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Hoje vou começar a contar sobre a viagem que fizemos para a Chapada dos Veadeiros - Goiás. A verdade é que esse roteiro não era um dos meus favoritos, então nem estava na minha wishlist de viagens. Mas certo dia, Lipe me ligou dizendo que a Gol estava com promoção para Brasília, com passagens por R$ 70,00 o trecho e me perguntou o que eu achava de conhecer a Chapada. Eu respondi: "Não tinha pensando em conhecer a Chapada, mas por esse preço, vamos!!!" Ele comprou e eu comecei a pesquisar sobre o lugar.

 

Descobri algumas coisas interessantes enquanto programava o roteiro:

 

1. É necessário alugar carro para ir até lá, pois as cidades de São Jorge, Alto Paraíso e Cavalcante ficam bem distantes de Brasília (3 horas aproximadamente). Ah! De preferência um bom carro, por causa das estradas de terra e dos riachos que tivemos que atravessar. Nós alugamos um Jeep, mas vimos pessoas corajosas com carros populares e elas conseguiram chegar ao destino!!!

 

2. O ideal é não ficar somente em São Jorge, mas passar um dia em Cavalcante para conhecer a melhor cachoeira da região que é a Santa Bárbara. Cavalcante fica a 2 horas de distância de São Jorge. A dica que peguei na internet era ir para Cavalcante no final do dia, dormir lá e no dia seguinte ir bem cedo para a Cachoeira Santa Bárbara, que fica há 1 hora do centro de Cavalcante. Assim, nós conseguimos ser os primeiros a chegar na cachoeira e ter aquele paraíso exclusivo para nós por algum tempo.

 

3. Tinha lido que era necessário levar dinheiro em espécie e cheque, pois os lugares não aceitavam cartão de crédito. Mas a verdade é que quase todos os lugares aceitavam cartão de crédito, alguns poucos só aceitavam débito.

 

Então, vamos ao relato:

 

DIA 1 - 02 de Novembro

 

Acordamos bem cedo e meus pais nos levaram ao Aeroporto Santos Dumont. Geralmente, gosto de embarcar pelo Galeão pq é mais perto da minha cidade, mas voo promocional não dá pra escolher muito, então fomos para lá mesmo...

 

Fizemos check-in, despachamos nossas malas, e fomos aguardar o embarque.Na hora certinha, às 08h, nosso voo partiu rumo a Brasília.

 

Por volta de 09:30h desembarcamos em Brasília e fomos pegar a van da Localiza que passa em frente ao aeroporto para nos levar até a loja para buscarmos o carro alugado. Quando chegamos lá, como sempre acontece quando alugamos carro, tivemos problemas. A reserva do carro foi feita no meu nome, e o seguro que iríamos usar era no cartão de crédito do Lipe. A Localiza não aceitou e queria cobrar um valor superior pelo aluguel do carro. Uma confusão só! Por fim, depois do Lipe negociar muuuuito, pagamos um valor bem parecido com o que eu tinha reservado, ganhamos a possibilidade de ter um condutor adicional (então eu e Lipe poderíamos dirigir) e ainda nos deram um upgrade de categoria (reservei um Duster, mas pegamos um Jeep). Um ótimo negócio!

 

Ainda em Brasília, passamos em um Carrefour para comprar água, biscoitos e algumas coisinhas, pois fiquei com medo de ser muito mais caro em São Jorge, mas se soubesse teria deixado para comprar lá. Não achei a cidade tão cara!

 

Traçamos a rota no Google Maps, ligamos o Spotify nas alturas e seguimos para a Chapada! A estrada é super tranquila, bem sinalizada, sem pedágios e com um visual incrível!

 

Durante a viagem passamos por um assentamento do Movimento dos Sem Terra, não deu tempo para eu tirar foto, mas fiquei pensando: "Nossa, como estou no interior mesmo do país! Nunca tinha visto um assentamento assim..." Logo depois, uma placa me avisou que o próximo posto ficava a 220 km de distância!!!! E aí pensei: "Putz! Como assim 220 km sem um posto de gasolina?????"

 

Depois de 2 horas de viagem chegamos na primeira cidade da Chapada, São João da Aliança. Essa cidade tem um posto de gasolina com o combustível mais barato da região, então aproveitamos para completar o tanque do carro. Nesse mesmo posto tem uma Subway, nós não quisemos comer mas depois nos arrependemos pq chegamos muito tarde em São Jorge e tivemos dificuldade para encontrar um restaurante aberto.

 

Depois de mais 1 hora na estrada, chegamos em Alto Paraíso, que é a cidade com melhor estrutura na Chapada, mas fica bem distante dos principais passeios que eu tinha programado. Então, optei por ficar na Vila de São Jorge, que é na entrada do Parque Nacional da Chapada. A Vila de São Jorge é super pequena, tem apenas 800 habitantes e se resume a duas ruas de chão batido, tudo muito simples! Para chegar em São Jorge, levamos mais uns 25 minutos.

 

Depois de tanta estrada, por fim, chegamos! Reservei a melhor pousada da vila, pois sabia que iria precisar de muito conforto após as andanças nas trilhas. A Pousada Baguá é realmente incrível! Ela tem várias opções de hospedagem, eu escolhi um Bangalô super charmoso, que tem uma parte externa com uma jacuzzi. O calor era infernal, mas o quarto tinha até lareira!!!

 

Após nossa chegada, fomos conhecer o Vale da Lua, que é um região onde as rochas se assemelham a crateras lunares. Para chegar até lá, dirigimos por cerca de 3km até a entrada do parque. Deixamos o carro no estacionamento, pagamos a entrada (R$ 20,00 por pessoa) e começamos a caminhada de 600m até a região das pedras.

 

Eu estava toda feliz, andando calmamente, com meus cabelos presos com lindas flores, quando comecei a ouvir os trovões e o céu foi ficando cada vez mais escuro! Começamos a andar mais rápido, até que chegamos na região das pedras e a chuva já estava caindo forte. Só temos fotos com a Gopro pq todo o resto teve que ser guardado.

 

Por causa da chuva, as pedras ficaram super escorregadias e os vãos entre elas começaram a servir de escoamento da água. Então estava impossível caminhar pelo parque. Resolvemos voltar e tentar negociar para irmos outro dia, sem pagar uma nova entrada. Conseguimos! O rapaz da entrada marcou nossos nomes e disse que poderíamos voltar outro dia.

 

O resultado de tanta chuva foi meu cabelo todo murcho, as flores despedaçadas e a roupa completamente molhada!

 

Saímos do parque e aí fomos procurar um restaurante para almoçar, detalhe que já era por volta de 16h, estávamos morrendo de fome. Qd chegamos na vila, o único restaurante ainda aberto era o Restaurante da Nenzinha, um self-service bem simples, mas muito gostoso. Além disso, era super barato!

 

Depois do almoço, voltamos para a pousada, ligamos nossa jacuzzi, colocamos nossa playlist para tocar e ficamos aproveitando nosso super quarto até o sol se pôr!

 

Já tarde da noite (isso lá na Vila de São Jorge é por volta de 21h kkkk) saímos para jantar. O restaurante escolhido (e o único mais sofisticado da Vila) foi o Santo Cerrado Risoteria. O lugar é super agradável, com uma iluminação linda. A gente podia escolher se queria sentar em mesas normais, ou em almofadas no chão, com mesinhas mais baixas. Nós, que já estamos ficando velhinhos, preferimos as mesas normais para não dar dor de coluna kkkk!!!

 

A especialidade do restaurante é risoto. Escolhemos um risoto de pequi, que é uma fruta da região que eu nunca tinha ouvido falar. Mas experimentei e gostei muito. Lipe tb quis comer um medalhão de filé mignon que estava delicioso. O lugar era super fotogênico! Um dos funcionários me viu fotografando e me convidou para voltar no dia seguinte no horário do pôr do sol, ele disse que o visual iria render ótimas fotos.

 

Saímos dali e voltamos para a pousada. Nosso primeiro dia terminou mas estávamos ansiosos pelo segundo dia, em que faríamos a trilha mais difícil da viagem...

 

 

DIA 2 - 03 de Novembro

 

Acordamos cedo, por volta de 7:30h, e fomos tomar um café reforçado, afinal seriam 14 km de caminhada! A área do café da manhã tinha uma vista linda para a Chapada. Fiquei um tempo ali contemplando, refletindo, e pensando na grandeza do mundo e na minha pequenez diante de tamanha imensidão. Depois os pensamentos ficaram mais fúteis, pensei: "Pq eu aceitei vir pra esse lugar??? Eu não vou aguentar andar tanto hj....". Mas, resolvi focar no resultado de conhecer um lugar incrível, encher a barriga de comida pra aguentar a caminhada e seguir em frente rsrsrsrs!

 

Após o café, pegamos o carro e fomos até a entrada do parque que fica a 600m da Pousada. Apesar da pequena distância, preferimos ir de carro, pois na volta não conseguiríamos andar mais nenhum metro...

 

Ao chegar na entrada do Parque, tivemos que assistir um vídeo institucional de 3 minutos, com algumas instruções sobre as trilhas. Não é necessário ir com guia, pois a trilha é toda sinalizada com setas vermelhas para a ida e brancas para o retorno. A entrada é gratuita.

 

O Parque possui várias opções de trilhas, eu escolhi fazer a mais simples, chamada Cânion e Cariocas, com trajeto que dura 6 horas aproximadamente. A segunda opção, a Trilha dos Saltos, tem uma distância menor em quilometragem, mas um grau de dificuldade maior, pois o caminho não é tão plano. A terceira opção, que nem lembro o nome, tinha que dormir na mata, são 2 dias de caminhada! Essa estava completamente fora de cogitação!

 

Cada opção de trilha tem uma cor de seta, a trilha para os Cânios e Cariocas era sinalizada pela cor vermelha. Começamos a seguir... Tudo era muito bem sinalizado!

 

Durante o caminho, começamos a ver as belezas do cerrado brasileiro. Em meio à sequidão, a beleza de poucas flores. E foi aí que o Lipe começou a ouvir o celular tocar! Por incrível que pareça, na pousada a Vivo não pegava, mas no meio da trilha ela pega muito bem! Como era uma ligação do trabalho, paramos a trilha e ele foi atender a ligação...

 

Após 1 hora de caminhada, chegamos em uma parte com uma boa sombra. Paramos um pouco para beber água e descansar. Até que depois de 1:30h, chegamos em uma bifurcação: Canion ou Cariocas. Escolhemos começar pela Cachoeira do Canion. E seguimos caminhando...

 

E chegamos no paraíso! Fiquei sentada ali admirando o Rio Preto abrindo seu caminho por entre as pedras. Eu não sabia o que fotografar primeiro, de tão lindo que era o lugar!

 

Voltamos para as pedras e fomos descendo pelo caminho indicado pela trilha, até que chegamos em uma grande piscina, com águas calmas, logo após a grande cachoeira. Depois do descanso, retornamos para a trilha, agora era a vez de conhecer as Cariocas. Assim que começamos a ouvir o barulho percebemos a grandeza da cachoeira. Essa parte da trilha é a mais difícil, pq temos que descer por um caminho bem estreito e com muitas pedras. É uma longa descida... mas vale a pena o esforço!

 

Quando chegamos lá embaixo, percebemos nuvens negras no céu. Lembramos do dia anterior que começou a chover enquanto estávamos no Vale da Lua e pensamos que era melhor irmos embora. Pegar um temporal naquela cachoeira não era uma boa ideia. Só enchemos nossa garrafa de água e começamos a subir.... Foi bem difícil a subida... Meus joelhos não estavam preparados para aquilo tudo...

 

Enfim, voltamos a trilha. Como o tempo estava nublado a caminhada foi mais amena do que com sol na cabeça. Mas ainda assim, eu estava muuuuuito cansada... Quando eu achei que já estava acabando, ainda faltava 1,2km... uma placa nos avisou sobre isso... É um desespero que não tenho palavras para descrever rsrsrsrs!

 

E por volta de 15h, enfim, chegamos na saída! Passamos pela recepção do Parque e demos os nossos nomes, precisamos avisar que estávamos saindo do parque. Isso deve ser para eles terem o controle se alguém se perdeu na trilha. Mas no vídeo eles já tinham avisado que o parque não possui serviço de resgate, é cada um por si mesmo! Que bom que chegamos a salvos!

 

Voltamos para o hotel e descobrimos que a Vila toda estava sem energia elétrica. Lipe disse que era por causa das naves dos extra-terrestres que estavam aterrissando na região. Ele pesquisou e descobriu que ali é um reduto de ufólogos que acreditam nos ET's e que eles dão essa explicação para as constantes interrupções da energia elétrica! Eu fiquei desesperara, pq tudo o que eu queria era um banho quente, na verdade fervendo! A sorte é que o box era imenso e tinha dois chuveiros, um elétrico e outro a gás. O a gás estava funcionando e consegui tomar meu banho relaxante.

 

Depois fomos almoçar no mesmo restaurante do dia anterior, que a propósito é o único que funciona até tarde. E voltamos para curtir a piscina do hotel. E aí eu lembrei do pôr do sol no restaurante e fomos correndo para ver se ainda dava tempo. Tínhamos almoçado há pouco tempo, então só beliscamos algumas coisas e ficamos esperando o sol se pôr... De fato o funcionário tinha razão, a paisagem é linda! A cidade estava toda sem luz, o restaurante providenciou algumas velas e o ambiente ficou ainda mais aconchegante. Um boa lembrança...

 

Depois disso tudo, voltamos para o hotel e a energia ainda não tinha voltado. Na recepção havia gerador, então fiquei lá carregando todos os meus aparelhos (computador, celular, câmeras fotográficas). Eu monopolizei todas as tomadas possíveis!!! Naquela escuridão, os mosquitos começaram a me atacar ferozmente! Fiquei nervosa, não podia voltar para o quarto por causa dos aparelhos, mas estava impossível ficar ali... Até que um francês me emprestou um repelente que ele disse que era melhor do que o Off. Passei o repelente do francês, depois passei mais off, e só assim os mosquitos me esqueceram.

 

Depois de tudo carregado, voltamos para o quarto e para nossa felicidade, a luz tinha acabado de voltar! Que felicidade que eu senti! E assim terminou nosso segundo dia na Chapada!

 

 

DIA 3 - 04 de Novembro

 

Esse dia era o nosso aniversário de casamento e por isso programei um dia com trilhas mais tranquilas. Após o café, ficamos curtindo a piscina do hotel, pois esse era nosso último dia ali, nos próximos estaríamos em outros locais.

Aproveitamos a água clara da piscina para tentar usar nosso novo brinquedo da Gopro: um dome! Ele tira fotos com metade fora d'água e metade dentro. Uma geringonça bem legal! Mas é super difícil conseguir tirar as fotos pq o disparador tinha que ser feito através do Iphone. Conseguimos poucas fotos boas. A piscina tinha uma borda infinita com vista para a Chapada. Fiquei ali um bom tempo admirando tudo...

 

Foi uma manhã de descanso bem agradável! Por volta de 12h fizemos check-out na Pousada Baguá e seguimos com as malas no carro em direção a Fazenda São Bento, que fica no caminho para Alto Paraíso. A Fazenda surgiu em 1840 e hoje funciona como pousada, restaurante, além de ter acesso a três cachoeiras.

 

Logo na entrada pagamos o valor de R$ 30,00 por pessoa para conhecer as três cachoeiras, mas quem quer conhecer só a primeira, que fica na entrada da Fazenda paga o valor de R$ 10,00. Eu queria conhecer todas e ainda almoçar no restaurante. Então, pagamos, ganhamos nossa pulseira e fomos reservar o almoço no restaurante. O valor é de R$ 60,00 por pessoa, podendo de servir à vontade. Agendamos nosso retorno para 15:30h e seguimos para a primeira cachoeira.

 

A primeira parte do caminho pode ser feita de carro, são uns 3 km de terra batida. Aproveitando o clima do interior em que estávamos, Lipe me pediu para colocar a música "Evidências" no som e aí foi só diversão imitando Chitãozinho e Xororó! Chegamos em um estacionamento, deixamos o carro e seguimos caminhando para a Almécega I.

 

A trilha é de 1 km aproximadamente, fizemos bem rapidinho, em 30 minutos estávamos chegando no Mirante. Parei para descansar as pernas, que estavam cansadas do dia anterior ainda.... E ficamos contemplando a imensidão da Cachoeira. Do Mirante era possível ver umas piscinas formadas na parte de cima, antes da queda d´água e outra piscina formada lá embaixo após a queda. Escolhemos descer para conhecer a parte de baixo. Durante a descida, eu já pensava no sofrimento da subida, mas como sempre, foquei no resultado e segui literalmente ladeira abaixo!

 

Começamos a subir as pedras novamente e paramos de novo no Mirante para admirar aquela linda cachoeira pela última vez. Depois pegamos novamente a estrada de terra e seguimos para a próxima cachoeira: Almécega II. Após estacionarmos, seguimos caminhando pela trilha, que é bem mais tranquila do que a anterior. Em apenas 5 minutos já estávamos na cachoeira.

 

Tinha um lugar super alto para pular, fiquei com vontade de pular com a Gopro, mas vi que tinha umas pedras no fundo. Vi uns meninos corajosos pulando, mas achei melhor não arriscar. Fiquei só contemplando a paisagem mesmo.

 

Começamos a descer e percebi que a cachoeira não tinha uma piscina tão boa quanto a anterior, então nem entrei na água. Lipe, como sempre, quis aproveitar tudo! Eu preferi ficar observando a vista e pensando na vida...

 

Depois de ficarmos um pouco, voltamos para o carro e seguimos em direção ao restaurante. E aí, fiquei muito triste... quando fui procurar minha calça para colocar, percebi que ela não estava na bolsa. E todas as outras roupas já estavam guardadas na mala. Fiquei reclamando com o Lipe: "como vou entrar no restaurante de biquini para almoçar???!!" Lipe, que não se importa com essas regras sociais, ficou rindo de mim, e me mandou ir assim mesmo almoçar. Eu fui... morrendo de vergonha, mas a fome era maior... Entrei, coloquei minha comida correndo e sentei para comer! Lipe comeu desesperadamente! A comida era realmente muito boa! Pedimos mais picanha e eles nos trouxeram bem quentinha, até eu repeti a carne!

 

Saímos do restaurante e bem em frente tinha uma capelinha feita entre as árvores de bambus. Eu não quis entrar na capelinha pq como já disse estava sem as calças kkkkk!!! Não sou católica, mas respeitei o lugar religioso, acho que eu não estava vestida de forma apropriada... rsrsrs. Fiquei do lado de fora esperando.

 

Depois disso, voltamos para o carro e fomos para a última cachoeira - São Bento. Caminhamos por menos de 5 minutos pela trilha. E chegamos em uma espécie de "piscinão de Ramos"!!! Estava super cheia, não era tão bonita, e as pessoas eram esquisitas.... Enfim, ficamos menos de 5 minutos! Seguimos de volta para o carro pela trilha. Nessa hora comecei a perceber que eu estava queimada, minhas costas começaram a arder, mas era só o princípio das dores...

 

Dali, voltamos para o carro e seguimos para a cidade de Cavalcante, levamos aproximadamente 1:30h de viagem. No caminho, Lipe sentiu sono e eu tive que dirigir. Nossa! Como é bom dirigir um carro automático! Já tinha dirigido na Vila, mas ainda não tinha pego a estrada, foi muuuuito bom! Acho que preciso de um carro desse kkkk!

 

Chegamos em Cavalcante e fomos fazer check-in na Pousada Morro Encantado. A pousada é uma gracinha, mas achei o quarto um pouco apertado e muito simples. Fomos aproveitar a sauna e depois tomar banho de piscina. A água da piscina vem direto da cachoeira e por isso é bem escura, mas os funcionários garantiram que estava limpinha. Descansamos um pouco da viagem e a noite fomos jantar na Pizzaria Encanto da Pizza. Dizem que é o melhor restaurante da cidade, e de fato a pizza estava deliciosa. Foi o restaurante mais simples que já fomos em um aniversário de casamento, mas foi super especial!

 

Voltamos para nossa pousada e assim terminou nosso terceiro dia. Durante essa noite percebi que eu estava muuuuuito queimada (esqueci de passar protetor na nuca), e tive dificuldades para dormir, estava ardendo muuuuito. Lipe tentou me ajudar, passou um creme refrescante, fez compressa com água gelada, fez tudo para me ajudar... mas mesmo assim, a ardência era terrível.... Até meu couro cabeludo estava queimado, tudo pq não usei chapéu... No dia seguinte iria me encher de protetor em todas partes do corpo e usar um boné!

 

 

DIA 4 - 05 de Novembro

 

Acordamos às 06:30h pois precisávamos chegar ao Quilombo Kalunga bem cedo e fomos tomar café. Seguimos por uma estrada de terra por 1 hora até chegar ao Quilombo. No caminho paramos em um Mirante Nova Aurora para tirar fotos e contemplar toda a Chapada. Durante o caminho tivemos que atravessar alguns riachos. Ficamos com medo, mas na hora um motoqueiro passou e disse que era tranquilo para passar. Fomos e tudo deu certo!

 

Chegamos no Quilombo e descobrimos que éramos os primeiros a chegar. Lá funciona assim: Temos que pagar a entrada de R$ 20,00 por pessoa. Além disso, é obrigatório contratar um guia que cobra R$ 70,00, mas pode levar até 6 pessoas no grupo. Como só tinha eu e Lipe por enquanto, resolvemos esperar por um casal que encontramos no Mirante para dividirmos o serviço do guia.

 

Ficamos ali no Quilombo esperando pelo casal e conversando com os moradores. Nosso guia nos sugeriu reservarmos um almoço em um dos restaurantes dali mesmo, custava R$ 30,00 por pessoa para comer à vontade. Assim que o casal chegou, começamos nossa viagem rumo à Cachoeira Santa Bárbara. Até 3 meses atrás, as pessoas ainda tinham que alugar um 4x4 para atravessar um rio, mas agora já construíram uma ponte e com o nosso Jeep mesmo conseguimos seguir pelos 4 km até bem próximo à Cachoeira. Tivemos que caminhar por 1km. E aí, começamos...

 

Caminhamos até chegar na Santa Barbarinha, que é uma versão menor da tão esperada Cachoeira Santa Bárbara. Ela tem a cor turquesa, mas o tamanho é bem reduzido. Mesmo assim, é linda. Tivemos que atravessar por um tronco de árvore e seguimos em direção à Santa Bárbara. Escolhemos não ficar muito tempo ali, nem entramos na água. Queríamos conhecer a grande atração do dia com o máximo de urgência!

 

E foi nessa hora que um acidente aconteceu. Lipe estava subindo pelas pedras com a Gopro na mão filmando, qd de repente escorregou e caiu na água. Ele não se machucou, era uma área bem rasa, mas o problema é que ele estava com a mochila com carteira, documento, dinheiro, comida e o pior... o Iphone estava no bolso. Conclusão: tudo molhado e o Iphone mortinho!

 

O guia estava me ajudando a subir, e desceu correndo para ajudar o Lipe. Ele sentiu dores no braço, mas depois ficou tudo bem. Seguimos por menos de 5 minutos quando avistamos a Santa Bárbara. Ficamos encantados com a cor da água. Qd eu via as fotos dessa cachoeira pela internet, achava que as pessoas editavam as fotos, mas não! A cor da água é exatamente assim! Como chegamos bem cedo, tivemos o privilégio de ter esse paraíso somente para nós, por um bom tempo.

 

E por fim, depois de 1 hora nesse paraíso, tivemos que ir embora. Esse é o prazo máximo para permanecer na Cachoeira. Quando estávamos nos arrumando, um grande grupo de pessoas começou a chegar. E depois não parou mais de chegar gente. O paraíso estava arruinado! Ainda bem que chegamos muuuuito cedo!

 

Voltamos para o carro, e seguimos em direção à Cachoeira Capivara. A trilha para chegar até ela é mais complicada por causa das pedras na descida, mas nada impossível de se fazer. A cor da água, ao contrário da Santa Bárbara que é azul, aqui era verde. Também muito bonita, mas ainda estávamos impactados com o azul turquesa!

 

O guia nos informou sobre o perigo das pedras que eram muito escorregadias. Ele orientou a entrar na água sentado, escorregando pelas pedras, para não cair. Lipe já foi entrando e tirando várias fotos na cachoeira, eu fiquei com mais medo e fui aos poucos. Voltamos para o restaurante e eu estava com tanta fome que esqueci de fotografar. Mas logo depois do almoço seguimos de volta para São Jorge.

 

Depois de 1:30h, chegamos na Vila e fizemos check-in na Pousada Cristal da Terra. Assim que chegamos pedimos na pousada um pouco de arroz para colocar o Iphone do Lipe e assim tentar secar a água. Até aquele momento, ele não estava funcionando ainda... Descansamos um pouco e de noite saímos para jantar. Aproveitei e fotografei a pousada. Tinha uma piscina com água gelada e outra aquecida, mas nem usamos a piscina. Estávamos cansados demais!

 

Seguimos para a Vila e escolhemos comer no Buriti. Eles tinham uma opção de massa parecido com o Spoleto. Podíamos escolher o tipo de massa, de molho e vários ingredientes e se quiséssemos poderíamos repetir uma vez. Tudo isso por R$ 18,00! A comida era bem gostosa, mas não chegamos a repetir, pq achei tudo muito bem servido!

 

Depois desse longo dia, fomos descansar. E assim terminou o nosso quinto dia!

 

 

DIA 5 - 06 de Novembro

 

Acordamos mais tarde, tomamos café com calma, arrumamos nossa mala, fizemos check-out e seguimos para revisitar o Vale da Lua. Tínhamos visitado no primeiro dia, mas começou a chover muito forte e desistimos. Então voltamos lá e pedimos para entrar sem pagar, conforme tínhamos negociado. E começamos novamente a trilha... Eu já estava muito cansada, mas queria conhecer esse lugar que é tão famoso na região.

 

Fotografei alguns lugares, mas não tive coragem de entrar na piscina. Achei que era pouca água e muita gente junta! Fiquei com certo nojinho rsrsrsr! Sentei pra descansar pq já estava pensando em ter que fazer a trilha toda de volta, sem ter nem mergulhado para melhorar o calor.

 

E aí, acabou nosso passeio. Voltamos para o carro e seguimos em direção à Brasília. Mais umas 3 horas dirigindo... E novamente a placa nos avisando sobre os bichinhos do cerrado. Chegamos em Brasília e fomos direto para o Hotel Base Concept, ele fica exatamente em frente ao Aeroporto. Nossa! Como eu gosto de conforto! A rusticidade é muito legal, mas nada como um bom hotel!!!! Da janela do nosso quarto já conseguíamos ver o aeroporto!

 

Descansamos um pouco e depois fomos dar uma voltinha em Brasilia. Estava chovendo muito, então foi um passeio bem rapidinho pelos principais pontos turísticos. Aproveitamos para comer em um bom restaurante, pois estávamos com saudade rsrsrsr! Escolhemos o Outback que ficava em um shopping bem pertinho da Esplanada dos Ministérios.

 

Resolvemos então entregar o carro nesse mesmo dia, ao invés de entregar no dia seguinte pela manhã antes do voo. Assim poderíamos dormir mais tranquilos e usar o transfer gratuito do hotel para o aeroporto. Assim fizemos e fomos descansar.

 

No dia seguinte acordamos por volta de 5:30h, fomos para o aeroporto, pegamos o voo às 7h e chegamos ao Rio às 08:30h. Já era uma segunda-feira e ainda fomos trabalhar, mesmo estando mortinhos!

 

 

 

O balanço da viagem é o seguinte: conhecer a Chapada foi incrível! Tirei fotos lindas, vi paisagens que nunca esquecerei, andei como nunca! Não voltaria lá, acho que é uma experiência maravilhosa para se ter uma única vez na vida (assim como fazer a travessia do Deserto do Atacama). Apesar disso, hoje, meu amado marido, já me fez outro convite: "Vamos conhecer a Serra da Canastra?" E mesmo depois disso tudo que passei, eu pensei: "Pq não?"!!!! E lá vamos nós, pensar no próximo destino rsrsrs!

 

Relato completo com fotos incríveis no meu blog:

http://www.analisedeviagem.com.br/2016/11/2016-chapada-dos-veadeiros-go.html

  • 5 meses depois...

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