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  • Membros de Honra
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Oi,

 

Legal seu relato.

 

::otemo::::otemo::

 

Quanto ao local que você foi em Santa cho que é a "balada" do Cine Center. ::cool:::'> ::cool:::'>

 

Então, aquardando, cenas dos próximos capítulos.

 

::otemo::::otemo::

 

Maria Emilia

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2° dia - Santa Cruz x Sucre

Tecnicamente a primeira madrugada já fazia parte do segundo dia mas vamos deixar como está, ok? :D

Eram 7 da manhã, Thiago e Rogi já haviam saído no ônibus para o outro aeroporto, meu voo para Sucre sairia as 9:55 da manhã então como estava cansado pois não havia dormido à noite resolvi apelar para o segundo andar do aeroporto. Me encolhi em duas cadeiras e tirei um cochilo. Pessoas chegavam e saiam, sentavam do meu lado mas eu não estava nem aí, o cansaço falava mais alto. Quando chegou a hora, fui para a sala de embarque, aproveitei a conexão Wi-fi e perdi um tempinho na net até a hora de embarcar. Deu o horário e fui para o avião e aqui amigos, começava o primeiro aperto que passei na viagem.

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Indo para Cochabamba

 

Até então tudo certo, voo no horário, estava tranquilo. Cheguei às 11:30 em cochabamba para a conexão, fazia calor então fui a banheiro, lavei o rosto, renovei o desodorante ::cool:::'> etc etc

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Aeroporto em Cochabamba

 

De repente parei e olhei o cartão de embarque e vi que o horário do voo era as 11:55 PQP, correeeee......

Ainda passei no balcão da BOA e perguntei sobre a minha bagagem, ela disse que não havia problemas e que por ser conexão ela já seria enviada diretamente para Sucre, e ela ainda reforçou o "Corre FDP senão vai perder o voo!!!" ok, não com essas palavras mas juro que foi o que eu ouvi hahahaha :D . Nessa hora sai correndo literalmente, até o cara do raio x nem quis olhar pra minha cara, parecia que a única coisa que eu ouvia ao meu redor era "correeee safado!". Eu era o último que faltava embarcar e até os seguranças falavam "corre senão não vai dar" e por pouco eles não foram embora e me largaram pra trás. Mas é claro que ainda deu tempo de tirar uma foto do avião me esperando hehehe:

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Só faltava o mané aqui.

 

Ufa, consegui ::hãã2::

Segui então para Sucre:

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Cochabamba vista do alto[/picturethis]

 

Cheguei um pouco antes das 14:00 em Sucre já aliviado pelo que havia acontecido e fui retirar minha mochila. Parei em frente a esteira e esperei.........esperei.........esperei mais até que a ultima mala passou :shock: , ainda coloquei a cabeça pra fora da sala pra ver se não tinha ficado alguma mala no carrinho e realmente não havia nenhuma. só pensei: "fod*eu, de novo" :!:

Fui educadamente ao balcão da BOA explicar o ocorrido (gritar e xingar meio mundo não adianta nada ok? ::cool:::'> ). A atendente explicou a situação para o supervisor, senhor Freddy, que pediu para que eu entrasse na sala e respondesse mais algumas questões. A primeira coisa a se fazer foi tentar localizar a mochila, então ele ligou para o outro aeroporto e 5 min depois após confirmar alguns dados como cor e etc, ele confirmou que minha mala estava realmente no aeroporto de Cochabamba.

A reação dele foi tentar jogar a culpa para mim dizendo que eu deveria ter despachado a mochila novamente, expliquei então que foram orientações da funcionária da BOA e ele engoliu mas disse ainda que eu deveria ter checado para onde estava sendo enviada a minha bagagem e eu disse que é obrigação da funcionária fazer o serviço dela corretamente e eu não podia ser culpado por não corrigir um erro da funcionária da empresa. Mais uma vez ele ficou sem argumentos. Nessa já estava Brasil 2 x Bolívia 0 hehehe. Freddy disse que eu teria que voltar no outro dia pra buscar a bagagem pois não havia mais voos para Sucre naquele dia. Expliquei então minha situação para ele, disse que não ficaria em Sucre, estava indo para Potosi e Uyuni (verdade) e que haviam pessoas me esperando lá (mentiiira) portanto não tinha nem onde ficar. Eu não estava mentindo muito, só criei uma história convincente para facilitar meu lado pois naquele momento minha mente estava trabalhando, já sabia que tinha me dado mal então tinha que ganhar algo na situação. Como já havia trabalhado em hotéis e hoje trabalho em aeroporto, tenho uma boa noção de quais são nossos direitos em casos como esse. ::otemo::

Freddy tratou então de me conseguir um hotel para passar a noite e disse que era só eu pegar um táxi e ir pra lá que estava tudo certo, no outro dia pegaria minha mochila. Não aceitei e falei que queria transporte e uma refeição (sim, temos direito a isso também) e Fredy negou. Disse então que não precisava se preocupar, que eu iria na polícia turística e depois resolveríamos isso então novamente ele gaguejou, saiu telefonou e quando voltou disse que havia uma van da empresa saindo para o centro em 20 min e que eles me deixariam lá e que eu teria café da manhã no hotel. Eu sabia que deveria ter mais uma refeição mas àquela altura já estava bom afinal a discussão durou quase 1 hora e eu queria sair dali. Lembrando que toda essa "discussão" foi bem educada, apenas com a injustiça tentando pesar para o meu lado.

Saí do aeroporto e fui esperar a van, aproveitei o wi-fi para enviar msg ao Thiago e Rogi explicando a situação. Sabia que naquele horário eles já deviam ter saído para Potosí pois havíamos combinado que se alguém não aparecesse, quem estivesse lá, seguiria em frente. Expliquei tudo, desejei-lhes boa viagem e segui para a van.

20 minutos nada, saiu quase 1 hora depois e eu lá constantemente reclamando com Freddy sobre a demora mas enfim uma hora ela saiu e lá estava eu, só com a roupa do corpo e a mochila menor seguindo para o centro de Sucre.

 

 

O aeroporto é distante do centro e a primeira impressão que tive de Sucre foi "mas que cidade feia", sério não vi graça e só conseguia pensar em que pulgueiro o Freddy iria me colocar mas quando foi chegando no centro as coisas foram

mudando bastante.

Chegamos no centro e a van me deixou em frente ao hotel ai eu vi que minha sorte estava mudando. Sucre é uma cidade muito bonita e no final das contas a BOA me hospedou no que fiquei sabendo ser o hotel mais caro da cidade, o Capital Plaza, de frente para a Plaza 25 de mayo.

http://www.capitalplazahotel.com.bo/

Fiz o check-in e a primeira coisa a se fazer era tomar um bom e merecido banho afinal aquele seria o único hotel onde eu ficaria na viagem então tinha que aproveitar. Tomei banho, a minha sorte é que estava com uma camiseta dry fit e tinha uma cueca reserva na mochila menor uhauhahu, então o jeito era improvisar, lavei a camiseta no chuveiro mesmo, sequei bem e la estava eu pronto para desbravar Sucre(com a mesma roupa hahah ::hãã:: )

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Quarto do hotel

 

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Hotel Capital Plaza, parecia cenário de novela :!:

 

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Hotel visto da praça

 

Tudo pronto, peguei um mapa na recepção, e saí pra minha primeira volta em Sucre e quero ressaltar: que cidade bonita!!!! Naquele momento eu estava separado de meus amigos Thiago e Rogi e tinha que aceitar que nem iria mais encontrá-los então saí do hotel com duas missões: Conhecer os pontos turísticos e fazer amigos :D

Dei uma volta na praça, tirei algumas fotos, olhei o mapa e decidi que o primeiro lugar a ir seria o mirador Recoleta por ser mais perto, mas antes eu precisava trocar dinheiro pois já estava com poucos bolivianos. Andando pela praça notei um grupo de meninas sentadas num banco, passei por elas e vi que olharam pra trás. Eu que já estava esperto ainda tirei uma foto no flagra!!

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Na hora pensei "é ali mesmo que vou começar". Me aproximei delas e com todo aquele papo furado de turista brasileiro perdido ganhei a simpatia das meninas. Falei que procurava uma casa de cambio e uma delas começou a me explicar onde encontrar, chamei então elas para irem comigo se não estivessem ocupadas e duas delas aceitaram, as outras ficaram pois a mãe de uma delas (que depois eu descobri estar junto hahahha) não gostou muito da ideia.

Saimos então e fomos caminhando até a casa de cambio, conversamos bastante, peguei várias informações de onde ir e como ir e depois de meia hora mais ou menos nos despedimos pois eu iria ao mirador.

Antes de ir elas me recomendaram um bar chamado Vieja Bodega, fica quase de esquina com a praça e como nos despedimos ali em frente decidi tomar um Pisco Sour (segundo os gringos pronuncia-se sáuor e não sur como eu imaginava ::tchann:: )

 

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Elas me ajudaram bastante.

 

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O Vieja Bodega é um bar muito estiloso, fica ao lado do Joy Ride, outro bar muito bom. Recomendo ambos caso você esteja em sucre e queira tomar umas.

 

Tomei meu primeiro Pisco e gostei bastante, vale a pena.

Saí do bar dei mais uma volta na praça (essa praça é muito bonita) tirei algumas fotos e segui para o mirador. Da praça é bem fácil, basta subir a Av. Audiência por algumas quadras e em cerca de 10 minutos (ou mais se voce estiver sofrendo com a altitude) você chega. Nada mais é do que uma parte alta da cidade onde você tem uma boa vista, tem inclusive um bar por lá com algumas cadeiras em posição estratégica com uma vista muito boa, vale a pena sentar e tomar algo.

 

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Prefeitura em frente à praça

 

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Subindo para o mirador

 

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Vale a pena ficar um tempinho ali

 

Voltei do mirador para a praça e já eram umas 16:00 eu acho e eu queria ir ao parque Cretáceo naquele dia ainda e segundo minhas amigas me disseram, seria possível mas eu havia perdido um ônibus especial do próprio parque que sai da praça 25 de mayo e naquele dias não passaria mais nenhum então tinha que descobrir outro jeito. Depois de perguntar pra algumas pessoas cheguei até uma rua próxima da praça onde passa um ônibus comum que passa lá no parque, linha 3 se não me engano mas basta perguntar em agências ou para policiais na rua, eu fiz e deu certo.

O ônibus custou menos de dois bolivianos. O trajeto demora um pouco e eu tirei um bom cochilo no caminho e quando acordei vi que era o único, sentei na frente e comecei a puxar papo com o motorista, muito gente boa. No caminho passamos por uma rodovia onde estava tendo uma greve de caminhoneiros. Vários e vários caminhões parados (sem impedir o trânsito). O detalhe é que (não sei se por causa disso) a rodovia estava com vários buracos, alguns eram verdadeiros degraus na pista, enormes. mas enfim, chegamos na parada do parque 1 hora depois aproximadamente que alias a o ponto final do busão. O problema é que na hora de descer o simpático motorista me deixou um pouco aflito dizendo que eu não poderia demorar no parque pois aquele que eu vim era o ultimo ônibus e os táxis não estavam vindo até lá tarde por causa da greve. PQP já saí do busão achando que passaria a noite dormindo na rodovia então pensei em fazer tudo bem rápido mesmo afinal já eram umas 17 horas.

Subi uma pequena ladeira até a entrada do parque, fui até a bilheteria pagar a entrada (há um preço para estrangeiros e outro para bolivianos), não me lembro do preço mas acho que eram 30 bolivianos a entrada. O parque parecia estar vazio e eu estava sozinho então já pensei, hmmmm "passeio meia boca" mas quando estava pegando o troco na bilheteria só ouvi: "hola, esta solo?". Eram Marlene e suas amigas (passei por elas subindo a ladeira mas com aquele negócio de transporte pra voltar na cabeça, nem reparei) que também estavam chegando ao parque. Respondi que sim, nos apresentamos e elas me convidaram para me juntar a elas. Eram bolivianas de La Paz e estavam viajando não lembro por qual motivo hehhe.

Mais uma vez, não estava sozinho, ótimo!!! ::otemo::

 

 

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Entrada do parque

 

Entramos e estava passando um vídeo sobre os dinossauros (jura??? heheh) mas estava no meio e não ficamos pra ver. como tínhamos pouco tempo resolvemos não esperar pelo guia e fomos dar uma volta por conta própria mesmo. O parque estava vazio, não me lembro de ter visto outras pessoas fora uns 5 que estavam lá dentro vendo o vídeo.

 

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Olha o tamanho dos bichos!

 

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O mais legal desse parque foi o pôr do sol.

 

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À noite os bichos ficam iluminados e emitem alguns sons mas nada muito emocionante também.

 

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Demos umas voltas, tiramos varias fotos, vimos tudo que tinha por lá e resolvemos ir embora e para minha sorte as meninas também estavam indo para a praça central pois iriam pegar um ônibus para La paz ainda naquela noite. Na saída do parque encontramos um táxi e fiquei mais aliviado, nos esprememos os 5 naquele carro (os carros lá são pequenos) mas demos um jeito :D e conseguimos voltar. A corrida do parque ao centro deu 20 bolivianos e durou cerca de 30 min. Andar de táxi na Bolívia é muito barato, aproveite.

Passei no hotel deixei minha mochila e fomos dar uma volta pela praça pois elas ainda tinham algum tempo. Tiramos mais fotos, conversamos e depois nos despedimos combinando de nos encontrar novamente em La Paz no final da minha viagem (coisa que nunca aconteceu 8) )

 

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Eram umas 20:30 e apesar de não ter dormido na noite anterior, ainda não estava com sono (essa viagem faz isso coma gente) então tomei outro banho e fui dar uma volta pelas ruas de Sucre (ainda com a mesma roupa hehehe :!: ). Aproveitei e entrei num restaurante ao lado do Vieja Bodega e comi uns Tacos, não lembro o nome do lugar mas não será difícil de achar. E também há outras opções pelo que vi. Continuei andando, entrei num prédio onde estava acontecendo uma palestra gratuita sobre antropologia (que eu acho bem legal) mas entender aquele espanhol num alto falante não estava fácil então saí. Depois da caminhada sentei um pouco na praça e fiquei ali apenas observando o movimento.

Sucre é uma cidade muito charmosa, não estava nos meus planos passar uma noite nela mas de certa forma acabei gostando da experiência com a BOA.

 

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Tirei mais algumas fotos e quando eram quase 23:00 resolvi ir para o hotel e desfrutar do que seria provavelmente a melhor cama durante a viagem. Já estava ficando cansado afinal eram umas 40 horas sem dormir e no outro dia teria muito mais...........

 

 

Obs: o Parque Cretáceo eu achei bem fraquinho, recomendo apenas se você tiver tempo livre. Não fique em Sucre só por causa dele nem deixe de fazer outras coisas por causa dele.

Sucre é realmente muito bonita, é a famosa "cidade branca", vale a visita com certeza!!! Várias vezes eu fiquei sentado na praça 25 de mayo apenas observando o movimento!! ::cool:::'>

Editado por Visitante
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Fodástico esse roteiro, to muito afim de ir ano que vem e estava em duvida se animaria pois vou sozinho.

Agora eu tenho certeza que vou. hehehehe

 

O roteiro é bom mesmo e por ser um círculo facilita nos deslocamentos entre uma cidade e outra! Quanto a ir sozinho, não se preocupe pois você no máximo só vai sair do Brasil sozinho, tenho certeza que fará diversos amigos pelo caminho!!!

  • Membros
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Oi,

 

Legal seu relato.

 

::otemo::::otemo::

 

Quanto ao local que você foi em Santa cho que é a "balada" do Cine Center. ::cool:::'> ::cool:::'>

 

Então, aquardando, cenas dos próximos capítulos.

 

::otemo::::otemo::

 

Maria Emilia

 

 

Oi emília, obrigado!!! legal que está gostando!!

então nessa praça tem duas baladas e uma delas eu vi aqui e é Buffalo mesmo, a outra deve ser essa cine center então. não lembro hehehe!

  • Amei! 1
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O vídeo ficou sensacional, estou aguardando o restante do relato.

Farei a trip em agosto com meu brother, serão 26 dias. Então capricha nas informações que serão muiiiiito útil. ::hahaha::

 

Abraços,

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3° Dia: Sucre x Potosi x Uyuni

 

Acordei por volta de 8 da manhã e fui tomar café no próprio hotel. Barriga cheia, tinha então que passar o tempo pois minha mochila estava prevista para chegar entre 11:00 e meio dia no hotel. A essa altura meus planos já tinham mudado, inicialmente eu iria passar direto por Sucre e ficar um dia em Potosi mas com todo esse rolo da mochila eu fiquei um dia em em Sucre então não iria mais passar uma noite em Potosi mas mesmo assim queria passar lá para ver a cara da cidade, dar uma volta e seguir para Uyuni. Como eu não iria mesmo fazer o tour das minas em Potosi isso iria servir para mim. Não gosto muito da idéia de bancar o turista enquanto pessoas trabalham em condições tão precárias, nada contra quem vai lá, mas eu não curto.

Resolvi então dar mais uma volta por Sucre pois agora era manhã então encontraria tudo aberto.

 

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Fiquei muito tempo de bobeira por lá mas eu como eu já disse, sucre é muito bonita o que tornava até agradável o processo. Voltei algumas vezes no hotel e pedi para a recepcionista ligar na BOA para checar se minha mochila viria mesmo. Depois de muito sacrifício para descobrir o número correto da BOA em sucre, ela conseguiu falar com alguem que confirmou que até meio dia, minha mochila estaria lá, fiquei mais tranquilo e voltei para o meu passeio.

 

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Eram 11:20, voltei ao hotel para ver se minha mochila estava lá e nada, não sabia mais onde ir mas percebi que precisava trocar mais dinheiro, voltei então à casa de câmbio que havia ido mas estava fechada. Só depois me dei conta de que era domingo e vários lugares estavam fechados. Aliás eu passei o mês todo sem muita noção de qual dia era, tudo parecia uma grande sexta-feira!!!! ::otemo::

Perguntando para algumas pessoas na rua descobri que ali perto havia um mercadão e que também haviam casas de câmbio proximas então aproveitei e fui.

 

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Onibus bolivianos

 

Cheguei ao mercadão e fui dar uma volta nele e não deu pra não reparar as carnes ali expostas ao ar livre. Esse pessoal é realmente corajoso :!::oops:

 

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Tem coragem?

 

Saí do mercadão e fui procurar casas de câmbio mas todas estavam fechadas, encontrei uma moça na rua trocando reais mas a cotação era muito ruim. Decidi então ficar com o que tinha e trocar mais em Uyuni pois lá os principais gastos seriam em dolar mesmo e isso eu tinha.

Voltei para o hotel por volta de 13:00 e quando estava na praça atravessando a rua para o hotel, vi Freddy parado na porta do hotel com uma cara nada feliz. Cheguei, cumprimentei-o e fiquei feliz ao ve-lo abrir a porta do carro e tirar minha mochila de la!!! o primeiro pensamento que veio foi "TENHO ROUPAS!!!!!!" hehehe. Dei uma olhada e vi que nao faltava nada, mas também todas as bugigangas eletronicas e coisas de valor vinham na mochila menor, sempre comigo então alguem iria roubar no máximo meias e camisetas. Assinei a papelada comprovando que peguei minha mochila de volta e ao entrar no hotel a recepcionista me disse que Freddy estava lá me esperando por uns 40 minutos, de certa forma achei bom ter dado o troco nele por toda aquela história da van no aeroporto. Tomei outro banho e acho que nunca me senti tão feliz por ter trocado de roupa.

 

Fui então fazer o check-out, por mais que tenha gostado de sucre, era hora de partir e a adrenalina de sair do conforto de um hotel e partir sozinho para um lugar desconhecido, tornava tudo muito mais empolgante.

 

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Pedi para a recepcionista chamar um taxi pois taxis utilizados por hotéis tem muito mais chance de ser confiáveis (experiência própria, acreditem). Me despedi da recepcionista que me ajudou bastante com a mochila e segui no taxi para o terminal de sucre, a corrida custou 5 bolivianos, muito barato, menos de 2 reais.

No terminal de onibus de Sucre há alguns taxis que fazem o trajeto entre algumas cidades, inclusive Potosi mas quando cheguei não tinha nenhum pra lá então resolvi ir de ônibus mesmo. Pesquisei em algumas companhias por ali, algumas pessoas vem te oferecendo passagens também. Dei uma volta pelo terminal e vi que não havia muita diferença, o preço aqui é basicamente o mesmo em todas então vai mais da sorte. Comprei com uma moça que vem te oferecer pois o bus iria sair em 5 min, perguntei qual era o bus, ela apontou e me mostrou, vi que era no minimo decente então fui. Inicialmente eram 17 bolivianos mas chorando ficou por 15.

Chega até dar vergonha chorar por 2 bolivianos mas uma hora você percebe que todos querem ganhar algo em cima de turista então você que pechinchar em tudo também, eu acho justo.

Fui rápido pagar os 2,50, o famoso "derecho de uso" e corri pro busão.

Tenha sempre em mente que na bolívia e no Peru você sempre tem que pagar a "taxa de embarque" separadamente do valor da passagem.

 

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Agências em frente ao terminal

 

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Entrei no busão e aqui mais uma vez, começavam mais dois imprevistos da minha viagem, um deles bem punk.

 

O busão saiu as 13:30, fazia em torno de 25 graus em Sucre, estava bem quente e ônibus com ar condicionado é algo que os bolivianos ainda não ouviram falar então preparem-se. Mas conforme o onibus prosseguia, mais pessoas entravam e eu fiquei reparando, todos sem exceção usavam roupas de frio. Blusas de lã e jaquetas de couro eram comuns naquele calor dos infernos e eu pensando que aquele povo só podia ser geneticamente modificado pra não sentir calor.

Começou a passar um filme e vi que era "dois filhos de francisco" e pense, "legal, vou ouvir um pouco de portugês de novo" ........... que nada, tive a grande oportunidade de conhecer a história de Zezé di Camargo e Luciano porém agora em espanhol. :roll:

Durante o filme tive contato com umas das piores aberrações da natureza que iria perturbar a mim e outros brasileiros por toda a viagem (mal sabia ainda). Estava eu lá, quietinho vendo a história dos sabiás do cerrado ::lol4:: quando do nada ouvi " sábadoooooo naaaaa balaaaaaaaadaaaaaaa............."

nãoooooooooooooooooooooo. Era uma fiadaputa ouvindo a musica no celular sem fone. Sim essa raça existe lá também. Ao ouvir aquilo senti que minha expectativa de vida diminuiu uns 5 anos. ::lol4::

Ouvi essa e outras pérolas da "música" brasileira como tchu tcha tcha e outras que me recuso a lembrar.

 

Foram 1 hora e meia de tortura auditiva mas sobrevivi e agora a situação começava a ficar tensa. Comecei a puxar conversa com Julia uma senhora de cerca de 50 anos que sentava ao meu lado e depois de muita conversa eu comentei sobre os meus planos, que eram descer no terminal novo e depois a noite seguir para o terminal velho e pegar um bumba pra Uyuni. Foi aí que a coisa ficou feia, faltava pouco pra chegar em Potosi e Julia começou a falar que era uma cidade muito perigosa, muito ruim para turistas pois assaltos eram constantes, disse que era comum taxistas levarem turistas para "bem longe" e assaltá-los, diss etambém que pessoas se passavam por policias, cercavam turistas e roubavam-nos. falou falou e falou. Eu fiquei ouvindo tudo e minha mente estava a mil pois não sabia mais o que fazer. foi então que disse que talvez deveria seguir direto para Uyuni pois na verdade eu não tinha nada programado em Potosí e só iria passar mesmo pra ver qual que era a da cidade e então ela sugeriu que eu descesse com ela antes do terminal novo e ela me deixaria num lugar pra pegar um ônibus para ir direto ao terminal velho e que como seria um ônibus comum, não haveria problemas com relação à segurança.

Obs: Até sabia de algumas coisas pra se fazer pois tinha visto aqui no Mochileiros mas nada que fosse indispensável)

Faltavam uns 10 minutos pra descermos segundo Julia e eu realmente não sabia o que fazer mas tinha que pensar rápido. Arriscaria descer no terminal novo e correr todos os riscos que Julia havia dito ou desceria com ela que também poderia estar me enganando? Julia parecia uma senhora confiável e no final acreditei no que ela disse, tanto nas coisas ruins como na ajuda que ela me daria, então coloquei tudo na balança e quando passamos por um lugar mais movimentado e ela disse que ia descer eu pensei "quer saber? vou também"

Descemos do busão e meeeeeeeeeeuuuuuuuu amigoooooooooooo o que já estava feio ficou ainda pior. Julia continuava contando historias sobre assaltos e turistas se dando mal só que o problema é que estávamos em algum lugar que era claramente a periferia de Potosi, mais parecia uma 25 de março na favela e eu lá de short camiseta, mochila cargueira nas costas, mochila pequena na frente e com essa cara que não sei do que é mas não é de boliviano, só faltava um aviso em neon piscando sobre minha cabeça dizendo "TURISTA".

Por um lado fiquei achando que Julia estava na verdade me levando pros "manos" me assaltarem, mas julia dizia que era só eu ficar próximo dela que nada aconteceria talvez por saberem que ela é local, na verdade eu estava quase grudando na tiazinha e diria até que era minha esposa se precisasse heheheh. Agora eu dou risada mas juro que foram os 15 minutos que vão fazer parte do Top 10 "medo" na minha vida.

Todos sem exceção que passavam ao meu redor olhavam pra mim, me senti no zoológico (depois isso me fez rever alguns conceitos. sabe quando as pessoas tem costume de ficar encarando alguem que julgam diferente? pois é)

Nem me atrevi a sacar fotos ali então cada um imagine a situação.

15 minutos depois estávamos atravessando uma rua e julia fez sinal rapidamente para um ônibus e me indicou para entrar nele, o caos era tamanho ali, pessoas, trânsito, comércio........ que mal consegui me despedir de Julia e agradecer.

 

Entrei no busão e pude refletir melhor.No final das contas Julia se mostrou uma pessoa muito bondosa e apesar de ter me deixado com um medo do car*alho me fez lembrar que ainda é possível acreditar nas pessoas. Juro que gostaria de ter agradecido e me despedido adequadamente.

 

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A única foto de Potosí foi dentro do busão

 

Cheguei no terminal antigo de Potosi e já fui atrás das passagens para Uyuni, percorri pelos corredores, pesquisei um pouco e mais uma vez a diferença é pouca, arrisquei uma empresa lá e paguei 25 bolivianos na passagem, paguei também a taxa de embarque e pronto porém já eram quase 6 da tarde e o ônibus sairia as 6. Eu tinha então dois dilemas, ir ao banheiro e me trocar adequadamente pois a temperatura havia caído bastante e eu estava de short e camiseta apenas ou então comprar coisas para comer no caminho pois eu não havia comido nada desde Sucre e chegaria no começo da madrugada em uyuni. Escolhi a comida e essa foi umas das piores decisões que já tomei hehehe. Como eu tinha sempre uma blusa leve na mochila pequena pensei em colocar ela pois estaria dentro do ônibus e não iria fazer tanto frio e chegando em uyuni eu vestiria uma roupa mais quente. ::putz::

Vesti a blusa (estava de short) e fui comprar algumas guloseimas para o caminho, tudo feito e às 18:00 o busão saiu com destino a Uyuni.

 

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Onibus para Uyuni

 

No ônibus vi todos muito bem agasalhados, alguns com cobertores mas não achei nada de mais afinal se no calor de 25 graus de Sucre a galera ja estava toda empacotada, imagina então naquele friozinho. Eu disse friozinho?? hahaha mal sabia o que me aguardava.

Mais uma vez a sorte sorriu pra mim e do meu lado sentou Ruth. Ofereci a bolacha que estava comendo (sim, em SP nós chamamos de bolacha e não biscoito heheheh ::lol4:: ) e já serviu pra puxar conversa. Acontece que a viagem até Uyuni é longa, pouco mais de 6 horas e por sorte Ruth era muit gente boa, conversamos muito, foi muito legal. extremamente simpática ela que várias vezes se mostrou indignada por eu estar com roupas tão leves e me contou então sobre o frio que me esperava tanto durante o caminho quanto em Uyuni. Aí sim eu vi que estava lascado mais uma vez. :shock:

Conversávamos bastante e posso dizer que mais de metade da viagem eu nem vi passar, falávamos sobre brasil, bolívia, diferenças nos idiomas, vida, carreira bla bla bla. Era muito legal ter uma conversa daquela com alguem que até pouco tempo era um estranho.

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Ruth

Quando o frio começou a apertar (pra ela porque pra mim ja estava frio antes mesmo de entrar no onibus hahahahha :lol: ) Ruth sacou uma carta na manga que me fez agradecer a todos os deuses que eu não acredito que existam. UM COBERTOR onde cabiam os dois tranquilamente, quase chorei de emoção hahahah.

Quando passava das 22 horas, Ruth disse que ia dormir um pouco pois precisava acordar ainda naquela madrugada para ir trabalhar na segunda-feira. Quando ela caiu no sono e eu virei a cabeça pra olhar a janela me dei conta de algo que não havia reparado ainda: era noite, tudo escuro no busão, silêncio pois todos provavelmente estavam dormindo e a paisagem desértica lá fora com a lua cheia iluminando tudo era fantástica. Fiquei acho que uma hora parado olhando aquilo e repensando minha vida, foi sem dúvidas um momento único na viagem.

 

Chegamos em Uyuni pouco depois da meia noite e ao descer do ônibus puder descobrir que o frio do cão que eu sentia lá dentro era ainda pior fora, não tive dúvidas agarrei o cobertor de Ruth e me enrolei nele pois não tinha condição de tirar outra blusa e calça da mochila e vestir.

 

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Olha a situação. Quando você for para Uyuni não faça isso!!! :D

Ruth já havia me indicado um Hostel perto da casa dela então era só pegar um taxi e sair daquele frio. Pegávamos nossas mochilas e um taxi já parou próximo, ruth que conhecia os endereços conversou com o taxista sobre o preço, eu nem quis saber, só entrei! :D

Rapidinho chegamos em frente ao Hostel Marith (não sei por quê mas se pronuncia marix) que fica na Av. Potosi N° 61. Fui checar se tinha vagas e tinha, voltei então e me despedi de Ruth, perguntei ao taxista quanto seria a corrida até a casa dela e paguei para ela com a maior satisfação. Tiramos uma foto, trocamos contatos e cada um seguiu seu caminho.

 

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Entrei no Hostel, perguntei sobre o quarto. Privativo com banheiro compartilhado com ducha caliente durante o dia por 60 bolivianos, naquela situação se fosse 200 bolivianos eu pagaria sorrindo heheh.

Como não tinha muitos bolivianos (lembra que não consegui trocar em sucre?), avisei que pagaria pela manhã. Sem problemas, fui para o meu quarto, arrumei algumas coisas, coloquei as tranqueiras eletrônicas para carregar e cai na cama já que no proximo dia acordaria cedo pois começaria o tão aguardado Salar de Uyuni............

 

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Quarto no Hostel Marith

 

 

Dicas:

- Se quiser ir de Sucre direto para Uyuni é possível, há onibus no terminal mas eu não vi o preço.

- Proteja-se contra o frio de Uyuni, acredite, é frio!!!

- O Hostel Marith fica próximo à vila militar ou seja, teoricamente você não precisa se preocupar com segurança pois há guaritas e militares o tempo todo.

- Fiquei pouco tempo no Hostel mas pelo que vi e usei, recomendo!!!

- Uyuni não tem nada pra fazer se quiser economizar pode sair de Potosi a noite, chegar cedo em Uyuni dar uma volta pela cidade e ja sair pro salar (eram meus planos mas vocês viram o que houve em Potosi)

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O vídeo ficou sensacional, estou aguardando o restante do relato.

Farei a trip em agosto com meu brother, serão 26 dias. Então capricha nas informações que serão muiiiiito útil. ::hahaha::

 

Abraços,

 

Muito obrigado!!!

Vou tentar colocar bastante informação, pelo menos do essencial porque tem muita coisa que acontece no mochilão e fica no mochilão! hahaha :twisted:

Editado por Visitante
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