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Travessia de Rios


peter tofte

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  • Colaboradores

Essa técnica da calça enlameada realmente funciona! ::otemo::

 

Sobre travessia de região alagada sem correnteza dou as seguintes dicas:

 

- adquira o hábito de empacotar com sacolas plásticas ou sacos estanques todos os seus objetos dentro da mochila. Faça isso antes de sair de casa.

 

- antes de entrar na água abra as fivelas da barrigueira e fita peitoral, para se acaso prender a mochila em algo ou outro. Você poderá se desvencilhar rapidamente da mochila.

 

- com um galho ou bastão de trekking examine a profundidade do local, sendo que ambos dão um terceiro apoio para manter-se equilibrado.

 

- trekking é improvisação com o que você tem a mão. Então se a travessia é sem correnteza e por distâncias curtas, use a capa da mochila, uma lona ou o sobreteto da barraca para envolver a mochila e transformá-la em um barquinho. Vá nadando e empurrando a mochila conforme a foto abaixo:

4583177774_029f7edb13.jpg

 

Lembra do que falei acima de empacotar todos objetos? Pois, se você fizer e bem feito sua mochila ira flutuar na água devido ao volume de ar dentro da mochila. E mesmo entrando na água com 20 Kg na mochila, ela irá molhar muito pouco e não deverá afundar, já fiz este teste e funciona perfeitamente.

 

- se dá pé para atravessar, mas a altura dá água é acima da sua cintura, carregue a mochila acima dos ombros apoiada na cabeça para não molhar. Conforme foto abaixo:

4583170660_21c7f8c2ee.jpg

- se a distância for muito longa para ir nadando como em um lago e não dá para contornar. Improvise uma pequena balsa com troncos secos e mortos que a cheia deixa nas margens. Use uma corda ou cordeletes para fazer a amarração, teste a flutuabilidade na margem. Se estiver frio, proteja o vestuário em sacolas, ao chegar na margem faça uma fogueira para se aquecer e vista suas roupas secas. Nunca molhadas, pois perdemos 23 vezes mais rapidamente o calor quando molhados.

 

Recomendação importante: você não é o Magiver e também não esta no programa A Prova de Tudo, então, siga sua intuição e não coloque sua vida em risco. Procure seguir as dicas desde que o local e clima favoreçam sua execução. Trekking bem feito é aquele que evita riscos desnecessários.

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  • Membros de Honra

Excelente colaboração do Tiago com a complementação do Marcio!

 

Só lembrar que fazer a mochila de barquinho funciona se a densidade média da mochila for menor que 1 Kg/L, pois senão afunda. Normalmente, devido as roupas, saco de dormir e barraca, a mochila não fica muito densa. Se estiver carregando só alimentos (seu parceiro ficou com os itens leves e volumosos) é bom testar primeiro a flutuabilidade. Mas creio que normalmente ela deverá flutuar. Ótima a sacada de envolve-la com o sobreteto ou o rain cover da mochila ou ainda com um saco de lixo! Este último deve daqueles mais resistentes.

 

Peter

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  • Membros de Honra

Um saco estanque ou bolsa estanque, cheio de ar se transforma num bom aparato para auxiliar na flutuação de uma pessoa. Outra dica interessante, se for nadar num rio de correnteza, nadar em diagonal, e no sentido da correnteza, ou seja, a velocidade da água soma-se a sua, e facilita a travessia.

 

Com regra geral, um rio de correnteza já oferece risco de arrastar uma pessoa quando a água estiver logo acima dos joelhos.

 

Ah, ótimo tópico peter! ::cool:::'>

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  • Membros de Honra

[align=justify]Boas dicas Ram!

 

Um saco estanque forma um bom bolsão de ar. Aproveito o tópico e deixo uma dica de como estimar a largura de um rio. Afinal, pode ser muito útil conhecer a distância à margem oposta.

 

1. Escolha uma rocha, árvore ou outro ponto de referência na margem oposta e coloque-se diretamente de frente a ele (ponto A);

2. Calcule aproximadamente, a metade da largura do rio e marque-a em passos ao longo da margem;

3. Marque este ponto B (com uma pedra ou uma estaca) e continue andando ao longo da margem a mesma quantidade de passos dados anteriormente e marque este ponto C;

4. Desloque-se perpendicularmente à linha marcada, até que o objeto de referência na margem oposta e o ponto B estejam alinhados quando olhados por cima do ombro. Pare;

5. A distância entre o ponto C e a sua nova posição é igual a largura do rio (aproximadamente).

 

20100507171247.jpg

 

[creditos]Imagem: The U.S. Armed Forces Survival Manual (by John Boswell, 1980)[/creditos]

 

Abraço

Edy[/align]

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  • 6 meses depois...
  • Membros

Essas são direto do curso de guerra na selva do Cigs:

 

Em caso de emergência um colete salva vidas pode ser improvisado usando palmitos(da palmeira, não do seu vidro de conserva) amarrados em volta do seu peito, com esta técnica se pode nadar grandes distâncias. Esta é um tanto radical, mas situações desesperadoras às vezes exigem medidas desesperadas.

 

Se estiver em grupo, você pode recolher os cantis(rígidos) do pessoal, esvaziá-los e amarrá-los em volta da sua cintura, para melhorar a flutuabilidade.

 

Isto no caso de ter uma corda para amarrar do outro lado e possibilitar a travessia do resto do grupo através dela. Assim o melhor nadador vai amarrado e flutuando bem, e o resto do grupo vai pela corda em segurança.

 

Um poncho pode virar bóia, se embrulhar folhas de forma que fique cheio de ar. Nadando agarrado a ele, você ainda pode levar suas coisas em cima.

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  • 5 meses depois...
  • 4 semanas depois...
  • Membros de Honra

Valeu Frida, valeu André!

 

Esta do palmito não conhecia. Não sabia que ele flutuava assim. Não é uma solução ecológica mas na hora da sobrevivência devemos abrir exceção. E depois da travessia, cozinhar o palmito para recuperar a energia!!

 

Vou atualizar o tópico pois ótimas dicas foram postadas no Trailspace.com por Seth Levy:

 

1) proteja o equipamento essencial antes de atravessar. Coloque fósforos, eletrônicos/óticos (GPS, celular, câmeras, binóculos) mapas num dry sack. Idem uma muda de roupa seca. 2) enrole as calças. Uma calça oferece mais resistência a água que as pernas nuas. Particularmente, se sei que terei de atravessar um rio, já visto um calção de banho ao invés de cueca, de manhã cedo. Tiro as calças na hora da travessia se o rio for mais fundo.

3) na travessia arraste o pé pelo fundo ao invés de levantar o pé do leito do rio.

4) use ao menos, a todo momento, dois pontos de contato (um pé e um bastão de trekking). Melhor ainda, três pontos de contato.

5) Se o rio está com correnteza muito rápida direcione sua travessia para a outra margem em diagonal para baixo, a favor da corrente, não lute contra a correnteza. Considere não atravessar o rio ou atravessá-lo em outro ponto.

6) não use cordas a não ser que esteja habituado ou treinado para fazê-lo. As cordas aumentam o risco potencial de afogamento, se a pessoa se enroscar nelas.

 

Atenciosamente,

 

Peter Tofte

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