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Vida de local: uma pequena parte da Amazonia, em Manaus


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Sempre acompanho o fórum do mochileiros e uso os relatos que leio como guias pra iniciar minhas empreitadas, mas nunca tinha compartilhado o relato de nenhuma das minhas viagens antes. Geralmente procuro informação alternativa e nem sempre encontro. Por isso resolvi disponibilizar meu trajeto em Manaus.

 

Vim pra cá a trabalho, mas tive duas semaninhas livres pra conhecer um pouco mais dos arredores e também da vida e culinária local.

 

Minha chegada em Manaus tem um significado pessoal muito grande. Um ano antes, no mesmo mês que cheguei aqui, eu iniciava uma temporada de trabalho e novas experiências em Jericoacoara, no Ceará.

 O que eu não imaginava na época é que essas experiências me levariam a transformar completamente minha vida e que um ano depois me levariam para Manaus aprender a culinária amazônica e desbravar os caminhos da selva. E fui sozinha mesmo. Aqui está o que eu vi de melhor, e que recomendaria para outros mochileiros e viajantes também.

 

3 dias na selva, pela Iguana Tours (média de 160 reais por dia, com hospedagem e alimentação incluída)

 

Dia 1: Encontro das águas, Rio Negro e Solimões. Chegada no Rio Juma. Pesca de piranhas, por do sol no rio (imperdível) e a noite observação de jacarés.

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Dia 2: Nascer no sol, caminhada pela mata, pesca no igarapé, almoço, banho de rio e acampamento na floresta.

 

É engraçado que até esse momento você pensa "não vou entrar no rio, porque tem piranha, jacaré e sei lá que outro bicho estranho que pode me atacar." Aí chega o segundo dia, você esquece tudo isso e descobre a alegria que é nadar e relaxar nas águas quentinhas do rio.

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Quando você está na canoa não percebe, mas visto de cima, esse é o rio Juma. (um dos turistas que fazia o passeio tirou a foto com um drone)

 

Dia 3: Visita a casa de nativos, almoço e translado de volta. Foi tão legal essa parte que eu esqueci de tirar foto da dona Raimunda e seu marido, donos do local. Eles plantam de tudo, pimenta, mandioca, abacaxi, cana de açucar, cupuaçu, manga, caju. É incrível. Quase fiquei lá uns dias com eles!

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Teatro Manauara

Este já foi falado em outros relatos, vale a visita. É um dos mais antigos e belos teatros do Brasil. Ainda preserva detalhes do inicio da sua história. Pra mim, um dos melhores lugares para se estar em Manaus. Se programe para ir lá durante algum concerto ou apresentação que seja do seu interesse, a visita vai ser mais bem aproveitada. Fui duas vezes, uma delas para assistir Yamandu Costa e a orquestra de violões. Não deixe de ver a maquete do teatro feita com mais de 30 mil peças de Lego.

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Flutuantes

Uma das coisas que mais gostei da Amazonia, além da gastronomia, foi utilizar barcos ou canoas para chegar nos lugares. Nesses momentos pude dar o descanso necessário do caos de Manaus e me conectar mais a natureza, que era um dos meus objetivos quando cheguei aqui. Existem vários flutuantes, esses dois foram os que eu mais gostei.

 

Ferrugem: é um bar flutuante, relativamente novo. Abriu nao faz um ano e por não ter muita gente, acaba sendo um lugar agradável e tranquilo pra passar as tardes quentes de Manaus, com vista pra mata e banho de rio. Para ir até lá é so pegar um onibus para a Ponta Negra, na Marinha do Davi e lá as canoas fazem o transporte para o bar. Ótimo atendimento, boa música e uns petiscos também.

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Abaré: O abaré é um bar e hostel flutuante, é um dos mais conhecidos em Manaus. Oferece stand-up paddle e outros esportes aquáticos. Particularmente, gosto do Abaré quando eles abrem a noite para festas eletrônicas. As festas lá são sempre muito boas, musica de qualidade e gente bonita. Não é muito econômico, mas é um rolê que você dificilmente faria em outro lugar. Ao chegar na beira do rio, um barco te leva até o local, afinal o Abaré está flutuando no meio do rio. Vale a visita.


 

 

Musa

É o Museu da Amazonia, vale a visita para conhecer um pouco mais sobre a diversidade local. É fácil ir de ônibus, apesar de ser um pouco longe. Agendei a visita para ver o por do sol da torre. Cheguei antes porque queria observar as vitórias régias.

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Bares

Bar do Armando, no centro e o Bar Caldeira, também no centro próximo ao teatro. São dois bares bem tradicionais de Manaus. O Caldeira era o bar preferido do Vinicius de Moraes na cidade, às quartas e aos domingos rola um chorinho finíssimo. Um dos meus programas preferidos: tomar um café/almoço na feira da Eduardo Ribeiro, que acontece todos os domingos e passar a tarde ouvindo um choro ou um samba no Caldeira. ::love::

 

Feiras e Mercados

Manaus tem muitas feiras. Tem muitos lugares especializados em café da manhã, a tapioca de tucumã e queijo coalho do Parque 10 foi um achado, ou um "xis caboquinho" na feira de domingo da Eduardo Ribeiro.

 

Mercado Adolfo Lisboa tem todos os tipo de especiarias e ervas medicinais. Peixes frescos e locais, comida boa. Imperdível para quem gosta de se aprofundar na cultura e identidade local. Lá tem a famosa cachaça de jambú que amortece a boca, doces de chocolate de cupuaçú, suco de taperebá e um tanto de outras frutas que eram desconhecidas pra mim. (todas maravilhosas) Um pouco antes do mercado, tem a Feira da Banana, legal quem se interessa pela culinária local. Aí você verá que Manaus é um Brasil a parte e super curioso.

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Feira da UFAM - Acontece uma vez por mês, é a feira Livre do Agricultor Familiar da Amazônia. Os produtores trazem os mais variados tipos de produtos cultivados no âmbito familiar e de pequenas propriedades, tem de tudo, plantas medicinais e ornamentais, cafés, frutas, legumes, temperos, artesanatos, comidinhas, perfumaria da Amazonia e um monte mais de outras coisas.

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Praia da Ponta Negra

Acho que é um dos poucos lugares de Manaus planejado para que os pedestres possam caminhar, também é localizado numa parte mais rica da cidade. Rola diversos festivais gastronômicos e outras festas por aqui. Na falta do mar e de água salgada, a boa é passar a tarde por aqui, areia não falta. :)

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Cachoeiras e Presidente Figueiredo: se comparado com outros lugares do Brasil com trilhas e cachoeiras não é tão surpreendente. Se tiver tempo sobrando vale a pena, senão minha sugestão é fazer outros programas de floresta e rio.

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Ponte Rio Negro

Pra finalizar o relato: se tiver a oportunidade de atravessar a ponte Ponte Rio Negro, não deixe de fazer. Fui de moto com um amigo e cruzar a ponte foi outra experiência linda, pela vista panorâmica do Rio Negro e pela mudança de cenário que acontece lá em cima. Em 3 km o cenário muda completamente: de um lado, a cidade, prédios, caos, transito e confusão. Do outro, a floresta inundada e a natureza virgem.

 

É a maior ponte fluvial do Brasil, e a segunda maior do mundo!

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Faltou a foto dos passeio da tribos aqui. Existem diversas etnias que podem ser visitadas, a maioria já está acostumada com a chegada de turistas.

 

Fui na Funai para me informar sobre como conhecer outras tribos e etnias isoladas, que não tivessem muito contato com os turistas. É possível chegar lá, mas se torna um pouco mais complicado visto que para entrar em algumas reservas indígenas é necessário obter autorização de Brasília e a maioria leva cerva de dois dias de barco só para chegar lá. O preço acaba ficando bem alto. De qualquer forma, as etnias que abrem para visitação de turistas ao redor de Manaus ainda preservam seus hábitos culturais, vestimenta e idioma também. Insira no roteiro!

 

Manaus é uma cidade mal compreendida. Muitos não gostam, afinal não é uma cidade planejada, é muito suja, tudo é muito distante e eu confesso que demorei pra entender o funcionamento dela, mas depois que aceitei o que que ela tinha para me oferecer, passei a ver esse Brasil a parte com outros olhos. Saio daqui com um sentimento de aprendizado, superação, consciência pela riqueza do nosso país e já um pouco de saudade disso tudo.

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