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  1. Fala mochileiros, motociclistas, viajantes. Todos bem? Vamos lá para mais um relato de uma RideTrip pela América do Sul, desta vez apenas pela Argentina, com o objetivo de curtir uns dias na linda Buenos Aires e passar o réveillon em alguma das praias do litoral argentino. Nosso roteiro foi o seguinte: (mais adiante detalho tempos de viagem e quilometragem rodada) 26/12: saída de Curitiba/PR com destino e pernoite em Oberá/Argentina 27/12: Saída de Oberá/AR com destino e pernoite em Concordia/AR 28/12: Saída de Concordia/AR com destino e pernoite em Buenos Aires 29 e 30/12: Dias livres em Buenos Aires 31/12: Saída de Buenos Aires com destino e pernoite em La Lucila Del Mar/AR 01 e 02/01: Dias livres em La Lucila Del Mar 03/01: Saída de La Lucila Del Mar com destino e pernoite em Gualeguaychú/AR 04/01: Saída de Gualeguaychú/AR com destino e pernoite em Oberá/AR 05/01: Saída de Oberá/AR com destino final para casa, em Curitiba/PR Fomos em 3 motos para essa RideTrip: eu e minha esposa, meu tio e minha tia e o tio da minha esposa sozinho. --- PREPARAÇÃO ---- Para iniciar, alguns detalhes da preparação da viagem, principalmente, a burocracia de documentação. Para entrar na Argentina no final de dezembro era exigido o seguinte: fazer a DDJJ no site Migraciones, teste PCR negativo de Covid, Certificado de Vacinação contra a Covid, seguro saúde com cobertura para Covid e Carta Verde. A DDJJ deve feita pelo site Migraciones em duas etapas. Primeiro alguns dados básicos e eles enviam um e-mail para seguir preenchendo com no máximo 72h de antecedência, pois será necessário juntar o teste negativo. Atenção: não adianta preencher a etapa 1 muito antes. Ela expira. Havia preenchido com uns 5 dias e na hora de juntar o teste ela havia expirado e tive que começar novamente. Na etapa 2 você deverá juntar os documentos que mencionei. Juntei tudo em português e não tive problema algum. Dica: nossa viagem pegou bem o período que o site do Ministério da Saúde foi rackeado, logo não estávamos conseguindo emitir o Certificado de Vacinação para todos os viajantes. Foi uma preocupação grande. Por sorte eu tinha o meu certificado e da minha esposa salvos por conta de uma viagem para o RJ em outubro. Do tio da minha esposa, apenas conseguimos emitir no dia anterior a partida. Foi um sufoco. A dica é, baixe seu certificado e já deixe salvo. De tempos em tempos baixe uma nova versão atualizada. Se for preciso para uma viagem, vc já tem ele pronto. Seguro saúde eu comprei na Black Friday pelo Seguros Promo, o mais barato com cobertura de Covid. Me atendeu, embora não foi necessário utilizar. Carta Verde sempre imprimo em papel verde. Nunca foi objeto de reclamação, mas não custa levar. Documento da moto levei um antigo (aquele papel verde) e um atualizado impresso (agora não mandam mais o CRLV para casa, tem que imprimir). Algumas reservas impressas, caso necessário. Viajamos todos com o passaporte. Acho sempre mais fácil do que usar o RG. Fora que se ganha carimbos. Com relação a moto, eu havia feito revisão e troca de óleo há poucos quilômetros, então não foi preciso nada mais. Apenas o pneu que deveria ter trocado, mais adiante veras o porquê kkkkk. Moto carregada, correia lubrificada, documentos preparados, hora de sair para viagem. Começamos nossa jornada!!! Dia 1 (26/12) – Curitiba a Oberá/AR – 800km Combinamos de sair bem cedo, pois tínhamos um trecho longo de estrada e a travessia de uma fronteira, algo que nunca sabemos quanto tempo vai levar. Sendo assim, às 5h nos encontramos no meu prédio e às 5h20 já estávamos na BR277 sentido Guarapuava e, depois, Argentina. Fomos pela BR277 e BR373 até a fronteira e a estrada estava bem tranquila, bastante veículos e interrupção dos contratos com os pedágios ainda não fez com que as pistas estivessem tão ruins. Parada para um café na BR227 (Parada Benetida, quanta fila e lentidão): Quase chegando na fronteira com a Argentina, cerca de 11h, fomos parados numa abordagem de rotina da PRF. Conferência de documentos, teste do bafômetro e todos liberados. O ponto negativo e que já estava um calor absurdo. Por volta de 35 graus. Ao meio-dia já estávamos na fronteira de Dionísio Cerqueira/Bernardo de Irigoyen (ou Paso de Bernardo de Irigoyen como dizem os argentinos). Nunca havia passado ali, então foi tudo novidade. Antes de chegar na cidade já tem placas indicativas que levam direto até a fronteira. A de veículos leves fica praticamente no meio das duas cidades, a brasileira e a argentina. Estacionamos as motos e, por orientação de um militar, fomos diretos numa casinha branca onde verificaram os testes de covid e Certificado de Vacinação. Após, nos deram um pequeno papel timbrado para ir fazer a imigração. Numa outra construção fizemos o procedimento de imigração, bem tranquilo e rápido com as tradicionais perguntas “de onde estão vindo?”, “para onde vão?”, “onde ficarão?” e o motivo da viagem ... vacaciones!!! Fizemos essa travessia num domingo, dia 26/12, portanto estava tudo muito tranquilo e em menos de 30 min já estava tudo ok. Tanto do lado argentino quanto brasileiro estava tudo fechado. Perguntei a um agente da PF Argentina sobre trocar dinheiro, ele disse que as casas de câmbio estavam todas fechadas desde o início da pandemia e que era seguro trocar com um dos rapazes que ficava na esquina logo a frente. Haviam vários homens nas esquinas oferecendo câmbio. Fizemos a primeira troca, numa cotação de R$ 1 para AR$ 30. Aproveitamos para pegar dica para comer. Comemos num restaurante ao lado do posto PETROAR. Comida boa, com assado típico argentino e ainda pagamos em real. Algo em torno de 40 reais por pessoa. Aproveitamos para abastecer pois a Super 95 (gasolina) estava AR$ 98, o que dá 3 reais e pouquinho. Maravilha!!! Seguimos até Oberá pela Rota 14. Estrada muito boa, plana, bastante retas e um trecho com muitas curvas de alta. Quem gosta de curvas de alta, ali é o lugar certo, praticamente nada de trânsito. Lembre que era um domingo pós-natal. Show de bola. Com o passar dos quilômetros a temperatura foi aumentando e a força do sol também. O painel da moto chegou a marcar 38 graus. Quase chegando em Oberá, a 15km, meu pneu traseiro furou. Que triste, mas faz parte da vida do motoqueiro. Tentamos colocar um reparo de pneu da Motul, mas não surtiu efeito. Tentamos dar uma carga extra de ar, com um cilindro portátil que meu tio levava e também nada. Pelo visto o estrago tinha sido grande. Por sorte, logo que encostei a moto por conta do ocorrido, no sentido contrário vinha um rapaz argentino com uma 125cc, Cristian Lozano, rapaz muito gente boa que parou e nos ajudou em todo o momento, inclusive pq tinha sinal de celular e já pesquisou a borracheria (gomeria) mais próxima. Tiramos o pneu e lá fui na garupa do meu tio até a gomeria de Oberá. Por sorte havia uma aberta em pleno domingo. Quando os rapazes tiraram o pneu vimos que tinha um corte interno, algo que nunca eles nem eu tinha visto, e câmara tinha estourando em 3 pedaços. Não sei o que houve. Talvez o excesso de calor. Não dava para encostar no pneu sem um pano de tão quente que ele tava. Eu acho que o fato de estar meia-vida ajudou nesse problema. Enfim, não saberei. Por óbvio o pneu não tinha reparo e lá não havia um pneu compatível com uma 800GS. Por sorte tinham um meia vida lá que era aro 17 e que dava para colocar na moto, nem que fosse apenas para tirar do acostamento e trazer até o hotel. Pneu “novo” instalado, voltamos para a estrada para colocar o pneu e seguir viagem. Por sorte deu tudo certo. Furou o pneu por volta das 15h e por volta das 17h estávamos prontos indo ao hotel. Isso me reforçou a importância de sempre sair cedo quando se viaja de moto. Problemas como esse acontecem e se já fosse noite, seria bem mais difícil de resolver. Nos hospedamos no Azul Hotel e Spa, fica numa avenida principal bem próximo da entrada da cidade. Aproveitamos a piscina do hotel e, como estávamos cansados da viagem e do ocorrido, comemos por lá mesmo. Não saímos passear pela cidade. Gostei bastante do Azul Hotel e Spa. Recomendo. Dia 2 (27/12) – Oberá/AR a Concordia/AR – 617km Como o hotel só liberava o café da manhã às 7h, combinamos de ajeitar as motos e bagagem antes das 7h e às 7h já tomar o café para sair o quanto antes, tínhamos um trecho longo e o calor da região era bem forte. Às 7h30 já estávamos na estrada. Atualização sobre o pneu: como Oberá não tinha estrutura, resolvi seguir com o pneu até Buenos Aires para fazer a troca lá. Com isso, minha esposa foi na garupa do tio dela e fomos num ritmo mais tranquilo para o pneu aguentar bem os mais de mil km’s que faltavam (ritmo de 110 a 130km/h). Seguimos pela Rota 14 até Concordia. Por um grande trecho é pista simples, porém pista boa. Os pedágios que tem não são tarifados para moto. Aqui um ponto de atenção, escassez de postos de gasolina e posto sem gasolina. Cerca de 150kms após Oberá inicia um trecho praticamente sem nada que segue por alguns bons quilômetros. Até aí tudo bem, o problema foi que encontramos um posto e nada de gasolina, no segundo posto a mesma coisa. Aí complicou. Rodamos quase 300km sem achar posto. Então fica o registro para quem passar nessa região. Buscar estar sempre bem abastecido. Cerca de 200km de Concordia tivemos um novo problema. A zica tava grande e começou a nos preocupar. A moto do meu tio, uma 1200GS, parou do nada. Cortou sinal e não dava mais partida. Olhamos bateria e estava ok. O calor já estava muito forte, painel da moto marcando 39 graus. Pensamos que poderia ser mais uma consequência do forte calor. Acredito que a sensação térmica passava dos 45 graus. Paramos no acostamento e tentamos por alguns minutos ver o que poderia fazer. Sem solução e por conta do sol muito forte, reboquei a moto do meu tio com uma corda até o próximo posto. Por sorte estava a 8km. Lá no posto conseguimos um wi-fi e falamos com o nosso mecânico em Curitiba. O painel da moto começou a acusar EWS. Segundo o mecânico um problema da antena da ignição. Algo complicado para resolver no interior da Argentina, pois precisaria de uma oficina especializada. Com esse quadro, meu tio resolveu voltar para o Brasil. Tínhamos acabado de passar próximo ao Paso de Los Libres (froteira com Uruguaiana). Conseguimos ali no posto o contato de um pranchão e depois de quase 3 horas entre o problema e a solução, eles retornaram ao Brasil. Seguimos viagem em apenas 2 motos. Depois que já estava resolvido e meu tio no carro para voltar para a fronteira, seguimos nosso trecho. Por sorte ainda com luz do sol. Era cerca de 15h. Aqui, mais uma vez, a importância de sair cedo. Antes de escurecer, acho que por volta das 18h, já estávamos no hotel em Concordia. Ficamos no Hotel Frederico I. Hotel simples, mas muito bom. Gostei e recomendo. Estacionamos as motos e fomos buscar um lugar para trocar dinheiro. Casa de câmbio no centro da cidade e já aproveitamos para conhecer um peatonal da região. Cidade bem bonita. Faz fronteira com o Uruguai. Gostei bastante. Fizemos cambio na Cambio Río por R$ 1 para AR$ 33. Na própria praça principal paramos para comer algo. Sentamos no Cristobal Café Concordia e comemos um hambúrguer que estava muito bom, não gastando mais de 100 reais o casal, incluindo alguns chopps. Voltamos para o hotel para descansar e seguir a viagem no dia seguinte. Dia 3 (28/12) – Concordia/AR a Buenos Aires/AR – 430km No Hotel Frederico I o café também só era servido após às 7h, então o mesmo padrão de sempre: deixar tudo pronto para só tomar café e sair. Voltamos para a Rota 14 rumo a Buenos Aires. A estrada nesse trecho é muito boa. Pista dupla, retão e pedágio sem pagar. Depois pegamos a Rota 12 e, por fim, a Rota 9 para chegar em Buenos Aires. Nesse trajeto, na região de Zarate passamos por duas pontes muito grandes e bonitas. Vale fazer um vídeo. Na Rota 9 chegando em Buenos Aires, ela se torna tipo uma free way grande, com mais de 4 pistas e limites de velocidade para cada faixa. Mais à esquerda limite de 130 km/h e vai baixando até 80km/h na pista da direita. Inclusive há várias indicações claras que o limite mínimo da via é 60km/h. Achei interessante. A entrada em Buenos Aires, como toda grande cidade, foi com muito trânsito, bastante mesmo e muito calor. Chegamos por volta das 12h30. Seguindo o GPS não foi difícil achar a nossa hospedagem. Pegamos um apartamento pelo Booking.com, muito bom e bem equipado. Na Villa Crespo, bairro que eu, até então, não conhecia e gostei muito. Tem tudo perto, inclusive um Western Union onde fizemos câmbio duas vezes, por R$ 1 para AR$ 34. Neste dia almoçamos por perto do apartamento e fomos no mercado para buscar algo para cozinhar em casa e, assim, economizar com alimentação. Também aproveitei para ir a um shopping perto (Abasto Shopping, bem grande e com muitas lojas) para comprar um chip de celular e no dia seguinte ligar para oficinas para pesquisar o preço do pneu novo. Dica: compre chip da Claro. É o mais fácil de ativar para estrangeiro e os pacotes tem bom preço. Por 340 pesos tivemos 2GB de internet, ligação e whatsapp free. CONTINUA .......
  2. Introdução Planejei uma viagem de carro saindo de São Paulo, capital, com destino ao Ushuaia, saindo do Brasil por Foz do Iguaçu, porém, para evitar a Ruta 14 com medo dos policiais corruptos, entraria no Brasil novamente em São Borja/RS para chegar em Uruguaiana/RS e assim descer até Gualeguaychu pelo Uruguai. Em seguida seguir para o lado oeste e descer a Ruta 40, entrar em Torres del Paine no Chile e continuar descendo até o Ushuaia. Na bagagem: barraca Quechua Arpenaz 4.1 Fresh & Black, duas cadeiras de praia, um fogareiro Nautika ceramik, uma mesa portátil, colchão inflável de casal, um saco de dormir, um cobertor, tapete em EVA (aqueles de montar) e manta térmica para forrar o chão da barraca. Além de utensílios de cozinha, um cooler, grelha para churrasco e uma caixa de mantimentos básicos como macarrão, miojo e alguns temperos. A barraca é grande, espaçosa e bem simples de montar (são apenas 3 varetas assim como qualquer outra). No quarto cabe o colchão de casal e sobra espaço para mais um de solteiro, como não era o caso, era usado para guardar as mochilas. O fogareiro acho que foi a melhor aquisição que fiz. Achei muito bom e a lata de gás durou por uns 3 dias com a gente. Fomos com 12 latas pra lá, porque eu não sabia o quanto rendia. Sobrou bastante e de qualquer forma, a gente encontrava facilmente em supermercados por lá. Fomos em 2 pessoas, com um Peugeot 208 1.5, suspensão esportiva (mais baixa que a original), rodas aro 17 com pneus 215/45 e insulfilm g20 em todo o carro, inclusive parabrisa. (Só mencionei isso pelo fato de ainda haver dúvidas quanto ao tipo de carro que consegue fazer esse tipo de viagem). Comprei o chip da EasySIM4U para conseguir sinal de internet no celular (somente dentro das cidades tinha sinal). O caminho todo me guiei pelo Google Maps, meu carro tem a central multimídia com Android, então bastava eu compartilhar a internet do celular e tudo certo (pelo menos quando tinha sinal). Para procurar hotéis usei o Booking.com (consegui pegar bons descontos com o Genius) e para campings usei o iOverlander. Apesar de ajudar muito, o iOverlander é um pouco desatualizado, infelizmente a colaboração não é tanta no aplicativo. Existem muitas outras opções de campings no caminho que a gente acaba encontrando só depois de ter dado entrada em algum. No total foram 14.730km em 28 dias de estrada, sem nenhum perrengue ou problemas maiores. Obs: - O tempo de viagem relatado é o total do tempo do momento em que saímos de um hotel/camping até chegarmos no próximo destino. Contando as paradas na estrada. - Os gastos coloquei na moeda local, pois fica mais fácil caso alguém precise consultar em outro momento para ter uma noção melhor de custos. - A viagem inteira abasteci com gasolina/nafta super. Se quiserem me acompanhar no instagram: @fore.jpg
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