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Conhecendo Manaus e volta de barco para Porto Velho.


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VIAGEM - 7º e Último dia - Até breve Manaus, foi um prazer conhecê-la e conhecê-los.

 

Nossa terça começou em clima de despedida, na noite anterior ainda encontramos o Douglas acordado e acertei tudo com ele, entre passeio, hospedagem e outros serviços tudo ficou na casa dos R$ 800,00. Como ele iria ao mercado municipal para comprar os produtos dos salgados me ofereceu uma carona, as nove iriamos embora e ficaria pelo centro até às três da tarde quando meu barco partiria, aproveitaria esse tempo pra tentar conhecer o máximo do centro antigo, no entanto os meninos também curtiram a ideia e de última hora decidiram que também iriam aproveitar a carona e ficariam no centro até a partida, todos íamos embora neste dia, no entanto eles só pegariam o voo mais tarde, acho que o Rafel as cinco e o Gabriel já á noite. Faziam apenas dois dias inteiros que não via a Rebecca e parecia uma eternidade, aquele casal tinham boas energias e agora já estávamos voltando pra nossas vidas cotidianas, foi uma viagem rápida, mas muito intensa onde acima de tudo ficaram as lembranças das pessoas que encontrei nesse momento.

Todos a bordo da abacatinho, e paramos próximo ao porto, não teve tempo pra abraços e muito mais, aproveitamos o sinal fechado para descer enquanto eles seguiriam mais a frente até o mercado, no terminal do porto deixamos nossas malas no guarda volumes e partiu centro, acabou que como os meninos não conheceram o interior do Teatro decidimos ir direto pra lá, neste dia a visitação era free, mas sem guia. No caminho até o Teatro paramos na “Casa do pão de queijo” e como o Rafel queria matar a vontade fomos aproveitar pra tomar nosso café da manhã, copiando o Rafel pedi um shake de maracujá com baunilha e agora fico salivando toda vez que me lembro disso, pensa num trem bão sô ::otemo::. Com mais energia fomos para o teatro e ficamos um bom tempo lá dentro, tanto o Rafel quanto o Gabriel saíram impressionados com seu interior (o Gabriel confessou que achou o Teatro pequeno em relação às imagens que conhecia, mas que seu interior era mesmo incrível). Depois de visitado o Teatro, foi a vez do MUSA, que tinha uma exposição de contos regionais bem interessantes, e logo depois fomos para a sorveteria Barbarella onde o Gabriel marcou com uma manauara que ele conhecera nas nets da vida, muito simpática e bonita, diga-se de passagem, eles aproveitaram para experimentar algum sabor de sorvete regional e depois fomos de encontro a mãe dela que nos ofereceu uma carona até um lugar para que pudéssemos almoçar, a churrascaria ficava na a Av. Getúlio Vargas que não era muito longe de onde estávamos, mas como carona oferecida não se recusa, fomos os três, achei  que o Gabriel seguiria com elas, ou ela conosco, mas esse rolo deles ficou pra depois do meu embarque e no tempo que ele ficou aguardando na cidade até a hora do seu voo (safadenho :cool:).

Almoçamos muito bem obrigado, e nisso já era quase duas da tarde, então fomos descendo pela Getúlio Vargas em direção ao porto, e lá vem chuva novamente, entramos nas lojas Americanas e esperamos o tempo melhorar, era mais uma daquelas pancadas fortes e passageiras comuns nesse período. Aproveitei pra comprar duas bolachas e um porquinho pra minha sobrinha, à chuva diminuiu, mas não parou, o horário chegando e os três mosqueteiros juntos porto abaixo, ainda tinha que comprar minha rede e cordas, a coluna sem dor como que por milagre e chegamos pontualmente no horário, hora de se despedir dos amigos de viagem, eu iria de barco para casa em uma viagem de mais de quatro dias e eles voltariam de avião e em menos de 24 horas estariam em casa se tudo corresse bem e correu, o Gabriel ainda tentou uma aproximação com outra passageira para querer fazer um meio campo (pense num menino atirado) mas ela logo mostrou o namorado e fechou a cara em um prenuncio de como seria a viagem. Enquanto fui em direção ao barco o Gabriel escoltou o Rafel ao aeroporto, nesse meio percurso ele quase perde o horário por conta da confusão no local de busca do nosso taxista (eles falaram que estavam no porto, e a pousada fica no condomínio Porto Tarumã) acabou que nosso taxista foi pra pousada e só no meio do caminho, com a demora, que eles acertaram o porto certo, fora isso deu tudo beleza e o Gabriel ainda ficou um tempinho com a manauara que também não me recordo o nome (ótima memória essa hein).

 

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Um dos contos regionais em amostra no MUSA, tá ai o porquê da graça 🤭.

 

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E em um raro momento, o Gabriel tirou uma Selfie do trio enquanto aguardávamos passar a chuva dentro da loja, está ai nosso gaúchinho a direita, o mineirinho a esquerda e eu, todos no clima de carnaval.

 

A seguir narro a viagem e volta a Porto Velho pelo rio Madeira.

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VIAGEM - 1º ao 5º dia - Manaus a Porto Velho de barco.

 

“Segunda” parte da viagem (e acho que posso dividir em duas, afinal foram seis dias em Manaus e quatro rio acima, até Porto Velho, em um ambiente bem diferente e com outras experiências e pessoas – e vou tentar explicar o mais detalhado possível pois na época achei poucas informações, além do que, sei que muitas pessoas só estão aqui pelo interesse em saber como essa viagem funciona).

Essa segunda parte começou na quinta-feira anterior, quando em minha andança depois do mercado municipal fui até o porto de Manaus um pouco mais abaixo comprar a passagem de ida para Porto Velho, o terminal de compra fica ao lado do de embarque de passageiros em uma salinha, esse prédio do porto é bem antigo e se encontra (ou encontrava) bem abandonado, assim como essa região de modo geral, há muitos ambulantes, pedintes e aparentemente gera certo receio, mas nada me ocorreu e certamente parte deste temor se deve por eu vir de uma cidade pequena e interiorana. No site do Porto de Manaus, aba Estação Hidroviária > Navegação Regional, há uma lista completa dos barcos, horários, itinerários e valores, e foi por lá que soube o dia e valor da minha viagem, como tinha muita vontade de fazer esse percurso via fluvial e com o encorajamento do Douglas fui e comprei a passagem, não fosse isso, teria escolhido voltar de avião também, pois os relatos que encontrara pesquisando a época eram muito desestimulantes, o valor que paguei no bilhete foi de R$ 250,00 e nele estava incluso as três refeições diárias durante os quatro dias.

Assim que terminei de comprar a passagem e sai do terminal de venda fui abordado por um senhor que perguntou se eu queria um bilhete para Belém, depois de lhe falar que acabei de comprar a passagem para Porto Velho ele disse que também vendia e que eu poderia devolver o bilhete na agencia e por isso perderia R$ 30,00 com a devolução, mas ainda assim ganharia R$ 50,00, pois na sua mão o bilhete valia R$ 180,00 (esse foi o preço final, ao ver minha resistência, sua primeira oferta foi de R$ 200,00), de qualquer modo disse a ele que iria procurá-lo um dia antes do meu embarque e segui rumo ao cemitério naquele dia. Naquele momento fiquei com medo de ser algum tipo de golpe, mas depois soube que eles compram direto com os donos do barco e esses passageiros embarcam de uma maneira "não oficial" do porto. Em porto Velho o preço também é “tabelado” e há postos de venda dos bilhetes (leia-se bares) na Rua João Alfredo desde a Av. Farquar pouco acima, que fica junto ao porto do Cai n’água. Meu horário de embarque estava marcado pras 14:30 horas, mas só cheguei no barco as 15:00 horas e ele só saiu as 18:00 horas, aparentemente é sempre assim, em Manaus o porto possui uma boa infra estrutura mas não há muitas informações, assim que apresentei o bilhete o rapaz mandou seguir e fui no fluxo até avistar o nome da embarcação, lá você sobe no barco e apresenta o bilhete ao funcionário que lhe entrega uma pulseira e pronto, você está livre pra escolher o seu lugar e boa viagem. Os barcos que saem de Manaus aparentemente (foi o caso deste) levam pouca carga e são mais para o transporte de pessoas mesmo, já os que saem de Porto Velho vem completamente carregados rio abaixo, e as pessoas vão de brinde, lembrando que são os mesmos barcos, então eles vivem nesse sobe e desce constante. Já o porto do Cai n’água, e imagino que já sabem o porque do nome, foi recentemente reformado mas ainda assim não comporta a mesma estrutura do de Manaus e acredito ser mais fácil avistar a embarcação, nele os barcos demoram mais na saída, que também é por volta das dezoito horas, pois eles só partem quando completamente carregados, por fim, li em alguns relatos que é possível dormir nos barcos um dia antes da viagem pra quem não quer pagar hotel.

Na época alguns relatos me ajudaram a ter noção de como seria todo o processo, segue o link para mais informações, apesar de datarem de 2012/14, pouca coisa mudou e eles mostram o trajeto inverso - Porto Velho á Manaus. Barco de Porto Velho a Manaus - 2012De Porto Velho à Manaus de Barco - Em Porto Velho, Passagem, Porto e Barco - 2013 e Porto Velho a Manaus {4 dias e 3 noites no Barco} 2014/15.

Procurando na internet há agencias que oferecem a viagem pelo mesmo trecho com valores bem mais salgados, entre R$ 500,00 para redes e até R$ 1.200,00 para os camarotes, não posso atestar a qualidade dos barcos se é superior ou não, mas acredito que, por ser a opção mais econômica de viagem entre as cidades, essas outras embarcações devem ser para um turismo diferenciado a julgar pelos preços. Nas embarcações comuns está incluso na viagem todas as refeições durante o percurso, da subida do rio para Porto Velho a viagem leva de quatro a cinco dias dependendo da carga, no meu caso foram quatro dias inteiros e quatro noites (saímos na tarde de terça e chegamos na tarde de sábado), na descida do rio para Manaus a viagem dura um dia a menos a depender das condições do rio, pois no período de seca a viagem é mais perigosa devido aos bancos de areia que se formam e a quantidade de carga que pode gerar acidentes. O tipo mais comum de “hospedagem” dos passageiros é o feita em redes, na região dos portos de ambas cidades há lojas vendendo-as assim como os dois pedaços de corda necessários para amarrá-las, sua bagagem vai ao seu lado embaixo da rede, aconselho levar cadeado para evitar possíveis transtornos, no meu caso não o fiz e tudo correu bem. Ainda nas embarcações comuns existem dois ou três camarotes, espécies de quartos, que são mais privativos, possuem cama e ar condicionado além de prioridade no horário das refeições, os preços também são maiores, em media o dobro.

Sobre a embarcação, o nome do meu barco era Stenio Araújo, e não da pra se basear muito, pois todos os barcos parecem bem iguais e constantemente mudam de nome por razões “legais” e troca de donos. Em relação à limpeza e acomodações, acredito que esse tipo de viagem não é pra gente “fresca” e tudo vai depender da expectativa e espirito de cada um, como nas minhas pesquisas o que havia eram relatos exorcizando esse tipo de viagem já fui preparado pra possibilidade de nem chegar a Porto Velho (meus pais acham que sou louco até hoje), mas é aquilo, se outras pessoas fazem porque também não posso fazer, sobreviver e ainda estar aqui contando a história. Enfim, quando cheguei a Porto Velho no sábado o que mais tinha saindo de baixo da minha mala era barata, a cozinha é aparentemente limpa, mas se for ficar pensando em limpeza ninguém come em lugar nenhum, a água servida para consumo vem de um grande bebedouro, mas não posso atestar a qualidade, sei que em cima do barco há uma caixa d’água que espero, sirva ao preparo dos alimentos e potabilidade, mas não sei afirmar, até porque durante o percurso o barco não faz nenhuma parada para reabastecer ou se livrar do lixo, esse inclusive é jogado no rio mesmo. Por fim, a água dos banheiros, que são cinco cabines unissex com chuveiro e vaso sanitário, vem e vão diretamente pro rio que estiver navegando, isso se percebe pela cor da água, mas se as pessoas tomam banho de rio, considere que estará fazendo isso por toda a viagem.

Pra quem tem interesse de transportar veículos acredito que apenas motos podem ser levadas e o preço é o mesmo de uma pessoa (mas não posso confirmar, pelo que li em relatos, nem o transporte de motos é mais permitido) já outros veículos tem que transitar pelos rios através das balsas e o custo fica entre R$ 500,00 e 700,00 nas empresas especializadas. Durante todo o trajeto a embarcação não foi parada ou vistoriada nenhuma vez pela capitania dos portos, e nas cidades onde ocorre a parada para embarque e desembarque de passageiros e cargas os postos junto aos portos estavam fechados, assim sendo, não é incomum casos de superlotação de passageiros (enquanto houver o menor espaço de se colocar uma rede, ela será colocada) e principalmente superlotação de carga, que como já disse, no período de seca do rio Madeira, pode ocasionar acidentes, como já ocorridos.

Pra quem vai sair de Manaus com destino a Porto Velho, a dica que dou é comprar o bilhete até a cidade de Humaitá ainda no Amazonas e de lá ir de ônibus para Porto Velho, além de economizar na passagem do barco (o que é compensado no ônibus) você fará um trajeto muito mais rápido e seguro (a rodovia entre as cidades é bem asfaltada e depois de quatro dias no barco a única coisa que você vai querer, é cair fora, desde que não seja no rio Madeira, o habitat dos famosos e temidos candirus da Amazônia).

As últimas dicas que posso dar são em relação à escolha dos lugares no barco. Ele é divido em três compartimentos, o porão de carga, o primeiro andar e o segundo andar onde esta a cabine de comando e o bar. No ultimo andar a musica alta que toca o dia inteiro é o fator contra, além da escada que da acesso a este compartimento, ela é praticamente 100% vertical, o movimento lá é bacana pra passar um tempo, comprar alguma coisa em troca de um rim ou coisa assim, mas ficar lá em cima todo o trajeto é pra quem gosta do movimento, de um ou outro bebado e do gosto musical dos outros passageiros que se ressume ao funk, sertanejo e musica regional, até ai tudo bem. No primeiro andar é onde fica a maioria das redes, e quando falo maioria é em todo o espaço possível e quanto mais à frente do barco mais apertado, isso porque na parte de traz estão à cozinha, o bebedouro e os banheiros que dão muito movimento de gente, além, e mais importante, é aqui que está o motor da embarcação, com seu barulho ensurdecedor e possivelmente uma ou outra fumaça e calor, então cheguem relativamente cedo (na hora marcada no bilhete, mesmo sabendo que o barco só sairá dali três ou quatro horas e tentem o lugar mais a frente, mesmo indo exprimido entre redes, ficará longe do barulho ou faça como eu e fique próximo ao motor onde estará mais folgado, mas terá que conviver com o barulho e empurra-empurra do pessoal nas horas das refeições, ou ainda vá ao piso superior e curta um som, de qualquer modo ficará com pontos positivos e negativos.

Voltando ao relato, assim que encontrei o barco e colocaram a pulseira em mim (uma tripulação nada simpática) fui arrumar um lugar pra armar minha rede, a principio fiquei tentado em ir para o segundo piso, mas a escada e minha mala se estranharam de cara e como havia um bom lugar vazio próximo a um fosso (lugar do motor que já estava ligado e fazendo barulho) pensei “é aqui que vou me alojar”, a principio o barulho nem incomodava tanto, mas depois de dois dias ali do lado e sem ter pra onde correr, bem, no fim me acostumei, mas incomoda.

Armei a rede, coloquei minha bolsa e mochilas perto da cabeça e deitei, pouco tempo depois uma moça chegou e ajudei a armar a rede dela próximo a minha, e logo depois chega o marido dela fardado pela guarda municipal, e eles começam a discutir, ele começa a me encarar depois dela dizer que havia armado a rede pra ela, pensei comigo, agora tô feito, fechei a cara pra ele também peguei meu livro e me afundei na rede, só sei que dali a pouco, após ele tentar convencer ela a ficar com ele na cidade, o guarda desata os nós e tira a rede afastando daquele local, só pensei comigo “o tal do corno é um bicho besta mesmo, vai é tarde”, nem sei a hora que peguei no sono, quando acordei já era hora da janta, o empurra-empurra tinha começado, o barco estava tomado de redes e ao meu lado estava uma moça que seria minha parceira de viagem, detalhe, também não lembro o nome.

A essa altura já estava de noite e havíamos passado o encontro das águas, acredito que já estávamos adentrando o rio Madeira, já que ele desagua próximo a Manaus, não jantei e fui ler um pouco até que chegou a hora de dormir novamente, lá pras 23 horas quando o pessoal começa apagar as luzes, não sei se é por causa do barulho ou qualquer outra coisa, mas durante toda a viagem não tive problemas com mosquitos, como me esqueci de comprar repelente foi um alivio, mas esse é um item obrigatório pra quem anda pela amazonia.

Sobre o restante da viagem vou resumir, uma vez que acredito ter passado as dicas e informações mais importantes, e se você chegou até aqui vai querer ler minha impressão sobre a viagem e como ela termina.

O barco faz cinco paradas ao longo do percurso de Manaus até Porto Velho: Nova Olinda, Borba, Novo Aripuanã, Manicoré e Humaitá. Todas são cidades bem pequenas e tem o rio como principal acesso, além das cidades há muitos corajosos que vivem isolados a margem do rio, com suas plantações e poucos animais, é muito interessante ver de longe e pensar como somos privilegiados por termos todo o conforto e comodidade enquanto essas pessoas mal tem energia elétrica, mas se mantêm firmes e vivendo ou sobrevivendo. O rio Madeira é espetacular, o clima durante a viagem foi bem ameno e um dia antes de chegar a Porto Velho choveu durante todo o dia. Dentro do barco não há muito o que fazer, só podemos contemplar, seja as pessoas, as outras embarcações (muitas balsas), as dragas de ouro, a floresta imponente, o rio de cor barrenta e que forma vários redemoinhos, as toras de madeira que dão nome ao rio e ao desbarrancamento das margens que vai levando tudo pelas sua berradas, são lembranças que fazem tudo valer muito a pena. Aproveitei pra colocar a leitura em dia com “A menina que roubava livros”, estava a tempo tentando terminar de lê-lo e finalmente consegui, é uma história magnifica e ao final, na chegada a Porto Velho repassei o livro pra minha companheira que disse que iria lê-lo enquanto ia para Cruzeiro do Sul no Acre onde teria seu bebê, ela estava gravida, mas nem muita barriga tinha ainda. Haa, conversar é outra coisa que tem a se fazer no barco, além dessa minha companheira que iria ficar junto da mãe para ter o filho e depois voltar para Manaus pra ficar com o marido, têm gente de tudo quanto é tipo, desde gringos mochileiros, que geralmente fazem o trajeto PVH – MAO, até os locais, garimpeiros, turistas, comerciantes, atravessadores e por ai vai. Numa das noites em claro apreciando o rio sob o luar (veja que coisa linda), um senhor parou ao meu lado pra fumar seu cigarro, e dali a conversar, acabou que ele terminou contando do dia que dançou com uma onça, a onça de um lado da árvore e ele do outro lado com as mãos dadas e circulando a árvore até que ambos cansaram e resolveram ir embora, depois dessa até fui dormir::lol4::, mas não vou dizer que é mentira também, a verdade é que ali tinha histórias pra tudo que é gosto e crença.

Nesse trajeto só tomei banho duas vezes e almocei uma, além de não sentir muita fome, como viram ao longo do relato, as bolachas foram minha salvação, não que a comida seja ruim, só não é boa, mas pra quem tem fome tudo vale. Conheci muita gente, e conselho, se estiverem solteiros, não vão na intenção de ficar com alguém, além de poder arrumar uma boa briga, tu pode é sair preso por abuso de menores, o que mais tinha era adolescente se jogando em cima de homem, mas se não tiver nada a perder, só vai. Haa, o bom de ter um vizinho de rede é que vocês se revezam na tarefa de cuidar das coisas um dos outros, obvio que quem vê cara não vê coração, por isso se tiver algo de valor ou leve consigo o tempo todo ou deixe cadeado mesmo. Enfim, poderia enumerar outras pessoas e histórias pra contar, as paisagens e lugares, mas em linhas gerais é isso, a experiência é super valida, e faria novamente, só que agora rio abaixo e na época da seca onde o visual é totalmente diferente, em relação a Manaus, com certeza, se puder, voltarei novamente, é um povo muito bacana e uma cidade riquíssima em experiências e sensações e do mesmo modo que iniciei o relato, vou concluir, as pessoas que conheci foram o melhor dessa viagem.

Pra terminar tenho só que contar como foi a chegada a minha capital, bem, Porto Velho tem um potencial gigantesco, é uma pena que seja tão mal gerida e cuidada, logo se percebe que estamos nos aproximando da cidade, não só pelos portos particulares das empresas, mas também pela quantidade de lixo que se margeia e desce o rio, no lugar de uma orla temos muito mato e no momento da chegada a cidade, a poucos metros do porto, o barco parou em uma ribanceira, estendeu uma tabua e desce todo mundo, de idosos a crianças com sua malas, foi só ai após atravessar carregando  minha mala e a da minha vizinha de rede que fui perguntar seu nome, nos despedimos e o senhor da história da onça me alcançou pra dividirmos um táxi até a rodoviária, isso já eram as 14:00 horas de sábado, chegando lá pegamos os primeiro ônibus e eu fui sua companhia até a cidade de Ariquemes onde seus filhos moram, eu continuei pois era metade do caminho apenas, antes das oito da noite estava em casa findando assim essa viagem.

Obrigado por acompanhar e até a próxima.

 

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É assim que viajamos durante a maior parte do percurso, nessa parte do barco próximo ao motor não é tão lotado e tinha um bom espaço entre redes.

 

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O tempo durante toda a viagem foi de pouco sol e muita chuva.

 

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Chegada em uma das cidades ao longo do rio.

 

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Contemplação.

 

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E mais contemplação, essa senhora de vermelho era a mais animada do barco e dançava bem.

 

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Dragas a procura de ouro no leito do rio.

 

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Pode parecer só uma vista comum de um rio, mas estar nele é compreender a existência de uma força incrível.

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  • 1 ano depois...
  • Membros

Uau😃 q bacana! Viajei na sua viagem. Quero conhecer a Região Norte ano q vem e já estou 'estudando' os lugares daí cheguei ao teu relato e essa viagem de barco é uma das experiências q desde o início do planejamento pretendo ter.  Enfim... Quase 3 da manhã e eu rindo alto com a história da onça. Kkkkk Vlw

  • Gostei! 1
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  • 2 anos depois...

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