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  1. Vocês por um acaso já ouviram falar em "radical traveling", onde o viajante basicamente não paga por absolutamente nada (nem passagens, nem hospedagem e nem... comida?!) Eu já tinha ouvido falar a respeito, mas confesso que não dei muita bola por achar surreal demais. Eis que me deparo com esse estilo de vida, que não só ilustrou muito bem o processo, como também me deixou intrigada com a quantidade de lixo "bom" que jogamos fora. Alguém aí já viajou dessa forma, ou teria coragem?! rs Estou bem intrigada e curiosa! Abraços!
  2. Saudações, pessoal viajante, admiradores e curiosos! Venho aqui deixar o meu primeiro relato no Mochileiros sobre o mochilão de carona na estrada que acabei de realizar com meu namorado, Manuh, para o Sul do Brasil e Uruguai. Ao todo, foram 21 dias na estrada, 25 caronas e 28 cidades, entre as quais vivemos experiências imprevisíveis, conhecemos pessoas maravilhosas e, claro, passamos pelos perrengues imprescindíveis de uma boa aventura, hehe. Nesse relato, contarei resumidamente nossa experiência com cada carona, dando dicas sobre como gastar pouco, sobre as diferenças que sentimos entre viajar assim dentro do Brasil e dentro do Uruguai e algumas considerações finais sobre o que funcionou e o que não funcionou. Viajar de carona é tudo de bom! Vamos lá! Desde o início, a ideia era fazer uma viagem extremamente baixo custo, pedindo carona na estrada o máximo possível e levando equipamento de camping (barraca, saco de dormir, fogareiro portátil com mini cartucho de gás para cozinhar, 1 pacote de arroz, 1 pacote de lentilha). Quanto a estadia, além de contarmos com a possibilidade de acampar nos lugares, utilizamos o aplicativo Couchsurfing (que, para quem não conhece, é uma rede de hospedagem solidária e de trocas culturais) e nos prontificamos a pedir abrigo previamente para conhecidos das cidades que faziam parte do nosso esboço de roteiro. Dessa forma, o objetivo foi destinar nossas economias unicamente para alimentação, transporte público dentro das cidades e, apenas em caso extraordinário, estadia. Ao todo, gastamos cerca de 650 reais cada um, sendo que, se estivéssemos com um espírito totalmente roots e se evitássemos alguns perrengues e confortos (confira a seguir), ainda seria possível reduzir bem esse número (até porque, sempre tem quem se aventure por aí zerado, não é?). Tentei incluir, ao longo do relato, anotações dos gastos que ainda me lembro. Então, decidimos ir rumo ao Sul e, como sempre flertamos com nosso querido vizinho Uruguai, quando começamos a planejar o mochilão, mais ou menos um mês antes de sairmos, fizemos um rascunho do roteiro, que foi: São Paulo-SP > Curitiba-PR > Florianópolis-SC > Porto Alegre - RS, Pelotas-RS, Chuy na fronteira, litoral do Uruguai e Montevideo como destino final. Agora, por que eu chamo o roteiro de "rascunho"? Quem escolhe viajar de carona sabe que não dá para criar um roteiro engessado e nem se apegar muito a uma idealização de rota, afinal, nunca se sabe o que exatamente vem pela frente em termos de opções de destino. Tendo isso em mente, guardamos esse plano de caminho principalmente para conhecermos os pontos de referência e um pouco das rodoviais no Sul do país e no Uruguai, mas nos mantivemos sempre abertos a alterações (que, diga-se de passagem, aconteceram mesmo). Quem nunca viajou de carona ou nunca leu relatos sobre esse jeito de viajar, acaba pensando que é coisa de maluco. "Arriscar a vida assim?! Você não tem medo?" Que nada! A verdade é que quem dá a carona tem o mesmo medo que quem pede a carona, por isso, construímos relações de confiança mútua e isso é super legal! Sempre digo que viajar pegando carona é muito, mas muito mais tranquilo do que parece, desde que tomemos algumas precauções básicas (tanto para a nossa segurança, quanto para facilitar a nossa vida no caminho). Esse foi o meu segundo mochilão pegando carona e muito do que aprendi sobre viajar assim está resumido nesse post aqui do Mochileiros e em outros blogs de viajantes aventureiros por aí, então, não entrarei em detalhes sobre o método em si, mas sim, sobre o que aconteceu no caminho. Basicamente, acrescento que evitamos sempre pegar carona de noite e a maioria delas foi com caminhoneiros muito gente fina! VID_20190718_090353.mp4 Por fim, o passo a passo da viagem: (dia 1) começamos no dia 11 de julho. Como somos de Campinas-SP, para chegar ao nosso ponto de partida oficial ainda pela manhã (para aumentar as chances de carona longa), a maneira mais prática foi pegar um Blablacar para São Paulo-SP saindo da rodoviária às 5h40 (20 reais). Chegando em São Paulo-SP, depois de um metrô para a rodoviária (4,30 reais), chegamos no Terminal Rodoviário Tietê (onde compramos um item muito importante do mochileiro caroneiro: canetão/pincel atômico). De lá, para sair da zona metropolitana, que inviabiliza conseguir carona, pegamos um ônibus para Juquitiba-SP (12 reais) e pedimos para descer no Posto 68, na BR 116, antes de Juquitiba. Postos de gasolina grandes, na rodovia, são sempre uma ótima pedida para pedir carona. Chegamos lá quase 11h, comemos alguma coisinha que levamos e pedimos papelão na conveniência para fazer uma plaquinha com o nome do próximo destino. (Carona 1, com seu Wanderlei) Carona 1: de Juquitiba-SP até Curitiba-PR - com seu Vanderlei, caminhoneiro. Pouco tempo depois de irmos até a saída do posto com nossa plaquinha, parou um caminhão para nós, o do seu Vanderlei. Seu Vanderlei é natural de Gaspar-SC e estava voltando para casa depois de ficar 35 dias na estrada, o máximo que já passou fora. O caminhoneiro, que estava cheio de saudade de casa e da família, nos falou sobre a distância e a solidão serem a parte difícil da profissão de caminhoneiro. Seu Vanderlei, que já viajou o país todo e gosta muito de viajar, nunca havia dado carona na estrada antes (e, coincidentemente, foi a primeira carona do Manuh também!). Nos deixou na saída de Curitiba, em São José dos Pinhais, onde pegamos 2 ônibus (5 reais + 4,50 reais) para o centro de Curitiba para chegarmos até a casa de um amigo que topou nos dar abrigo por duas noites! (em frente ao prédio histórico da UFPR, em Curitiba) (dia 3) Carona 2: de São José dos Pinhais-PR para Joinville-SC - com casal da Kombi. Depois de pernoitar duas noites em Curitiba-PR, cidade que amamos demais e onde a comida é muito barata, pegamos de manhãzinha um ônibus intermunicipal sentido São José dos Pinhais-PR para pararmos no Posto Tio Zico II, na BR 376, que o seu Vanderlei havia nos indicado de antemão para seguirmos pegando carona. No posto Tio Zico, nem tivemos tempo de pedir carona: enquanto eu estava no banheiro, um casal de idosos logo abordou o Manuh para nos oferecer carona em sua Kombi "motor home". Dona Iva e seu Luís, que estão aos poucos customizando sua kombi para viajar com mais conforto, se dirigiam para São Francisco do Sul-SC para procurar o filho hippie que parou de dar notícias havia uma semana. O casal, muito simpático, nos deixou em um posto grande na BR 101, onde seguimos viagem. (Dona Iva e seu Luís com a gente em frente a kombi) Carona 3: de Joinville-SC para Itajaí-SC - com ônibus do Grupo Explosão. Depois de almoçarmos petiscos que trouxemos de cada (castanhas e polenguinho), fizemos uma plaquinha para "Floripa" e fomos para a saída do posto pedir carona. Poucos minutos depois, parou para nós o ônibus da banda "Grupo Explosão" que, seguindo sentido Brusque-SC, poderiam nos deixar em Itajaí-SC. Aceitamos a carona e, por mais curioso que tenha sido pegar carona com a banda em turnê, fica o aviso para o caroneiro inexperiente que quer chegar à Floripa: parar em Itajaí vai te deixar i-lha-do! hahah A dificuldade é que, além de sermos deixados em um posto pequeno meio dentro da cidade, definitivamente, Itajaí não é um ponto de parada para quem está descendo para Floripa: outros caminhoneiros, com quem conversamos depois, disseram que, inclusive, evitam parar ali e perto de Floripa para evitar o trânsito da rodovia na região. Felizmente, conversando com um caminhoneiro de cada vez no posto em que paramos (e depois de um baita nervosismo vendo a noite chegar sem conseguirmos carona), achamos uma alma abençoada que aceitou nos dar carona para Balneário Camboriú-SC. Carona 4: de Itajaí-SC para Balneário Camboriú-SC - seu Paulo, caminhoneiro de mudanças. Já no fim da tarde, o seu. Paulo, que havia acabado de encontrar o irmão por coincidência no mesmo posto, topou nos levar a Camboriú. Nos contou que sempre faz o possível para ajudar os outros e já deu carona para outros viajantes. Nos contou que, certa vez, quando deu carona para uma moça chilena que viajava sozinha, ela havia lhe contado que os 3 últimos motoristas com os quais ela havia pego carona tentaram se engraçar com ela de alguma maneira e ele, ouvindo o relato da moça, fez de tudo para dizer que ela poderia ficar tranquila porque ele nunca faria nada a ela e, assim, rumo ao Rio de Janeiro, acabaram até pernoitando os dois na boleia do caminhão em uma relação de total confiança. Seu Paulo nos contou de sua noiva, com a qual namora a distância, e nos disse sobre o quão triste é o estereótipo que fazem dos caminhoneiros como homens que "tem várias mulheres", "que só querem saber de mulher" ou que "não se importam com família" e que não percebem o quanto esses trabalhadores, na verdade, tem uma vida sofrida. Carona 5: Balneário Camboriú-SC para Florianópolis-SC - Blablacar com Eloir. Chegamos no centro de Balneário Camboriú já muito no fim da tarde e, sem esperança de conseguir chegar a um posto de gasolina antes do anoitecer, avaliamos que o melhor custo benefício seria pegar um Blablacar para Florianópolis (20 reais), onde já tínhamos conhecidos esperando para nos receberem. Eloir é natural de Cascavel-PR e mora em Florianópolis, cidade que, segundo ele, não troca por nenhuma outra. Chegando na rodoviária de Floripa, pegamos dois ônibus para chegar a casa de nossos amigos (2x 4,40), no Campeche, onde pernoitamos por três noites para descansarmos da saga de caronas e conhecermos melhor o lugar, cheio de praias e belezas naturais. Ficamos chocados com o preço absurdo de todas as coisas e, ainda por cima, fora de temporada (ex: 1 pastel de queijo = 10 reais?!), mas, felizmente, estávamos bem equipados com nossos próprios alimentos. (fotos na praia do Campeche, Florianópolis) (dia 7) Carona 6: Palhoça-SC para pedágio na BR 101 - Gui, ex ator e diretor de teatro. Chegamos ao Posto Cambirela, na BR101, saída de Palhoça, depois de pegarmos dois ônibus saindo de Florianópolis (4,40 + 6,65 reais). No posto, fizemos nossa plaquinha de "Porto Alegre", quando Gui parou para nos oferecer carona. Gui estava indo ao seu sítio próximo a Paulo Lopes e contou que já viajou de carona pelo Brasil com sua antiga trupe de teatro - um de seus amigos, inclusive, ficou no Espírito Santo e nunca mais voltou. Contou que deixou o ofício para se "desurbanizar" e agora trabalha com a produção de brinquedos de madeira. Gui nos deixou em um pedágio, onde logo desistimos de ficar ao observarmos a ausência de acostamento para os carros/caminhões conseguirem parar em segurança. Assim, caminhamos um pouco mais de 2km e chegamos a um pequeno restaurante de beira de estrada. Carona 7: BR 101 (restaurante Três Barras) para Tubarão-SC - com Sandro, caminhoneiro. Sandro salvou a nossa pele no restaurante, de onde pensamos que seria quase impossível sairmos. Por sorte, ainda era hora do almoço e, apesar da plaquinha de "Porto Alegre", ficamos super gratos com a carona para Tubarão-SC. Sandro parou os estudos cedo e, por necessidade da família, trabalhou desde a infância com o seu pai na plantação de pinus. Os anos de trabalho pesado e precoce deixaram muitas marcas nos músculos de seu corpo. Sandro seguiria para Braço do Norte-SC e, apesar de nos ter dado a opção de seguirmos para a Serra Catarinense, decidimos continuar indo ao Sul e, assim, paramos em Tubarão-SC. (Carona 8, com Evandro) Carona 8: Tubarão-SC para Três Cachoeiras-RS - com seu Evandro, caminhoneiro. Paramos em Tubarão em um posto não muito grande na marginal da BR. Aparentemente, quanto mais ao Sul do país, menores são os postos de gasolina e é muito comum se localizarem na marginal da pista. Isso dificulta um pouco o processo de pedir carona, já que o fluxo do posto acaba sendo menor ou de moradores da própria cidade. Ficamos um tempo considerável tentando sair de Tubarão, falando com cada caminhoneiro que chegava, até que, já perto do fim da tarde, seu Evandro topa nos levar até Três Cachoeiras-RS. Lá, pernoitamos pela primeira vez em nossa barraca em um posto de gasolina bem grande e cheio de caminhoneiros, onde todos os frentistas foram extremamente solícitos e simpáticos. (dia 8 ) Carona 9: Três Cachoeiras-RS para Cachoeira do Sul-RS, com seu Roberto. Completando uma semana de viagem, chegou o momento de abandonarmos a plaquinha "Porto Alegre" e, enfim, alterarmos a rota planejada (como eu disse antes, era só o rascunho). Foi aí, também, que o universo começou a mostrar suas conexões cósmicas (os viajantes aventureiros entenderão do que se trata aqui). Acordamos bem cedo em Três Cachoeiras e logo partimos para a saída do posto, ainda com a antiga plaquinha. Momentos depois, um caminhão com um casal parou perto de nós: contaram que já haviam nos visto cerca de três vezes em outros pontos da estrada e que, portanto, decidiram finalmente parar para nos perguntarem o nosso destino. O casal seguia para oeste de porto alegre e, embora não tenham conseguido ajudar com a carona, pois não teriam como nos deixar em um ponto bom e seguro para seguirmos na estrada, nos ajudaram comentando sobre outras possíveis cidades de fronteira para entrar no Uruguai, como Santana do Livramento. Pouco depois, um outro caminhoneiro para e nos chama até seu caminhão, o seu Roberto. Seu Roberto passaria por Porto Alegre, no entanto, seguiria para Rosário do Sul, a cidade mais próxima da fronteira em Santana do Livramento, que nos havia sido apresentada pouquíssimo antes. Topamos, então, deixar PoA de lado e seguir para o destino final do seu Roberto, que tomou chimarrão conosco o trajeto todo e virou um grande amigo nosso! Ao pararmos para almoçar em Pantano Grande-RS, encontramos duas ciganas vendendo jaquetas de couro: umas delas, insistentemente, até mesmo ficou falando em ler o futuro do Manuh e, após esse encontro breve, o Manuh ficou meio atordoado com a forte presença das moças. Minutos depois, seu Roberto nos chamou para continuar viagem e nos comunicou que havia acabado de ser comunicado de uma alteração na sua rota e precisou nos deixar em Cachoeira do Sul-RS, no Posto Laranjeiras. Por um breve momento, o Manuh ficou encanadíssimo de ser mal olhado da cigana por ele não ter comprado a jaqueta, mas mal sabíamos o que aconteceria a seguir. (Carona 9, com seu Roberto) (Almoçando no caminhão do seu Roberto) Carona 10: Cachoeira do Sul-RS para Rosário do Sul-RS, com seu F, caminhoneiro medium. Por alguma razão, achei melhor ocultar o nome desse figura, que é realmente uma pessoa diferenciada em muitos sentidos. Poucos minutos depois de chegarmos ao Posto Laranjeiras, conversamos com seu F, que estava indo justamente para Rosário e topou nos levar, se não nos incomodássemos com a boleia um pouco apertada. Conversa vai, conversa vem, seu F. pergunta nossa religião e começamos a falar de espiritualidade quando ele diz ser espírita. Seu F. nos contou que é filho de pai indígena feiticeiro e cresceu junto de uma comunidade cigana da vizinhança, da qual conheceu a hierarquia. Seu F. nos explicou que é médium e é como um "receptor universal", que sente e percebe coisas quando olha nos olhos das pessoas. Além de nos contar histórias de coisas que já pressentiu, acabou nos dizendo uma série de coisas bastante pontuais e emocionantes sobre mim e sobre o Manuh, as quais, apesar de não revelar aqui, afirmo serem de uma precisão que deixa meu lado mais cético impressionado. Nos tornamos amigos e trocamos contato ao final da viagem, que, na verdade, sentimos como se fosse uma espécie de viagem astral. Seu F. disse que nos chamou até ele, o que é ainda mais curioso depois da série de combinações imprevistas que nos levaram a nos encontrarmos naquela tarde. Pernoitamos no posto em Rosário do Sul. (dia 9) Carona 11: Rosário do Sul-RS para Santana do Livramento-RS/Rivera-Uy, como sra. Janice e seu Jairo. Depois de um dia exaustivo, nos permitimos sair do modo roots e ter mais conforto, portanto, jantamos e tomamos café da manhã no posto (cerca de 40 reais para cada). Seguimos pela manhã de carona com um casal de Santa Maria-RS que ia até Santana. Disseram que pararam para nós não porque pensaram racionalmente, mas porque sentiram que precisavam ajudar. Nos deram a dica de não comprar comida do lado Uruguaio da fronteira porque é bem mais caro e logo isso ficou ba$tante evidente. Passamos o dia em Santana resolvendo questões mais "técnicas", como dar a entrada no Uruguai na aduana (nunca se esqueçam dessa parte), trocar o dinheiro por pesos e comprar chips uruguaios para o celular (um roubo no total de 40 reais cada, um gasto que eu preferiria ter evitado). Troquei 200 reais para pesos e a cotação estava 1 real = 9 pesos: você tem a falsa sensação de que seu dinheiro vale bastante mas, logo em seguida, descobre que tudo o que já te disseram sobre o Uruguai ser um país caríssimo era verdade. Passeamos em Santana/Rivera até o começo da noite, enquanto procurávamos lugar para ficar por ali: não encontramos hostels baratos, o albergue de Santana não estava aberto quando passamos por ele e ninguém nos respondia no Couchsurfing. Esse foi, talvez, o primeiro momento real de perrengue. Nossa próxima tentativa seria caminhar até o maior posto 24h na entrada da cidade, onde pediríamos para montar a barraca. Deixo aqui outra dica: sempre é uma opção, também, se apresentar e pedir abrigo para moradores locais - principalmente nas áreas mais periféricas da cidade -, no entanto, já havia anoitecido e não nos pareceu uma boa ideia naquela circunstância. Por sorte, quando estávamos já exaustos de andar sem rumo com as mochilas pesadas, uma alma bondosa aceitou nossa solicitação no Couchsurfing e, assim, ganhamos um abrigo e ótimos amigos: Emerson e Rodrigo, um casal incrível de Santana que usava o aplicativo pela primeira vez e pretende mochilar pela Europa em breve. (dia 10) Carona 12: Rivera-Uruguai para Tacuarembó-Uruguai, com Luís do grupo de rally de Tacuarembó. Depois de uma noite maravilhosa na casa dos anfitriões em Santana, pela manhã, Emerson nos deu carona até a saída de Rivera, onde paramos após uma grande rotatória para pedir carona com a plaquinha "Montevideo" na entrada da Ruta 5. Foi aí que, passados alguns minutos, conseguimos a carona mais amedrontadora da viagem: ao nosso lado, para uma caminhonete e o motorista diz que pode nos dar carona até Tacuarembó, mas que só tem lugar na caçamba. Lá fomos nós: nos segurando com as mochilas enormes na caçamba da caminhonete, tomando um vento desgraçado, enquanto o doido dirigia a uns 120km/h e ultrapassava todo mundo na pista. Acreditem ou não, meu maior medo na viagem toda foi sair voando daquela caçamba e me espatifar na estrada, o que, obviamente, não aconteceu. Na verdade, a sensação depois dessa carona foi uma adrenalina muito gostosa. Acontece que, em Tacuarembó, não tivemos a mesma sorte com caronas e, no início, não entendíamos o porque. A partir daqui, você saberá o que descobrimos, na prática, sobre como funciona viajar de carona no Uruguai. Em Tacuarembó, nos posicionamos em um posto de gasolina na saída da cidade para a continuação da Ruta 5 e esperamos alguém parar. Como todo caroneiro está sempre caçando pontos de redução de velocidade na rodovia, vale o comentário de que algo que ajuda a pedir carona nas Rutas uruguaias, por elas cortarem as cidades/pueblos no meio, é a existência de semáforos na própria rodovia, principalmente em rotatórias da entrada e saída, funcionando como pontos bons para pedir carona quando há acostamento. Esperamos alguma carona. Uma hora depois: nada. Começamos a nos questionar e lembramos que era sábado. Fica a dica para os caroneiros iniciantes: pedir carona é sempre mais fácil e rápido em dia de semana, pois o movimento das vias cai aos fins de semana e a maioria dos caminhoneiros fica parado para descarregar e carregar, só saindo novamente a partir de domingo de noite ou segunda-feira. Não é que não funcione viajar de carona nos fins de semana, apenas, pode ser mais demorado. Até aí, nada específico do Uruguai. Seguindo o conselho de dois moços uruguaios, decidimos caminhar até o próximo posto da Ruta 5, de onde costumam sair mais caminhões. Nos posicionamos nesse posto e, novamente, nada de carona. Não havia caminhoneiros saindo do posto e os carros que passavam indicavam estar entrando na própria cidade ou na próxima há poucos quilômetros. Caminhamos até um posto da Polícia Federal um pouco mais a frente. Conversando com os policiais - que foram extremamente hospitaleiros dizendo que poderíamos montar acampamento do lado do posto em segurança e, inclusive, usar o banheiro de lá - descobrimos que, apesar do movimento da Ruta estar baixo, não é muito maior nos dias de semana. Disseram, também, que não valeria a pena pegarmos carona para parar no meio da estrada nas próximas cidades já que, na verdade, elas são tão pequenas que não passam de "vilas" (e, aparentemente, a maioria das cidades do país se encaixa nessa descrição). Percebendo o quanto estávamos ilhados enquanto começava a anoitecer, achamos que seria inviável pedir carona de pueblo em pueblo (até por uma questão de tempo hábil para retornarmos ao Brasil) e, assim, julgamos que o mais prudente seria caminhar até a Rodoviária de Tacuarembó (cerca de 1h) e usar boa parte dos pesos que trocamos para pegar um ônibus da madrugada direto para Montevideo (448 pesos cada passagem + taxa por pessoa, algo como R$49,70). Assim fizemos e, partindo 00h15, chegamos as 5h em Montevideo. (dia 11) Ônibus Tacuarembó-Uruguai para Montevideo-Uruguai. Chegando em Montevideo, ainda antes de amanhecer, logo fomos informados de que não se pode passar muito tempo na rodoviária porque passam para conferir seu bilhete (se você não está de passagem, cai fora). Sendo assim, fomos ainda no escuro (literalmente) procurar um lugar barato para tomar café da manhã. Paramos em um local na praça em frente a rodoviária. Pedi duas empanadas, que nada mais são do que salgados assados de tamanho convencional (2x60 pesos, mais ou menos R$6,70 cada), e o Manuh pediu uma promoção de medialuna com café (100 pesos, aproximadamente R$11,10). Apesar de imaginarmos que não era um estabelecimento barato, por conta de sua localização, notamos depois que esses preços são a média da cidade. Agora já deu para ter uma noção do custo de vida, não? Mesmo preço de café da manhã em estabelecimento chique de São Paulo. Depois de comermos, saímos para explorar a cidade. Conhecemos várias praças, a feira de antiguidades da Ciudad Vieja (que indico fortemente) e quase toda Ciudad Vieja em si. Não tendo recebido respostas no Couchsurfing, decidimos procurar um Hostel mais em conta. Ficamos no Punto Berro Hostel, fechando a pernoite, depois de uma choradinha, por 300 pesos por pessoa no quarto compartilhado (algo como R$33,30). Compramos um vinho Faisan no mercado (150 pesos = R$16,70) e um pacote de lentilhas pequeno (200g por 37 pesos = R$4,10, mais do que pagamos por um de 500g no Brasil). Na manhã do dia seguinte, compramos duas medialunas (60 pesos cada = 2xR$6,70) e seguimos viagem. (dia 12) Pegamos um ônibus para um posto de gasolina grande na saída de Montevideo, na Ruta 8, e paramos lá com nossa plaquinha mais que otimista "Acegua o Chuy". Ainda não havíamos aprendido a lição sobre como pedir carona aos uruguaios. Uma hora depois: nada ainda. Todos os carros pareciam estar ficando pelas proximidades de Montevideo e não havia um ponto próximo mais a frente para pedirmos carona. "Será que pegar carona no Uruguai é tão difícil assim?" Lembrava-me de ter lido antes, em outros relatos de viagem, que pegar carona no Uruguai era fácil e que essa cultura era mais forte por lá do que no Brasil, no entanto, não somente não confirmamos isso, como percebemos, a medida que pedíamos informação para vários moradores locais e frentistas, que muitos deles são extremamente descrentes na viagem de carona e não parecem acostumados a ver mochileiros fazendo isso, diferente do que experimentamos no Brasil. É claro que muitas pessoas estranham a viagem de carona e sabemos disso, no entanto, enquanto no Brasil recebíamos incentivo de frentistas e de pessoas no caminho, no Uruguai, mesmo quando ajudavam com alguma informação, era comum acrescentarem algo como "creio que vai ser muito difícil, as pessoas tem medo de dar carona, mas podem até tentar, vai que...", opinião que não representa a realidade, mas sim, uma mentalidade. Continuamos esperando no posto, até que um moço veio até nós para avisar-nos que aquele ponto seria muito ruim para chegar até Montevideo porque, justo ali, fizeram um desvio de caminhões para reduzir o trânsito na Ruta. Nos contou que, em sua juventude, também precisou se locomover muito pedindo carona e que, por isso, sabia que depois da cidade de Pando, ainda na Ruta 8, conseguiríamos uma carona com muito mais facilidade. Sendo assim, pegamos ali mesmo um ônibus para Pando e, depois de atravessar essa cidade a pé, chegamos a uma rotatória na saída para a Ruta 8. Carona 13: Pando-Uruguai para mais a frente na Ruta 8 - com Hector, caminhoneiro. Depois de toda a dificuldade, aprendemos algo muito importante: parece muito mais fácil pegar carona no Uruguai com plaquinhas para destinos próximos, ainda que muito pequenos, porque não é comum que as pessoas viagem "longas" distâncias. Além de o combustível ser extremamente caro no país, nosso referencial de distâncias longas/pequenas é totalmente diferente do deles. Então, o que no início nos parecia perfeitamente factível e razoável, como tentar carona direto para Montevideo, para eles significa cruzar o país todo. Quando, por exemplo, eles falam de "150km" a frente, estão falando de um local distante e, para nós, soa o contrário. Não que seja impossível, afinal, há caminhões e empresas que fazem esses longos trajetos até a capital, mas é bem mais improvável do que ir pingando de cidade em cidade. Sendo assim, decidimos mudar nossa plaquinha para destinos mais realistas: "Minas o Treinta y Tres". Cinco minutos depois, Hector parou para nós, nos deixando alguns quilômetros adiante na rotatória de entroncamento para Atlântida. Dali caminhamos aproximadamente 3 km até chegar a um pedágio na Ruta. Paramos com nossa plaquinha no acostamento após o pedágio e, em poucos minutos, conseguimos nossa nova carona. (Carona 13, com Santiago) Carona 14: Pedágio Ruta 8 para rotatória na Ruta 8 - com Santiago, professor de dança. Um carro parou para nós: era Santiago, um moço muito animado que logo foi movendo os instrumentos de percussão que carregava consigo para o porta-malas, a fim de liberar espaço para nós no banco traseiro. Santiago nos ofereceu um pote cheio de flores de maconha, que plantou em sua casa, para o restante da viagem. Achamos a insistência do moço muito engraçada e até pensamos em aceitar, mas sabíamos que cruzaríamos a fronteira bem em breve. Além disso, ao contrário do que pensamos no início da viagem, nos mantivemos em estado de alerta o tempo todo e sequer nos sentimos a vontade para fumar no Uruguai. Santiago estava indo a Migues e nos deixou na rotatória para aquela saída da Ruta. Carona 15: rotatória na Ruta 8 para Minas-Uruguai - com Carlos, caminhoneiro. Logo que Santiago nos deixou na rotatória -que, aparentemente, não era um lugar tão bom assim para pedir carona, visto que os veículos não estavam reduzindo a velocidade -, avistamos, poucos metros adiante, um caminhoneiro parado no acostamento com seu caminhão. Antes mesmo de nos posicionarmos com nossa placa para continuar, o caminhoneiro nos chamou até ele. O Manuh correu para verificar o que era e, para nossa felicidade, ele nos ofereceu carona. Carlos estava indo a Minas e nos deixaria na entrada da cidade. Carlos havia parado no acostamento apenas para atender uma ligação, o que convergiu perfeitamente com o tempo em que chegamos lá com Santiago: viajar assim, de maneira imprevista, tem seus acontecimentos cósmicos mágicos. Carlos nos deixou em Minas, onde logo fomos procurar lugar para ficar. Como nem eu e nem o Manuh temos perfis verificados no Couchsurfing (o que é bem limitante, já que o aplicativo te dá somente direito de usar 10 solicitações de hospedagem por semana), não possuíamos mais solicitações para usar. Precisaríamos acampar e, assim, começamos a perguntar aos moradores locais onde havia um lugar relativamente seguro para armar nossa barraca. Nos indicaram um parque público aberto às margens de um rio, cortado por uma ponte. Ali, encontramos em seu lado mais arborizado um local aparentemente seguro para acampar, exceto pela placa em uma das árvores com os dizeres "prohibido acampar". Ficamos com medo de cometer uma infração e precisarmos pagar algum tipo de multa, por isso, antes de montar acampamento, ainda fomos caminhando até a delegacia no centro da cidade para pedir autorização à polícia. Explicamos a situação a um dos policiais, que foi muito bacana em nos compreender e dizer que fariam vista grossa. Compramos 10 alfajores de Minas por 110 pesos (mais ou menos R$1,20 cada). (Carona 16, com Javier) (dia 13) Carona 16: Minas-Uruguai para Aceguá (Uy/RS) - com Javier, caminhoneiro. Desmontamos acampamento ainda antes do dia amanhecer e consideramos que a melhor ideia para continuar com as caronas seria atravessar a cidade a pé para chegar em sua saída para a Ruta 8. Caminhamos por cerca de 1h30 e, quando finalmente chegamos a saída, nos deparamos com uma grande insegurança por causa do baixo movimento da Ruta. Além disso, estávamos congelando com o vento frio cortante daquela manhã. Mal conseguíamos ficar um momento sem luvas para olhar o mapa no celular. Estávamos já praticamente sem pesos para cogitar pegar algum ônibus dali para qualquer lugar. A saída era continuar pedindo carona e usar o que aprendemos sobre caronas no Uruguai ao longo do caminho. Fizemos uma nova plaquinha com as cidades próximas, "Treinta y Tres o Melo" e, mesmo desesperançosos, decidimos continuar ali por um tempo. Tentando nos fortalecer naquele momento, Manuh repetiu em voz alta o nosso mantra de caroneiros: "A carona certa virá na hora certa para o lugar certo". Eu, já com um tom de humor impaciente, retruquei que a hora certa era aquela mesma. Como num passe de mágica, nem um minuto depois, um caminhão encostou para nós. Era Javier, indo diretamente para o nosso sonhado destino "Acegua", na fronteira. Entramos as pressas no caminhão, eternamente gratos por sermos salvos por ele e, mais uma vez, por essas conexões do universo. Chegamos em Aceguá por volta das 17h, onde fizemos a saída do Uruguai na imigração e gastamos os últimos pesos em um mercadinho uruguaio antes de ir montar acampamento em um posto de gasolina na saída da cidade. Acontece que, em Aceguá, se iniciou o nosso momento de maior perrengue da viagem toda: enquanto montávamos nossa barraca no posto SIM, começou a chover cada vez mais forte, molhando todas as nossas coisas. O borracheiro do posto, que nos ajudou quando chegamos, sugeriu que dormíssemos em uma Ipanema abandonada ao invés de nos molharmos mais e passarmos mais frio na barraca. Assim fizemos. A Ipanema estava com os bancos abaixados, então, nos organizamos como possível com nossos sacos de dormir e mochilas lá dentro. Ao menos, tínhamos refrigerante e alfajores para amenizar o mau humor pós chuva. A pior coisa é passar frio estando molhado. (dormindo dentro da Ipanema abandonada, no Posto SIM de Aceguá-RS) (dia 14) Carona 17: Aceguá-RS para Bagé-RS - com seu Luís, caminhoneiro. Acordamos em Aceguá, com muito frio, ainda úmidos e ainda estava garoando. Não sabíamos como fazer para pegar carona com aquele tempo. Conversamos com os frentistas do posto, super hospitaleiros, que nos aconselharam a tentar pegar um ônibus para Bagé. O problema é que, como não parava de chover, mal conseguiríamos chegar ao ponto de ônibus a apenas alguns metros dali. Decidimos esperar no posto para ver se a chuva pararia. A decisão foi a mais acertada porque, pouco depois, um frentista nos avisou que um dos caminhoneiros que havia acabado de abastecer estava seguindo para Bagé. Nos prontificamos a falar com o caminhoneiro, seu Luís, que topou nos dar carona para lá numa boa. Pensamos que nossos pesadelos acabariam por aí, no entanto, também estava chovendo e muito frio em Bagé, por volta de 10ºC e uma sensação térmica de menos. A chuva não parava por nada. Paramos em mercadinho, de atendimento péssimo, para comprar uns pães franceses e frios de café da manhã/almoço/lanche da tarde. Pegamos um ônibus para o centro de Bagé e, de lá, também não conseguimos fazer muita coisa. Ainda não tínhamos solicitações disponíveis no Couchsurfing e não encontrávamos hostels na cidade olhando e ligando nos telefones do google. Caminhamos até um hotel próximo, que nos deu a indicação do hostel de preço mais acessível. Não havia carros do Uber disponíveis na cidade e, portanto, tivemos que comprar um guarda chuva (uma sombrinha pequena por 12 reais e os outros eram caríssimos) e ir caminhando para esse tal hostel por cerca de 40 minutos. Chegamos no Hostel da Campanha ensopados. Nossos casacos molhados, sapatos molhados e mochilas molhadas (inclusive, as roupas de dentro). Pegamos a acomodação mais barata, R$50 por pessoa, em um quarto com beliche para duas pessoas. Apesar do preço ainda meio salgado, pagar aquela estadia foi absolutamente necessária, caso contrário, precisaríamos bater de porta em porta ou morreríamos de hipotermia. Além disso, o Hostel da Campanha é de longe o melhor hostel que já fiquei na vida: além de incluir um café da manhã muito bom e com várias opções, é extremamente limpo, extremamente novo e confortável, fora o atendimento impecável de todos da recepção (estou reforçando essa parte porque quem viaja gastante pouco sabe como pode ser o frustrante pagar estadia para se deparar com um lugar precário). Como eu havia levado um rolo de fio de nylon, improvisamos varais por todo quarto e penduramos nossas coisas. (Varais no quarto do Hostel, em Bagé) (dia 15) Escolhemos, para a infelicidade do nosso bolso e para a alegria de nossos pertences pessoais, ficar mais uma noite no hostel. Isso porque não seria possível seguir viagem com as coisas todas molhadas, ainda mais com o tempo tão frio e chuvoso. De dia, pedimos indicação de uma lavanderia na recepção, para onde mandamos todas as nossas roupas. Aproveitamos um breve momento sem chuva durante a tarde para passear e, a noite, deixamos nossos sapatos secando em frente a lareira da sala. O gasto com a estadia no hostel poderia ter sido evitado, mas consideramos que existem situações emergenciais em que é realmente muito difícil não abrir mão de algumas economias para garantir nossa segurança e bem estar. Acabou sendo uma parada extremamente estratégica para nos recompormos e repararmos os danos do tempo chuvoso. (dia 16) Carona 18: do meio da cidade em Bagé-RS para saída de Bagé-RS, com Fabrício. Enquanto caminhávamos para a saída da cidade, Fabrício nos avistou e ofereceu carona para o posto de gasolina ao qual nos dirigíamos. Essa foi a carona mais curta de todas, menos de 4km, e a única que pegamos em zona urbana. Carona 19: Bagé-RS para Hulha Negra-RS, com Hosana. Desistimos de tentar carona no posto de gasolina, que não parecia ainda tão "na saída" para a rodovia. Caminhamos cerca de 1h até chegarmos, de fato, a BR 293, em uma rotatória. Estávamos com a plaquinha "São Gabriel", contudo, ao observarmos o movimento da rotatória, sentimos uma forte intuição de que teríamos mais êxito se pedíssemos no sentido contrário, para "Pelotas ou Porto Alegre" - e essa foi nossa nova plaquinha. Em menos de 10 minutos, Hosana parou para nós. Disse que não está acostumada a dar carona para mochileiros, mas que sempre ajuda os policiais que pedem carona. Hosana nos deixou na entrada de Hulha Negra, quilômetros a frente. (Carona 19, com Hosana) Carona 20: Hulha Negra-RS para Pinheiro Machado-RS, com sr. Paulo. Novamente, menos de 10 minutos depois, sr. Paulo, natural de Candiota-RS, nos salvou de passar frio na estrada e nos levou até a entrada de Pinheiro Machado. Viajamos juntos ao som de clássicos da música caipira enquanto observávamos as paisagens de campos. (Carona 20, com sr. Paulo) Carona 21: Pinheiro Machado-RS para Pelotas-RS, com Rose e Wal. Poucos minutos depois de esperarmos novamente no frio congelante, Rose e Wal nos ofereceram carona. Fomos tomando chimarrão e conversando sobre o que achamos das cidades que conhecemos ao longo da viagem. Conversamos bastante sobre como as cidades no sul e no Uruguai são, de modo geral, mais seguras que em São Paulo. Rose nos falou sobre a praça do Mercado Municipal de Pelotas e topamos parar por ali mesmo. Chegamos em Pelotas por volta das 15h e decidimos pernoitar por lá. Mais uma vez, começou a saga de procurar lugar para pousar, enquanto conhecíamos o mercado e prédios históricos dos arredores. Na praça em frente ao mercado, abordamos um moço com um violão nas costas para perguntar se poderia nos indicar um lugar barato para comer. O moço, chamado Marcelo, foi h extremamente hospitaleiro e nos acompanhou por um tempo em nossa busca e trocamos contato antes de nos despedirmos. Naquela noite, conseguimos abrigo na casa de uma amiga do Manuh, no bairro Porto. Por termos gostado muito da cidade, decidimos passar mais um dia em Pelotas. Convidamos Marcelo para uma volta pelo centro da cidade e acabamos, no fim das contas, pedindo abrigo para ele na casa de sua família. Depois de uma tour por Pelotas, guiados por Marcelo, almoçamos com sua família e fomos recebidos com carinho. Não deixamos de experimentar os doces de Pelotas e conhecer a bancada de discos do James na feira em frente ao Mercado Municipal. (Carona 21, com Rose e Wal) (dia 18) Carona 22: Blablacar de Pelotas-RS para Eldorado do Sul-RS, com Ezequiel. A escolha de pegar um Blablacar, a essa altura da viagem, foi bastante estratégica. O objetivo era chegar até o Posto SIM, na saída de Eldorado do Sul, para encontrarmos lá o nosso amigo caminhoneiro seu Roberto, o mesmo que conhecemos na carona de número 9. Combinamos com seu Roberto que nos encontraríamos lá por volta da hora do almoço, para que pudéssemos, então, seguir com ele até Jaraguá do Sul-SC. Carona 23: Eldorado do Sul-RS para Jaraguá do Sul-SC, com seu Roberto. De fato, conseguimos encontrar nosso amigo seu Roberto no posto e seguimos viajando juntos até por volta das 22h. Paramos em um posto de gasolina próximo a Florianópolis para pernoitarmos e partimos novamente por volta das 3h. Chegamos a entrada para Jaraguá por volta das 5h e esperamos em um posto de gasolina até o dia amanhecer. (dia 19) Carona 24:Jaraguá do Sul-SC para Curitiba-PR, com seu Alberí, caminhoneiro. No mesmo posto em que ficamos em Jaraguá, fizemos uma plaquinha para "Curitiba" e, coisa de meia hora depois, seu Alberí parou para nós. Seu Alberí, um caminhoneiro com 35 anos de estrada, nos contou vários histórias sobre subornos policiais no Rio de Janeiro, sobre o problema com bloqueios eletrônicos dos caminhões - que "só servem pra deixar caminhoneiro estressado e matar caminhoneiro", sobre seguradoras que querem traçar rotas para os caminhoneiros sem, ao menos, conhecerem o dia a dia deles nas rodovias. Seu Alberí nos deixou na entrada para São José dos Pinhais-PR, mesmo local onde paramos no início da viagem e, assim, pegamos os mesmos ônibus novamente para o centro de Curitiba. Almoçamos no buffet livre (R$11,50) e pernoitamos novamente na casa de nosso conhecido. No dia seguinte, preferimos continuar descansando em Curitiba, onde almoçamos novamente em outro buffet livre (R$7,50) e aproveitamos a companhia do pessoal da república. (dia 20) Carona 25: de São José dos Pinhais-PR para Taboão da Serra-SP, com seu Edimilson. Para sairmos de Curitiba, pegamos um ônibus intermunicipal de volta para São José. Fomos pedir carona em um posto grande recomendado pelo seu Alberí, "Posto Aldo Locatelli". No posto, tentamos carona na saída com a plaquinha "São Paulo ou Campinas", não obtendo sucesso por cerca de 1h. Fizemos uma pausa para comer na conveniência e usar o wifi. Na saída da conveniência, fomos abordados pelo seu Edimilson, que perguntou nosso destino e nos ofereceu carona até sua cidade, Taboão da Serra, limítrofe de São Paulo capital. Edimilson nos contou sobre várias viagens que fez pelo globo motivado pelo seu hobby: o mergulho. Nos contou sobre as melhores experiências e perrengues mergulhando, assim como sobre vários outros pontos turísticos, como as pirâmides no Egito. Em Taboão da Serra-SP, encerramos a viagem pegando um ônibus e um metrô para o nosso marco zero, São Paulo-SP. Lá, jantamos na rodoviária e pegamos um blablacar para nossa casa em Campinas-SP. No fim das contas, depois de contar um pouco dessa maravilhosa odisseia, deixo algumas considerações para quem se sente inspirado a procurar o mesmo tipo de aventura. Já ouvi dizer por aí que "pressa não combina com viajar de carona" e isso é verdade! É possível, sim, viajar durante poucos dias de carona - até mesmo para fazer só um bate-volta em um fim de semana-, porém, a verdade é que, se você tem dia prazo para "estar de volta", você acaba se sentindo mais pressionado pelas circunstâncias imprevisíveis da aventura. Hoje tenho a percepção de que viajar pedindo carona é mais confortável quando se tem tempo de sobra, ou indeterminado, para ficar na estrada e poder aproveitar mais dias nos lugares em que, de fato, se quer parar. Outra consideração é que viajar de carona e de maneira econômica te proporciona uma visão muito menos idealizada do que aquela adotada em uma viagem convencional: não se conhece os lugares pelo olhar de turista - até porque, é muito comum acabar desviando de rotas turísticas -, mas sim, pelo olhar das pessoas que vivem diariamente a realidade dos lugares e das rotas que os cercam. Antes de viajar de carona, leia sobre o passo a passo a se seguir e o memorize bem. Procure os melhores pontos do trajeto para pedir carona e mantenha o pensamento sempre positivo. Se atente, também, aos dias da semana. Algumas rotas, como rodovias com postos de gasolina grandes, facilitam mais do que outras, como pistas estreitas e pouco movimentas, contudo, sempre dá pra conseguir uma condução! Cada lugar tem uma cultura diferente e isso também afeta no processo de pedir/conseguir carona, como comentamos sobre a experiência no Uruguai, mas essa questão se resume apenas em entender as particularidades do ambiente. No caso de quem vai pedir carona no Uruguai, principalmente no interior do país, meu conselho é o de fazer plaquinhas com destinos próximos, ainda que pareçam distâncias pequenas, ou, mais prático ainda, se valer apenas do número da Ruta desejada (ex: Ruta 8). O movimento das vias é muito menor do que no Brasil, mas, como dito antes, isso não é sinônimo de não conseguir carona. Se estiver indo para o Sul, dê atenção especial aos postos de gasolina da rede SIM, que tem boa estrutura e costumam ser maiores e frequentados pelos caminhoneiros. Dito tudo isso, desejo boa viagem aos que se inspiraram! Aos que não se inspiraram, espero que tenham feito boa viagem, ao menos, durante a leitura. Até breve, mochileiros e curiosos!
  3. Dicas e companhias de viagem para um mochilao partindo do Brasil percorrendo a América do sul
  4. Estou montando um roteiro para Ago/20 incluindo os três países e gostaria de dicas, sugestões e informações adicionais. Caso Venezuela se torne inviável devido a crise econômica e política, estou pensando fazer o norte do Peru. Desde já agradeço a atenção dispensada IG - joaomarcelodj
  5. Estou montando um roteiro para Ago/20 incluindo os três países e gostaria de dicas, sugestões e informações adicionais. Caso Venezuela se torne inviável devido a crise econômica e política, estou pensando fazer o norte do Peru. Desde já agradeço a atenção dispensada
  6. "Vou mostrando como sou e vou sendo como posso. Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos. E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto. E passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas." - (Novos Baianos) Um novo olhar sobre o Mundo. Olá viajantes, Compartilharei com vocês meu mochilão que deu início em Dez/18. Irei compartilhar um pouco de como me organizei nos aproximadamente 45 dias antes do início da Trip, bem como, eu defini "roteiros", datas e claro, financeiramente a jornada. Já li diversos relatos, muitos serviram de inspiração, e um 'algo' que sempre tive em mente é fazer um mochilão roots - até também porque, no meu caso, a grana é curta. Pois bem, no final de Outubro de 2018 eu estava completamente saturado (como a maioria dos Brasileiros, penso.) Sempre busquei acampar e estar em contato com a natureza, afinal, faz longos 13 anos que sou escoteiro. E sempre a mesma coisa: "Eu saía total do clima tenso da cidade e do trabalho, passava dias perfeitos acampando e quando voltava, em menos de 1 dia na cidade já me saturava novamente." Após ler diversos relatos e de me senti, de certa forma, "preso" neste ciclo, decidi que realizaria um mochilão, sem data de retorno, sem destino final, somente uma bela ida e vivida pelo o tempo que for. Um dia, um semana, um mês, quiçá, em ano? Estava ansioso para descobrir. Por onde começar? - Questionei nas primeiras horas. - Até que comecei a levantar uma lista de possíveis lugares da América do sul e passei a linkar rotas, ver preços de deslocamentos, me joguei de cabeça na cultura Latino-americana. Foi aí que reparei como tudo hoje em dia é demasiadamente comercial, principalmente os valores. - Não posso procurar como se fosse um turista querendo férias, afinal, não sou um turista querendo férias. - Então a partir deste instante passei de fato a me portar e pensar como um Mochileiro. Passei a pesquisar as rotas de carona, pensar em acampar em qualquer lugar, maneiras de "salvar' dinheiro e como viajar sem grana. Resultado, Primeira semana de Novembro e eu já tinha todo um pré-roteiro definido: Sair do Brasil por foz, adentrar a Ruta 12 no início, caronar até chegar na Ruta 14, a rota que leva até Buenos Aires, tentaria levantar uma grana em Buenos Aires e continuar seguindo para o Sul sentido Patagonia, pois afinal, para voltar é só ir sentido Norte, subir pelo o Chile, cortando todo o País e continuar, Peru, Bolívia, Colômbia e por onde mais tiver de ser. Exatamente esse era meu ‘Pré-roteiro’ e confesso que não teve grandes alterações, pois ir caronando proporciona viver o local e a cultura, conhecer entre uma cidade e outra as histórias que há, bem como as belezas além - escondida do turismo comercial - e claro, salvar o máximo de dinheiro. Irei detalhar mais para vocês meu roteiro e planejamentos, principalmente a parte financeira, antes gostaria de deixar aqui um lembrete: 'Essa tem sido minha experiência na Trip e há diversas maneiras de mochilar, isso não diminui ou engrandece nenhum mochileiro. Somos da mesma família, portanto, iguais. Acredito que cada um viaja como pode e como o satisfaz, afinal, viajar é se conectar com pessoas e lugares, é viver experiências únicas e incríveis, além de fazer do viajante cada vez mais, um cidadão do Mundo, rompendo fronteiras, preconceitos e expandindo nossos ser. Respeito e Gratidão para todos Vocês! Dito isso. Valores! No pouco tempo que me restava até Dezembro, capitalizei para levar cerca de 1,2k. Sim, isso mesmo, Somente R$1.200,00. Não incluso nesse valor, eu gastei cerca de R$260,00 com uma passagem de ônibus da linha 'São Paulo - Foz do Iguaçu' e cerca de R$150,00 em Equipamentos que vou listar para vocês. Ou seja, sai do país com apenas R$1.200,00 e tive um custo total de R$1.610,00. Segunda semana de Novembro e eu ainda estava trabalhando, não havia comentado nada com ninguém, ninguém mesmo. Planejava e organizava que acabei não comentando com familiares e amigos com exceção do meu Brother de mesmo Nome, Gabriel, pois morávamos na mesma casa. Foi na última semana de novembro que sai do trabalho feliz da vida, afinal, estava agora indo terminar de arrumar a mochila e começar a viagem para me encontrar, pois é desse modo que visualizei tudo, preciso me encontrar e aqui vou, seja lá onde isso for. Após comunicar familiares e os amigos mais próximos sentia que de fato minha bagagem estava completa, com todas boas energias e incentivos, embora um ou outro tentou se opor à minha decisão, no final, nada puderam fazer e hoje gozo com felicidade. Mochila e Meus itens 1 Isolante Térmico 2 Calça corta vento 1 Calça Jeans 1 Blusa de lã top (homemade) 1 Blusa qualquer 5 Camisetas 1 Camisa 2 Regatas 3 Shorts 1 Touca 4 Meias (descobrir que pode ser pouca) 1 Par de Luvas 1 Par de Chinelo 1 Par de Tênis (Um para usar fora da estrada ou trekking, tênis comum) 1 Bota Caterpillar Preta (propaganda gratuita, mas é a bota de minha preferência e dinheiro.) 1 Toalha 1 Kit de higiene pessoal 1 Kit primeiro socorros ( faixa, antialérgico, anti-inflamatório, dor de cabeça, dor muscular, gripe, anticéptico e itens para curativo) 1 Canivete 12cm de Lamina 1 Prato e kit de talheres para acampamento 1 Garrafa de 1Lt para Aguá 1 Fogareiro boca unica 2 Lanterna 15M de corda para camping 2 Livros pequenos Meus materiais de trabalhos* ( Faço artesanato e algumas artes, vou descrever melhor no decorrer) Meus Trabalhos** 1 Pen-drive com documentos, arquivos pessoais, etc. 2 cadeados (2 mochilas) Tudo está dividido em 2 mochilas, sendo uma de 60 Lts + 5 e outra mochila de 15 Lts, as duas totalizavam 14 kg (atualmente até menos). Confesso que eu estava sempre com a sensação de estar esquecendo algo, mas no meu caso foi só a sensação mesmo, descobri que carreguei bagagem demais, e aos poucos me desfaço de algumas coisas deixando a mochila cada vez mais leve e apenas com o essencial. Aos poucos vou desapegando das coisas, tudo vem e tudo vai, e na maioria das vezes foi preciso algo ir para que pudesse vir um novo em seu lugar. Como um dos livros, que virou presente para uma simpática mulher enquanto conversávamos sobre literatura. Senti que ela precisava de ler, mas não tinha tempo de emprestar e pegar de volta, então eu simplesmente deixei o livro seguir seu caminho e fazer parte, agora, da história dela também. Ela nem ao menos falava português (nem eu o Espanhol) e foi numa conversa em Portunhol que tudo aconteceu, ela ficou muito feliz com o presente inesperado. Maravilhosa mulher, maravilhoso ser. Sai de São Paulo e depois de 17 horas estava em Foz do Iguaçu, a cidade é realmente linda, o Sul do Brasil é lindo, repleto de campos e montes. Fiquei por Foz mesmo pois já era quase 18:00 horas. No primeiro dia, acordei e fui para o Paraguai, lá terminei de adquirir alguns equipamentos que faltavam bem como: 1 Cobertor Camping (nunca fui chegado à saco de dormir, choices) 1 Tenda 1 Isolante Térmico 1 Cobertor Térmico (passar frio nunca, Paulista passa é calor) DICA: Tem muita coisa que é realmente muito barato no paraguai - a grande maioria de equipamentos, eletrônicos, bebidas e roupas - Se por acaso forem mochilar e porventura o Paraguai tiver em sua rota, vale a pena comprar alguns equipamentos lá, visto que o custo é menor dá pra economizar bem. Mas claro, só digo isso se o Paraguai estiver em seu roteiro, pois a grana que poderá economizar é incrível, como no meu caso. Pois comprei todos os itens acima, uma garrafa de vodka boa e uma bag 15Lts Waterproof, com apenas R$100,00. Aproveitei e deu uma bela andada pela cidade, no entanto Punta Del Este é uma cidade comercial e tem todo tipo de lojas e comerciantes possíveis, a mesma pessoa que te oferece 10 par de meias por R$10 também irá te oferecer drogas e armas. Pior que a 25 de Março em SP, cidade donde veio. Loucura aquele lugar. De volta a Foz ainda no primeiro dia, estive em um Hostel onde conheci uma Sul Coreana que marcou o início da viagem demonstrando ser uma pessoa incrível, com um Carioca doideira e, junto Tiago, um Brother BR (Ele merece um artigo só pra ele para contar brevemente algumas de nossas histórias roots). Passamos a noite tomando Caipirinha após um jantar Inteiramente BR, com feijão, arroz e farofa (primeira vez que a Sky Lee comia e bebia como brasileira) foi maravilhoso e ao mesmo tempo um tanto emocionante, pois aquela foi de fato minha última noite no Brasil. Segundo dia em Foz, Me levantei cedo e realizei o Check-out antes mesmo da hora. Precisava pegar a estrada o quanto antes. Peguei um ônibus para Puerto Iguazú (Na Argentina, cidade fronteira com Foz) por R$4,80 no lado de fora do terminal urbano de ônibus, esse ônibus para na imigração e aguarda enquanto você dá a entrada no país. Uma vez dentro da fronteira ele te leva até a rodoviária de Puerto Iguazu que fica logo no centro da cidade. Dei uma andada na cidade, mas já sabia que por ela eu só passaria, então fui para o outro lado da cidade onde se inicia a Ruta 12, rota onde começou as caronas. Foram 2h parado esperando carona com a plaquinha e o dedão um pouco adiante da saída de um posto da YPF, nada aconteceu, então fui andando no acostamento até que entrei na Reserva Nacional Argentina - era disso que eu estava falando - Oláaa natureza sua linda! Não foi muito tempo andando até que parei novamente e tentei a carona, cidade Wanda. Dessa vez em poucos minutos funcionou, primeira carona uhuuul. No entanto ele não iria para a cidade e me deixou mais a frente próximo à um posto policial onde disse ser mais fácil e melhor para caronar. Foi tão rápido que mal conversamos, mas agradeço novamente ao Senhor Érico! E não é que ele estava certo, menos de 10 minutos parou um caro com 2 garotos, homens jovens, e ofereceu a carona até Wanda. Foi maravilhoso a carona, e ainda iam contando histórias de como é acampar na reserva, inclusive pararam o carro na barragem da reserva para tirar foto, um deles disse: " faz 10 anos que passo por aqui sempre e nunca parei 2 minutos se quer para admirar a beleza, agora com você, é um prazer enorme fazer isso e contemplar essa beleza". Isso foi maravilhoso. Chegamos em Wanda, Gratidão total Hernan e Rafael. Wow, o dia está para acabar e não dá mais para pedir carona (por política pessoal, não pego carona de noite pois de longe é o melhor momento para isso) vou acampar na beira da estrada! Sim meu amigos, caros Viajantes. Acampei na beira da estrada, vendo a lua brilhar e ouvindo um silêncio maravilhoso que era quebrado apenas pelo som dos poucos carros que às vezes passavam, estava amando a experiência, de repente um cara, do nada, no escuro apareceu. Me deu um baita susto, mas era apenas um comerciante que viu minha chegada do outro lado da Ruta e queria saber se eu queria algo, um Mate, Chipas ou até mesmo Marijuana, pois ele teria ali. Sim, fiquei pasmo com o que ele falou e claro que ajudei o pobre comerciante, que por educação me convidou para desayunar com ele na manhã seguinte. . . Passei a noite feliz, dormir bem e acordei Pleno! Tudo isso apenas no primeiro Dia de Estrada. Nem imaginava as aventuras adiante, estava me sentindo livre, totalmente liberto das correntes do consumismo e da sociedade, estava livre dos estigmas alheios e finalmente me sentia no caminho para me encontrar, porque 1 dia na estrada nos ensina muita coisa, os dias são de fato aulas intensivas de viver. Dia seguinte, acordo na estrada, com o sol torrando a barraca logo cedo - Hora de começar o dia! - Cafe da manha com um panetone de chocolate que comprei com 15 pesos no dia anterior e não havia comido tudo. Bastante água, pois o nordeste argentino é bastante quente e úmido. Bora para estrada pois a próxima cidade é Eldorado. Foram longas horas debaixo do sol quente até conseguir. Mas valeu a pena, pois era 13h da tarde e já estava em Eldorado, foram mais de 100 Km tranquilos. Em Eldorado fiquei por 3 dias, fiquei na casa de um Senhorzinho que acolheu com muito carinho e foi muito hospitaleiro. Dale Sr. José, dono do cachorro Chiquitin muito fofo. A Cidade de Eldorado é maravilhosa! Uma cidade pequena, totalmente em meio à natureza (posteriormente fui saber que ela fica ainda na Reserva Nacional, e que essa se estende por muitos KM). Por volta das 18h as pessoas vão para a praça central da cidade tomar Mate e ficar de bobeira até umas 20h, ver aquela cena foi incrível, pois a cidade que até então era vazia e pacata se tornara por 2 horas uma cidade extremamente viva e movimentada. Como não tem muito o que fazer lá, os habitantes vão descontrair na praça, formando rodas de mate e deixando as crianças se divertirem. Conheci 2 Skatistas e destes não me recordo os nomes, pois foi uma conversa rápida mas muito rica, eles mostraram lugares para acampar e para ficar tranquilos na cidade, que o ponto forte deles é a natureza e calmaria. De fato, me rendeu 3 dias de pura paz. E assim passei o Natal, a data mais família do ano, Sozinho numa cidade pequena, sem a extravagância de fogos de artifícios ou um jantar farto e rico, e não senti falta disso. Foi maravilhoso sentir que eu estava finalmente entrando em sincronismo com o universo, sentindo a paz e vivendo o presente sem pensar no futuro ou passado. Estar na estrada mexeu comigo, pois até então eu sempre estive em um turbilhão de coisas e supostos deveres, no entanto, meu único dever passou a ser viver o momento. E a cada segundo uma nova descoberta, a prática da paciência e o autoconhecimento, guia a energia vital por todo o corpo, como resultado, um vigor infinito. Tudo passa a ser possível! Okay, depois de muito meditar e renovar as forças, hora de pegar a estrada, Gratidão Eldorado por ter me tocado a alma e por me fazer amar ainda mais a vida! Passei no mercado, comprei pão, doce de leite e uma proteína, e umas coisinhas pensando em 2 dias, não gastei quase nada, foi barato. 60 pesos tudo. (irei compilar algumas dicas úteis para alimentação na estrada) Agora na estrada sentido Oberá, porém, são 300 km de Eldorado até Oberá, então decidi fazer em 2 partes, Carona até Jardim America, trocar de rota e ir para a Ruta 7 (pois um moço disse ser mais viável para carona até Oberá). Foram umas 2 horas até pegar a primeira carona, José. Novamente um moço gentil ele falava muito rápido, não pude compreender muito do que falava, mas ele tbm não me entendia, então estava tudo bem, em meio as palavras tinha sempre nossos risos e sorrisos felizes de estar sob a companhia um do outro. Em questão de uns 50 minutos estávamos em Jardim America, pequena cidade. Caminhei até a Ruta 7, fica apenas uns 100m, e novamente na frente de um posto policial em poucos minutos a segunda carona, infelizmente não foi até oberá pois o Sr. Maurício não iria até lá. No entanto fiquei em apenas 1 cidade antes de oberá e faltava apenas 40 KM, insistir em caronar ainda pela Ruta 7 e logo veio a terceira carona do dia, desta vez, até oberá. Foi com o Daniel, um brother muito doido, fumava um cigarro atrás do outro, mas era incrível conversar com ele, durante 5 anos ele mochilou pela argentina e sempre dá carona para mochileiros. contou um pouco da história dele e quando chegamos no destino ele simplesmente me deu o maço de cigarro dele. Sem mais nem menos, tentei negar, mas foi um insulto, logo aceitei e partiu acampar, passar mais uma bela noite sob as luzes das estrelas e o lindo olhar do, quase vazio, Luar. Dessa vez, na cidade de Oberá! Até então tudo vem sendo muito simples, aprendendo um bocado sobre as coisas, e ainda mais sobre mim. Aprendendo a lidar com a saudade e aprendendo a se reinventar, pois somos cada dia versões melhores de nós mesmo, basta acreditar e querer evoluir. Antes de continuar a compartilhar, quero falar sobre meu sentimento em meio à tantas transformações, minhas influências e contar um pouco de como foi o processo de mudança e adaptação, afinal, eu estava em meio á outra(s) cultura(s) e vale lembrar que eu adentrei sem saber o Idioma. Começarei pelo idioma, eu pensava - Português e Espanhol são línguas parecidas - e por isso basta falar devagar que vamos nos entender e assim pouco a pouco vou aprendendo o idioma e sua variações. Certo? - Completamente errado! Eles simplesmente não me entendiam! Não importa o quão devagar eu falasse e quão parecido fosse algumas palavras, eles não entendiam! Foi necessário criar ‘regras’ de lógica linguística baseada nas que eu sei de Português, para começar a pensar mais claro em Espanhol, como por exemplo prático: Palavras no Português com ‘São’ como, Comissão; Televisão; Versão; Expressão, entre outras, eu substitui por ‘Sion’, como Comisión; Television; Version; Expression. Vou ser franco, para pegar a base e começar a se virar no idioma é muito útil fazer isso, costuma funcionar, como isso não é nenhuma regra de gramática não é aplicável em 100% dos casos, mas é aplicável suficiente para poder desenvolver o idioma e expandir o vocabulário. Logo pessoas começam a corrigir e com isso, tendo humildade para receber a informação, muito aprendizado se adquire, mas é fato que sempre faço comparação com o português para fixar as diferenças, criando diversas regras doidas que acaba sendo incrivelmente funcional pela sua simplicidade. Um outro exemplo são os ditongos, a grande maioria dos ditongos em Português que tem ‘o’ em Espanhol é ‘ue’ Como: Novo - Nuevo; Porto - Puerto; Conto - Cuento, e por aí vai. Isso tem dado muito certo, pois para uma pessoa que não tinha base nenhuma em Espanhol entender completamente diálogos e poder criar conversas com nativos, é maravilhoso! A estrada é divertido! Se no dia-a-dia são haver risos e sorrisos, a vida é difícil para qualquer um. Então estar em harmonia com o espírito ajuda a mente a manter-se alegre, a melhor maneira de isso acontecer é se divertindo. Deste modo, o dia-a-dia fica ainda mais leve ainda que seja passando algum perrengue. E por falar em perrengue, todo problema tem ao menos duas boas soluções, então manter-se leve e positivo é necessário, para que tudo flua da melhor maneira possível. “Nunca entre em pânico” Vamos falar de Saudade? - Neste caso, vou dizer como aprendi a lidar com meus sentimentos - Não foi fácil, e desde quando decidir sair de mochilão evitei pensar nisso, porque sabia que uma hora eu sentiria saudade de algumas pessoas, e teria que lidar com isso. Além disso, eu deveria aprender a me conectar mais com meus sentimentos, me ouvir, me conhecer e entender o que eu sinto, ao menos, um de meus objetivos é encontrar meu lugar em mim mesmo. Então antes de começar a entender onde fica esse lugar, tive que aprender a organizar onde fica o lugar de cada saudade, Mãe, Irmã, Irmão, Amigo que é mais que Irmão e as poucas pessoas que tenho conexão. Entender que por mais que seja grande a saudade é natural e deve ser sentida, não devemos sentir saudade como se fosse algo dolorido, temos sentir com orgulho de ter essas pessoas e poder contar com o amor delas, pois a maior virtude da vida é amar e ser amado. Aprendi isso na estrada somente, pois até então eu sentia um vazio quando sentia saudade, pois era a falta de algo que eu sentia, hoje, sinto saudade e sinto um preenchimento completo, pois vejo todos os motivos maravilhosos que tenho para sentir esse sentimento tão especial. Estrada vai, estrada vou. Oberá é uma das grandes cidades do nordeste Argentino. Conta com a presença do parque nacional Oberá, tornando-a ainda mais bela. No entanto não passei muito tempo pela cidade, estava já com a plaqueta feita e novamente seria L. N. Além, uns 120 Km de Oberá. Foram longas horas debaixo de um sol escaldante, quase não havia movimento na estrada sentido a próxima cidade, pois os poucos carros que passavam e fazia algum sinal de resposta diziam que entrar-ir-iam antes. Fazia muito calor, e como a cidade é bem arborizada e úmida, a sensação térmica estava a mil. Decidi que comeria algo e ficaria um pouco na sombra. Após comer e beber bastante água, voltei onde estava e o cenário não havia mudado, estava ainda com pouca movimentação de carros. Enquanto comia próximo ao terminal, não distante da Ruta 14, ouvi uma mulher falando que tem um ônibus para a cidade de São José muito barato, é basicamente um coletivo. Sendo ainda mais preciso, como um desses ônibus que vai de São Paulo até Diadema. Dei uma olhada no mapa para ver onde ficava essa cidade e achei interessante, pois seria mais de 40 km de coletivo, tranquilo. 60 Pesos e ainda tinha água quente no ônibus, pude encher a termo e toma mate. Agora começa ficar doida a coisa. Cheguei na cidade de São José. Chorei. A cidade é distante demais da Ruta 14, porém, não havia movimentação nenhuma. Só tinha um estabelecimento aberto além da rodoviária e da Polícia, uma Sorveteria. O restante fechado, pessoas em suas casas, ninguém na rua, um ou outro cachorro que passava, mas só. Não achei posto de Serviço próximo, afinal, era uma cidade de campos, aquele era apenas o centro minúsculo e que tudo se resumia em campos. O posto mais perto fica certa de 7 - 8 Km da cidade, ao menos é na intersecção de 2 Rutas, uma Ruta X que mal posso me lembrar e a Ruta 14, minha Ruta. Andar por uma estrada reta e no calor é péssimo, pior ainda é ficar sem água. Isso estava quase se tornando realidade, entre o posto e o ponto onde eu estava na estrada era mais ou menos uns 6 Km e havia apenas mais uma rua cruzando a rota até que seja apenas campos e estrada e por sua vez o posto, ou seja, eu precisava conseguir água naquela rua! Para minha sorte, em uma das casa no início da rua havia uma família tomando Tererê em frente ao portão. Fui com minha garrafa D'água vazia até eles. - boa tarde, tudo bem? Sou mochileiro e estou passando pela sua cidade, não achei nenhum estabelecimento ou posto de serviço próximo e estou sem água, vocês podem me ajudar com um pouco de água por favor? - Fui o mais educado, embora havia progredido bastante no Idioma, era claro meu acento e as diversas vezes que falava em Português pensando estar falando Espanhol, então eu entenderia se eles pedissem para repetir ou não tivessem entendido. Ao princípio ninguém falou nada, depois de ver que eu estava esperando alguma resposta, ou qualquer coisa, uma senhora simplesmente falou - Não. - eu olhei para os outros como quem diz “ Não, o que?”. Eles entenderam, afirmaram, não temos água. O garoto que melhor fez e colocou cerca de 200 ML da termo dele na garrafa. No entanto, nada disse, nada disseram, só existiram. Eu não entendi foi é nada. Preferir não pensar sobre e agradeci com um belo sorriso, embora pouco, eu tinha um pouco mais do que momentos antes, já é algo. Caminhei o restante da estrada focado, refletindo em todo momento. A paisagem se tornou uma parceria incrível, pois sempre se transforma em quadros belos de arte natural. Desta vez não foi diferente, não era nenhuma plantação ou campos agrícolas, era somente mato em um espaço loteado vazio, um não, dezenas. Depois de 4 km andando, a água definitivamente acabou. Até que durou - Pensei e gargalhei - Continuei cerca de 500m e pude ver ao meio dos campos próximo à estrada,uma casa pequena, na medida que aproximava passei a ver que tinha uma pessoa sentada, também tomando Tererê. Quando Cheguei na frente da casa, disse o mesmo que disse para a última família, nem foi preciso dizer mais nada, a senhora rapidamente entrou em casa e em alguns minutos voltou com 2 Jarras de água gelada perguntando se eu só tinha aquela garrafa ou tinha mais para encher. Ela encheu a termo e outra garrafa de um litro e ainda tomei uns ‘goles’ lá mesmo. Ela não falou muito, e claramente não era normal aparecer alguém por aquela parte da cidade andando na estrada. Agradeci a gentil senhora, que salvou lindamente minha vida, continuei o restante até o posto de serviço feliz da vida, como sempre. Devido à circunstância isolada da cidade, o pessoal do posto de serviço aconselhou a esperar um coletivo e ir para alguma outra cidade além, pois ali nada teria e que as pessoas trabalham em campos portanto, pouco circulam pela cidade, conversei também com alguns caminhoneiros que estavam lá, e todos estavam vindo de Buenos Aires indo para O extremo Nordeste quase Brasil, fazendo todo o caminho que até então eu havia feito. Segui o conselho do funcionário do posto e aguardei um coletivo. Foram 65 Pesos até a cidade de Santo Tomé, Fronteira com o Brasil. Nessa cidade tudo aconteceu! Info: Irei postar a continuação e compartilhar todo o relato com vocês, incluindo Fotos, apenas não tenho datas e prazos, pois já estamos em Maio e Muuuuita coisa aconteceu. Escrever é algo que sempre que dá eu faço, tenho muito material desta jornada, afinal, já passei até por Buenos Aires e além. Mas dependo das condições favoráveis e tempo livre na Internet - O que confesso não ter muita prioridade e disponibilidade, visto que tenho um mundo a descobrir - Darei meu melhor, cedo ou tarde postarei mais, espero que em breve. Gratidão por ler e de algum modo fazer parte da minha história.
  7. Esse roteiro descreve a viagem para o Chile na baixa temporada de 1 à 11 de outubro de 2018. 01: Na chegada ao aeroporto, logo após encontrar a mala fomos trocar R$ 100 para despesas emergênciais como a passagem do aeroporto até nossa primeira hospedagem. Foi a pior cotação, sendo 146 pesos/1 real + taxa de 945 pesos, ou seja para se ter uma idéia de quão desvantajoso foi: Câmbio Aeroporto -> R$ 100 = 14.600 + taxa (945) = 13.654 Câmbio Centro -> R$ 100 = 16.400 + taxa (0) = 16.400 A diferença foi $ 2.746 pesos ou um café da manhã (simples) ou Quesadilha ou Cachorro quente Tomamos o Centropuerto o qual pagamos $ 1.800 para cada um, descemos na parada ULC (Universidade Luterana do Chile), que a propósito, fica em frente a Universidade Católica 🤔. Seguimos até a estação de trem o qual pagamos $ 1550 pelo cartão mais 1450 para as passagens. Chegando no Hostel Che Lagarto (que faz parte de uma rede de franquias ao redor do mundo) foi feito o checkin US$ 12 na reserva mais $ 31.000 pesos para as 3 noites. Fatos curiosos da vida de um viajante é saber que a moça que nos recepcionou estava trabalhando até 3 meses atrás na mesma empresa que eu e morava na minha cidade natal o qual faziam 3 anos que havia me mudado. 🎡. Neste mesmo dia fomos ao restaurante italiano Piccola Italia, que possui um ótimo custo benefício. Foi pago $ 9.997 para um prato bem servido acompanhado de um chopp Cristal. 02: Acordamos relativamente cedo e fomos ao mercado comprar os ingredientes para o café. Encontramos tudo que temos no Brasil com ainda mais variedade de comida e vinho barato. Gastamos $ 14.771 no mercado Unimarc (Mantequilla, leche, cafe, huevos, yoghurt, salame, queso, jamon y pan). Depois, passeio até o Palácio de La Moneda, algumas fotos e seguimos para o Centro Cultural Plaza de La Moneda (free), entre várias coisas, a ficamos sabendo da história das caças às baleia (muito interessante). Seguimos até o Cero Santa Lúcia, altamente recomendado, no mirante é possível ter uma visão de 360 graus de Santiago. Foi neste lugar que encotramos o Jean, um brasileiro que estava no horário de intervalo, sim, ele trabalhava em uma empresa de turismo (Morandê), e foi com ele que conseguimos nosso cartão de internet de 2GB por 7 dias (free), Vale dizer que esse mesmo cartão estava por U$ 60 no aeroporto e foi ai que pensei, vou conseguir por bem menos que isso (e tem gente que não acredita em física quântica, lei da atração ou lei da termodinâmica, ou...). Compramos o pacote para o Vale Nevado com transfer $ 40.000 para os dois. Tudo certo, fomos ao mercado central para comer nosso primeiro Ceviche no Donde Augusto por 13.060 com propina (gorjeta). Em seguida fomos ao bairro Lastarria (local boêmio) o qual ficamos até às 22 no Urriola em que foram gastos $ 18.150 com propina para tomar 6 chopps. No caminho para casa fizemos uma parada de emergência para tomar um helado (sorvete) por $ 350 no Doggis. 03: Acordamos as 5:30, tomamos um café e às 6:30 já estávamos a caminho do Vale Nevado, parada para alugar roupas (botas, calça, casco e luvas). $ 50.000 para os dois conjuntos. Continuamos a subida de 60 curvas, são 40 até a entrada de Farellones (que já estava fechado neste dia) e mais 20 até o Vale Nevado, para os motoristas de plantão percebemos que é necessário muita experiência ou calma para fazer este trajeto, devido a quantidade de gelo e a possibilidade de enjoar. Chegamos ao topo e fomos alugar o equipamento (prancha de Snowboard e botas), $ 76.000 para os dois conjuntos. Depois foram mais $ 50.000 para os ingressos, (sendo $ 10k para os cartões e os + $ 40k para o ingresso), vale avisar que tem desconto para cartão MasterCard (pelo menos havia quando fomos). A idéia era esquiar, porém a curva de aprendizagem não seria tão rápida quanto esperávamos, logo foram muito tombos 🏂. Depois de 4 horas descendo e subindo a montanha incluindo um esperiência de Skibunda as forças se esgotaram. Dedicamos um tempo para curtir o cenário maravilhoso e ter a experiência da refeição mais cara da minha vida, apesar que não é todo dia que come um quesadilla e um choripan chilleno acompanhado de uma cerveja em temperatura ambiente no topo do Valle Nevado, quanto ao preço foram $ 27.000, justo, não? Às 3 da tarde iniciamos nosso regresso para o centro. Após devolver as roupas parada para um café na Starbucks já que a Kaká não conhecia. Foram 6.890 por um café e dois brownies. No caminho de "casa", uma parada para conhecer a vida cotidiana, o qual fomos obrigado a entrar em uma loja grande de panela de pressão, esse pessoal deve fazer muito feijão... Passamos no Unimac (é um mercado muito comum lá) e pagamos $ 2.985 com $250 de ahoro (desconto), não entendi, mas me parece que é comum também por aqui. Tomamos banho e a noite formos a Lastaria aproveitar a noite. Econtramos outros brasileiros que no passaram muitas dicas de lugares. A noite custou $ 34.650 sendo 1.150 de propina. 04: Neste dia a programação foi de um Walk tour pela região histórica de Santiago. Começamos pela Plaza de Armas, onde Nelay (nosso guia) nos apresentou os detalhes da cidade, como o de Pedro Valdívia, o conquistador espanhol morto por Lautaro que conforme a lenda, além de morto, foi torturado e le arrancado o coração, que foi comido junto dos "Toquis", que é o título dado aos "mapuches" (pessoas originalmente do chile) aos líderes militares. A verdade é que isso não é um ato canibal, pois eles somente o faziam com os guerreiros extraordinários, para obter a força dos seus donos originais. Depois fomos aos centros financeiros, até chegar a Lastaria, onde conhecemos o helado do Empório La Rosa (2 bolitas por $ 2790). Nos despedimos do nosso guia e continuamos um novo roteiro começando com um funicular por $ 6.820 para os dois até o topo do Cero San Cristóbal, concluímos o passeio no Shopping Costanera onde provamos uma Vienesa domino/italiana por $ 3690. Voltamos de Uber até o novo local, fomos ao mercado Líder que faz parte do grupo Walmart e compramos tudo do bom e do melhor por $ 36.933. 05: Acordamos tarde e aproveitamos para descansar e fazer planos para os próximos dias. Foi um dia de ócio produtivo. Foi preparada uma massa acompanhada de um bom vinho chileno. No final do dia fomos conhecer o a vida agitada do bairro Bella Vista, são incontáveis os números de opções para comer, beber e dançar. Paramos para comprar um energético ($ 1900) e se preparar para a festa. Comemos no Shopdog uns petiscos, daikiri e um chopp Kusman por $ 12.958. Por volta da 1 da manhã fomos buscar uma entre as várias opções de clube e ficamos no "Club Mandala" na rua Antonia Lopez de Bello, quase esquina com a Pio Nono. Pagamos $ 1000 com direito a dois drinks e uma cerveja e mais 500 na rouparia. O agito durou até às 5h, agora é hora de recarregar a energia. 🎵💃🕺 06: Hoje, acordamos e tomamos um café reforçado. Antes do meio dia estávamos na rua procurando o que mais a cidade tinha para nos oferecer. Quase 4 horas da tarde chegamos ao mercado central onde paramos no mercado Richard para comer um ceviche com direito a prova de Pisco Sawer Chileno (Outra versão para nossa caipirinha), optamos em pedir somente um prato que acompanhado das entradas, drink e cerveja foi o suficiente, gastamos $ 14.300 com os 10% de propina. Fomos caminhar para buscar "La Bicleta Verde", chegamos no local 30 minutos antes de fechar, pois o funcionamento era das 9h às 18. Então fomos ao Museo Nacional de Bellas Artes, com entrada franca, a única despesa seria uma moeda de $ 100 do armário, mas é devolvida depois de entregue a chave. Foi ai que caminhamos, muito, mas muito, muito mesmo, até a sorveteria Emopório La Rosa (culpa do GPS 😎), a propósito, esse sorveteria ficou classificada como uma das 25 melhores sorveterias do mundo 🙇‍♂️ (conforme propaganda do local ). Foram $ 5580 para duas casquinhas com 2 bolitas. Regressamos e compramos pão e água $ 1160. Ao chegar em casa eu podeia ouvir minhas pernas dizendo: obrigado, obrigado... 🛌 07: Chegamos ao que tudo indica nossa última hospedagem, um apartamento divino onde as anfitriãs Camila e Marta que nos receberam muito bem. Já saímos pela manha e fomos ao "GAM" onde supostamente teria um dia inteiro de atividades de Yoga, chegando lá descobrimos que estávamos uma semana adiantado 👀. Como já estávamos no bairro Lastaria fomos comer uma empanada de cordeiro e provar o "Mote con Huesill" e mais um suco de maracuja com frutilla, tudo por $ 8.360 e outra empanada de queso por $ 2.100. Depois fomos novamente a "La Bicleta Verde" o qual alugamos por 4 horas $ 5.000 por bicicleta. No final do dia, uma parada básica no Emporio La Rosa e provamos o "Barquillo con 2 bolitas" $ 5580. Depois paramos em no "La Vuelta" na rua Monjitas e provar o "Terremoto" por $ 3960 (gostei). Antes de chegar em casa paramos no Supermercado "Los Paisas" em frente de casa para comprar os ingredientes para a janta $ 8.428. Também passei na botellaría para pegar umas cervejas especiais $ 3.780. Chegando em casa, preparamos e jantar e nos juntamos com as Anfitriãs e seus amigos que estavam comemorando a partida semanal de basquete ball. 08: Acordamos com tempo suficiente para tomar café e pegar nosso transfer com a Morandê às 9 horas em direção a vinícula Concha y Toro 🍷, uma das mais importantes do mundo desde 1883. Custou $ 25.000 por pessoa com direito a uma pequena amostra de vinho e a taça da vinícula. Comprei uma garrafa de Concha y Toro por $ 4.490. No retorno paramos no restaurante "Piedras del Cusco" para comer outro Ceviche, drink e cerveja por $ 16.500. Paramos no Café Haiti e provei o "Café de Pernas" por $ 1.400 enquanto a Kaka ficava me acompanhando. Em seguida fomos a Feira Artesanal Santa Lucía. Eu gastei $ 13.500 em presentinhos (regalos). Depois fomos ao Backstage onde cada um gastou $ 3.548 para mais um ceviche junto da nossa amostra de vinho e um petisco. De lá fomos a "La Cerveceria" onde eu tomei os 16 shots da casa por $ 8.690 para finalizar o dia 🍺. 09: Hoje o passeio foi para ao Vinã del Mar y ValParaízo 🏝️($18.000 cada um). Na ida paramos para uns aperitivos free, o qual aproveitei os preço e peguei mais 3 garrafas mais azeite de oliva por $28.670 além de um doce de leite por $ 2.500. Depois de uma caminhada pela praia Reñaca e paramos para almoçar e dividimos um ceviche onde cada um gastou $ 6.760. No retorno depois de conhecer a casa de Pablo Neruda, as casas mentirosas, o porto, andar de funicular ($ 100/pessoa) fomos ao empório La Rosa pedir 3 bolitas $ 3.590. Depois formos ao centro para mais uma caminhada encontrei o Max World, onde comprei um presente para minha afilhada que fez sucesso na festa de aniversário, pois todas as crianças queriam brincar com ele. Encerramos o dia no Ponta Leon Restaurante peruano para comer o que, o que, sim, mais um Ceviche que custou $ 5.775 cada. 10: Último dia, fomos ao Cajón de Maipo e visitamos o Envalse de Eiso, lugar simplesmente incrível, logo antes de voltar, paramos para um picknic que foi um pouco corrido devido a neve e o frio. Descemos na Costaneira onde comprei um telefone novo por $ 206.990 (HUAWEI, que não tinha no Brasil), comemos no Crepe Cafe e aproveitamos para fazer a carga do chip do Trem de 2.200 para chegar até a estação. Como era último dia, resolvermos comer no pátio Bella Vista um ceviche😂 , é que esse acompanhava camarão equatoriado e mais duas margaritas e um daikiri de framboesa, tudo por 21.100 em dinheiro, voltamos para casa e nos preparamos para retorno 😔. 11: Tomamos o metro até a estação do Centro Puerto, chegamos ao aeroporto, como perdemos o avião, estamos no deciliciando com duas águas por 2.200. Duas empanada e 2 muffin O Donutts, mais um suco 7.500 (dinheiro). Às 16:30 partimos e chegamos a buenos Aires, saímos para jantar no Solermo Soho e demos mais uma voltar para conhecer o A.J Bradley 315. Tomamos um Uber de volta para o Aeroporto por 200 pesos argentinos. Fomos até o Tienda León e com a impressão do Voucher emitido pela internet e impresso no própria aerolíneas argentinas conseguimos fazer o transfer do aeroporto Ezeiza para o Aeroparque. Agora estamos esperando a abertura do guiche para fazer o check in (Junto com Daniela Mercury, que estaria no mesmo avião) 🎉 E aqui, segue um resumo destes 10 dias no Chile através deste pequeno vídeo.
  8. Olá, viajantes! Estou terminando a faculdade e tenho economizado dinheiro há algum tempo para realizar o sonho de desbravar o mundo. Para tanto, estou engatinhando nos primeiros passos de planejamento de uma viagem. A ideia, de início, seria tirar de quatro a seis meses para mochilar pelo menor custo possível (até porque não tenho muita grana) por países como Índia, Nepal, Tailândia, Indonésia, Austrália e Nova Zelândia. Vocês teriam algum buscador de passagens para buscar meios de transportes mais baratos na Ásia e na Oceania? A exemplo do GoEuro e da Rome2Rio... Qualquer dica é muito bem vinda.
  9. Salve, colegas mochileiros! Esse relato é o resumo de uma viagem econômica bem recente ao Oriente Médio. Quem quiser mais informações, poderá conferir em meu blog Rediscovering the World Dia 1 Em 6 de novembro de 2018 parti à tarde de Floripa ao Rio-Galeão pela Gol. Lá encontrei meu colega Mailton, que havia conhecido pelo fórum Mochileiros, e com quem viajaria junto. Usando meu cartão de crédito Smiles Platinum, pudemos aguardar o voo na sala VIP da Gol, comendo e bebendo à vontade. À noite, embarcamos com a TAP até Porto, onde faríamos uma conexão gratuita de quase 2 dias. Cada trecho do voo custou uns 850 reais, comprando com meses de antecedência. À bordo, o avião meio velho não reclinava quase nada, então foi difícil conseguir umas horas de sono. Dia 2 A janta foi boa, o café da manhã nem tanto. Descemos em Portugal de manhã cedo, passando tranquilamente pela imigração. Deixando o terminal, pegamos o metrô até a nossa hospedagem. O valor varia com a distância, mas fica em torno de 2 euros + 60 centavos pelo cartão recarregável que pode ser usado ainda nos bondes e ônibus. Ao chegarmos no estiloso albergue Rivoli Cinema Hostel, deixamos as mochilas e ainda pudemos aproveitar o café da manhã de graça, antes de sairmos para conhecer a cidade histórica que é patrimônio da UNESCO. A pé, vagamos pelos caminhos de pedra, adentrando construções antigas e importantes, como a Câmara Municipal do Porto. Passamos por diversas edificações, incluindo igrejas e a estação de trem de Bragança, que apresentam os famosos azulejos azuis portugueses em suas paredes. Em seguida, contornamos a Sé do Porto, onde a vista ao interior da cidade é bonita, para então chegar à fascinante Ponte Luís I. Do alto dela se pode admirar o que se eleva às margens do Rio Douro, sendo construções clássicas (ainda que parte delas lembre um pouco uma favela). Mais alto ainda, do outro lado da ponte, fica o Mosteiro da Serra do Pilar, com a vista sobre toda a região. Para isso não se paga, somente se quiser vê-lo de dentro (2 euros). Descemos tudo até a beira do rio. Diversos barcos ficam por lá, alguns para passeios turísticos e outros carregando barris de vinho. Tentamos achar um lugar para almoçar, mas estava meio caro nos restaurantes e até no Mercado Municipal da Beira-Rio, com diversas opções. Ficamos com o rodízio de pizza da Pizza Hut, por 11 euros. Só que saímos de lá meio arrependidos, pois ainda que tenhamos enchido nossas panças, a qualidade da comida deixou a desejar. Atravessamos à outra margem, mais interessante do ponto de vista arquitetônico. Nesse lado, andamos um tanto seguindo o rio, passando em frente a alguns museus. A certo ponto, pegamos um ônibus até a foz do rio, onde fica uma praia e um forte. Descemos lá a fim de ver o espetáculo das ondas atingindo com força total o molhe e o Farol de Felgueiras que lá se encontra. Ficamos até o sol se pôr e levamos um banho das ondas grandes. Caminhamos em direção norte por um calçadão com vários corredores e ciclistas, até um supermercado, onde jantamos uns salgados baratos. Para não dizer que não comi nada local, um deles era de bacalhau. Logo mais, voltamos de metrô até a hospedagem. Pagamos os 15 euros e nos retiramos, bastante cansados pela falta de sono da noite anterior. Dia 3 Tomamos um belo dum café da manhã no albergue. Depois disso, caminhamos sob chuva pela Rua Santa Catarina, onde fica o comércio. Pegamos algo para comer no caminho, indo de metrô até a última estação no norte, Póvoa de Varzim. Ao passar por um aqueduto, cerca de uma hora depois chegamos. A primeira parada na cidadezinha foi a Praça de Almada, que é a central. Depois de umas fotos, vimos a Igreja Matriz, também bonita. Em sequência, entramos no Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim. A entrada normal é de apenas 1 euro, mas naquele dia não pagamos nada. Há uma dezena de salas retratando a arqueologia e a história da região, bem como os costumes mais recentes dos povoanos (gentílico de Póvoa de Varzim).. Por fim, adentramos na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, que mantém apenas a estrutura externa, do alto da qual se pode ver a bela orla da cidade. Compramos uns doces numa pastelaria (pastelarias não vendem pastéis em Portugal) e aguardamos o metrô para regressar e chegar no aeroporto. Com um pouco de atraso, decolamos na TAP ao aeroporto de Malpensa em Milão, um voo de 2 horas sem nem telas de vídeo. Na chegada, esperamos o transfer incluído da hospedagem em que ficamos (Bosco Gadda Bed & Breakfast - 49 euros o quarto duplo), bem próxima desse aeroporto. O quarto e o banheiro são impecáveis, e o local, no meio do mato, silencioso. Dia 4 Tomamos um café razoável e voltamos ao terminal aéreo, dessa vez para voar a Atenas com a Aegean (57 euros até a Turquia). Ganhamos um lanche a bordo. Ficamos esperando por 4 horas no aeroporto até o voo seguinte à Turquia. Há um pequeno museu gratuito com as descobertas arqueológicas na área do aeroporto. Comprei uma pasta de húmus e pão num mercado grego para almoçar. Fui espremido por um turco obeso no turboélice até Istambul, já à noite. No aeroporto Atatürk, compramos o cartão de transporte Istanbulkart (6 liras turcas ~ 4 reais), que serve pros dois, carregamos ele (só dinheiro é aceito) e o usamos no metrô (2,6 liras independentemente da distância + 1,85 a cada mudança de linha). Assim, chegarmos um tempo depois na Koçak Pansiyon. Foi lá onde dormimos, a 18 euros por um quarto razoável pra dois sem café. Dia 5 Pegamos o metrô até a estação Yenisahra. Na saída, fizemos um lanche na confeitaria Nuga. Comi um salgado com queijo e um smoothie por 16 liras, que puderam ser pagos com cartão de crédito. Em frente, tomamos o ônibus Havabus (14 liras), que parte a cada meia hora até o outro aeroporto (Sabiha Gökçen). Nada mal esse caminho. De lá, voamos a Diyarbakir com a cia de baixo custo turca Pegasus Airlines. O aeroporto de Diyarbakir é novinho, assim como uma parte da cidade por onde passamos no táxi superfaturado de 40 liras até a cidade velha. Descemos no portão Urfa e atravessamos as muralhas parcialmente erodidas da parte histórica. Caminhamos pela rua principal, cheia de comércios, aos olhos de todos que passavam pelos únicos turistas. Almoçamos no Mesopotamya, um café com música ao vivo. Um pratão de frango com molho apimentado, acompanhado de vegetais verdes e pães, custou 25 liras pra cada + 5 de couvert. Depois da substancial refeição, desviamos por uma das vielas, mas não achamos uma ideia muito boa, pois os becos são um pouco sinistros. Ao pôr do sol, entramos na mesquita Ulu Cami, a principal. É bonita por dentro e não se paga para conhecer. A presença da polícia nas ruas é marcante. De vez em quando se vê algum portando uma arma de guerra ou um veículo blindado. Por fim, subimos as muralhas da Fortaleza de Diyarbakir. Patrimônio da UNESCO, está preservada, ao contrário da zona a sua volta, que mais parece que foi atingida por um míssil. À noite, as muralhas, o jardim interno e a mesquita ficam iluminados, incrementando o visual. O museu já estava fechado, mas descobri que o complexo começou a ser erguido pelos romanos, passando a outras civilizações até os otomanos. Pegamos um táxi até a rodoviária (Otogar) por 28 liras. Organizada, bastou recolher nossos bilhetes comprados na internet, e aguardar até às 20h para a saída a Erbil, no Iraque. O custo foi de 150 liras num ônibus VIP, com tela de vídeo, tomada e líquidos. Só que faltou banheiro, espaço e inclinação maior nos assentos - não que esses últimos itens façam diferença, já que é impossível dormir. Dia 6 As paradas, inclusive policiais, foram várias. À 1 da manhã, jantamos uma refeição de 25 liras num restaurante bem na fronteira com a Síria, um lugar bom pra relaxar, só que não. Se não bastasse isso, o motorista guiou o ônibus dali até chegar no Iraque pela contramão, visto a fila quilométrica de caminhões que bloqueava a via correta. Deixamos a Turquia pela fronteira de Ibrahim Khalil. Nessa hora, entramos na sala onde conseguiríamos o visto para o Curdistão (que é diferente do iraquiano) ou não. Os oficiais nos fizeram algumas perguntas, olharam algumas listas atrás de informações, e a tensão ficou no ar… Mas felizmente nos deram um visto para 30 dias! Felizes com o sucesso, seguimos o resto do caminho, conseguindo dormir praticamente nada até a chegada a Erbil, com o sol já de pé. Isso foi às 7 da matina, ou seja, a viagem durou nada menos que 11 horas! Compramos a passagem de retorno (25 dólares) no terminal e vagamos que nem uns zumbis por quase 6 km até o hotel de Erbil. Nesse caminho não vimos absolutamente nada de interessante. Mas nos chamou a atenção a quantidade de câmeras de segurança e guardas armados com fuzil, o lixo jogado em qualquer lugar, bem como a alta proporção de fumantes, que praticam o ato até mesmo em lugares fechados. Conseguimos aproveitar ainda o exótico café da manhã do hotel Altin Saray, onde fizemos check-in. Teoricamente é 4 estrelas, mas de forma alguma eu o consideraria com mais de 3, visto seu estado de conservação e amenidades. Ao menos possui wi-fi. A diária custou 50 dólares, dividido em 2. Com o sol já quente, deixamos o quarto para nos aventuramos nos arredores. Trocamos dólares na cotação padrão (1200 dinares iraquianos por dólar) em uma das bancas na rua - Erbil é segura o suficiente para isso e os curdos são honestos. Depois, prosseguimos à cidadela, patrimônio da UNESCO que fica em um monte no meio da cidade. Apesar de ter uma história antiquíssima, com habitação contínua por cerca de 6 mil anos, as muralhas e demais construções em barro estão decadentes, e a restauração está deixando tudo muito artificial com itens modernos. Não se paga nada a entrar, somente os museus internos. Fomos nos 2 que estavam abertos: o têxtil (mil dinares) e o de geologia (1500 dinares). Fora isso, há uma mesquita e a vista dos 2 lados dos portões, mas a maior parte da estrutura interna está inacessível. Descemos do outro lado e um pouco depois achamos um lugar pro almoço. Com 8000 dinares cada, recebemos uma infinidade de comida no restaurante Ranya. O principal era o kebab, mas os acompanhamentos foram excessivos. Que nem bolas, rolamos até a parada seguinte, a majestosa mesquita de Jalil Khayat. Pegamos umas paradas no Carrefour do shopping ao lado, e em meio ao trânsito caótico, voltamos. Enquanto o Mailton foi pro hotel descansar, eu fui na cidadela assistir o sol se pôr e o chafariz da praça se elevar. Acabei fazendo amizade lá com um curdo e um árabe, que me pagaram um chá enquanto conversávamos. Depois disso me retirei ao hotel e desmaiei. Dia 7 O conforto do quarto estava bom, pois dormimos em torno de 12 horas! Depois do café, saímos a caminhar. Primeira parada: Erbil Civilization Museum. É um museu gratuito, com 3 salas, onde ficam diversos artefatos das civilizações que viveram no Curdistão no passado, principalmente os povos da Mesopotâmia. Enquanto vagávamos em direção aos parques, fomos repreendidos por tirar fotos que não deveríamos, uma paranóia só. Entramos em 4 parques, todos eles quase vazios, com a maioria das lanchonetes fechadas e dos chafarizes desligados. Aqui é tão seco que a água evapora dos lagos artificiais de uma hora pra outra. O primeiro parque foi o Gilkand, cujo destaque é uma cascata artificial. Depois, o Shanadar, que tem um mirante. Também é cruzado por um teleférico (que não estava ligado) até o seguinte, Minare Park. Seu nome é devido a um minarete antigo que se encontra dentro dele. Almoçamos em seguida no Supass, lanchonete onde comi um prato de saladas e tal por 3 mil dinares. Me deu uma zica no estômago, mas não tive onde me aliviar, pois nem ali e nem os parques eu poderia usar o banheiro, a não ser que fizesse de cócoras e limpasse o traseiro só com água - costume local que eu fiz questão em não aderir. O último parque (Sami Abdulrahman) é o maior deles, mas igualmente vazio e desprovido de grandes atrações. Nem os jardins são muito bonitos. De lá, tomamos um táxi ao Syriac Heritage Museum por 5 mil contos. Só que ao chegarmos lá, tivemos o desapontamento dele estar fechado. Não obstante, fomos ao sítio arqueológico vizinho de Qasra Knoll, onde foram achadas evidências de uma ocupação fortificada desde o tempo dos assírios. Apesar disso, não há controle e proteção alguma; os buracos das escavações estão cheios de lixo, como a maior parte de Erbil. Com uma procura básica, conseguimos até mesmo encontrar uns pedaços de cerâmica encravados na terra. Com o sol descendo, voltamos ao centro, mais precisamente no Bazar, o mercadão coberto. Provamos uns doces gostosos enquanto atravessamos os becos que vendem vários artigos, mas quase nada de souvenires. Ainda assim, levamos pedaços de tapetes curdos por 5 mil. Tiramos umas fotos da iluminação noturna ao redor e voltamos ao hotel. Dia 8 Tentamos alugar um carro, mas de última hora estava caro demais, então fomos até o terminal de ônibus. Lá, logo conseguimos um táxi compartilhado até Shaqlawa, ao preço de 20 mil dinares pelo carro ou 5 mil por passageiro. O veículo seguiu para as montanhas, passando pela pequena fortificação Khanzad, alguns vilarejos e checkpoints, até chegar em nosso destino uma hora depois. Descemos do veículo ao pés do santuário cristão e muçulmano Raban Boya, que fica quase no alto de um morro. No começo há um cemitério, depois alguns mirantes. Mas nada além, só pedra e lixo. Cruzamos por uma única pessoa até chegarmos na escadaria final, que atravessa um portal no paredão rochoso. Só que dentro dele, onde deveria haver o tal santuário, não há absolutamente nada. Para não perdermos a viagem, decidimos escalar ao topo do morro, só que nessa parte não há trilha, é realmente necessário escalar entre as rochas e árvores do vale. Foi duro e perigoso, mas poucas horas depois chegamos a um ponto 400 metros acima, onde encontramos vestígios de armas de guerra. Nessa hora, apreciamos um pouco a vista e decidimos descer, já que não queríamos virar alvo do Estado Islâmico. Continuamos descendo entre as ruas da cidade, com algumas belas moradias, por sinal, até acharmos um restaurante. Pedimos arroz e frango, mas como quase ninguém fala inglês nesse país, recebemos tudo quanto é vegetal menos arroz, além do frango. A refeição custou apenas 5 mil dinares para cada um. Por fim, chegamos ao movimentado centro. Entre as diversas lojas de guloseimas disponíveis, provamos crepes, milkshakes e sorvetes, incluindo o sabor romã, que é a fruta mais típica da região. Preços entre 1000 e 2500 dinares. No centro mesmo dividimos um táxi para voltar a Erbil, mas dessa vez tivemos que esperar um pouco. Na chegada, perambulei pela rua para, entre uma dezena de carrinhos de comida de rua, encontrar uns sanduíches de mil dinares para guardar para a janta. Dia 9 Partimos às 9 e meia na mesma companhia, mas num ônibus pior dessa vez, e vazio. Minha poltrona não reclinava, o ar não funcionava, nem o wi-fi e a tela de vídeo idem. E dá pra acreditar que o motorista foi fumando dentro do ônibus enquanto dirigia? No trajeto todo, da janela só se viu paisagens semi-desérticas monótonas. O que não foi monótono foi o interrogatório pesado que nos fizeram na entrada da Turquia, achando que éramos terroristas. Por muito pouco não nos negaram a entrada… Novamente a jornada durou 11 horas. Pegamos um táxi na chegada até o portão norte da cidade velha, onde ficamos no hotel Kaya. Um quarto decente pra 2 com café custou 15 euros no total. Ficamos vendo um pouco de TV na Al Jazeera e dormimos em seguida. Dia 10 O café do hotel foi um pouco fraco, mas pelo preço não deu pra reclamar. Caminhamos ao redor de toda a muralha da cidade antiga de Diyarbakir. Ao sul ficam os jardins de Hevsel, também incluídos no Patrimônio da Humanidade. Com a volta completa, paramos no museu da fortaleza. A entrada é de 6 liras, mas nos deixaram entrar de graça. Há algumas construções modernas que abrigam em seu interior peças e informações históricas e arqueológicas de períodos antigos desde os povos da Idade da Pedra da região da Anatólia. Há também um castelo e uma mesquita em ruínas. Bacana. Almoçamos numa das muitas lanchonetes de kebab, pagando 5 liras num sanduba desses. Depois negociamos a ida ao aeroporto por 30 liras no total. Lá aguardamos o voo de retorno a Istambul pela Pegasus. Com um bocado de horas até o embarque do voo seguinte a Teerã, passamos o tempo no shopping Viaport Outlet que fica próximo do aeroporto Sabiha Gökçen (20 liras de táxi). Quase virando o dia, embarcamos mais uma vez com a Pegasus, até a capital do Irã. Dia 11 O voo foi uma droga. Além das poltronas não reclinarem absolutamente nada (como em todos os voos da Pegasus), a descida foi de uma turbulência tremenda. Ao desembarcar, precisamos comprar o seguro de saúde (14 euros ou 16 dólares) e pagar pela emissão do visto (80 euros ou 92 dólares), cujo formulário havia sido preenchido e pré-aprovado no sistema de eVisa. Enfim, consegui entrar no meu país/território de número 100! Comemoração sem álcool, já que no Irã é totalmente proibido. A troca de dinheiro foi outra saga. No guichê de câmbio na área de retirada de bagagem a cotação era baixa, então fomos recomendados a trocar no câmbio da área externa no andar acima. No caminho, fomos interceptados por cambistas que tentaram nos enganar, dizendo que a cotação da tal casa de câmbio era pior, o que não era verdade, pois conseguimos 110 mil rials (ou 11 mil tomans, mais usado no comércio) por cada dólar, muito melhor que a cotação oficial de 42 mil! Essa cotação atualizada diariamente pode ser conferida no site Bonbast. Certifique-se de estar levando dinheiro suficiente, pois no momento não são aceitos cartões de crédito internacionais nem pra pagamento e nem pra saque. Como o metrô só abriria às 6 e 50, e a distância até a cidade é longa, negociamos com um táxi para nos levar por 10 dólares até o terminal doméstico de Mehrabad, já dentro de Teerã, onde voamos com a Mahan Air até Shiraz, no Sul do Irã. Pagamos 260 reais cada para comprar a passagem pela internet. O voo foi num BAE-146, mesma aeronave que vitimou o time da Chapecoense. Há um baita espaço interno nesse avião antigo. Também serviram um lanche e uma revista. Ao pousar com sucesso, não foi dessa vez que usamos metrô, pois ele fecha no dia sagrado do islã (sexta-feira). Um táxi (200 mil rials) nos deixou no hotel Niayesh, onde nos hospedamos por míseros 5 dólares a cama com café. É bem organizado e limpo. Almoçamos no próprio restaurante do albergue, num tapete no chão. Escolhi o prato típico “kalam polo” com arroz, repolho e temperos e um suco. A comida deu 220 mil, ou seja, apenas 2 dólares. Caminhamos em seguida pelas atrações ao redor, sob chuva moderada. Primeira visita foi guiada gratuitamente no santuário Islâmico Shah Cheragh. É um espaço grande preenchido por pátios, mesquita e uma sala que contém o túmulo do homenageado pelo conjunto. A decoração de todo conjunto é bela e interessante como as demais iranianas, mas a sala do túmulo é especial, pois é toda preenchida por micro espelhos. Visitamos depois o Naranjestan, que contém um jardim de laranjeiras, o casario antigo de Zinat Al-Moluk e um museu de antiguidades arqueológicas persas. Vale o investimento de 200 mil. Algumas das atrações estavam fechadas, então seguimos pra última do dia, a Cidadela de Karim Khan. As muralhas restauradas e iluminadas à noite em uma área agradável de Shiraz são impressionantes. O seu interior, ao custo de 200 mil rials, nem tanto. Jantamos frango com arroz numa lanchonete por somente 160 mil e voltamos para o hotel. No primeiro dia já me senti bem seguro, ainda que a presença policial e militar fosse menor que no Iraque. As pessoas olham bastante pro alemão aqui e até cumprimentam, pedem foto e fazem perguntas, mas é mais por curiosidade mesmo, e não interesse. Dia 12 Às 7 tomamos o café, que nos surpreendeu pela qualidade, pois meia hora depois começamos um tour pelas cidades antigas do Império Persa. Reservando com a própria hospedagem e executado pela agência Key2Persia, custou 30 euros com transporte, um bom guia, entradas, lanche e refeição. Sessenta quilômetros separam Shiraz de Persépolis, a principal capital dos persas durante o período Aquemênida. Ela está em ruínas principalmente devido à invasão de Alexandre. São 200 mil rials de entrada para se ver portais, colunas, pavilhões e murais adornados dos palácios que compunham a cidade da auge do Império Persa, quando era formado por 28 povos da Líbia à Índia. Além disso há um museu e as tumbas dos imperadores Artaxerxes II e III, que ficam num morro de onde se vê toda a capital. Em seguida, visitamos a necrópole próxima, chamada Naqsh-e Rostam. Por mais 200 mil se vê o exterior das impressionantes tumbas dos demais imperadores persas, entalhadas na montanha. Abaixo delas ficam murais em alto-relevo do período Sassânida e o “cubo” do zoroastrismo, religião oficial que foi a primeira monoteísta no mundo. Almoçamos no restaurante e hospedagem tradicional Ojag Seyyed. A decoração é autêntica e os diversos pratos típicos deliciosos. À tarde, paramos em Pasárgada, a capital anterior. Aqui já não há tanto para se ver como em Persépolis, e as ruínas estão mais espalhadas. A principal é o mausoléu de Ciro, o Grande, mas também há palácios menores. Na entrada ficam lojas com souvenires. Comprei uma estátua do homem alado representante do zoroastrismo por 200 mil rials. Tomamos um chá ali perto e voltamos com o sol se pondo atrás das montanhas áridas da região de Fars. Descemos direto no Vakil Bazar, mercadão coberto. A exemplo do Irã em geral, os preços aqui são bem baratos. Compramos alguns tapetes pequenos estilosos em torno de 150 mil cada. Se tivéssemos espaço suficiente eu levaria pra casa toda. Tomei um gostoso suco natural de romã (100 mil), antes de voltarmos pro hotel para jantar. Comi um tal de “tahchin” de frango por 220 mil. Dia 13 A noite foi bem dormida nesse quarto bacana. O café bem aproveitado sem pressa. Em sequência, fomos à mesquita rosada (Nasir Al-Mulk), assim nomeada devido à refração da luz solar sobre vitrais coloridos num salão interior. Esse efeito só ocorre pela manhã, e quanto mais cedo melhor - tanto pela intensidade quanto pela lotação. Tiramos uma fotos e seguimos de táxi (150 mil) ao portal Qoran Gate, na saída de Shiraz. Ele estava em reforma, mas ainda deu pra ver algo. Além disso, subimos as escadarias do morro ao lado para termos a vista da cidade inteira. Ao descer, passamos pelo Jahan Nama Garden, que não vale nem o tempo e nem o dinheiro. Caminhamos em frente ao mausoléu de Hafez, também nada de mais pra turistas. Poderíamos voltar de metrô, mas o táxi é tão barato que quase não compensa. Almoço típico no hostel e check-out, visitamos o Eram Garden antes da partida. É um jardim botânico que faz parte de um patrimônio da UNESCO. Não obstante, é pouco interessante. Vi alguns passarinhos no jardim; praticamente a única fauna nativa até então. Passando mais tempo no trânsito, percebemos como ele é frenético e, ao contrário do Curdistão Iraquiano, os carros aqui são bem velhos. Na rodoviária pegamos um ônibus espaçoso até Yazd. Compramos antecipadamente pela internet por quase 10 euros, mas poderíamos ter deixado para comprar na hora por menos da metade do preço. Seis horas depois, descemos na rodoviária da outra cidade, onde seguimos pela noite num táxi possivelmente clandestino (200 mil) até o Dalan-e Behesht (4 euros a diária com café). No check-in já aproveitei para usar a máquina de lavar roupa de graça, enquanto jantei uma baita refeição de apenas 155 mil. O quarto ficou só pra gente novamente. Por 6 euros por pessoa, não é tão bonito quanto o outro. Dia 14 O café da manhã foi fraco. De barriga não totalmente cheia, caminhamos pela cidade de adobe (barro+palha). Todo a parte antiga, com alguns milhares de anos, é feita desse material, o que lhe rendeu o título de Patrimônio da Humanidade. Descobrimos o que parece ser um cemitério abandonado ou bombardeado. Chamado Imam Zadeh Jafar Fateh, num pavilhão no meio da cidade velha estavam mausoléus caindo aos pedaços, com lápides espalhadas a esmo. De volta à rua, comprovamos a hospitalidade iraniana ao ganharmos laranjas ao passarmos em frente a uma fruteira. Um pouco além, conhecemos uma construção típica de Yazd, o reservatório de água Rostam-e Giv, que é uma semiesfera com quatro torres exteriores com aberturas que servem para refrigerar o ambiente, e realmente funcionam. Logo depois fica o templo de fogo da religião Zoroastrismo (Zoroastrian Fire Temple), cuja entrada custa 150 mil rials. Há uma estrutura que mostra um pouco sobre essa religião e que contém o fogo sagrado, que segundo contam, é mantido aceso há milhares de anos. Pegamos um táxi até uma das bordas da cidade, onde ficam dois dos montes funerários chamados de Tower of Silence (150 mil). Os seguidores da tal religião sepultavam os defuntos de uma forma diferente, levando-os ao topo de um morro e colocando eles numa vala aberta para, com o uso de ácidos e aves saprófagas, decompor os corpos. Com o comércio quase todo fechado no começo da tarde, tivemos que caminhar um tanto para acharmos um que servia kebab azerbaijani por 250 mil. Descobrimos que a cidade praticamente para das 13 às 17 horas. Visitamos brevemente a praça do Amir Chakhmag Complex, antes de vagarmos por quase meia hora até outro do conjunto de jardins tombados pela UNESCO. Esse se chama Dowlat Abad Garden, sendo que paga-se 150 mil pra entrar, mas também não nos convenceu. Tirando uma pequena mata seca, há um canal de água com fontes em frente à maior torre de vento de Yazd. Uma coisa boa desse município é que há bebedouros espalhados pela cidade, imprescindível com a baixa umidade do ar que faz. Com o sol sumindo e o comércio reabrindo, tomamos na praça anterior sorvetes deliciosos. Estava tão barato (40 mil) que peguei 5 bolas. As mesquitas são iluminadas à noite. Passamos por algumas delas até que eu entrei na Jameh Mosque (80 mil), enquanto Mailton voltou ao hotel. Na saída, fui abordado por um grupo de estudantes iranianos que queriam praticar o inglês. Foi bacana o papo. Terminei o city tour pelos becos sem problema algum de segurança, até achar novamente o Dalan-e Behesht. Por fim, jantamos o mesmo da noite passada. Dia 15 No check-out paguei em euros, pois a cotação estava ainda melhor que antes (1450 rials). Em seguida, negociamos no hotel um tour privado pras cidades vizinhas por 15 euros no total. Só foi deixarmos Yazd que o deserto árido e montanhoso tomou conta da paisagem o dia todo. A primeira parada foi em Kharanagh. Aqui ficava um vilarejo de adobe até uns 50 anos atrás, quando todos deixaram o local devido à falta de recursos. Hoje em dia pode ser visitado de forma completa, inclusive escalando pulando sobre os telhados que estão se desmanchando. A vista das construções arruinadas é de outro mundo. Não se paga nada aqui. Já no caravansarai em frente, 50 mil. É uma das mil unidades desse tipo espalhadas pelo país que foram construídas há centenas de anos para abrigar os viajantes e seus animais. Nas retas intermináveis ao ponto seguinte, o motorista chegou a insanos 170 km/h. Chak Chak (100 mil) é outro local sagrado do zoroastrismo, onde os seguidores se refugiavam dos árabes. Fica escondido entre montanhas ferrosas, e seu nome é devido ao gotejamento de água que há nesse local e que propicia a vida. Há vários mirantes, mas o melhor é um monte que fica de frente ao complexo, mas fora da rota. O final foi em Meybod, uma cidade antiga. Entrei no Narein Castle (150 mil), fortificação de adobe, e vi de fora a torre onde se coletava fezes de pombo e o salão onde se mantinha o gelo sem eletricidade. Finalmente, entramos no caravansarai, que não se paga, onde ficam lojas e museus. Almoçamos bem ali por 180 mil, incluindo um buffet de saladas. Experimentei uma cerveja local (somente sem álcool); entre os ingredientes inusitados, ácido ascórbico, ácido lático e água carbonatada. Ao invés de voltarmos a Yazd para pegar o ônibus a Isfahan, nosso motorista achou melhor tentarmos dali mesmo. Acontece que ônibus após ônibus estavam todos cheios, e a noite foi chegando. Até que por 250 mil conseguimos um lugar nada usual. Não havia mais assentos disponíveis, então ficamos na escada. Até que não foi tão ruim, considerando que outros dois coitados tiveram que ficar no bagageiro! Viemos conversando com um grupo de estudantes iranianas no trajeto de 2 horas. Ao descer no terminal de Soffeh, pegamos um táxi ao Annie Hostel, um albergue de verdade. Ficamos num dormitório coletivo por 5 euros, sendo que a limpeza dos ambientes não é o ponto forte. Pedimos um rango vegetariano de tele-entrega para comer antes de dormir. Dia 16 O café de 1 euro foi pão chato em metro com um molho branco que o Mailton comeu e um marrom de lentilha que eu escolhi. Decidimos não repetir no dia seguinte. A longa caminhada pela metrópole de Isfahan começou por palácios e praças bonitas. Pagamos 150 mil no Hasht Behesht, um palácio pequeno com teto de ouro, mas com as pinturas das paredes necessitando seriamente de restauração. Atravessando o agradável Rajayi Park, entramos no museu do palácio Chehelsotoon (200 mil). A construção aqui é alta, com piscinas de água, e com quadros bonitos no interior, mas os andaimes do exterior estragam a paisagem. Bagh Homayoun foi o restaurante típico onde almoçamos. Por 300 mangos pedi o prato iraniano chamado “dizi”, que é uma mistura doida de carne, batata e vários vegetais num molho. Gostei. A grande praça de Naqsh-e Jahan é frequentada pela população local, mas também é turística, então fomos abordados continuamente. Entramos em uma de suas alas laterais e só saímos quilômetros depois. Os corredores são um bazar infinito! Vimos a luz do dia novamente na grande mesquita de Isfahan (Jameh Mosque). Por 200 mil, visitamos seu interior, de arquitetura interessante. Em seguida, estreamos o metrô. Assim como as demais cidades grandes do Irã, Isfahan possui um moderno sistema de trem subterrâneo. Nos deixaram usar de graça. Descemos numa estação ao sul da cidade, uma área bacana. Resolvemos entrar na confeitaria Amooghannad, que descobrimos ter doces bonitos, bons e muito baratos. Por menos de 1 dólar comi 8 deles - fora as amostras grátis que nos ofereceram. Perdemos a visita às igrejas próximas por já estar no pôr do sol, mas nem nos importamos. Seguimos ao ponto turístico seguinte, melhor visto à noite. É a ponte Si-O-Se-Pol, com diversos arcos, que atravessa um leito de rio largo absolutamente seco! Passamos mais um tempo à toa no movimentado centro, comendo, até voltar ao albergue, onde conhecemos uma chinesa. Dia 17 Esse dia foi intenso. Eu, Mailton e a chinesa pegamos um ônibus de manhã até o terminal de Soffeh (10 mil rials, ou 5 mil se comprar um cartão de 50 mil), de onde caminhamos até a entrada do Soffeh Park. Aos pés da montanha de mesmo nome, pegamos o teleférico até o alto, ao custo de 300 mil pela ida e volta. É possível subir a pé também, por um caminho que passa por um zoológico mixuruca. A estação de teleférico fica a 2040 metros de altitude, enquanto que o topo da montanha está 200 metros acima. A partir dali não há um caminho fácil para seguir ao cume, pois é preciso escalar rochas sem proteção alguma. Por isso, os dois decidiram ficar por lá, enquanto eu fui sozinho. O trajeto é apenas de pedras e solo, nenhum animal ou árvore. Só que a vista lá de cima compensa, pois é possível ver de longe em 360 graus. Além de toda cidade de Isfahan, vislumbra-se montanhas e desertos. Fiquei um pouco no topo, onde tomei um chá com iranianos. Um caminho lateral leva até as ruínas de uma fortificação antiga e algumas cavernas. Como eu precisaria pegar um ônibus para Teerã às 16 horas, comecei a descida às 13:45h. Cheguei à estação 5 minutos depois que ela havia fechado (14h), mas ainda me deixaram descer. Lá em baixo, corri até a estação de ônibus de Soffeh, onde penei pra achar o ônibus certo até retornar ao albergue e pegar minha mochila. Cheguei no Annie Hostel esbaforido, onde reencontrei Mailton. Por sugestão dos anfitriões, pegamos um táxi de aplicativo tipo Uber que saiu por 50 mil, dividido entre nós dois. Enfim, paramos no terminal de Kaveh, trocamos os bilhetes e subimos no ônibus quase no minuto em que ele estava partindo! A viagem, que incluiu um lanche, durou 6 horas com a parada, até a chegada ao terminal sul de ônibus. Só que nós perdemos o ponto e só conseguimos descer no terminal norte. Quando entramos na estação de metrô, o último vagão do dia estava chegando. Pura emoção! Nao precisamos pagar de novo. Descemos algumas estações depois e dormimos no Seven Hostel. Há um banheiro com chuveiro em cada quarto compartilhado de 2 beliches. Dia 18 O café da manhã vem num pacote fechado e é suficiente. Do terraço dá para se ver a montanha nevada ao fundo. Mailton foi pra montanha, então sozinho eu peguei o metrô, que custa 10 mil, independente da distância ou troca de linha, até um dos parques que visitaria no dia. As estações de metrô são decoradas e limpas, ao contrário de certos países desenvolvidos. Desci no ponto do parque Chitgar. Tinha escolhido atravessá-lo em direção ao jardim botânico, uma longa caminhada, pois pensei que escaparia da muvuca da cidade grande, mas acontece que nos finais de semana e feriados os parques lotam, e aqui não foi diferente. Carros com som alto, piqueniques com fogueiras e muitos olhares tiraram minha paz. Só vale a pena passar por aqui se você alugar uma bike pra usar os caminhos designados a elas. Uma dezena de quilômetros depois, almocei uma vitamina doida (180 mil) e prossegui ao National Botanical Garden of Iran. A entrada custa 120 mil, e aqui também estava bem movimentado. Em cerca de 150 hectares (metade das quais com acesso restrito), há uma dezena de jardins de diferentes temáticas, com elementos paisagísticos e espécies das regiões. Só que no outono poucas flores estão coloridas, então não foi tão interessante assim. Voltei de metrô até a estação do albergue, para procurar um lugar para comer de verdade. O melhor que achei foi um self-service de falafel (bolinho frito de grão-de-bico e especiarias), onde comi uma baguete com isso e cheia de salada e mais uma samosa por apenas 85 mil rials! O resto da noite passei no Seven Hostel. Mailton voltou da montanha com uma clavícula quebrada, devido a uma queda no snowboard. Por isso teve que ficar usando um imobilizador e restringir o movimento pelo resto da viagem, que azar! Dia 19 Acordei empolgado pra esquiar na montanha. Tomei o café, peguei uma hora de metrô até a estação final Tajrish e arranjei um táxi compartilhado (20 mil) até a entrada do parque. Subi os 1,5 km finais até o teleférico, só pra descobrir que hoje o parque estava excepcionalmente fechado devido a um feriado! Que balde de água fria na minha animação.. Pra não perder a viagem, desci até o complexo de palácios e museus Saad Abad. Num baita terreno florestado ficam antigas residências importantes, transformadas agora em museus de diversos tipos. A entrada em cada um deles é 80 mil, e nos jardins e porção exterior do complexo é 150 mil. Na praça Tajrish fica também um pequeno bazar e uma mesquita que eu visitei. Voltei de metrô até Park-e Shahr, onde ficam 2 dos principais pontos turísticos: Palácio de Golestão e Museu Nacional do Irã. O museu custa 300 mil e conta através de vestígios a história do Irã durante a antiguidade, dos povos pre-históricos ao fim do Império Persa com a conquista dos árabes. Há um material interessante, mas pra quem viu na prática, parte disso perde a importância. O palácio já estava fechado quando passei na frente, mas acabei reencontrando um chileno que eu havia conhecido em Yazd e que, como descobri ali, é um famoso cinegrafista (Jorge Said). À noite, repeti o rango e fiquei de boa. Dia 20 Mais uma frustração quando fiquei sabendo que a estação de esqui estava fechada devido ao mau tempo. Aqui se foram minhas chances de esquiar num dos lugares mais baratos do mundo (1,5 milhões de rials). Com isso, só me restou dar um giro aleatório pela cidade sob chuva e frio. Acabei descobrindo junto ao parque Taleghani, que tem uma ponte bacana sobre a floresta e a rodovia, que há um museu militar (Holy Defence Museum - 250 mil). Não cheguei a entrar nele, mas na área aberta ao público há a maior coleção que já vi de veículos militares, como tanques, aeronaves e mísseis. Depois disso, passei debaixo da enorme Torre Azadi. Assim como nos demais dias em Teerã, não consegui achar comida decente para almoçar. Retornei ao albergue e esperei o tempo passar até pegarmos o confuso metrô no começo da noite para o aeroporto distante, por 75 mil rials. Ali acabou nosso dinheiro. Dia 21 Tivemos que virar a noite para aguardar o voo seguinte a Istambul pela Pegasus às 4 da madrugada. Ainda bem que o fundo estava meio vazio, pois assim consegui uma fileira pra deitar no avião. Ao desembarcar, pegamos o ônibus Havabus (14 liras) e o metrô para chegarmos ao centro em Sultanahmet, onde nos reencontramos com Jorge Said. Ele nos pagou um café da manhã em agradecimento a uma tarefa que fiz pra ele. Nesse dia caminhamos um bocado por essa região. Vimos algumas mesquitas esplêndidas no exterior, como a Mesquita Azul, Hagia Sophia e Suleymaniye. Os interiores não foram legais, pois o dessa última não era tão bonito, da anterior teria que pagar absurdas 90 liras pra ver e da primeira estava em reforma. A praça onde ficam as duas mesquitas principais é bem turística. Possui ainda alguns monumentos da época do Império Bizantino, e a muralha que cercava a cidade. O Grande Bazar também é outro atrativo. Cheio de opções para todos os gostos, só é preciso negociar bem para conseguir um souvenir bacana. Ainda mais pra quem acabou de voltar do baratíssimo Irã. Depois de uma espreitada no movimentado Estreito de Bósforo, comemos e retornamos ao aeroporto. O último voo da Pegasus foi para o Líbano. Sem problemas, entramos no novo país, pegamos libras libanesas (400 por real), retiramos o carro alugado na Budget (59 dólares com desconto, para 4 diárias) e seguimos a Beirute, que estava com o trânsito tranquilo àquela hora da noite. Ficamos hospedados num apartamento simples pelo Airbnb, fora do centro, mas na zona portuária, portanto meio barulhento. Dia 22 Recuperamos o sono perdido. Ainda pela manhã, fizemos um rancho no supermercado Co-op logo após deixar Beirute. A comida aqui não é nada barata. Seguimos pelo litoral rumo ao sul num dia ensolarado e quente, passando por muitas plantações. A primeira parada foi na cidade de Sidão. Foi fundada pela civilização marítima Fenícia, mas sobraram poucas ruínas para contar a história. A cidade velha agora é um pequeno labirinto usado no comércio e moradias. Uma das ruínas que possui um pavilhão interno estava sendo palco de um evento político em defesa da Palestina. Com minha cara de gringo, achei melhor não permanecer. Já o pequeno castelo marítimo vale a foto gratuita de longe, mas não chegamos a pagar as 4 mil libras libanesas para vê-lo de perto. Mais ao sul, passado um posto de controle militar, estacionamos em Tiro, outra cidade bíblica. Aqui ficam ruínas consideradas como Patrimônio da Humanidade. Uma parte dela fica à beira-mar e pode ser vista de fora ou pagando entrada. Outra fica cercada a um quilômetro dali, mas no lado oposto da bilheteria há um buraco na cerca por onde entramos. Há colunas, arcos e arquibancadas de um antigo hipódromo romano. Fomos em seguida pelo interior, subindo as colinas libanesas. Em Qana fica uma gruta sagrada para os cristãos. Há uma estrutura para o turismo, mas quando chegamos à portaria não havia ninguém. Novamente, passamos por um buraco na grade. Na borda de um vale cheio de rochas, há uma pedra com corpos esculpidos e uma pequena gruta com uma cruz e uma imagem santa. Nada além disso. Tentamos continuar pelo interior, mas a poucos quilômetros da fronteira com Israel fomos barrados e tivemos que retornar. Como o sol já estava se pondo, voltamos a Beirute e ao hotel. Percepções do dia: depois do árabe, o inglês e o francês são igualmente compreensíveis; há muitos guardas armados e cartazes com incentivo à luta armada; o trânsito é meio caótico e os motoristas impacientes. Dia 23 Através de incontáveis postos de checagem militar, subimos a serra até o Vale de Beqaa, onde predominam plantações e ruínas. Fomos atrás da segunda opção. Para entrar no patrimônio da cidadela de Anjar, fundada por árabes no século 8, pagamos 6 mil libras, ainda que poderíamos ter entrado de graça pelo lado oposto do portão. As ruínas daqui se resumem a paredes, colunas, arcos, mosaicos e outros elementos rasteiros. De mais legal, vi uma aranha buraqueira e um camaleão. Na entrada de Balbeque, algumas dezenas de km adiante, paramos para almoçar. Pedimos esfirras, mas para nossa desilusão, vieram apenas trouxinhas minúsculas de carne, ao custo de 1 real e pouco por cada. O sítio arqueológico de Balbeque tem uma entrada nada barata (15 mil), mas que vale a pena. É um dos mais completos que já vi. Foram erguidos templos para os deuses romanos Júpiter, Baco e Vênus, sendo que o de Baco está bastante preservado. Também há outras estruturas religiosas e defensivas que foram sendo construídas conforme a cidade passava de mãos entre cristãos e muçulmanos. Um pequeno museu completa o todo. Ao sair, tomamos um sorvete bom e barato (500 libras por bola) na frente, e seguimos estrada ao escurecer do céu. Quando já estava preto, atravessamos a nebulosa montanha coberta de neve. Dormimos no Vale de Qadisha, no vilarejo de Bcharré, na hospedagem Tiger House. Pagamos 15 dólares cada por um quarto compartilhado sem café. Foi legal que conhecemos outros viajantes, mas o lugar não disponibiliza cozinha e fede, pois a dona fuma na sala de estar dos hóspedes. Dia 24 Acordamos cedo, pegamos o carro e entramos num dos vilarejos nos penhascos, onde subimos numa laje para admirar o visual do vale. Essa região é dominada por cristãos, então há igrejas e cruzes por todos os lados. Em seguida, conhecemos a floresta protegida de cedros-do-Líbano (Cedrus libani), espécie de pinheiro ameaçada que é bem bonita. A entrada é mediante doação. Ao redor, há um bocado de quiosques vendendo souvenires de cedro. Atravessando estradas pelo meio das montanhas, nós dois e mais o indiano Rishal chegamos numa maravilha da natureza. Por 4 mil cada, acessamos um lugar onde fica uma comprida cachoeira que atravessa um sumidouro em uma rocha parcialmente perfurada, como nunca vi antes. Lá encontramos outros colegas da hospedagem, com quem fomos juntos ao mirante da cruz de Jesus. Subimos e apreciamos a paisagem. Depois nos separamos e paramos pra comer num restaurante no caminho ao litoral. Gastamos 6 mil cada por um tipo de sanduíche típico. Enquanto o sol se punha, bem cedo como de praxe, descemos a serra até Biblos. Apesar de já estar escuro, vimos de fora a iluminada cidade velha (patrimônio da UNESCO e uma das mais antigas do mundo). A região portuária pareceu ser bem agradável. Enchemos o tanque (1240 libras por litro) do carrinho e pegamos a rodovia movimentada em ambos sentidos próxima da capital, onde ficamos novamente no apê do Airbnb. Dia 25 Reservamos o dia para conhecer Beirute. Há barricadas militares por todos os lados, o que dificulta o acesso. Para estacionar, em alguns momentos conseguimos nas ruas de graça, enquanto em outros precisamos pagar no parquímetro (250 libras por 15 minutos). Existem prédios religiosos por todos os lados, mas por incrível que pareça, as igrejas estão em maior número. Há um bocado de prédios bem modernos também, principalmente ao redor da marina de Zaitunay Bay. Ainda, ruínas romanas estão concentradas numa área, mas não bem cuidadas. No litoral, há uma praia e uma dupla de rochas que se elevam no mar e são chamadas de Raouche. Conhecemos também o museu nacional (5 mil). Em três andares, é uma rica coleção de peças arqueológicas dos períodos de ocupação do Líbano desde a pré-história, passando pelos fenícios, gregos, romanos e otomanos. É interessante. Almocei em dois lugares diferentes, pois no primeiro deles (Zaatar W Zeit) a comida estava meio cara e insuficiente. Já no segundo (The Hunger Game, o ponto baixo foi a demora no atendimento. Sem muito mais o que fazer, demos uma volta pelos vilarejos no interior, até chegar no decorado castelo de Moussa. De lá, com o sol se esvaindo, retornamos à rodovia do litoral, onde paramos em uma das diversas casas especializadas em doçuras. Comi sorvetes deliciosos (1000 por bola) e tomei um suco natural (3000 por meio litro). Nosso voo demoraria a sair, mas como já era noite, retornamos o carro e esperamos no aeroporto. O voo curtíssimo nos levou de Cyprus Airways até Lárnaca, no Chipre, por 48 euros. Retiramos o carro alugado (56 dólares pra 3 diárias) e seguimos pro hotel Mariandy, onde dormimos num quarto para 2 por 30 euros. Como eu descobriria no dia seguinte, meu leito provavelmente estava infestado de percevejos de cama. Dia 26 Como perdemos um dia no Chipre devido à falência da Cia aérea Cobalt, tivemos que correr para conhecer o país em apenas 2 dias. Tomamos o bom café da manhã do hotel e partimos. A ilha de Chipre tem influência e é dividida entre 3 grupos. Os britânicos ocupam algumas bases militares e os territórios de Acrotiri e Deceleia, além de repassarem um dos idiomas, o padrão de tomada e o sentido de condução veicular. Os turcos invadiram quase metade da porção superior da ilha e lá usam sua moeda e idioma. Já os gregos, esses colonizaram no passado e deixaram sua marca na maior parte cultural, como no idioma principal do Chipre. Depois de atravessar as bases militares, entramos na praia mais badalada da ilha, a Nissi. Só que nessa época de quase inverno o litoral do Chipre fica abandonado, com pouca gente e a maioria dos estabelecimentos fechados, então a praia estava meio morta. Mesmo assim, é bem bonita. Mais adiante, paramos em um arco de calcário sobre o mar. Junto dali, havia uma exposição ao ar livre de estátuas de vários tipos e artistas de diversos países. A praia seguinte conhecida foi Fig Tree Bay. Dizem que ela é uma das mais bonitas do mundo, mas, além de ter a Bandeira Azul, não achamos nada de especial nela. Perdemos tempo no trânsito bloqueado por uma maratona e pela impossibilidade de cruzar a fronteira para o Chipre do Norte (turco) de carro, já que teríamos que pagar um seguro extra de 20 euros. A linha de fronteira ao longo da rodovia foi toda desocupada à força, então mais parecem vilarejos fantasmas. Meu almoço foi num restaurante típico (Avra) na turística Agia Napa. Paguei 8 euros por um frango com batata, salada grega e pita com tzatziki, saindo de lá estufado. Vimos um baita pôr do sol nas 4 e meia da tarde sobre o promontório do Parque Nacional Cabo Grego, que protege uma área de restinga endêmica. Peguei a rodovia pela noite até a capital Nicósia, dividida ao meio entre o Chipre e o Chipre do Norte. Estacionamos o carro antes da fronteira e a atravessamos a pé. Ao contrário da parte do sul, aqui as ruas são meio escuras e abandonadas. Há alguns prédios antigos a serem visitados, como mesquitas, museus, moradias e ruínas venezianas. Por 5 liras eu comprei uma cerveja turca num mercadinho, que surpreendentemente aceitou cartão de crédito, e vaguei com o Mailton pelas ruas. Cerca de uma hora depois, jantamos e retornamos. Passamos a noite na Lima Sol House, um projeto de albergue que precisa de umas melhorias. Pagamos 27 euros por um quarto duplo. Dia 27 Pela manhã, caminhamos através da cidade velha até a orla. Lá fica um calçadão e uma marina, num ambiente atrativo. Atravessamos um mercado de rua, mas que não vendia souvenires. Havia apenas uma loja aberta aquela hora para tanto. Com o carro, passamos pelo castelo Kolossi e depois por Acrotiri, outra área britânica com um conjunto sinistro de antenas ligadas por redes. Dentro dessa área fica uma laguna salina, com seu ecossistema típico que inclui flamingos. Em seguida, entramos no sítio arqueológico de Kourion (4,5 euros). Com vista privilegiada pro Mar Mediterrâneo, ficam ruínas greco-romanas que incluem casas, santuário, praça, teatro e banhos. É interessante e bastante visitada. Dali, subimos para as montanhas Troodos. No pé delas, almoçamos na Kouris Tavern. Queria experimentar o típico “meze”, que consiste em duas dezenas de pequenos pratos diferentes, mas como precisa de pelo menos 2 pessoas e o meu colega não gosta de comer nada diferente, fiquei só na vontade. Num ziguezague interminável, chegamos ao topo da floresta de pinheiros e visitamos algumas das igrejas antigas que são patrimônios da UNESCO: Archangelos Michail, Panagia tou Moutoulla, Agios Ioannis Lambadistis. De pedra e madeira no exterior, possuem belas pinturas em seu interior, num estilo diferente do que se vê em igrejas modernas. Na última delas, que é um mosteiro, compramos uma garrafinha de vinho licoroso (3 euros) produzido localmente. Quando retornamos já era noite completa, e o GPS nos mandou por umas estradas bem sinistras. Com a cia de um nevoeiro, o caminho foi emocionante. Passamos o dia tentando achar um lugar para imprimir os cartões de embarque da Ryanair, pois senão teríamos que pagar uma taxa bem desagradável no aeroporto. O problema é que não havia lugar nenhum aberto no domingo pra isso. Foi só ao chegar em Pafos, que conseguimos num mercadinho por 50 centavos a folha. Ficamos no Panklitos Apartments, num apê completo de 22 euros por 2. Pena que não pudemos aproveitar muito, já que teríamos um voo cedíssimo. Dia 28 Morrendo de sono e com o tanque completamente vazio, fomos ao aeroporto da cidade, embarcando no voo até a Jordânia por apenas 18 euros! Na imigração nem precisamos abrir a boca, só mostramos o Jordan Pass (70 dinares jordanianos = 370 reais) que o visto foi concedido. Alugamos um carro na Green Motion, com um preço exclusivo pela Easyrentcars que custou 17 euros pra 2 dias! O Kia Picanto parece ser o carro mais popular do Oriente Médio, pois foi a terceira vez que ficamos com um. Primeiro visitamos o sítio arqueológico de Madaba (3 dinares pra quem não tem o Jordan Pass). Aqui foi descoberta uma antiga cidade bizantina, rica em mosaicos. Mas além disso, não há muito o que ver. Seguimos pela infinita rodovia do deserto. São 300 km até Wadi Rum, com nada mais que areia e pedra em praticamente todo trecho. Até que isso não seria um problema, só que a estrada está toda em obras, com limite de 60 km/h nessas partes, e com vários radares fixos e da polícia! Resumindo, levei um tempão pra guiar o carro até o patrimônio da Humanidade de Wadi Rum (5 dinares sem o Jordan Pass), onde chegamos no vilarejo ao pôr do sol. Um tempo depois, a empresa Bedouin Traditions, com quem havíamos reservado, nos levou de caminhonete sobre as areias até o acampamento isolado. À noite nos serviram em uma tenda um buffet livre de comidas típicas que estava muito bom! Fazia tempo que não comia algo decente assim. Depois da janta, houve cantoria, instrumentação e dança com o pessoal. A maioria se retirou em seguida para suas cabanas individuais, mas eu fui explorar o deserto. Não achei escorpiões, apenas insetos, mas aproveitei bem o céu estrelado. Vi um meteorito cair bem próximo dali. Também consegui fotografar a galáxia de Andrômeda. Enfim, dei uma averiguada no banheiro e fui repousar solo. A limpeza não é o forte do estabelecimento, mas pelo menos há cama coberta, luz e banheiro ocidental. Dia 29 O café da manhã também estava incluso no pacote, mas não cheguei a provar tudo. Depois dele, esperamos pelo passeio de veículo na cia de mais gente pelas belas formações geológicas do vale desértico elevado de Wadi Rum. Foram quase 2 horas entre um cânion, uma duna e uma nascente. Todas as atividades e comidas nos custaram 35 dinares cada. Ao deixarmos o vilarejo, pegamos um almoço bom num posto Total (3 dinares cada quentinha) para devorarmos na estrada. Enquanto um dirigia, o outro comia. A rota até Petra é bem mais interessante que a outra, pois aqui a paisagem é variada e a estrada em melhor condição. Com o Jordan Pass, não precisamos pagar a tarifa absurda de 50 dinares para entrar numa das maravilhas do mundo moderno. Tivemos 4 horas para explorar a área das ruínas. Foi o suficiente, mas se quiséssemos ver tudo, um dia inteiro seria necessário. Petra é a capital do povo árabe nabateano, fundada no século II a.C, escavada no arenito de um vale. Apesar de ter sofrido terremotos, a fachada dos templos e tumbas é estonteante. Há uma certa variedade nas obras, o que vai se notando conforme se desce os 4 km até o final da parte principal. Há uma porção de vistas interessantes das montanhas rosadas. Fomos e voltamos a pé, mas quem quiser pode pagar por veículos a tração animal. Com o sol se pondo, dirigi até a reserva de Dana, onde ficamos à noite. Por 8 dinares cada, ficamos com quartos individuais no hotel de pedra e exageradamente decorado que se chama Dana Tower. Ponto negativo pro chuveiro, wi-fi e barulho. Dia 30 Levantamos cedo para chegarmos ao Mar Morto antes de devolvermos o carro. A estrada por esse lado é mais cênica e verde. Chegamos a uns 400 metros abaixo do nível do mar lá! De volta ao aeroporto, pegamos o ônibus de 3,5 dinares que nos largou na estação norte de ônibus de Amã, Tababour. Lá dividimos um táxi até o hotel no centro, que saiu por 11 dinares no taxímetro. Almocei no Sara Seafood Restaurant. Pedi um risoto de frutos do mar que saiu por 8,8 dinares. Mas o almoço estava delicioso e foi tão volumoso que saí de lá passando mal de tanto comer. Segui pra cidadela, que custa 3 dinares pra quem não porta o passe. Fica num monte de onde se vê todo o centro. Há um pequeno museu com artefatos e bastante história. Fora isso, as ruínas romanas e árabes das ocupações anteriores. Saí de lá quando fechou no pôr do sol. Depois só dei uma volta pelo centro, usei meu último dinar pra comprar comida pra noite e fiquei no hotel, que foi o Nobel (7 dinares). Até o momento não tinha do que reclamar. Dia 31 Fomos de táxi até a fronteira de King Hussein Bridge (25 dinares por 2). Chegando lá, tivemos que pagar uma taxa de saída de 20 dinares. Depois disso, tivemos que dar mais 7 pro ônibus Jett que atravessa os 5 km até a entrada de Israel. O responsável pela hospedagem anterior nos assegurou que o táxi nos levaria, o que não foi verdade. E não é permitido ir a pé. Teria saído mais barato se fôssemos de ônibus ou Uber. Depois de um interrogatório leve na imigração, pagamos 42 shekels + 5 por bagagem para ir de “sherut” (van) até Jerusalém, tendo que esperar o veículo encher para sair. Eles aceitam moedas estrangeiras no pagamento, mas a cotação não é das melhores, assim como a casa de câmbio na saída da imigração. O shekel vale o mesmo que o real. A van atravessa a Palestina até a entrada em Jerusalém, controlada por Israel. O ponto final, onde descemos, é o Damascus Gate. Almoçamos ali um prato de comida por 25 shekels no restaurante Amir, mas como não tínhamos o dinheiro, o vendedor nos passou a perna na conversão. Fizemos o câmbio ao lado, mas ainda assim a cotação não foi como a oficial que, como descobrimos depois, é oferecida dentro da velha cidade murada. Lá dentro é como um labirinto. Há comércio de alimentos, souvenires e outros bens por todos os lados. Em toda parte há algum tipo de edificação, templo ou monumento religioso, tanto cristão, quanto judaico e Islâmico. Entramos na prisão de Jesus, no jardim Getsêmani onde foi capturado, no Monte das Oliveiras onde ficam infinitos túmulos, no Muro das Lamentações e no Santo Sepulcro. Na parte muçulmana onde fica a Cúpula da Rocha, não nos deixaram entrar. Estava uma chuva danada que alagou tudo. Retornamos ao albergue Hebron Youth Hostel para o jantar grátis. Já a diária, essa foi de 41 shekels por cama. Lá conversei com o pessoal, que incluiu o manauara judeu Alan. Dia 32 Arranjamos alguma comida perto pro café da manhã e seguimos de ônibus (6 shekel) para Ramallah, capital cultural da Palestina. Como era sexta-feira, o dia sagrado dos muçulmanos, só conseguimos o ônibus n° 274 que para no check-point de Qadisha. Ficamos surpresos com o muro de concreto que impede os palestinos de se locomoverem como querem em sua própria terra. De lá, tomamos uma van até o centro da cidade (3,5 shekels). Estava um tempo horroroso e todo o comércio fechado quando chegamos. Felizmente, o Museu do Arafat (5 shekels) não. Moderno, conta a história trágica da Palestina desde a instituição de Israel e relaciona os fatos com o principal, Yasser Arafat, envenenado pelos judeus em 2004. A construção fica bem onde jaz a morada e local de trabalho final de Arafat, bem como seu mausoléu. Ao sair, seguimos pela avenida principal, organizada como o resto da cidade em geral, muito diferente de Gaza. Num mercadinho dessa via, comprei barras grandes de Milka, meu chocolate preferido, por 9 shekels cada, preço melhor que do país de origem. Como aceitava cartão de crédito, almoçamos alguns salgados no descolado Zeit ou Zaatar, que tocou umas músicas brazucas pra gente. De sobremesa, fomos às sorveterias. Mailton foi na primeira que apareceu e pagou caro, enquanto eu tomei um cremoso na Baladna ao custo de 4 bolinhas por 8 shekels. Depois, adentramos a casa histórica de Dar Zahran. De graça, ali fica uma galeria de arte e o dono gosta de conversar. Com o sol se pondo, voltamos ao muro e ao check-point. Acabamos nos perdendo a princípio, devido a informações desencontradas, mas passamos de volta a Israel. Enquanto meu amigo foi quase xingado ao retornar, na minha vez a agente de imigração até flertou comigo! Voltamos no mesmo ônibus, ingerimos o jantar grátis do albergue e ficamos conversando com Alan até a hora de tentar dormir, ao som de altos roncos. Dia 33 Ainda chovendo, nós 3 subimos o Monte das Oliveiras, passando os simplórios cemitérios judeus. Lá de cima, tivemos a melhor vista da cidade velha de Jerusalém, com seus múltiplos templos religiosos, claramente destacando-se a dourada Cúpula da Rocha. Perto do mirante, também visitamos a Tumba dos Profetas (5 shekels). Descemos e atravessamos até o quarteirão judeu, limpo e pouco movimentado, já que era dia de descanso para eles. Vimos lá a Sinagoga de Hurva. Em seguida, almoçamos. Os árabes nos meteram a faca na refeição de carne e salada. Nos despedimos de Alan e pegamos uma van árabe até Tel Aviv, por 35 shekels. Queria ter pego o ônibus que custa metade, mas como era sábado, nada que seja judeu funciona de dia. Uma hora depois chegamos na cidade moderna. Caminhamos 2 km, nos quais praticamente só vimos pedestres e comerciantes africanos, até que chegamos no Florentine Backpackers Hostel. Foi nesse agitado albergue que dormimos, por 76 pilas a cama com café. Saí pra jantar nas redondezas, usando meus últimos 27 shekels numa satisfatória refeição de pão, batata, salada e húmus. Dia 34 Pela manhã, tomamos um trem (13,5 shekels) até o aeroporto, onde voaríamos de easyJet para Milão-Malpensa. No entanto, a informação da estação de trem estava incorreta e o processo de emigração ridiculamente longo, então acabamos perdendo o voo! Tivemos que comprar um voo da Turkish com conexão em Istambul por absurdos 280 dólares, para que pudéssemos pegar a conexão seguinte. Só que esse voo atrasou, e na hora de transferir para o voo a Milão, tivemos que correr para não perdê-lo. Ao menos os voos da Turkish foram de qualidade. Ao desembarcar, fomos levados ao Aer Malpensa Hotel, onde mal pudemos passar a noite. Se desse pra cancelar o pagamento de 41 euros por 2, eu dormiria no aeroporto mesmo. Dia 35 Acordamos às 5 para pegar o voo da TAP a Porto, com conexão em Lisboa. Passei o dia no Mar Shopping, fazendo compras - principalmente na enorme loja Decathlon que fica ali. Por um acaso, o metrô estava em greve nesse dia, mas só me afetou pelo trânsito que o ônibus (n° 601) pegou em direção ao centro na hora do rush. Pernoitamos novamente no Rivoli Cinema Hostel. Dia 36 De metrô, segui ao aeroporto. Tive um voo com a TAP para Rio-Galeão, que lá chegou no final da tarde. Fui de frescão até Botafogo (17 reais), onde me encontrei com meus ex-colegas de trabalho num bar. Depois, dormi na casa de um deles. Finalmente, na manhã seguinte voei de Azul até Floripa e cheguei em casa!
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