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NOA - Noroeste da Argentina em 13 a 15 dias


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18 horas atrás, Juliana Champi disse:

ah que tristeza, eu estava amando as fotos!!!!

 

Em 13/01/2023 em 05:50, casal100 disse:

Tristeza mesmo, sinto muito!

Você pode explicar como tudo aconteceu, até para alertar futuros viajantes. 

Pessoal,

UHUUUUUUUUUU!!!!

Boas notícias, achei a câmera, ela estava caída embaixo do banco. Hoje ainda pretendo terminar os relatos e postar fotos. 

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8º dia – 10/01/23

De Salta a Cafayate via cuesta del Obispo (ruta 33) e Quebrada de las Flechas (ruta 40). 320 km.

Dormi muito bem no hotel Samka em Salta. O café da manhã também foi o melhor da viagem. Mas pelo preço tinha de ser, deu R$ 168,00 a noite. Mas é um hotel médio pra chique. Tem piscinas, restaurante próprio e até salas de massagem. Tomei o café, levei as coisas pro carro e me mandei. Desta vez fiz uma coisa que não costumo fazer, não voltei ao quarto para ver se tinha esquecido algo... Esqueci o carregador do celular. Mas depois comprei um cabo USB tipo C e carregava o celular ligado ao notebook.

Sai umas 8:30 h. Depois de passar pelo caos urbano do centro da cidade pega-se a ruta 68 e uns kms a frente vira-se a direita para pegar a ruta 33. O início da ruta é em meio a uma floresta verde bem característica do que ele chamam de Yungas. Aos poucos as árvores começam a ficar mais baixas e conforme você vai subindo a montanha aparecem os cactos (cardones). No topo da estrada já chegamos ao deserto de novo com muitos cactos e vegetações rasteiras típicas.  Interessante é que a estrada é asfaltada até o início da subida ai volta a estrada de terra só no trecho de serra, de subidão e com as curvas mais travadas. Quando chega ao topo, depois de 20 km mais ou menos, volta o asfalto e tem asfalto até Cachi. Parei muito em toda essa subida para tirar dezenas de fotos.

Sai de 1152 m em salta para 3348 m. No topo também tem o parque de los Cardones e a reta de Tintin. Te digo esse sobe e desce mexe com a gente, o corpo não tem tempo hábil para se acostumar e sofre. O pior para mim é a secura do ar nas altitudes, mesmo levando soro fisiológico para limpar as narinas antes de dormir eu acordava com elas entupidas. Dai tinha que usar um Naridrim para conseguir dormir direito. Ao se assoar o nariz é que se via quanto esse ar seco faz mal, sempre tinha sangue coagulado.

Após o parque chega-se a Poyogasta e poucos kms a seguir se chega a pequena e pitoresca Cachi. Um encanto de cidadezinha no seu centro como Purmamarca, no futuro quero ficar um dia todo na cidade para melhor conhecê-la. Dei uma volta pelo centrinho, comprei uns artesanatos e umas duas garrafas de vinho.

Ai entrei na ruta 40 que de Cachi a San Rafael é toda de terra. Só que de Cachi em diante estão arrumando para asfaltar. Ai tem um desvio pela antiga ruta 40 que é um tristeza... São 18 kms que parecem não acabar nunca. Curvas fechadíssimas e sem visão de modo que tinha que entrar buzinando. E ainda tem uma beira de barranco de uns 5 metros em que só passa um carro, dá-lhe buzina.  E quase no final uma “piscina” com barro no fundo de uns 10 metros bem profunda em que eu quase fiquei. Tomei um susto.

Voltando a 40 mais uns bons quilômetros se chega à cereja do bolo que é a quebrada de las Flechas, ou "monumento natural de Angastaco". É um lugar de uma beleza tão diferente que é difícil descrever. São morros e montanhas de pedra retorcida e apontada para o céu em ângulos quase diagonais que parecem pontas de imensas flechas de gigantes. Muitas fotos mais uma vez.

Após esse espetáculo da natureza, mais estrada de terra até San Rafael. Entrei em Cafayate e comecei a bater de hotel em hotel pois no Booking só tinha preço exorbitante. Não achei nada muito mais baixo, mas mesmo assim, para meus padrões mochileiros foi uma dar mais caras pousadas.

Depois de me instalar no quarto, muito bom diga-se de passagem, fui bater perna na cidade a procura de alguma coisa interessante e barata pois sou um pouco mão de vaca.

Voltei perto das 22 h, porém não achei muita coisa. Nesse dia não almocei nem jantei, só comi empanadas e salgadinho.

Fiquei chateado com a falta do carregador, porém, mesmo que estivesse com ele não conseguiria carrega-lo pois o quarto tinha apenas as tomadas de padrão argentino de 3 pinos chatos. Então nem baixei as fotos do dia, nem carreguei celular e baterias da câmera. Fui dormir tarde.

Devido a uns compromissos resolvi voltar mais cedo. Eu ia ficar mais um dia e visitar as ruinas de Quilmes e as formações da quebrada de las Conchas, mas não poderei.

Custos:

Mais tarde.

Editado por Marcelo Manente
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9° dia - 11/01/23

De Cafayate a Pampa del Infierno via Dique Cabra Corral. 683 km.

Dormi bastante pois apesar de decidir voltar antes do previsto queria descansar um pouco mais. Entretanto decidi que seria um antepenúltimo dia com emoção.

Depois de acordar e arrumar as tralhas tomei o café padrão da Argentina, 2 media lunas e café (fraco) com leite. Dai levei tudo ao carro e sai. Como tinha esquecido o carregador em Salta resolvi comprar um cabo USB tipo C para carregar com o notebook. Então lembrei que tinha comprado um aparelho que transforma 1 tomada de energia do carro em 3 e que ela tinha saídas USB. Assim, pude recarregar durante a viagem sem problemas.

Feita a compra vamo qui vamu pra estrada.

Tomei a ruta 68 que passa pela quebrada de las Conchas triste por não poder parar para tirar fotos, pois se parasse o planejamento (refeito) ia pro beleléu. Mas a estrada é belíssima e merece ser visitada e guardada na lembrança. Muito cuidado com esta estrada pois apesar dela ser toda asfaltada ela tem muitos “badens” que são depressões na estrada feitas para a passagens das águas de inundações repentinas que acontecem no deserto. As vezes chove no topo do morro e a água desce levando tudo pela frente. Depois que passa ficam pedras, lama, entulhos etc. Tem que se ficar muito atento pois a cada curva parece ter um “baden”.

Após a serra as ruas se tornam mais planas. Ao chegar a coronel Moldes fui procurar comida, energético, gelo e água pois estava bem quente. Ai pensei, “por que não faço a ruta de terra que vai me economizar quase 100 km a menos e de quebra tem um sabor de aventura”?

Como sempre gosto do caminho mais difícil, foi fácil me decidir. Peguei a estrada que leva ao dique Cabra Corral e já de cara mil curvas me davam o tom da estrada. Vai serpenteando quase toda um lado do lago, depois passa-se por uma ponte e continua serpenteando do outro lado.

Quando finalmente termina o asfalto da beira do dique entra-se numa estrada de terra que vai (adivinhem) serpenteando um vale com um rio de águas transparentes. Quero acrescentar que esta é uma estradinha perfeita para camping selvagem com dezenas de entradas para a beira do rio que segue ao lado dela e que tem uma água bem transparente e convidativa. Vi que existe empresas de Salta que fazem rafting por ali pois cruzei com um ônibus bem velho puxando um reboque com uns 4 barcos dessa modalidade aquática.

A estrada, tem trechos muito bons, todavia tem trechos de curvas fechadas cheias de pedras pontiagudas em que só passa 1 carro. E ainda tem trechos de muiiiiiita pedra. Não sei como eu não furei nenhum pneu, não sou muito cuidadoso nessas estradinhas. Depois dos primeiros 2 terços de estrada esta fica boa e larga e a vegetação fica bem interessante. Parece aqueles documentários da caatinga. Árvores baixas e retorcidas junto a diversos tipos de cactos. É uma estrada para quem tem espírito aventureiro e que gosta de belos visuais, eu acho que vale a pena, pelos 100 km a menos e pela natureza quase selvagem.

Depois de muita poeira e uns 3 riachos atravessados finalmente a estrada sai na ruta nacional 9.

A partir daí as histórias se tornam monótonas e gigantescas retas asfaltadas. No caminho a Pampa del Infierno no lado direito da paisagem erguia-se uma enorme nuvem de chuva, daquelas que parece que até granizo vai cair. O tempo estava muito quente, 40 graus e então aquela frente fria vindo, já sabem o que acontece. Começou a levantar um poeirão das matas ressequidas daquela região da província de Chaco que faziam os carro que vinham na estrada quase sumirem. Nesse momento comecei a andar mais depressa para fugir daquela tempestade o que acabou dando certo pois passei na beira dela e choveu apenas em poucos momentos.

Cheguei na Cidade de Pampa del Infierno com o calorão de 38 graus. Parei no posto para perguntar sobre hospedagens e me indicaram um perto e outra um pouco mais longe mas que tinha piscina e restaurante. Fui na segunda opção.

Cheguei lá, pedi um quarto, fiquei esperando a hora da janta e comi um bife de chorizo com salada mista. Depois fui dormir meio tarde.

Custos mais tarde.

 

 

 

Editado por Marcelo Manente
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Colega, vi num dos posts que mencionou um galão extra de 15 litros de combustível: você transportou dentro do carro? Não teve problema? Poderia compartilhar informações sobre o modelo? 

Pelo que vi, no meu roteiro para a Patagônia, não tem nenhum trecho tão longo que ameace a autonomia do meu carro, mas sempre é bom ter mais autonomia e eventualmente poder "pular" um posto caso tenha filas e ir um pouco mais "no limite", sabendo que tem esse combustível extra.

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32 minutos atrás, Elder Walker disse:

Colega, vi num dos posts que mencionou um galão extra de 15 litros de combustível: você transportou dentro do carro? Não teve problema? Poderia compartilhar informações sobre o modelo? 

Pelo que vi, no meu roteiro para a Patagônia, não tem nenhum trecho tão longo que ameace a autonomia do meu carro, mas sempre é bom ter mais autonomia e eventualmente poder "pular" um posto caso tenha filas e ir um pouco mais "no limite", sabendo que tem esse combustível extra.

Colega, o galão que tenho é aquele do tipo militar, verde de 20 l. Tipo a foto abaixo. Na volta eu abasteci antes da fronteira de novo e usei quando estava no Brasil. Quase deu para chegar em Araucária só com gasolina Argentina.

Não houve problema algum, entretanto nenhum policial nas poucas paradas na estrada pediu para eu abrir o porta malas, por isso não sei se daria problemas. Nem houve revista na saída do lado argentino. Só olharam os documentos, perguntaram o que eu levava e mais nada.

 

galao.jpg

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10º - 12/01/23 – Pampa del Infierno a El Soberbio – 794 km.

Os últimos dois dias não teve emoção, quero dizer, o penúltimo até teve. Após o café da manhã padrão argentino, peguei minhas coisas e levei tudo para o carro. Quando estava saindo senti a falta da câmera. Olhei em tudo que é canto do carro e nada. Voltei ao quarto e nada. Fiquei chateado, mas queria pegar estrada e sair logo dali.

Quando cheguei e casa e tirei tudo de dentro e encontrei a câmera, estava embaixo do banco. Estranho que eu coloquei a mão lá quando estava na Argentina e não tinha achado.

Bora pro estradão. Dei uma parada em Posadas num grande mercado para comprar vinhos. Fui num Chango Mas, que deve ser subsidiária do Wall Mart lá pois tem aquelas marcas próprias “Great Value”. Me decepcionei com a variedade de vinhos e só comprei uns 6.

Segui viagem e como estava querendo chegar na divisa ainda nesse dia peguei um trecho grande a noite, coisa que não gosto de fazer. Fora que era um trecho a beira do rio Uruguai que devia ter belos mirantes para fotografar.

Cheguei na cidade e já peguei sinal da Claro BR. Alias falando nisso, eu estava quase a 2 dias sem sinal de internet da Claro que antes tinha sido tão perfeita na Argentina.

Fiquei no Hotel los Abuelos (Os avôs) e quem me atendeu as 21:30 foi a própria avó dona da hospedagem. Rapidamente fui para o quarto e desabei na cama.

 

11º - 13/01/23 – El Soberbio a Porto Soberbo, RS Brasil, a Araucária -693 km.

Na manha seguinte acordei cedo e levei as coisas pro carro. Logo a seguir fui as compras. Me indicaram um mercado chamado Seferino para comprar vinhos. Boa indicação, tinha uma grande variedade. Como eu sabia que não tinha aduana do lado brasileiro e nem revista, chutei o balde e comprei no total 32 vinhos, hehehe.

Na hora de pagar perguntei para um militar que estava por ali quanto era o valor da balsa e ele me disse que era 1000 pesos. Quase me ferrei por isso. Já tinha cambiado todos meus reais, e dólares, só tinha os 1000 da balsa. Só que quando chegue lá não eram 1000 e sim 1500 mais 500 para a municipalidade (que fui saber depois). Sai da fila e fui procurar uma maneira de conseguir os 500 (que eu achava que precisava). A fila do caixa automático estava gigante, o cambista não queria as minhas moedas brasileiras (kkkkk). Me falaram pra voltar ao mercado que comprei os vinhos. Ai explicando minha situação ele fizeram o favor de passar mais 1000 pesos, não podiam fazer menos.

Sorte que passei 1000 a mais pois precisei deles. Paguei, dei baixa na aduana Argentina e fiquei em primeiro lugar para a balsa. Esta voltou logo do outro lado do rio e já embarcamos. Nisso um casal de brasileiros entrou a pé na balsa com uma grande quantidade de sacolas de compra. Assim que vi eu falei com o homem e ele me pediu carona, nesse instante começou uma baita chuva forte, falei que sim e o casal com todas aquelas sacoladas entraram no carro bem a tempo de não se encharcarem. O homem me falou seu nome, mas não lembro. Disse que era vereador ali de uma cidade próxima, Tiradentes do Sul, e tinha deixado o carro no lado brasileiro (não sei por que).

Após a balsa levei ele até um galpão de entrada e ele me agradeceu efusivamente.

A partir dali só estrada asfaltada, mas estava caindo um dilúvio. Não dava para andar a mais de 50 ou 60 km/h. E as estradas naquele canto do RS e SC tem curvas e mais curvas e um sobe e desce incessante na estrada. Tudo isso atrasou muito a minha viagem.

Depois que se pega a BR 153 as coisas melhoram e a partir dai foi só lutar contra o cansaço que se abatia em mim. Acabei chegando as 23:00 h com muito energético e dorflex pra aguentar. Kkkk

 

Espero que tenham gostado do relato colegas. Te digo, gosto muito de viajar, mas viajar sozinho de novo nunca mais, vi lugares incríveis e revi tantos outros, mas é muito desanimador não ter companhia numa viagem longa dessas.

Bom, que venham as próximas aventuras (com companhia).

Editado por Marcelo Manente
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