um parque "numas", pq afinal nao tem portaria nem nada...portanto nao ha fiscalizacao alguma q tnha uma postura firme em se tratando em depredacao do patrimonio, seja na forma de queimada, palmiteiros ou os farofeiros-bicho-grilo do vale do Capao...nao há!

 

Jorge, quando estive no Nepal havia uma "porteira" na entrada do Parque Nacional Sargamatha (Evereste), que foi posta na trilha principal, mas se a pessoa quisesse furar fila, era só se meter no mato e pronto, entrar sem pagar.

 

Então a porteira é simbólica mesmo. O passar por ela e adquirir as permissões são atos mais de consciência do que necessidade. A fiscalização não se dá na porteira, mas na forma de guardas florestais.

 

Outra coisa, estou com a leve impressão de que você tem uma idéia de que os hippies e maconheiros são má coisa para o ambiente ou turismo independente.

 

Daí q é mais comodo pras autoridades (com justa causa) juntar td no mesmo saco..eu, vc e os maconheiros de plantao! Nego mochilado pra ele sé td uma coisa só, sendo q nao é assim. Nao querem nem saber..

 

Não enetendi o que isso tem a ver com as ações contra o estilo mochileiro. Está sugerindo que essa apropriação indevida das trilhas por parte das agências e seu conluio com fazendeiros locais tem como causa a aversão popular à estilos de vida alternativos ou por o mochileiro ser usuário de cannabis?

 

Eu fiquei com a impressão de que tudo isso tem como motivo a ganância mesmo: querem bloquear ou dificultar nosso acesso para poderem ter mais e mais lucro. Para quê encorajar o mochileiro independente se podem faturar o dobro metendo as pessoas em pacotes ou exigindo a presença de guias, seja inibindo por meio de porteiras, seja por destruição ou falta de sinalização?

 

Uma acao como vc propoe leva tempo e disposicao de ambos lados. Mas aqui, a cultura é bem difernte de Primeiro Mundo - q tem uma cultura backpacker enraizada e consciente - seria pedir muito, embora nao seja impossivel. Exemplo é o PN do Caparao.

 

Engraçado você dizer isso.

 

De fato não sou trekker experiente, muito menos no Brasil. No entanto tive a oportunidade de conviver 30 dias de trilha com trekkers de várias nacionalidade, em especial os do chamado 1° Mundo.

 

Sinceramente, eram os que mais sujavam.

 

Mas de fato ações como eu sugiro podem levar tempo, mas não sei se enviar protestos e abaixo-assinados via uma associação legal para começar seja tão difícil assim.

 

Abraços

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  • Membros de Honra
Mas ca entre nos, quem quiser ir a algum local por conta, vai. Nada q um pouco de teimosia, bom planejamento e perseveranca nao resolvam.

 

De acordo. Eu apenas vejo mais potencialidade de danificar o meio ambiente com gente perdida se metendo em áreas de equilíbrio delicado do que ter o acesso à essas áreas confinados à determinados pontos e trilhas.

 

Além disso, a existência de sinalização iria atrair mais mochileiros menos experientes... tipo eu..., incrementando as finanças locais. É algo em que todos saem ganhando.

 

[]´s

 

Hendrik

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  • Membros de Honra

bom, o que for propriedade privada, infelizmente, no brasil, é propriedade privada epronto, o dono deixa passar se quiser...

 

mas se é bem ambiental, é difrente. é bem de propriedade difusa, é mais do que bem público. daí cabe ao gestor do bem ambiental ditar as regras sobre acessos. os parques nacionas se enquadram aí. o que não se pode fazer é privatizar o acesso ao bem ambiental, como essa reserva para as agências. todavia, sempre haverá o argumento, utilizado pelas agências, do maior controle sobre a depredação, pq essa efetivamente existe...

 

lembro, há alguns bons anos (uns 20, +/-), de participar de uma ação de limpeza de trilhas da região de paranapiacaba. lembro que, naquela época, enchemos uns 25 sacos gigantes de lixo encontrado nas trilhas. latas, garrafas, embalagens de comida, doces, pontas de cigarro, embalagens de preservativo (e os próprios, em alguns casos). um colega teve a brilhante idéia de levar uma máscara de mergulho, e achou coisas incríveis no poço das moças, tipo diversos calçados, panelas...

 

lembro tb que pouco tempo depois o poder público simplesmente proibiu o acesso das pessoas ao local. o que não quer dizer que as pessoas nãocontinuem a ir pra lá, e de vez em quando um mané escorrega da pedra lisa pq tava pendurado numa cordinha de sisal.

 

o mesmo ocorre com a estrada velha de santos, cujo acesso ora é muito restrito, ora simplesmente proibido. e o que fazem as pssoas? contornam a porteira do guarda pela calçada do lorena, e chegam à estrada velha. proibiram o acesso pq deixavam a estrada em condições terríveis... o solar da maioridade ainda estava todo pixado, da última vez que passei. sem falar a imensa quantidade de preservativos e seringas pelo chão. moral da história: restinge-se o acesso à estrada e velha e, quem quer ir de bicicleta de são paulo a santos fica sem caminho possível algum, uma vez que a anchieta e a imigrantes são inviáveis para pedalar (já desci a imigrantes na contra-mão uma vez, nunca mais na minha vida quero fazer uma loucura dessas... em 20 minutos devo ter ganho trocentos fios de cabelo branco).

 

a solução ideal não seria nem liberar totalmente, confiando na "consciência" das pessoas (se todos fossem"concientes", por exemplo, não haveria criminalidade), pq o risco de o bem ambiental simplesmente sumir debaixo da depredação é grande, nem tb simplesmente proibir e/ou privatizar na mão de uma agência. talvez uma restrição do tipo pagamento de uma entrada e algum ato de conscientização (junta todos os que vão entrar num determinado dia e fazem uma daquelas palestrinhas, por mais chatas que possam ser). não podemos comprar nossa situação ao dos europeus: eles há séculos acabaram com seu meio ambiente, agora tentam salvar o que sobrou, já existe há mais de um século uma cultura conservacionista.

 

aqui não, existe uma miséria imensa e todo mundo vê qualquer oportunidade como meio de ganhar uns trocos, nem qu seja servindo de guia numa trilha reta, plana e curta. é duro aventurar-se num paisrico em natureza mas povoado por miseráveis.

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